sexta-feira, novembro 7, 2025
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VÍDEO: Boulos rebatiza o copo americano após crise com Trump

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Em um vídeo bem-humorado, deputado lembrou que os americanos mudaram o nome da batata francesa durante a guerra do Iraque

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) fez um vídeo bem-humorado em que rebatiza o copo americano, conhecido por todos os brasileiros que gostam de uma cervejinha.

Boulos lembrou que durante a guerra do Iraque, os Estados Unidos retaliaram a França, que se negou a entrar no conflito, rebatizando as French Fries (batatas francesas) para Freedom Fries (Batatas da Liberdade).

Diante das sanções do presidente americano Donald Trump, que resolveu cobrar 50% de tarifas sobre produtos brasileiros, Boulos rebatizou o copo americano de Copo Zeca Pagodinho.

Veja o vídeo abaixo:

Fonte: Revista Forum

O declínio do dólar e a nova ordem multipolar: o fim da hegemonia norte-americana?

Por Ronald Pinto (*)

Quando os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o padrão-ouro em 1971, rompendo com os acordos de Bretton Woods estabelecidos em 1944, confiaram na ideia de que o dólar, como moeda de reserva global, manteria seu valor mesmo sem lastro em ouro.
Por décadas, essa estratégia funcionou: o mundo continuou a utilizar o dólar como principal meio de troca internacional, permitindo que os EUA imprimissem dinheiro sem grandes pressões inflacionárias e financiassem déficits comerciais e gastos militares com relativa impunidade.
No entanto, o avanço das tecnologias de pagamento e a digitalização das transações globais estão corroendo essa hegemonia.
Sistemas financeiros modernos permitem agora o câmbio direto entre moedas, eliminando a necessidade do dólar como intermediário obrigatório. A moeda americana, que desde o fim do padrão-ouro funcionava como um mero vale de troca sustentado pela demanda internacional, começa a revelar sua verdadeira natureza: uma divisa sem lastro real, respaldada apenas pela confiança – cada vez mais frágil – no poderio econômico e militar dos EUA.

O Déficit Insustentável e a Crise do Império

Para sustentar sua máquina de guerra e financiar a chamada “defesa da liberdade” – na prática, a proteção dos interesses de suas corporações globais –, os EUA acumularam um déficit orçamentário astronômico. A emissão descontrolada de dólares, sem um crescimento proporcional da produção de riqueza real, criou uma bolha financeira que ameaça explodir.

Durante seu governo, Donald Trump tentou reverter essa situação com medidas desesperadas: impôs tarifas protecionistas, atacou acordos como o NAFTA e buscou repatriar a produção industrial – uma tarefa hercúlea após décadas de desindustrialização.
Paralelamente, pressionou os países da União Europeia a assumirem maiores custos com defesa, aliviando o fardo que hoje recai majoritariamente sobre os EUA, autoproclamados guardiões dos interesses do grande capital global.

Mas o desafio vai além da economia doméstica. A verdadeira ameaça à supremacia do dólar vem dos BRICS, bloco que hoje reúne mais de 40% da população mundial e uma fatia crescente do PIB global. A expansão desse grupo, com a criação de uma nova zona de livre comércio independente do dólar, representa um golpe fatal no sistema financeiro centrado em Washington. Nações como China, Rússia, Índia e Brasil já aceleram acordos comerciais em moedas locais, reduzindo a dependência das reservas em dólares.

O Fim do Privilégio Exorbitante e a Ascensão Multipolar

Sem a demanda artificial gerada pelo uso compulsório do dólar no comércio internacional, os EUA perderão a capacidade de simplesmente imprimir dinheiro para quitar suas dívidas. Serão obrigados a gerar riqueza real ou enfrentar uma desvalorização abrupta de sua moeda. O “privilégio exorbitante” usufruído desde Bretton Woods está com os dias contados.

Alguns analistas temem que, em um ato de desespero, os EUA provoquem conflitos geopolíticos para manter sua relevância. No entanto, o mundo já ingressou em uma ordem multipolar, na qual a cooperação econômica e diplomática entre potências emergentes limita a capacidade de Washington de ditar as regras do jogo.

A conclusão é inevitável: os EUA precisam se adaptar a essa nova realidade. O unilateralismo e a dependência de guerras e sanções para sustentar o dólar não são mais viáveis. Resta ao país reorganizar sua economia interna, investindo em produção e inovação, ou assistir a um declínio acelerado. O século XXI não será marcado por um império hegemônico, mas por uma rede de nações cooperando em pé de igualdade. A questão não é se os EUA aceitarão essa mudança, mas quando – e a que custo.

(*) Por Ronald Pinto é indígena Kaingáng e militante pelos Direitos dos Povos Indígenas

Lula amplia favoritismo para as eleições de 2026, aponta Datafolha

Presidente ganhou espaço contra todos os candidatos da direita no primeiro e no segundo turno

A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado pela Folha de S.Paulo, indica que o presidente Lula (PT) conseguiu ampliar sua vantagem sobre os nomes do bolsonarismo nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição presidencial de 2026. O levantamento, realizado em 29 e 30 de julho com 2.004 eleitores em 130 municípios, mostra que Lula lidera todos os cenários testados, inclusive aqueles em que enfrenta membros da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje inelegível.

A movimentação ocorre em meio ao embate diplomático com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Trump justificou a medida alegando perseguição política a Bolsonaro, que responde por tentativa de golpe para se manter no Planalto após perder para Lula em 2022. A aproximação do clã Bolsonaro ao líder americano acabou alimentando críticas internas e rótulos de “traidores da pátria” por setores da oposição, colocando aliados como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em posição delicada.

Cenário do primeiro turno

Nos sete cenários de primeiro turno testados pelo Datafolha, Lula aparece à frente de todos os adversários. Contra Jair Bolsonaro, o petista subiu de 34% para 39% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente caiu para 33%, abrindo vantagem de cinco pontos em relação à pesquisa anterior. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Quando enfrenta membros da família Bolsonaro, Lula também lidera com folga:

  •  Contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vence por 39% a 20%
  •  Contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por 40% a 18%
  •  Contra Michelle Bolsonaro (PL-DF), por 39% a 24%

Na disputa com Tarcísio de Freitas, Lula registra 38% contra 21%, cenário que permanece estável em relação ao mês passado. Entre os nomes da direita que não carregam o sobrenome Bolsonaro, quem melhor se posiciona é Ratinho Jr. (PSD-PR), que aparece entre 10% e 14% nos cenários mais prováveis.

Cenário do segundo turno

O Datafolha também testou dez simulações de segundo turno. O empate técnico que existia na pesquisa anterior deu lugar a uma ligeira vantagem para o presidente:

  •  Lula 47% x 43% Jair Bolsonaro
  •  Lula 45% x 41% Tarcísio de Freitas
  •  Lula 48% x 40% Michelle Bolsonaro
  •  Lula 49% x 37% Eduardo Bolsonaro
  •  Lula 48% x 37% Flávio Bolsonaro

Ratinho Jr. apresenta desempenho semelhante ao do governador paulista, perdendo de 45% a 40% para Lula. Contra nomes de fora do núcleo bolsonarista, o petista mantém ampla dianteira: 47% a 35% contra Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e 46% a 36% diante de Romeu Zema (Novo-MG).

Sem Lula na disputa, Tarcísio desponta como principal candidato da oposição, derrotando Fernando Haddad (PT) por 43% a 37% e empatando tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSB-SP), com 40% a 38%.

Rejeição e percepção do eleitorado

A pesquisa também revela os índices de rejeição, fator crucial para a viabilidade eleitoral:

  •  Lula: 47%
  •  Jair Bolsonaro: 44%
  •  Família Bolsonaro: 36% a 38%
  •  Tarcísio de Freitas: 17%
  •  Ratinho Jr.: 21%
  •  Romeu Zema: 22%

No campo governista, Fernando Haddad tem 32% de rejeição, enquanto Geraldo Alckmin registra 27%. Já a lembrança espontânea de nomes para a eleição presidencial reforça a polarização: Lula aparece com 22%, Bolsonaro com 17% e Tarcísio com apenas 1%.

O cenário traçado pelo Datafolha evidencia que, mesmo em meio ao desgaste natural de governo e às tensões com Donald Trump, Lula mantém vantagem consolidada diante do bolsonarismo e lidera em praticamente todas as combinações testadas para 2026.

Do Brasil 247

Turistas israelenses enfrentam hostilidade na Europa em meio à crise humanitária em Gaza

A ofensiva militar de Israel em Gaza, que já dura quase dois anos e deixou mais de 60 mil mortos, está provocando repercussões diretas contra cidadãos israelenses fora do país. Relatos de hostilidade e episódios de discriminação contra turistas israelenses têm se multiplicado na Europa, especialmente após a divulgação de imagens de fome extrema e desnutrição infantil no território palestino. Os protestos contra a presença de israelenses, antes isolados, tornaram-se frequentes em destinos turísticos como Grécia, Espanha, Itália e Áustria.

Na Grécia, manifestantes tentaram impedir o desembarque de cerca de 1.500 passageiros israelenses do cruzeiro Crown Iris na ilha de Creta. A polícia usou spray de pimenta para conter os protestos, que incluíam faixas com dizeres como “Palestina livre” e “Parem o genocídio”. Incidentes semelhantes ocorreram em Rodes e Siros, onde manifestantes bloquearam portos e confrontaram turistas. Em resposta, o governo grego prometeu repressão mais dura contra ações que violem a liberdade de circulação.

Além dos protestos organizados, há relatos de discriminação em estabelecimentos comerciais. Em Nápoles, na Itália, um casal israelense acusou a dona de um restaurante de expulsá-los por serem israelenses. Na Espanha, o dono de um restaurante em Vigo expulsou turistas gritando “Viva a Palestina livre” e foi alvo de investigação policial. Casos semelhantes foram registrados na Áustria, onde músicos e casais israelenses disseram ter sido hostilizados por falarem hebraico ou informarem sua nacionalidade.

A crescente rejeição está relacionada ao agravamento da crise humanitária em Gaza. Organizações humanitárias internacionais e até grupos israelenses passaram a usar o termo “genocídio” para descrever a situação, enquanto países discutem o reconhecimento formal do Estado palestino. Internamente, figuras políticas como o opositor Yair Lapid alertam que Israel pode enfrentar sanções e isolamento diplomático, com reflexos diretos sobre sua população.

Palestinos com alimentos após ajuda humanitária; mais de 130 pessoas morreram de fome em Gaza
Imagem: Dawoud Abu Alkas/Reuters

As tensões já afetam o turismo. Agências israelenses relatam mudanças nas preferências dos viajantes, com crescimento de reservas para destinos vistos como mais seguros, como Praga, Budapeste, Dubai e Tailândia. A procura por locais com menor histórico de protestos pró-Palestina aumentou cerca de 15% a 23% em comparação com anos anteriores, segundo o portal israelense YNews.

Enquanto a ofensiva em Gaza continua e os apelos por cessar-fogo se intensificam, a hostilidade contra turistas israelenses reflete uma nova face do impacto internacional do conflito. Além da diplomacia, o desgaste se faz sentir no cotidiano de cidadãos comuns, cuja nacionalidade tem se tornado motivo de confrontos em locais turísticos antes considerados neutros.

Diario do Centro do Mundo

Lavrov diz que Terceira Guerra Mundial já está em curso e culpa o Ocidente por desestabilização global

Chanceler russo acusa Europa e EUA de manterem hegemonia pela força e cita pragmatismo do presidente Donald Trump diante de elites europeias submissas

O chanceler russo Serguei Lavrov declarou que a “terceira guerra mundial já está em curso”, responsabilizando o Ocidente por uma série de agressões militares e econômicas que, segundo ele, têm desestabilizado o planeta. As declarações foram feitas durante o fórum “Território de Significados”, em encontro com jovens e veteranos da operação militar russa na Ucrânia. As falas foram reproduzidas pelo canal APT no YouTube.

Lavrov fez uma longa retrospectiva de intervenções militares lideradas pelos países ocidentais, começando pela guerra contra a Iugoslávia, em 1999, passando pelas invasões do Iraque, destruição da Líbia e ataques à Síria. Segundo ele, todas essas operações abriram caminho para um estado permanente de instabilidade no Oriente Médio e demonstram o que classifica como a incapacidade do Ocidente de aceitar um mundo multipolar.

“Agora, muitos analistas dizem que a terceira guerra mundial já começou em uma nova forma. Tudo começou com a agressão do Ocidente contra a Iugoslávia, depois o Iraque, a Líbia e a Síria”, afirmou Lavrov.

Europa sob domínio dos EUA

O chanceler criticou duramente a submissão da União Europeia aos Estados Unidos, afirmando que o novo acordo comercial e energético fechado com o governo do presidente Donald Trump favorecerá exclusivamente Washington e provocará desindustrialização e crise social na Europa.

“A Europa está orgulhosa de um acordo em que pagará mais caro pela energia americana e abrirá mão de investimentos em seu próprio território. Enquanto isso, os EUA exportarão produtos sem tarifas e receberão centenas de bilhões de euros em investimentos”, disse Lavrov.

Para ele, a política europeia hoje se resume a “servir como bucha de canhão” contra a Rússia, enquanto aceita prejuízos econômicos profundos. Ele ainda criticou a decisão do chanceler alemão de transformar a Alemanha novamente na maior potência militar da Europa, comparando o discurso atual aos períodos que antecederam as duas guerras mundiais.Crítica às sanções e ao “neocolonialismo”

Lavrov afirmou que os mecanismos internacionais criados após a Segunda Guerra Mundial, como ONU, FMI e Banco Mundial, são usados pelo Ocidente para manter posições de poder e “travar o avanço do mundo multipolar”. Ele defendeu o fortalecimento de blocos alternativos como BRICS, Organização para Cooperação de Xangai e União Africana, que, segundo ele, representam “a maioria global”.

“O Ocidente não aceita perder sua hegemonia e tenta preservá-la por meio de guerras, sanções e tarifas. Mas o processo histórico de multipolaridade é inevitável”, declarou o chanceler.

Durante a sessão de perguntas e respostas, Lavrov ressaltou que a Rússia busca garantir segurança e soberania e que o país não tem interesse em conquistas territoriais, mas sim em proteger populações russas historicamente residentes nas regiões em disputa.

Aproximação com Trump e isolamento europeu

Ao longo de sua fala, Lavrov demonstrou respeito pragmático pelo presidente Donald Trump, destacando sua postura voltada a interesses econômicos e negociações diretas, em contraste com a política de confronto militar que atribuiu ao ex-presidente Joe Biden e às elites europeias.

“Trump não quer guerras. Ele age com base no bom senso e nos interesses de negócio dos Estados Unidos, ao contrário de Biden e das elites europeias, que só falam em derrotar a Rússia”, disse Lavrov.

Para o chanceler, a Rússia está disposta a manter diálogo com qualquer país, inclusive europeus, mas não aceitará cessar-fogo unilateral nem abrirá mão das exigências de segurança estratégica. Assista:

 

Do Brasil 247

 

República

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A República, ahh a República

A República que não se publica
É pudica
Mas não é publicável
Impopular, vai naufragar
– é inviável

Traz a sina
– do golpe vieste
– no golpe permanecerás
– isso já não se ensina

Impopular
Não miscigenou, seu povo não amou
– Seu pobre retinto, não encontra recinto

No banquete dos Deuses
– não tem pólis
– só ferrão de abelha
– aqui o direito não se espelha

No vazio da esperança
– ainda somos vadios

No crime de vadiagem
– não tem viagem
– o terreno baldio, tem mais vantagem

Com elite egoísta
– tudo à sua volta é hedonista

Povo iludido
Povo feliz

Mas, é infeliz
– na vida malvada
– o povo pobre, negro e oprimido
– com a vida marcada
– Sofre comprimido

Cabra marcado pra morrer
– nada lhe será cumprido

A República lhe espanta
– pra ti, ela nunca desencanta

Nesse corpo fechado
– te botaram cadeado

De toda riqueza,
Não lhe deram um filão
– só mesmo esses grilhões
– a pobreza lhe vem aos milhões

República vilã
– nessa vilania
Tu sempre és vilão…

Vinício Carrilho Martinez

Projeto da Justiça de Alagoas amplia ensino superior no sistema prisional

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) é o primeiro do Brasil a firmar parceria com uma universidade pública para ampliar o ensino superior no sistema prisional. Nesta sexta (1.º/8), sessenta reeducandos iniciaram curso de Gestão Empreendedora e Inovação em Turismo, ofertado pela Uncisal por meio do projeto Uniliberdade, iniciativa do Judiciário com apoio da Secretaria de Ressocialização (Seris).

Oscar Henrique, de 29 anos, é um dos alunos matriculados. “Eu concluí o ensino médio e tenho curso técnico em Administração. A gente que está privado de liberdade deve usufruir do tempo que a gente tem aqui [no sistema] para se tornar alguém melhor”, afirmou.

Para ele, é importante os reeducandos buscarem capacitação. “As oportunidades aparecem a partir do momento que você tem mais conhecimento”.

A reeducanda Jullyana Karla, de 32 anos, afirmou que o curso vai mudar a sua vida. “A expectativa é grande. Lá fora, não tive a oportunidade que estou tendo nesse momento”.

O curso é on-line, tem duração de dois anos e atende presos do Núcleo Ressocializador da Capital, Baldomero Cavalcante, Cyridião Durval, Penitenciária de Segurança Máxima II e III e Presídio Feminino Santa Luzia.

Na seleção dos reeducandos, foram considerados critérios socioeconômicos, de gênero e raça, conforme orientação do Plano Pena Justa.

Para o desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do TJAL, o projeto da Vara de Execuções Penais é inovador. “Não tenho notícia de algo semelhante Brasil afora. Realmente vai ser uma ferramenta para que a pessoa, quando sair da prisão, tenha a condição de transformar sua vida”.

Marcelo Santana, coordenador-geral da Universidade Aberta do Brasil (UAB) junto à Uncisal, explicou que a plataforma do curso é segura. “É um ambiente virtual de aprendizagem que não possibilita contato com o exterior. Os alunos terão toda a condição para aprenderem e terem acesso ao material de estudo”.

O corregedor-geral da Justiça de Alagoas, Celyrio Adamastor, destacou que a parceria entre TJAL, Seris e Uncisal democratiza o conhecimento, alcançando espaços antes esquecidos e quebrando barreiras sociais. “A educação, aqui, cumpre seu papel mais nobre: levar luz onde a escuridão parecia definitiva”.

Na avaliação do desembargador Márcio Roberto Tenório, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), o projeto fortalece a ressocialização. “Após saírem do sistema, vão contribuir com a sociedade através do trabalho. Terão a possibilidade de, efetivamente, reintegrar-se ao convívio social”.

Participaram do evento, no Núcleo Ressocializador da Capital, os juízes Alexandre Machado e Nelson Fernando, da Vara de Execuções Penais, o titular da Seris, Diogo Teixeira, entre outras autoridades.

Fonte: TJAL

Eliane Cantanhêde deixa a Globonews após criticar o genocídio em Gaza

A jornalista fez uma comparação entre Israel e o Irã durante comentário na emissora. Vídeo

A jornalista Eliane Cantanhêde deixou a Globonews após 15 anos trabalhando como comentarista da emissora. Ela foi demitida nesta sexta-feira (1) semanas após fazer críticas ao genocídio cometido por Israel na Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 60 mil palestinos morreram desde outubro de 2023.

Em sua análise, a jornalista questionou por que os mísseis disparados por Israel em Gaza deixavam centenas de mortos, enquanto os lançados pelo Irã resultaram em números bem menores.

Na rede social X, Eliane comentou sobre a demissão. “Depois de quinze anos felizes e de muita energia na Globonews, ao lado de tanta gente querida e competente, é hora de parar e reservar as noites para meus livros, séries e um bom vinhozinho. Obrigada a todos, particularmente a você, assinante. Foi ótimo enquanto durou”.

 

 

Do Brasil 247

A vergonha: Ministro do STF se cala diante de sanções de Trump e repete votos contraditórios que envergonham a história da Corte

Por Urariano Mota *

Para situar o sinuoso agir do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, vale relembrar uma notícia de julho de 2025:

“Trump suspendeu os vistos de oito dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal: Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes. Inclusive o Procurador-Geral da República Paulo Gonet.”

Mais tarde, em 30 de julho, o presidente dos Estados Unidos utilizou a chamada Lei Magnitsky para sancionar diretamente Alexandre de Moraes. Todos os eventuais bens do ministro nos EUA foram bloqueados, assim como qualquer empresa ligada a ele. Moraes também passou a estar impedido de realizar transações com cidadãos e empresas norte-americanas — o que inclui, por exemplo, o uso de cartões de crédito com bandeira dos Estados Unidos.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi explícito: acusou o ministro de conduzir uma suposta “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Esses ataques levaram o ministro Flávio Dino a reagir:

“Minha solidariedade pessoal ao ministro Alexandre de Moraes. Ele está apenas fazendo o seu trabalho, de modo honesto e dedicado, conforme a Constituição do Brasil. E as suas decisões são julgadas e confirmadas pelo colegiado competente (Plenário ou 1ª Turma do STF).”

Ficaram de fora da lista de perseguição de Trump os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux. Os dois primeiros, indicados por Bolsonaro e fiéis ao golpista, estavam dentro do esperado. A ausência de Fux, no entanto, causa surpresa — ou talvez não. E, ao que tudo indica, o ministro se sentiu lisonjeado com o “reconhecimento” do governo estadunidense.

Mais escandaloso que a exclusão é o silêncio de Fux diante de tamanha desonra

No voto proferido por ele em 21 de julho de 2025, ao avaliar medidas cautelares contra Bolsonaro, afirmou:

“Verifico que a amplitude das medidas impostas (da tornozeleira a Bolsonaro) restringe desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação, sem que tenha havido a demonstração contemporânea, concreta e individualizada dos requisitos que legalmente autorizariam a imposição dessas cautelares.

Deveras, mesmo para a imposição de cautelares penais diversas da prisão, é indispensável a demonstração concreta da necessidade da medida para a aplicação da lei penal e sua consequente adequação aos fins pretendidos. À luz desses requisitos legais, não se vislumbra nesse momento a necessidade, em concreto, das medidas cautelares impostas.”

Mas, quando se tratava de Lula, a régua foi outra.

Em setembro de 2018, quando o ex-presidente ainda estava preso, Fux censurou um pedido da Folha de S.Paulo para entrevistá-lo. A entrevista com a colunista Mônica Bergamo já havia sido autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, mas foi vetada por Fux.

E então, num malabarismo retórico digno de nota, declarou que a liberdade de imprensa poderia ser “relativizada” e não deveria ser alçada a um “patamar absoluto incompatível com a multiplicidade de vetores fundamentais estabelecidos na Constituição”.

Um atestado moral digno de rubor.

Diante de tudo isso, lembrei-me da grandeza de Anton Tchekhov. Quando Máximo Gorki foi impedido pelo czar de assumir seu posto na Academia de Ciências, Tchekhov protestou e se demitiu. Claro que Trump não é o czar — embora se porte como tal. E tampouco os ministros do STF perseguidos são Gorki. Muito menos — longe de mim sugerir tal absurdo — Fux é Tchekhov.

Mas a comparação serve como referência de dignidade histórica.

Luiz Fux, ao que tudo indica, parece mais interessado em manter seu visto para visitar a Disneylândia do que em honrar a toga que veste. Em vez de se indignar com a agressão a seus colegas de Corte, silencia. E parece confortável com isso.

Vergonha é artigo que não se compra na feira.

* Urariano Mota, autor de “Soledad no Recife”, recriação dos últimos dias de Soledad Barrett, mulher do Cabo Anselmo, entregue pelo traidor à ditadura. Escreveu ainda “O filho renegado de Deus”, Prêmio Guavira de Literatura 2014, e “A mais longa duração da juventude”, romance da geração rebelde do Brasil

Do Brasil 247

Gleisi Hoffmann: “Lula defende o Brasil enquanto Bolsonaro se ajoelha para Trump”

Ministra critica Eduardo Bolsonaro por trair o país, exalta firmeza do presidente Lula diante das pressões dos EUA e reforça defesa da soberania nacional

Em entrevista ao Boa Noite 247, transmitida pela TV 247 nesta sexta-feira, a ministra Gleisi Hoffmann analisou a escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos após as sanções impostas pelo governo Donald Trump. Segundo ela, a ofensiva norte-americana, apoiada por Eduardo Bolsonaro, representa uma afronta direta à soberania brasileira. “Foi uma lavada de alma ouvir os ministros do Supremo Tribunal Federal reafirmarem a defesa da democracia, da soberania e da autonomia das nossas instituições”, afirmou Gleisi ao comentar as manifestações dos ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

A ministra destacou que o governo Lula reagiu com firmeza ao enquadramento do ministro Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, que prevê restrições financeiras. “São inaceitáveis as ações do governo americano contra o Brasil, contra os ministros do Supremo e, principalmente, contra o ministro Alexandre de Moraes”, disse, ressaltando que a legislação dos EUA “não se aplica ao território brasileiro”.

Gleisi fez duras críticas à atuação da família Bolsonaro, em especial a Eduardo Bolsonaro, a quem chamou de “traidor da pátria”. Para ela, o ex-presidente e seus aliados tentam criar instabilidade política e econômica em conluio com interesses externos. “Bolsonaro beijava a bandeira americana, enquanto Lula defende o povo brasileiro”, afirmou.

Impactos políticos e econômicos

A ministra avaliou que a firme reação do presidente Lula diante das pressões internacionais fortaleceu politicamente o governo e uniu diferentes setores em defesa do país. Ela lembrou que, mesmo diante das dificuldades provocadas pelas sanções tarifárias, o Brasil vive um momento positivo, com o menor desemprego da história (5,8%), a saída do mapa da fome e avanços em programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida.

Segundo Gleisi, cada unidade habitacional entregue pelo programa gera cerca de 67 empregos, reforçando o impacto econômico das políticas públicas. Ela também ressaltou a tarifa zero de energia para famílias de baixo consumo e os pagamentos de benefícios atrasados do INSS como exemplos de medidas que melhoram a vida da população.

Diversificação comercial e novas alianças

Diante do tarifaço imposto por Donald Trump, o governo busca abrir novos mercados e diversificar exportações. A ministra mencionou oportunidades na Ásia, no Oriente Médio, na Europa e no Canadá, destacando que Lula participará de uma cúpula asiática em setembro para ampliar parcerias comerciais. “O Brasil vai muito bem nesse quesito e os empresários precisam aproveitar para diversificar seus mercados”, disse.

Gleisi deixou claro que o governo não descarta medidas de proteção à economia nacional, mas enfatizou que não há, neste momento, planos de retaliação direta contra os EUA. “Negociamos aspectos comerciais, mas nossa soberania e nossa democracia não estão à venda”, afirmou.

Cenário político e eleições de 2026

A ministra também projetou o cenário político para 2026, ressaltando a importância de ampliar a bancada progressista no Congresso para garantir governabilidade e proteger as instituições. Ela alertou para os planos de Jair Bolsonaro de investir em candidaturas ao Senado com o objetivo de ameaçar o Supremo e o próprio Executivo.

Por fim, Gleisi celebrou a mobilização popular em torno do tema da soberania, que, segundo ela, ganhou novo significado para os brasileiros. “O povo brasileiro não aceita ser mandado por outro país. O Brasil é uma nação que dá orgulho à sua gente”, concluiu. Assista:

 

Do Brasil 247

Impasse entre associações de municípios atrasa criação do Comitê Gestor do IBS

A cinco meses do início do cronograma que implementa a reforma tributária, o Congresso Nacional tem o desafio de criar definitivamente o órgão responsável pelo novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): o Comitê Gestor do IBS. No entanto, o projeto esbarra no impasse entre as duas grandes associações de municípios, que divergem sobre a escolha de seus representantes no comitê.

O projeto de lei complementar (PLP) 108/2024 repete e aprofunda trechos da Lei Complementar 214, de 2025 que prevê o funcionamento provisório do Comitê Gestor este ano. A criação, que ainda não ocorreu, permitirá atividades importantes, como o estabelecimento de normas internas e o teste do imposto em 2026. Quando o PLP 108/2024 for aprovado, o comitê será definitivo.

Representantes das associações dos municípios têm demandado do Senado uma intervenção na questão. Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), ambos os textos dão à CNM vantagem na indicação de membros do Conselho Superior do comitê. Já para a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), a CNM desrespeitou um acordo que permitiria uma participação equilibrada das duas associações.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) se dispôs, no primeiro semestre, a mediar um acordo. Mas, para ele, ainda falta um “entendimento federativo”. Relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Braga afirmou à Rádio Senado, em 2 de julho, que seu relatório deve ser disponibilizado em agosto.

— Eu pretendia entregar [o relatório na primeira semana de julho], mas o próprio governo me procurou. Há detalhes da questão administrativa e judicial que precisam de um entendimento. Eu havia imaginado fazer uma arbitragem pelo Senado, mas acho louvável a tentativa de se buscar, portanto, esse entendimento federativo. Com isso, nosso relatório ficará para o início de agosto, sendo absoluta prioridade — disse.

Se for aprovado no Senado com alterações, o projeto volta à Câmara dos Deputados. O texto pode se tornar lei até setembro, informou o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, em evento sobre o tema no dia 8 de julho.

Pode ser uma imagem de texto que diz "Como será a composição do Conselho Superior do Comitê Gestor do IBS Secretários de Fazenda das 27 unidades da Federação 88888888 14 membros eleitos pelos prefeitos com voto igual para todos os municípios 13 membros eleitos pelos prefeitos com maior peso de voto para os municípios de maior população agênciasenado"

O Conselho Superior do Comitê Gestor será composto pelos 27 secretários da Fazenda dos estados e por 27 representantes municipais eleitos pelos prefeitos. Cada prefeito votará em duas chapas: uma composta de 14 candidatos conselheiros, em os prefeitos têm voto de mesmo valor; e outra de 13, em que prefeitos de municípios mais populosos têm voto de maior peso.

Cada associação de municípios pode apresentar apenas uma chapa para a eleição de 13 candidatos, desde que haja apoio prévio de 20% dos prefeitos brasileiros. Também pode apresentar uma chapa para a eleição de 14 candidatos, com apoio prévio de municípios que representem 20% da população brasileira. Atualmente, apenas a CNM e a FNP são associações habilitadas a participar das eleições.

Direito de concorrer

Para a CNM, apenas ela cumpre os requisitos para participar da eleição que escolherá 14 dos 27 representantes dos municípios. A FNP não teria o mínimo de 1.114 municípios para apoiar sua chapa, disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, em audiência no Senado. A CCJ realizou audiência pública em 10 de junho para esclarecer a questão.

— O que a lei determina? Quem tiver 20% de filiados vai apresentar a chapa. Na chapa de 14 membros, a “culpa” da confederação é ter 5,1 mil municípios filiados, e a nossa coirmã, que eu não tenho nada contra, tem 140 que ela comprovou — disse.

Já a escolha dos outros 13 membros municipais seria disputada entre uma chapa da CNM e outra da FNP, no entendimento de Ziulkoski. Para ele, a solução para o conflito é que haja uma única chapa composta por indicados de ambas associações.

— Está na mão do Senado chamar as partes e tomar uma decisão e dizer: ‘Olha, vamos nos acertar, nós estamos aqui para acertar’. Quem não quiser acertar, que diga que não quer, mas também não vamos capitular.

Controvérsia

A FNP argumenta que já havia um acordo feito entre as associações e os parlamentares quando a Lei Complementar 214 ainda estava em elaboração. A chapa de 14 representantes seria apresentada somente pela CNM e a de 13, pela FNP, segundo o presidente da frente, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes. A CNM nega ter concordado com os termos.

A lei e o PLP 108/2024 não representaram bem as discussões quanto às regras para as eleições dos representantes municipais, avaliou Bernard Appy na audiência pública da CCJ.

— [Na elaboração da Lei Complementar 214], deixou-se para a CNM e a FNP ver se chegavam a um acordo com relação a qual seria o critério de eleição dos representantes. Não chegaram a um acordo, foi colocado [na lei que haveria chapa de] 14 e de 13, em duas eleições simultâneas. Havia implícita, sim, a ideia de que 14 eram da CNM, e 13, da FNP. Mas a CNM está trabalhando com base no texto da lei. Eu tenho que reconhecer isso também. Agora, infelizmente, nós estamos nessa situação. O ideal seria que a gente chegasse a um acordo — afirmou Appy.

Para contornar o embate, FNP apoia emenda do senador Otto Alencar (PSD-BA) para explicitar o pacto no projeto.

Pré-Comitê

Representantes da CMN, da FNP e do governo federal e dos fiscos estaduais cooperam em um Pré-Comitê Gestor do IBS para antecipar o conteúdo das futuras normas do comitê e para trocar informações.

A eleição dos representantes municipais para o Conselho Superior está atrasada. A CNM chegou a avançar nos procedimentos eleitorais, mas a Justiça suspendeu, em abril, algumas decisões a pedido da FNP.

Os estados já decidiram os 27 representantes para compor o Conselho Superior do Comitê Gestor, que deveria ter sido criado até 16 de maio. Em 12 de junho, o órgão foi cadastrado no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).

O PLP 108/2024 é uma segunda etapa da regulamentação da reforma tributária. Além de criar o Comitê Gestor, prevê infrações e multas relativas ao IBS e cria regras sobre o procedimento para cobrar o imposto.

Já a primeira parte da regulamentação (Lei Complementar 214) criou as condições para os novos tributos funcionarem, além do calendário de implementação e das regras para as alíquotas dos tributos. O IBS substituirá o ISS (municipal) e o ICMS (estadual), e por isso será gerido por um órgão especial. Já a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) tomará o lugar dos atuais PIS, Cofins e IPI, que são federais, sob responsabilidade da Receita Federal.

Fonte: Agência Senado

Alexandre de Moraes classifica bolsonaristas como “milicianos do submundo” e “traidores da pátria”

Durante a sessão de reabertura do ano judiciário, nesta sexta-feira (1º), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes fez um contundente pronunciamento contra os ataques à Corte, classificando como “milicianos do submundo do crime” os envolvidos em atos de sabotagem institucional. Em sua fala, o magistrado afirmou que essas ações são promovidas por uma “organização criminosa” que, de maneira “covarde e traiçoeira”, tenta subjugar o STF a interesses estrangeiros e pressionar o Poder Judiciário por meio de ameaças.

“Temos visto recentemente as ações de diversos brasileiros que estão sendo ou processados pela PGR ou investigados pela PF”, afirmou Moraes. Segundo ele, trata-se de um grupo que age de forma dolosa, consciente, articulada e jamais vista no país. “Esses brasileiros ‘pseudopatriotas’ encontram-se foragidos e escondidos fora do território nacional. Não tiveram coragem de continuar aqui”, declarou.

Traição à pátria e tentativa de obstrução da Justiça – Em seu discurso, o ministro destacou que a atuação desse grupo visa interferir diretamente no julgamento da Ação Penal 2.668, que trata do núcleo central da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. “Atuam por meio de atos hostis, mentirosos, derivados de negociações espúrias e criminosas”, denunciou. Moraes reiterou que há “fartas provas” dessas condutas, incluindo cooperação com autoridades estrangeiras para impor sanções e prejudicar a economia nacional.

Segundo ele, essas ações têm um objetivo claro: gerar uma crise econômica que provoque instabilidade social e pressione o STF e o Congresso Nacional. “A insistência dessa organização criminosa na implementação de medidas nocivas ao Brasil visa criar uma grave crise para pressionar politicamente o Judiciário e o Legislativo”, alertou Moraes.

Modus operandi golpista e chantagens públicas – Alexandre de Moraes apontou que a estratégia do grupo é uma repetição do roteiro golpista já condenado pelo STF. “Antes, acampamentos em frente aos quartéis e a invasão da Praça dos Três Poderes. Agora, o incentivo a taxações contra o Brasil, a crise econômica e a instabilidade política”, enumerou. O ministro afirmou que as ameaças e chantagens não se restringem ao Judiciário: “Pasmem! Um dos brasileiros investigados e foragido recentemente dirigiu ameaças diretas aos presidentes da Câmara e do Senado”.

Segundo ele, a intenção é clara: “obter uma inconstitucional anistia ou a abertura de impeachment de ministros do STF”. Moraes destacou que as tentativas de coação são voltadas também à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal, com o objetivo de alcançar um “espúrio arquivamento imediato” de ações penais.

Ameaças a ministros e suas famílias – O ministro fez um grave alerta sobre a escalada das ameaças, que já atingem familiares dos magistrados. “Esses réus não estão apenas ameaçando ministros do STF, mas também — e fazem isso diariamente nas redes sociais — ameaçando as famílias dos ministros”, denunciou. Segundo ele, esse tipo de prática revela “uma atitude costumeiramente afeta a milicianos do submundo do crime”.

Moraes citou ameaças explícitas dirigidas aos ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, incluindo menções nominais às esposas dos magistrados. “Demonstra não existir limites para a ousadia e covardia dessa organização criminosa, que será integralmente responsabilizada”, assegurou.

Instituições não se curvarão à chantagem – Para o ministro, as pressões não surtirão efeito. “Engana-se essa organização criminosa ao esperar que a continuidade dessa torpe coação possa gerar uma covarde rendição dos Poderes brasileiros”, disse. Ele ressaltou a solidez das instituições do país e afirmou que o STF continuará atuando com firmeza em defesa da Constituição de 1988.

“A soberania nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”, afirmou. “O STF será absolutamente inflexível na defesa da soberania nacional e em seu compromisso com a democracia, os direitos fundamentais e o Estado de Direito”.

Defesa da independência judicial como direito da cidadania – Em seu encerramento, Alexandre de Moraes recorreu à memória de Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos, para reforçar o valor da independência do Judiciário. “‘Os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis’. A independência judicial é um desses princípios”, declarou. Segundo ele, essa independência não é um privilégio do magistrado, mas um direito fundamental do cidadão.

“A sociedade tem o direito a uma tutela judicial efetiva, a um processo e julgamento por um tribunal independente e imparcial. Não se concebe em lugar nenhum do mundo um verdadeiro Estado Democrático de Direito sem um Judiciário autônomo”, concluiu o ministro.

 

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Mais um tiro no pé

Parece que a Lei Magnistiky deu mais força para o ministro Alexandre de Moraes. Recebeu miita solidariedade e até um jantar de desagravo no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. Além disso, a aplicação da tal lei inócua, foi duramente criticada por personalidades internacionais, inclusive pelo criador da lei.

Lula e STF se unem

O dia seguinte à oficialização do tarifaço americano e às sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes foi de muita avaliação e definição de estratégias sobre como o Brasil vai agir a partir de agora. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tirou a quinta-feira para debater com seus ministros e com os integrantes do Supremo, ouvir conselhos, traçar planos e definir formas de ação conjunta. O primeiro encontro foi com o núcleo duro do governo. Lula recebeu no Planalto os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde), Rui Costa (Casa Civil) e o secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira. Alckmin não esteve presente por ter ido a São Paulo participar do programa Mais Você, da Rede Globo. Lula decidiu que só vai anunciar as medidas econômicas na semana que vem. À noite, o presidente ofereceu um jantar aos ministros do STF para discutir quais estratégias serão adotadas na defesa do ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky. (Estadão)

Lula e STF se unem 2

Lula já decidiu que fará, mais uma vez, um pronunciamento à nação por meio de cadeia de rádio e TV. O presidente quer se dirigir ao país para defender o ministro Alexandre de Moraes e ressaltar a importância de lutar pela soberania nacional. O presidente ainda não decidiu se a mensagem irá ao ar nesta sexta-feira ou no domingo. (Metrópoles)

Vai recorrer

O Brasil vai recorrer das tarifas de 50% que vão incidir sobre todos os produtos brasileiros que não entraram na lista de isenções. Mesmo com a Organização Mundial do Comércio sofrendo de inanição e sem capacidade concreta para alterar o rumo das coisas, o Brasil vai recorrer ao organismo internacional. A avaliação do governo é de que a OMC ainda tem representatividade internacional, ainda que simbólica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil também vai recorrer do tarifaço nos Estados Unidos, no que ele classificou como “instâncias devidas”. Haddad considera que a isenção de quase 700 produtos brasileiros demonstrou interesse dos americanos em negociar. “Esta semana é o começo de uma conversa mais racional, mais sóbria, menos apaixonada”, disse o ministro. (Folha)

Lula fortalece e Bolsonaro cava cova

A aprovação do presidente Lula (PT) superou a rejeição pela primeira vez em 2025 após o decreto do governo dos Estados Unidos que impôs tarifas a produtos brasileiros, segundo o levantamento Latam Pulse, da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgado na quinta-feira (31). Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o episódio fortaleceu a imagem do governo brasileiro, ao mesmo tempo em que expôs contradições da oposição bolsonarista.

Lula fortalece e Bolsonaro cava cova 2

Lula angariou um discurso mais potente nacionalista, o que o favoreceu. Não é o estúpido estilo dos bolsonaristas, que é da boca para fora, mas um nacionalismo que defende a indústria brasileira, a produção como um todo, os trabalhadores”, afirma, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. Por outro lado, ele diz, “a família Bolsonaro enterrou a própria cova política, atacando os interesses nacionais”.

Lula fortalece e Bolsonaro cava cova 3

Para o professor, os bolsonaristas não só perderam popularidade, como “esse jogo político conspiratório, antinacional, decreta o fim político da família Bolsonaro”. Ele afirma ainda que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado deve ter um desfecho “nos próximos meses” e defende a criminalização do bolsonarismo. “Sempre foi uma visão autoritária, militarista, antidemocrática. É isso que caracteriza o bolsonarismo”, critica.

Canal de negociação

De Washington começam a chegar indícios de que o presidente americano Donald Trump vai abrir um canal de negociação com o Brasil, fechado desde que a Casa Branca anunciou sua nova e agressiva política tarifária. De acordo com empresários de setores estratégicos para os EUA, emissários do governo americano revelaram que o Brasil será chamado à mesa de negociação, mas não neste momento. Segundo esses oficiais, Trump vai dar prioridade aos países que têm uma balança superavitária com os Estados Unidos, o que não é o caso do Brasil, que apresenta um déficit comercial antigo com os americanos. (Broadcast)

Trump errou feio

As primeiras pesquisas de opinião pública mostram que a escalada americana contra o Brasil teve efeito profundamente negativo entre os brasileiros. De acordo com o Datafolha, 89% da população acredita que o tarifaço americano vai prejudicar a economia do país. O Datafolha ainda quis saber o que os brasileiros acham das sanções americanas contra Moraes. Para 57% dos entrevistados, Trump erra ao tentar intervir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma pesquisa nas redes sociais, a Quaest detectou que o tarifaço e as sanções a Alexandre de Moraes tiveram 60% de postagens negativas. (Folha e UOL)

O posição confusa

Na oposição, o dia seguinte à escalada americana foi confuso, com diferentes atores atuando de forma pouco coordenada. O governador de Minas Gerais e anunciado pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), afirmou que o ministro Alexandre de Moraes “colheu o que plantou” e que o Brasil comete um erro ao fazer parte dos Brics. Em Brasília, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, expulsou sumariamente o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), que havia criticado Trump na quarta-feira. Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o principal articulador das sanções contra Moraes, enviou recados aos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes de que eles podem ser os próximos a serem atingidos pelo governo americano. (Globo)

Tarifaço nos tribunais

Nos Estados Unidos, o tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump começa a ser analisado nos tribunais. Nesta quinta-feira, os 11 juízes de uma corte de apelações do circuito federal em Washington fizeram as primeiras arguições aos representantes do governo americano a respeito da legalidade da aplicação das tarifas sem aprovação do Congresso dos EUA. A maior parte dos magistrados demonstrou ceticismo em relação às justificativas apresentadas pelos advogados do governo. Nenhuma decisão foi tomada. (Washington Post)

Não desistiram do golpe

Jair Bolsonaro e seus filhos não desistem de dar um golpe no Brasil. Como as Forças Armadas não embarcaram na aventura em 2023, eles recorreram a Donald Trump, que é presidente dos Estados Unidos e se acha imperador do mundo, para terminar o serviço. É assustador um ex-presidente, um deputado desertor e um imigrante brasileiro estarem por trás desse ataque dos EUA ao país.” (Eliane Cantanhêde, Estadão)

Liga Árabe contra o Hamas

Pela primeira vez na história os 22 países da Liga Árabe se uniram para pedir que o Hamas deponha as armas, liberte todos os reféns e encerre seu controle sobre a Faixa de Gaza. Segundo o grupo, essas medidas são essenciais para viabilizar a criação de um Estado palestino. O texto também condena os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que deram início à atual guerra em Gaza. O documento afirma que, para encerrar o conflito, o Hamas deve entregar o controle de Gaza e suas armas à Autoridade Palestina, com apoio e supervisão internacionais. O objetivo é avançar rumo a um Estado palestino soberano e independente. A proposta inclui ainda o envio de uma missão internacional temporária de estabilização, sob a coordenação das Nações Unidas e com autorização da Autoridade Palestina, que administra parte da Cisjordânia ocupada por Israel. A declaração foi assinada também pelos 27 países da União Europeia e por outras 17 nações. (New York Times)

COP30 sob risco

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, confirmou, nesta quinta-feira, que alguns países pediram que a conferência climática deixe de acontecer em Belém, após a falta de leitos para acomodar as delegações. Ele também criticou a postura do setor hoteleiro, que passou a cobrar altos valores de hospedagem no período. Segundo Lago, a rede hoteleira está cobrando dez vezes mais que o normal, enquanto em outras edições o valor subiu, no máximo, três vezes. (Folha)

Acesso gratuito

Lula em Rondônia

Pode ser uma imagem de 8 pessoas e texto que diz "BOSS LULA EM RONDÔNIA Tivemos uma reunião com o Secretário Geral do PT, Henrique Fontana, onde ele reafirmou agenda de Lula em Rondônia, marcada para o dia 08 de agosto. Essa visita é um momento importante para fortalecer nossa presença e engajamento na região."Na próxima sexta-feira, 8, o presente Lula estará em Rondônia. Chega pela manhã e terá uma agenda cheia. Quem garante isso é o presidente municipal do PT de Porto Velho, Israel Trindade. Ele está em Brasília acompanhando os preparativos da vinda de Lula à Rondônia. “Tivemos uma reunião com o Secretário Geral do PT, Henrique Fontana, onde ele reafirmou a agenda de Lula em Rondônia, marcada para o dia 08 de agosto. Essa visita é um momento importante para fortalecer nossa presença e engajamento na região”, postou Israel Trindade.

Lula em Rondônia 2

A presença de Lula em Rondônia deve ser considerada um evento especial devido à liderança dele em nível mundial. É inegável a força de Lula perante o mundo globalizado. Rondônia tem que esquecer o imbroxável que nada de bom trouxe para o estado, muito pelo contrário, trouxe prejuízo de quase 200 milhões de reais para o agronegócio com a taxação de Trump. Em dois anos e meio de mandato, Lula trouxe bilhões de reais em obras, dentre elas, a ponte binacional entre Brasil e Bolívia, que vai transformar a região de Guajara-Mirim.

Sucessão estadual

Pode ser uma imagem de texto que diz "Tmj, meu amigo @marcosrogeriooficial Seguimos firmes ۵ Porto Velho Rondônia"Conforme a coluna havia ventilado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) vai mesmo disputar a reeleição após aquele bate boca com a ministra Marina Silva. Para o governo não dá mais. No lugar dele, surge com força a candidatura de Fernando Máximo (União Brasil) que vai enfrentar uma campanha dura e cheia de percalços.

Sucessão estadual 2

Há uma diferença gigantesca entre as atuações de Marcos Rogério e Fernando Máximo. Enquanto o primeiro se preocupou em ficar famosinho em nível nacional, o segundo preferiu ficar bem conhecido em todos os 52 municípios. O primeiro correu e ainda corre sério risco de ser prejudicado pela prisão de Bolsonaro. Já o segundo, mantém uma distância razoável do imbroxável.

 

Pautas do segundo semestre

Senadores apontam a reforma administrativa e propostas de justiça fiscal como prioridades do Congresso Nacional para o segundo semestre de 2025. Confúcio Moura (MDB-RO) defende ajustes no serviço público e critica distorções salariais.  “Existem temas polêmicos, como esses supersalários. Nós temos que encarar, porque a população exige uma posição do Congresso Nacional articulado com os poderes, no sentido de dar uma certa disciplina nessa questão. Por que que no Brasil castas tão privilegiadas num país tão desigual como o nosso?“.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Maluco, Marcos do Val pede ao STF para não ir para a cadeia

A defesa do senador Marcos do Val (Podemos-ES) protocolou na última quarta-feira (30) um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando um “salvo-conduto” para garantir que o parlamentar não seja preso ao desembarcar no Brasil na próxima segunda-feira (4). Segundo o Uol, o pedido foi dirigido ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e ocorre após o senador ter viajado para Orlando com a família, mesmo sendo alvo de ordem para recolher e cancelar seus passaportes.

O parlamentar, que já teve seus bens bloqueados pelo STF, argumenta em sua defesa que ainda não teve acesso integral à decisão que determinou o bloqueio de seus ativos.

Fora do Brasil, o bolsonarista adotou um tom de desafio ao ministro Alexandre de Moraes e reivindicando seu suposto “mérito” na sanção dos EUA ao ministro e dizendo que lhe daria “voz de prisão por abuso de autoridade.

 

Os advogados afirmam que essa falta de informação levanta “suspeita legítima” sobre uma possível ordem de prisão. “A existência de decisão sigilosa, com vazamento parcial e seletivo à imprensa (situação que, infelizmente, tem sido comum), sem prévia intimação da defesa, somada à ausência de sua disponibilização nos autos atualizados, causa profunda estranheza”, diz a petição.

Marcos do Val está atualmente submetido a severas restrições financeiras: proibido de usar cartões de crédito, manter aplicações ou fazer transferências via Pix. Além disso, recebe apenas 30% de seu salário devido a um bloqueio anterior determinado por Moraes, destinado ao pagamento de multa de R$ 50 milhões por descumprimento de decisões do STF.

O caso ganhou novos contornos quando o senador, mesmo com a determinação de recolhimento de passaportes, conseguiu viajar para os Estados Unidos.

Sua defesa argumenta que o recolhimento de passaportes não implicaria necessariamente em proibição de deixar o país, já que poderia viajar a países do Mercosul usando apenas o RG. Além disso, alegam que o Itamaraty não cumpriu a ordem de cancelar o passaporte diplomático do parlamentar.

Em decisão de 16 de julho, Moraes já havia negado pedido do senador para viajar, afirmando que “cabe ao requerente adequar suas atividades às medidas cautelares determinadas, e não o contrário”. A defesa contesta, afirmando que só foi intimada da decisão quando o senador já estava no exterior, e que seu itinerário nos EUA foi informado com antecedência ao STF e ao Senado.

Marcos do Val é investigado em dois processos no STF: um por suposta tentativa de golpe de Estado (com relatório da PF já concluído há dois anos) e outro por participação em campanha de intimidação a autoridades que atuam em investigações contra Jair Bolsonaro e aliados. Sua defesa alega ainda que até bens de sua filha, que teria cidadania estadunidense e dependeria financeiramente dele, foram bloqueados.

Diario do Centro do Mundo

Coluna Zona Franca

Lula desafiou Trump 

“Ninguém desafiou Trump como o presidente do Brasil”. É esta frase que estampa a última foto publicada pelo The New York Times após Lula conceder uma grande entrevista ao periódico norte-americano. Enquanto muitos líderes mundiais evitam confrontos diretos com TrumpLula adota uma postura diferente: está enfrentando o ex-presidente dos EUA.

Fracasso da extrema direita

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, barba, chapéu e texto que diz "P1O Pro Bass Shops"A taxação de produtos brasileiros assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e publicada pela Casa Branca, deixou exposto Eduardo Bolsonaro, que pode ter sido o grande derrotado da crise diplomática entre Brasil e os estadunidenses. Trump que a relação comercial entre o Brasil e EUA será taxada em até 50%, mas excluiu da medida 694 produtos. Na prática, alguns dos principais setores da economia brasileira – como aço, aeronaves e suco de laranja – mantiveram suas exportações sem tributos adicionais. Na prática, a decisão de Trump contraria o que Eduardo Bolsonaro tem alardeado em suas redes sociais.

Fracasso da extrema direita 2

“O resultado final humilha Eduardo Bolsonaro e o campo bolsonarista. Eles estavam cantando vitória e dizendo que estavam em contato direto com o Trump e no final ficaram para trás. Esses anúncios de hoje vão prejudicar ainda mais os bolsonaristas, pois o setor de carnes é base do bolsonarismo”, afirmou Rudá Ricci, cientista político e presidente do Instituto Cultiva. Para Paulo Roberto de Souza, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) e pesquisador do Instituto Democracia em Xeque, o governo brasileiro teve “uma vitória parcial.”

Fracasso da extrema direita 3

“Dentro do cenário que Trump e a extrema direita brasileira tentou engajar, e que até certo ponto foi referendada na opinião pública de uma semana para cá, houve uma vitória parcial. As exceções estratégicas demonstram que Trump foi bem assessorado em uma separação razoável entre o ataque político e o econômico”, explicou. O cientista político Paulo Nicoli Ramirez, professor da FESPSP, avalia que “Lula sai uma figura mais forte porque tentou um diálogo com os EUA, que não houve porque os EUA não quis, e porque não admitiu intervir no Judiciário, um Poder independente. A família Bolsonaro saiu como grande derrotada, pois agiu contra os interesses nacionais”. (Brasil de Fato)

Trump abranda tarifaço

Os Estados Unidos cumpriram as ameaças que vinham fazendo desde o início do mês em sancionar o Brasil, mas sem a mesma intensidade que os discursos do presidente Donald Trump e seus auxiliares indicavam. Numa só tacada, o Washington oficializou o tarifaço de 50% contra os produtos brasileiros e anunciou que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes foi enquadrado na dura Lei Magnitsky, em uma escalada sem precedentes nos 200 anos de história das relações bilaterais entre Brasil e EUA. Mas, ao contrário do que se esperava, Trump isentou centenas de produtos brasileiros, alguns dos mais estratégicos para a pauta de exportações brasileira — e adiou a entrada em vigor do tarifaço, antes esperado para 1º de agosto e agora programado para o dia 6. Nos dois anúncios oficiais que fez nesta quarta-feira, o governo americano justifica suas decisões citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo a Casa Branca, seria vítima de perseguição política pelo Supremo, com Moraes à frente. Ao fim e ao cabo, o tarifaço parece ter raízes mais políticas do que econômicas. (CNN Brasil e Valor Investe)

Trump abranda tarifaço 2

A ampla lista de isenções do tarifaço americano surpreendeu até os mais otimistas dos exportadores brasileiros. Ao todo, a ordem executiva assinada por Trump lista quase 700 produtos brasileiros que irão ficar de fora das novas tarifas implementadas nesta quarta-feira. Setores estratégicos para a pauta de exportações brasileiras ficarão isentos das sobretaxas, como o suco de laranja, combustíveis, veículos, aviões civis e peças de avião, além de alguns tipos de metais e madeiras. No entanto, o café e a carne não escaparam do tarifaço. A decisão ainda isenta produtos que já estavam em trânsito para os Estados Unidos — desde que cheguem ao país até o dia 5 de outubro —, além de itens que já haviam sido exportados dos EUA para o Brasil e que, por alguma razão, precisem voltar ao destinatário para reparos ou modificação. As estimativas iniciais são de que cerca de 40% de tudo que o Brasil vende para os Estados Unidos não será sobretaxado. (g1)

Trump abranda tarifaço 3

Poucas horas antes do anúncio oficial do tarifaço, o New York Times publicou uma entrevista exclusiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele adotou um tom cauteloso e disse ter procurado os Estados Unidos insistentemente para negociar as tarifas. No entanto, o presidente brasileiro fez questão de reafirmar a defesa da soberania nacional e que não pretende se dobrar diante das ameaças e ações de Trump. “Tenha certeza de que estamos tratando isso com a maior seriedade. Mas seriedade não requer subserviência”, disse Lula em sua primeira entrevista ao jornal americano em 13 anos. (New York Times)

Mauro Vieira e Marco Rubio

Para frustração do deputado Eduardo Bolsonaro— que prometia blindar as autoridades americanas de qualquer diálogo com o Brasil —, o chanceler Mauro Vieira se reuniu nesta quarta-feira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. De acordo com interlocutores do filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo só ficou sabendo do encontro pela imprensa. (Metrópoles)

Tomou Magnitsky e foi ao Itaquerão

Pode ser uma imagem de texto que diz "MAGNITSKY SUPOSITÓRIO SABOR LIMALHA DE FERRO"Parece que Eduardo Bolsonaro já lançou todas as bombas. Talvez lhe resta algumas granadas. Só precisa acertar o alvo pretendido. Pois, até agora, só atingiu a base aliada. Além dos tiros nos próprios pés. Após atingir Alexandre o Grande com uma bomba Magnitsky o mesmo foi ovacionado no estádio do Corinthians. E o papi foi recolhido às 19h aos seus aposentos. Ou seja, perdeu Mané.

Lei Magnitsky

Alexandre de Moraes é o primeiro brasileiro atingido pela Lei Magnitsky, uma legislação criada durante o governo de Barack Obama e que prevê duras sanções contra autoridades envolvidas em corrupção ou ataques aos direitos humanos. Os americanos afirmam que Moraes é responsável por uma campanha “opressiva de censura” e realiza uma verdadeira “caça às bruxas” a Bolsonaro, réu no processo que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. “Alexandre de Moraes se colocou no papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas dos EUA e do Brasil”, disse o secretário do Tesouro americano, Scott BessentSteve Bannon, o principal responsável pela ponte entre os Bolsonaros e Donald Trump, afirmou que “a punição finalmente chegou para Lúcifer”. (Folha)

Lei Magnitsky 2

O governo decidiu que vai tratar das sanções contra de Moraes como um ataque à soberania do país. No Planalto, a estratégia traçada é de que Lula vai seguir publicamente denunciando como um ataque à democracia brasileira a tentativa de interferência em assuntos domésticos. A Advocacia-Geral da União deve contestar nos tribunais internacionais, incluindo na Justiça dos EUA, a sanção contra o ministro. No entendimento da maior parte do STF, essa é a melhor solução para tratar do assunto de forma institucional. No final do dia o Planalto divulgou uma nota assinada por Lula dizendo ser inaceitável a interferência em assuntos internos do país. (Globo)

Idiotas

Existem brasileiros que apoiam o tarifaço. Segundo pesquisa da Quaest, são 19%, predominantemente homens, brancos e se declaram de direita. (g1)

O pior já acabou ?

“A lista de exceções mostrou o peso e a capacidade de mobilização das empresas do setor privado do país. Não ocorreu cataclismo. Mas não dá para achar que o pior já acabou.” (Adriana Fernandes, Folha)

Espírito de corpo

“Quando o STF sofre ataques externos, o espírito de corpo fala mais alto. Na sexta-feira, o plenário deve ser transformado em palco de desagravo a Moraes e ao próprio tribunal.” (Carolina Brígido, Estadão)

Visão distorcida

“Na visão distorcida de Trump, a ação dos Bolsonaros na tentativa de golpe é uma legítima defesa da democracia, como a dele, que incentivou o ataque ao Capitólio.” (Merval Pereira, Globo)

Picanha barata

Alexandre de Moraes foi enquadrado na Lei Magnitsky. Os bolsonaristas estão eufóricos. Mas, olha, saiu também a lista das tarifas americanas contra o Brasil. A montanha pariu um rato. E o resultado disso tudo vai ser picanha barata no prato dos brasileiros, Lula fortalecido e, acreditem, os Estados Unidos enfraquecidos. Opinião de Pedro Doria.

COP30

Pode ser uma imagem de texto que diz "ACOMODAÇAO PARA COP30 DELEGAÇÕES COMITIVAS EMPRESAS FACASUARESERVA FACA SUA RESERVA"O escritório climático da ONU realizou uma reunião urgente sobre preocupações com as taxas altíssimas de acomodação para a COP30, em Belém (PA), que podem deixar os países mais pobres fora das negociações. Países em desenvolvimento alertaram que não podem arcar com os preços das acomodações, que dispararam devido à escassez de quartos. No encontro, o Brasil se comprometeu em abordar a questão e apresentar um relatório em outra reunião, em 11 de agosto. A organização corre para expandir os 18 mil leitos de hotel normalmente disponíveis em Belém para acomodar cerca de 45 mil pessoas que devem comparecer à conferência climática. Imobiliárias estão anunciando vagas com diárias mínimas de R$ 3 mil reais. (Guardian)

Lula lidera com folga

Nova pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quarta-feira (31) mostra que o presidente Lula (PT) lidera com folga as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026 em todos os cenários simulados. No primeiro turno, o atual mandatário aparece com 48,5% das intenções de voto em dois cenários distintos: um contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) e outro contra Michelle Bolsonaro (PL).

Lula lidera com folga 2

No cenário com Tarcísio, o governador de São Paulo tem 33%, enquanto os demais candidatos somam 15,7%. Apenas 2,8% dos entrevistados afirmaram não saber em quem votar ou disseram que votariam branco ou nulo. A vantagem de Lula nesse caso é de 15,5 pontos percentuais, crescimento de 4,9 pontos em relação à pesquisa anterior. Veja aqui a íntegra da pesquisa.

O Deserto de Akin

Criado em 2013, o programa Mais Médicos trouxe milhares de profissionais cubanos para o Brasil; cinco anos depois, antes da posse de Jair Bolsonaro, Cuba os chamou de volta. Esse é o pano de fundo de O Deserto de Akin, destaque nas estreias desta quinta-feira nos cinemas. Um jovem médico precisa decidir entre voltar para seu país e seguir sua carreira ou ficar no vilarejo brasileiro onde criou raízes e amores.

Paulo Afonso deixa SECOM

Pode ser uma imagem de 2 pessoas, sala de redação e texto que diz "eumatourinho 9 川 The Worship Initiative, Shan... Meu amigo @pauloafonso.ml no dia da posse estávamos lado a lado Obrigada pelo privilégio de conviver com VC por 7 meses como colegas e pelo extraordinário trabalho Siga feliz VC merece"A decisão partiu do próprio Paulo Afonso, que focará na gestão de seus negócios. Administrador com larga experiência em comunicação e marketing, passando por empresas de grande importância e liderando grandes marcas, Paulo Afonso anunciou, nesta quarta-feira (30), sua saída da função de Secretário Municipal de Comunicação da Prefeitura de Porto Velho. A decisão foi tomada por iniciativa própria, com o objetivo de se dedicar integralmente aos seus negócios no setor privado. Durante os sete meses à frente da pasta, Paulo liderou importantes avanços na comunicação institucional da gestão do prefeito Léo Moraes. Entre as principais conquistas, destacam-se o lançamento da nova marca e identidade visual da Prefeitura, a aproximação com os veículos de imprensa locais, a modernização dos processos de atendimento à mídia e a consolidação de uma
linguagem mais acessível, dinâmica e conectada com os novos tempos, por meio dos canais digitais oficiais.

Paulo Afonso deixa SECOM 2

Um dos marcos da gestão foi a transformação da então Superintendência de Comunicação em Secretaria, o que proporcionou maior autonomia administrativa e institucional à comunicação pública municipal, fortalecendo sua atuação estratégica dentro da estrutura de governo. “Saio com o coração tranquilo e grato por tudo que construímos juntos. Tenho orgulho da equipe que formamos, de sua conduta ética, espírito inovador, compromisso diário com a excelência e respeito à população. Levo comigo as melhores lembranças e o sentimento de missão cumprida”, afirmou Paulo Afonso. O ex-secretário também fez questão de agradecer aos veículos de imprensa e aos profissionais da comunicação pela relação de respeito e parceria ao longo do período. “Nossa comunicação pública só
foi possível graças ao diálogo franco com a imprensa e com todos que reconhecem a importância de informar com responsabilidade”, destacou. Afonso é constantemente citado por colegas como uma liderança inspiradora, reconhecido não apenas pela capacidade de conduzir equipes com excelência, mas também pelo respeito e cordialidade com
que mantém o relacionamento tanto internamente quanto com os profissionais da imprensa. Agradeceu ainda ao prefeito Léo Moraes pela confiança depositada e reforçou sua torcida pelo sucesso da gestão. “Mantenho meu compromisso com a cidade e com a boa comunicação“.

Policlínica Ana Adelaide ganha Raio-X

Pode ser uma imagem de 2 pessoas, raio-x e textoO prefeito de Porto Velho Léo Moraes, entregou o sexto aparelho de Raio-X em uma unidade de saúde do município desde o início do ano. Dessa vez, a Policlínica Ana Adelaide foi a beneficiada com essa entrega, que reduzirá a fila de atendimento e vai melhorar o serviço prestado à população. Essa unidade de saúde estava há vários anos apresentando problemas consecutivos relacionados à quebra do aparelho de Raio-X, que é um equipamento de extrema importância para o diagnóstico de pacientes acidentados que dão entrada na Policlínica Ana Adelaide. De acordo com o prefeito Léo Moraes, a instalação do Raio-X era uma reivindicação antiga, tanto da sociedade quanto dos profissionais de saúde que atuam nesse espaço, e que agora foi atendida.

Policlínica Ana Adelaide ganha Raio-X 2

“Agora é mais modernidade para atender você e sua família. Por conta dos avanços que tivemos no atendimento a população, hoje o Ana Adelaide atende muito mais pessoas, quando comparado com anos anteriores. E naturalmente, pela falta de estrutura física histórica, carecemos de espaço adequado. E esse novo aparelho é resultado de um trabalho de gestão, que em pouco tempo tem conseguido realizar entregas na nossa cidade.
Falta muita coisa? Sem dúvida, mas agora quem precisa de raio-x tem um novinho e sem aquele risco de ouvir durante meses que tá quebrado”, postou Léo Moraes.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Lula lidera com folga no 1º turno e vence todos os adversários no 2º em 2026, diz Atlas

Nova pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quarta-feira (31) mostra que o presidente Lula (PT) lidera com folga as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2026 em todos os cenários simulados.

No primeiro turno, o atual mandatário aparece com 48,5% das intenções de voto em dois cenários distintos: um contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) e outro contra Michelle Bolsonaro (PL).

No cenário com Tarcísio, o governador de São Paulo tem 33%, enquanto os demais candidatos somam 15,7%. Apenas 2,8% dos entrevistados afirmaram não saber em quem votar ou disseram que votariam branco ou nulo. A vantagem de Lula nesse caso é de 15,5 pontos percentuais, crescimento de 4,9 pontos em relação à pesquisa anterior.

Intenção de voto para presidente em cenário com Lula – Foto: AtlasIntel

Contra Michelle Bolsonaro, Lula mantém os mesmos 48,5%, enquanto a ex-primeira-dama aparece com 29,7%. Outros candidatos somam 20,5% e 1,6% dos eleitores não souberam responder ou declararam voto branco ou nulo.

Lula lidera intenções de voto para presidente em 2026 com 48,5%, seguido por Michelle Bolsonaro (29,7%) – Foto: AtlasIntel

Já em um cenário sem Lula, com Fernando Haddad (PT) como candidato, o ministro da Fazenda empata tecnicamente com Tarcísio: 34,2% contra 33,8%. Ciro Gomes (PDT) surge com 8,5% e os demais candidatos somam 14%. Indecisos ou votos brancos e nulos chegam a 9%.

Intenção de voto em cenário sem o presidente Lula – Foto: AtlasIntel

Nos cenários de segundo turno, Lula também vence todos os possíveis adversários, incluindo Jair Bolsonaro. Contra o ex-presidente, o petista tem uma vantagem de 3,8 pontos percentuais, que cresceu 2,3 pontos entre junho e julho, segundo o levantamento.

Lula lidera em todos os cenários de 2º turno na disputa pela Presidência em 2026 – Foto: AtlasIntel

A pesquisa AtlasIntel ouviu 7.334 adultos no Brasil entre 25 e 28 de julho de 2025, por meio de recrutamento digital aleatório (RDR), que garante anonimato e reduz vieses. A margem de erro é de ±1 ponto percentual, com 95% de confiança. A amostra é representativa por sexo, renda e região.

Fonte:

Deputados da Amazônia estão entre os que mais gastaram cota parlamentar em 2025

No primeiro semestre de 2025, segundo dados disponibilizados pelo site Congresso em Foco, deputados federais da Amazônia estão entre os que mais gastaram cota parlamentar. Roraima, Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, e Maranhão ficaram entre os dez Estados com maiores gastos somados do cotão.

O líder do ranking é o deputado Nicoletti (União Brasil/RR), com gastos de quase R$ 335 mil no primeiro semestre deste ano. Já em Rondônia, o deputado Fernando Máximo, também do UB, usou, da cota parlamentar, R$ 309,8 mil, ficando com a terceira colocação dos parlamentares que mais gastaram.

Completam a lista de deputados da Amazônia que mais gastam o cotão Helena Lima (MDB/RR) e Gabriel Mota (Republicanos/RR), e Coronel Chrisóstomo (PL/RO). As cotas parlamentares são reembolsos que o Congresso paga aos deputados para cobrir gastos do exercício do mandato, tendo como referência os preços de viagens aéreas, mas a maior fatia do fundo vai para a divulgação da atividade parlamentar.

Revista Cenarium

Trump lista quase 700 exceções e tarifaço vira piada nas redes: “Arregou”

O decreto que eleva para 50% as tarifas sobre importações brasileiras, assinado pelo presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (30), tem quase 700 itens isentos da taxa e virou piada nas redes sociais. A medida, que entra em vigor em sete dias, vem acompanhada de uma lista de exceções que beneficia setores como aviação civil, mineração e alimentos, amenizando o impacto econômico inicialmente projetado.

O comunicado oficial da Casa Branca justifica a decisão como resposta a políticas brasileiras que constituiriam “uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.

O texto faz menção direta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando o governo brasileiro de adotar medidas que “infringem os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos norte-americanos e violam os direitos humanos”.

Os mercados reagiram com volatilidade ao anúncio. As ações da Embraer, que teria sido uma das mais afetadas sem as isenções, dispararam 10% após a divulgação da lista de produtos excluídos das tarifas. O dólar, que chegou a atingir R$ 5,617, recuou para R$ 5,536 com a notícia das exceções. O ferro-gusa, matéria-prima essencial para a indústria siderúrgica estadunidense, também ficou de fora do pacote de tarifas, atendendo a demandas de empresas como a Steel Dynamics, quarta maior produtora de aço dos EUA.

O mecanismo de aplicação estabelece que as novas tarifas representam um acréscimo de 50% sobre os valores já cobrados. No caso do etanol, por exemplo, a alíquota total saltará de 12,5% para 52,5% a partir de agosto.

O decreto prevê que as medidas entrem em vigor em sete dias, aplicando-se a mercadorias registradas para consumo após 12h01 do horário do leste dos EUA, com possibilidade de revisão caso o Brasil “se alinhe” aos interesses estadunidenses ou de aumento em caso de retaliação.

No X, usuários já colocaram termos como “laranjão arregou” e “arregão” entre os assuntos mais comentados. “O tarifaço virou tarifinho”, ironizou uma usuária sobre a taxa que não será aplicada aos produtos que o Brasil mais exporta aos EUA. O adiamento da medida em uma semana também foi ironizada.

“Pelo visto o Lula sabe de fato jogar truco, não arregou em nenhum momento”, escreveu um tuiteiro relembrando a fala do presidente Lula (PT) afirmando que iria “pedir 6” se Trump seguisse com a “cartada”.

Veja as reações: 

 

 

 

 

 

 

 

 

PF investiga ligação de doadora de Tarcísio com lavagem de dinheiro do PCC

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Pecuarista que doou R$ 500 mil à campanha do governador de SP é suspeita de movimentar R$ 1,4 bilhão em nome de esquema do tráfico internacional de drogas

A Polícia Federal investiga a pecuarista Maribel Schmittz Golin, de 59 anos, uma das principais financiadoras da campanha eleitoral de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo em 2022, por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação foi revelada em reportagem publicada nesta quarta-feira (30) pela Folha de S.Paulo.

Maribel doou R$ 500 mil à campanha de Tarcísio, em duas transferências — R$ 100 mil em 26 de agosto de 2022 e R$ 400 mil em 6 de outubro do mesmo ano, segundo dados declarados à Justiça Eleitoral. Trata-se da sexta maior doação recebida pelo então candidato, que teve mais de 600 doadores. Em nota, a assessoria do governador afirmou que ele “não possui qualquer vínculo com a doadora citada” e que a campanha foi conduzida “com total respeito às leis eleitorais”.

O nome de Maribel surgiu nas investigações da Operação Mafiusi, deflagrada pela PF no fim de 2024 para desarticular um esquema de envio de cocaína pelo porto de Paranaguá (PR) para a Europa, em parceria entre o PCC e a máfia italiana ’Ndrangheta. A PF cita a pecuarista em ao menos quatro transações com Willian Barile Agati, apontado como integrante da facção criminosa. Barile foi preso em janeiro e denunciado à Justiça Federal no Paraná por tráfico de drogas, associação para o tráfico, obstrução da Justiça e organização criminosa.

Entre as transações suspeitas estão a venda de um apartamento por R$ 3 milhões em Santo André (SP), embora o imóvel tenha valor venal de apenas R$ 881 mil, e outro caso semelhante envolvendo um imóvel de R$ 106 mil registrado como vendido por R$ 250 mil. Há ainda três transferências entre quatro empresas de Maribel e Barile que, somadas, chegam a R$ 3,5 milhões.

O relatório da Polícia Federal afirma que “as transações comunicadas no RIF sugerem fortemente a ocorrência de lavagem de dinheiro clássica, relacionada a imóveis”. Segundo a investigação, Maribel possui quatro empresas, todas sem funcionários registrados, mas que movimentaram mais de R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2022 — fator que chamou a atenção dos investigadores.

Apesar da citação de Maribel como investigada, o nome de Tarcísio de Freitas e as doações eleitorais não aparecem no relatório da PF. O controle financeiro da campanha do governador foi realizado por seu cunhado, Maurício Pozzobon Martins, que chegou a ser indicado para cargo no Palácio dos Bandeirantes, mas teve o nome retirado após críticas por nepotismo. Atualmente, ele trabalha no gabinete do deputado estadual Danilo Campetti (Republicanos).

Folha tentou contato com Maribel, que inicialmente afirmou que sua assessoria se manifestaria, mas não houve retorno. Por mensagens de WhatsApp, ela negou qualquer envolvimento com os crimes: “Não tenho nenhum tipo de envolvimento com isso”.

Outro trecho do relatório policial menciona a atuação de Joselito Golin, marido de Maribel, em parceria com Barile. Um colaborador da PF afirmou que Joselito “esquentava dinheiro dentro da igreja do pastor Valdemiro”, em referência à Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada por Valdemiro Santiago. A reportagem procurou o pastor por meio de sua igreja, mas não obteve resposta.

Maribel e Joselito fazem parte do Grupo Golin, conglomerado do setor pecuário com atuação no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. O grupo ganhou notoriedade no passado ao adquirir as Fazendas Reunidas Boi Gordo, pouco antes da falência da empresa, que revelou um esquema de pirâmide financeira e causou prejuízos a milhares de investidores.

As investigações seguem em curso na PF do Paraná, na fase de inquérito, enquanto a Justiça analisa a denúncia contra Barile e outros suspeitos. A movimentação bilionária de recursos por parte de Maribel ainda está sob análise, mas os investigadores apontam forte indício de relação com o tráfico internacional de entorpecentes.

Do Brasil 247 e da

“Estamos abrindo portas”, diz Jaques Wagner sobre tarifaço

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que está em missão oficial nos Estados Unidos para tentar reverter a sobretaxa de 50% imposta a produtos brasileiros, afirmou que a comitiva está focada em “abrir as portas” e intensificar o diálogo. Ele falou com a imprensa nesta terça-feira, 29, entre agendas.

“Se você perguntar: tem expectativa imediata? Imediata, não, mas a política é isso mesmo. A gente sai para pescar todo dia, nem todo dia pesca um bom peixe. Mas, se não sai para pescar, não leva peixe nunca. Nós estamos vindo, abrindo portas, conversando”, declarou.

O senador ressaltou que a missão é um processo contínuo: “Estamos fazendo o serviço completo. Falamos com os empresários ontem, aqui vamos falar com a classe política. Estamos acumulando conquistas, abrindo diálogos, fazendo networking.”

A missão, que reúne oito senadores de diferentes partidos, segue até quarta-feira (30) quando às 10h15 os parlamentares participam de coletiva de imprensa na Embaixada do Brasil em Washington, com balanço da missão.

Coluna Zona Franca

Lula 2026

Se Lula estiver bem de saúde ele disputará a reeleição e vencerá no primeiro turno. Porém, a coluna não enxerga o presidente na disputa. Será candidato ao Senado Federal ou impedido por forças alheia à vontade dele. Na verdade, Lula não precisa provar mais nada. É o melhor presidente que este país já teve. Neste momento estamos assistindo ao vivo o Brasil sair do mapa da fome. Isso é incrível. É claro que ainda tem 2,5% da população que ainda não tem as três refeições por dia, mas, calma. Ainda temos mais de um ano de Lula na presidência. Se o Dick Vigarista não colocar o carro de Lula prá fora da pista, ao final de 2026 ninguém estará mais com fome e desempregado. É impressionante a determinação do presidente Lula em perseguir a redução das desigualdades. Todos os dias lança um novo programa social, uma nova obra, melhorando dia a dia a vida das pessoas.

Extrema bandidagem

No Brasil, o que está em jogo é a manutenção da mamata das emendas secretas, cujo destino são os bolsos de políticos ladrões. A ascensão de Lula ao poder travou os repasses milionários que abasteciam até o PCC. As ações fulminantes do ministro Flávio Dino (STF), atingiram em cheio deputados e senadores larápios. É por isso que o Congresso Nacional até agora não entrou em campo contra o tarifaço de Trump. Por isso também que Hugo Motta sequer fez alguma crítica à Eduardo Bolsonaro, muito menos indicou que poderá cassa-lo. A impressão que dá é que Motta deseja pautar tanto a anistia quanto o impeachment de Lula, com apoio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esse é o quadro atual.

Lula cobra respeito de Trump

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "The New CheAewHorkGimes York Times O Brasil vai negociar como um país soberano"Às vésperas da entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros, o presidente Lula fez um apelo direto ao povo americano e enviou um recado claro ao ocupante da Casa Branca: quer diálogo, mas não aceitará intimidação. “Tenha certeza de que estamos tratando isso com a máxima seriedade. Mas seriedade não exige subserviência”, afirmou Lula em entrevista ao jornal The New York Times, publicada nesta quarta-feira (30). “Eu trato todos com grande respeito. Mas quero ser tratado com respeito.”

Lula cobra respeito de Trump 2

A declaração foi dada em um momento de forte tensão entre os dois países. Trump confirmou que as novas tarifas entram em vigor nesta sexta-feira (1º), sob a justificativa de que o governo brasileiro estaria promovendo uma perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político. Lula rejeita a alegação. “Talvez ele não saiba que aqui, no Brasil, o Judiciário é independente”, disse. (Congresso em Foco)

Enquanto isso nos EUA…

No Brasil o preço da carne caiu pela metade. O povo tá comendo picanha como nunca. Mas, nos Estados Unidos a carne bovina já está pesando no bolso nos Estados Unidos. A proteína animal favorita do país atingiu preços recordes, e a previsão de tarifas de 50% sobre produtos do Brasil, o maior exportador mundial, agrava ainda mais a inflação do alimento. O encolhimento dos rebanhos locais também está entre os principais fatores para a alta.

Enquanto isso nos EUA…2

Analistas norte-americanos estimam que a pressão sobre os preços deve continuar. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que reúne empresas como JBS e Marfrig, projetaram nesta terça-feira perdas de até US$ 1 bilhão caso a tarifa de 50% entre em vigor. (Metropoles)

Isenção para café e cacau

A 72 horas da entrada em vigor do tarifaço americano de 50% contra os produtos brasileiros vendidos para os Estados Unidos, finalmente veio uma notícia oficial de Washington que animou os exportadores brasileiros. Em entrevista à rede americana CNBC, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que os produtos alimentícios que não são produzidos internamente no país podem ser isentos de tarifas de importação. Entre eles estariam alimentos estratégicos para os exportadores brasileiros, como café, frutas tropicais, sucos — como o de laranja — e óleo de palma. Lutnick, no entanto, não citou se o Brasil poderia se beneficiar dessa decisão. (Folha)

Canal de diálogo

Seguem as tentativas do governo brasileiro de abrir um canal de diálogo com a Casa Branca. De acordo com interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há disposição de Brasília para realizar uma ligação direta com o presidente americano. Segundo diplomatas, Trump, no entanto, parece não se mostrar aberto a uma conversa com Lula. O temor do Itamaraty é que o presidente americano trate o presidente brasileiro da mesma forma como tratou o ucraniano Volodymyr Zelensky ou o sul-africano Cyril Ramaphosa. A avaliação dos diplomatas é de que um contato direto só pode ser feito após um acerto prévio entre Brasília e Washington. (g1)

Canal de diálogo 2

“Tem uma falsa discussão na praça sobre se Lula deveria ou não ligar pro Trump. Pq ela é falsa? Pq essas coisas não acontecem num passe de mágica,menos ainda quando o lado agressor está fincado na sua posição. É uma armadilha da oposição!” (Renata Lo Prete)

Retaliação descartada

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou ontem a possibilidade de o Brasil retaliar os produtos americanos importados pelo país nas mesmas condições impostas por Donald Trump. De acordo com o ministro, devolver o tarifaço na mesma moeda não está no cardápio de opções do governo para responder ao imbróglio tarifário. “Estamos pensando no povo brasileiro”, afirmou. O ministro defendeu que as tratativas para resolver o problema devem seguir um protocolo diplomático. “Você não vai querer que o presidente Lula se comporte como o Bolsonaro, abanando o rabo e falando ‘I love you’”, disse o ministro. (CNN Brasil)

Telefonema inviável

O líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), que está em Washington, considerou inviável o telefonema entre Lula e Trump antes da entrada em vigor das tarifas. “Não vamos resolver isso até o dia 1º. É sexta-feira. O encontro de dois presidentes da República não se prepara da noite para o dia”, disse ele. (Estadão)

Gangues políticas

Trump quer vassalagem, em especial no quintal americano. Quer mostrar que vão custar caro tentativas de punições legais de golpistas como ele e Bolsonaro. Chegamos ao ponto de gangues políticas e partidos organizarem um ataque estrangeiro contra o país. O país decente que resta precisa discutir como isolar esse bando.” (Vinícius Torres Freire, Folha)

                             Que continuem calados

Pode ser uma imagem de 3 pessoas e texto que diz "Se os políticos do PL cassem de boca fecha por 30 dias, O Brasi melhoraria muito."Esses três parlamentares estão fazendo um grande favor para a população brasileira ficando calados. Continuem assim. Principalmente o deputado coronel Chrisostomo (PL-RO) que deseja a volta da ditadura militar. O regime que instituiu o AI5, que proibia as pessoas de se manifestarem livremente. Risos.

                                  Presidente da CBF

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, a deputada federal, Helena da Asatur (MDB) e o marido dela, o empresário Renildo Lima, foram alvos de busca e apreensão numa operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (30) que investiga compra de votos nas eleições municipais de 2024, em Roraima. A Operação Caixa Preta tem o objetivo de investigar suspeita da prática de crimes eleitorais em Roraima. Outros sete mandados de busca e apreensão são cumpridos na operação. Agentes da PF estiveram na casa de Xaud e também na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A Justiça também bloqueou R$ 10 milhões nas contas dos investigados. Prá variar, bolsonaristas.

Até tu, Izalci?

O probo senador não passa de um escroque. A decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou a relação do senador bolsonarista Izalci Lucas (PL-DF) com o esquema de emendas parlamentares em associações voltadas para os e-sports no no Distrito Federal, nesta quarta-feira (30). Segundo a peça, a Associação Moriá recebeu R$ 6,8 milhões em emendas parlamentares, sendo que mais de R$ 3 milhões já haviam sido pagos. A apuração da Polícia Federal (PF) aponta indícios de que o dinheiro público pode ter sido usado fora da finalidade prevista, alimentando ações político-eleitorais de base bolsonarista, sob o disfarce de projetos sociais.

Até tu, Izalci? 2

O caso lança luz sobre o uso de emendas parlamentares como moeda de troca para manutenção de influência política, especialmente em redutos bolsonaristas. Izalci Lucas, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e influente no DF, é apontado como o autor das emendas que beneficiaram a entidade. A petição argumenta que a Moriá foi alvo de busca e apreensão.

Máximo cuidado

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "MÍDIA .com.br RONDÔNIA NOTICIAS EM PRIMEIRA MAC POLÍTICA Jornal denuncia corrupção na Saúde envolvendo deputado Fernando Máximo"O governadorável Fernando Máximo (União Brasil) já está sentindo na pele o quanto vai ter que enfrentar até às eleições de 2026. Os ataques só estão começando. Uma reportagem publicada pelo jornal Rondoniagora nesta terça-feira (29) traz graves denúncias de corrupção na área da Saúde pública de Rondônia, com foco em supostos crimes cometidos durante a pandemia da Covid-19. O texto aponta o deputado federal Fernando Máximo  e o governador Marcos Rocha (União Brasil) como protagonistas de um esquema que envolve fraude em contratos, compra superfaturada de testes e uso político de uma obra que nunca saiu do papel: o Hospital de Urgência e Emergência (HEURO).

Máximo cuidado 2

Segundo a reportagem, Fernando Máximo, que foi secretário de Saúde do Estado durante o auge da pandemia, negociou e pagou antecipadamente R$ 3 milhões por 100 mil kits de testes rápidos para Covid-19 adquiridos de uma empresa sem registro na Anvisa e sem capacidade técnica para fornecimento. O material, conforme apurado pela Polícia Federal na Operação Polígrafo, não funcionava. Em seu depoimento à PF, Máximo teria demonstrado desprezo pela vida humana, ao afirmar: “iriam morrer de qualquer forma”, ao justificar a compra dos testes ineficazes.

Máximo cuidado 3

A primeira fase da Operação Polígrafo, segundo o Rondoniagora, revelou indícios de corrupção ativa e passiva envolvendo empresários e gestores da Secretaria de Saúde (Sesau). Na segunda fase, em agosto de 2022, apurou-se que a contratação da empresa já teria sido pré-direcionada, com pagamento de propina estimado em R$ 450 mil. Já na terceira fase, realizada em 16 de agosto, Máximo foi apontado como principal responsável pela aquisição irregular dos testes e pela utilização de um avião do Corpo de Bombeiros para buscá-los, demonstrando abuso de recursos públicos.

Máximo cuidado 4

Além das denúncias na pandemia, a matéria relembra o que o jornal chamou de “grande farsa do HEURO”, hospital que substituiria o precário Pronto-Socorro João Paulo II. Em 2020, Fernando Máximo e o governador Marcos Rocha chegaram a anunciar com entusiasmo o lançamento da pedra fundamental da obra, utilizando maquinários do próprio Estado para simular o início da construção. Segundo a reportagem, eles sabiam que o hospital jamais seria erguido. A matéria critica a tentativa de capitalização eleitoral por parte de Fernando Máximo, que, mesmo sob investigação, mantém presença ativa em eventos religiosos, onde costuma chorar durante orações e usar a fé como plataforma política.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Barra de São Miguel celebra 62 anos com shows de grandes atrações musicais

A cidade de Barra de São Miguel se prepara para comemorar em grande estilo os seus 62 anos de Emancipação Política. A festa está marcada para o dia 2 de agosto, a partir das 21h, na Praça de Eventos.

Entre as atrações confirmadas estão Kiko Chicabana, Eliane, Anna Catarina e David Silva, que prometem uma noite repleta de música e alegria. O evento é uma oportunidade para celebrar a história e o desenvolvimento do município com muita diversão.

A comemoração não se limita à música, mas simboliza também o orgulho e a identidade de um povo que acompanha de perto o crescimento e as transformações do município.

Politica Alagoana

Rússia afirma que acordo entre EUA e UE pode levar à desindustrialização europeia

Washington e Bruxelas chegaram a um acordo para diminuir as tarifas das exportações europeias

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou, na última segunda-feira (28), o acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE). De acordo com ele, a Europa está ameaçada pelo aumento dos preços da energia e pela saída de investimentos para a indústria e a agricultura.

O chanceler russo alertou que o custo do fornecimento de energia dos EUA será significativamente maior do que o dos recursos russos, gerando consequências graves para a produção europeia.

“É evidente que tal abordagem levará a uma maior desindustrialização da Europa e à saída de investimentos da Europa para os Estados Unidos. Isso será um golpe muito forte, em primeiro lugar, para os preços da energia e para a saída de investimentos, para a indústria e a agricultura europeias”, afirmou Lavrov.

Anteriormente, os EUA e a UE anunciaram um acordo comercial para diminuir de 30% para 15% as tarifas da maioria das exportações europeias para os EUA. Além disso, os europeus concordaram em comprar recursos energéticos dos americanos por US$ 750 bilhões e investir outros US$ 600 bilhões em sua economia.

De acordo com a declaração de Donald Trump, Bruxelas também comprará uma “quantidade massiva” de equipamentos militares de Washington. Ao mesmo tempo, a Europa abrirá seus mercados às exportações americanas com alíquota zero.

Ao comentar as declarações dos líderes de vários países europeus sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato na Ucrânia, Lavrov observou que, dessa forma, a Europa quer ganhar tempo para incrementar o envio de armas à Ucrânia.

“Essas pessoas agora nos pedem, exigem que cessemos fogo imediatamente e deixemos tudo como está, para que possam novamente obter um alívio para seus clientes em Kiev e continuar a fortalecê-los”, disse Lavrov.

Quem também se manifestou sobre o novo arranjo comercial entre UE e EUA foi o ex-presidente e atual vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev. Segundo ele, o acordo comercial EUA-UE possui um caráter “antirrusso por natureza” devido à recusa dos europeus em aceitar o fornecimento de combustível russo.

“Devemos admitir que, apesar de sua extrema inconsistência em declarações e ações, ele é muito consistente em uma coisa: Trump está pressionando duramente os interesses econômicos de seu país”, escreveu Medvedev em seu canal do Telegram.

As movimentações dos EUA acontecem em meio à recente declaração de Donald Trump de que poderia reduzir o prazo para aplicação de “tarifas secundárias” de 100% à Rússia e seus parceiros comerciais, caso não houvesse avanço nas tratativas de paz com a Ucrânia em 50 dias. Nesta terça-feira (29), o presidente estadunidense decretou o início do prazo de 10 dias .

Brasil de Fato

MEMORIAL DE DEFESA DE TESE – CONCURSO DE TITULARIDADE EDUCAÇÃO PARA ALÉM DA EXCEÇÃO

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(Vinício Carrilho Martinez – 30/07/2025)
(https://www.youtube.com/live/LTTzeX_TfWw)

Dedico esse momento, esse trabalho que vem concluindo
minha paixão pela academia, ao meu irmão, Wagner, por
sempre ter sido meu maior amigo. Onde estiver, tem meu
coração.

Filho de Ogum, filho de Saturnino e Dalva, não poderia faltar
energia e perseverança. Aos meus pais, onde estiverem.

À Fátima, do amor que vai e volta, e que sempre fica.

E que este trabalho seja claro como um espanhol, firme no
calor do meio dia, com veredas e enlaces, mas sem que reste
uma única sombra de dúvidas do que almejei.

Dedico esse texto final a todas e todos que fizeram e fazem
parte do meu crescimento nas certezas aqui defendidas.

Boa tarde a nós aqui presentes. Que sejam momentos de grande aproveitamento e
aprendizagem. Aliás, devo dizer que minha ansiedade, anterior a este momento, é ainda
mais respeitosa pela pronta aceitação de vocês para uma melhore, apreciação deste
trabalho a ser agora avaliado.
Neste breve início gostaria de ressaltar a grandeza que emprestam à minha sessão
pública de defesa do concurso para a titularidade. O conhecimento que vocês sempre
propuseram, podem apostar, está contido nesta tese.
Assim, agradeço, nominalmente, aos professores:

● José Carlos Rothen (presidente da banca)
● Ingo Wolfgang Sarlet
● Marco Antonio Domingues Teixeira
● Abili Lázaro Castro de Lima
● Sebastião Pinto

Lembrando que esta tese é em Educação, e não propriamente em Direito, mMinha
tarefa á é apresentar e resumir a tese proposta, de uma plauossível Educação para além
da exceção – como contribuição à melhor edificação da dignidade humana, em garantia e
aprofundamento da consagração dos direitos humanos fundamentais, com destaque ao
direito à Educação, e em conformidade aos melhores e maiores ideários que provém da
emancipação humana. Que assim seja…
No entanto, podemos dizer que 2025 tem sido um dos anos de maior desafio para
a superação ou, ao menos, oposição aos fatos, efeitos e consequências do que
denominamos de exceção ou “normalização da exceção” – na prática, equivale a dizer
que a exceção se consubstancia como regra, na base conceitual, cultural, epistemológica
do senso comum.
Os conflitos ressaltados na tese ainda se manifestam ou até mesmo se
agudizaram:, a aceitação com normalidade da exceção se vê quase como senso comum
– no pior sentido, sem que se destaque nenhum Bom Senso.
Nesse contexto, aA tese objetiva apontar elementos de uma Educação para além
da exceção e, neste sentido, destaca-se uma Educação anticapitalista (antirracista), em
que não se promova o sionismo de Estado e muito menos o antissemitismo, bem como se
avolume uma educação democrática, apontada para a autonomia e a emancipação, pois,
afinal, trata-se de uma Luta pelo direito – especialmente se observarmos a Constituição
Federal de 1988 e os equipamentos trazidos como aprofundamento do discrímen (aqui,
apresentado como sinônimo de “excepcionalidade” e, portanto, antítese da exceção) –
porquee, como sabemos, toda luta política ocorre em meio à luta de classes.
Portanto, a antítese desta tese tanto é a sociedade envolta em mecanismos de
exceção e de exclusão, tanto quanto será o discrímen – uma vez que, sempre que este
for acionado, será em resposta a alguma injustiça, iniquidade, abuso de poder ou desídia.

É certo que o discrímen combate resultados da exceção, mas seu uso nos indica que a
exceção (a exclusão da injustiça social) se prefigurou como regra e, assim, embora seja o
equipamento político-jurídico disponível (como políticas públicas ou Políticas de Estado),
seu acionamento já nos esclarece sobre a ação da desigualdade e a negação da
equidade. Com este objetivo maior foi que organizamos a tese em oito capítulos – os
apêndices ou reforçam o argumento ou atualizam um ou outro aspecto. Os capítulos são
os seguintes:
1. Capítulo 1 – Educação Para Além dDo Capital
2. Capítulo 2 – Sociologia Política da Educação
3. Capítulo 3 – Consciência é a Consciência da Consciência Política
4. Capítulo 4 – Educação Para Além dDa Exceção – Técnicas dDe Estado
(exceptio e dominus)
5. Capítulo 5 – Mutações Estatais E e SistêmicaaSistêmicas
6. Capítulo 6 – A Excepcionalidade como Normalidade. Do Homo Sacer ao
Homem Médio
7. Capítulo 7 – Estado de Exceção no Século XXI
8. Capítulo 8 – O Qque Fazer

No quadro geral, podemos inferir que, conceitualmente, o objeto da Educação para
além da exceção é a “normalização da exceção” – sendo que esta se define pela
interiorização por meio dae aceitação acrítica das formas mais sutis ou mais agressivas
dos meios e mecanismos de exceção – exclusão. Basicamente, utilizamos a dedução e a
intuição, no que entendemos ser a revisitação ao objeto, às produções anteriores, mas
com avaliação crítica e liberdade criativa a fim de reposicionarmos alguns dos principais
elementos no atual contexto de 2025. Dessa forma, Aa fim de visualizarmos em maior
profundidade este objeto, confeccionamos enlaces entre os capítulos anunciados, como
veremos.
No capítulo um recuperamos um clássico contemporâneo, que é a Educação para
além do capital, de Mészáros. Não se trata, evidentemente, de apontar toda a crítica ao
capital – nem é nosso propósito na tese – mas, sim, de trazer ao debate pelo menos um
ponto que julgamos essencial: entender que a injustiça social, a desigualdade, a opressão
de classe, são a matriz da regra capitalista e não sua exceção.

Daí o emprego do discrímen, não como solução, porém, enquanto remédio jurídico
e social.
A “Lei do mais forte” imposta no mundo do trabalho, com estofo no Princípio da
Hierarquia, não é um princípio do coronelismo, insumo do assédio laboral ou qualquer
desvio moral, porquanto traz como disciplina os regulamentos da produção capitalista:
mesmo a melhor empresa do mundo para se trabalhar, a mais organizada, sem desvios
de conduta, ainda terá a vigência da “Lei do mais forte” – qual seja, a exploração da força
de trabalho, a obtenção de mais-valia – seja por meio dno trabalho vivo (intelectual), seja
na exploração do trabalho morto (aportado nos serviços, produtos e mercadorias).
Dessa forma, a “Lei do mais forte” não é, em si, uma exceção capitalista – é o seu
cerne. O que implica em dizer que, a fim de se manter enquanto regra mandante do
capital, a “Lei do mais forte” faz uso recorrente de meios e mecanismos de exceção, como
vemos na imposição de leis injustas, nos golpes efetivados, na imposição de
excrescências políticas, econômicas, jurídicas, na “naturalização do negacionismo” ou da
abstenção complacente diante do próprio cenário de injustiça que se alimenta da principal
regra capitalista. O direito à propriedade é a regra de um direito formal na sociedade
capitalista, mas seu uso e gozo, efetivamente, são a exceção para os descapitalizados.
Assim, vemos que o capital se impõe por meio de uma regra, todavia, faz isso –
faticamente – por meio de uma ação excludente a todos os indivíduos que são alijados do
mesmo direito de ter e de possuir. E assim temos que a regra do capital é o melhor
exemplo da principal condicionante da exceção – que é a exclusão. Portanto, ainda que
conceitualmente, a Educação anticapitalista se impõe porque atuaria no combate ao miolo
da exceção: (a exclusão dos descapitalizados, sob na vigência da ordem excludente dnda
sociedade capitalista).
O queIsto justificaria, conceitualmente, o primeiro capítulo, decom o prisma de um
objetivo mais amplo – e que é a Educação para além da exceção (vale dizer, para além
da exclusão social, funcional, econômica, política, institucional). Posto que, na prática, a
“Lei do mais forte” (do princípio que hierarquiza o capital) é afirmada como regra,
enquanto tipifica a exclusão social, econômica, política, institucional e assim se institui na
forma de exceção para os despossuídos, expropriados, explorados, porque não a
alcançam em usufruto.

No capítulo dois, ainda que sob um grande desafio ou otimismo exagerado em
pensarmos na proposição de uma Sociologia política da educação, listamos correlações
que essa propostaição mantém com o objeto da pesquisa exposto na tese , que é (o
combate à “normalização da exceção”), e o seu entranhamento no senso comum,
impedindo qualquer desenlace que viesse a se posicionar mais no caminho do Bom
Senso – ou do senso crítico, como baluarte da perspectiva de transformação e mudança
da realidade que nos infere o seguimento da regra de exceção, afirmando-se em
exclusão.
Luta-se aqui, mais precisamente, a fim de que a prescrição social, institucional, das
injustiças, desigualdades, iniquidades, seja ela mesma proscrita, banida, da realidade
social brasileira. Se a regra imposta pela “Lei do mais forte” é a prescrição de que a
imensa maioria seja alijada, excluída, das possibilidades de afirmação na sociedade
capitalista, cabe a quem milita como profissional da educação não apenas seu anúncio ou
denúncia; contudo, traz isso a obrigação de se posicionar de forma consciente., Oou seja,
sob esse olhar, a Educação para além da exceção deve ser propositiva e conjugar uma
outra tese, emancipadora que venha a fortalecercombater a antítese do status quo –
estea que se pronuncia pela “Lei do mais forte”.
Para nós, toda tese em direitos humanos é uma antítese, mormente se
observarmos a realidade negadora dos mesmos direitos humanos fundamentais. Também
não é o objetivo deste trabalho, entretanto, não seria exagero afirmar que os capítulos
dois, três e quatro se alinham ao que denominamos de Direito à consciência, na linhagem
de direito fundamental em que se acoplam a cultura, a educação, o Processo Civilizatório
(tal como está presente no artigo 215 da Constituição Federal de 1988). E, é claro, atuaria
como marco de um conjunto de civilidade, inclusão, participação com vistas à
emancipação da cidadã e do cidadão.
O que nos cabe no propósito de uma Educação para além da exceção – que
combata o racismo recalcitrante, normalizado, espraiado, bem como toda forma de crime
contra as mulheres, a homofobia – é pensar numa articulação societal (sistêmica: política,
institucional, educacional, cultural, social, econômica) reflexiva e ativa (como práxis),
dirigida como “proscrição da prescrição” que avilte a dignidade humana, os princípios
humanistas, os direitos fundamentais.

A consciência sobre nós, cada um de si, de seu entorno, sobre o que está mais
longe, mas que nos alcança, é um fundamento não só da vida social (Interação Social),
uma vez que condiciona nossas próprias condições de existência, de ação, requisição de
mais condições de vida, expectativas, propósitos, progressões, prosperidade. É dessa
consciência acerca da dignidade humana não adstrita aos limites unitários que também
trata a consciência ambiental, e ter ou não essa perspectiva é indicativo da consciência
política.

No capítulo três recuperamos uma assertiva inaugural de Paulo Freire (), que é a
obrigatoriedade da “consciência (política) que sabe da urgência em ser consciente de sua
própria consciência” sob pena de se instituir, aprimorar ou prolongar o negacionismo ou o
sectarismo: ele próprio fora foi vítima após a publicação de Pedagogia do Oprimido. Essa
matriz conceitual é genuinamente de Paulo Freire, com fundamento filosófico.
De nossa parte, procuramos acrescentar contribuições de Gramsci, especialmente
as de cunho sociológicoprocuramos os acréscimos de Gramsci e mais propriamente
sociológicos. É neste curso, neste momento em especial, que não se separa
conhecimento e política (não resumida ao partidarismo, porém, claramente direcionada ao
zoom politikón), em que novamente se apresenta a inevitável junção entre o “saber-fazer”
e o “fazer-se política”, pois isso é revelador da condição humana, emancipadora.
Há autonomia sem emancipação (de quem troca de celular como se troca de
roupa), contudo, a emancipação cobra um preço muito maior de cada um de nós: apesar
do juiz poder antecipá-la, a emancipação será uma condicionante coletiva, como esforço
propriamente hercúleo que exige o preço da “proscrição da prescrição” (a delimitação
social sem emancipação) – e quem não tem autonomia econômica, por óbvio, não
encontra as melhores diretrizes para fixar os campos possíveis de sua emancipação.
Isso também é Educação política e nos inclina a observar muito atentamente,
seriamente, a condição do povo pobre, negro, oprimido, dos idosos, das mulheres, dos
jovens em busca de qualificação a fim de entrarem no mundo do trabalho. E está aqui
também a possibilidade/necessidade de realinharmos a “expectativa do direito”, o
conhecimento, a técnica, a ética, a política, a socialidade, o mundo do trabalho.

No capítulo quatro trouxemos o que poderia ser considerado o miolo da tese e a
retomada ou fixação de seu objeto, que é precisamente a Educação para além da
exceção, especialmente no sentido de que uma das principais tarefas dos profissionais da
educação estaria no enlace entre a denúncia (a antítese trazida pela exceção) e a
proposição crítica – ou, em outras palavras, entre a reflexão e a ação: (a práxis
transformadora do senso comum em senso crítico).
Trata-se de repor a Educação para além da exceção porquanto não é só denúncia,
entretanto, conscientemente, como ainda se propõe umaonha ação diretiva em contraste
e em confronto às formas de sujeição, subjugação, subordinação na miserabilidade.
Trata-se de recompor a Educação para além da exceção na forma de reflexão e ação
passível de transformação e de afirmação de regras propriamente garantidoras da
condição humana, afirmativas de nossa capacidade ética e técnica e que até hoje nos
garantiram perpassar pelo processo dea hominização.
Isso está em jogo não apenas em face de uma inteligência artificial descontrolada,
sem formulação ética e humana, afinal, se prosperam ideologias extremistas, sectárias,
propriamente fascistas (em lembrança aos piores momentos da Segunda Guerra
Mundial), profundamente desumanas, e com crescente apoio popular – as democracias
diminuem assustadoramente, ao passo que regimes autoritários e totalitários aumentam
–, nos parece ser uma obrigação humana interpor uma reflexão que nos leve para além
da “normalização da exceção”.
É óbvio que, sendo antirracista, por derivação lógica, deverá ser uma reflexão
distante do sionismo de Estado, tanto quanto deve denunciar er agir contra o
antissemitismo.

No capítulo cinco temos uma clara interposição do primeiro capítulo, pois o
Estado rentista com suas contradições, notadamente com o aprofundamento da
insegurança jurídica no mundo trabalho – pejotização, uberização, terceirização –, pondo-
se com quase pretensão de regularidade e normalização, efetivamente essa forma-
Estado atuam para a “normalização da exceção”, que, lembrando aqui, nada mais é do
que tornar parte integrante do senso comum a transformação da exceção em regra.
Este é um dos mais complexos capítulos da tese, efetivamente porque procuramos
diagnosticar o rentismo na soleira da democracia, bem como uma revisitação de alguns

traços de Marx, sobretudo ao criticar o Estado Moderno do século XIX. Algo de lá para cá
pode/deve ser visto, mas há muito que ser revisto – afinal, os tempos passaram até
mesmo para o conceito. E nossa obrigação ao propormos a construção do conhecimento
é observar minimamente este andamento.
O Estado em rede não é a tese, no entanto, a ideia de rede também alinhouava
nosso método de aproximar a intuição do objeto móvel da exceção em suas aparições
neste século XXI. Não apenas as tarifas destravadas pelos EUA misturaram, trouxeram
confusões gigantescas no cenário internacional – com abalos, talvez, irreversíveis ao
chamado Capitalismo Gglobalizado – como, no Brasil (um meio de atacarem o BRICs) –,
a soberania nacional pôs-se à prova.
Dentro e fora do país, como ricocheteio do 8 de janeiro de 2023, as ameaças à
soberania são graves, em afronta ao povo, ao país, à Nação (o Estado-Nação, clássico na
Teoria Geral do Estado), à Constituição Federal de 1988.
Se vivemos entre passado e presente, com a sobeja imposição do que apelidamos
de Pensamento escravista (racismo + trabalho análogo à escravidão), agora o futuro outra
vez bate à porta – e nosagora, cabe perguntar: será um futuro sem soberania, de afronta
às instituições, aos poderes constituídos, à democracia, à República nacional, ao Estado
de Direito?
Afinal, estão em jogo a própria divisão e segurança dos poderes, os direitos
fundamentais, o Império da Lei Cconstitucional. Portanto, mediante a infeliz adesão
popular a todas essas formas de desconstituição de regularidade, previsibilidade,
normalidade de nossas instituições democráticas e republicanas, sempre, nos parece,
será bem posta uma Educação para além da exceção.
Temos que conviver entre passado e futuro (prometido, mas não garantido), num
canto do imaginárioestágio em que a norma democrática é uma excepcionalidade, e, na
outra ponta, ocorre uma luta política pelos direitos fundamentais que, teimam em não se
fixarempondo como regra. Temos garantias constitucionais à democracia (no Código
Penal também), entretanto, a cultura política ainda nos exige muito mais, pois, entre o
rentismo e a democracia, ainda vigora o salve-se quem puder. Predomina o chamado
(cCapitalismo de dados: substituindo-se o famoso acrônimo de Marx – a regra D/M/D’ foi
inerente ao industrialismo – por um simples enriquecimento sem produção: hoje

resumindo-se em – D/D’, – dinheiro que gera dinheiro, mas sem nenhuma produção) e a
democracia, ainda vigora o salve-se quem puder.
Entretanto, mudar a consciência acerca dessa submissão às exceções também é
parte de nossa proposição.

No capítulo seis, a mixagem entre o Hhomem médio em sua vida comum e aquela
figura jurídica romana desconstituinte de qualquer possibilidade de dignidade humana –
que era o Hhomo sacer –, nos coloca a realidade deste século XXI, uma vez que o “servo
voluntário” (todos nós que alimentamos as redes sociais ou, mais precisamente, redes
antissociais) é o mote, a válvula de regulagem e vantagem do capitalismo de dados, tanto
quanto é a linha mestra do rentismo improdutivo.
Vemos, a partir deste exemplo (e que, se pode dizer, nos acompanha pelo celular)
que a exceção não se reduz ao aparelhamento estatal, uma vez que encontra resultados
em todas as dimensões da vida moderna. A diferença é a percepção que temos (ou não)
do quanto somos subjugados pela tecnologia seletiva e excludente interposta nodo dia a
dia.
Nós aqui, certamente, temos a clareza total acerca da “consciência que é a
consciência da consciência”, mas, quantos de nossos alunos e alunas têm esta vantagem
intelectual como premissa? Nosso esforço, na tese, também se inclina a esta forma de
divulgação, popularização de mecanismos (poucas vezes) sutis em que se mantém e
retroalimenta a “naturalização da exceção”.
Trazer ou levar este formato de consciência política (por definição) é já se colocar
em favor de uma Educação política e, com isto, fazer avançar as excepcionalidades (o
avesso das exceções). Mas, agora, como regra e não aquela excepcionalidade
(discrímen)ção que se aciona apenas em casos graves de exclusão ou de violação dose
direitos fundamentais.

No capítulo sete temos a figura político-jurídica, institucional do próprio Estado de
exceção – que não é o objeto desta tese, por mais que tenha sido como já fora no
passado –, alçado aqui em destaque comno capítulo porque se tornou praticamente uma
“moda política pós-moderna” e, com isto, queremos dizer que a moda virou modelagem
política e institucional, sem distinção de fronteiras ou de soberanias.

Aliás, o nosso citado exemplo do citado 8 de janeiro de 2023 é uma recordação em
curso de julgamento final no Supremo Tribunal Federal (STF).
Como anunciamos desde o início desta apresentação, o apego praticamente
irresistível à exceção, a interior e extrema normalização, que nos conduz a uma
verdadeira moda política pós-moderna impositiva de regimes de exceção, avança em
todos os quadrantes do planeta: da Argentina a El Salvador, do Equador à Israel e à Síria
(ou Afeganistão). Isto é, o Estado de Exceção nunca foi tão atual. Todavia, ao contrário do
que professou Agamben, acusando o blackout da pandemia de 2018, o Estado de
exceção é um vigor político, e não se reduz por óbvio a qualquer teoria da conspiração.
A realidade está aí, e a própria participação política não está na fase de melhor
encantamento popular. Em ironia, ou não, o “desencantamento do mundo” (de Weber)
parece ter-se virado contra seu objetivo: o desencantamento do mundo não trouxe
racionalidade, as adorações a mitos, religiosidades negacionistas, seitas, crescem na
velocidade das redes antissociais, tanto quanto a dominação racional-legal chegou aos
estertores da “normalização da exceção”. A dominação legal – esta que deveria ter-se
afirmado como dominação racional-democrática, no entanto, se vê envolta por formas
avançadas de algum tipo de dominus: o looping da exceção é uma clara demonstração
desse uso continuado do dominus, em oposição à própria racionalidade democrática.
As mutações das previsibilidades dos séculos XIX e XX trouxeram um implacável
recrudescimento da forma política do Estado de exceção, que só progride, logicamente,
em razão da “normalização da exceção”. Basta-nos olhar quantos países na África estão
enfurnados em golpes, contragolpes, quarteladas, Estados de Sítio e outras formas de
exceção. Com este recorte passaremos ao último capítulo do trabalho.

No capítulo oito tivemos a intenção de nos reposicionar não apenas quanto ao
objeto, mas, sobretudo, com dizeres que nos remetessem ao “que fazer”, àa possível
Utopia que poderia/deveria guiar a prática política e educativa – a práxis que deveria nos
fazer pensar, continuamente, conscientemente, na junção entre o homo faber e o homo
sapiens – esse contínuo saber-fazer que, por seu turno, irremediavelmente nos obriga a
repensar a lógica impositiva de Paulo Freire, quando nos ensina que “consciência é a
consciência da consciência”.

Neste propósito final recuperamos a Educação pública, seja sob a forma do Direito
a ter direitos seja enquanto luta política pela salvaguarda e avanço do direito à educação
– sob a fórmula da qualidade, inclusão e, explicitamente, emancipação. Como vimos,
enquanto não apontamos para a emancipação, nada de fato será constituído em prol de
uma Educação para além da exceção.
E este último capítulo tem isso como principal objetivo, trazer uma reflexão em
torno da segurança, garantia, fruição, expansão, da educação que nos enleveexpanda
para além dos horizontes massacrantes do cotidiano (do Homem médio em sua vida
comum) e nos faça melhores anunciadores e comunicadores de uma Utopia possível:
aquela que refaça a união entre técnica e ética, conhecimento e política, em que não
prosperem apenas as injustiças, mas sim a isonomia e a equidade.
Ao final das contas, esse conjunto de perspectivas, proposições, reflexões e ações,
havidas desde (ao menos) o mestrado em educação concluído em 19963 (na
UNESP/Marília), tem sido nosso guia na vida pessoal e pública, no trabalho e na
produção acadêmica.
Os trabalhos acadêmicos e também de popularização do conhecimento científico
(das Ciências Sociais), anteriores a este momento de defesa pública do concurso de
titularidade, foram eivados da mesma intenção: acusar o Estado de exceção e sua
“normalização da exceção” nos escaninhos do poder ou no cotidiano da cidadania
comum, sempre mitigada pelo anúncio do retorno do Homo sacer: aquele, aquela, a quem
a emancipação é sempre negada, posto que a regressão da “normalização da exceção”, a
par dos mais eloquentes momentos históricos, ainda é uma promessa.
E, pPor fim, cabe-me destacar que a Educação para além da exceção tem este
propósito maior: tornar eloquente também a luta contra as formas de exceção que aviltam
sobremaneira o ideário da emancipação.
E se ainda pudesse destacar um resumo do resumo, como conclusão conceitual,
diria que:
É fato que a consciência é a consciência da consciência, porém, só será um vetor
de hominização quando, na forma plena de consciência política, conduzir à proscrição de
toda forma de prescrição desumanizadora. Esse é o maior objetivo de uma Educação
para além da exceção, atuar em virtude de uma reflexão aprimorada de todos os meios

inclusivos e emancipatórios, ao mesmo tempo em que esses meios, recursos, também
sejam dissolutivos da negação da dignidade humana.
Mais uma vez gostaria de agradecer, com o convencimento da gratidão, a pronta
aceitação ao convite para participarem desta banca, neste que é oo momento derradeiro
na construção de minha vida acadêmica.
Espero que descontem os erros, unicamente atribuídos a mim, porque, apesar de
inúmeras leituras e revisões até profissionais, os erros pessoais nos acompanham.
Contudo, gostaria de frisar que o empenho foi o maiorelhor possível, fomos até
onde nosso alcance e energia permitirãopermitiram.
Por derradeiro, cComo última métrica, da prosa à poesia, concluiria assim, com
uma previsão pessoal::

PREVISÃO
Nem sempre somos previstos
– mas que não sejamos proscritos,
(da licença de almejar, educar e amar)

Que não sejamos prescritos,
– sem direitos, sem educar para almejar

Se nossa ciência é convicção
– que assim seja, com a consciência por mediação
– como intuição humana
– sem formas desumanas

Não somos frascos, lampejos
– não somos fracos,
– aqui não há recipiente
(esse meu lampejo, eu almejo)

Consciente em andar, construir
– um edifício há que se erguer

– só temos que prever

Quando me emancipo
– sem exceção,
– minha excepcionalidade quero afirmar
(ao me emancipar)

Não somos frascos, recipientes, fracos
– somos como nossa gente
– com a força que nunca é ausente

Esses são os nossos traços
– eficientes
– conscientes

Da luta viemos,
– à luta iremos

Isso é fundamento
– são direitos
(em andamento)

Não somos fracos
– somos gente

Espero ter contribuído com esta tese em Educação, pois, mesmo que empregasse
elementos da Teoria Política, do Direito, da nossa Constituição Federal de 1988, da
Sociologia e da Filosofia, ainda assim se propôs enquanto uma tese em Educação – mais
especificamente, uma Educação para além da exceção.
Mais uma vez muito obrigado.

Iuhhhhuu: Carla Zambelli é presa na Itália

A ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, após ser localizada por autoridades italianas. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça do Brasil. A notícia foi publicada inicialmente pelo portal G1, que destacou que a prisão ocorreu após a colaboração do deputado italiano Angelo Bonelli, responsável por informar à polícia o paradeiro da ex-parlamentar.

“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu Bonelli em sua conta na rede X (antigo Twitter), na noite desta segunda-feira (28). Zambelli era considerada foragida desde que teve seu mandato cassado e foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão. Ela é acusada de participar de uma organização criminosa digital responsável pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Condenação e fuga

A decisão do STF se deu no âmbito de investigações que apontaram a participação de Zambelli em um esquema de ataques cibernéticos ao Poder Judiciário. Após a condenação, a ex-deputada deixou o Brasil e passou a residir na Itália, país no qual possui cidadania.

Com a fuga, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, o que permite sua prisão em qualquer país signatário do tratado internacional. O Ministério da Justiça brasileiro já havia encaminhado às autoridades italianas o pedido formal de extradição, que agora deverá ser analisado pelo governo local.

Expectativa por extradição

A detenção de Zambelli reacende o debate sobre a cooperação internacional em matéria penal, especialmente diante do uso da cidadania italiana por investigados ou condenados que tentam escapar do sistema judicial brasileiro. A expectativa é de que o governo italiano se manifeste nos próximos dias sobre o andamento do pedido de extradição apresentado por Brasília.

A defesa da ex-parlamentar ainda não se pronunciou oficialmente sobre a prisão. A operação contou com o apoio da Interpol e da polícia italiana, e as circunstâncias da detenção indicam que a articulação internacional pode acelerar o retorno de Zambelli ao Brasil para o cumprimento da pena.

Zambelli, que foi uma das aliadas mais próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro, vinha sendo investigada desde o fim de seu mandato, quando se intensificaram as denúncias contra sua atuação em redes de disseminação de ataques virtuais contra instituições democráticas.

A prisão marca mais um capítulo no cerco judicial a integrantes da extrema-direita envolvidos em práticas ilegais durante e após os mandatos parlamentares.

Do Brasil 247

Líderes deveriam seguir reação de Lula a Trump, diz Nobel de economia

Joseph Eugene Stiglitz, norte-americano vencedor do prêmio Nobel de Economia de 2001, redigiu um artigo no qual exalta a postura do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o tarifaço de 50% que o presidente dos EUA, Doland Trump, quer impor sobre produtos brasileiros. Stiglitz afirma que líderes políticos devem ter uma postura semelhante e não se intimidar diante de ameaças. O material foi publicado nessa segunda-feira (28/7), no site Project Syndicate.

“Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil optou por reafirmar seu compromisso com o Estado de Direito, mesmo com os Estados Unidos aparentemente renunciando à sua própria Constituição. Espera-se que outros líderes políticos demonstrem coragem semelhante diante da intimidação do país mais poderoso do mundo”, escreveu o economista.

No texto “A corajosa posição do Brasil contra Trump”, Stiglitz, que foi conselheiro no governo do ex-presidente americano Bill Clinton e economista chefe do Banco Mundial, explica a tese de como Trump feriu a democracia durante o passar dos anos e remete isso ao tarifaço de 50% imposto ao Brasil, o que, segundo ele, aconteceu devido ao processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por um suposto golpe de Estado.

Stiglitz afirma que o presidente norte-americano não pode impor sanções como instrumento de ameaça para que os países obedeçam suas ordens políticas. Ele alega que Trump ignora a Constituição dos EUA, que concede ao Congresso a autoridade exclusiva para impor taxas.

“Aqui estava Trump violando o Estado de Direito ao insistir que o Brasil, que aderiu a todas as etapas do devido processo legal ao processar Bolsonaro, fez o mesmo. Trump não poderia citar nenhuma lei que lhe desse sequer uma desculpa para suas ações inconstitucionais”, destacou o economista.

No que diz respeito ao pensamento ideológico de Trump, o professor universitário afirma que há demagogos ao redor do mundo dispostos a adotar fórmula de “atropelar as instituições democráticas e repudiar os valores que as sustentam”. Stiglitz faz alusão ao atentado dia 8 de janeiro e afirma que Bolsonaro tentou imitar o ataque ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro, quando trumpistas tentaram impedir a eleição de Biden.

Bolsonaro é réu na ação que apura suposta trama golpista contra a última eleição de Lula e está sob medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-presidente é investigado por suspeita de colaborar com a atuação política de seu filho Eduardo nos Estados Unidos com o objetivo de impor sanções contra autoridades brasileiras.

O economista fecha o artigo alegando que Lula defendeu a soberania não apenas no âmbito comercial, mas também na regulamentação das plataformas tecnológicas controladas pelos EUA.

“Os oligarcas da tecnologia dos EUA usam seu dinheiro e influência em todo o mundo para tentar forçar os países a lhes darem carta branca para perseguir suas estratégias de maximização de lucro, o que inevitavelmente causa enormes prejuízos, inclusive servindo como um canal de desinformação e informação enganosa”, finaliza.

Do Metrópoles

Trump acelera relação Brasil-China

A política externa será reconfigurada a partir dos interesses concretos da soberania e da sobrevivência econômica

Por César Fonseca

Sob pressão do presidente Donald Trump, que impõe um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos a partir da próxima sexta-feira, o presidente Lula endurece o discurso: “o pobre tem que estar no orçamento e o rico no imposto de renda”. Lula sabe que os impactos da medida recairão sobre os mais vulneráveis — com desemprego, fome e miséria.

A ofensiva de Trump empurra o Brasil para a salvaguarda chinesa. O presidente Xi Jinping já se manifestou: a China está pronta para ajudar o Brasil e a América Latina diante da agressiva política tarifária norte-americana.

Mas quem vai consumir o excedente que não será mais exportado aos EUA se o pobre está fora do orçamento e o Estado, limitado pelo arcabouço fiscal neoliberal, não pode investir no social, pois deve garantir o superávit dos rentistas?

O tarifaço trumpista aprofunda a crise social imposta pelo modelo neoliberal — metas inflacionárias rígidas, câmbio flutuante, superávit primário — que restringe o crescimento da economia brasileira.

Trump, com sua agressividade, acaba fortalecendo a tese de Lula: gasto social não é despesa, é investimento. É preciso investir para gerar emprego, renda, consumo, produção e arrecadação. É assim que o capitalismo gira, acumulando capital de forma contínua.

Às vésperas da medida que alarma os mercados e agrava a tensão social, o governo terá que agir com rapidez para atender a uma demanda social crescente. A confusão, como diria Machado de Assis, é geral.

Nova geopolítica global

A China, assim, desponta como esperança concreta no horizonte. Aproveita a oportunidade aberta pela escalada imperial de Trump para intensificar sua aproximação com o Brasil, disposto a absorver parte do excedente que não será mais exportado aos EUA.

Desenha-se uma nova estratégia geopolítica para o desenvolvimento brasileiro: menos dependência da demanda americana e mais integração com a China — hoje, a economia mais robusta do planeta.

A urgência é imposta por Trump. O Brasil não vai se submeter passivamente ao bloqueio do novo imperador americano. Ao contrário: acelera o estreitamento das relações com Pequim e redesenha sua política externa.

Se o líder do Ocidente rompe laços econômicos com o Brasil por motivações políticas e imperialistas, o país se volta naturalmente para o Oriente. Lá está o maior mercado global, segundo o poder de paridade de compra, com capacidade real de desafiar a hegemonia do dólar.

O rumo oriental se impõe. A pressão do desemprego, da fome e da retração econômica — consequências diretas do tarifário trumpista — não deixam ao governo Lula outra alternativa.

Lula e Putin no mesmo barco

Diante do risco de acúmulo de excedente não exportável aos EUA, a classe produtiva brasileira pressionará o governo por soluções imediatas. Isso criará o ambiente para ações emergenciais fora do programa original, com foco na ampliação da parceria com a China e a Ásia.

Algo semelhante ocorreu com a Rússia. Após as sanções comerciais impostas pelos EUA e a OTAN na guerra da Ucrânia, Moscou redirecionou suas exportações para a China e outros países asiáticos, além de estreitar os laços diplomáticos com Pequim.

Putin, acuado pelas sanções e pelo confisco de reservas financeiras em bancos ocidentais, buscou a salvação no Oriente. E encontrou. A partir desse realinhamento, a Rússia passou a defender com vigor o fim da hegemonia do dólar e a adoção de moedas locais nas trocas comerciais dos BRICS.

Agora, Lula segue trilha semelhante. O tarifaço de Trump acelera o realinhamento brasileiro. A política externa será reconfigurada a partir dos interesses concretos da soberania e da sobrevivência econômica.

Grito de guerra

O tarifaço trumpista é, na prática, um grito de guerra dos EUA contra o Brasil — justamente contra um de seus principais fornecedores de bens manufaturados.

Ao mesmo tempo, Trump revela seu interesse por minerais estratégicos do subsolo brasileiro, sem os quais seu projeto de vanguarda tecnológica não se sustenta. Grita com força, mas expõe sua fraqueza: não tem as matérias-primas que o capitalismo de alta tecnologia exige.

O excedente não exportável funciona como um bloqueio comercial. Suas consequências: mais desemprego, maior crise social, instabilidade política. Para enfrentá-las, Lula responde com geopolítica — e aproximação da China.

César Fonseca é repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

Do Brasil 247

Trump quer neutralizar o B de Brics

O golpe tentado e frustrado em 8 de janeiro de 2023 ainda está em andamento. Agora, além dos “malucos” bolsonaristas, o golpe conta agora com um reforço de peso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Indignado com o crescimento do BRICS, Trump pegou carona com os golpistas brasileiros e vai tentar tirar Lula do poder, através de um impeachment ou coisa pior como um atentado. O objetivo é derrubar o governo Lula e eleger um presidente alinhado aos Estados Unidos que vai tirar a letra B do BRICS.

Trump uniu o útil com o desagradável. Juntou a ambição expansionista do governo dele com a vontade dos derrotados pelas urnas em 2022, voltar ao poder na marra, nem que para isso tenham que destruir a economia brasileira gerar desemprego e fome.

Neste momento, enviados oficiais estão em Washington, para “negociar” a taxação de Trump contra o agronegócio brasileiro, mas, sequer foram recebidos por autoridades competentes. Trump só negocia se “entregar” o prisioneiro Jair Bolsonaro, chefe de um grupo criminoso que tentou um golpe de estado, além de tentar assassinar o presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva (PT).

A revista britânica The Economist classificou, em matéria publicada nesta quinta-feira (24), como uma “chocante agressão” o pacote de sanções adotado pelos Estados Unidos contra o Brasil, sob a liderança do presidente Donald Trump. As medidas incluem a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras e a suspensão dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a publicação, trata-se de uma das ações mais intrusivas de Washington na América Latina desde o fim da Guerra Fria. “Raramente desde o fim da Guerra Fria os Estados Unidos interferiram tão profundamente em um país latino-americano”, destaca o periódico.

A revista observa que Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são “inimigos ideológicos”, destacando ainda que os aliados do republicano criticam de forma recorrente as investigações conduzidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes sobre desinformação nas redes sociais. No entanto, a revista sustenta que o estopim para a ofensiva teria sido a cúpula do BRICS, realizada nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. “O gatilho para o ataque de Trump parece ter sido a cúpula do BRICS, um grupo de países emergentes, que o Brasil sediou”, apontou.

Um outro ponto destacado pela revista é o fato de Donald Trump ser um aliado de jair Bolsonaro (PL). O presente dos EUA condenou o que chama de “caça às bruxas” contra o ex-mandatário brasileiro, que responde a uma ação penal no STF por participar de um suposto plano de golpe de Estado. Nesta semana, o STF adotou medidas rigorosas contra Jair Bolsonaro, incluindo o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e restrição de acesso às redes sociais. Para a revista, tais reações também foram “agressivas”.

A The Economist sustenta que a estratégia de Trump está tendo um efeito contrário ao desejado. “Se atrair a ira de Trump deveria fortalecer a direita brasileira antes das eleições gerais do ano que vem, o plano está saindo pela culatra”, diz o texto. Segundo a publicação, a aprovação de Lula, que vinha em declínio, voltou a subir, e o presidente agora lidera com folga entre os potenciais candidatos para a disputa de 2026. “Brasileiros de todos os tipos estão apoiando Lula”, afirma a revista.

A matéria também relata que o Congresso brasileiro, sob maioria conservadora, teria se alinhado ao Planalto diante da crise diplomática e discute a aplicação de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos.

O impacto econômico das sanções deve recair, segundo a reportagem, principalmente sobre setores exportadores localizados em redutos bolsonaristas, como os produtores de café, carne e suco de laranja. “O impacto provavelmente recairá desproporcionalmente sobre empresas sediadas em regiões que são redutos de Bolsonaro”, avaliou.

A revista também chama atenção para a reação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), tradicionalmente aliada de Bolsonaro, que condenou o caráter político das tarifas impostas pelos EUA. Em tom defensivo, o ex-presidente brasileiro teria tentado se desvincular da ação do governo Trump, afirmando que as tarifas “não têm nada a ver conosco”.

A ofensiva de Trump inclui ainda ataques diretos ao Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central. A The Economist destaca o impacto positivo da ferramenta na democratização do acesso a serviços financeiros no Brasil e aponta o desconforto gerado nas gigantes americanas do setor.

Embora reconheça que parte das críticas americanas às práticas comerciais brasileiras “têm mérito”, a revista pondera que essa não seria a real motivação de Trump. “O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo, com forte apoio estatal à sua indústria”, admite. No entanto, o texto revela que desde maio o governo Lula tenta abrir diálogo com a Casa Branca para discutir um possível acordo comercial — sem sucesso até agora.

Com informações do Brasil 247

Gleisi: ‘estamos dispostos a negociar com os EUA, mas não recuaremos na defesa da soberania’

Ministra reafirma disposição do governo Lula para dialogar, mas avisa: soberania, democracia e independência são inegociáveis

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou nesta segunda-feira (28) que o governo Lula (PT) está disposto a negociar as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, que entram em vigor na próxima sexta (1º). Em entrevista à CNN Brasil, Gleisi confirmou que o país está aberto ao diálogo, mas não vai recuar na defesa da soberania nacional após os ataques feitos por Donald Trump à instituições brasileiras.

“Estamos dispostos a negociar comercialmente, mas não recuaremos na defesa da nossa soberania, da nossa democracia e na independência dos poderes”, afirmou. A ministra disse ainda que o posicionamento do presidente Lula é de manter uma atuação “com firmeza e sobriedade” e que o governo aguarda com cautela os desdobramentos nos próximos dias.

O chanceler Mauro Vieira viajou aos Estados Unidos para tratar do assunto e se colocou à disposição do governo de Donald Trump para buscar alternativas à taxação de produtos brasileiros. O presidente americano condicionou as tarifas a um recuo nas investigações contra Jair Bolsonaro (PL), prestes a ser condenado por liderar uma tentativa de golpe no Brasil.

No fim de semana, o presidente Donald Trump anunciou um acerto comercial com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O acordo reduziu a tarifa geral aplicada a produtos europeus de 30% para 15%. Em troca, o bloco europeu se comprometeu a comprar US$ 750 bilhões em energia dos EUA e a investir US$ 600 bilhões adicionais em equipamentos militares americanos. Apesar de beneficiar os produtos europeus, o pacto pode afetar a competitividade da União Europeia e atingir setores que hoje têm tarifa zero de importação.

Do Brasil 247

Piada pronta: Walter Delgatti planeja lançar plataforma de bets com Robinho após saída da prisão

Hacker e ex-jogador, presos em Tremembé, discutem criação de empresa que uniria tecnologia e fama no ramo das bets

O hacker Walter Delgatti Netto e o ex-jogador Robinho estariam planejando abrir uma empresa de apostas esportivas assim que deixarem a prisão. A informação foi divulgada pelo jornaO Globo nesta segunda-feira (28). Ambos estão detidos no Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumprem penas por diferentes crimes — Delgatti por invasões a sistemas do Judiciário e Robinho por estupro, com condenação definitiva na Justiça italiana.

Segundo funcionários da penitenciária e o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, o hacker tem comentado com frequência sobre a ideia de criar uma bet com Robinho. De acordo com ele, a proposta teria partido do ex-atacante do Santos, e o plano é unir a notoriedade do ex-atleta à experiência de Delgatti em tecnologia para lançar a empresa assim que ambos tiverem progressão de regime.

Atualmente, Robinho tenta migrar para o regime semiaberto, mas enfrenta obstáculos judiciais. Seus recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com os quais buscava reverter a sentença italiana, já foram rejeitados. O ex-jogador foi condenado a nove anos de prisão por participação em estupro coletivo contra uma mulher albanesa em uma boate de Milão, em 2013. A defesa do atleta não respondeu aos pedidos de comentário sobre o plano de negócios nem sobre o atual estado emocional do ex-jogador.

Delgatti voltou às manchetes ao falsificar um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob orientação da deputada federal Carla Zambelli (PL-DF). Ambos foram condenados no caso — ela, atualmente, encontra-se foragida na Itália.Embora ocupem celas separadas, Delgatti e Robinho se encontram regularmente no banho de sol no pátio da penitenciária. Lá, segundo relatos, conversam sobre os planos de negócios e também sobre a rotina dentro da prisão.

Nas últimas semanas, Robinho tem demonstrado sinais de fragilidade emocional. De acordo com funcionários da unidade, ele já não participa das partidas de futebol no pavilhão, das quais era líder, e passa mais tempo recluso. O ex-jogador conseguiu recentemente autorização para receber visitas de seu pastor particular no espaço ecumênico da penitenciária.

Segundo relatos, a saudade do filho mais velho, Robson Júnior, de 17 anos, tem abalado o ex-jogador. O jovem estreou recentemente no time profissional do Santos, repetindo os passos do pai. Quando o filho o visita em Tremembé, Robinho se mostra visivelmente emocionado: caminha com ele pelo pátio, sorri e o apresenta orgulhosamente a outros detentos.

Por ora, não há qualquer registro formal do plano de negócios junto a órgãos comerciais ou registros públicos. O anúncio, até o momento, parte exclusivamente dos relatos do hacker a interlocutores dentro da penitenciária.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Jeffrey Epstein

Acossado pelas revelações de seu envolvimento com Jeffrey Epstein, bilionário que foi condenado por pedofilia e se matou na prisão em 2019, Donald Trump partiu para uma manobra diversionista. O Departamento de Justiça (DoJ) anunciou a abertura de uma investigação por traição contra o ex-presidente Barack Obama por uso de supostos dados falsos indicando que a Rússia influenciou a primeira eleição de Trump, em 2016. A investigação foi anunciada um dia depois de o Wall Street Journal revelar que o próprio DoJ alertou o presidente em maio que seu nome era citado nas investigações sobre Epstein. Os apoiadores de Trump cobram a divulgação desses documentos. (Guardian)

Estado da Palestina

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira que seu país vai reconhecer o Estado da Palestina em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU. Será o primeiro país do G7 a fazê-lo. Em publicação no X, Macron pediu um imediato cessar-fogo na faixa de Gaza, a entrada de ajuda humanitária e a desmilitarização do Hamas. Segundo o Unicef, as mortes de crianças por desnutrição no território palestino subiram 54% desde maio. O governo israelense criticou duramente a iniciativa do presidente francês. (CNN)

Tarifaço de Trump

Pode ser uma imagem de ‎texto que diz "‎75 ا veja N Citura 50% い झम AI DOER. E MUITO 0 dificil esforço diplomático em curso para tentar evitar pior com as as novas absurdas tarifas de de Trump‎"‎A partir de 1º de agosto, os produtos brasileiros que entrarem nos Estados Unidos passarão a ser sobretaxados em 50% — a não ser, é claro, que um improvável acordo de última hora entre Brasília e Washington. A impressão que dá é que o setor produtivo preferiu suportar prejuízos bilionários do que deixar Lula se reeleger em 2026. Burrice. O governo Lula é o único a melhorar a economia do país, proporcionando emprego e renda para milhões. Os políticos de direita a gente entende: é no governo Lula que está sendo moralizada a destinação de emendas parlamentares. Até isso acontecer graças ao ministro Flávio Dino, o destino das emendas secretas era incerto. A maioria ia parar no ralo da corrupção.

                          EUA querem minerais do Brasil

Além da impunidade de Jair Bolsonaro e da ausência de regras para as big techs, os Estados Unidos estão interessados nas reservas brasileiras de terras raras e outros minerais críticos para a transição energética. Em reunião com empresários brasileiros do setor de mineração, o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, afirmou que os EUA têm interesse no potencial de exploração desses minerais no país. Escobar também disse que seu país acompanha atentamente a elaboração da Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos, sob a responsabilidade do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Silva. Embora Escobar não tenha condicionado explicitamente o interesse americano nos minerais estratégicos à retirada das tarifas, empresários brasileiros entenderam que o tema pode ser relevante para a retomada das negociações. (Globo)

EUA querem minerais do Brasil 2

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu e afirmou que “ninguém põe a mão” nos minerais estratégicos brasileiros. “Temos todos os minerais ricos que vocês querem proteger. Este país é do povo brasileiro”, disse o presidente, em discurso durante um evento no Vale do Jequitinhonha, novo polo de produção de lítio no país. (g1)

EUA querem minerais do Brasil 3

Pode ser uma imagem de texto que diz "Comitiva aos EUA tentará reabrir diálogo Marcelo Martinez viemos NeGOCIAR em Nome DO BRaSiL e... eDUaRDO, Não Puxa o TapeTe! 神九ミ 한미주"Já o vice-presidente Geraldo Alckmin manteve conversas reservadas com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, nos últimos dias, em uma primeira sinalização de que o governo americano pode estar disposto a negociar o tarifaço imposto por Donald Trump. Segundo Alckmin, foi a primeira vez que o diálogo saiu do “perde-perde” e passou para um cenário de “ganha-ganha”. De acordo com o vice-presidente, os dois discutiram a ampliação das relações comerciais e a possibilidade de um acordo de bitributação entre Brasil e EUA. No entanto, Alckmin evitou comentar se as reservas brasileiras de terras raras foram incluídas na conversa. (Estadão)

Fernando Haddad

Enquanto o acordo não chega, o Brasil se prepara para a entrada em vigor do tarifaço americano. Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe técnica do governo já finalizou o plano de contingência para lidar com os impactos das tarifas. Haddad não revelou detalhes sobre o conteúdo do plano, mas disse que a decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Folha)

Lula sobe

Duas pesquisas divulgadas na quinta-feira pelo Ipespe confirmam o efeito positivo do tarifaço sobre a imagem do governo brasileiro. Entre maio e julho, a aprovação de Lula subiu de 40% para 43%, e a reprovação caiu de 54% para 51%, além da margem de erro de 2 pontos. Já a ação dos EUA é reprovada por 61% e aprovada por 35%, com a aprovação concentrada (81%) entre os entrevistados que se declaram de direita. (Meio)

Lula lidera em Alagoas

O presidente Lula (PT) é o favorito nas eleições de 2026 em Alagoas. É o que registra mais uma pesquisa realizada em todo o estado. Mesmo em um cenário onde a pesquisa inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível de acordo com o TSE, Lula abre uma boa margem à frente de todos os seus adversários.

Os números são os seguintes:

Lula (PT) – 45%
Bolsonaro (PL) – 25,5%
Ciro Gomes (PDT) – 4,5%
Tarcísio de Freitas (Rep) – 3%
Kassab (PSD) – 0,25%
Nenhum deles – 11,5%
Não sabe/Não respondeu – 10,25%-(7 Segundos)

Renan Filho e CazéTV

O ministro Renan Filho saiu em defesa da Cazé TVO ministro dos Transportes, Renan Filho, saiu em defesa da CazéTV após o canal ser alvo de uma campanha de boicote promovida por bolsonaristas nas redes sociais. O movimento começou depois de piadas feitas pelo humorista Marcelo Adnet sobre restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Jair Bolsonaro. Renan Filho criticou a reação da direita e apontou interesses internacionais por trás das tentativas de boicote. (ojornalextra).

Punhal Verde e Amarelo

O general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro, confessou ter sido o autor do plano que pretendia assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Batizado de operação “Punhal Verde e Amarelo”, o plano previa que soldados das forças especiais do Exército, conhecidos como “Kids Pretos”, executassem a missão. A Polícia Federal descobriu que alguns agentes chegaram a ir a campo decididos a executar a operação, que acabou sendo abortada. (CNN Brasil)

Punhal Verde e Amarelo 2

Pode ser uma imagem de texto que diz "BRASIL ACIMA DE TUDO"Mário Fernandes fez a confissão em depoimento ao STF nesta quinta-feira. O general confirmou que imprimiu o plano, mas afirmou que fez isso apenas por costume pessoal, já que não gosta de ler textos em telas. De acordo com ele, após ser impresso, o plano não foi compartilhado com ninguém. Fernandes disse que destruiu a impressão sem mostrá-la a ninguém e classificou sua elaboração como “pensamentos digitalizados”. (g1)

Punhal Verde e Amarelo 3

A investigação da Polícia Federal apontou que ao menos três cópias do plano foram impressas no Palácio do Planalto e que, logo em seguida, Mário Fernandes teria ido para o Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República. O general confirmou que usou uma impressora em seu gabinete, mas negou ter compartilhado as cópias com qualquer pessoa. “Eu acredito que não seja o único funcionário público que faça isso eventualmente. Imprimi porque estava ali”, disse ele. (Estadão)

Trump X Alexandre de Moraes

Enquanto no campo econômico aparecem os primeiros sinais de distensão nas relações entre Estados Unidos e Brasil, na esfera política as tensões só fazem crescer. Na quinta-feira, o subsecretário de Donald Trump, Darren Beattie, fez críticas duras ao ministro do STF Alexandre de Moraes, o principal alvo dos americanos neste momento. Em uma publicação no X, o antigo Twitter, Beattie disse que Moraes é o “coração pulsante do complexo de perseguição e censura a Jair Bolsonaro”. A publicação foi traduzida para o português e republicada pela Embaixada americana no Brasil. (Globo)

Trump X Alexandre de Moraes 2

A publicação de Beattie veio após o ministro Alexandre de Moraes descartar a prisão de Jair Bolsonaro, mas lembrar ao ex-presidente que, se ele descumprir a medida cautelar mais uma vez, será encarcerado. Moraes aceitou a alegação da defesa de Bolsonaro de que ele não sabia que não poderia dar entrevistas e de que o ex-presidente está respeitando as restrições impostas pelo STF. (Metrópoles)

4,67 bilhões para favelas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncia nesta sexta-feira (25), em cerimônia no Jardim Rochdale, em Osasco (SP), um novo pacote de investimentos no valor de R$ 4,67 bilhões para obras de urbanização em favelas de todo o país. A medida integra a seleção de 2025 do programa “Novo PAC Periferia Viva – Urbanização de Favelas”.

Preta Gil 

O velório da cantora Preta Gil, que faleceu aos 50 anos no último domingo (20), é realizado na manhã desta sexta-feira (25) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O momento emociona familiares, amigos e milhares de fãs que comparecem para prestar a última homenagem à artista, que morreu nos Estados Unidos, onde fazia um tratamento experimental contra um câncer de intestino diagnosticado em janeiro de 2023.

Preta Gil 2

Segundo a revista Quem, atendendo a um desejo expresso por Preta Gil, o velório foi aberto ao público. Ainda durante a madrugada, fãs já aguardavam na fila para o início da cerimônia. Soraya Rocha, maquiadora e amiga pessoal da cantora, foi uma das primeiras a chegar ao local. Também estiveram presentes o empresário Danilo Faro, o ator e cantor Tiago Abravanel, além de artistas como Taís Araújo e Luís Miranda, que se despediram da amiga com emoção visível.

Lula em Rondônia?

Segundo informações, o presidente Lula visitaria Rondônia, entre 1 e 8 de agosto. Visitaria, no futuro condicional porque tudo vai depender da temperatura após o dia 1 de agosto, data da vigência do tarifaço de Trump. Caso seja concretizada a ameaça de Trump, Lula deverá se ocupar a discutir soluções para a crise. Caso seja adiado o início da taxação, a agenda do presidente será mantida.

Mineração no território Cinta Larga

O Ministério Público Federal (MPF) participou de reuniões técnicas promovidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Porto Velho (RO), na terça e na quarta-feira (22 e 23), a respeito da possibilidade de mineração no entorno da Terra Indígena Cinta Larga. Também estavam presentes indígenas representantes de aldeias da etnia em Rondônia e Mato Grosso. As reuniões serviram como preparação para realização de uma escuta aos indígenas nas suas aldeias, uma ação inédita no STF. Pela primeira vez, povos originários serão ouvidos em seu próprio território no curso de um processo judicial no Supremo. A data da escuta ainda não está definida, mas a previsão é que ocorra em setembro deste ano.

Mineração no território Cinta Larga 2

A determinação de realizar as reuniões partiu do ministro Flávio Dino, relator do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1425370. A disputa judicial começou em 2005, quando o MPF ingressou com ação pedindo o cancelamento das permissões de lavras de recursos minerais dentro e no entorno da Terra Indígena Roosevelt. No processo, a Agência Nacional de Mineração (ANM) questiona decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que cancelou as permissões de lavras de recursos minerais e impediu a concessão de novas permissões no entorno das terras indígenas Cinta Larga.

Mineração no território Cinta Larga 3

O procurador da República Reginaldo Trindade relatou as violências contra o povo Cinta Larga na região, cometidas há pelo menos 50 anos, resultado da “incompetência e desídia” do Estado brasileiro. “Vi garimpeiro casando com indígena adolescente ou anciã só para ter acesso ao garimpo. Isso fora entrada de armas, droga, álcool, falsos pastores”, afirmou. “Tudo que não presta e que é terrível tem acontecido ali, e a única instituição que lucra com isso é o crime organizado”. Trindade foi o autor da ação civil pública ajuizada em 2005 que deu origem à disputa judicial discutida agora pelo Supremo.

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações  para a coluna: rkuppe@gmail.com

Trama golpista: General Mario Fernandes admite autoria de plano para matar Lula e Moraes

O general da reserva Mario Fernandes admitiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi o autor do “Punhal Verde e Amarelo”, plano que visava o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A confissão foi feita nesta quinta-feira (24), durante seu interrogatório no processo que apura a tentativa de golpe de Estado orquestrada por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.

Fernandes afirmou que o plano era apenas um “pensamento” que acabou sendo digitalizado. Ele confirmou que chegou a imprimir o documento, mas negou ter compartilhado o conteúdo com qualquer outra pessoa.

O general é um dos réus do chamado núcleo 2, considerado pela Procuradoria-Geral da República como responsável pelo gerenciamento das ações golpistas.

Os interrogatórios desta quinta-feira fazem parte da Ação Penal 2668, e foram retomados por volta das 9h com transmissão ao vivo autorizada pelo STF.

Além de Fernandes, também prestaram depoimento outros acusados ligados à segurança e inteligência do governo anterior, incluindo o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques.

Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, também foi ouvido. Ele está entre os investigados do núcleo 2 e responde por seu suposto envolvimento nas articulações para impedir a posse de Lula. A PGR considera que esse núcleo era composto por pessoas próximas ao ex-presidente, com cargos estratégicos durante o governo.

Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Já o núcleo 4, também envolvido no processo, é acusado de espalhar desinformação contra o sistema eleitoral. Entre os nomes ouvidos nesta quinta estão o ex-major Ailton Barros, o tenente-coronel Guilherme Almeida e o coronel Reginaldo Abreu, além de Carlos Moretzsohn Rocha, do Instituto Voto Legal, apontado como um dos articuladores das ações ilegais.

Senadores partem nesta sexta-feira em busca de solução para tarifaço

Na busca de uma solução para o chamado tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos adquiridos do Brasil, senadores viajam aos EUA a partir desta sexta-feira (25). As reuniões na capital norte-americana, Washington, devem começar na segunda-feira (28) e se estender até quarta (30). A expectativa dos senadores é dialogar para ajudar a reverter a taxação de 50% imposta às exportações brasileiras, com início previsto para 1° de agosto.

— Não temos outra opção a não ser tentar voltar ao que era anteriormente. Muitos setores estão sendo prejudicados — indústria, Embraer, o agro, [as vendas de] suco de laranja e carne. Isso realmente vai afetar a geração de emprego no Brasil, há muitas demissões previstas. Mas nós estamos otimistas de que possamos reverter isso — disse o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), à Rádio Senado.

O senador também é presidente da comissão temporária externa criada para tratar do tema. A negociação de tarifas é uma atribuição do Poder Executivo. Mas Nelsinho disse que a viagem cumpre o papel constitucional do Senado de dialogar em defesa dos interesses nacionais.

A expectativa é de que os senadores se reúnam primeiro com empresários dos dois países. No segundo dia da missão, os encontros devem ser com parlamentares norte-americanos.

Tarifas

Nenhuma descrição de foto disponível.O anúncio das novas tarifas foi feito por Donald Trump por meio de suas redes sociais no dia 9 de julho. Na publicação, o presidente norte-americano atribuiu a cobrança, não só à balança comercial, que [apesar de favorecer os EUA, com um superávit de US$ 1,7 bilhão no primeiro semestre deste ano, conforme a edição do ”Monitor do Comércio Brasil-EUA”, da Câmara Americana de Comércio para o Brasil ] disse ser injusta com o seu país, mas também à postura do Supremo Tribunal Federal (STF) com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Para Nelsinho, uma relação entre países não é apenas entre os governos da vez e deve ser tratada com visão de longo prazo e disposição para construir soluções.

— O comércio internacional não é e nem pode ser tratado como um campo de batalha ideológica ou partidária. É uma agenda de Estado, é uma agenda nacional e deve ser guiada pelo pragmatismo e pela responsabilidade, sempre com foco no que realmente importa: gerar emprego, renda e oportunidades para a população brasileira — disse Nelsinho durante audiência pública sobre a escalada das tensões comerciais.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que integra a comitiva, avalia que é preciso intensificar as negociações para derrubar o tarifaço.

— Acho que o governo brasileiro precisa levar uma proposta firme e esgotar todos os esforços dentro da mesa de negociação, do diálogo, mostrando nossos pontos e os Estados Unidos colocando os deles. Só assim vamos conseguir avançar nesse tema, agora eu acho que mandar uma carta é muito pouco. Alguém deveria estar levando essa carta — ponderou a senadora à Rádio Senado.

Além deles, integram a comitiva aos EUA: os senadores Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo, Fernando Farias (MDB-AL), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC) Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG).

Reunião

Em reunião virtual nesta quarta-feira (23), os integrantes da comitiva de senadores conversaram com o chanceler Mauro Vieira, a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, e integrantes do governo. Durante o encontro, o chanceler detalhou os esforços recentes do governo brasileiro para dialogar com o setor privado norte-americano e com autoridades do Tesouro dos Estados Unidos, em articulação conduzida por diferentes ministérios.

Um dos pontos destacados na reunião foi o fato de haver supérávit na balança comercial para os Estados Unidos ou seja: o Brasil compra mais do que vende para os norte-americanos. Nos últimos 15 anos, de acordo com o chanceler, a vantagem americana com relação ao Brasil foi em média de US$ 410 milhões  (o que atualmente equivale a mais de R$ 2,2 bilhões).

Reciprocidade

O anúncio da taxação feito por Donald Trump repercutiu entre os senadores e gerou críticas durante reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).  Também em reação ao anúncio, os presidentes da Camara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, publicaram uma nota conjunta em que citaram a Lei de Reciprocidade Econômica  aprovada pelo Congresso em abril. O texto prevê medidas de retaliação a barreiras comerciais impostas por outros países a produtos brasileiros.

— Temos a compreensão, Câmara e Senado, de que vamos defender a soberania nacional, os empregos dos brasileiros, os empresários brasileiros, que geram riqueza para o Brasil. Tenho convicção de que esse processo deve ser liderado pelo Poder Executivo — disse Davi após reunião com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann na última semana.

O primeiro anúncio de taxação feito por Donald Trump havia sido feito em abril. Na ocasião, foi anunciado aumento de taxas para produtos de vários países, mas o tarifaço não se concretizou. Muitos dos países já negociaram acordos comerciais com taxas menores, inclusive a China, que, após um dos anúncios, chegou a ser taxada em quase 150%.

Fonte: Agência Senado

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Sem chance, no way

Trump quer que Lula abra as celas e ponha nas ruas terroristas que tentaram um golpe de estado em janeiro de 2023, além de habilitar Bolsonaro às eleições de 2026. Não há chance alguma disso acontecer. A justiça brasileira é blindada contra interferências externas, incluindo os Estados Unidos. Se houvesse cedência às ameaças o Brasil estaria inexoravelmente desmoralizado mundialmente. Capaz até do impeachment contra Lula ser acelerado por fraqueza do presidente. Portanto, melhor cair lutando do que morrer cedendo. Por aqui, o único lambe botas de Trump é Bolsonaro.

2ª tentativa de golpe 

Lula e um ato contra Donald Trump e Jair BolsonaroAgentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão em alerta diante de indícios de que ações recentes do bolsonarismo não são apenas iniciativas isoladas de grupos extremistas nacionais, mas parte de um plano articulado com apoio direto do governo dos Estados Unidos. Segundo Jamil Chade, do Vero Notícias, cresce a convicção dentro da inteligência brasileira de que a estratégia para desestabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com envolvimento da CIA e aval da Casa Branca, sob o comando do presidente Donald Trump. (Do Brasil 247)

2ª tentativa de golpe  2

O sinal mais evidente dessa ofensiva seria o chamado “tarifaço” imposto ao Brasil por Trump, acompanhado de uma retórica agressiva contra o governo brasileiro e do fechamento de canais diplomáticos. Para analistas, essas medidas seriam apenas a face pública de uma operação mais profunda, com raízes no serviço secreto norte-americano e execução via personagens-chave do bolsonarismo.

Deputado de Rondônia é denunciado

O deputado estadual bolsonarista e mussolinista coronel Chrisostomo (PL-RO), saudoso da ditadura militar, vai experimentar as duras penas da lei. Ele virou alvo de denúncia no Ministério Público Federal nesta terça-feira (22), após declarações polêmicas feitas em frente ao Congresso Nacional. Em meio à repercussão das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o parlamentar rondoniense foi gravado fazendo supostos apelos por uma intervenção militar no país aos moldes do golpe de 1964, que, segundo ele, é motivo de “orgulho”.

Deputado de Rondônia é denunciado 2

A representação foi protocolada por Leonardo Carvalho Bastos, que solicitou ao MPF uma investigação criminal e eleitoral contra o deputado, além do seu depoimento no inquérito 4921/DF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Vídeos e áudios anexados à denúncia mostram Chrisóstomo exaltando o regime militar e inflamando apoiadores com discursos que, segundo o denunciante, atentam contra a ordem democrática. A fala incendiária acontece em um momento de forte tensão política, colocando novamente em xeque os limites do discurso de autoridades eleitas. Ele também é um dos parlamentares que apoiam o tarifaço de Trump, que está prejudicando o agronegócio e gerando desemprego.

Deputado de Rondônia é denunciado 3

O deputado informou que comparecerá ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara dos Deputados, hoje, quinta-feira (24), às 11h, para registrar boletim de ocorrência contra o autor da denúncia, identificado como um militante petista, por crime de denunciação caluniosa.

Rejeição a Trump e Bolsonaro avança 

Trump e Bolsonaro na Flórida, EUA - 07/03/2020
A rejeição ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump, registrou um novo aumento no Brasil, segundo pesquisa Pulso Brasil/Ipespe realizada entre os dias 19 e 22 de julho. O levantamento, divulgado pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, mostra que a desaprovação de Trump subiu de 55% em maio para 61% em julho, após o anúncio de tarifas contra produtos brasileiros. A aprovação caiu de 39% para 33% no mesmo período. A pesquisa ouviu 2.500 pessoas em todo o país e revela ainda que a proximidade com Trump pode ser um fardo para candidatos à Presidência em 2026: 53% dos entrevistados acreditam que a associação com o líder americano prejudicará as campanhas.

Rejeição a Trump e Bolsonaro avança  2

Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 60% dos brasileiros em sua reação à crise com os EUA (ante 32% de aprovação), o governo Lula tem avaliação mais equilibrada: 50% aprovam sua postura, contra 45% que a criticam. A decisão de Trump de revogar os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como pressão para encerrar o processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe também é rejeitada pela maioria: 57% discordam da medida, enquanto 37% a apoiam. (Do Brasil 247)

Tiros de mísseis nos pés

O prrsidente chinês recebe os líderes da União Europeia Antonio Costa e Ursula von der LeyenÉ impressionante a burrice da extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos. Ao atacar o Brasil prá salvar Bolsonaro, Trump jogou o agronegócio aos pés de Lula. E, ao taxar a Comunidade Europeia, Trump jogou essa região no colo da China, ou seja, do Brics. Os líderes da União Europeia reúnem-se com altos funcionários chineses em Pequim, esta quinta-feira, para uma cimeira de um dia destinada a abordar os desequilíbrios comerciais e o tarifaço de Trump.

Brasil na OMC

featured imageDepois de tentar de forma insistente abrir canais de negociação com os Estados Unidos, o Brasil decidiu levar o tarifaço de 50% aplicado aos produtos brasileiros por Donald Trump para a enfraquecida Organização Mundial do Comércio. Com o apoio de cerca de 40 Estados-membros da OMC, incluindo União Europeia, China, Rússia, Índia e Canadá, o governo brasileiro afirmou que as tarifas estão sendo usadas para interferir em assuntos domésticos brasileiros. Por não se tratar de uma resolução, os países apenas endossaram a posição brasileira, sem a necessidade de votação. (CNN Brasil)

Brasil na OMC 2

O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Phillip Fox-Drummond Gough, não citou nominalmente os Estados Unidos em sua fala na reunião do Conselho Geral da Organização. Mas todo o discurso apresentado por ele não deixava dúvidas de que o alvo das críticas brasileiras estava direcionado a Washington. “Tarifas arbitrárias” anunciadas e implementadas de forma caótica, estão interrompendo as cadeias de valor globais e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, disse ele. (g1)

Brasil na OMC 3

Apesar de não citar os Estados Unidos em seu posicionamento na OMC, a delegação americana entendeu o recado. De maneira burocrática, os representantes dos EUA disseram que estavam “tomando nota” da posição brasileira para fazer um resumo ao presidente Donald Trump. A delegação ainda afirmou que os Estados Unidos estão “preocupados com o fato de os trabalhadores e as empresas norte-americanas serem forçados a competir em condições desiguais com os países que não estão seguindo as regras”. Apesar do apoio de mais de 40 países, a delegação argentina preferiu se abster de apoiar o Brasil e não se manifestou durante a sessão. (Valor)

Improvável negociação

O governo brasileiro já considera improvável a possibilidade de negociações com os Estados Unidos para discutir as tarifas de 50% sobre produtos nacionais, ou mesmo um adiamento da data estipulada para que elas entrem em vigor, no dia 1º de agosto. No núcleo duro do governo, estuda-se o envio de uma missão oficial, com autoridades do Executivo, numa última tentativa de retomar o diálogo com a Casa Branca. Até agora, no entanto, não há uma decisão tomada a respeito disso. Apesar do silêncio americano às cartas enviadas por Brasília, representantes do governo americano e do governo brasileiro estão dialogando de maneira informal e reservada. Os americanos dizem que, sem uma autorização direta de Trump, não haverá abertura de diálogo. (Folha)

 

                                  Neta de Lula entra em cena

Bia Lula, neta do presidente Lula (PT), entrou em cena contra a ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em conjunto com o clã Bolsonaro, para defender a soberania nacional e o Brasil contra as ameaças da extrema direita. Nas redes sociais, Bia publicou um vídeo em que desmente as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o Pix e reafirma a defesa do governo Lula pelo sistema que vem sendo atacado por TrumpBia destaca que Trump declarou uma guerra econômica contra o país para defender os interesses da extrema direita em transformar o Brasil novamente em uma nação que se curva aos Estados Unidos. Ela ainda acrescenta que essa guerra afeta principalmente o trabalhador brasileira, que vai sentir o impacto do preço dos alimentos subir com as tarifas impostas por Trump.

Emendas de R$ 53 milhões

Nenhuma descrição de foto disponível.Puro suco de bolsonarismo. Parlamentares da extrema direita fazendo caixa para as eleições de 2026 com dinheiro público. A Associação Moriá, indicada por parlamentares do Distrito Federal para receber emendas de R$ 53 milhões, declarou ao Ministério do Esporte que executaria a maior parte da verba em parceria com a Secretaria de Educação do DF, mas a pasta nega ter aprovado qualquer proposta da ONG. O maior programa da Associação Moriá é um projeto gamer que ensina jovens a jogar games como Free Fire e LoL. Deputados e senador do DF enviaram R$ 37,9 milhões em emenda de bancada para essa finalidade.

Veja quem enviou emenda para o projeto:

  • deputado federal Fred Linhares (Republicanos): R$ 27,6 milhões;
  • senador Izalci Lucas (PL): R$ 15,5 milhões;
  • deputada federal Bia Kicis (PL): R$ 1,5 milhão;
  • deputado federal Julio Cesar (Republicanos): R$ 800 mil; e
  • deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania): R$ 500 mil.
  • Fonte: Metropoles

Em campanha

O vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil), já está em plena campanha. Tem aparecido em dezenas de entrevistas. Postado diariamente nas redes sociais e presente em grupos de WhatsApp. Para quem tinha dúvidas de que ele não iria à reeleição após assumir o governo em abril de 2026, esses movimentos são inequívocos.

Hildon Chaves

Da mesma forma, o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), também está percorrendo os caminhos para chegar ao governo. O presidente nacional do PSDB, Marconi Perilo, confirmou para o próximo dia 7 de agosto, em Porto Velho, um grande evento político para anunciar oficialmente a pré-candidatura do ex-prefeito Hildon Chaves ao Governo de Rondônia em 2026.

Concurso prefeitura de Porto Velho

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "ATENÇÃO 25 CONCURSEIROS"Por falar em Hildon Chaves, o atual prefeito de Porto Velho está fazendo tudo o que o antecessor não fez. Principalmente um baita concurso, com salários de até R$ 22 mil, o maior já realizado na capital de Rondônia. O anúncio foi feito por meio da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), em publicação oficial no portal do município, e também pelo prefeito Léo Moraes (Podemos) em suas redes sociais.

Concurso prefeitura de Porto Velho 2

O certame faz parte do compromisso feito durante a campanha do atual prefeito. De acordo com a Secom, o planejamento já foi iniciado. Ao que tudo indica, serão lançados vários editais para suprir demandas em diversas áreas de atuação. Segundo Moraes, alguns setores estão há cerca de 20 anos sem reposição de pessoal. Isso significa que existem órgãos em grande déficit de servidores, visto que aposentadorias são formalizadas todos os anos.

Podemos

Nessa pisada, não há articulista político que não veja um cenário na sucessão estadual sem a força do Podemos, partido do prefeito Léo Moraes. Há quem crave que o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), cerre fileiras no Podemos e seja o candidato do prefeito ao governo de Rondônia em 2026.

Sucessão estadual e Senado

Hildon Chaves (PSDB), Sérgio Gonçalves (União Brasil), Fernando Máximo (União Brasil) e Confúcio Moura (MDB-RO) são os principais nomes à sucessão estadual em Rondônia. Já para o Senado, Marcos Rogério (PL-RO), Bruno SCheid (PL) e Acir Gurgacz (PDT), são os mais cotados.

                       Câmara Federal e Assembleia Legislativa

Pode ser uma imagem de 3 pessoasPara a Câmara Federal, despontam nomes como o do ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (Progressistas), que figura nas pesquisas como favorito. Já para a Assembleia Legislativa de Rondônia, o nome do jornalista e vereador Everaldo Fogaça (Republicanos), está nos primeiros lugares. Ao lado dele, desponta o advogado petista Ramon Cujui. Sim, Ramon Cujui, do PT, será candidato a deputado estadual.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

MPF faz avançar processo de regularização fundiária para milhares de pessoas em Porto Velho (RO)

A atuação do Ministério Público Federal (MPF) ajudou a garantir um importante consenso entre a União e a prefeitura de Porto Velho, na retomada e conclusão da regularização fundiária em importantes áreas urbanas da capital rondoniense. A medida beneficiará milhares de famílias que residem na região conhecida como “Figura A”, um conjunto de bairros próximos à orla do Rio Madeira que inclui Panair, Pedrinhas, Olaria, Arigolândia, Baixa da União, Triângulo, Centro e Areal.

Desde o início da década de 1980, a região da “Figura A” foi marcada por uma polêmica sobre a dominialidade da terra – se pertencia ao estado ou à União –, um impasse que impediu a regularização fundiária até os dias atuais.

O MPF vem acompanhando o caso por meio de procedimento administrativo instaurado em 2023, que visa monitorar a destinação e regularização de áreas urbanas, e cobrado soluções O trabalho se estende desde um inquérito civil que já havia impulsionado acordos anteriores para repasse de áreas.

Apesar de avanços iniciais, a falta de consenso sobre áreas remanescentes da “Figura A” manteve pendências, levando o MPF a intensificar as cobranças. Recentemente, a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e a Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo (SEMUR) informaram ao MPF a conclusão das negociações.

O consenso estabelece que algumas áreas da “Figura A”, até então não repassadas, serão cedidas pela União ao município, permitindo que a prefeitura avance com a regularização fundiária. A gestão municipal aceitou uma nova proposta de Acordo de Cooperação Técnica (ACT) baseada na Lei nº 13.465/2017, abrangendo cinco áreas, entre elas o Lote Terra Prometida e partes de bairros tradicionais da “Figura A”.

O processo agora aguarda a formalização das assinaturas.

Líder dos caminhoneiros nega paralisação de Bolsonaro e o agro após proibições de Moraes

Wallace Landim, conhecido como Chorão e presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), negou qualquer paralisação dos caminhoneiros em apoio a Jair Bolsonaro (PL).

A declaração veio após especulações de que a categoria poderia se mobilizar politicamente em reação à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que proibiu Bolsonaro de conceder entrevistas. “Eu não vou deixar usarem a categoria como massa de manobra”, afirmou Chorão.

A oposição no Congresso criou uma Comissão Temporária de Mobilização Externa para apoiar o ex-chefe de Estado, liderada pelos deputados Zé Trovão e Rodolfo Nogueira. Ambos têm histórico de articulação com o setor agropecuário e com lideranças dos caminhoneiros, o que intensificou os rumores sobre uma possível movimentação nacional.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, não descartou uma paralisação em apoio ao ex-presidente durante entrevista na segunda-feira (21). Segundo ele, o movimento pode ser construído com apoio de parlamentares da oposição. Apesar disso, nenhuma convocação formal foi feita até o momento por entidades representativas dos caminhoneiros.

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante – Foto: Reprodução

Separadamente, representantes da categoria discutem a possibilidade de uma paralisação contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, conforme anunciado pelo governo de Donald Trump.

Esse debate, no entanto, é tratado como pauta econômica, e não política. “Como brasileiro, eu estaria nas ruas, mas como líder da categoria, não posso tomar uma decisão política”, reforçou Chorão.

Diario do Centro do Mundo.

Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*) 

O orgulho da estupidez

Não basta ser estúpido. Tem que se orgulhar. Essa é a imagem de parlamentares bolsonaristas que, além de apresentarem distúrbios cognitivos, fazem questão de demonstra-los para que não se tenha dúvidas. Assim como no 8 de janeiro quando fizeram questão de se filmar e divulgar os crimes que estavam praticando, deputados da bancada do Trump fizeram questão de mostrar que estão a favor da taxação de 50% ou mais. Milhões de dólares de prejuízos, desemprego que estão atingindo o agronegócio, pouco importam para esses parlamentares. O destaque é para o rondoniense Chrisostomo, que dia sim, dia também, vive passando recibo de traidor da Pátria. Nem na ditadura tão festejada por Chrisostomo, foi produzido uma cena semelhante. Os ditadores eram cruéis, mas nacionalistas.

                            O orgulho da estupidez 2

Pode ser uma imagem de 8 pessoas, sala de redação e texto que diz "TUDIOS TUDIO! ERUM AMERICAGRE GRE AMERIC CA onews Estúdioi i 22 JUL 13:54 MES OPOSIÇÃO TENTA DRIBLAR RECESSO, MAS MOTTA PROÍBE REUNIÕE Aliados de Bolsonaro planejavam votar moções de apoio ao ex- -presidente COMO ESQUEMA DO TRAFICO DESVIAVA MILHÕES DO FARMACIA FARMACIAPOPULAR POPULAR g1"Essa imagem foi bastante criticada pela imprensa, empresários e até por parlamentares da direita, que não concordaram com a exibição antipatriotica. O ato, que durou poucos segundos, foi interpretado como um gesto de protesto contra o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia vetado sessões de homenagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A exibição foi rapidamente interrompida pelo líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), que interveio ao perceber a cena.

Bolsonaro vai ficar em silêncio

O dia seguinte à ameaça de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro do STF Alexandre de Moraes foi de expectativa para uns e apreensão para outros. Moraes afirmou, no despacho em que pedia explicações aos advogados de Bolsonaro, que o ex-presidente havia descumprido as medidas cautelares impostas pelo Supremo na sexta-feira, que o proibiam de acessar as redes sociais. Na segunda-feira, Moraes reiterou a decisão e afirmou que Bolsonaro não poderia sequer dar entrevistas, sob o risco de que elas fossem transmitidas nas redes, o que caracterizaria um uso indireto das plataformas digitais. Pouco antes do prazo de 24 horas estipulado por Moraes, os advogados de Bolsonaro apresentaram as explicações requeridas pelo ministro. Alegaram que o ex-presidente não sabia que estava proibido de conceder entrevistas e garantiram que ele se manteria calado dali em diante. (UOL)

Fux e dois pesos

Pode ser uma imagem de texto que diz "O GLOBO PLANTÃO ECONOMIA Fux derruba decisão de Lewandowski e veta entrevista de Lula ao jornal Folha de S.Paulo f POR REUTERS 29/09/18- 11h04 SÃO PAULO (Reuters)- o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), vetou a entrevista que O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva daria ao jornal Folha de S.Paulo, proibindo a divulgação do conteúdo caso qualquer declaração já tenha sido realizada."A atuação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), volta a expor uma profunda incoerência. Em 2018, Fux censurou o ex-presidente Lula da Silva e proibiu que a imprensa divulgasse entrevista com ele na prisão. A decisão, inclusive, cassou uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski que autorizou uma entrevista à Folha de S.Paulo. Fux justificou a medida com o argumento de que um discurso de Lula, mesmo inelegível, poderia “desinformar” os candidatos e “influenciar o processo eleitoral” que culminou com a eleição de Bolsonaro.

 

2018 – Fux censura Lula e a imprensa:

“Determino que o requerido Luiz Inácio Lula da Silva se abstenha de realizar entrevista ou declaração a qualquer meio de comunicação […]. Determinar, ainda, caso qualquer entrevista ou declaração já tenha sido realizada […], a exclusão da divulgação do seu conteúdo […], sob pena da configuração de crime de desobediência.” “A liberdade de imprensa deve ser ponderada em face da liberdade de voto.” Sete anos depois, Fux  se opôs ao julgar medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado.

2025 – Fux protege Bolsonaro:

“A amplitude das medidas impostas restringe desproporcionalmente os direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação […], sem demonstração contemporânea, concreta e individualizada dos requisitos que legalmente autorizariam a imposição dessas cautelares.” “Parte das medidas cautelares impostas, consistente no impedimento prévio e abstrato de utilização dos meios de comunicação […], confronta se com a cláusula pétrea da liberdade de expressão.”

Pode decretar a prisão hoje

Moraes deve analisar hoje as alegações da defesa de Bolsonaro. Segundo analistas, o ministro tem duas alternativas: encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República para que emita um parecer ou decidir sozinho. Caso avalie que as respostas não são suficientes, ele pode decretar a prisão do ex-presidente. (g1)

Pode decretar a prisão hoje 2

Bolsonaro parece ter entendido o recado de Alexandre de Moraes. Nesta terça-feira, o ex-presidente não apareceu publicamente. Pela manhã, cancelou uma ida à Câmara dos Deputados para se encontrar com parlamentares aliados. Depois, foi para a sede do PL, onde passou todo o dia em reunião com seus interlocutores mais próximos e com seu filho caçula, o vereador por Balneário Camboriú (SC), Jair Renan. (Globo)

Eduardo Bolsonaro

Enquanto o pai se vê ameaçado de prisão, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) segue em busca de uma saída para não perder o mandato, enquanto continua nos Estados Unidos fazendo lobby contra o governo brasileiro. Nesta terça-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), indicou que poderia nomear Eduardo para uma secretaria estadual, o que justificaria sua ausência no Congresso. (Valor)

Eduardo Bolsonaro 2

Ato contínuo, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), entrou com um pedido no STF para que o ministro Alexandre de Moraes conceda uma medida cautelar que impeça Eduardo Bolsonaro de assumir uma secretaria estadual no Rio. Lindbergh argumenta que a nomeação teria como único objetivo a manutenção do mandato de Eduardo e a garantia de sua permanência nos Estados Unidos. (CNN Brasil)

Jabuti Acadêmico

Em meio às polêmicas envolvendo sua atuação contra Jair Bolsonaro, o ministro do STF Alexandre de Moraes recebeu uma boa notícia nesta terça-feira. Seu livro “Democracia e redes sociais: o desafio de combater o populismo digital” foi indicado como um dos finalistas do Jabuti Acadêmico, prêmio da Câmara Brasileira do Livro (CBL) que contempla obras científicas. Concorrem com Moraes a historiadora Lilia Schwarcz, a crítica literária Eurídice Figueiredo, o economista e ex-ministro da Fazenda Carlos Bresser-Pereira e o físico Marcelo Gleiser. (Globo)

Silêncio ensurdecedor

Não se fala mais no roubo do INSS, nos desvios bilionários do pix. A pauta da semana é a esdrúxula taxação de Trump e a iminente prisão de Bolsonaro. O mês de julho está quente, mas, pelo andar da carruagem, agosto promete ser um mês tenebroso.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Temendo prisão, Bolsonaro cancela ida à Câmara e segue recluso no PL

Ministro do STF Alexandre de Moraes pode decretar prisão se defesa do ex-mandatário não justificar violação de cautelares durante visita ao Congresso

Poucas horas depois de ser intimado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prestar explicações sobre possível violação de medidas cautelares, Jair Bolsonaro (PL) recuou de compromissos agendados para esta terça-feira (22) na Câmara dos Deputados. Segundo o jornal O Globo, Bolsonaro cancelou reuniões com aliados e permanece na sede nacional do PL, em Brasília.

A decisão ocorre em meio à pressão crescente por parte do Judiciário. Moraes determinou que a defesa do ex-mandatário esclareça sua conduta durante visita recente ao Congresso, na qual exibiu a tornozeleira eletrônica e manteve contato com parlamentares bolsonaristas. As sessões desta terça nas comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores estavam programadas para discutir moções de repúdio às decisões do STF que atingem o ex-presidente. A iniciativa, articulada por sua base de apoio, busca manter Bolsonaro em evidência e reforçar a narrativa de “perseguição” por parte da Justiça.

Durante reunião com deputados federais na segunda-feira (21), Bolsonaro insistiu na aprovação do projeto de anistia a condenados e investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo a oposição, a proposta seria um “gesto humanitário”, em reação ao que consideram penas desproporcionais. O governo e parte do Congresso, no entanto, enxergam risco de impunidade e rejeitam a medida por fragilizar a responsabilização dos envolvidos na tentativa de golpe.

Ainda durante o encontro, Bolsonaro incentivou a apresentação de novos pedidos de impeachment contra ministros do STF, com foco em Alexandre de Moraes. Embora não haja clima político para o avanço dessas iniciativas, interlocutores bolsonaristas avaliam que os gestos têm impacto simbólico e mobilizam a base nas redes sociais.

Ainda de acordo com a reportagem, a avaliação entre parlamentares próximos ao ex-mandatário é de que ele busca transformar as restrições impostas pelo STF em capital político, reforçando sua imagem de vítima e alimentando a militância com confrontos institucionais.

Na visita que motivou a reação de Moraes, Bolsonaro não apenas circulou pela Câmara como também fez críticas públicas às decisões do ministro, enquanto ostentava a tornozeleira eletrônica. Para o magistrado, há indícios de que o ex-mandatário pode ter utilizado redes sociais de forma indireta, o que violaria as restrições cautelares impostas em investigações que correm no STF.

No despacho, Moraes alertou que, caso não haja uma justificativa satisfatória por parte da defesa, poderá decretar a prisão imediata de Jair Bolsonaro.

Do Brasil 247 e

Coluna Zona Franca

(*) Roberto Kuppê

 Democracia corre risco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a onda recente de extremismo na política com o período de ascensão do Partido Nazista na Alemanha, na década de 1930 do século passado. A declaração foi dada a jornalistas, na tarde desta segunda-feira, 21, em Santiago, no Chile, onde Lula participou da reunião de alto nível sobre a defesa da democracia, organizada pelo presidente chileno Gabriel Boric.

 Democracia corre risco 2

“Por que que nós estamos fazendo esse movimento? Porque a democracia corre risco com o extremismo como ocorreu na fundação do Partido Nazista, com a questão da ascensão do [Adolf] Hitler. O que nós queremos é democracia, não importa que seja de direita, que seja de esquerda, que seja de centro. O que nós queremos é o exercício da democracia, com tolerância, com respeito à diversidade, com respeito ao pensamento ideológico, com respeito à cultura de cada país, a cada religião. É isso que eu quero para o Brasil“, disse Lula.

 Democracia corre risco 3

Também participaram do evento Democracia Sempre os líderes da Colômbia, Gustavo Petro; da Espanha, Pedro Sánchez; e do Uruguai, Yamandú Orsi. Na sequência da reunião reservada entre os líderes, eles se encontraram com representantes da sociedade civil, do meio acadêmico e de grupos de reflexão sobre políticas públicas. As discussões envolvem três temas: defesa da democracia e do multilateralismo; combate às desigualdades; e tecnologias digitais e o enfrentamento à desinformação. Para Lula, é preciso ações concretas e urgentes diante do agravamento da ofensiva antidemocrática no mundo. Após o encontro entre os presidentes, eles divulgaram uma declaração conjunta com compromissos e consensos em defesa da democracia.  (Revista Cenarium)

Moraes ameaça prender Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 24 horas para os advogados de Jair Bolsonaro explicarem os descumprimentos da medida cautelar que proíbe o ex-presidente de usar as redes sociais, direta ou indiretamente. No início da tarde de segunda-feira, Bolsonaro foi ao Congresso para se encontrar com parlamentares aliados. Após a reunião, ele posou com a tornozeleira eletrônica e fez um breve discurso, que foi retransmitido pelas redes sociais. De acordo com Moraes, se não houver uma justificativa plausível para o que considera uma violação de sua decisão, Bolsonaro pode ser preso. (g1)

Moraes ameaça prender Bolsonaro 2

Mais cedo, Moraes proibiu a veiculação de entrevistas concedidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em qualquer rede social. O ministro, que já havia determinado na sexta-feira a proibição de Bolsonaro de acessar as redes, afirmou que a divulgação de entrevistas pode “configurar uma burla à proibição do uso de redes sociais, sob o risco de decretação de prisão de Bolsonaro“. A defesa do ex-presidente declarou que vai entrar com um recurso no STF pedindo esclarecimentos sobre a decisão. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal informou ter concluído a perícia no pendrive encontrado no banheiro de Bolsonaro e que o dispositivo não continha informação relevante. (Folha)

Fux votou pró Bolsonaro e garantiu os ingressos para a Disney. Ele manifestou divergência em relação à decisão da Primeira Turma da Corte que impôs medidas cautelares severas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo a utilização de tornozeleira eletrônica.

Estadão detona Tarcísio

Tarcísio de FreitasO jornal O Estado de S. Paulo publicou um editorial contundente contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acusando-o de ecoar o discurso da “delinquência bolsonarista” ao questionar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro. A publicação condena a postura de Tarcísio, que tem defendido Jair Bolsonaro mesmo diante das acusações criminais que podem torná-lo inelegível em 2026. O Estadão relembra que, em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de disputar as eleições quando liderava as pesquisas, situação que gerou críticas da presidente do PT à época, Gleisi Hoffmann, que declarou: “O que estamos denunciando é que o impedimento de Lula (de concorrer à Presidência em 2018) seria uma fraude nas eleições”. Hoje, observa o jornal, o mesmo discurso é repetido por bolsonaristas, mesmo em situações distintas. Em recente manifestação, Tarcísio afirmou: “Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas”. A insinuação, segundo o Estadão, é inequívoca: eleições sem Bolsonaro não seriam legítimas. (Brasil 247)

Extrema direita

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "só DEUS PODE ME JULGAR... GADLERA- KA ERA- GA VERMELHA PODE MANDAR PRENDER!"O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, saiu em defesa de Bolsonaro nas redes sociais. O político de extrema direita pediu que o ex-presidente brasileiro “continue lutando”. Segundo ele, o STF colocou uma tornozeleira em um homem, mas jamais poderá fazer o mesmo com o desejo de uma nação. (CNN Brasil)

Extrema direita 2

Vale lembrar que, com medo de ser preso, Bolsonaro passou dois dias na Embaixada da Hungria, entre os dias 12 e 14 de fevereiro de 2024, após ter tido seu passaporte apreendido pela Polícia Federal.

Nova estratégia

Ontem pela manhã, Bolsonaro conversou com diferentes jornalistas e deu a entender que sua nova estratégia será se distanciar do tarifaço imposto ao Brasil por Donald Trump. Em conversa com a jornalista Andréia Sadi, da TV Globo, Bolsonaro afirmou que as tarifas são “lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira”, disse ele em entrevista por videoconferência. Bolsonaro ainda declarou que seu filho, Eduardo Bolsonaro, não tem condições de negociar com Trump por não poder falar pelo governo brasileiro. (g1)

Contas bancárias bloqueadas

À tarde, Eduardo Bolsonaro revelou que suas contas bancárias haviam sido bloqueadas por determinação de Alexandre de Moraes. Segundo ele, nesta segunda-feira não conseguiu realizar ao menos duas transações via Pix, o mesmo meio que seu pai, Jair Bolsonaro, usou para enviar cerca de R$ 2 milhões para auxiliá-lo nos Estados Unidos. “Estou preparado para seguir adiante mesmo sob condições difíceis”, afirmou o deputado. (Metrópoles)

Trump ditador

E Eduardo Bolsonaro chamou Trump de ditador. Pelo menos foi isso que disse em relação ao Alexandre de Moraes, quando este bloqueou as contas dele: “Esse bloqueio já era esperado. É um passo natural de ditadura. Tentativa de asfixia financeira como forma de chantagem”. Trump tem chantageado o Brasil ao impor taxação de 50%. O bom dos bolsonaristas é que inteligência não é o forte deles.

Informação privilegiada

Moraes também abriu uma investigação para apurar se houve uso de informação privilegiada no mercado antes do anúncio do tarifaço imposto por Trump, no dia 9 de julho. A Advocacia-Geral da União se manifestou ao STF com reportagens que indicam um movimento atípico no mercado de câmbio antes do anúncio. As matérias apontam suspeitas de que alguns investidores pareciam saber antecipadamente das medidas do presidente americano. (Globo)

Lula no Chile

No Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu o engajamento dos governos e da sociedade em defesa da democracia. Lula foi a Santiago para se reunir com os presidentes do Chile, Colômbia e Uruguai, além do primeiro-ministro da Espanha, em um fórum sobre o tema. “A defesa da democracia não cabe somente aos governos. Requer participação ativa da academia, dos parlamentos, da sociedade civil, da mídia e do setor privado”, afirmou Lula em seu pronunciamento. Em conversas com jornalistas, ele ainda disse que a guerra comercial com os Estados Unidos só começará quando e se o Brasil retaliar as medidas americanas. Por aqui, o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com representantes das gigantes de tecnologia americana que operam no país para discutir o tarifaço. O encontro contou com as presenças de Meta, Apple e Visa. (Estadão)

Excelente entrevista

Pré-candidato a deputado federal pelo Progressistas, o ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires, concedeu excelente entrevista ao jornalista Léo Ladeia (SGC Rondônia). Pires discorreu sobre diversos assuntos, principalmente, claro, sobre política e o panorama das eleições de 2026. O ex-prefeito de Ji-Paraná é um político diferenciado. Vai fazer a diferença na Câmara dos Deputados em Brasília.  Confira a entrevista aqui.

Sérgio Gonçalves vai assumir

Tudo indica que o vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil) vai mesmo assumir o governo em abril de 2026. É o que garantiu o governador Marcos Rocha (União Brasil), durante uma entrevista. Sendo assim, Sérgio Gonçalves terá direito e vai disputar a reeleição. Esse é o retrato atual, mas, política é como nuvem, a cada momento muda de posição.

Máximo no Podemos

Há rumores de que o deputado federal Fernando Máximo, deverá deixar o União Brasil (dos Irmãos Gonçalves e Marcos Rocha), e disputar o governo pelo Podemos. A coluna não conseguiu apurar com a direção do partido.

Os principais candidatos

Hildon Chaves (PSDB), Sérgio Gonçalves (União Brasil), Fernando Máximo (União Brasil) e provavelmente o senador Confúcio Moura (MDB-RO), são os principais nomes para a sucessão estadual.

Excelente iniciativa

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, parquímetro e textoRealmente uma excelente e refrescante iniciativa. O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos) acerta mais uma vez ao instalar no Espaço Alternativo, bebedouro com água gelada para os frequentadores do lugar, além de recipiente para os pets. No sábado (19), muitos visitantes ficaram surpresos ao encontrar um bebedouro gratuito e novinho, pronto para matar a sede de quem buscava lazer, esporte ou apenas descanso ao ar livre. A novidade surgiu como um alívio para o calor amazônico, principalmente para quem passou o dia no local aproveitando o espaço.

Excelente iniciativa 2

Além de água gelada e quente, o bebedouro oferece um vapor refrescante para aliviar o calor e conta com um modelo adaptado para os pets, garantindo que os animais também possam se hidratar durante os passeios. A medida reforça o investimento da Prefeitura na melhoria dos espaços públicos, tornando-os mais acolhedores e funcionais para a população.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Decisão de Moraes indica que Bolsonaro será preso nesta terça ou no máximo na quarta-feira

No documento, Alexandre de Moraes deixa claro que ex-presidente descumpriu as medidas cautelares

A decisão anunciada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de conceder nesta segunda-feira (21) um prazo de 24 horas para a defesa de Jair Bolsonaro (PL) se manifestar sobre descumprimento de medidas cautelares determinadas pelo STF indicaram que o político da extrema-direita pode ser preso nesta terça (22) ou na quarta-feira (23).

Réu no inquérito da trama golpista, Bolsonaro precisa cumprir algumas medidas cautelares após investigadores apontarem risco de fuga para o exterior e obstrução judicial. O ex-mandatário concedeu entrevista e exibiu sua tornozeleira eletrônica, duas condutas proibidas pelo STF, para não prejudicar as investigações.

Outras medidas cautelares contra Bolsonaro foram a proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros. O recolhimento domiciliar noturno deve ocorrer entre às 19h e às 6h, de segunda a sexta-feira, e integral nos fins de semana e feriados. Também está proibido de se aproximar ou ter acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros, nem pode manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras.

No STF, Bolsonaro responde a uma ação penal por cinco crimes. As penas, somadas, ultrapassam os 40 anos de prisão.

 

Com o avanço do processo da trama golpista, o político da extrema-direita e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fazem articulações junto ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, com o objetivo de aplicar sanções ao STF e ao Brasil. Em carta endereçada ao presidente Lula este mês, o chefe da Casa Branca mencionou a ação contra Jair Bolsonaro como justificativa para anunciar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras.

Em uma nova retaliação, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) abriu uma investigação comercial contra o Brasil.

Ministros do STF, políticos e ativistas do campo progressista denunciam que a iniciativa do governo americano viola a soberania nacional brasileira. O presidente Lula afirmou que o Brasil responderá aos EUA com a Lei de Reciprocidade Econômica. Essa legislação prevê a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações referentes a direitos de propriedade intelectual, contra medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade internacional brasileira.

No STF, Bolsonaro é acusado de cinco crimes – golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado, e dano qualificado pela violência ou grave ameaça. Somadas, as penas ultrapassam os 40 anos de prisão.

Do Brasil 247

Condenações de chefes de governo golpistas são irreversíveis, diz pesquisa

UFSC mostra que, em 148 casos ocorridos entre 1946 e 2024, líderes que tramaram contra o Estado — como Bolsonaro é acusado — não reverteram suas condenações

Depois de ser acusado de tramar um golpe de Estado, Jair Bolsonaro tenta se livrar de uma condenação pressionando o Congresso Nacional por anistia, ou mesmo se apega a uma improvável chance de ser considerado inocente no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas estas alternativas ficaram mais distantes com o avanço das investigações e com as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos (EUA), que levaram o ex-presidente a cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Já é sabido que, quanto mais o julgamento e as apurações avançam, pior fica para Jair e sua defesa. Além disso, o histórico mundial em julgamentos similares mostra que os condenados nunca conseguiram reverter a situação nos tribunais.

Um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade de Pisa, da Itália, mostra que, entre 1946 e 2024, todos os líderes de 76 países que foram condenados por ataques ao Estado não reverteram os processos condenatórios. Ou seja, diferente de casos de corrupção, nos 148 casos mapeados de condenações de ex-chefes de governo (presidentes, primeiros-ministros, ditadores) envolvidos em golpismo, os resultados não foram alterados, fosse por absolvição na Justiça ou por anistia do Congresso.

Ao Estadão, o professor de ciência política da UFSC, Luciano Da Ros, explica que os crimes contra a democracia são difíceis de reverter, pois são julgados em momentos de reafirmação institucional, nos quais os tribunais contam com apoio da classe política e da sociedade para debelar o golpismo.

Um dos 148 casos é o do general Jorge Rafael Videla, que esteve à frente da Argentina entre 1976 e 1981, durante a ditadura militar. Ele foi responsável pelo golpe de Estado que derrubou a presidente Isabelita Perón. Em 1985, o ditador foi condenado por crimes ligados ao golpe e cometidos enquanto esteve como presidente. Videla chegou a receber indulto presidencial, mas retornou para a cadeia anos depois.

No caso de Donald Trump, acusado pela invasão do Capitólio, os julgamentos e investigações foram paralisados quando retornou à Casa Branca, portanto, não chegou a receber uma condenação por tais crimes. O norte-americano chegou a ser condenado em outra ação, mas que envolve fraude financeira ligada à ex-atriz pornô Stormy Daniels. No entanto, o cumprimento da sentença foi suspenso em razão da imunidade garantida ao reassumir a Presidência.

Bolsonaro

O ex-presidente é apontado pelo Ministério Público Federal como o principal articulador da trama do golpe.

No STF, Bolsonaro responde por cinco crimes ligados à tentativa de golpe de Estado. A soma das penas pode chegar a 46 anos de reclusão, ainda que a pena máxima estabelecida no Código Penal seja de 40 anos. Confira os crimes que o ex-presidente responde:

  • Organização criminosa armada: pena de até 17 anos, podendo chegar a 20, por causa da liderança do grupo;
  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito: até 8 anos;
  • Golpe de Estado: até 12 anos;
  • Dano qualificado com violência contra o patrimônio da União: até 3 anos;
  • Deterioração de patrimônio tombado: até 3 anos.

Gato escaldado: Bolsonaro foge de entrevista após saber que poderia ser preso

Com medo de ser preso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou na última hora uma entrevista que concederia ao Metrópoles nesta segunda-feira (21). Segundo o portal, o encontro estava marcado para as 13h e foi desmarcado após a equipe do ex-presidente questionar se ele poderia ser preso por participar da transmissão ao vivo, que seria exibida nas redes sociais do veículo.

A preocupação de Bolsonaro ocorre em meio às restrições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que na sexta-feira (18) determinou a “proibição do uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros” como parte de medidas cautelares.

Como a entrevista seria transmitida ao vivo no YouTube e no X, Bolsonaro temeu que sua participação pudesse ser interpretada como violação das determinações judiciais.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Imagem: reprodução

O Metrópoles consultou dois ministros do STF e fontes na Polícia Federal para esclarecer se a entrevista poderia resultar em prisão. Sob reserva, os magistrados confirmaram que uma aparição ao vivo nas redes sociais poderia ser entendida como descumprimento das medidas cautelares.

A decisão reforça a tensão gerada pela medida de Moraes, que foi referendada pela Primeira Turma do STF no mesmo dia de sua publicação.

O cenário se complicou ainda mais após o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, anunciar a suspensão de vistos de Alexandre de Moraes, outros ministros “aliados” no STF e familiares dos magistrados. A medida foi uma resposta às restrições impostas a Bolsonaro, mas ainda não há uma lista oficial de todos os afetados.

O anúncio ocorreu horas após a decisão do STF, aumentando as tensões entre o Judiciário brasileiro e o governo estadunidense.

Diario do Centro do Mundo.

Coluna Zona Franca

Lula vai ao Chile

Após uma bem-sucedida campanha interna para reforçar a ideia de que o país está sendo vítima de um ataque econômico para interferir em assuntos domésticos, o governo brasileiro inicia a semana trabalhando para angariar apoio internacional em sua crise com os Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Santiago para se encontrar com os presidentes do Chile, Gabriel Boric, da Colômbia, Gustavo Petro, do Uruguai, Yamandú Orsi, e com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. A reunião é vista como uma frente de esquerda contra a ofensiva autoritária do presidente americano Donald Trump. (CNN Brasil)

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O encontro entre os presidentes deveria ter ocorrido no ano passado, mas, por conta de agenda, foi transferido para este ano e ganhou uma conotação política ainda mais forte devido à tentativa americana de influenciar o sistema Judiciário brasileiro para que o ex-presidente Jair Bolsonaro não seja condenado no processo que investiga a trama golpista. Lula pretende usar o encontro para afirmar que a investida de Trump é um ataque explícito à democracia brasileira. O presidente brasileiro dirá que vem tentando dialogar com o governo americano há meses para tratar de negociações econômicas e que as tarifas impostas são uma retaliação política. (Estadão)

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Neste domingo, Lula, Boric, Petro, Orsi e Sánchez publicaram um artigo conjunto em defesa da democracia. “A erosão das instituições, o avanço dos discursos autoritários impulsionados por diferentes setores políticos e o crescente desinteresse dos cidadãos são sintomas de um mal-estar profundo em amplos setores da sociedade”, escreveram os mandatários. Os cinco se colocam como defensores da democracia em um mundo cada vez mais extremado e violento. “… como líderes progressistas, temos o dever de agir com convicção e responsabilidade frente àqueles que pretendem enfraquecer a democracia e suas instituições”, concluíram. (Folha)

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Duas semanas depois de dizer que sacrificaria seu mandato de deputado federal para permanecer nos Estados Unidos fazendo lobby para que o governo americano sancione autoridades brasileiras em troca da anistia de seu pai, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou atrás. Em uma live neste domingo, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que não pretende renunciar ao mandato. “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, afirmou. Eduardo pediu licença do mandato em março, quando chegou aos Estados Unidos. Neste domingo, o prazo para reassumir a vaga na Câmara dos Deputados expirou e, a partir de agora, as faltas às sessões passam a ser contabilizadas. De acordo com o regimento da Casa, ele pode faltar até um terço das sessões sem apresentar justificativa. Pelos cálculos da família BolsonaroEduardo ainda pode se ausentar de 44 sessões antes de perder o mandato. (UOL)

Ameaças ao ministro

Eduardo Bolsonaro também fez ameaças ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo ele, seu principal objetivo é retirar o jurista do Supremo Tribunal Federal. “Toda hora a gente tem que expor o nível de várzea que é Moraes com a caneta do STF. O ideal seria ele fora do STF. Trabalharei para isso também, tá, Moraes?”, afirmou o deputado, que acusa de forma recorrente o ministro de agir politicamente para impedir que seu pai concorra às eleições de 2026. (Metrópoles)

Ameaças à Polícia Federal

Eduardo Bolsonaro em live que ameaçou ministros do STF e a Polícia Federal - 20/07/2025Na mesma live, Eduardo Bolsonaro ameaçou integrantes da Polícia Federal que estariam investigando a ele e a outros integrantes de sua família em processos do Supremo Tribunal Federal. “Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você… ah, eu vou me mexer aqui”, disse o filho do ex-presidente Bolsonaro. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que as falas do deputado federal licenciado são uma tentativa de intimidação aos policiais federais. “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”, disse Rodrigues. De acordo com ele, a PF tomará medidas legais contra Eduardo, que é escrivão da Polícia Federal em São Paulo. (g1)

Prisão de Eduardo Bolsonaro

Os líderes do PT no Congresso pediram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O pedido é assinado pelo deputado Lindbergh Farias (RJ) e pelo senador Randolfe Rodrigues (AP). O documento foi anexado ao inquérito no qual o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.

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Os parlamentares sustentam que a decretação da prisão é necessária para manter a ordem pública diante de condutas antidemocráticas e de estímulo a “atos atentatórios à soberania. Capaz de, ao ser preso, ele declare insanidade mental. O que certamente será acatado. Só maluco faz o que Eduardo vem fazendo.

Vistos americanos

O cancelamento de vistos americanos, anunciado pelo secretário de Estado do país, Marco Rubio, atingiu praticamente todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, com exceção de Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux. Além de Alexandre de Moraes, o principal alvo do governo americano, também estão proibidos de entrar nos Estados Unidos os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e a ministra Cármen Lúcia. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve seu visto cancelado. As sanções se estendem ainda aos familiares imediatos dos ministros e do PGR, que também estão impedidos de entrar nos EUA. (CNN Brasil)

Bolsonaro culpado

Celso Rocha de Barros: “Quando Bolsonaro chamou uma superpotência para intervir no Brasil topou o risco de Trump aproveitar a oportunidade para quebrar justamente os setores mais competitivos de nossa economia”. (Folha)

Por engano, foi sem querer

Dezenas de palestinos que tentavam chegar a centros de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza foram mortos neste domingo por soldados israelenses, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas. No sábado, outras 32 pessoas foram mortas por disparos de combatentes das Forças de Defesa de Israel. No Vaticano, o Papa Leão XIV condenou a “barbárie” da guerra em Gaza e o “uso indiscriminado da força” contra civis palestinos. (New York Times e Guardian)

Pix em Paris

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Turistas brasileiros que visitam a França, especialmente Paris, agora podem fazer compras usando o Pix como forma de pagamento. A novidade foi implementada por empresas como a PagBrasil, em parceria com o sistema VoucherPay, e permite transações instantâneas em reais, com conversão automática para euros por meio de QR Code. A taxa de serviço gira em torno de 3%.

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Estabelecimentos bastante frequentados por brasileiros — como a farmácia CityPharma e as perfumarias Fragrance de l’Opéra e Grey — já adotaram a solução. A grande vantagem é que o sistema elimina a necessidade de cartão internacional ou conta bancária na Europa. Além disso, em algumas lojas, é possível parcelar as compras, embora isso envolva taxas adicionais.

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A iniciativa tem agradado tanto os turistas, pela praticidade, quanto os lojistas, por facilitar as vendas sem intermediários. Com a boa recepção, já se discute a expansão do serviço para outras cidades francesas e países da Europa com forte fluxo de brasileiros.

O negacionista

Ora, ora, quem está criticando o governo Lula pelo baixo índice de vacinação no Brasil. Dr. Hiran Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM). Logo ele que foi contra uso de máscaras e vacinas durante a pandemia. Bolsonarista, Hiran Gallo recebeu dezenas de críticas por não apoiar a vacinação contra a covid. Parlamentares bolsonaristas chegaram até a aprovar projetos contra a obrigatoriedade de vacinar crianças, criando confusão nas mentes dos pais que não sabem se podem ou não vacinarem seus filhos.

O negacionista 2

O Conselho Federal de Medicina recebeu Moção de Censura por sua postura anticientífica referente a vacinas. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)  expressou “profunda preocupação” com as atitudes do Conselho Federal de Medicina, que contrariam princípios fundamentais da ciência e da medicina baseada em evidências.

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Após o Brasil registrar oficialmente seu primeiro dia sem mortes por covid desde que a pandemia começou a matar no país, o Conselho Federal de Medicina criticou o uso de máscaras em aviões e aeroportos. Ignorando seu uso já pacificado em outros países em contextos bem menos graves, além de todo um manancial de estudos, o órgão publicou nota na qual afirmava não haver motivos para o uso “indiscriminado” da medida. Na ocasião Hiran Gallo disse que a medida “jamais pode ser impostas a pessoas que não compartilham de tais ideologias ou comportamentos”. Enfim, de negacionista durante o governo Bolsonaro, o médico rondoniense passou a ferrenho defensor das vacinas no governo Lula.

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A deputada estadual Taissa (PL-RO), bolsonarista, aprovou o Projeto de Lei nº 311/2023, que desobriga aos pais de vacinar seus filhos. De acordo com a deputada, a medida visa garantir o direito à escolha dos pais, respeitando a diversidade de opiniões e levando em conta as particularidades de cada família. Ora, vacinar crianças não é questão de opinião. É questão de saude e deve ser tão obrigatório quanto pular de um avião com paraquedas. É questão de vida ou de morte.

                                               Preta Gil

Rio de Janeiro (RJ), 12/01/2020 - A cantora Preta Gil, se apresenta na festa de abertura dos 50 dias do Carnaval Rio 2020, na praia de Copacabana. Foto: Tânia Rêgo/Agência BrasilA cantora, atriz, empresária e apresentadora Preta Gil morreu neste domingo, aos 50 anos, por complicações decorrentes de um câncer. O tratamento havia sido iniciado em janeiro de 2023, quando Preta anunciou publicamente o diagnóstico: adenocarcinoma, um câncer no intestino. Após cirurgia e sessões de quimioterapia e radioterapia, ela chegou a anunciar que a doença estava em remissão. No entanto, em agosto de 2024, Preta revelou que o câncer havia retornado em diferentes partes do corpo. Como em todas as fases de sua vida, Preta encarou a batalha com resiliência e transparência, sempre incentivando o diagnóstico precoce do câncer. (Folha)

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Preta comemorou seu aniversário de 50 anos no ano passado com uma festa para 700 pessoas e lançou a autobiografia “Preta Gil: os primeiros 50“, pela editora Globo. No livro, ela relata a luta contra o câncer e o término do casamento de oito anos com o produtor Rodrigo Godoy, em 2023, após descobrir que ele a traía enquanto ela realizava o tratamento. Nas últimas semanas, Preta tentava uma terapia experimental contra a doença nos Estados Unidos. (Globo)

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Mulher preta, bissexual e fora dos padrões estéticos convencionais, a artista, filha do cantor Gilberto Gilenfrentou preconceitos e usou sua imagem para promover a inclusão e combater a discriminação. Embora tenha crescido cercada pela música, Preta inicialmente trabalhou nos bastidores como produtora e publicitária. Seu álbum de estreia, Prêt-à-Porter (2003), trouxe um repertório que mesclava pop, MPB, samba e funk. A capa e o encarte do CD, nos quais aparecia nua, causaram polêmica na época. Ao longo da carreira, lançou três álbuns, criou o Bloco da Preta — sucesso no carnaval do Rio e de São Paulo —, participou de novelas e atuou em séries e filmes. (g1)

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Logo após o anúncio da morte, as redes sociais foram inundadas com mensagens de carinho e homenagens. A apresentadora Angélica escreveu: “Gratidão por ter tido você na minha vida”. O diretor Boninho disse que Preta “já é saudade nos nossos corações”. Xuxa também homenageou a amiga: “Que sua força, alegria e amor por tudo que você fez nunca sejam esquecidos”. (UOL)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Como Churchil, Lula não vai se render ao novo Hitler!

Por Roberto Kuppê (*)

Hitler foi um expansionista que queria, à força, dominar a Europa. Foi barrado pelo recém nomeado primeiro ministro do Reino Unido, Winston Churchil.

Hitler já dominava boa parte da Europa quando chegou à Churchil a proposta de rendição através de um acordo. O conselho de guerra britânico queria o acordo. O Reino Unido (Inglaterra) não tinha como enfrentar a Alemanha de Hitler. A Bélgica já tinha sido dominada. A próxima seria a França e depois a Inglaterra.

Winston Churchil conversa com o povo no metrô de Londres

Churchil ia bater o martelo pelo acordo (rendição), mas, antes de ir para a reunião do conselho de guerra, desceu do carro e, sozinho, pegou um metrô. Os passageiros o reconheceram. Então ele perguntou se eles concordavam com a rendição. Ouviu sonoros nãos. Em seguida ele foi ao conselho de guerra e disse que não ia assinar o acordo de rendição. Com aliados (incluindo Estados Unidos e a então URSS), o Reino Unido combateu Hitler e, venceu a guerra. Ao se opor à rendição, Churchil salvou o mundo.

E o Lula, como entra na história? Donald Trump é o novo Hitler. É expansionista e pretende subjugar o mundo. Trump trava uma verdadeira guerra, só que sem armas. Usa tarifas esdrúxulas contra países que mantém comercialização de produtos com os Estados Unidos. Mas, esbarrou no Brasil de Lula que não baixou a cabeça pra Trump. Como Churchil, Lula vai enfrentar o todo poderoso Trump que quer dominar o mundo à força. Se Lula se render à Trump nunca mais o Brasil será o mesmo. Vai para a história como um presidente fraco. Lula vai vencer? Só o tempo dirá…

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Texto inspirado no filme “O destino de uma Nação”, de 2017, no catálogo da Netflix. O Destino de uma Nação acompanha Winston Churchill (Gary Oldman) que está prestes a encarar um de seus maiores desafios: tomar posse do cargo de Primeiro Mnistro da Grã-Bretanha. Paralelamente, ele começa a costurar um tratado de paz com a Alemanha nazista que pode significar o fim de anos de conflito.

Coluna Zona Franca

Beirando a loucura

O que está acontecendo hoje no Brasil é surreal. Um despautério. Algo inimaginável e totalmente sem cabimento. Um país (Estados Unidos) interferindo na justiça, na política interna e na democracia brasileira. Como se o Brasil pertencesse aos Estados Unidos! Pensa num vizinho querer mandar na sua casa, impondo ordens descabidas? É disso que estamos falando. E o pior de tudo que está acontecendo, está sendo capitaneado por brasileiros nos EUA. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é o mentor desses atos anti patrióticos. O nome dele aparece 40 vezes na decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

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O documento, com 47 páginas, detalha como Eduardo atuou diretamente dos Estados Unidos e aponta que “as condutas praticadas por Bolsonaro se alinham ao modus operandi de seu filho”. Para efeito de comparação, Jair Bolsonaro é mencionado 52 vezes na decisão. Moraes afirma que há um “alinhamento das condutas delitivas” entre os dois e que as ações de Eduardo foram fundamentais para a tentativa de obstrução das investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "FOLHADES.PAUL FOLHA DE S.PAULO política Governo Trump proíbe entrada de Moraes e ministros do STF nos EUA"A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu com indignação às sanções impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogando vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).  “Essa retaliação agressiva e mesquinha a uma decisão do Tribunal expõe o nível degradante da conspiração de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro contra o nosso país”, afirmou Gleisi em uma contundente manifestação.

Bolsonaro não é prisioneiro de guerra

Trump está confundindo o Brasil como países em guerra no Oriente Médio, especialmente Israel contra o Hamas. Nessa guerra há trocas de prisioneiros. No caso brasileiro, os Estados Unidos querem Bolsonaro, e, para isso, estariam dispostos até a invadir o Brasil. Não dá pra entregar Bolsonaro a Trump como se fosse um prisioneiro. A justiça brasileira não aceita barganha.

Sérias ameaças

Segundo o que se lê no X, Trump e nenhuma autoridade americana vão receber a comitiva brasileira para negociar a taxação de 50%. Quem garante isso é o patriota Eduardo Bolsonaro. Não há negociação sem a anistia à Jair Bolsonaro. Ou seja, tende a piorar.

Sérias ameaças 2

Desde ontem pipocam nas redes sociais que os Estados Unidos vão intensificar os ataques contra a soberania brasileira. Falam em desligamento do GPS, bloqueio de espaço aéreo para aeronaves brasileiras nos EUA. É insano. Ainda mais por causa de um político que não vale aquilo que o gato enterra. Alguém avisa à Trump que ele está comprando gato por lebre.

Sérias ameaças 3

Se concretizadas essas ameaças, o Brasil se transformará num caos pior do que vivenciado durante a pandemia da covid em 2021. Sem GPS os aeroportos serão fechados. Aplicativos de entrega e de transportes urbanos e rodoviários, se inviabilizariam. O agronegócio seria atingido frontalmente. Que dirá o sistema nacional de segurança e de saúde. Tudo isso por causa de quem? De Bolsonaro que deixou milhares de pessoas morrerem de covid. A coluna repete, Bolsonaro não vale aquilo que o gato enterra.

Trump não é eterno…

A sorte é que Trump não será eterno. Com 80 anos, o peso da idade já está dando sinais de que o presidente americano não vai durar muito. Longe da coluna desejar a morte de Trump, mas seja feita a vontade de Deus. Amém.

                                      Transnordestina

lula e outras autoridades na transnordestinaEnquanto o ex-presidente Bolsonaro vestia tornozeleira eletrônica e o filho dele tramava mais ataques à nação brasileira nos EUA, o presidente Lula estava no Ceará visitando trecho já concluído da obra da Transnordestina, lançada há quase 20 anos. Esta é a nona visita presidencial de Lula desde que assumiu o mandato na Presidência. O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), entusiasta da obra, acredita que o término da gigantesca obra está muito próximo.

A vergonha de Rondônia

É impressionante o quanto Rondônia produz políticos sem noção e totalmente despirocados das ideias. É o caso do deputado federal coronel Chrisostomo (PL-RO). Para salvar o ex-presidente Bolsonaro (despirocado também), o deputado convocou ontem as Forças Armadas para, pasmem, um “novo golpe de 64”. Seria uma resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. [07:40, 19/07/2025] Roberto: Observe o despautério: “Me orgulhava das Forças Armadas em 1964, mesmo sendo menino. Hoje, peço que estejam ao lado do povo e da democracia”. Juntar ditadura militar com democracia é caso de internação compulsória. Camisa de força nesse político sem noção.

Veta, Lula!

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "VETA. LULA! PL DA DEVASTAÇÃO NÃO!"Ao presidente Lula e demais representantes do Brasil: O futuro da humanidade e a saúde do nosso planeta estão em jogo: todos, em todos os lugares, precisam que você faça tudo o que estiver ao seu alcance para preservar todos os ecossistemas do Brasil. Conclamamos você a: Vetar o “PL da devastação” e qualquer outra legislação antiambiental aprovada pelo Congresso; proteger os povos indígenas e garantir seus direitos sobre suas terras; e responsabilizar as empresas privadas por invasões ilegais em terras protegidas.

MDB e Republicanos

As negociações por uma federação partidária entre MDB e Republicanos estão paralisadas até segunda ordem. A interrupção foi confirmada por interlocutores de ambos os partidos. Apesar de seguir como uma hipótese, a federação, que alcançaria 88 deputados federais e 16 senadores, entusiasma hoje mais o MDB do que o Republicanos.

MDB e Republicanos 2

As discussões arrefeceram no início deste mês, durante o Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, onde estiveram o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. Conhecido como “Gilmarpalooza”, o evento é apadrinhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. (O Tempo).

MDB-RO

Emedebistas rondonienses respiram aliviados. Uma federação com o Republicanos de Rondônia fariam um nó entre os filiados de ambos os partidos. O MDB comandado pelo senador Confúcio Moura é aliado ao governo Lula e, o Republicanos comandado por Aparício Carvalho, aliado ao moribundo Bolsonaro.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Tarifaço dos EUA: veja quais setores e estados devem ter mais prejuízos

Caso entrem em vigor, as barreiras tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos causarão impacto negativo mundial. A elevação das tarifas sobre importações dos EUA pode resultar em queda de 0,12% no PIB global. O comércio internacional pode ter redução de 2,1%, equivalente a US$ 483 bilhões. A estimativa é de estudo econômico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), divulgado no dia 11 de julho.

Segundo a publicação, em 12 meses, os EUA serão os maiores prejudicados, com redução de 0,37% no PIB. China e Brasil teriam diminuição de 0,16% no PIB. No Brasil, o percentual equivale a R$ 19,2 bilhões.

As exportações brasileiras podem ter queda de R$ 52 bilhões e as importações podem ser reduzidas em R$ 33 bilhões. O emprego pode cair 0,21%, cerca de 110 mil postos de trabalho.

Os setores industrial e o agropecuário devem ser os mais afetados em exportação e produção, estima o estudo. Tratores e outras máquinas agrícolas apresentariam a maior redução nas exportações, -23,61%. A produção desse tipo de maquinário recuaria 1,86%.

De acordo com Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o volume de impacto mais significativo pode acontecer em empresas que importam e exportam, como fundição Tupy, WEG e Embraer, cujo percentual de 40% das exportações são para os EUA. Aeronaves, embarcações e outros equipamentos de transporte aparecem no estudo da UFMG com redução de 9,19% na produção e queda de 22,33% nas exportações.

A projeção dos impactos das medidas tarifárias no emprego brasileiro aponta redução de 40 mil ocupações na agropecuária, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria.

Somadas às repercussões nas grandes empresas brasileiras, o presidente da CNI alerta para as consequências regionais do tarifaço, a partir do efeito em pequenas e médias empresas.

“Temos que dar atenção também aos setores que não têm essa dimensão de volume, mas têm uma representatividade muito grande para as exportações daquele segmento. Por exemplo, calçados ou hortifrutigranjeiros, como as frutas do Ceará. Das exportações cearenses, cerca de 45% são para os Estados Unidos. Então, para aquele estado, a relatividade do impacto seria muito grande”, disse Alban.

Impactos regionais no Brasil

Na projeção econômica da UFMG, os cinco estados mais afetados serão São Paulo, com queda de R$ 4,4 bilhões no PIB estadual; Rio Grande do Sul, com menos R$ 1,9 bilhão; Paraná, com baixa de R$ 1,9 bilhão; Santa Catarina com declínio de R$ 1,74 bilhão; e Minas Gerais com perda de R$ 1,66 bilhão.

A intensidade dos impactos setoriais varia entre os estados, destacando Minas Gerais com impactos mais expressivos na Agropecuária e Indústria Extrativa, e São Paulo, especialmente afetado nas Indústrias de Transformação, Comércio e Transporte.

No setor Agropecuário, Minas Gerais registraria a maior queda percentual, de 1,15%, seguida por São Paulo, com menos 0,73%.

Na Indústria Extrativa, Minas Gerais também pode ter retração mais acentuada, de 0,35%, em comparação a São Paulo, com 0,12%, e ao Brasil, com 0,29%.

Já nas Indústrias de Transformação, São Paulo pode apresentar a maior redução, de 0,31%, enquanto Minas Gerais pode ter queda de 0,22%.

Retomada do diálogo

A embaixada do Brasil em Washington protocolou, na quarta-feira (16), uma carta junto ao governo dos Estados Unidos pedindo a retomada do diálogo técnico sobre a suspensão das tarifas de 50% impostas às exportações brasileiras.

O documento foi assinado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ainda sem respostas por parte de Washington.

Ainda nesta semana, a U.S. Chamber of Commerce e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) divulgaram nota conjunta na qual solicitam ao presidente Trump a suspensão das tarifas. No documento, as Câmaras de Comércio pedem que os governos dos dois países se engajem em negociações de alto nível.

As instituições afirmam que mais de 6,5 mil pequenas empresas nos Estados Unidos dependem de produtos importados do Brasil e que 3,9 mil empresas norte-americanas têm investimentos no país.

Fonte: Brasil 61

A vergonha de Rondônia: Chrisostomo convoca Forças Armadas e imprensa para “novo golpe de 64” contra prisão de Bolsonaro

O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) pediu, nesta sexta-feira (18), uma resposta das Forças Armadas à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante coletiva no Senado, o parlamentar afirmou ter “orgulho” do papel das Forças Armadas no golpe de 1964, que derrubou o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura de 21 anos. “Me orgulhava das Forças Armadas em 1964, mesmo sendo menino. Hoje, peço que estejam ao lado do povo e da democracia”, disse.

Chrisóstomo também convocou a imprensa a se alinhar ao golpismo bolsonarista.

. “Na década de 60, em 64, a imprensa agiu em favor do povo. Tá na hora da imprensa brasileira agir em favor do povo brasileiro. São os senhores que estão aqui, não somente nós, deputados e senadores. Os senhores que são da imprensa brasileira, defendam o Brasil, defendam o nosso povo”, declarou, em tom que remete a apelos semelhantes feitos na véspera do golpe militar.

O deputado Coronel foi o relator do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que buscava anular o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) promovido pelo governo federal. No entanto, o projeto foi suspenso após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela manutenção, quase integral, do decreto do Executivo que elevou o imposto.

O regime exaltado por Chrisóstomo foi responsável por sucessivos fechamentos do Congresso em 1966, 1968 e 1977, e por violações sistemáticas de direitos. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014, a ditadura matou ou fez desaparecer 434 pessoas, das quais 210 continuam desaparecidas.

Revista Forum

Após tornozeleira: Flávio Bolsonaro pede para Trump suspender tarifas e compara seu pai a Mandela

Senador liga o modo pânico após operação da PF de busca e apreensão contra o seu pai, que teve celular, pendrive e 14 mil dólares em espécie apreendidos

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou em desespero após a operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) contra o seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, na manhã desta sexta-feira (18).

A operação foi deflagrada, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para evitar que Bolsonaro fuja do país antes do julgamento a que será submetido por tentativa de golpe de Estado. O magistrado impôs medidas restritivas ao ex-presidente como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de se comunicar com o filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos para articular retaliações ao Brasil, proibição de se aproximar de embaixadas, entre outras.

Durante a operação, policiais federais apreenderam o celular de Bolsonaro, 14 mil dólares em espécie e um pendrive que estava escondido no banheiro de sua casa.

Com o cerco se fechando, Flávio Bolsonaro ligou o “modo pânico” e passou a pedir para que o presidente dos EUA, Donald Trump, suspenda a tarifa de 50% que impôs às exportações brasileiras como represália ao julgamento do ex-presidente.

“O justo seria Trump suspender a taxa de 50% sobre importações brasileiras e meter sanção individual em quem persegue cidadãos e empresas americanas, viola liberdades, usa o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego”, escreveu Flávio.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em suas redes sociais • Reprodução
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em suas redes sociais • Reprodução

A reportagem entrou em contato com a assessoria do senador para saber o motivo da exclusão, e a resposta foi que ele “achou melhor tirar; como já tinha uma primeira publicação, achou que era suficiente”.

Em outra postagem, o senador deixou ainda mais claro o seu desespero ao comparar Bolsonaro com Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul e líder de um campo político que é exatamente o oposto ao de seu pai.

“Fica firme, pai, não vão nos calar! A proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas (…) O ardil é tanto, que faz exatamente no início do recesso parlamentar, quando Brasília está vazia. Mas seu cálculo certamente esqueceu de levar em conta que hoje, 18/Jul, é o Mandela Day. Dia em que o mundo celebra o símbolo de resistência e luta pela liberdade! Não é uma coincidência apenas!”, disparou o senador.

Revista Forum

Bolsonaro financiou ataques que resultaram no tarifaço de Trump, dizem investigadores da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo, nesta sexta-feira (18), de uma operação da Polícia Federal (PF), sob a acusação de financiar uma ofensiva contra a soberania do Brasil e a independência dos Poderes, conforme informações do blog do Valdo Cruz, do G1.

De acordo com investigadores da PF, as ações coordenadas por Bolsonaro tiveram impacto direto no agravamento da crise comercial com os Estados Unidos, culminando no tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros.

A operação

Agentes da PF realizaram buscas na residência de Bolsonaro, no bairro Jardim Botânico, e no escritório político do ex-presidente, localizado na sede do Partido Liberal (PL). Segundo aliados, ele estava em casa no momento da chegada dos policiais.

As medidas restritivas contra Bolsonaro foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente já está com tornozeleira eletrônica instalada e está proibido de acessar redes sociais.

Entre as determinações, o ex-capitão também deve cumprir recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h, e está impedido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros. Ele também não poderá se aproximar de sedes diplomáticas no Brasil.

A proibição também se estende a qualquer tipo de comunicação com outros réus ou investigados pelo STF, e com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está atualmente nos Estados Unidos.com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está atualmente nos Estados Unidos.

DCM

Coluna Zona Franca

Busca e apreensão

Pode ser uma imagem de 2 pessoasNa manhã desta sexta-feira (18), a Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão contra Jair Bolsonaro (PL) e endereços vinculados ao Partido Liberal (PL), conforme informações de Camila Bomfim, do g1. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi realizada na residência do ex-presidente e na sede do PL. Vai utilizar tornozeleira eletrônica.

Busca e apreensão 2

Advogados de defesa do ex-presidente confirmaram a operação. Ele é alvo de medidas restritivas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as restrições, Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica e não poderá acessar redes sociais.
Ele também terá de permanecer em casa entre 19h e 7 da manhã, e foi proibido de se comunicar com seu filho deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL‑SP), embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas), nem com outros réus e investigados pelo Supremo. O risco de fuga é um dos motivos da operação, que ainda está em curso.

Veja desta semana

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "EDIÇÃO DA SEMANA 75 veja 29 Editora ABRI OBRASLEDOS O BRASIL EDOS BRASILEIROS THANK YOU, MR. TRUMP! Tarifaço do presidente amer icano, que acaba de completar seis meses de seu Jexplosivo mandato, ajuda popularidade Lula faza oposição se dividir entre defender Bolsonaro O BolsonaroouosInteresses ou OS interesses do pais"Pela primeira vez a revista Veja traz na capa Lula de forma positiva. A publicação enfatiza que o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros, ajudou na popularidade de Lula e pressionou a oposição. A investida de Trump reforçou essa tendência. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira 16, a desaprovação ao governo caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação passou de 40% para 43%, entre maio e julho. Em dois meses, o saldo negativo, que era de 17 pontos percentuais, baixou para 10. O levantamento mostrou ainda que a recuperação da gestão Lula foi acima da média no Sudeste, que reúne os quatro estados que mais exportaram para os Estados Unidos em 2024- e também os três maiores colégios eleitorais do país. Na região, a desaprovação baixou de 64% para 56%, e a aprovação subiu de 32% para 40%.O presidente avançou até em setores que não formam suas bases de apoio tradicionais. “A recuperação aconteceu na classe média, com maior escolaridade, no Sudeste. São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas do Trump e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui”, afirma o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest.

Trump X Lula

Pode ser uma imagem de 3 pessoas, telefone e texto que diz "冷AI < Paravocê-Explorar Explorar Para você EDUARDO E er Topnoticiass Topnoticiass"Pelo andar da carruagem, Trump quer tirar Lula do poder. E o Congresso Nacional, majoritariamente de direita, também está afim. Com Lula subindo nas pesquisas, os ataques internos e externos ao governo, tendem a aumentar. Por seus turnos, nem governo nem a justiça aceitarão se submeter aos caprichos de Trump. E o povo, por sua vez, precisa se manifestar.

Chantagem inaceitável

Depois de dias buscando contato com os Estados Unidos para abrir negociações sobre o tarifaço de Donald Trump e impulsionado pelas pesquisas de opinião que mostram uma melhora na avaliação do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na noite desta quinta-feira um pronunciamento em rede de rádio e televisão no qual a carta enviada por Trump na semana passada como uma chantagem inaceitável. Lula afirmou que a tentativa de interferir na Justiça brasileira são um grave atentado à soberania nacional. Lembrou ainda que o Brasil vem tentando negociar com o governo americano há meses, em mais de dez reuniões bilaterais. Uma proposta oficial de negociação, de acordo com o presidente brasileiro, foi enviada em maio para Washington e até o momento foi sequer respondida. “Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse Lula em seu pronunciamento. (Poder360)

Chantagem inaceitável 2

O presidente ainda afirmou que os políticos brasileiros que apoiam as medidas americanas são traidores da pátria. “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo”, disse o Lula, em recado claro à família Bolsonaro e seus apoiadores diretos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). (CNN Brasil)

Chantagem inaceitável 3

Lula aproveitou o 60º Congresso da UNE em Goiânia (GO) e fez também um discurso inflamado, acusando Trump de interferência nos assuntos internos do país e defendendo de forma intransigente a soberania nacional. Diante da União Nacional dos Estudantes, uma plateia que historicamente sempre lhe deu apoio incondicional, Lula classificou Trump como “um gringo que quer mandar no Brasil”. “Não é um gringo que vai dar ordem a este presidente da República. Não é. Eu sei a quem devo respeitar neste país”, disse ele, enquanto os estudantes gritavam: “Ah-ha, uh-uh, o Brasil é nosso”. (UOL)

Chantagem inaceitável 4

No mesmo discurso, Lula acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de serem traidores da pátria. O presidente afirmou que os dois não tiveram nenhuma preocupação com os prejuízos que o tarifaço de Trump trará para a indústria, a agricultura e o salário dos brasileiros. “Que ele tenha vergonha, se esconda da sua covardia e deixe este país viver em paz”, disse Lula sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos em favor do pai. Lula afirmou que o Brasil vai taxar as empresas de tecnologia americanas, um projeto antigo do governo que vem sendo estudado desde o ano passado. Ele defendeu ainda o controle sobre as redes sociais e afirmou que não aceita que, em nome da liberdade de expressão, as plataformas online sejam usadas para promover agressões. “A gente vai julgar e cobrar impostos das empresas americanas digitais”, declarou Lula no evento da UNE. (R7 e Folha)

Chantagem inaceitável 5

O presidente brasileiro aproveitou para se dirigir diretamente aos Estados Unidos. Em uma entrevista para a rede americana CNN, ele afirmou que Trump foi eleito para governar os Estados Unidos e não “para ser o imperador do mundo”. Lula ainda reafirmou a independência do Judiciário brasileiro. “O presidente da República não tem influência alguma sobre outro poder”, disse à jornalista Christiane Amanpour. (CNN)

Chantagem inaceitável 6

Pode ser uma imagem de texto que diz "VOU FERRAR o BRASIL PRA, TE SALVAR, MEU CACHORRINHO"Mais tarde o presidente americano reagiu às investidas de Lula, reafirmando que impôs tarifas ao Brasil por conta do processo que investiga a trama golpista e que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão. Em uma carta endereçada a Bolsonaro e publicada em sua própria rede social, a Truth Social, Trump afirmou que um “sistema injusto se voltou contra Bolsonaro”. O presidente americano também reiterou que o julgamento contra Bolsonaro deveria ser encerrado imediatamente. Trump acusou ainda o atual governo brasileiro de realizar ataques à liberdade de expressão tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. “Minha sincera esperança é de que o governo brasileiro mude de rumo, pare de atacar os opositores políticos e encerre esse regime ridículo de censura. Estarei observando de perto”, escreveu Trump na carta a Bolsonaro. (Metrópoles)

Enquanto isso…

Trump foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica pelos médicos da Casa Branca, após apresentar pequenos hematomas nas mãos e inchaço nas pernas. O médico que atende o presidente americano afirmou que serão realizados testes mais aprofundados para avaliar melhor o problema, que consiste na dificuldade das veias em reenviar o sangue para o coração. Segundo ele, a condição de Trump é benigna e o problema é comum em pessoas com mais de 70 anos. (New York Times)

                                    A  terra prometida

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e textoBolsonaro chora no Senado ao sentir a cadeia se aproximar. Mas quando era presidente, não derramou uma lágrima pelas mais de 700 mil vítimas da Covid. Nem uma. Um criminoso se fazendo de vítima. Uma piada! Bolsonaro afirmou que o Brasil está perto de se tornar a “terra prometida do Ocidente”, mas que isso ainda não aconteceu por culpa de “alguns poucos” que, segundo ele, atrapalham o país. A “terra prometida” de Bolsonaro fica a sete palmos do chão. No governo dele, 700 mil pessoas conheceram a tal terra prometida, dentre elas, três familiares desse articulista,  além centenas de amigos.

Haddad x Tarcísio

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava distante da crise das tarifas com os Estados Unidos, envolvido em suas próprias batalhas em Brasília. Na quinta-feira, no entanto, Haddad entrou na força-tarefa do governo para atacar os Bolsonaro e reafirmar o tom político do tarifaço americano. De acordo com o ministro, o Brasil está sendo sacrificado por Bolsonaro. “Ele (Bolsonaro) é quem deveria estar se sacrificando pelo Brasil”, afirmou. Haddad também classificou como “abjeto” o comportamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao defender o ex-presidente, e disse que as negociações com os Estados Unidos precisam ser centralizadas no governo federal. Além disso, o ministro defendeu que devedores contumazes do fisco deveriam ir para a cadeia. “A gente está chamando de devedor contumaz, mas é um eufemismo para falar de um criminoso”, declarou Haddad. (Estadão)

Veta, Lula 

O governo está avaliando vetar parcial ou integralmente o projeto aprovado pelo Congresso na madrugada de quinta-feira afrouxando as regras de licenciamento ambiental. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a lei não foi aprimorada, mas sim “decepada” pelos parlamentares. (Folha)

Veta, Lula 2

Todos os deputados federais da bancada do estado de Rondônia votaram sim pelo projeto da devastação:

  • Coronel Chrisóstomo (PL) — votou pela aprovação do projeto.
  • Dr. Fernando Máximo (União-RO) — votou pela aprovação do projeto.
  • Lucio Mosquini (MDB-RO) — ausente.
  • Silvia Cristina (PP-RO) — votou pela aprovação do projeto.
  • Cristiane Lopes (União) — votou pela aprovação do projeto.
  • Maurício Carvalho (União) — votou pela aprovação do projeto.
  • Lebrão (União) — votou pela aprovação do projeto.
  • Thiago Flores (Republicanos-RO) — votou pela aprovação do projeto.

Quais são as novas regras?

A nova legislação traz mudanças profundas em sete eixos principais:

  • Criação de Licença Ambiental Especial (LAE): autoriza obras classificadas como “estratégicas” pelo governo, mesmo que tenham alto potencial de degradação. A aprovação será acelerada: o prazo máximo para emissão é de 12 meses, com validade de cinco a dez anos
  • Dispensa de licenciamento: o texto elimina a necessidade de licença para a ampliação de estradas, atividades agropecuárias, tratamento de água e esgoto, e pequenas barragens de irrigação. Apenas aterros sanitários seguem exigindo permissão ambiental
  • Renovação automática: permite que licenças ambientais sejam renovadas automaticamente por meio de autodeclaração, desde que não haja mudanças na atividade ou nas regras
  • Autodeclaração nacionalizada: o empreendedor pode declarar pela internet que cumpre requisitos, sem análise prévia do órgão ambiental. O modelo já usado em alguns estados agora valerá para todo o país, inclusive para empreendimentos de médio porte com potencial poluidor
  • Enfraquecimento do Ibama e do Conama: o projeto retira poderes desses órgãos federais, transferindo a responsabilidade do licenciamento para estados e municípios. Também anula partes da Lei da Mata Atlântica, facilitando o desmatamento de florestas primárias e secundárias
  • Desproteção de comunidades tradicionais: terras indígenas e territórios quilombolas não homologados deixam de ser consideradas áreas protegidas para efeitos de licenciamento. Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), a mudança afeta cerca de 18 milhões de hectares, o equivalente ao território do Paraná
  • Risco a sítios arqueológicos: o projeto restringe a atuação do Iphan, que só poderá se manifestar se houver bens históricos já identificados no local. A Sociedade de Arqueologia Brasileira alerta que isso pode causar perdas irreversíveis

A nova lei muda completamente o processo de obtenção de licenças ambientais no Brasil. Entidades como o Observatório do Clima e o próprio Ministério do Meio Ambiente alertam para riscos à segurança ambiental, aumento da impunidade e desproteção de comunidades tradicionais. Agora o texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode vetar trechos da proposta.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

MIDR apresenta programas estratégicos a partidos políticos para impulsionar desenvolvimento regional

Com o objetivo de fortalecer parcerias e ampliar os investimentos em ações estruturantes para o país, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR), realizou, nesta quinta-feira (17), uma reunião com coordenadores de orçamento de lideranças partidárias do Congresso Nacional. O encontro teve como foco a apresentação de programas estratégicos do MIDR e a importância de direcionar emendas parlamentares para iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável em todas as regiões do Brasil.

Durante o encontro, foram detalhadas políticas públicas que podem ser potencializadas com o apoio de emendas parlamentares, a exemplo do modelo de Pavimentação de Baixo Custo e do Programa Cidades Intermediadoras. Ambas as iniciativas são voltadas à melhoria da infraestrutura e ao fortalecimento da rede urbana nacional.

“Ao aproximar o parlamento das nossas ações, damos um passo importante para acelerar os investimentos e ampliar os resultados dos nossos programas nas mais diversas regiões. Essa cooperação é estratégica para um desenvolvimento equilibrado e inclusivo”, afirmou o secretário nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial, Daniel Fortunato.

Pavimentação de Baixo Custo: mais eficiência e menor custo para os municípios

Um dos destaques apresentados foi o modelo padronizado de Pavimentação de Baixo Custo, desenvolvido pela equipe técnica da SDR. A proposta oferece uma alternativa viável e durável para a pavimentação de estradas vicinais, especialmente em áreas rurais e municípios de pequeno porte. “Criamos um projeto padrão de pavimentação com foco na redução de custos de execução e manutenção, utilizando soluções como o revestimento primário com impermeabilização simples”, explica Rafael Silveira, coordenador-geral de Execução, Fiscalização e Prestação de Contas de Obras do MIDR.

A tecnologia utiliza uma composição técnica baseada em Revestimento Primário, Impermeabilização e Tratamento Superficial Simples (TSS), o que permite rápida implementação e fácil replicação em diferentes territórios.

Principais vantagens da iniciativa:

  • Redução significativa de custos de obra e manutenção;
  • Geração de emprego local com uso de mão de obra da própria comunidade;
  • Menor complexidade técnica, facilitando processos licitatórios e execução dos projetos;
  • Melhoria nas condições de tráfego e redução da emissão de poeira, contribuindo para a saúde da população.

Cidades Intermediadoras: interiorização do desenvolvimento

Lançado em setembro de 2024, o Programa Cidades Intermediadoras tem como missão fortalecer municípios que exercem papel de articulação entre áreas rurais e grandes centros urbanos. A iniciativa busca interiorizar o desenvolvimento e aliviar a pressão sobre os serviços públicos das capitais. A atuação do MIDR no programa contempla o apoio à expansão da infraestrutura urbana e econômica, o estímulo à fixação da população nos territórios e a identificação de vetores de crescimento regional.

Segundo a coordenadora-geral de Desenvolvimento Regional do MIDR, Lara Amorelli, as cidades intermediadoras vão fomentar o desenvolvimento socioeconômico e social em regiões mais vulneráveis. “Esse novo modelo fortalece o diálogo federativo e garante que as ações do Governo Federal estejam alinhadas às reais necessidades das populações locais. É mais uma prova de que, quando União, estados e municípios trabalham juntos, o desenvolvimento chega para quem mais precisa”, destaca Lara.

Com esses programas, o MIDR reafirma seu compromisso com a promoção de um Brasil mais integrado, equilibrado e com oportunidades distribuídas de forma mais justa entre as regiões.

Fonte: Brasil 61

Empresas dos EUA apoiam o Brasil em esforço para reverter tarifa de Trump

Geraldo Alckmin lidera reunião com gigantes como Amazon, GM e Coca-Cola em busca de solução negociada para taxação de 50% sobre exportações brasileiras

O governo brasileiro recebeu nesta quarta-feira (16) um importante sinal de apoio vindo de empresas norte-americanas com atuação no Brasil para tentar reverter a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A reunião, conduzida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, contou com a presença de representantes da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) e de grandes multinacionais como Amazon, Coca-Cola, General Motors, Caterpillar, MedTech, entre outras.

Reportagem da Agência Gov aponta que, tanto a Amcham quanto a US Chamber manifestaram, em nota conjunta, uma posição clara em favor da via negociada. “Tanto a Amcham quanto a US Chamber fizeram uma nota conjunta. E nessa nota, elas colocam a sua posição favorável à negociação e que se possa rever a questão das alíquotas”, disse o vice-presidente.

Alckmin destacou um trecho do documento em que as entidades alertam para os riscos das tarifas: “A imposição de medidas tarifárias como resposta a questões políticas mais amplas tem o potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos, além de estabelecer um precedente preocupante”.

Para o vice-presidente, a medida anunciada por Trump representa um prejuízo mútuo. “É um perde-perde”, afirmou. “Nós queremos todo mundo unido para resolver essa questão. E as empresas têm um papel importante, tanto as brasileiras, que aliás tem empresa brasileira que tem indústria nos Estados Unidos, quanto as empresas americanas.”

Alckmin também citou os laços históricos de multinacionais com o Brasil: “A General Motors comemorou esse ano, participei do seu centenário no Brasil. A Johnson & Johnson tem 90 anos, a Caterpillar tem 70 anos, muitas delas exportam para os Estados Unidos”.

Além das empresas já citadas, participaram da reunião representantes da Dow, Sylvamo, Corteva Agriscience e John Deere, além de membros do governo federal. O encontro ocorreu no âmbito do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado justamente para coordenar a resposta do Brasil às barreiras impostas por Washington.

O ministro também informou que o governo brasileiro já enviou uma nova carta à administração dos EUA, reiterando seu interesse em uma solução negociada. “A carta foi confidencial aos Estados Unidos enumerando um conjunto de itens que se poderia avançar no acordo comercial, sempre procurando estimular o acordo comercial, estimular complementariedade econômica e crescimento do comércio exterior, que é emprego e renda”, explicou.

O presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, reforçou o posicionamento da entidade. “O nosso desejo, que é um sentimento, acho que, unânime no setor empresarial aqui no Brasil, é de se buscar a construção de uma solução negociada entre os dois governos e que aconteça de maneira a impedir um aumento tarifário”, afirmou. “O setor empresarial brasileiro e americano tem buscado contribuir com o governo brasileiro e contribuir também do lado americano, trazendo essas suas percepções”, acrescentou.

Hoje, cerca de 10 mil empresas brasileiras exportam para os Estados Unidos, gerando aproximadamente 3,2 milhões de empregos no Brasil. A nova tarifa, caso entre em vigor em 1º de agosto, afetará significativamente esse fluxo comercial.

Questionado sobre a investigação aberta pelo governo dos EUA com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, Alckmin disse que o Brasil está pronto para prestar os devidos esclarecimentos. Ele apontou que vários dos temas levantados na investigação já vêm sendo enfrentados com seriedade pelo governo brasileiro.

Além do debate sobre tarifas, o encontro também revelou a disposição do governo brasileiro em aprofundar as relações comerciais com os Estados Unidos, desde que em bases justas e equilibradas, afastando o risco de politização das relações econômicas bilaterais.

Com o prazo de implementação da tarifa se aproximando, o esforço conjunto entre setor público e empresas — de ambos os países — aparece como uma aposta central para evitar um embate comercial de maiores proporções e preservar uma das parcerias econômicas mais relevantes do continente.

Do Brasil 247

 

 

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Renan Filho

renan filhoO mais bem avaliado ministro de Lula vai deixar o governo em abril de 2026. O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), bateu o martelo. Será candidato ao governo de Alagoas em 2026. E já avisou ao presidente Lula que deixará o Ministério para ficar apto a disputar as eleições do próximo ano. Se dependesse apenas da vontade de Lula, Renan Filho ficaria na Pasta no próximo ano, quando ele concorrerá à reeleição. O presidente, no entanto, aceitou a decisão do ministro e vai ajudar no projeto. Renan Filho já definiu que vai trabalhar pela reeleição de Lula, em “qualquer cenário” e Lula avisou que vai pedir votos para Renan Filho em Alagoas. (Gazetaweb.com)

Renan Filho 2

Por outro lado, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, prometeu a Lula que não concorrerá ao Senado ou ao Governo de Alagoas em 2026 e que concluirá o mandato na prefeitura. JHC é filiado ao PL. Em troca, o petista deve nomear a tia dele, a procuradora de Justiça de Alagoas Maria Marluce Caldas Bezerra, para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Renan Filho 3

A permanência na prefeitura desinterdita o caminho para que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, concorra ao Senado Federal. O parlamentar é relator do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês. A proposta que foi aprovada ontem, é uma das apostas do presidente Lula para a campanha de reeleição no próximo ano. (tnh1.com).

Efeito Trump

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "Ivan Valente G1 Quaest: 72% acham que Trump irmam que está errado, e 79% tarifaço vai prejudicar suas vidas PARABÉNS AOS ENVOLVIDOS!"O governo Lula está surfando sob o efeito Trump. Quem assistiu ao filme “Efeito borboleta”, está vendo na prática a essência da obra cinematográfica. A cada ação corresponde à uma reação, nem sempre a esperada por quem tenta reverter um destino de vida. Eduardo Bolsonaro, aliás, Jair Bolsonaro, imaginou que Donald Trump iria mudar seu destino (prisão), ao atentar contra a soberania brasileira. O resultado foi o inverso. Não só não mudou um milímetro das decisões judiciais, como fortaleceu o governo Lula.

Efeito Trump 2

Pior. Eles mesmo destruíram qualquer possibilidade de um membro do clã sair candidato à presidência da República em 2026. Pior ainda, destruiu a pré-candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está feito cachorro que caiu do caminhão de mudança. Totalmente desorientado.

Eleição 2026: Lula lidera 

No bojo do efeito Trump, Lula lidera em todos os cenários de 1º turno e empataria só com Tarcísio em eventual 2º turno, diz pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (17). Presidente descolou de todos os nomes em eventual 2º turno, exceto do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem empataria no limite da margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou menos. Pesquisa anterior mostrava Lula empatado com Bolsonaro, Tarcísio, Ratinho Jr., Michelle e Eduardo Leite.

Eleição 2026: Lula lidera  2

A pesquisa traçou quatro cenários de 1º turno e oito cenários de 2º turno. A lista de eventuais candidatos inclui Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle Bolsonaro (PL), Ratinho Júnior (PSD), Eduardo Leite (PSD), Eduardo Bolsonaro (PL), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União).

Veja os números:

  • Lula (PT): 32%;
  • Jair Bolsonaro (PL): 26%;
  • Ciro Gomes (PDT): 8%;
  • Ratinho Júnior (PSD): 6%;
  • Ronaldo Caiado (União Brasil): 3%;
  • Romeu Zema (Novo): 2%;
  • Indecisos: 9%;

Veja aqui no G1 os números completos da pesquisa Quaest.

Trump X Pix

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "BOLSOTRUMP CONTRA o PIX DONALD TRUMP, EM MAIS UM ATAQUE O BRASIL COM APOIO DOS BOLSONAROS, QUER ACABAR COM NOSSO PIX, ALEGANDO QUE o BRASIL FAZ CONCORRÊNCIA DESLEAL CONTRA AS MÁQUINAS DE CARTÃO DOS EUA. o BRASIL É SOBERANO!"Um dia após enviar uma dura carta aos Estados Unidos em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, autoridades brasileiras agora preparam uma estratégia de defesa para o sistema de pagamentos Pix, novo alvo de Washington. A ideia do governo é reiterar que o Pix é uma operação consolidada no país e que não será modificada por interferência externa. O Pix é um dos alvos da investigação comercial anunciada pelos Estados Unidos na terça-feira. Segundo os americanos, o sistema de pagamentos brasileiro poderia ser enquadrado como uma prática desleal em relação a outros métodos de cobrança eletrônica. A resposta às acusações contra o Pix deve seguir o mesmo tom da carta enviada na noite de terça-feira ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. Assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira, a nota afirma que o Brasil “manifesta sua indignação” com o tarifaço de Trump. (Folha)

Trump X Pix 2

O Pix se tornou alvo do governo americano justamente por seu sucesso. Lançado em 2020, o modelo de pagamentos rapidamente se popularizou no Brasil. Só no ano passado, movimentou R$ 26,4 trilhões em transferências no país. Sem cobrar tarifas, o sistema afetou a receita de bancos, operadoras de cartões de crédito e modelos de pagamento digital como Google Pay e Apple Pay. No relatório preliminar do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o Pix aparece como uma ameaça desleal aos negócios de empresas americanas. Neste ano, um modelo similar de pagamentos da Indonésia também entrou na mira dos americanos. (Globo)

Trump X Pix 3

A investigação lista uma série de “atos, políticas e práticas” do governo brasileiro que poderiam onerar ou restringir o comércio dos EUA. Entre elas estão barreiras não tarifárias, desmatamento na Amazônia e concessões de subsídios a diferentes setores da economia. Os americanos chegam a citar a Rua 25 de Março, em São Paulo, como exemplo de que o Brasil não respeita o direito à propriedade intelectual. (Estadão)

Trump X Pix 4

Mesmo com as reiteradas manifestações do Brasil para buscar uma saída negociada às tarifas impostas por Trump, o governo brasileiro ainda não obteve sinalização de que os Estados Unidos estejam abertos a um acordo. Diplomatas afirmam, em caráter reservado, que o silêncio americano pode ser explicado pela ausência de diretrizes claras da Casa Branca sobre como tratar o tema. Ontem, Trump voltou a dar um tom político ao tarifaço ao defender mais uma vez o ex-presidente Jair Bolsonaro. (g1)

Congresso e governo juntos

Após semanas de embates por causa do aumento do IOF, Congresso e governo selaram a paz — ao menos no que diz respeito ao tarifaço americano. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defenderam a soberania nacional e colocaram o Congresso à disposição do Executivo na batalha comercial que se avizinha. Os dois se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera os esforços para encontrar uma solução negociada com os Estados Unidos. Alckmin foi informado de que um grupo de senadores embarcará para Washington no fim do mês para dialogar com parlamentares americanos sobre o tema. (Valor)

IOF, capítulo final

E a novela do IOF, enfim, teve seu capítulo final assinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Após governo e Congresso não chegarem a um acordo, Moraes decidiu que o decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras é válido, mas vetou a vigência do tributo sobre o “risco sacado” – uma espécie de operação de crédito para antecipação do fluxo de caixa usada no comércio. O ministro aceitou os argumentos do governo e decidiu que não houve desvio de finalidade no aumento do IOF, como alegava o Congresso, que acabou derrubando o decreto. (CNN Brasil)

Lula vetou

O presidente Lula confirmou as expectativas e vetou o projeto de lei do Congresso que aumentava o número de deputados federais de 513 para 531. Lula aguardou até o fim do prazo legal para tomar a decisão. O veto presidencial deve ser derrubado pelo Congresso, e o governo já espera reações negativas do Legislativo, que precisará assumir sozinho a medida, considerada extremamente impopular. (Metrópoles)

Retrocesso ambiental

A Câmara aprovou na madrugada desta quinta-feira, por 267 votos a 116, o projeto que afrouxa as normas de licenciamento ambiental, numa séria derrota para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Entre outras mudanças, as novas regras dispensam o licenciamento para ampliação de estradas e de obras consideradas estratégicas pelo governo, o que pode abrir caminho para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. O texto vai agora para sanção do presidente Lula. (g1)

Boas notícias

Mas o governo também recebeu boas notícias da Câmara dos Deputados. A comissão especial que analisa o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil aprovou o relatório final do deputado Arthur Lira (PP-AL). Em seu parecer, Lira manteve a taxação de 10% sobre os super-ricos e ampliou a faixa com direito à isenção parcial. (CNN Brasil)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Trump ferrou Bolsonaro: o jogou num “buraco difícil de sair”

A tentativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de proteger Jair Bolsonaro de uma possível condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter surtido efeito contrário, segundo aliados do ex-presidente que conversaram com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha. Ao citá-lo como um dos motivos para impor uma sobretaxa de 50% às exportações do Brasil, o norte-americano não apenas vinculou o brasileiro às sanções como também fortaleceu o discurso do governo Lula.

Em carta enviada ao presidente Lula, Trump condicionou a suspensão das novas tarifas ao fim do julgamento de Bolsonaro no STF, que ele classificou como uma “caça às bruxas”. A fala gerou forte repercussão política, inclusive entre apoiadores do ex-presidente, que viram na atitude do republicano um erro estratégico.

Segundo dirigentes de partidos do campo bolsonarista, pesquisas internas confirmam o levantamento divulgado pela Quaest nesta quarta-feira (16): a aprovação de Lula subiu após o anúncio das tarifas. A retórica de Trump, que pretendia defender Bolsonaro, acabou sendo percebida como uma agressão à economia brasileira e elevou a rejeição entre parte do eleitorado conservador.

Aliados agora tentam conter os danos e desenhar uma saída. O temor é que Bolsonaro passe a ser associado diretamente ao impacto econômico negativo das sanções, que incluem potencial alta da inflação, perda de empregos e freios ao crescimento. O que era para ser uma ação de apoio virou, segundo um interlocutor, “um buraco difícil de sair”.

Donald Trump anunciando o tarifaço global. Foto: Divulgação

A avaliação dentro do bolsonarismo é que, se Trump não tivesse mencionado o ex-presidente na carta, as consequências da sobretaxa recairiam exclusivamente sobre Lula, permitindo que a oposição usasse o tema como arma política.

Agora, com a vinculação explícita de Bolsonaro às medidas, o governo petista passou a ocupar a posição de defensor dos interesses nacionais. Trump justificou a medida alegando perseguição judicial contra o ex-presidente.

Mas, ao fazê-lo, acabou consolidando a percepção de que o Brasil virou alvo dos interesses econômicos e ideológicos norte-americanos. Para assessores do ex-presidente, a fala do republicano aproxima Bolsonaro de uma figura colada a pressões estrangeiras, o que enfraquece sua retórica de soberania e patriotismo.

Internamente, já circula a ideia de tentar convencer Trump a recuar das tarifas e redirecionar suas sanções a membros do Supremo Tribunal Federal, especialmente Alexandre de Moraes. No entanto, mesmo aliados próximos consideram isso improvável, acreditando que ele quer algo mais amplo: impor sua agenda econômica sobre o Brasil, como faz com outras nações.

Diario do Centro do Mundo

Senado entra em recesso sem analisar denúncias de ataques contra Marina Silva

BRASÍLIA (DF) – O Congresso Nacional entra em recesso nesta semana sem que o Senado tenha indicado os novos membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, instância onde estão as representações feitas contra o senador Plínio Valério (PSDB-AM) e Marcos Rogério (PL-RO), denunciados em virtude dos ataques de violência de gênero contra a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva.

Segundo informações da Secretaria de Apoio a Órgãos do Parlamento do Senado, o mandato da comissão, composta por 15 senadores titulares e 15 suplentes, foi encerrado no final de março. O colegiado era presidido pelo senador Jayme Campos (União-MT).

A última reunião do colegiado ocorreu no dia 9 de julho de 2024, um ano atrás, conforme o site do conselho na internet. Naquela sessão, houve dificuldade para reunir o quórum qualificado para discutir e votar os relatórios sobre três denúncias, 14 petições e uma representação contra senadores, protocoladas de 2020 a 2023.

Plenário do Senado Federal (Reprodução/Agência Senado)

Nessa sexta-feira, 18, Câmara e Senado entram em recesso parlamentar, que termina no dia 31 de julho, e só devem retornar aos trabalhos na primeira semana de agosto. Até esta segunda-feira, 14, não havia qualquer pedido do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para solicitar aos partidos a indicação dos novos membros do Conselho.

Desde março de 2025, foram protocoladas seis Petições ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado (PCE), das quais cinco são relacionadas a ofensas à ministra Marina Silva: quatro conta o senador Plínio Valério e uma contra o senador Marcos Rogério.

A primeira petição contra Plínio foi protocolada dia 20 de março deste ano, por nove deputadas federais e um deputado federal, pedindo providências ao Senado em relação às declarações do senador amazonense de ter vontade de enforcar a ministra. A fala foi durante a cerimônia de entrega da Medalha do Mérito Comercial do Amazonas 2025, da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM), no dia 13 de março de 2025.

Leia também: Violência de gênero: senador fala em enforcar ministra Marina Silva  

Num discurso que ele considerou um desabafo, o senador credita à Marina a responsabilidade pela não liberação das obras da BR-319, estrada que liga Manaus a Porto Velho (RO). “A Marina esteve na CPI das ONGs, seis horas e dez minutos, imagina o que é tolerar a Marina por seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse Plínio, arrancando risos da plateia.

Uma segunda PCE sobre as mesmas declarações foi protocolada no dia 26 de março deste ano, pelos partidos Rede Sustentabilidade e Partido Socialismo e Liberdade (Psol). As petições pedem a punição do parlamentar com base nos dispositivos do Código de Ética e Decoro Parlamentar por considerarem a conduta de Plínio “flagrantemente incompatível com os princípios que refém a função parlamentar”.

As duas PCEs ainda chegaram a ser despachadas pelo presidente do Conselho, Jayme Campos, que solicitou à Advocacia do Senado Federal uma análise jurídica de admissibilidade, e agora aguarda a nova formação do colegiado para avançar a tramitação.

Demais petições protocoladas

Outras três petições foram protocoladas a partir do episódio ocorrido na Comissão de Infraestrutura do Senado (CI), no dia 27 de maio, presidida pelo senador Marcos Rogério. Era uma audiência pública para Marina explicar sobre a criação de unidades de conservação na costa do Amapá, mas acabou se transformando num festival de ataques à ministra por causa da BR-319.

A ministra se retirou da reunião, após Plínio Valério afirmar que a respeitava “como mulher, não como ministra”. Antes, Rogério já havia dito para Marina “se colocar no seu lugar”, o que também revoltou a ministra, durante a reunião. Marina também enfrentou a fúria do senador Omar Aziz (PSD-AM), que a cobrou pela BR-319 e a responsabilizou pela aprovação do Projeto de Lei Geral do Licenciamento Ambiental e do atraso do País.

No dia seguinte ao ocorrido, dia 28 de maio, o Instituto Vladimir Herzog protocolou a representação contra Plínio e Marcos Rogério, na qual pede que o Conselho apure os fatos ocorridos na CI, avalie as condutas dos dois senadores e que adote providências para prevenir que situações semelhantes se repitam, assegurando assim, a integridade do espaço legislativo.

No dia 29 de maio, Psol e Rede apresentaram representações em separado contra Plínio e Rogério, também cobrando uma posição do Conselho de Ética sobe a conduta dos senadores, acusados pelas agremiações partidárias de violência política de gênero contra Marina.

“Marina Silva, ministra do nosso País, vem sendo submetida a um grau de violência política assustador, denotando um alto nível de racismo e misoginia dentro dos espaços institucionais. A tentativa de intimidar parlamentares mulheres, com vozes ativas na política institucional, como a ministra Marina, é prova disso”, afirmam na petição contra os dois.

Como essas representações foram protocoladas quando o Conselho de Ética já estava sem seus membros, a tramitação encontra-se parada até uma decisão da presidência da Casa.

O que dizem os senadores

Em suas declarações, Plínio Valério tem afirmado que não falaria de novo sobre o enforcamento, mas que não se arrepende do que disse, pois está defendendo os interesses do Amazonas, que luta pela recuperação da BR-319. No episódio da Comissão de Infraestrutura, o senador disse que não iria pedir desculpas a Marina, sob pena de não se eleger mais a qualquer cago no seu Estado.

Já o senador Marcos Rogério emitiu nota de repúdio, à época, ao que classificou como tentativa de intimidação ideológica, promovida pelas representações dos partidos contra ele. Para o senador, as PCEs têm “claros contornos de patrulhamento político e visa desvirtuar um debate legítimo e necessário, travado no âmbito da Comissão de Infraestrutura, para transformá-lo em espetáculo de vitimização e censura”.

Revista Cenarium

Quaest: Lula retoma popularidade e reduz rejeição

Aprovação de Lula sobe para 43% e desaprovação cai para 53%, com avanço entre eleitores mais críticos, segundo pesquisa Genial/Quaest

A mais recente pesquisa Genial/Quaest revela um movimento significativo na opinião pública brasileira: o governo Lula (PT) apresentou recuperação de popularidade entre maio e julho deste ano, especialmente entre setores tradicionalmente mais críticos ao presidente. O fator central para essa mudança, segundo a análise de Felipe Nunes, diretor da Quaest, foi o confronto diplomático  e comercial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvendo a imposição de tarifas ao Brasil.

A aprovação do governo subiu de 40% para 43% (+3 pontos), enquanto a desaprovação caiu de 57% para 53% (-4 pontos), reduzindo o saldo negativo de -17 para -10 pontos percentuais. Os dados foram destacados por Felipe Nunes no X, antigo Twitter, nesta quarta-feira (16): “o que chama atenção é que a melhora na popularidade se deu principalmente fora das bases de apoio tradicionais do governo”.

Avanço no Sudeste e entre os moderados – A melhora foi especialmente acentuada no Sudeste, onde a diferença negativa caiu de -32 para -16 pontos. Também se destacou o avanço entre os eleitores com ensino superior completo, cujo saldo negativo despencou de -31 para -8 pontos. No recorte por renda, foi entre os brasileiros de classe média que a mudança mais expressiva foi detectada: a rejeição caiu de -19 para -9 pontos. Entre os eleitores alinhados à esquerda, a aprovação do governo segue acima de 80%, enquanto entre os bolsonaristas permanece abaixo de 12%.

Mas foi no centro político que a mudança chamou mais atenção. Nunes apontou que “a mudança mais significativa foi captada nos setores moderados, onde o saldo negativo passou de -28 pp para -16 pp”.

‘Trump uniu lulistas e moderados’ – A Quaest investigou os fatores que explicam a recuperação do governo e identificou três eixos principais: o embate com Donald Trump, a leve melhora da percepção econômica e a campanha de comunicação baseada na ideia de “nós contra eles”. Segundo o levantamento, 66% da população tomou conhecimento da carta enviada por Trump a Lula, e 79% acreditam que as tarifas impostas prejudicarão suas vidas. Além disso, 72% avaliam que o presidente dos EUA errou ao justificar as taxas com base em uma suposta perseguição a Jair Bolsonaro (PL).

Para Nunes, o impacto foi claro: “o tarifaço contra o Brasil conseguiu unir a esquerda, os lulistas e os moderados (sem posicionamento); mas dividiu a direita e os bolsonaristas. Ou seja, empurrou o ‘centro’ para o colo do Lula”. A maioria da população (53%) também apoia a resposta firme de Lula, que defendeu retaliação com medidas equivalentes.

Lula vence Bolsonaro na opinião pública – Outro ponto da pesquisa indica que, no embate político entre Lula e Bolsonaro, o atual presidente sai vitorioso: 44% acreditam que Lula está se saindo melhor, contra 29% que apontam Bolsonaro como superior. A percepção econômica, por outro lado, teve um impacto mais tímido. Embora os brasileiros estejam menos pessimistas, a variação entre maio e julho foi pequena. A única mudança relevante foi a redução na percepção de alta dos preços de alimentos, em linha com os índices de inflação que mostram desaceleração.

Já sobre a expectativa para o próximo ano, a pesquisa revela um dado preocupante: 43% dos entrevistados acreditam que a economia vai piorar, um reflexo direto da insegurança provocada pelas medidas de Trump.

Justiça tributária tem potencial, mas ainda não engajou – A campanha do governo pela taxação dos super-ricos, apesar de bem recebida por grande parte da população, ainda não conseguiu alcançar o grande público. Apenas 43% conhecem a proposta de “justiça tributária” e só 17% afirmam ter visto os vídeos promovidos pelo governo com uso de inteligência artificial. O tema, no entanto, possui forte apoio: 63% defendem aumento de impostos sobre os mais ricos para aliviar a carga sobre os mais pobres. A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil conta com 75% de aprovação, e o aumento da tributação sobre super-ricos é apoiado por 60%.

A dificuldade de engajamento pode estar na forma como o conteúdo foi apresentado. Segundo a pesquisa, 53% acreditam que uma abordagem que contrapõe “ricos contra pobres” acirra a polarização. “É a escolha tática que o governo vai ter que fazer assim que retomar o assunto”, alertou Nunes.

A pesquisa Genial/Quaest entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.

Do Brasil 247

Embraer prevê prejuízo bilionário com tarifa dos EUA: “Situação muito séria para a empresa”

As tarifas de 50% que os Estados Unidos pretendem impor sobre produtos brasileiros podem representar um duro revés para a Embraer, comparável ao impacto sofrido durante a pandemia de covid-19. A avaliação é do presidente da fabricante de aeronaves, Francisco Gomes Neto, que concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (15). A informação é do jornal Valor Econômico.

Segundo o executivo, os efeitos da medida, caso entre em vigor a partir de 1º de agosto, ainda não podem ser completamente mensurados, mas há uma “correlação plausível” com o cenário vivido em 2020, quando a Embraer sofreu uma queda de cerca de 30% em sua receita e precisou reduzir em 20% seu quadro de funcionários.

“É situação muito séria para a empresa”, afirmou Gomes Neto. Ele destacou que, por ora, não houve pedidos de cancelamento de entregas, mas alertou para o risco de adiamentos, revisão de planos de produção, redução de investimentos, perda de receita e caixa, além de um “possível ajuste no quadro de funcionários”.

O impacto estimado é expressivo: segundo a empresa, a tarifa poderá acrescentar R$ 50 milhões ao custo de cada aeronave fabricada. Considerando a média anual de produção, isso pode representar até R$ 2 bilhões por ano em perdas. No horizonte do plano de crescimento da Embraer até 2030, o prejuízo acumulado pode chegar a R$ 20 bilhões.

Os efeitos negativos, segundo a direção da companhia, não se limitariam às unidades no Brasil. A Embraer atua nos Estados Unidos há 45 anos, emprega cerca de 3 mil pessoas no país e tem nele seu principal mercado. As exportações para clientes norte-americanos representam 45% das vendas de jatos comerciais e 70% dos jatos executivos da fabricante. A tarifa, portanto, também poderá afetar as operações em solo americano, além de impactar fornecedores locais de peças e sistemas.

Do Brasil 247

Boi, soja e agrotóxicos: as isenções tributárias do agro que alimentam o desmatamento e a poluição

Governo deixa de receber 158 bilhões de reais por ano em impostos federais do agronegócio, o que equivale ao orçamento do Bolsa Família e beneficia principalmente multinacionais que lucram com a exportação

As dez empresas ligadas ao agronegócio mais beneficiadas por isenções tributárias do governo federal deixaram de pagar pelo menos 26 bilhões de reais em impostos em 2024 – o que equivale a quase dez vezes todo o dinheiro já desembolsado pelo Fundo Amazônia, que investe em projetos que protegem e recuperam a Floresta. Somente as isenções federais dadas a uma dessas companhias, a Syngenta, que produz agrotóxicos e outros insumos agrícolas, somaram 4 bilhões de reais, mais do que todo o orçamento do ano passado do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do qual dependem agências públicas fundamentais para o combate aos crimes ambientais, como o Instituto Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio.

Ao todo, segundo informações prestadas pelas próprias empresas e divulgadas pela Receita Federal, as isenções de impostos que beneficiam diretamente a agropecuária e a agroindústria somaram 158,17 bilhões de reais em 2024. O valor é igual ao orçamento autorizado para o Bolsa Família em 2025. O programa social chega a mais de 20 milhões de famílias, que recebem em média 667,5 reais  – menos que a metade de um salário mínimo. Em outra comparação, é como se 1 em cada 6 reais do valor total das exportações do agro em 2024 tivesse sido bancado diretamente pelo governo.

Leia reportagem na íntegra no link abaixo:

Boi, soja e agrotóxicos: as isenções tributárias do agro que alimentam o desmatamento e a poluição

 

Vereadora bolsonarista é pega negociando vantagens em cima de empréstimo de prefeitura de Rondônia

Na gravação, a vereadora defensora da moral e dos bons costumes aparentemente negocia o voto dela
‘Agora, aqui, essa situação pra mim o voto aqui de todo mundo tem valor, porque, querendo ou não, a gente vai apanhar pior que menino ruim na hora em nós entrar’

A vereadora Sofia Andrade, do PL de Porto Velho, sempre pronta a subir na tribuna com um tom professoral e um ar de superioridade, acaba de ser desmascarada. Aquela que se vendia como paladina da moral, defensora dos bons costumes e da “boa política”, foi flagrada fazendo exatamente o que sempre jurou combater: negociando votos em projetos da prefeitura como quem negocia frutas na feira. Barganha pura.

É curioso – ou trágico – ver como a indignação seletiva costuma ter um preço. E pelo visto, o da vereadora não foi tão alto assim.

Durante anos, Sofia construiu sua imagem sobre o púlpito da hipocrisia, apontando o dedo para os colegas, condenando gestos, frases e projetos com ar de censora moral. Mas a verdade, como sempre, tem o hábito teimoso de vir à tona. E quando vem, derruba não só a máscara, mas toda a encenação.

O mais lamentável não é o escândalo. Escândalos vêm e vão. O que revolta é o teatro. É a tentativa de enganar uma população inteira com discursos ensaiados, enquanto por trás do palco se costuram acordos de conveniência. Quem se diz tão pura não pode se sujar assim com tanta facilidade.

Agora que foi pega com a mão na gaveta, Sofia tenta se explicar, tergiversa, muda o tom. Mas é tarde. A moral de vitrine não resiste ao teste do bastidor.

Fica a lição: quem sobe demais no salto da ética, quando cai, faz mais barulho. E o tombo da vereadora foi ouvido por toda a cidade.

A gravação com a voz da vereadora está em diversos grupos de WhatsApp. Na reunião com dois secretários municipais, onde o tema é o empréstimo de R$ 180 milhões pela prefeitura, Sofia Andrade diz o seguinte, quando aparentemente negocia o voto dela:

– Eu gostaria que essa divisão nesse contexto fosse de forma igualitária, porque eu super respeito nosso presidente… respeito nosso líder, respeito a Elis, respeito, bacana. Agora, aqui, essa situação pra mim o voto aqui de todo mundo tem valor, porque, querendo ou não, a gente vai apanhar pior que menino ruim na hora em nós entrar… porque ali mesmo os Instagram já está tudo fervendo, então assim, eu vejo que Porto Velho não tem como ter desenvolvimento se não tiver investimento, mas até você explicar isso pra quem não entende, porque eu queria saber como é que o povo vai pagar isso, entendeu? Porque, se eu estivesse lá fora militando, é muito fácil bater, mas é difícil às vezes defender… – disse a vereadora.

Sofia Andrade: a máscara caiu. E o discurso também | Blog Entrelinhas

Tarifaço de Trump pode causar perda de 110 mil empregos no Brasil

Em reunião virtual de emergência realizada nesta segunda-feira (14), com presidentes das federações das indústrias de todo o país, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, alertou que o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos poderá causar a perda de até 110 mil postos de trabalho no setor.

A reunião contou também com a participação da secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, e teve como foco a avaliação dos impactos econômicos e sociais da medida.

Durante o encontro, os representantes da Indústria brasileira defenderam o adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das novas tarifas, previstas para entrarem em vigor em 1º de agosto. O objetivo, segundo os participantes, é ganhar tempo para análises técnicas e articulações diplomáticas que possam reverter a medida.

Para a CNI, a decisão do governo norte-americano de impor um tarifaço generalizado não possui embasamento técnico e representa uma ruptura em uma relação comercial centenária. A medida vai afetar fábricas brasileiras e plantas industriais nos EUA que dependem de insumos brasileiros. Isso, na avaliação da entidade, trará impactos aos contratos de longo prazo e à previsibilidade necessária ao ambiente de negócios.

“Lembro que os EUA são o principal destino das exportações industriais do Brasil e o nosso país é um importante fornecedor para o mercado norte-americano”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban, logo após o anúncio do governo dos EUA. “Uma quebra nessa relação, com um impacto dessa magnitude, teria muitos prejuízos ao nosso crescimento, à competitividade, aos empregos e, consequentemente, um forte impacto sobre a economia em geral.”

No encontro, o presidente da CNI, Ricardo Alban, alertou que é preciso objetividade e pragmatismo por parte do governo e do setor privado na negociação com os Estados Unidos. O dirigente reforçou ainda o pedido para que o governo articule uma ampliação de 90 dias para o começo da vigência da nova tarifa.

Em comunicado, a CNI afirmou que o tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, também agrava a situação da indústria brasileira, já “asfixiada pelo injustificado patamar das taxas de juros”, hoje em 15% ao ano. É o patamar mais alto desde 2006, que coloca o país na segunda posição do infame ranking de maiores taxas de juros reais do mundo.

No posicionamento, a CNI reforçou que o momento exige “ações enérgicas e equilibradas, tanto internas quanto externas”. “Devemos negociar a revogação da taxação na condição de país parceiro e de nação soberana. Cabe ao governo brasileiro defender os interesses da sociedade brasileira evitando, sobretudo, as armadilhas da polarização política que o episódio coloca no caminho”, pontuou a entidade.

A primeira reunião do comitê interministerial para discutir as tarifas de 50% anunciadas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros ocorreu na manhã desta terça-feira (15), em Brasília.

A reunião foi liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o vice-presidente Geraldo Alckmin. Participaram da reunião representantes da Indústria nacional e das indústrias de alumínio, aço, máquinas e equipamentos, calçados, têxtil e autopeças.

O Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais foi criado por decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União, nesta terça-feira. Segundo o MDIC, colegiado vai deliberar sobre a aplicação de contramedidas provisórias e acompanhar as negociações. O decreto regulamenta ainda a Lei da Reciprocidade Econômica.

Relação comercial entre Brasil e EUA em números (Fonte: CNI)

Para cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, em 2024, foram gerados:
– 24,3 mil empregos;
– R$ 531,8 milhões em massa salarial;
– R$ 3,2 bilhões em produção na economia brasileira.

Os Estados Unidos são o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira:

– Em 2024, as exportações brasileiras de produtos industriais para os EUA atingiram US$ 181,9 bilhões, um aumento de 2,7% em relação a 2023.
– O crescimento foi impulsionado por bens de consumo não duráveis e semiduráveis, com alta de 11% nas exportações em relação ao ano anterior.

Fonte: Brasil 61

Empresariado rompe com Bolsonaro após tarifaço de Trump: “Rifa o Brasil por interesses pessoais”

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O empresariado nacional rompeu de vez com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após declarações e atitudes dele e de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em meio à crise comercial com os Estados Unidos, conforme informações do blog do Valdo Cruz, do G1.

“Estão rifando o Brasil por interesses pessoais”, disse um empresário paulista que antes integrava o grupo de apoio ao ex-presidente.

Segundo relatos, líderes empresariais já enviaram recados ao Centrão, mostrando total reprovação ao movimento liderado por Eduardo Bolsonaro, e avisaram que querem distância de Jair Bolsonaro. A avaliação é que, mesmo diante da crise, o ex-presidente estaria mais preocupado com seu futuro político do que com os prejuízos ao país.

A postura de Bolsonaro, que tentou usar o Brasil como moeda de troca para buscar anistia judicial junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou novas tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, foi vista como irresponsável.

“Estamos correndo o sério risco de perdermos um mercado importante para nossos produtos, tudo em nome de uma disputa pessoal. Todo mundo sabe o que aconteceu no país, eles fizeram uma aposta de risco e agora deveriam enfrentar as consequências”, reforçou o mesmo empresário.

As declarações ocorrem após, na segunda-feira (14), a PGR (Procuradoria-Geral da República) ter se manifestado a favor da condenação do ex-presidente por liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, depois da derrota para o atual presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que Bolsonaro foi o “principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito”.

DCM

Governo Lula deve enviar carta a Trump nos próximos dias

Documento assinado por Alckmin e Mauro Vieira aguarda aval de Lula e será enviado à Secretaria de Comércio dos EUA pela embaixadora Maria Luiza Viotti

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve enviar nos próximos dias uma carta ao governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, em resposta às tarifas de 50% aplicadas a produtos brasileiros, informa o g1. O texto será assinado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e pelo chanceler Mauro Vieira. A carta está pronta e aguarda apenas a aprovação final de Lula para ser enviada.

A carta será encaminhada à Secretaria de Comércio dos Estados Unidos — órgão chefiado pelo USTR (United States Trade Representative), responsável pela condução das negociações com o Brasil. A entrega será feita pela embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti.

No documento, o governo brasileiro formaliza três pedidos:

  1. que os canais de diálogo entre os dois países permaneçam abertos;
  2. que novas reuniões sejam agendadas entre os representantes dos governos;
  3. que os Estados Unidos respondam o material enviado pelo Brasil em maio, contendo dados sobre a balança comercial e outros indicadores, ainda sem resposta.

O governo brasileiro tenta reverter a medida anunciada por Trump na semana passada. Em correspondência anterior, o presidente norte-americano reclamou das ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou — de forma equivocada — que os Estados Unidos têm déficit comercial na relação com o Brasil. Na realidade, os EUA registram superávit: exportam mais ao Brasil do que importam.

Paralelamente à carta, o governo Lula publicou na quarta-feira (15) o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade, sancionada em 2023. Embora o texto não mencione os Estados Unidos, a medida é considerada uma possível resposta ao tarifaço. O decreto estabelece os procedimentos para suspender “concessões comerciais, de investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual” sempre que ações unilaterais de países ou blocos econômicos afetarem negativamente a competitividade internacional do Brasil.

A expectativa do governo é de que a via diplomática ajude a destravar a negociação e evite o agravamento da tensão comercial com os Estados Unidos.

Do Brasil 247

Bolsonaro diz que só não vai fugir para “não ficar longe de Michelle”

A aliados, Jair Bolsonaro (PL) teria afirmado que descarta fugir para os EUA porque não suportaria ficar longe da esposa, Michelle Bolsonaro, conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha.

Segundo o ex-presidente, mesmo diante da possibilidade de prisão, ele prefere permanecer no Brasil para continuar próximo da família. “Preso, mas perto da Michelle”, teria dito em conversa com interlocutores próximos.

As declarações ocorrem após, na segunda-feira (14), a PGR (Procuradoria-Geral da República) ter se manifestado a favor da condenação do ex-presidente por liderar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil, depois da derrota para o atual presidente Lula (PT) nas eleições de 2022.

Michelle, em um cenário de possível fuga de seu marido, deve permanecer no Brasil.

Atual presidente do PL Mulher, ela tem feito viagens por diversos estados e é cotada para disputar o Senado ou até a Presidência. Bolsonaro acredita que, eleita, ela poderia ajudar a articular uma possível anistia para livrá-lo de condenações.

A decisão de não deixar o país também leva em conta os filhos. Bolsonaro disse que, caso fosse preso em regime domiciliar, conseguiria manter o convívio com quase toda a família. Ele destacou que, pedindo asilo nos EUA, só teria a companhia de Eduardo Bolsonaro, que já vive no exterior.

Ministros do STF e aliados consideravam possível um pedido de asilo político por parte de Bolsonaro, especialmente após Donald Trump afirmar que ele é vítima de perseguição. No entanto, o ex-presidente tem reforçado que prefere enfrentar a Justiça brasileira a ficar isolado fora do país.

DCM

Aprovação de Lula cresce e chega a 49,7% após tarifaço de Trump, diz AtlasIntel

Segundo a pesquisa, 45% dos brasileiros aprovam a reação do governo Lula às tarifas dos EUA

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a crescer e alcançou 49,7%, segundo nova pesquisa Atlas-Bloomberg divulgada nesta terça-feira (15). A desaprovação caiu para 50,3%, o que representa um empate técnico entre os dois índices e indica a continuidade da tendência de recuperação da imagem presidencial iniciada nos últimos meses. A sondagem mostra o maior nível de aprovação desde outubro de 2024, antes do período de queda.

A avaliação geral do governo Lula também apresentou melhora. O índice de ótimo ou bom subiu para 43,4% (+1,8 pontos percentuais), enquanto a avaliação negativa (ruim ou péssimo) recuou para 49,4% (-1,8 p.p.). A parcela que considera o governo regular ficou em 7,2%. Pela primeira vez desde abril, as avaliações negativas deixaram de ser amplamente majoritárias.

De acordo com o levantamento, parte dessa melhora está relacionada à percepção da população sobre a resposta do governo brasileiro às tarifas comerciais anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos do Brasil. Para 45% dos entrevistados, a reação do governo foi adequada. Já 27,5% consideram que houve excesso, enquanto 25% avaliam que a resposta foi fraca.

Outro dado relevante da pesquisa diz respeito à confiança na capacidade de negociação do governo. Para 48% dos entrevistados, a administração Lula será capaz de firmar um acordo com os Estados Unidos que reduza as tarifas impostas por Trump. Esse otimismo contribui para a percepção de que o Planalto tem conduzido com competência a crise comercial.

Parte dessa melhora é atribuída à postura do governo frente às tarifas de Trump. Para 44,8% dos entrevistados, a resposta do governo foi adequada; outros 27,5% a consideraram agressiva e 25,2% avaliaram como fraca.

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Pesquisa Atlas Intel. Foto: Reprodução

Além disso, 47,9% acreditam que o governo conseguirá negociar a redução das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Para 38,8%, a gestão petista não será capaz de chegar a um acordo, enquanto 13,3% não sabem.

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Pesquisa Atlas Intel. Foto: Reprodução

A pesquisa também mostra que 60,2% dos brasileiros aprovam a política externa do governo Lula. Os que desaprovam somam 38,9%, e os que não sabem, 0,9%.

Pesquisa Atlas Intel. Foto: Reprodução

Do Brasil 247 e DCM

Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*) 

Tarifaço reaproxima governo do Centrão

A taxação de 50% sobre todos os produtos brasileiros anunciada por Donald Trump na última quarta-feira buscando, segundo o próprio Trump, encerrar os processos contra Jair Bolsonaro, está provocando um rearranjo nas forças políticas por aqui. O Palácio do Planalto e o Centrão, que vinham se estranhando havia meses e entrando em guerra aberta por conta do aumento do IOF, ensaiam uma reaproximação com base no discurso de defesa da soberania nacional — e dos interesses de setores empresariais prejudicados pelo tarifaço. Alguns nomes do Centrão, porém, alegam que o alinhamento é pontual. Além disso, a Câmara tem nesta semana votações que podem reabrir o conflito com o Executivo: no plenário, a revisão do licenciamento ambiental; nas comissões, a PEC da segurança pública e a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil. (Globo)

Tarifaço reaproxima governo do Centrão 2

Fora de Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca uma aproximação com outro setor que lhe é normalmente avesso: o empresariado. Ele se reuniu com ministros na noite deste domingo e anunciou a criação de um comitê para tratar da reação às tarifas, previstas para entrarem em vigor no próximo dia 1º. Além disso, pretende se reunir pessoalmente com líderes empresariais para discutir estratégias de defesa da produção brasileira e, de quebra, reforçar a imagem de que Bolsonaro é o responsável pelo tarifaço. Nas redes, o governo e a esquerda intensificaram a campanha com foco na soberania, vendo a tensão com os EUA como uma oportunidade para acertar a comunicação e melhorar a imagem do presidente. (Folha)

Tarifaço embaralha planos de Tarcísio

featured imageJá na direita o cenário é de conflito e tentativa de reacomodação. Visto como potencial candidato conservador ao Planalto em 2026, já que Bolsonaro está inelegível, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), teve um fim de semana de idas e vindas. Inicialmente, ele culpou o governo federal pela elevação das tarifas e chegou a almoçar com Bolsonaro em Brasília, mas mudou o tom e, durante evento com empresários, disse que era necessário “unir esforços” e defendeu a atuação diplomática do Planalto. (g1)

Tarifaço embaralha planos de Tarcísio 2

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "oDIA M Jorna Jornal o Dia 7 7min· min Tarcísio apaga foto em que apoiava Trump e aparecia com boné do MAGA h... Ver mais TAKE AWIILCA BREAT AGAIN i odia.ig.com.br Tarcísio apaga foto em que apoiava Trump e aparecia com boné do MAGA"A mudança de rumo tem explicação. Prejudicados pelas tarifas, empresários paulistas que vinham apoiando as pretensões presidenciais do governador começaram a questionar sua independência em relação ao bolsonarismo. (Folha)

Tarifaço embaralha planos de Tarcísio 3

A virada expôs ainda mais o racha com o clã Bolsonaro. Na sexta-feira, após Tarcísio se encontrar com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), condenou qualquer tentativa de negociação que não inclua a anistia aos golpistas de 8 de janeiro. O parlamentar, que está nos EUA desde fevereiro fazendo lobby contra o processo a que o pai responde no STF, classificou qualquer acordo nessa linha como “caracu”, uma expressão pouco educada para um resultado em que só uma parte sai ganhando. Na mesma linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que as tarifas são “um empurrãozinho” para a anistia e que o Brasil não tem “poder de barganha” para enfrentar os EUA. (UOL)

Desista, Tarcísio

Na modesta opinião deste articulista, Tarcísio de Freitas está num beco sem saída. Nunca quis estar com Bolsonaro, mas não pode romper com o ex-presidente. A sugestão é que ele desista de 2026 e apoie a reeleição de Lula. Viria em 2030 com apoio de Lula.

PL apoia Donald Trump

O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro não fará contato com o governo Donald Trump para demover o presidente dos Estados Unidos a cancelar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada nesta semana. Segundo o líder da legenda na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), a bomba foi armada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e caberá a ele desarmá-la. Bolsonaristas só agirão, afirmou o parlamentar, caso o Planalto assuma que não conseguiu negociar e peça ajuda à oposição.

PL apoia Donald Trump 2

“Sem fundamento [procurar o governo dos EUA], pedidos foram feitos, o governo procurou [a taxação] com decisões equivocadas. Trump foi claro, o governo Lula tem 21 dias. A Casa Branca tem dois objetivos: parar a perseguição jurídica a Bolsonaro e parar centenas de ordens ilegais secretas que ferem a liberdade de empresas americanas. E deixa uma janela de oportunidade”, afirmou o líder do PL ao Metrópoles.

PL apoia Donald Trump 3

Sóstenes completou: “Isso é problema do governo Lula. Se quiser pedir a oposição, eles que peçam. Quem criou, que resolva o problema. Quem tem que resolver é o governo, tem 21 dias. Se não resolver, é incompetente, e se quiser pedir ajuda à oposição, estamos dispostos a ajudar”.

PL apoia Donald Trump 4

A possibilidade de atuação do PL para demover Trump da taxação sobre os produtos brasileiros chegou a ser aventada nos bastidores, principalmente após a divulgação de levantamentos da Bites e da Nexus sobre a percepção das redes sobre o tema. Segundo as pesquisas, a narrativa do governo Lula levou a melhor no ambiente digital, e aumentou o temor de que Bolsonaro e aliados saiam prejudicados na opinião pública.

Jabuticaba

Lula está tão preocupado com a taxação de Trump Bolsonaro, que fez chacota e foi chupar jabuticaba no quintal do Palácio da Alvorada. Quem pariu Mateus que embale, teria pensado. Enquanto isso a população poderá, após 1 de agosto, comprar pela metade do preço café, carne, laranja e etc. E que Bolsonaro se explique com o agronegócio.

Lula cresce nas pesquisas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem registrado crescimento em sua popularidade não apenas nas pesquisas de opinião contratadas pelo Palácio do Planalto, mas também em levantamentos internos do Partido Liberal (PL), legenda comandada por Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada pela coluna da jornalista Bela Megale, no jornal O Globo.

Lula cresce nas pesquisas 2

De acordo com o conteúdo publicado nesta segunda-feira (14), o presidente Lula obteve um crescimento de aproximadamente dois pontos percentuais no último mês nas pesquisas eleitorais estaduais que chegaram ao comando do PL. O avanço ocorre após a adoção, pelo governo federal, de uma retórica mais enfática contra a elite econômica, reforçada pelo discurso de “ricos contra pobres”, e pela resposta direta ao tarifaço implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato.

Lula cresce nas pesquisas 3

O impacto político das medidas protecionistas de Trump é motivo de apreensão no PL. A dúvida que paira sobre os aliados de Bolsonaro é o quanto o tarifaço do presidente norte-americano pode repercutir negativamente na popularidade da direita no Brasil, já que Bolsonaro e seus correligionários sempre buscaram associação direta com Trump.

Dia B

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "OPOVO+ ANNA O O OPINIÃO POR ÉRICO FIRMO Bolsonaro foi o pior presidente para o Brasil e, agora, é o pior ex"Enquanto acontece a briga política e econômica, a Procuradoria-Geral da República apresenta hoje as alegações finais na ação penal junto ao STF contra Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022. (g1)

Dia B 2

Mas os acusados pelo golpe tiveram um motivo para comemoração. O ministro do STF André Mendonça, indicado por Bolsonaro para o cargo, será o relator de um agravo regimental que busca paralisar o processo. O recurso, impetrado por advogados do ex-assessor presidencial Filipe Martins, questiona a atuação do ministro Alexandre de Moraes no caso. (Globo)

Carluxo

Na hora que o papi for preso, Carlos Bolsonaro vai despirocar geral. Ele é psicopata, esquizofrênico e sofre de síndrome do pânico. psicopata, esquizofrênico e sofre de síndrome do pânico. Dizem pelos corredores da sede do PL que ele vaga como um fantasma. Não conecta as palavras. Está em ponto de ebulição. O auto exílio nos EUA é um pensamento constante. O sonho de Bolsonaro de ter quatro senadores na família está cada vez mais distante.

União Europeia

Enquanto isso, nos EUA, a preocupação é com a possibilidade de criação de um novo mapa do comércio global. A União Europeia, que soube neste fim de semana que Washington sujeitaria o bloco a tarifas de 30% a partir de 1º de agosto, seria o centro dessa nova ordem. Ursula von der Leyen, presidente do braço executivo da UE, respondeu prometendo continuar as negociações, mas disse que continuaria a elaborar planos para retaliar com força. Mas essa não era toda a estratégia. A Europa, assim como muitos dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, também busca amigos mais confiáveis. Já entre os consumidores, a preocupação é com o preço do cafezinho. Mais de 99% do café consumido no país é importado e, no ano passado, o Brasil foi responsável por mais de 8,1 milhões de sacas, cada uma com 60 quilos de café, que entraram nos Estados Unidos. Qualquer mudança repentina seria uma “situação de perda para todos”, disse Guilherme Morya, analista de café do Rabobank em São Paulo. (New York Times)

Alfabetização

O percentual de crianças alfabetizadas no país subiu de 56% em 2023 para 59,2% no ano passado, segundo levantamento do governo federal divulgado nesta sexta-feira. Apesar da melhora, o Brasil não conseguiu atingir a meta de 60% de alunos da rede pública alfabetizados no período. O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a situação de calamidade gerada pelas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul acabou impactando os dados educacionais. Os índices do estado gaúcho caíram de 63,4% para 44,7%. O ministro disse que a pasta vai “arregaçar as mangas” para atingir a meta de 64% deste ano. (Folha)

Alertas de desmatamento

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta sexta-feira mostram que o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal no primeiro semestre de 2025 foi 27% maior do que no mesmo período do ano passado. Foram 2.090,38 km² de desflorestamento nos primeiros seis meses deste ano, contra 1.645 km² de 2024. Mato Grosso, Pará e Amazonas são os estados com mais áreas destruídas, somando mais de 400 km² juntos. Só o Mato Grosso respondeu por quase metade desse total, com 206 km². Até 27 de junho, donos de terras privadas foram responsáveis por 795 km² de desmatamento, ou 39% do total. (g1)

Regulação das redes sociais

Perseguida em seu país e crítica feroz das big techs, a jornalista filipina Maria Ressa, que venceu o Nobel da Paz em 2021, voltou a defender a regulação das redes sociais e o jornalismo como antídoto contra o autoritarismo. Em entrevista, ela disse que “as mentiras hoje se espalham seis vezes mais rápido” nas plataformas, que “hackeiam nossa biologia” com medo e ódio, minando o discernimento e a democracia. Ressa também alerta sobre os riscos da inteligência artificial e dos deepfakes, e menciona um vídeo com sua voz e seu rosto que incentivava diabéticos a jogarem insulina fora. “Jamais disse isso, mas algumas pessoas podem acreditar. Nós não estamos preparados para IA, e por isso deveria haver leis, uma vez que, com a IA generativa, as pessoas não sabem mais o que é real ou não”. Para ela, as big techs precisam ser responsabilizadas, pois “uma torradeira nos EUA tem mais regulação de segurança do que um algoritmo”. (Globo)

Regulação das redes sociais 2

A Meta deve enfrentar problemas ainda maiores no bloco europeu. A dona do Instagram é alvo quase certo de novas acusações antitruste e possíveis multas diárias da Comissão Europeia, isso porque o órgão regulador classificou como insuficientes as mudanças que a empresa promoveu em seu modelo de consentimento para coleta de dados, exigidas pela Lei de Mercados Digitais, que tenta frear o domínio das big techs no continente. O modelo atual, adotado em novembro passado, limita o uso de dados pessoais em anúncios direcionados. Mas, segundo fontes, a companhia não pretende ceder mais. Com isso, as multas podem chegar a 5% da receita diária global da empresa. Só neste ano, a Meta já foi multada em 200 milhões de euros. (Reuters)

PSB X PT no PE

O PSB considera encerrar a aliança nacional com o PT caso o presidente Lula tente garantir um palanque duplo para ele em Pernambuco nas eleições de 2026, apoiando, ao mesmo tempo, as candidaturas de João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSD) ao governo estadual. “Se Lula optar por coligar o PT com ela, se chegar a esse ponto, acredito que nem projeto nacional vai ter”, afirmou um importante interlocutor dos socialistas. Para eles, será necessário, primeiro, garantir o alinhamento no estado para, só depois, discutir os posicionamentos em outras localidades, como São Paulo, e até mesmo no Palácio do Planalto.

PSB X PT no PE 2

“O PT aqui [em Pernambuco] é nosso aliado, e nós somos aliados do PT e do presidente Lula. Como é que a gente não vai ter o apoio deles por causa de uma governadora que, no segundo turno da eleição de 2022, quando qualquer democrata declarou voto a Lula, ela não declarou voto e até hoje não disse em quem votou, até hoje não diz para que lado é, e que está em um partido que não estará com o presidente Lula? O PSD não vai estar com o presidente Lula”, completou a fonte. A avaliação é feita após o próprio Lula fazer acenos aos dois lados mais de uma vez, inclusive durante a convenção nacional do PSB, que elegeu Campos o novo presidente da sigla.(Veja)

PEC valoriza educação

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 137/2019, que estabelece a educação como “vetor de progresso do país”, foi discutida nesta terça-feira (8) no Plenário do Senado, marcando sua quarta sessão de debate em primeiro turno. Para que a proposta seja votada, são necessárias cinco sessões de discussão, conforme o regimento interno da Casa.

PEC valoriza educação 2

O autor da PEC, senador Confúcio Moura (MDB-RO), defende que a educação deve ser reconhecida não apenas como um direito fundamental, mas também como um instrumento essencial para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. A relatora da proposta, Professora Dorinha Seabra (União-TO), acredita que a iniciativa pode incentivar a sociedade a se comprometer com a promoção de uma educação de qualidade.

DIAP:“cabeças” do Congresso

O DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) divulgou sua lista anual com os nomes dos 100 “Cabeças” do Congresso Nacional, parlamentares que conseguem se diferenciar dos demais na Câmara e no Senado. O Paraná tem seis deputados federais na lista: Aliel Machado (PV, Filipe barros (PL); Luiz Carlos Hauly (Podemos), Pedro Lupion (PP), Ricardo Barros (PP) e Zeca Dirceu (PT). Filipe Barros e Ricardo Barros são novos na lista. O DIAP também fez uma lista de 50 parlamentares em ascensão, que inclui os deputados Beto Richa (PSDB), Tadeu Veneri (PT) e Sergio Souza (MDB), a deputada Luísa Canziani (PSD) e o senador Flavio Arns (PSB).

100 “CABEÇAS” DO CONGRESSO NACIONAL 2025 – ORDEM ALFABÉTICA

PARLAMENTARES EM CAIXA ALTA E NEGRITO SÃO OS NOVOS “CABEÇAS”

1. Deputado Aécio Neves (PSDB-MG)
2. Deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)
3. Deputado Aliel Machado (PV-PR)
4. Deputado Altineu Cortês (PL-RJ)
5. Deputado André Figueiredo (PDT-CE)
6. Deputado Antonio Brito (PSD-BA)
7. Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP)
8. Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP)
9. Deputado Arthur Lira (PP-AL)
10. Deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE)
11. Deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ)
12. Deputado Baleia Rossi (MDB-SP)
13. Deputada Bia Kicis (PL-DF)
14. Senador Carlos Portinho (PL-RJ)
15. DEPUTADO CARLOS VERAS (PT-PE)
16. Deputado Carlos Zarattini (PT-SP)
17. Senador Ciro Nogueira (PP-PI)
18. Senador Confúcio Moura (MDB-RO)
19. Deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA)
20. Deputado Danilo Forte (União Brasil-CE)
21. Senadora Daniella Ribeiro (PP-PB)
22. Senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)
23. DEPUTADO DOMINGOS NETO (PSD-CE)
24. SENADOR Dr. HIRAN (PP-RR)
25. Deputado Dr. Luizinho (PP-RJ)
26. Deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA)
27. Deputada Erika Kokay (PT-DF)
28. Deputada Erika Hilton (PSol-SP)
29. Deputado Eunício Oliveira (MDB-CE)
30. Deputado Felipe Carreras (PSB-PE)
31. Deputado Fernando Coelho Filho (União Brasil-PE)
32. DEPUTADO FILIPE BARROS (PL-PR)
33. Deputado Gervásio Maia (PSB-PB)
34. DEPUTADO GILBERTO ABRAMO (Republicanos-MG)
35. Senador Eduardo Braga (MDB-AM)
36. Senador Eduardo Gomes (PL-TO)
37. Senador Efraim Filho (União Brasil-PB)
38. Senadora Eliziane Gama (PSD-MA)
39. Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
40. Deputado Guilherme Boulos (PSol-SP)
41. Deputado Hugo Motta (Republicanos-PB)
42. Senador Humberto Costa (PT-PE)
43. Deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)
44. SENADOR IZALCI LUCAS (PL-DF)
45. Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ)
46. Senador Jaques Wagner (PT-BA)
47. DEPUTADO JOAQUIM PASSARINHO (PL-PA)
48. Deputado José Guimarães (PT-CE)
49. Deputado Júlio Lopes (PP-RJ)
50. Deputada Laura Carneiro (PSD-RJ)
51. DEPUTADO LÉO PRATES (PDT-BA)
52. Deputado Lincoln Portela (PL-MG)
53. Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ)
54. Deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR)
55. Deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP)
56. Deputado Luiz Gastão (PSD-CE)
57. Deputada Luiza Erundina (PSol-SP)
58. Deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP)
59. SENADOR MARCELO CASTRO (MDB-PI)
60. DEPUTADO MARCEL VAN HATTEM (Novo-RS)
61. Deputada Maria do Rosário (PT-RS)
62. DEPUTADO MÁRIO HERINGER (PDT-MG)
63. Senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
64. Deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE)
65. DEPUTADO MOSES RODRIGUES (União Brasil-CE)
66. SENADOR NELSINHO TRAD (PSD-MS)
67. Deputado Odair Cunha (PT-MG)
68. Senador Omar Aziz (PSD-AM)
69. Deputado Orlando Silva (PCdoB-SP)
70. Senador Otto Alencar (PSD-BA)
71. Deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)
72. DEPUTADO PAULO AZI (PP-BA)
73. Senador Paulo Paim (PT-RS)
74. DEPUTADO PAULO PIMENTA (PT-RS)
75. Deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP)
76. DEPUTADO PEDRO CAMPOS (PSB-PE)
77. DEPUTADO PEDRO LUCAS FERNANDES (União Brasil-MA)
78. Deputado Pedro Lupion (PP-PR)
79. Deputado Pedro Paulo (PSD-RJ)
80. Senadora Professora Dorinha Seabra (União Brasil-TO)
81. Senador Randolfe Rodrigues (PT-AP)
82. Deputado Reginaldo Lopes (PT-MG)
83. Senador Renan Calheiros (MDB-AL)
84. Deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE)
85. DEPUTADO RICARDO BARROS (PP-PR)
86. Senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
87. Senador Rogério Carvalho (PT-SE)
88. Deputado Rogério Correia (PT-MG)
89. Senador Rogério Marinho (PL-RN)
90. Deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA)
91. DEPUTADO SÓSTENES CAVALCANTE (PL-RJ)
92. Deputada Tabata Amaral (PSB-SP)
93. DEPUTADA TALIRIA PETRONE (PSol-RJ)
94. Senadora Tereza Cristina (PP-MS)
95. Senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
96. Deputado Wellington Roberto (PL-PB)
97. Senador Weverton Rocha (PDT-MA)
98. Deputado Zé Silva (Solidariedade-MG)
99. Senador Zequinha Marinho (Podemos-PA)
100. Deputado Zeca Dirceu (PT-PR)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Senadores do centrão são “donos” de agências que deveriam proteger consumidor

Responsáveis por fazer normas e fiscalizar empresas privadas que prestam serviços ao consumidor, as agências reguladoras são usadas pelo governo para acordos políticos. Desde que foram criadas no governo FHC, as diretorias são negociadas com senadores em troca de apoio ao governo na Casa.

Há casos em que senadores indicam sucessivamente nomes para a mesma vaga, controlando por décadas a diretoria (veja na arte).

O governo Lula III manteve o padrão — entregou 20 vagas em 11 agências reguladoras para senadores. Sem maioria para impor suas preferências, não teve outra opção. Com isso, os senadores irão sabatinar e aprovar seus próprios indicados. No jogo combinado, as reuniões não têm perguntas para comprovar a experiência dos indicados e duram minutos.

Igo Estrela/MetrópolesAeronaves viagens aeroporto agências reguladoras

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), por exemplo, está sem presidente há dois anos e quatro meses. Lula só enviou o nome para o Senado em dezembro do ano passado. Aceitou uma indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do ministro Silvio Costa (Aviação), apesar de o escolhido não ter qualquer experiência no setor.

Tiago Chagas Faierstein é diretor comercial da Infraero e sua intimidade com a aviação se dá por ser praticante de aeromodelismo e especialista em operar drones.

A Anac, que fiscaliza as empresas aéreas, tem hoje três dos seus cinco diretores interinos. Essa composição levou sete meses para impedir a Voepass de operar, após o acidente que matou 62 pessoas em agosto de 2024, no interior de São Paulo.

A mesma situação ocorre na Anvisa e na ANA, que cuidam de regular a indústria farmacêutica e empresas de saneamento, respectivamente. Nos dois casos, três dos cinco diretores também são interinos.

Nesta semana, após o governo entregar mais diretorias para senadores, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou que irá votar os nomes enviados pelo Planalto há sete meses. Em troca, levou para ele ou em consórcio quatro diretorias.

Uma vez nos cargos, os diretores atuam de acordo com os interesses de seus padrinhos, frente às empresas reguladas cujo faturamento corresponde a uma considerável parcela do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

A seguir, quem é quem e quem entra e quem sai nas agências reguladoras:

ANP (Agência Nacional de Petróleo) – duas vagas

Indicado – Artur Watt Neto
Vaga – Diretor-geral
Tem formação na área – Sim. Advogado especializado em direito do petróleo
Dono da vaga – senador Otto Alencar (PSD-BA) (o indicado é sobrinho da sua cunhada)
Quem era o antecessor – Contra-almirante Rodolfo Henrique de Saboia
Quem indicou o antecessor – Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia de Bolsonaro
A vaga está aberta desde 22/12/2024

Indicado – Pietro Sampaio Mendes
Vaga – Diretor
Tem formação na área – Sim. Advogado com pós-graduação e doutorado na área de petróleo e gás
Dono da vaga – Alexandre Silveira (ministro Minas e Energia) e senador Laércio (PP-SE). Pietro é atual Secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME.
Quem era o antecessor – Cláudio Jorge Martins de Souza, geólogo e servidor de carreira da ANP
Quem indicou o antecessor – Altineu Cortês (PL-RJ)
Vaga aberta desde 26/01/2025

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) – três vagas

Indicado – Leandro Pinheiro Safatle
Vaga – Diretor-presidente
Tem formação na área – Sim. Economista com mestrado em saúde coletiva
Dono da vaga – Alexandre Padilha (ministro/PT-SP) – foi indicado inicialmente pela então ministra Nísia Trindade, mas conseguiu o apoio de Padilha após a demissão dela.
Quem era o antecessor – Barra Torres
Quem indicou o antecessor – Jair Bolsonaro (amigo pessoal)
Vaga aberta desde 21/12/2024

Indicada – Daniela Marreco Cerqueira
Vaga – Diretora
Dono da vaga – senador Davi Alcolumbre (União-AP)
Tem formação na área – Sim. Epidemiologista
Quem era o antecessor – Meiruze Sousa Freitas
Quem indicou o antecessor – senador Eduardo Gomes (PL-TO)
Vaga aberta desde 12/12/2024

Indicado – Thiago Lopes Cardoso Campos
Vaga – Diretor
Dono da vaga – senador Jaques Wagner (PT-BA) e Alexandre Padilha (ministro da Saúde)
Tem formação na área – Sim. Advogado sanitarista
Quem era o antecessor – Alex Machado Campos (renunciou ao mandato)
Quem indicou o antecessor – Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde de Bolsonaro
Vaga aberta desde 31/08/2023

ANA (Agência Nacional de Águas) – três vagas

Indicada – Larissa de Oliveira Rêgo
Vaga – Diretora
Dono da Vaga – Rogério Marinho (embarrigada pelo Waldez Góes (ministro da Integração Nacional/PDT-AP) e Davi Alcolumbre) e Vitor Saback (ex-diretor da ANA)
Tem formação na área – Não. Advogada com mestrado em educação. Já trabalhou para o ex-deputado Osmar Serraglio e para Nabhan Garcia, ambos da extrema direita bolsonarista.
Quem era o antecessor – Vitor Saback
Quem indicou o antecessor – Paulo Guedes (ministro da Fazenda de Bolsonaro) e Rogério Marinho (PL-RN)
Vaga aberta desde 06/04/2023

Indicada – Cristiane Collet Battiston
Vaga – Diretora
Dono da Vaga – senador Jaques Wagner (PT-BA) e ministro Rui Costa (Casa Civil)
Tem formação na área – Sim. Engenheira civil com mestrado e doutorado em recursos hídricos e saneamento
Quem era o antecessor – Filipe de Mello Sampaio Cunha
Quem indicou o antecessor – Marcelo Cunha (ministro de Infraestrutura de Bolsonaro. Filipe é irmão dele)
Vaga aberta desde 15/01/2025

Indicado – Leonardo Góes Silva
Vaga – Diretor
Dono da Vaga – senador Jaques Wagner (PT-BA) e ministro Rui Costa (Casa Civil)
Tem formação na área – Sim. Engenheiro agrônomo
Quem era o antecessor – Maurício Abijaodi Lopes de Vasconcellos
Quem indicou o antecessor – senador Rogério Marinho (PL-RN)
Vaga aberta desde 15/01/2024

ANM (Agência Nacional de Mineração) – uma vaga

Indicado – José Fernando de Mendonça Gomes Júnior
Vaga – diretor
Dono da vaga – Hélder Barbalho (MDB), governador do Pará e Renan Calheiros (MDB-AL)
Tem formação na área – Sim. Foi lobista da Vale. Formado em Gestão de Negócios
Quem era o antecessor – Guilherme Santana Lopes Gomes
Quem indicou o antecessor – senador Carlos Viana (MG), atual líder do Podemos (oposição)
Vaga aberta desde 4/12/2024

ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) – uma vaga

Indicado – Guilherme Theo Rodrigues da Rocha Sampaio
Vaga – Diretor-geral
Dono da vaga – senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Tem formação na área – É advogado. Atuou da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), que representa os empresários do setor.
Quem era o antecessor – Rafael Vitale Rodrigues
Quem indicou o antecessor – senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Vaga aberta desde 18/02/2025

ANS (Agência Nacional de Saúde) – uma vaga

Indicado – Wadih Damous
Vaga – Diretor-geral
Dono da vaga – Júnior Seripieri, empresário no setor de saúde e amigo pessoal de Lula
Tem formação na área – Não. É advogado, sindicalista e ex-deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro
Quem era o antecessor – Paulo Rebello
Quem indicou o antecessor – deputado Ricardo Barros (PP-PR), ex-líder de Bolsonaro e ex-ministro da Saúde no governo Temer
Vaga aberta desde 21/12/2024

Ancine (Agência Nacional do Cinema) – uma vaga

Indicada – Patrícia Barcelos
Vaga – Diretora
Dono da vaga – Maria do Rosário (PT-RS)
Tem formação na área – Não. Jornalista com mestrado e doutorado na área de educação
Quem era o antecessor – Tiago Mafra dos Santos
Quem indicou o antecessor – Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e bancada evangélica
Aberta desde 30/09/2024

Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) – três vagas

Indicado – Tiago Chagas Faierstein
Vaga – Diretor-presidente
Tem formação no setor – Não. Engenheiro elétrico com ênfase em eletrônica. É diretor na Infraero
Dono da vaga – Silvio Costa (ministro de Portos e Aeroportos) e Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara
Quem era o antecessor – Juliano Alcântara Noman
Quem indicou o antecessor – Fuad Noman, ex-prefeito de Belo Horizonte, morto ano passado. Ele era tio de Juliano.
Vaga aberta desde 2/03/2023

Indicado – Rui Chagas Mesquita
Vaga – Diretor
Dono da vaga – Lula (foi assessor pessoal do presidente)
Tem formação na área – Sim. Major-Brigadeiro do Ar
Quem era o antecessor – Rogério Benevides Carvalho
Quem indicou o antecessor – Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo
Vaga aberta desde 7/8/2024

*Em 19/03/2025 uma nova vaga foi aberta na Anac com o fim do mandato de Ricardo Catanant. Lula não enviou o nome do substituto.

Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) – duas vagas

Indicado – Gentil Nogueira de Sá Junior
Vaga – Diretor
Dono da vaga – ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia)
Tem formação na área – Sim. Engenhario Mecânico com especializações em direito regulatório da energia elétrica e enálise de impacto regulatório. É o atual secretário Nacional de Energia Elétrica.
Quem era o antecessor – Ricardo Lavorato Tilli
Quem indicou o antecessor – senador Marcos Rogério (PL-RO)
Vaga aberta desde 24/05/2025

Indicado – Willamy Frota
Vaga – diretor
Dono da vaga – senador Eduardo Braga (MDB-AM) em consórcio com Davi Alcolumbre
Tem formação na área – Sim. Engenheiro elétrico. Foi presidente da Amazonas Energia e ex-diretor da Eletronorte
Quem era o antecessor – Hélvio Guerra
Quem indicou o antecessor – Eduardo Braga
Vaga aberta desde 24/5/2024

Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) – duas vagas

Indicado – Octávio Penna Pieranti
Vaga – Diretor
Dono da vaga – Planalto
Tem formação na área – Não. Advogado e jornalista com mestrado em administração pública. É atual assessor na Secretaria de Políticas Digitais
Quem era o antecessor – Moisés Moreira
Quem indicou o antecessor – Gilberto Kassab (PSD)

Vaga aberta desde 4/11/ 2023

Indicado – Edson Victor Eugênio de Holanda
Vaga – Diretor
Dono da vaga – Davi Alcolumbre e Juscelino Filho (ex-ministro das Comunicações)
Tem formação na área – Não. Advogado. Foi gerente jurídico da Telebras
Quem era o antecessor – Artur Coimbra
Quem indicou o antecessor – Fabia Faria, ministro das Comunicações de Bolsonaro
Vaga aberta desde 4/11/2024

Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) – uma vaga
Sem indicação
Eduardo Nery encerrou o mandato de diretor-geral em 18/02/2025

Fonte:  Metropoles

BR- 319 e a pressão sobre a floresta que segura o mundo

De vez em quando, uma verdade antiga reaparece com a força de uma revelação. Foi o que senti quando ouvi o cacique caiapó Raoni Metuktire dizer: “É a floresta que segura o mundo”. Não era frase de efeito. Era um alerta, desses que não vêm com gráfico, mas com autoridade de quem ouve a floresta antes mesmo de existir a palavra “ecologia”.

Há algo que me inquieta ultimamente, e não é apenas o calor amazônico. Tenho uma leve, porém persistente, impressão de que a súbita vontade de alguns pouquíssimos poderosos em pavimentar a BR-319 esconde mais do que discursos sobre desenvolvimento ou integração regional.

Esses poucos não usam a estrada, não vivem aqui, mas demonstram um interesse voraz por aquilo que ela inevitavelmente trará: pressão sobre a floresta.

LEIA O ARTIGO COMPLETO NO LINK ABAIXO:

 

BR- 319 e a pressão sobre a floresta que segura o mundo

Ferrovia Bioceânica (Bahia–Rondônia–Pacífico)… mas não só!

Por Professor David Nogueira (*)
Além das commodities, onde fica o direito das pessoas?
É hora de falar sobre conectividade, sustentabilidade e justiça regional.
A proposta da Ferrovia Bioceânica — corredor ferroviário que ligará Ilhéus (Bahia) ao Oceano Pacífico, passando por Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Acre e chegando ao Peru — é uma obra extraordinária. Mas pode (e deve) ser melhor.
Com uma extensão prevista de aproximadamente 4.400 km, seu foco atual está voltado principalmente para o escoamento de commodities, especialmente soja, milho e minérios.
No entanto, essa grande janela de oportunidades abre espaço para uma reflexão essencial:
Por que pouco se discute o aproveitamento do modal ferroviário também para o transporte de passageiros nas regiões por onde a ferrovia passará (interior baiano, Centro-Oeste e Norte)?
O Brasil tem cerca de 214 milhões de habitantes, dos quais aproximadamente 50,59 milhões vivem na Bahia, no Centro-Oeste e no Norte do país — regiões que, nos dias atuais, carecem de sistemas de transporte eficientes, integrados e acessíveis.
Tomemos como exemplo Rondônia: com 1,8 milhão de habitantes (IBGE, 2022), o estado é altamente dependente de rodovias, muitas delas precárias e perigosas. A principal via, a BR-364 (com 4.345 km), conecta o estado de São Paulo ao Acre, cruzando o Centro-Oeste e o Norte. Em Rondônia, ela é o único eixo de ligação com o restante do país e com o Acre — um trecho de 1.425 km que enfrenta todos os dias, tráfego intenso e elevado número de acidentes.
Somente em 2023, segundo a Polícia Rodoviária Federal, foram registrados mais de 1.100 acidentes e 130 mortes nesse corredor.
O transporte aéreo na Amazônia Ocidental também é extremamente limitado e, frequentemente, proibitivo. Porto Velho, capital de Rondônia, possui voos diretos para apenas cinco destinos — com tarifas que ferem, na prática, o direito constitucional de ir e vir.
Cidades de médio porte, como Ji-Paraná e Vilhena — que somam mais de 230 mil habitantes — são praticamente reféns de ônibus rodoviários ou de transportes particulares.
A implantação de uma opção ferroviária significaria acesso facilitado a centros administrativos, a serviços de saúde de alta complexidade e ao fortalecimento das economias regionais.
No Acre, a cidade de Rio Branco passaria a ter uma conexão mais estável com o restante do país — e, naturalmente, com os países vizinhos.
Já na Bahia, ponto de partida da ferrovia, o interior também teria ganhos expressivos. Cidades como Ilhéus, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães — importantes polos do agronegócio e da agroindústria — vêm crescendo economicamente, mas enfrentam gargalos de conectividade.
O uso dessa ferrovia por passageiros permitiria maior integração entre as cidades do Centro-Oeste e destas com os dois litorais da América do Sul, ampliando as possibilidades econômicas, sociais e culturais da região.
Vale lembrar que o trecho entre Ilhéus e Barreiras, por exemplo, tem cerca de 750 km de rodovia — rota com trânsito pesado de cargas, perigos e altos custos de manutenção.
Finalmente, não podemos esquecer que vivemos tempos de emergência climática — e a COP 30, a ser realizada em Belém, reforçará tal tema perante o mundo.
Embora não seja uma solução mágica, o transporte ferroviário é uma alternativa inteligente, viável e estratégica.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a ferrovia emite até 75% menos CO₂ por tonelada-quilômetro em comparação ao transporte rodoviário. Um trem moderno de passageiros pode emitir até 80% menos gases de efeito estufa por passageiro do que um carro e 60% menos do que um ônibus.
Não se trata do “fim” do transporte rodoviário, mas sim da revalorização de um modal complementar — em benefício da economia, do país e do planeta.
Estamos falando não apenas da retirada de milhões de litros de diesel das estradas e do ar todos os anos, mas também da ampliação da eficiência e da segurança de todo o sistema nacional de transportes.
Europa, Índia, Argentina, México e China já operam ferrovias com sistemas híbridos — para transporte de cargas e passageiros. O Brasil precisa recuperar o tempo perdido nesse setor. Projetos recentes, como a Ferrovia Norte-Sul, apontam um caminho possível.
A Ferrovia Bioceânica não pode ser apenas um “corredor de commodities” a serviço dos grandes grupos. Ela precisa cumprir também uma missão estratégica, voltada para a eficiência logística, a sustentabilidade ambiental, a inclusão social e a justiça territorial — sempre de forma integrada.
(*) David Nogueira é professor aposentado e ex-dirigente sindical e partidário

Obrigado

0

Para que ser brigado?
– se podemos dizer obrigado

Dizer Obrigado, Obriga você
– cria uma conexão
– obrigação
(Com a pessoa a quem se obrigou a agradecer)

Ninguém agradece por nada
Por isso somos obrigados
– obrigados a retribuir
– e não só agradecer

Somos obrigados a retribuir
E retribuir é obrigação

Quem diz obrigado se põe uma obrigação
– E isso está para além do coração

É muito mais do que intenção
– é fruição

E assim o obrigado,
– vira uma extensão
– dessa energia e emoção

Talvez não se saiba bem porque
Mas é como dizer volver
E assim se vai rever

Nenhuma mulher é obrigada
– se for amada

Nenhum amigo é obrigado
– se encontrar um abrigo

Se houvesse vereador
(O zelador das veredas)
Não haveria tanta dor

Foto e poema
Vinício Carrilho Martinez

Nossa geração tem mais de 60 anos: somos idosos

Muitos morreram, e aqueles que ainda estão aqui são chamados
“os idosos”. Nascemos nos anos 40, 50 e 60. Nós crescemos nos anos 50, 60 e 70.
Estudamos nos anos 60, 70 e 80. Estivemos juntos nos anos 70, 80 e 90.
Casamos ou não, e descobrimos o mundo nos anos 70, 80 e 90.

Aventurando nos anos 80 e 90. Estamos nos adaptando aos anos 2000.
Nós nos tornamos mais sábios na década de 2010. E seguimos em frente forte em 2025 e além. Acontece que passamos por OITO décadas diferentes… DOIS séculos diferentes…
DOIS membros da geração Y diferentes…

Passamos do telefone com operador de chamadas de longa distância, cabines pagas, videochamadas em todo o mundo. Passamos dos slides para o YouTube, dos vinis para a música online, das cartas manuscritas para e-mails e WhatsApp. Jogos ao vivo na rádio, TV a preto e branco, TV a cores, depois TV 3D HD. E vem aí a TV 4.0, interativa. Íamos ao clube de vídeo e agora assistimos Netflix. Conhecemos os primeiros computadores, cartões perfurados, discos, e agora temos gigabytes e megabytes nos nossos smartphones. Estamos assistindo estupefatos a ascensão da Inteligência artificial.

Usamos shorts durante toda a nossa infância, depois calças compridas, calças de virilha aberta ou mini-saias, sapatos Oxford, Clarks, cachecóis palestinos, macacões e jeans.
Evitamos paralisia infantil, meningite, poliomielite, tuberculose, gripe suína e passamos pela COVID-19.

Nós praticamos patinação sobre rodas, triciclo, bicicleta, moped, gasolina ou diesel, e agora dirigimos híbridos ou elétricos. Brincávamos com os pequenos. Cavalos e damas, avestruzes e berlindes, ao Limiar dos Mil e ao Monopólio, agora temos Candy Crush nos nossos smartphones. E nós líamos… muito. E a religião dos nossos colegas não era uma disciplina…

Costumávamos beber água da torneira e limonada em garrafas de vidro, e os legumes do nosso prato estavam sempre frescos; hoje trazem-nos comida em casa.
Sim, nós passamos por muita coisa, mas que vida linda nós tivemos!

Eles poderiam nos descrever como “ex-anuais”; pessoas que nasceram neste mundo dos anos 50, que tiveram uma infância analógica e uma idade adulta digital. Devemos acrescentar a Revolução Biológica que testemunhamos. Em 1960, a biologia era muito descritiva. Testemunhamos o ascensão da Biologia Molecular: as moléculas da vida foram descobertas: DNA, RNA, etc. Quando você vê tudo o que nasceu dela: terapia genética, pegadas genéticas e assim por diante, o progresso é considerável.

Na política, ah, na política…vivenciamos mudanças importantes. Saímos de uma ditadura militar para uma democracia. Nesta década de 2020 tentaram subverter as leis constitucionais brasileiras, na tentativa de voltar ao regime ditatorial, mas, graças à Deus, os golpistas cometeram crimes de lesa pátria e se filmaram produzindo fartas provas.
De novo, recentemente, aloprados fizeram o destemperado Trump aplicar uma taxação estapafúrdia e sem sentido ao Brasil. Mais uma vez, os “inteligentes” gravaram o crime de lesa pátria contra o Brasil. Serão severamente punidos, doravante.

Na verdade, já vimos de tudo! Nossa geração viveu e testemunhou literalmente mais do que qualquer outra em todas as dimensões da vida. Essa é a nossa geração que se adaptou à “MUDANÇA”.

Parabéns a todos os membros de uma geração muito especial, que será ÚNICA!

Texto extraído da Internet com adaptações para os dias atuais.

Os dez patetas de Rondônia e a traição bolsonarista ao Brasil

Por Édson Silveira
Rondônia elegeu oito representantes para a Câmara dos Deputados. Em tese, para defender os interesses do nosso povo, do nosso estado e do nosso país. Na prática, temos uma bancada de patetas omissos, que nada fazem — nem por Rondônia, nem pelo Brasil — e que ainda aplaudem o inimigo. Isso mesmo: aplaudem Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, que acaba de anunciar tarifas de até 50% contra as exportações brasileiras, em um ataque frontal à nossa economia.
E o mais revoltante: a medida foi articulada por Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, com apoio do bolsonarismo internacional, como forma de retaliação ao sistema de justiça brasileiro que, enfim, os colocou no banco dos réus.
Segundo o presidente Lula, Eduardo Bolsonaro foi aos Estados Unidos pedir a Trump que ameaçasse o Brasil economicamente, caso Jair Bolsonaro fosse preso. O próprio Trump confirmou que as tarifas são resposta à “perseguição contra Bolsonaro” e, em carta oficial enviada ao governo brasileiro, acusou o STF de “ameaçar a democracia” e prometeu “agir”.
Bolsonaro, por sua vez, comemorou publicamente a medida, dizendo que Trump “defende os EUA do vírus socialista” e que “finalmente o Brasil está sendo tratado com o devido respeito”. Comemorou o prejuízo ao seu próprio país. Isso não é apenas escândalo. É crime político. É traição.
RONDÔNIA EM SILÊNCIO: UMA VERGONHA NACIONAL
Diante disso, seria de se esperar que os parlamentares de Rondônia se manifestassem. Que dissessem algo, qualquer coisa, em defesa dos produtores de café, dos pecuaristas, dos exportadores de grãos, da indústria de carne ou da Embraer, que será duramente afetada.
Mas o que tivemos? Silêncio. Omissão. Conivência. Covardia.
E aqui vale um adendo: não são só os oito deputados federais. A vergonha é maior. Incluímos nessa galeria da omissão os dois senadores da República por Rondônia: Marcos Rogério e Jaime Bagattoli. Ambos calados. Ambos cúmplices. Ambos alinhados ao projeto de submissão do Brasil a interesses estrangeiros. São dez os patetas. Dez os traidores do silêncio. Dez os representantes que viraram as costas para o povo de Rondônia.
O BRASIL VIRA REFÉM DO TRUMPISMO BOLSONARISTA
O que está em jogo não é só uma tarifa: é a nossa soberania. É o futuro da produção agrícola, da indústria, do comércio exterior. É o emprego e a renda de milhões de brasileiros — especialmente de estados produtores como Rondônia. Tudo isso sacrificado para satisfazer o ego ferido de um político condenado, que agora pede a um presidente estrangeiro que destrua a economia do seu próprio país, só para tentar escapar das consequências de seus crimes. Isso é bolsonarismo. E isso, meus amigos, não é patriotismo — é canalhice.
NENHUM VOTO A QUEM TRAI O BRASIL
Se você é exportador, cafeicultor, pecuarista, comerciante ou apenas um cidadão de bem, comece a fazer a conta de quanto vai perder com esse tarifaço. E mais importante: comece a lembrar os nomes de quem ficou calado enquanto isso acontecia. Porque quem vota em traidor, trai o próprio futuro.
Édson Silveira é advogado, administrador, professor e vice-presidente estadual do PT em Rondônia.

Marília

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Inspirada em um romance
Que nome a essa terra deu
Estou falando de Marilia
Marilia de Dirceu

(Marília de Dirceu)
– cidade menina
– cheia de recantos
(Província de encantos)

Quando transita
Você se felicita
No trânsito da vida,
Tudo é emoção
Um caminhão de coisas

Em Marília de Dirceu
– há quem diga: Amor e Liberdade

Nem sempre tiveram muita responsabilidade
– mas foi da prosa, que veio essa rima
– Para a cidade que se prima

De Tomás Antônio Gonzaga
– no romance se divaga
– mas, no caminho da sua Marília de Dirceu
– Quem aqui nasceu, nunca se perdeu

Aqui também se fez o voo da TAM
– do Transporte Aéreo Marília

Com a primeira Rodoviária do país
– veio outro trânsito
(Olha aí, de novo)
– Obra do nosso povo

Não há história aleatória
– quem experimenta não inventa

Nas suas fotos, nem tudo é “só” o que aparece
(Quem vê, não esquece)
– não é um caminhão
– é um lindo céu avermelhado
– com sintomas de coração

Olhe bem e você verá
– entre idas e vindas,
– há que se ficar

De imagens lindas
– sempre é tempo de liberdade para amar

Não é uma crônica
– crônica é a paixão

Vinício Carrilho Martinez
Fátima Ferreira

Coluna Zona Franca Especial de Sábado

Impressionante

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto que diz "hilton.marinho.013160 Em nenhum país do mundo políticos, que se dizem patriotas, apoiariam o Trump taxar em 50% o próprio país. Só a extrema direita no Brasil faz isso. MARE AMERICA RRBAT AGAIH AAKCK 3K MRAT AGAN MAGA @AMERICA MAKE RANTAGAN AMERICA BREAT AGAIN SEBLE"Que jogador de futebol comemora um gol contra ao próprio time? Nenhum, claro. Mas, no Brasil, tem um time que comemora! É o time dos bolsonaristas! Esse time formado por parlamentares da direita e da extrema direita comemorou o gol de Eduardo Bolsonaro contra o Brasil! Aliás, a bola saiu de um passe de Jair Bolsonaro aos pés de Dudu Bananinha. O goleiro não estava esperando. O técnico do time (Lula), também não.

Impressionante 2

O gol contra veio no momento em que o governo tentava emplacar um aumento do IOF. Eles diziam que esse incremento ia prejudicar o setor produtivo. Mas, quando o gol contra resultaria uma taxação de 50% contra todos os produtos exportados para os Estados Unidos, eles comemoraram por um momento mas depois viram a “m” que fizeram e querem consertar. Risos.

O presidente Lula está à cavalheiro neste imbróglio. Só vendo a extrema direita passar de eufórica para preocupada com a situação criada por eles mesmos. Tentaram atingir Lula mas acertaram no setor que os apoiam. Ou seja, deram tiro de míssil nos próprios pés. Risos de novo.

Cara de ralo

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apoia agressão de Donald Trump ao Judiciário brasileiroO governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), culpou o técnico do time (Lula), pelo gol contra. Num gesto “patriótico”, teve uma ideia fabulosa para resolver a guerra que o grupo político dele criou. Enviar para os Estados Unidos, um jogador que foi expulso para negociar com Trump. Risos e mais risos. Foi uma piada de mau gosto sem precedentes. O cara está com cartão vermelho dado pelo juiz Xandão. Está injogável por oito anos. Não pode atuar neste jogo.

Cara de ralo 2

Ministros do STF classificaram a ação de Tarcísio de Freitas de tentar cavar uma autorização da Corte para que Jair Bolsonaro deixasse o Brasil rumo aos Estados Unidos de “aloprada”. A desculpa para a “missão” seria negociar com Donald Trump o cancelamento do pacote tarifário anunciado pelos Estados Unidos contra todo o setor produtivo brasileiro. Segundo um integrantes do Supremo, a conversa sequer avançou. “Não teve nem o que ser discutido. Ideia absurda”, diz um ministro da Corte. (revista Veja)

Cara de ralo 3

O Partido dos Trabalhadores protocolou nesta sexta-feira (11) uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de Moraes apure a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por suspeita de crimes como obstrução de Justiça, abuso de autoridade e colaboração com organização criminosa transnacional.

Cara de ralo 4

Segundo a ação, Tarcísio teria telefonado a ministros do STF com o objetivo de interceder a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado. O pedido seria para que Bolsonaro obtivesse autorização judicial para viajar aos Estados Unidos, onde se encontraria com o presidente Donald Trump, que exerce seu segundo mandato desde 2025. O objetivo do encontro, segundo o PT, seria negociar a reversão do tarifaço imposto por Trump ao Brasil, em troca da absolvição de Bolsonaro. O PT argumenta que o governador de São Paulo teria atuado como elo institucional de uma chantagem entre Trump e Bolsonaro. Mesmo sem formalizar um pedido oficial à Corte, o simples contato com ministros já demonstraria, segundo o partido, uma tentativa de interferência no andamento do processo penal.

Lula manda recado para Trump

Luiz Inácio Lula da SilvaDurante discurso nesta sexta-feira (11) em Linhares, no Espírito Santo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento contundente em resposta ao aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros anunciado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. No mesmo evento que marcou o início do pagamento do Programa de Transferência de Renda (PTR), Lula criticou a medida, repudiou qualquer tentativa de interferência estrangeira no Judiciário brasileiro e acusou Jair Bolsonaro (PL) de agir como um “covarde” ao tentar utilizar Trump como escudo para fugir de seu processo judicial.

Lula manda recado para Trump 2

Em um tom firme, Lula desabafou: “aquela coisa covarde que preparou um golpe nesse país, não teve coragem de fazer, está sendo processado, vai ser julgado, e ele mandou o filho dele para os Estados Unidos pedir para o Trump fazer ameaça. ‘Ah, se não liberarem o Bolsonaro eu vou taxar vocês’”.

Lula manda recado para Trump 3

O presidente foi direto ao se dirigir a Trump, denunciando a tentativa de chantagem diplomática: “com todo respeito ao presidente Trump, o senhor está mal informado. Muito mal informado. Os Estados Unidos não têm déficit comercial com o Brasil. É o Brasil que tem déficit comercial com os Estados Unidos. Em 15 anos, entre comércio e serviço, temos um déficit de US$ 410 bilhões. Eu que deveria taxar ele”. Brasil247

Nikonha

E o que falar do deputado federal Nikolas Nikonha, que quer atribuir ao presidente Lula a culpa pelo que o grupo dele mesmo causou? Simplesmente sem noção esta sementinha do mal. O próprio Trump atribuiu a taxação de 50% ao processo judiciário contra Bolsonaro. Ele foi claro: ou livra Bolsonaro das garras da justiça ou ele mantém a taxação de 50%.

Retomada de aprovação de Lula

Lula diz que não vai interferir em eleição para a presidência da Câmara | Política | Valor EconômicoO tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump sobre produtos brasileiros ainda gera incertezas no campo econômico, mas já tem provocado efeitos positivos para o presidente Lula (PT) nas pesquisas internas do governo, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo. Segundo levantamentos diários (trackings) não oficiais conduzidos pelo Palácio do Planalto, a aprovação positiva de Lula superou, pela primeira vez desde a crise do Pix, em janeiro, os índices negativos de avaliação.

Retomada de aprovação de Lula 2

Esse movimento ascendente já havia começado com a adoção do discurso da “justiça tributária” e da narrativa “ricos contra pobres”, impulsionados após o embate com o Congresso em torno do aumento do IOF. A proposta de cobrar mais impostos dos mais ricos foi bem recebida por parte da população. Diario do Centro do Mundo.

Reeleição de Lula

Lula nem queria mas será obrigado a conduzir o Brasil por mais quatro anos. Será reeleito no primeiro turno. Podem anotar. A coluna nunca erra. A menos que Lula seja abatido pelos agentes do Mossad (Israel). Mesmo assim, piora a situação. Será eleito o substituto de Lula!

Prerrogativas denuncia Zanatta à AGU

O Grupo Prerrogativas, formado por advogados e juristas progressistas, encaminhou à Advocacia-Geral da União (AGU) um pedido para que sejam tomadas providências contra a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC). O grupo acusa a parlamentar de promover desinformação contra políticas públicas de vacinação por meio de projetos de lei e declarações públicas. Segundo o ofício enviado à AGU, a bolsonarista apresentou dois projetos em 2025 que, se aprovados, poderiam enfraquecer as campanhas de imunização no país. O PL 2643/2025, por exemplo, pretende permitir que pais ou responsáveis deixem de vacinar crianças mediante apresentação de atestados médicos.

Prerrogativas denuncia Zanatta à AGU 2

Em Rondônia projeto semelhante, da deputada estadual Dra Taissa (PL-RO), foi aprovado quase que por unanimidade. Razão pela qual o índice de vacinação infantil caiu substancialmente em Rondônia, sobrecarregando os postos de saúde com crianças doentes.

Leofood

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto que diz "ifeed ONTO DE APOIO PARA NTREGADORES TUDO DE GRAÇA! ifoock 14:28試0 Reels feito numa parceria 4.930 SEMNADA SEM NADA 4.930 428"O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), esteve em Brasília acompanhando os projetos da capital contemplados com verbas do PAC. Aproveitou para conhecer o ponto de apoio para entregadores do Ifood. Vai trazer para proteger os entregadores locais. O iFood possui pontos de apoio em Brasília para entregadores, incluindo um ponto público na Asa Sul e outros em parceria com restaurantes e postos de gasolina. Esses espaços oferecem estrutura para descanso, como banheiros, água, tomadas e, em alguns casos, micro-ondas e geladeiras.

Nova Agência Reguladora

Oscar Netto, da Agência Reguladora e de Desenvolvimento de Porto Velho (ARDPV)

Responsável por regular, fiscalizar e acompanhar a prestação dos serviços públicos concedidos, permitidos ou autorizados no âmbito municipal, a Agência Reguladora e de Desenvolvimento de Porto Velho (ARDPV) integra o novo modelo de gestão do Executivo Municipal, instituído a partir da reforma administrativa. Sob o comando do advogado Oscar Netto, a agência tem como finalidade principal o estabelecimento de parâmetros justos relacionados aos serviços e tarifas disponibilizados à população, especialmente por meio de ações de fiscalização, controle e regulação. Segundo Oscar Netto, a atuação da Agência é estratégica para fomentar o crescimento econômico e social de Porto Velho, assegurando qualidade e respeito nos preços cobrados por concessionárias de serviços públicos, como o transporte coletivo urbano.

Mais 42 Médicos

Pode ser uma imagem de ‎1 pessoa e ‎texto que diz "‎ח 42 NOVOS PROFISSIONAIS‎"‎‎De modo silencioso, o superintendente do Ministério da Saúde e em Rondônia, Sid Orleans (PT), tem trabalhado e muito! Tem trazido muitos benefícios para o estado, como o anúncio da vinda de 42 médicos para atuar através do programa Mais Médicos do governo federal. “Existe uma distância que não se mede em quilômetros: a que separa a preocupação do cuidado. Em Rondônia, essa distância era sentida pela falta de médicos… mas o Brasil mudou! Por determinação do Governo Lula, o Mais Médicos renasceu para fortalecer o SUS em cada município de Rondônia, com 42 novos profissionais dedicados aos mais vulneráveis. Três deles vão atuar no DSEI de Porto Velho, cuidando dos nossos Povos Originários!“, disse Sid Orleans.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Reportagem de capa da Veja: Trump mistura interesses políticos e econômicos em ataque tarifário ao Brasil

Em gesto tresloucado e sem precedentes, americano aumenta as tarifas de importação em retaliação a uma suposta perseguição judicial a Jair Bolsonaro

ABSURDO - Trump e a carta enviada ao governo brasileiro na última quarta, 9: sem nenhuma justificativa econômica, a taxa imposta agora ao Brasil é a mais alta de todas as que foram anunciadas para mais de vinte nações  (Win McNamee/Getty Images/AFP)

Os primeiros sinais de que algo estava na iminência de acontecer surgiram na segunda-feira 7, quando Donald Trump publicou uma mensagem afirmando que Jair Bolsonaro era perseguido e que ele estava acompanhando de perto a “caça às bruxas” contra o ex-presidente, sua família e seus apoiadores. No dia seguinte, em uma entrevista na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos disse que “muito em breve” taxaria as importações oriundas dos países-membros do Brics, porque eles estariam articulando “políticas antiamericanas”, entre elas o uso de moeda local em substituição ao dólar nas transações financeiras — proposta defendida pelo Brasil na reunião de cúpula dos líderes que havia acabado de terminar no Rio de Janeiro.

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Bolsonaro se curva a Trump com postura de traição nacional diante do tarifaço

Enquanto Lula reage com firmeza e defende a soberania nacional, ex-presidente minimiza agressão dos EUA e presta reverência ideológica a a Trump

Em um dos episódios mais simbólicos de submissão de um ex-presidente brasileiro a interesses estrangeiros, Jair Bolsonaro voltou a demonstrar fidelidade incondicional ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo diante de um grave ataque à economia brasileira. Após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos nacionais anunciada pelo atual governo norte-americano, Bolsonaro declarou publicamente que mantém “respeito e admiração” pelos EUA e justificou o tarifaço como consequência das escolhas diplomáticas do governo Lula, aponta o jornal O Estado de S.Paulo.

Em vez de se posicionar ao lado do Brasil e criticar a retaliação injusta promovida por Trump, Bolsonaro preferiu usar o episódio para atacar o Governo Lula, afirmando que o Brasil “se afastou do mundo livre” e abandonou “compromissos históricos com a liberdade e o Estado de Direito”. Trata-se de uma declaração gravíssima, que revela a total incapacidade do ex-presidente de separar suas afinidades ideológicas pessoais dos interesses concretos da nação.

A postura de Bolsonaro contrasta fortemente com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que repudiou imediatamente a ação unilateral do governo dos Estados Unidos, classificando-a como “inaceitável”. Lula anunciou a aplicação da Lei da Reciprocidade contra os EUA e afirmou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC), buscando apoio de outros países que também foram afetados por tarifas semelhantes. Mais do que isso, Lula reforçou a necessidade de fortalecer alianças com outras economias do Sul Global e defendeu uma ordem internacional baseada na cooperação e no respeito mútuo.

Enquanto Lula atua como estadista e protege a soberania nacional, Bolsonaro reafirma sua vocação para a vassalagem. O episódio é uma demonstração explícita de traição aos interesses brasileiros. Em nome de uma aliança ideológica com Trump e da disputa política interna, Bolsonaro prefere a rendição à defesa do Brasil.

Neste momento, em que a soberania nacional é desafiada, fica claro quem se posiciona com altivez e quem se ajoelha diante dos poderosos. O povo brasileiro saberá reconhecer quem luta pelo país — e quem o entrega.

Do Brasil 247 e da

 1ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional em Rondônia

O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), participa da 1ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional, que acontece nos dias 14 e 15 de julho. O evento ocorre simultaneamente em unidades prisionais de todas as unidades federativas do Brasil. Em Rondônia, as atividades serão realizadas no Centro de Ressocialização Sueli Maria Mendonça e na Penitenciária Estadual Jorge Thiago Aguiar Afonso, ambas localizadas em Porto Velho. O objetivo da ação é valorizar a cultura como instrumento de transformação social dentro do sistema penitenciário.

A ação é fruto de uma ampla parceria interinstitucional envolvendo a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), o Ministério das Mulheres (MMulheres), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O evento contará com a presença do Coordenador Nacional de Educação, Cultura e Esportes da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Carlos Rodrigo Martins Dias.

Durante os dois dias de evento, os reeducandos participarão de uma programação composta por quatro ciclos de atividades, totalizando 12 horas, com exibição de filmes e rodas de conversa. Os conteúdos abordarão temas como cidadania, dignidade, equidade e transformação social.

Data : 14 de julho (manhã e tarde) e 15 de julho (manhã)
Locais: Centro de Ressocialização Sueli Maria Mendonça e Penitenciária Estadual Jorge, Porto Velho – RO
Contato : Assessoria Sejus – (69) 98446-1040

Paulo Pimenta critica “política de apaziguamento” de Eduardo Leite sobre agressões de Trump: “tenha coragem e defenda o Brasil”

O deputado comparou o governador do RS a Neville Chamberlain, primeiro-ministro britânico que foi conivente com o avanço do nazismo na Europa

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) usou as redes sociais para criticar a postura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), diante da escalada comercial entre Brasil e Estados Unidos. A declaração foi feita após Leite comentar o novo pacote tarifário anunciado pelo ex-presidente americano Donald Trump, que promete sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros.

Na publicação, Pimenta comparou o governador gaúcho a Neville Chamberlain, primeiro-ministro britânico conhecido por adotar uma política de apaziguamento diante do avanço nazista na Europa. Segundo o deputado, Leite repete essa lógica ao evitar confrontos políticos e minimizar o impacto das tarifas impostas por Trump.

Eduardo Leite é uma espécie de Neville Chamberlain, e sua política de apaziguamento como estratégia diplomática”, escreveu Pimenta. O parlamentar também criticou o que classificou como neutralidade forçada por parte do governador: “Acha inadequado a interferência externa e o tarifaço de Trump, mas o problema, segundo ele, é a polarização política, que prejudica o interesse do país”.

Na avaliação de Pimenta, esse tipo de posicionamento enfraquece a defesa dos interesses nacionais. Ele chegou a comparar Leite ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Bolsonaro, dizendo que o gaúcho seria uma versão “soft”. “Tenha coragem e defenda o Brasil”, concluiu o deputado.

Após o anúncio das tarifas dos EUA, Leite criticou a tentativa de interferência de Trump à política nacional, mas culpou a polarização política pelo episódio. “Quem define e corrige as nossas instituições somos nós, os brasileiros, e não interferências de fora do país, isso não pode ser aceito de maneira nenhuma. E ressalto que essa polarização política radicalizada está mais uma vez demonstrando o quanto ela fere os interesses do país”, disse ao g1.

Do Brasil 24

Coluna Zona Franca

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Tiro de míssil no pé

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, cobra e textoA coluna de ontem se antecipou ao sentimento geral da população brasileira, de políticos de direita e do setor produtivo, de que a taxação insana de 50% aos produtos de exportação, seria um tremendo tiro de míssil nos pés. E foi. Do Aiapoque ao Chui, de norte a nordeste, o sentimento de todos foi de repúdio ao presidente Trump. Mais ainda, repúdio ao ex-presidente Bolsonaro, chefe de quadrilha, que está por trás de mais um golpe, desta vez, contra a economia brasileira. É disso que se trata. Para se livrar da prisão, Bolsonaro está disposto até a destruir o Brasil.

Tiro de míssil no pé 2

A coluna não precisou de muito esforço para cravar que a esdrúxula taxação de Trump ia favorecer à Lula. Pois bem. Pesquisas dão conta de que 70% da população se posicionou contra a medida transloucada do presidente americano, levado ao erro por informações falsas de Eduardo Bolsonaro. Trump está numa situação complicada ao taxar o Brasil a 50%, a maior do mundo, sem nenhum motivo relevante. Os EUA exportam mais ao Brasil do que este aos EUA. Só teria explicação se fosse o Brasil que mais exportasse aos Estados Unidos. Ainda que fosse, seria necessário taxar em 50%?

Tiro de míssil no pé 3

A situação envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode se complicar ainda mais no Supremo Tribunal Federal (STF) após as manifestações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira (9), contra a Corte. A avaliação de juristas e advogados dos réus diz respeito à ação penal sobre o suposto golpe de Estado que tramita no STF.

Nota água com açúcar

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou nesta sexta-feira (11) a nota divulgada pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), sobre as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. Segundo Lindbergh, o documento não apresenta uma posição clara contra as agressões de Trump à soberania nacional.

Nota água com açúcar 2

“Sobre a nota dos presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre: não há, em nenhum momento, uma posição clara contra as medidas anunciadas por Trump. Não é pedir muito. Afinal, qual é a posição oficial do Congresso? Acho que os presidentes das Casas poderiam vir a público e se posicionar claramente contra a agressão de Trump ao Brasil. Só isso”, pontuou o deputado sobre a nota divulgada na última quinta-feira (10). (Brasil247)

Seja homem

Já o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) usou as redes sociais para criticar a postura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), diante da escalada comercial entre Brasil e Estados Unidos. A declaração foi feita após Leite comentar o novo pacote tarifário anunciado pelo ex-presidente americano Donald Trump, que promete sobretaxas de até 50% sobre produtos brasileiros.

Seja homem 2

Na publicação, Pimenta comparou o governador gaúcho a Neville Chamberlain, primeiro-ministro britânico conhecido por adotar uma política de apaziguamento diante do avanço nazista na Europa. Segundo o deputado, Leite repete essa lógica ao evitar confrontos políticos e minimizar o impacto das tarifas impostas por Trump.

Seja homem 3

Eduardo Leite é uma espécie de Neville Chamberlain, e sua política de apaziguamento como estratégia diplomática”, escreveu Pimenta. O parlamentar também criticou o que classificou como neutralidade forçada por parte do governador: “Acha inadequado a interferência externa e o tarifaço de Trump, mas o problema, segundo ele, é a polarização política, que prejudica o interesse do país”.

Seja homem 4

Na avaliação de Pimenta, esse tipo de posicionamento enfraquece a defesa dos interesses nacionais. Ele chegou a comparar Leite ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro do governo Bolsonaro, dizendo que o gaúcho seria uma versão “soft”. “Tenha coragem e defenda o Brasil”, concluiu o deputado. (Brasil247)

Política e religião

Quando misturamos política com religião, o resultado é sempre o mesmo:
-Jesus vira objeto de mobilização política e a Igreja se torna um palanque eleitoral do Bolsonaro. Quando os interesses pessoais da família Bolsonaro, isto é, defender a eleição dele a qualquer custo, independente dos crimes e roubos que ele cometeu, o Brasil é condenado a pagar as tarifas de 50 %, impostas pelo governo Trump.

Política e religião 2

Esse é o preço de misturar política de Estado com os interesses da família Bolsonaro.
Portanto e por conta dessa proposta política, muitos brasileiros serão prejudicados.
Teremos inflação, aumento do dólar, desemprego, falência de muitas empresas e um prejuízo astronômico na economia do Brasil. Para a família Bolsonaro, nada disso tem importância.

Política e religião 3

Para o Bolsonaro e seus familiares, cadeia é para pobres, pretos, indígenas e comunistas.
Vender refinarias a preços de banana e receber jóias como recompensa, é uma coisa normal, para os bolsonaristas. Para eles, o Trump é o maior herói do povo brasileiro.
Essa família Bolsonaro, é gente inútil, escrota, viralata e lambe botas dos americanos!
Traidores da Pátria!

Povo voltou às ruas

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, multidão e textoComo há muito tempo não se via, o povo brasileiro voltou às ruas para se manifestar contra a escala 6×1, pela taxação dos super ricos e, contra Trump e Bolsonaro. Em quase todo o país teve protestos, foi na Paulista que deu mais gente. O ato organizado por movimentos de esquerda na Avenida Paulista, em São Paulo, ontem, reuniu mais pessoas do que a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 29 de junho, segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP).

Povo voltou às ruas 2

De acordo com o Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), da USP, o protesto liderado por centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda alcançou o pico de 15,1 mil pessoas às 19h30. Já a manifestação “Justiça Já”, organizada por Bolsonaro, atraiu 12,4 mil pessoas no seu horário de maior público.

Povo voltou às ruas 3

Segundo o relatório, essa foi a primeira vez, em um intervalo próximo, que um ato da esquerda superou, em número de participantes, uma manifestação da direita na mesma região. A contagem foi feita com o auxílio de fotos aéreas capturadas por drones e analisadas com software, em parceria com a ONG More in Common.

Cassação de Eduardo Bolsonaro

Oito centrais sindicais brasileiras pediram nesta quinta (10) a cassação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro por supostamente articular com o governo dos Estados Unidos a taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump aos produtos importados do Brasil. O pedido é assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Pública e Central do Servidor.

Cassação de Eduardo Bolsonaro 2

Para as entidades, Eduardo Bolsonaro cometeu “crime de lesa-pátria” contra o Brasil, agindo como um “verdadeiro agente estrangeiro”. Em uma postagem nas redes sociais, ele defendeu o tarifaço como resposta a “abusos” de Alexandre de Moraes. “Exigir a cassação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro que, mesmo abrigado no exterior e recebendo salários pagos pela população brasileira, agiu como um verdadeiro agente estrangeiro ao fomentar sanções contra o próprio país. Isso configura crime de lesa-pátria”, disseram as centrais no comunicado.

Moção em louvor a Trump

Minutos antes de Trump anunciar a taxação de 50% contra o povo brasileiro, os deputados bolsonaristas aprovaram uma moção em favor do estadunidense. Sim, é verdade. Dentre eles o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), de Rondônia. O pedido de homenagem aprovado nesta quarta-feira, 9, é de autoria do deputado bolsonarista e líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ). Além dele, outros oito correligionários votaram a favor da homenagem.

Moção em louvor a Trump 2

Entre os argumentos listados na homenagem aprovada pela Comissão de Relações Exteriores, Sóstenes diz que Trump “deve ser enaltecido e lembrado como um dos melhores presidentes do mundo e exemplo a ser seguido para a implementação e manutenção de uma democracia moderna e justa”.

Retaliação a Trump

No dia seguinte ao tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, o clima no governo brasileiro foi de cautela, reafirmação pública da defesa da soberania nacional e nenhuma decisão concreta sobre como o Brasil pretende retaliar os Estados Unidos se, de fato, a sobretaxa aos produtos brasileiros entrar em vigor no dia 1º de agosto, como anunciou o presidente americano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que não tomará nenhuma decisão até que as novas tarifas passem oficialmente a vigorar. A ideia é usar os próximos 20 dias para voltar à mesa de negociações e, se não houver acordo, encontrar uma maneira menos danosa para a economia brasileira para responder ao que o Planalto vê como uma agressão unilateral, de caráter político e desprovida de qualquer razão econômica. Lula disse que pretende criar um comitê com empresários brasileiros para analisar as melhores saídas para a crise. Além de simplesmente taxar os produtos americanos, o governo estuda a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio e quebrar patentes de medicamentos. O presidente, no entanto, disse que se não houver acordo o Brasil vai aplicar tarifas de 50% aos produtos americanos. (Valor)

Retaliação a Trump 2

Internamente, o Planalto reforçou o discurso de que a culpa pelo tarifaço americano é da família Bolsonaro, que estaria usando sua relação com Trump para pressionar o Judiciário brasileiro a conceder anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no processo que investiga a trama golpista de 2022. Ontem, o presidente Lula disse que Bolsonaro deveria assumir a responsabilidade pelas medidas adotadas pelo governo americano. Em entrevista à TV Record, Lula afirmou que a ação foi incentivada pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Foi o filho dele [Eduardo Bolsonaro] que foi lá fazer a cabeça do Trump“, disse o presidente. (Globo)

Retaliação a Trump 3

Após semanas de embates com o Planalto, o Congresso deu sinais de que, ao menos desta vez, está em consonância com o governo. Ontem, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgaram uma nota conjunta afirmando que o Congresso vai agir com “equilíbrio e firmeza” para defender os interesses nacionais. Os chefes do Legislativo defenderam que o Brasil deve responder “com diálogo nos campos diplomático e comercial”. De acordo com a nota conjunta, Motta e Alcolumbre afirmaram que a nova lei de Reciprocidade Econômica tem “mecanismos que dão condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger a nossa soberania”. (Estadão)

Retaliação a Trump 4

Nas redes, a estratégia do Planalto de responsabilizar os Bolsonaros ganhou adesão maior do que se esperava. De acordo com o cientista político Pedro Barciela, no dia seguinte ao anúncio das novas tarifas, entre 62% e 78% das postagens nas principais redes sociais exigiam reciprocidade, criticavam o “crime de lesa-pátria” e evocavam o nacionalismo como elemento em disputa contra o governo Donald Trump e seus apoiadores no Brasil. Segundo ele, a mobilização bolsonarista, que afirma que Lula foi o responsável pela ofensiva americana, teve pouco engajamento no país. (ICL Notícias)

Retaliação a Trump 5

Steve Bannon, um dos principais ideólogos do movimento MAGA (Make America Great Again), afirmou à jornalista brasileira Marina Sanches, do UOL, que Trump retiraria as tarifas contra os produtos brasileiros se o STF encerrar os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Derrubem o caso, derrubamos as tarifas”, disse ele, um dos aliados mais próximos de Trump. (UOL)

Bolsonaro se manifestou

Depois do silêncio inicial, o ex-presidente Jair Bolsonaro resolveu se manifestar. Por meio de uma nota, Bolsonaro disse que admira o governo de Donald Trump e que espera que os poderes da República resgatem a normalidade institucional. “Essa caça às bruxas — termo usado pelo próprio presidente Trump — não é apenas contra mim. É contra milhões de brasileiros que lutam por liberdade e se recusam a viver sob a sombra do autoritarismo”, afirmou o ex-presidente. (Metrópoles)

Tarcísio também se manifestou

Alvo de críticas entre os bolsonaristas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fez o que pôde para mostrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Após afirmar que o presidente Lula colocou a “ideologia acima da economia”, Tarcísio cancelou a agenda da quinta-feira e foi a Brasília almoçar com Bolsonaro em uma churrascaria da cidade. Tarcísio é cotado para ser o candidato da direita caso o ex-presidente permaneça inelegível. (Correio Braziliense)

Fernando Haddad rebateu

Em resposta às declarações do governador paulista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Tarcísio de Freitas é candidato a “vassalo”. De acordo com Haddad, o governador de São Paulo “errou muito”. “O que está se pretendendo aqui? Ajoelhar diante de uma agressão unilateral sem nenhum fundamento econômico?”, disse o ministro. (g1)

 Jornais criticaram Trump

Os três maiores jornais brasileiros publicaram editoriais criticando a decisão de Donald Trump de aplicar o tarifaço contra o Brasil e atribuíram a responsabilidade pela medida a Jair Bolsonaro e seus aliados. De acordo com a Folha de S.Paulo, “a chantagem rasteira de Donald Trump contra o Brasil não vai funcionar. Cogitar que o Judiciário de uma nação soberana e democrática, que opera com independência, deixará de processar quem quer que seja para livrar o país de retaliações econômicas dos Estados Unidos não passa de devaneio autoritário”. Já o Estado de S.Paulo atribuiu a responsabilidade pela decisão americana ao ex-presidente Jair Bolsonaro: “Eis aí o mal que faz ao Brasil um irresponsável como Bolsonaro, com a ajuda de todos os que lhe dão sustentação política com vistas a herdar seu patrimônio eleitoral”. O jornal O Globo também criticou a ação americana. “O Brasil é uma democracia com Poder Judiciário independente. Não cabe a Trump nem a nenhum outro mandatário criticar suas decisões. Bolsonaro não pode ser julgado pelos eleitores porque está inelegível, tampouco é vítima de caça às bruxas”, escreveu o jornal em seu editorial. (Folha, Estadão e Globo)

Léo em Brasília

Nenhuma descrição de foto disponível.O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), esteve mais uma vez em Brasília para tratar de assuntos de interesse da capital. Primeiro esteve com o maior parceiro dele na destinação de verbas para o município, senador Confúcio Moura (MDB). Depois, com o pré-candidato ao governo de Rondônia, deputado federal Fernando Máximo (União Brasil). O prefeito foi acompanhar a liberação de verbas do PAC para serem utilizadas em saúde e macrodrenagem para combater alegações. A prefeitura apresentou 21 projetos em todos os eixos do Programa, entre eles a construção de novas creches e unidades de saúde, drenagem urbana e renovação da frota do Samu, sendo o 3º município com mais propostas.

Live do vice

Pode ser uma imagem de 1 pessoaA coluna assistiu ontem à live do vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil). Simples e eficiente. Deu o recado. Se o governador Marcos Rocha (União Brasil) continuar atacando ele e a família dele, vai ter mais lives, cada vez mais explosivas. A de ontem foi amena. SG levou o pai dele que, com muita humildade exaltou a coragem e a determinação do filho. Sérgio Gonçalves ficou muito ressentido pelo fato de Marcos Rocha ser cristão (evangélico), baixou o nível criticando a família dele, destacando que tirou o vice-governador do “buraco”. Sérgio Gonçalves explicou as razões da falência dos negócios da família, destacando que geraram muitos empregos em Rondônia.

Live do vice 2

Negou que tenha agido para assumir o lugar de Marcos Rocha, que apenas entrou na justiça para salvaguardar os direitos constitucionais das funções de vice-governador.  Sérgio Gonçalves, se assumir a titularidade em abril de 2026, será candidato à reeleição. Ele disse que ser conselheiro do TCE-RO não está no radar. De 0 a 10, a coluna dá 8 para a live. Que a próxima seja arrebatadoura .

Caminhada Esperança chega a Ji-Paraná

Dando continuidade a agenda do Movimento Caminhada Esperança, a coordenação estadual realizará na manhã deste sábado, 12, em Ji-Paraná, reunião com todos os oito partidos progressistas que integram a Frente. Na pauta, a preparação do evento de lançamento do Movimento na região central do estado. Sob a liderança do senador Confúcio Moura e do ex-senador Acir Gurgaz, o Movimento Caminhada Esperança reúne, até o momento, 8 partidos de centro e de esquerda, movimento sociais, sindicais e personalidades com o objetivo de discutir os problemas do estado e propor soluções de natureza inclusiva, sustantáveis e democráticas. A reunião acontecerá no Auditório da Eucatur, às 9 horas.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Após taxação de Trump, Congresso diz que está pronto para proteger economia

Nota assinada por Hugo Motta e Davi Alcolumbre defendeu uma resposta “com diálogo nos campos diplomático e comercial” por parte do governo brasileiro às taxações de Trump

 

O presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP) e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) defenderam que a resposta do Brasil às taxações anunciadas na última quarta-feira (9), pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem que se dar “com diálogo nos campos diplomático e comercial”.

“O Congresso acompanhará de perto os desdobramentos. Com muita responsabilidade, este Parlamento aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica. Um mecanismo que dá condições ao nosso país, ao nosso povo, de proteger nossa soberania”, afirmaram.

“Estaremos prontos para agir com equilíbrio e firmeza em defesa da nossa economia, do nosso setor produtivo e da proteção dos empregos dos brasileiros”, completaram.

CNNBrasil

China condena tarifa de Trump contra o Brasil e classifica medida como “abuso”

O governo da China criticou duramente a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em pronunciamento oficial nesta quinta-feira (10/7), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, afirmou que Pequim se opõe ao uso excessivo do conceito de segurança nacional como justificativa para medidas unilaterais e declarou que “o abuso de tarifas não interessa a ninguém”.

O posicionamento da China ocorre após o presidente Donald Trump anunciar a nova taxa, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto, alegando supostos prejuízos econômicos aos EUA e criticando o julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil. A medida foi vista como retaliação política, já que o ex-presidente brasileiro responde a ações penais no STF por tentativa de golpe de Estado e foi declarado inelegível pelo TSE em 2023.

 

A chancelaria chinesa reiterou sua defesa de um comércio internacional equilibrado e condenou práticas protecionistas. Segundo Pequim, guerras comerciais não produzem vencedores e prejudicam a estabilidade global. O governo Lula tem buscado apoio internacional contra a medida americana, considerada uma violação das regras da OMC.

A China e o Brasil mantêm relação estratégica dentro do grupo Brics. Durante a cúpula do bloco realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho, Trump teria monitorado as discussões e ameaçado impor tarifas a países alinhados à aliança. Na mesma ocasião, fez acenos públicos a Bolsonaro, o que reforça a leitura de que a ação visa pressionar o governo brasileiro em meio ao avanço dos processos contra o ex-presidente.

Diario do Centro do Mundo

‘Centrão inimigo do povo’: movimentos populares organizam atos em todo o país nesta quinta-feira

Pelo menos 13 cidades terão atos pela taxação dos super ricos e fim da escala 6×1; confira os locais

Com o mote “Congresso inimigo do povo”, movimentos populares convocam manifestações em várias cidades do país nesta quinta-feira (10), pela taxação dos super ricos e o fim da escala 6×1. A organização dos atos é articulada pelas Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular.

Segundo o texto assinado pelas frentes, o povo vai às ruas denunciar que setores do Congresso Nacional tentam barrar medidas que beneficiam o trabalhador, como a isenção de imposto de renda a quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala de trabalho com seis dias seguidos de trabalho e um de descanso. A taxação dos super ricos também é tema central das reivindicações.

Na capital paulista, a concentração está marcada para às 18h, em frente ao Museu de Artes de São Paulo (Masp). Também há mobilizações confirmadas em Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Florianópolis (SC), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Salvador (BA) e Vitória (ES).

No sábado, dia 12, o ato será realizado em Guarulhos (SP), a partir das 11h, na praça Getúlio Vargas.

‘Centrão inimigo do povo’

Os debates pelo fim da escala 6×1 sem redução salarial vem ganhando força desde 2024, impulsionados pelo Movimento VAT (Vida Além do Trabalho) e pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Érika Hilton (Psol-SP).

Apesar das mobilizações em torno do tema, uma pesquisa divulgada no início do mês pelo Instituto Quaest revelou que 70% dos parlamentares se opõem à PEC que acaba com a jornada de seis dias de trabalho seguidos com apenas um dia de descanso.

Outra medida impopular por parte do Congresso foi a derrubada do decreto do Executivo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que, segundo o governo federal, impactaria principalmente os mais ricos do país.

A proposta previa a taxação de operações de crédito, câmbio e aportes de mais de R$ 50 mil em previdências, o que reforçaria o caixa em R$ 20,5 bilhões em 2025 e em R$ 41 bilhões em 2026. Como resposta, grupos de esquerda organizaram campanhas online contra o Congresso Nacional, na figura do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), alcançando resultados positivos nas redes sociais.

Local e horário dos atos em 10 de julho

Brasília (DF)
7h
Plataforma Superior da Rodoviária do Plano Piloto

Belo Horizonte (MG)
17h
Praça 7

Curitiba (PR)
18h
Estação Tubo Central

Cuiabá (MT)
17h
Praça Ipiranga

Fortaleza (CE)
16h
Estátua de Iracema

Florianópolis
17h
Largo da Alfândega

Maceió (AL)
09h
Em frente ao antigo Produban – rua do Comércio, 121, Centro

Rio de Janeiro
17h
Em frente à Bolsa de Valores (Praça XV, nº 20, Centro)

São Luís (MA)
16h
Praça Deodoro – Centro

Salvador (BA)
17h
Estação da Lapa

São Paulo (SP)
18h
Masp – Avenida Paulista, 1578

Vitória (ES)
16h
Assembleia Legislativa

12 de julho
Guarulhos (SP)
11h
Praça Getúlio Vargas

Chantagem de Trump deve ter como resposta a prisão imediata de Bolsonaro

Por  Kiko Nogueira

 

O anúncio feito por Donald Trump de que irá taxar todos os produtos brasileiros em 50% não é apenas um ataque comercial. É uma declaração política explícita de apoio a Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado e outros crimes graves contra a democracia.

O motivo da sanção, segundo o próprio Trump, é a atuação do STF contra Bolsonaro. Em outras palavras: um presidente estrangeiro está usando o poder econômico dos EUA para interferir diretamente no processo judicial de um criminoso confesso no Brasil.

Diante disso, a permanência de Jair Bolsonaro em liberdade se torna insustentável. Quando um ex-presidente, já inelegível e investigado, vira centro de articulações internacionais que envolvem pressões econômicas contra o próprio país para livrá-lo da Justiça, não há mais dúvidas: Bolsonaro age como um conspirador ativo contra o Estado brasileiro. E conspiradores com acesso a redes internacionais e apoio de chefes de Estado não devem ter liberdade para seguir atuando.

Como se não bastasse, Eduardo Bolsonaro — deputado federal e igualmente investigado na trama golpista — está nos Estados Unidos no momento em que Trump eleva o tom contra o STF e impõe a tarifa punitiva ao Brasil. O roteiro é claro: pai e filho estão mobilizando aliados externos contra instituições nacionais. Isso é cooperação internacional para obstrução de justiça, um dos fundamentos que justificam prisão preventiva imediata, tanto para Jair quanto para Eduardo Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República já dispõem de todos os elementos: tentativa de golpe, uso de fake news, milícias digitais, articulação com o exterior e, agora, sabotagem econômica de um aliado estrangeiro. Esperar mais é abrir margem para que o ex-presidente continue utilizando sua rede para ameaçar a soberania e desestabilizar o país. A prisão de Bolsonaro deixou de ser uma questão de justiça: tornou-se uma necessidade institucional urgente. O Brasil não pode aceitar ser chantageado por Trump a serviço de um golpista.

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Trump anuncia tarifa de 50% para Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil.

O republicano compartilhou a notícia em carta endereçada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sua rede social, Truth Social.

De uma leva de tarifas que o presidente dos EUA anunciou nesta semana, esta é a mais alta até o momento.

Veja a carta na íntegra:

9 de julho de 2025
Sua Excelência
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
Brasília

Prezado Sr. Presidente:

Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!

Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.

Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco.

Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas.

Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!

Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.

Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América.

Muito obrigado por sua atenção a este assunto!

Com os melhores votos, sou,
Atenciosamente,
DONALD J. TRUMP
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Trump manda carta a Lula e anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — Foto: Reprodução

Trump manda carta a Lula e anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — Foto: Reprodução

Trump manda carta a Lula e anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — Foto: Reprodução

Em atualização.

CNN-G1

 

TRE de Rondônia aplica multa a Mariana Carvalho por omitir perfil no TikTok no registro de candidatura

O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) reformou, por maioria, a sentença que havia julgado improcedente uma representação por propaganda eleitoral irregular contra Mariana Carvalho, do União Brasil. Derrotada no segundo turno das eleições de 2024 pelo atual prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, do Podemos, a ex-candidata foi multada em R$ 5 mil pela omissão do endereço eletrônico de um perfil na rede social TikTok no momento do registro de candidatura.

A ação foi movida pelo Diretório Municipal do Podemos em Porto Velho, representado pelo eleitoralista Nelson Canedo, que apontou a ausência da informação no Requerimento de Registro de Candidatura (RRC), protocolado em 1º de agosto de 2024, embora o perfil no TikTok estivesse ativo desde junho do mesmo ano. A regularização só ocorreu dias depois, em 7 de agosto.

Em primeiro grau, a Justiça Eleitoral havia julgado improcedente o pedido sob o argumento de que, apesar da omissão inicial, a informação foi incluída dentro do prazo legal para registro das candidaturas e não havia indícios de propaganda irregular no período.
O Podemos recorreu, sustentando que a legislação exige a comunicação prévia e impreterível de todos os perfis utilizados para divulgação de conteúdo eleitoral. “O descumprimento, ainda que sem má-fé ou propaganda explícita, configura infração objetiva”, alegou o partido.

O relator do recurso, juiz Sérgio William Domingues Teixeira, acatou os argumentos e votou pela aplicação da penalidade. Segundo ele, a omissão viola o §1º do art. 57-B da Lei nº 9.504/1997 e o art. 28 da Resolução TSE nº 23.610/2019, independentemente da regularização posterior. “A jurisprudência do TSE é firme no sentido de que a não comunicação prévia à Justiça Eleitoral enseja a aplicação de multa, ainda que a omissão decorra de falha e seja posteriormente corrigida”, destacou.

O entendimento foi seguido pela maioria dos membros da Corte. Votaram vencidos os juízes José Vitor Costa Júnior e Ricardo Beckerath da Silva Leitão. Em sua manifestação, Costa Júnior afirmou que “a mera existência de perfil em rede social, por si só, sem conteúdo que configure pedido explícito de voto, não autoriza o reconhecimento de ilícito eleitoral”.

A Procuradoria Regional Eleitoral havia se posicionado pelo desprovimento do recurso.
O julgamento ocorreu na 47ª Sessão Ordinária do TRE-RO, realizada em 26 de junho. A tese firmada estabelece que a omissão de endereço eletrônico preexistente no RRC configura infração ao art. 57-B, §1º, da Lei das Eleições, sendo irrelevante a ausência de propaganda no período ou a posterior regularização. As informações são do site Rondônia Dinâmica.

Funcionário Centrão

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Homenagem da dupla Vinicio Martinez e Márlon Pessanha ao famoso Centrão, sempre correligionário do patrão reacionário. A dupla já produziu quase uma centena de músicas utilizando IA. Sempre com críticas à bolsonaristas, fascistas e golpistas. É o pior Congresso Nacional da história do país. É o sumo da escória. O Centrão nega ser reacionário. Mas não é por elegância, e sim ignorância. Por faltar vocabulário.

É o mesmo Centrão que impede que os milionários, bilionários, paguem acima de 1% de Imposto de Renda. Isso mesmo, na perversa luta de classes pela sobrevivência, as “elites” (incultas, sem saber até hoje o que é Iluminismo) pagam um por cento de IR.
E, por isso, o povo paga com a sua vida. Esse é o custo Brasil: o povo paga com a sua vida.

É o Centrão das “elites” golpistas!!!

Ouça, repasse nossa música, nossa dor.

Mas, é a nossa luta!!!

Veja aqui todas as músicas.

Funcionário centrão Letra: Vinicio Martinez e Márlon Pessanha Composição: Márlon Pessanha (com apoio de IA)

Boulos deve ser anunciado ministro da Secretaria-Geral ainda esta semana

A expectativa no Planalto é que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) deva ser anunciado ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República ainda nesta semana. Lula já teria batido o martelo. De acordo com a matéria, contou a favor de Boulos tanto a eleição tranquila de Edinho Silva para a presidência do PT, quanto a melhora da avaliação da popularidade de Lula depois do confronto com o Congresso nas redes.

Boulos se empenhou pessoalmente na campanha e ficou claro que Lula precisa de gente jovem e que dialogue com a base do governo nas ruas e nas redes.

O atual ministro, Márcio Macedo, deve assumir um cargo importante na executiva nacional do PT. Ou uma das vice-presidências, ou mesmo a tesouraria da sigla, onde ele já foi titular.

Coluna Zona Franca

Haddad, Motta e Alcolumbre

Com o Executivo e o Legislativo em pé de guerra por conta do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na noite desta terça-feira com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na tentativa de retomar o diálogo. O impasse, porém, continua. Motta, em cuja casa aconteceu o encontro, disse que o governo precisa cortar gastos e que dificilmente uma alta de impostos passará no Congresso. Já Haddad afirmou que o Executivo pretende demonstrar ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde haverá uma audiência de conciliação no próximo dia 15, que o objetivo da alta no IOF não foi aumentar a arrecadação. Também participaram do encontro a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann; o advogado-geral da União, Jorge Messias; os líderes do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP); e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e o líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE). (Poder360)

R$ 5 mil

No Congresso, o ex-presidente da Câmara e relator do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, Arthur Lira (PP-AL), disse que estuda incluir uma proposta de compensação do IOF no relatório final que está preparando. De acordo com Lira, é possível que o texto seja apresentado ainda esta semana, caso haja anuência de Hugo Motta. “Existe a possibilidade de inclusão neste texto de uma saída para o IOF”, afirmou. (Globo)

Haddad deixará a Fazenda 

Haddad levantou a possibilidade de deixar a Fazenda no ano que vem para coordenar a campanha ou o plano de governo de uma eventual candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Segundo o ministro, nenhuma decisão foi tomada e, até agora, Lula não pediu que ele saia como candidato em São Paulo. (Folha)

Trump X Xandão

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Posição deXana deX PosiçãodeXan t0 Super Xandão GUARDIÃO DA DEMOCRACIA"A Justiça da Flórida emitiu nesta terça-feira uma nova citação contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. O pedido partiu do Trump Media & Technology Group, ligado ao presidente Donald Trump, e da plataforma de vídeos Rumble. As duas companhias acusam Moraes de censurar conteúdos publicados em suas redes sociais no Brasil. Tentativas anteriores de notificação, feitas em março e junho, fracassaram. Desta vez, o documento inclui o endereço completo do ministro. De acordo com a Justiça distrital da Flórida, Moraes tem 21 dias para responder à ação. Caso não o faça, poderá ser julgado à revelia, permitindo que a corte decida sem a apresentação de defesa. (Estadão)

Trump X Xandão 2

A decisão da Justiça americana de notificar o ministro acontece um dia após Donald Trump publicar um longo texto em sua rede social defendendo Jair Bolsonaro e acusando, ainda que implicitamente, o STF de realizar uma perseguição política contra o ex-presidente brasileiro. Steve Bannon, um dos ideólogos da extrema direita mais próximos de Trump, afirmou que o presidente americano considera “inaceitável” a acusação de que Bolsonaro engendrou um golpe de Estado em 2022. Segundo ele, o governo americano deve aplicar sanções contra Moraes. (UOL)

O ministro preferiu não se manifestar, ao menos em público. Ontem, ele decidiu prorrogar o inquérito que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O filho do ex-presidente e hoje deputado licenciado é um dos principais lobistas junto ao governo Trump para que sanções sejam aplicadas contra Moraes. (Globo)

Messias

A Advocacia-Geral da União vai responder à Justiça americana em nome do ministro. De acordo com o advogado-geral da União, Jorge Messias, a AGU tem atribuição institucional de defender autoridades brasileiras no Brasil e no exterior. (CNN Brasil)

Democracia e patriotismo relativos

Os patriotas e defensores da democracia bolsonarista estão ovulando com as ameaças do presidente dos Estados Unidos à soberania brasileira. É surreal a posição desses seres irracionais que sonham até com ataques bélicos contra o Brasil, só para livrar da cadeia um réu confesso. Jair Bolsonaro confessou ao ministro Alexandre de Moraes que tentou um golpe de estado por não ter vencido as eleições de 2.022. E mais, disse que não tinha prova nenhuma contra Alexandre de Moraes. Mesmo assim, autorizou que o filho Eduardo Bolsonaro fizesse denúncias mentirosas contra a justiça brasileira.

Tiro pela culatra

Mas, eis que essas ameaças de Trump contra a Nação brasileira, poderá ser um tiro no pé. A interferência de Trump em favor de Jair Bolsonaro terá efeitos na política brasileira. Segundo Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil em Washington, a postura de Trump constitui um “presente eleitoral” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à revista CartaCapital, Ricupero avaliou que a iniciativa fortalece a posição de Lula em defesa da soberania nacional. Ricupero considerou a postura de Trump “inadmissível”, elogiou a resposta do Palácio do Planalto como “na medida certa” e destacou o impacto político positivo para Lula: “No fundo, é um presente para Lula. Reforça muito sua plataforma como defensor da soberania nacional”.

Novas tarifas

Donald Trump voltou a ameaçar impor novas tarifas aos países que compõem os Brics e àqueles que se aliarem ao bloco liderado por China, Rússia, Índia, Brasil e África do Sul. Trump acusa os Brics de tentarem “destruir o dólar” e afirmou que estuda aplicar uma sobretaxa de 10% sobre as importações de produtos das nações integrantes do bloco. “O dólar é rei e vamos mantê-lo assim. Se quiserem desafiá-lo, terão que pagar um alto preço”, disse ele. (Folha)

Underhand

A Polícia Federal deflagrou uma operação que apura o desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e fraudes em licitações em cidades do Ceará. Segundo a PF, um grupo ligado ao deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) cobrava um ágio de 12% sobre o valor das emendas para liberar os recursos. Batizada de “Underhand”, a operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Brasília e no Ceará. O gabinete do deputado foi um dos alvos da ação, autorizada pelo ministro do STF Gilmar Mendes. (g1)

Candidatura irreversível

Renan Filho, do MDB, é eleito senador por Alagoas | Eleições 2022 em Alagoas | G1No evento de lançamento do VLT de Arapiraca, nesta segunda-feira, 7, o senador e ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho (MDB) deu uma declaração tão espontânea e contundente que fica difícil voltar atrás. “Eu vou me desincompatibilizar é em abril pra ficar apto a disputar as eleições ao governo de Alagoas”, disse ele, de forma categórica. O ambiente era altamente propício – com ele estavam o governador Paulo Dantas, o senador Renan Calheiros e o prefeito Luciano Barbosa, todos personagens ilustres do MDB. O peso das palavras dele ecoou muito forte, num jeito que aparentemente não tem mais como retroceder. (Tnh1)

A extorsão

O ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), está processando um bandido por extorsão. Segundo o prefeito, o meliante queria dinheiro prá não dizer que ele é o homem das imagens que mostram um hóspede doidão nu nos corredores de um hotel em Brasília. O curioso é que, apesar de ser autor do processo (parte interessada), Chaves não compareceu às duas audiências judiciais para esclarecer o caso.

A extorsão 2

Após não comparecer à última audiência que seria realizada no dia 28 de junho, a justiça determinou que ele compareça no dia 28 de julho, até sob condução coercitiva, ou seja, com recurso policial. A razão para a negativa de HC ir às audiências é que os réus iriam provar que o ex-prefeito é o homem nas imagens, o que ele vem negando veementemente. A situação de Hildon Chaves, por si só, já é constrangedora. Mas, acontece que o ex-prefeito é candidato ao governo de Rondônia. A noitada em Brasília que não deveria ter acontecido, vai acabar na campanha eleitoral de 2026.

Léo Moraes de olho

A Prefeitura de Porto Velho avança em auditoria interna que investiga denúncias de fraude no Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho (IPAM). A medida foi determinada pelo prefeito Léo Moraes, que determinou abertura de procedimento apuratório para investigação nos últimos anos, após denúncias que chegaram tanto por vias oficiais — como a Ouvidoria do Município — quanto por canais extraoficiais, indicando a existência de indícios de irregularidades nos pagamentos.

Léo Moraes de olho 2

Há suspeitas de pagamentos duplicados e até de possíveis favorecimentos indevidos. A auditoria tem por objetivo identificar a extensão dos danos, os responsáveis e recuperar eventuais prejuízos aos cofres públicos.

Resultado oficial

Resultado oficial confirma que haverá segundo turno ao Diretório Estadual em Rondônia, entre os candidatos Ernesto Ferreira e Israel Trindade. Ernesto Ferreira obteve 42,60%, Israel Trindade 30,50% e Ernani Coelho, obtido 27,04% dos votos válidos. O segundo turno deverá ser realizado no próximo dia 27 de julho. Em Porto Velho, Fred Verssailes foi eleito presidente do Diretório Municipal em primeiro turno com cerca de 58% dos votos válidos.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Jornalistas da BBC denunciam em carta cobertura pró-Israel: quando os da Globo vão reagir?

Mais de 100 jornalistas da BBC assinaram uma carta endereçada ao diretor-geral Tim Davie denunciando decisões editoriais que favorecem o governo de Israel e limitam a liberdade de cobertura sobre o conflito com os palestinos. O documento também recebeu o apoio de outros 300 profissionais da mídia, incluindo o colunista Owen Jones. Os funcionários da emissora pedem anonimato, temendo represálias internas.

Na carta, os jornalistas acusam a direção da BBC de censurar conteúdos críticos ao governo israelense, como o documentário “Gaza: Medics Under Fire”, aprovado conforme as diretrizes editoriais, mas barrado pela chefia. Eles afirmam que a emissora está tomada pelo medo de ser vista como crítica a Israel e passou a adotar decisões com motivação política.

Os profissionais rejeitam qualquer pedido para que a BBC “tome partido”, mas pedem liberdade para reportar os fatos com transparência. Eles também denunciam a omissão da emissora sobre o envolvimento do governo britânico no fornecimento de armas usadas em ataques contra civis palestinos, assunto abordado apenas por veículos concorrentes.

Protesto de profissionais da saúde em Londres em apoio a médicos palestinos. Photo: Health Workers 4 Palestine/X]

A carta aponta o nome de Sir Robbie Gibb, conselheiro editorial da BBC, com laços com o Partido Conservador e com o jornal “Jewish Chronicle”, conhecido por publicações com teor anti-palestino. Gibb já atuou como chefe de comunicação da ex-primeira-ministra Theresa May. Para os signatários, sua presença na diretoria compromete a isenção da emissora pública.

Os jornalistas afirmam que há uma cobertura desproporcional em favor do governo israelense, com o apagamento de vozes palestinas e o tratamento desigual dado às vítimas. “Tem sido comum a BBC atuar como assessoria de imprensa do governo e das Forças Armadas de Israel”, diz o documento. A carta também denuncia que crimes de guerra e declarações de autoridades israelenses com conteúdo genocida têm sido ignorados ou minimizados pela emissora.

Nos bastidores, o clima é de revolta. Um funcionário relatou: “Nos sentimos em uma relação abusiva com a BBC, em que somos manipulados e silenciados”. Outro afirmou: “Estamos cansados dos dois pesos e duas medidas e da suspensão dos padrões editoriais. Isso destruiu qualquer ideia de imparcialidade dentro da empresa”.

Enquanto jornalistas da BBC rompem o silêncio e denunciam parcialidade e racismo anti-palestino, a questão que fica é: quando os jornalistas da Globo vão ter coragem de fazer o mesmo? A resposta é: nunca.

Diario do Centro do Mundo

Alcolumbre dá ‘showzinho’ e peita Lula se houver veto ao aumento de deputados

Presidente do Senado fez birra em tom de chilique ao ser questionado sobre a hipótese de Lula não promulgar a criação de 18 novas cadeiras. 76% dos brasileiros são contra

Não é só Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, que tomou gosto por peitar o presidente Lula (PT) e faz dobradinha com os setores extremistas do bolsonarismo no Congresso Nacional visando sabotar o governo eleito pela maioria dos brasileiros. Na tarde desta terça-feira (8), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deu um verdadeiro ‘showzinho’ diante da imprensa, em Brasília, ao ser questionado sobre como procederá se Lula não promulgar o aumento no número de deputados que irá para sanção presidencial nos próximos dias. O Planalto já sinalizou que o estadista vetará a decisão dos parlamentares e Alcolumbre, como presidente do Congresso, pode derrubar o veto e promulgar a medida ele mesmo.

“Se chegar às 10 horas da manhã, será promulgado às 10h01”, esbravejou o senador amapaense, gesticulando irritado e com tom de chilique, para incredulidade dos profissionais de imprensa que estavam nas dependências do Senado Federal o aguardando. Pelo visto, a exemplo de Motta, Alcolumbre não se importa com o que pensa o povo, já que uma pesquisa Datafolha divulgada recentemente, em 17 de junho, mostrou que 76% dos brasileiros são contrários à criação de novas vagas de deputado na Câmara Federal, ou seja, três de cada quatro cidadãos.

Revista Forum

Pesquisa Atlas: 63% dos brasileiros não têm “nenhuma” confiança no Congresso Nacional

Levantamento da AtlasIntel revela descrença generalizada no Legislativo e mostra que apenas 3% da população têm “muita” confiança nos parlamentares

 A confiança da população brasileira no Congresso Nacional permanece em níveis alarmantemente baixos. Segundo pesquisa da AtlasIntel divulgada pela Bloomberg nesta terça-feira (8), apenas 3% dos brasileiros dizem confiar “muito” no Parlamento, enquanto 63% revelam não ter “nenhuma” confiança — um dado que evidencia a grave crise de representatividade enfrentada pelo Legislativo brasileiro.Os dados fazem parte do relatório “Latin America Pulse – June 2025”, que traça o panorama político da região. O levantamento foi feito entre os dias 27 e 30 de junho, com 2.621 entrevistados em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Números que escancaram a crise – A pesquisa mostra que 63% dizem ter “nenhuma” confiança no Congresso. Outros 27% dizem confiar “pouco”. Os que afirmam ter “alguma” confiança nos parlamentares são 5%, e 3% têm “muita” confiança”.

Esses números colocam o Legislativo entre as instituições com pior avaliação popular no Brasil. O dado é particularmente relevante em um momento em que o Congresso exerce grande influência sobre pautas econômicas e institucionais, como a regulamentação da reforma tributária e o destino das chamadas “emendas do relator”.

Comparação com outras instituições – A pesquisa também avaliou a confiança da população em outras esferas do poder público. O governo federal, por exemplo, tem maior índice de confiança que o Congresso. O Judiciário também tem maior confiança da população

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Do Brasil 247

 

Nikolas Ferreira pode perder direitos políticos; entenda

Solicitação foi feita pelo Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais

Representantes da extrema direita na Câmara, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), federal, e Bruno Engler (PL-MG), estadual, podem perder seus direitos políticos. A solicitação foi feita pelo Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais (MPE-MG).

A motivação do pedido foram ataques feitos pelos parlamentares ao então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-MG), em 2024. Ambos são acusados de difamação.

Além da perda dos direitos políticos, a denúncia pede indenização por danos morais à família de Fuada Noman, que morreu aos 77 anos, em março de 2025.17:29 08/07/2025

Conforme o MP, os denunciados propagaram, de forma intencional, informações falsas para prejudicar a candidatura do então prefeito e beneficiar seu adversário no segundo turno do pleito.

Foi utilizado, inclusive, um trecho descontextualizado do livro “Cobiça”, escrito por Fuad, o associando falsamente a uma suposta exposição de crianças a conteúdo impróprio, durante festival de quadrinhos promovido pela prefeitura.

O caso teve origem na divulgação de vídeos em que Nikolas e Engler criticavam a obra de ficção. O MP afirmou que os deputados agiram com “difamação” ao vincular o conteúdo do livro, que inclui uma cena de violência sexual fictícia, à gestão do então prefeito.

“Leviano e injusto”

De forma leviana e injusta, conectou a obra de ficção a um evento real”, destacou o MP a respeito das declarações de Nikolas, que classificou o livro como “pornográfico” e afirmou que “o problema é quando a ficção vira a realidade”.

A denúncia apontou que Nikolas descumpriu ordem judicial para remover o vídeo original de suas redes sociais, em outubro de 2024, e, também, “passou a debochar publicamente da decisão”, ao postar novo conteúdo repetindo as acusações.

Além de Nikolas e Engler, mais duas pessoas foram denunciadas pelo MP. Coronel Cláudia (PL), candidata a vice-prefeita na chapa de Bruno Engler, e a deputada estadual Delegada Sheila (PL).

 Revista Fórum 

Aprovada criação do Dia da Luta da População em Situação de Rua

Texto relatado pelo senador Paulo Paim determina que a data seja celebrada anualmente todo o dia 19 de agosto. A escolha da data remete à “Chacina da Praça da Sé”

A Comissão de Educação (CE) do Senado aprovou nesta terça-feira (8/7) proposta de autoria do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) que institui o Dia da Luta da População em Situação de Rua. O texto, relatado pelo senador Paulo Paim (PT-RS) segue para sanção presidencial, caso não haja recurso para votação em plenário.

O PL 4752/2019 determina que a data seja celebrada anualmente todo o dia 19 de agosto. A escolha da data remete à “Chacina da Praça da Sé” ou “Massacre da Sé”, série de ataques brutais que ocorreram na cidade de São Paulo, entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004.

A ideia, segundo Nilto Tatto, é dar visibilidade ao enfrentamento dessa população à discriminação, preconceito e violência; fortalecer a sua luta pela inclusão nas políticas públicas, a exemplo de moradia, habitação, trabalho, educação e saúde; bem como promover uma ampla conscientização sobre os seus direitos.

Presidente sanciona lei que institui política de trabalho digno para população em situação de rua

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), conforme diagnóstico realizado com base em números do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o número de pessoas em situação de rua aumentou 935%, tendo saltado de 21 mil pessoas cadastradas em 2013 para 227 mil em agosto de 2023.

“A população em situação de rua representa um dos maiores desafios sociais e humanitários da atualidade, refletindo as profundas desigualdades e falhas estruturais de várias sociedades. Além de constituir um problema social, o panorama da população em situação de rua também é um desafio de direitos humanos e de saúde pública. A ausência de moradia digna, o acesso limitado a saneamento, alimentação e serviços de saúde tornam essa população extremamente vulnerável a doenças, violência e exploração”, aponta Paulo Paim.

Luta da população em situação de rua exige políticas públicas

O parlamentar ainda argumenta que a população em situação de rua é o reflexo da complexidade e da fragilidade do tecido social do país.

“O cenário em que vive a população em situação de rua confirma a urgência de uma ação coordenada e humanizada, que vá além do assistencialismo, garanta direitos e promova a dignidade humana”, disse.

Aprovação de Lula se recupera e atinge maior patamar do ano, diz Atlas Intel

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) experimentou uma recuperação significativa em junho, atingindo seu maior patamar do ano. De acordo com uma nova pesquisa Atlas Intel, a aprovação subiu 2% em relação a maio, enquanto a desaprovação caiu 2%, refletindo uma mudança positiva na percepção do governo. Essa melhora nas avaliações é acompanhada por um aumento de 1,2% nas avaliações da gestão como “regular” e uma queda de 0,9% nas classificações como “ruim ou péssima”.

Lula reverteu praticamente todos os cenários em que ele estava perdendo.

Imagem de Haddad também melhora

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cotado para ser candidato à presidência em 2026, viu um avanço considerável em sua imagem. A percepção negativa sobre ele caiu 5%, enquanto a imagem positiva aumentou 3%. Embora a imagem de Haddad ainda seja mais negativa do que positiva, o saldo negativo de -6% é o menor registrado desde janeiro de 2025, indicando uma recuperação em sua popularidade. A imagem de Lula também teve um aumento de 2%, com uma leve diminuição de 1% na imagem negativa.

Gráfico mostra recuperação da aprovação de Lula

Corrupção segue sendo o maior problema no Brasil

A corrupção continua sendo o maior problema identificado pelos brasileiros, com 58% mencionando a questão como a principal preocupação no país. A criminalidade e o tráfico de drogas também permanecem como problemas significativos, mas houve uma diminuição de 3% na percepção desses problemas em comparação com o mês anterior. Já a preocupação com a economia e a inflação diminuiu ligeiramente, embora ainda seja um tema central para a população.

Cenário eleitoral para 2026: Lula e Bolsonaro ainda estão próximos, mas Lula lidera em cenários com outros adversários

Em um cenário hipotético de primeiro turno para a eleição presidencial de 2026, com os mesmos candidatos da eleição de 2022, Lula mantém uma pequena vantagem sobre o inelegível Jair Bolsonaro, com uma margem de apenas 1,6%. Esse número é menor do que o registrado no mês anterior, quando a vantagem de Lula sobre Bolsonaro era de 2,8%.

Em um cenário com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Lula lidera com 44,6% das intenções de voto, 10,6 pontos percentuais à frente. Já no cenário com Michele Bolsonaro, Lula tem uma vantagem de 14,6%, com um crescimento de 0,6% desde maio, enquanto a intenção de voto em Michele caiu 3,1%.

Caso Fernando Haddad seja o candidato do PT, a disputa se torna mais equilibrada, com Tarcísio ainda mantendo uma leve vantagem de 0,7% sobre Haddad. Ciro Gomes aparece com 8,3% das intenções de voto, enquanto outros candidatos não ultrapassam 5%. Quase 10% dos eleitores estão indecisos ou propensos a votar em branco/nulo.

Expectativa econômica em alta

Após uma queda em maio, a confiança do consumidor no Brasil voltou a subir em junho. O Índice de Expectativa aumentou, refletindo uma visão mais otimista sobre a recuperação econômica do país. A percepção de inflação também teve uma leve melhora, com uma redução de 0,8% na percepção atual de inflação, que ficou em 6,2%. As expectativas para a inflação também caíram 0,5%, ficando em 5,2%.

A situação da democracia no Brasil

A pesquisa também revelou que a democracia segue sendo considerada a melhor forma de governo para o Brasil, com 81,5% dos entrevistados afirmando concordar totalmente com essa afirmação. No entanto, 54,2% dos brasileiros expressaram insatisfação com o funcionamento da democracia no país. Essa insatisfação parece estar ligada à falta de confiança na mídia, na aplicação da lei e nos partidos políticos. Mais de 80% dos brasileiros têm pouca ou nenhuma confiança na mídia, enquanto 69,8% acreditam que a mídia é controlada por interesses específicos. Além disso, 90,1% afirmam que políticos raramente ou nunca são punidos por corrupção.

A regulação das redes sociais e a confiança no STF e no Congresso

A regulamentação das redes sociais é vista como urgente pela maioria dos brasileiros, com 53,3% defendendo uma regulação mais rigorosa para essas plataformas no país. Grande parte da população também acredita que as redes sociais deveriam remover de forma imediata certos conteúdos, como fake news, postagens incitando violência e discursos de ódio, assim que forem denunciados pelos usuários, sem a necessidade de uma decisão judicial.

Em relação à definição de regras sobre o funcionamento das redes sociais, o STF é visto com mais confiança do que o Congresso. Cerca de 53% dos brasileiros confiam ou confiam muito na capacidade do Supremo para tratar desse tema, enquanto apenas 11% têm a mesma confiança no Legislativo. No entanto, há preocupações sobre os riscos que uma regulação das redes sociais pelo STF pode representar para a liberdade de expressão, com 46% dos entrevistados indicando que acreditam haver um risco significativo ou algum risco de censura por parte do Supremo.

Luta por justiça tributária inunda redes sociais e senadores petistas apoiam

Hashtags movimentam internet e indicam que rever benefícios dos mais ricos e o caminho

Uma onda inundou as redes sociais nos últimos dias, refletindo o desejo da sociedade por justiça tributária. Em resumo: os brasileiros não aceitam seguir pagando praticamente sozinhos pelo equilíbrio das contas públicas, enquanto os super ricos gozam de isenções e benefícios fiscais. O presidente Lula sintetizou o caminho a ser seguido pelas forças democráticas, já que justiça tributária é também justiça social.

“O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades, 3 mil bilionários ganharam 6,5 trilhões de dólares desde 2015. Justiça tributária e o combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis próprias, disse o presidente durante em encontro do Brics, no Rio de Janeiro.

Hashtag como #JustiçaTributária, #SuperRicos, #RicosPaguemaConta, #CongressoInimigoDoPovo, #HaddadTemRazão subiram com força nas redes sociais indicando que há o projeto político vitorioso em 2026 será cumprido, com a taxação dos mais ricos e a diminuição da carga tributárias dos mais pobres, com instrumentos como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

E a bancada petista no Senado já vem enfatizando a necessidade de mudar as prioridades do país, resgatando a enorme dívida social brasileira.

“Estamos falando de responsabilidade com o povo. O governo Lula dialogou, ajustou e protegeu os mais pobres. É hora de ter lado: do lado do Brasil que precisa crescer com justiça social e justiça tributária”, apontou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho, indicando a disposição do governo de dialogar com o Congresso mas sem abrir mão dos seus princípios.

Humberto Costa (PT-PE) foi na mesma linha. “É extremamente importante que o Congresso esteja pronto para tratar de temas como a redução de subsídios e renúncias fiscais que já chegam a R$ 1 trilhão, cortes em emendas parlamentares que hoje somam R$ 60 bilhões, cortes em supersalários e a redução de impostos de quem ganham menos”, frisou. Paulo Paim (PT-RS) lembrou que, somente em 2026, serão R$ 620,8 bilhões em isenções. “Está nas mãos do Congresso Nacional reverter essa situação”, afirmou.

A justiça tributária é prioridade do governo, contra pressões de grupos econômicos organizados. “Há muitos interesses em jogo, inclusive de grandes grupos econômicos que estão no topo. Tem uma hora que é necessário reagir. Com a taxação BBB (bancos, BETs e bilionários), nós mostramos que nossa missão é clara: fazer mais por quem mais precisa. Toda escolha tem um lado. E o presidente Lula fez a dele”, disse o senador Jaques Wagner (PT-BA). A senadora Teresa Leitão (PT-PE) sintetizou: “Defender justiça tributária é lutar por um país que oferece dignidade para o seu povo. É um compromisso com um Brasil mais justo e equilibrado”.

Coluna Zona Franca

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Trump X Lula

featured imageÀs vésperas do julgamento sobre a trama golpista que pode condenar Jair Bolsonaro, Donald Trump saiu em defesa do ex-presidente brasileiro e criou uma nova rusga diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Por meio de sua rede social, o Truth Social, Trump acusou o Judiciário brasileiro de estar fazendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e seus apoiadores. O presidente americano afirmou que Bolsonaro “não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo brasileiro”. As postagens de Trump tiveram como alvo o Supremo Tribunal Federal. Apesar de não citar o relator do caso, o ministro Alexandre de MoraesTrump deu a entender que há um processo político em curso no Brasil destinado a prejudicar Bolsonaro. “O único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelo voto do povo brasileiro”, disse Trump. (Folha)

Trump X Lula 2

As postagens de Trump irritaram o presidente brasileiro. Em entrevista durante o encontro de cúpula dos Brics no Rio, Lula disse que o Brasil não aceitaria “interferência ou tutela de quem quer que seja”. Lula também usou as redes sociais para comentar as declarações de Trump. Por lá, afirmou que as instituições brasileiras são sólidas e independentes. Segundo o presidente, “ninguém está acima da lei, sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”. (UOL)

Trump X Lula 3

Lula, no entanto, tem se notabilizado em seu terceiro mandato a dar pitacos sobre a realidade política de diferentes países. Durante as últimas eleições americanas ele disse que preferia que o ex-presidente Joe Biden fosse reeleito a ver Trump de volta à Casa Branca. Na semana passada, Lula visitou a ex-presidente Cristina Kirchner e, até poucos anos, defendia publicamente o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. (Folha)

Trump X Lula 4

O Supremo Tribunal Federal adotou uma postura mais reservada e optou por não dar uma resposta oficial aos comentários do presidente americano. Ministros da Corte entenderam que o pronunciamento de Trump estava na esfera política e, por isso, a reação do Executivo brasileiro teria sido suficiente. (Globo)

Trump X Lula 6

Na cúpula bolsonarista, a postagem de Trump foi vista como muito mais do que um mero apoio de um presidente americano a um aliado político no exterior. Para muitos, Trump deu a entender que pretende usar a influência dos Estados Unidos para interferir no processo no qual Bolsonaro é réu. O ex-presidente brasileiro agradeceu a nota de Trump e afirmou que, assim como ele, o presidente americano também sofreu perseguição política. Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), repostou a publicação de Trump e disse que Bolsonaro “deve ser julgado somente pelo povo brasileiro”. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que essa não será a única vez que o governo americano se pronunciará sobre o Brasil, dando a entender que os Estados Unidos poderiam aplicar sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. (Estadão)

Novela do IOF

A novela sobre o aumento do IOF parece ainda estar longe do fim, mas, nesta semana, o governo já se prepara para novos embates no Congresso em torno de votações estratégicas para o Planalto. Dois projetos considerados fundamentais para que o presidente recupere parte de sua popularidade estão na pauta da Câmara: a PEC da Segurança Pública e o projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Lula sabe que o clima não anda nada bom para o governo no Congresso e já se mostrou disposto a uma reaproximação com os presidentes da Câmara e do Senado. Ao mesmo tempo, decidiu que não pretende sancionar o projeto de lei que amplia o número de deputados federais de 513 para 531. Lula pretende deixar o desgaste inteiramente nas mãos dos deputados e senadores. (Folha)

Guerra tarifária

A guerra tarifária de Donald Trump voltou como se nunca tivesse ido embora. Após semanas focado em conflitos militares ao redor do mundo, o presidente americano fez uma nova rodada de ameaças tarifárias a países aliados dos Estados Unidos. Desta vez, Trump quer forçar o Japão e a Coreia do Sul — além de 12 outros países menores — a fechar um acordo comercial com a Casa Branca até o final deste mês. Caso não haja acordo, o presidente afirmou que vai sobretaxar produtos japoneses e sul-coreanos em pelo menos 25%. As bolsas americanas despencaram com a notícia. Além de Japão e Coreia do Sul, Trump também ameaça sobretaxar produtos da Tailândia, Malásia, Indonésia, África do Sul, Camboja, Bangladesh, Cazaquistão e Tunísia. As novas tarifas entram em vigor no dia 1º de agosto, segundo Trump. (New York Times)

Guerra tarifária 2

Apesar da gritaria, na prática, Trump vai estender o prazo de 90 dias dado a diferentes países do mundo para chegar a acordos bilaterais com os Estados Unidos a fim de evitar as sobretaxas anunciadas por ele há mais de três meses. Trump decidiu suspender as tarifas anunciadas no que ele chamou de “Liberation Day” por conta da péssima repercussão nos mercados. Desde então, uma sobretaxa de 10% estava sendo aplicada de forma generalizada. Oficialmente a pausa nas sobretaxas terminaria amanhã, mas ao que tudo indica haverá uma extensão de prazo para todos e não só para os 12 países ameaçados por ele na segunda-feira. (Forbes)

Nobel da Paz

Em visita à Casa Branca, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu apresentou a Trump uma carta indicando o americano ao Nobel da Paz, uma obsessão de Trump. Para analistas, a iniciativa, que não tem consequências práticas sobre o prêmio, foi uma forma de massagear o ego do presidente e afrouxar a pressão por um cessar-fogo na Faixa de Gaza. (CNN)

Rocha X Gonçalves

E aconteceu o que estava evidente. O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), exonerou o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil) do cargo de secretário do Desenvolvimento Econômico. O decreto foi publicado ontem às 22h, após o governador ter anunciado a demissão pela TV. Dessa forma, Gonçalves se junta ao irmão Júnior Gonçalves que foi exonerado há cinco meses da Casa Civil. O próximo passo do governador deverá ser afastar SG do CPA, porque não há clima entre os dois. Gonçalves será um vice decorativo, como foi Odaisa Fernandes, vice que rompeu com Ivo Cassol no primeiro mandato.

Rocha X Gonçalves 2

Para o governador que disse em Israel que não gostava de fofoca, a decisão foi dura. Exonerar um vice-governador não é uma decisão fácil de tomar. E o pior ainda pode ocorrer. Segundo fontes até uma provável prisão poderá sair desse imbróglio. Por outro lado, os irmãos Gonçalves poderão agir em bloco. Júnior Gonçalves é o presidente estadual União Brasil. A expulsão do governador do partido poderá ser o próximo round desta guerra.

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E agora, José? O governador Marcos Rocha vai deixar o governo em abril para concorrer ao Senado, assumindo o vice-governador Sérgio Gonçalves, que poderá disputar a reeleição? Eis a questão. Se não houver um acordo de cavalheiro entre os dois, o futuro é incerto. Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come.

Edinho Silva eleito

O ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, foi eleito o novo presidente do Partido dos Trabalhadores em uma eleição direta organizada pelo PT em todo o país. Edinho pertence à corrente majoritária dentro do partido, a Construindo um Novo Brasil, e tinha o apoio tácito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele assume o cargo no lugar de Humberto Costa, que estava interino desde que Gleisi Hoffmann deixou a presidência para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo. O resultado foi proclamado mesmo com a judicialização das eleições no diretório de Minas Gerais. (CNN Brasil)

PT em Rondônia 

Em Rondônia, três chapas disputaram o Diretório Estadual, tendo como candidatos a presidente Ernani Coelho, Ernesto Ferreira e Israel Trindade. Levantamento preliminar indica que haverá segundo turno entre os candidatos Ernesto Ferreira e Israel Trindade. Segundo esses levantamentos, Ernani Coelho teria obtido 27%, Ernesto Ferreira 43% e Israel Trindade 30% dos votos válidos. O segundo turno deverá ser realizado no próximo dia 27 de julho. O PT é o único partido brasileiro a realizar uma eleição nacional para escolher seus dirigentes.

PT em Rondônia  2

Em Porto Velho, Fred Verssailes foi eleito presidente em primeiro turno com cerca de 58% dos votos válidos. Fatinha Ferreira, segunda colocada, obteve cerca de 22% dos votos válidos. Os demais candidatos tiveram, respectivamente: Elilene da CUT 9%, Claudir do SINTERO 8% e Francimar Simão 3%.

 

Ferrovia Brasil Peru

Pode ser uma imagem de mapa e texto que diz "Ferrovia entre Pacifico e Atlântico Brasil e China assinaram parceria para ligar os oceanos por trem RR AP AM Porto Velho CHANCAY PERU AC PA MA CE RN PI RO MT Rio Branco Cusco TO Mara Rosa PE SEAL BA Lucas do Rio Verde Bolivia DF GO ilhéus Oceano Pacífico MS MG ES RJ Chile SP PR Paraguai SC RS Argentina Oceano Atlântico Uruguai FIOL Ferrovia Oeste-Leste -----Projetos/Estudos FICO Ferrovia de Integração Centro-Oeste Projetos/Estudos Projetos/Estudos g1 Infográfico elaborado em: 07/07/2025 Fonte: Ministério dos Transportes"Brasil e China assinaram nesta segunda-feira (7) um acordo de cooperação para desenvolver estudos técnicos sobre a construção de uma ferrovia que ligaria o porto de Ilhéus, na Bahia, ao porto de Chancay, no litoral do Peru, cruzando o continente sul-americano do Atlântico ao Pacífico. O objetivo é facilitar o escoamento de produtos brasileiros para a Ásia, especialmente para a China, principal parceiro comercial do Brasil.

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Ainda não há estimativas de custo nem traçado definitivo para o projeto. Segundo o Ministério dos Transportes, os estudos iniciais vão avaliar a possibilidade de aproveitar trechos de ferrovias já existentes no Brasil, mas o governo não detalhou quais seriam esses trechos.

Ferrovia Brasil Peru 3

A proposta prevê que a ferrovia atravesse os estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre antes de cruzar a fronteira com o Peru. No lado peruano, a linha chegaria até o porto de Chancay, inaugurado em 2024 com financiamento chinês. O porto faz parte da iniciativa “Cinturão e Rota”, a chamada “Nova Rota da Seda”, programa chinês que investe em infraestrutura em diversos países. Apesar da aproximação com a China, o Brasil não aderiu formalmente à Nova Rota da Seda. A avaliação do governo Lula é que os investimentos chineses no país já são expressivos e não exigem uma adesão institucional ao programa.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Edinho Silva é eleito novo presidente nacional do PT

Sigla realizou seu processo de eleições diretas no último domingo

O ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva foi eleito, nesta segunda-feira (7), o novo presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores).

A sigla realizou, no último domingo (6), o PED (Processo de Eleições Diretas), que escolheu os novos dirigentes do partido nos níveis nacional, estadual e municipal.

O resultado foi proclamado mesmo com a indefinição sobre o pleito no diretório de Minas Gerais, que havia sido judicializado. A segunda instância do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) derrubou uma liminar nesta segunda e permitiu que a eleição no estado seja feita.

Edinho tinha apoiado velado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele pertence à CNB (Construindo Um Novo Brasil), corrente majoritária do PT, e substitui o senador Humberto Costa (PE) no comando do partido. Costa, por sua vez, estava como interino após Gleisi Hoffmann deixar a presidência da sigla para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula.

Na eleição, Edinho superou o deputado federal Rui Falcão (SP), da corrente Novo Rumo; Valter Pomar, da Articulação de Esquerda; e Romênio Pereira, do Movimento PT.

Até o momento, a apuração está da seguinte forma:

  • Edinho Silva: 239.155 votos (73,48%)
  • Rui Falcão: 36.279 (11,15%)
  • Romênio Pereira: 36.009 (11,06%)
  • Valter Pomar: 14.006 (4,6%)

De acordo com Humberto Costa, ainda faltam coletar votos de uma grande de Pernambuco, da Bahia, do Pará e do Rio de Janeiro, além de Minas Gerais. Entretanto, isso não irá afetar o resultado da eleição, prosseguiu o senador.

 

CNN

“Faz o L!”: Tarifa Social de Energia entra em vigor, beneficiando 60 milhões

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Medida que passou a valer no sábado (5) assegura isenção da tarifa nos primeiros 80 quilowatts hora (kWh) consumidos por famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico

A nova Tarifa Social de Energia Elétrica, que integra o Luz do Povo, garante a gratuidade  na energia para 60 milhões de brasileiros. A medida, que passou a vigorar no sábado (5), assegura isenção da tarifa nos primeiros 80 quilowatts hora (kWh) consumidos por famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico e pessoas com deficiência que recebem o BPC (Benefício de Prestação Continuada).

A tarifa social é concedida automaticamente a todas as famílias que se enquadram nos critérios estabelecidos. Não há necessidade de um novo cadastro para que a isenção seja obtida. Dados do governo federal apontam que o benefício da gratuidade total da conta de luz vai favorecer 4,5 milhões de famílias. A medida beneficia ainda outras 17,1 milhões de famílias que também têm direito à tarifa social. Elas ficam isentas de pagamento dos primeiros 80 kWh (quilowatts-hora) consumidos a cada mês.

Neste caso, serão cobrados na fatura os custos não relacionados à enérgica consumida, como a contribuição de iluminação pública ou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com o que estabelece a legislação específica do estado ou município onde a família reside.

Para consumidores que possuem instalações trifásicas e usam mais de 80 kWh por mês, o custo de disponibilidade da rede é mantido em 100 kWh. Nesta condição, será necessário que o consumidor pague a diferença verificada entre 80kWh e 100 kWh, cujo custo é mensurado pelo valor mínimo cobrado pela distribuidora para remunerar gastos com a rede elétrica necessário para transportar a energia até o consumidor.

Quem tem direito à Tarifa Social

Para ser beneficiário da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) é preciso estar enquadrado em um dos requisitos abaixo:

– Família inscrita no Cadastro Único, com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salário-mínimo nacional;

– Idosos com 65 anos ou mais ou pessoas com deficiência, que recebam o Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) e estão no Cadastro Único;

– Família inscrita no Cadastro Único com renda mensal de até três salários-mínimos, que tenha pessoa com doença ou deficiência (física, motora, auditiva, visual, intelectual e múltipla) cujo tratamento, procedimento médico ou terapêutico requeira o uso continuado de aparelhos, equipamentos ou instrumentos que, para o seu funcionamento, demandem consumo de energia elétrica.

– Também têm direito ao benefício as famílias indígenas e quilombolas inscritas no CadÚnico, cujo consumo mensal seja de até 80 kWh/mês.

Da Redação, com Agência Gov

 

Lula alerta: “Negacionismo e unilateralismo estão sabotando nosso futuro”

Nesta segunda (7), presidente discursou durante sessão plenária “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”, último encontro da Cúpula do Brics, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

O presidente Lula discursou, nesta segunda-feira (7), durante a sessão plenária “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”, último encontro da Cúpula do Brics, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O petista condenou firmemente o negacionismo, o unilateralismo e a falta de comprometimento por parte das nações ricas com uma transição ecológica justa e inclusiva.

Lula argumentou que os países em desenvolvimento dispõem de recursos escassos para investir em sustentabilidade, além de serem os mais impactados pelas crises climáticas. “Mesmo sem o passivo histórico dos países desenvolvidos, os membros do Brics não deixaram de fazer sua parte”, reconheceu.

“Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando o nosso futuro. O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto”, lamentou o presidente, depois de enumerar as principais conferências sobre saúde e meio ambiente das últimas décadas.

 

O petista também falou em “triplicar” as fontes de energia limpa e em “duplicar” a eficiência energética dos países para fazer frente ao aquecimento global. “É inadiável promover a transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento”, defendeu.

Leia mais: Líderes do BRICS defendem multilateralismo e reforma da ONU em declaração

Lula tratou ainda das fontes alternativas para o financiamento climático, entre elas, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ser lançado na COP 30, em novembro. A meta é captar R$ 700 bilhões no mercado internacional. O presidente afirmou que esses recursos vão “remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta”.

Leia mais: Brics: Lula pede novo modelo de desenvolvimento que promova paz e inclusão

 

Saúde global

Sobre saúde global, o presidente disse ser necessário “retomar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como fórum legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos”. “O Brics está apostando na ciência e na transferência de tecnologia para colocar a vida em primeiro lugar”, elogiou.

“No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre. Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”, completou.

Por fim, Lula fez um balanço dos avanços em termos de saúde alcançados pelos países do Brics enquanto bloco. “Estamos liderando pelo exemplo”, exaltou. “Cooperando e agindo com solidariedade em vez da indiferença. E colocando a dignidade humana no centro de nossas decisões”, concluiu o presidente.

Brics: Lula defende espaço fiscal para erradicar doenças no Sul Global

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu mais espaço fiscal (gasto público) para que países do Sul Global possam assegurar vida saudável às populações. A declaração foi na abertura do segundo dia da cúpula de líderes dos países do Brics, nesta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro.

“Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda”, disse Lula o presidente. 

“Implementar o ODS 3 — saúde e bem-estar — requer espaço fiscal”, completou. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 (ODS 3) é uma das metas da Organização das Nações Unidas. Já o espaço fiscal é a capacidade de os governos ampliarem gastos.

Em sua intervenção à frente dos demais líderes do Brics, Lula chamou atenção para as doenças determinadas por questões sociais, que atingem os países do Sul Global – nações em desenvolvimento que partilham problemas sociais.  

“No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre”, declarou. “Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”, acrescentou.

Lula afirmou que o Brics aposta na ciência e na transferência de tecnologias “para colocar a vida em primeiro lugar” e que é urgente recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde (OMS) como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e a defesa da saúde dos povos.
O presidente Lula adiantou que o Brics lançará nesta segunda-feira uma parceria para a eliminação de doenças socialmente determinadas, que se propõem a superar desigualdades com ações voltadas para infraestrutura física e digital.

Ele apontou, ainda, que o Brics já alcançou avanços concretos, como a consolidação da Rede de Pesquisa de Tuberculose, com apoio do Novo Banco de Desenvolvimento (também conhecido como Banco do Brics) e da Organização Mundial da Saúde, assim como a cooperação regulatória em produtos médicos. “Estamos liderando pelo exemplo”, disse o presidente. “Colocando a dignidade humana no centro de nossas decisões”.  

Entenda o Brics

O Brics é formado por 11 países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Essas nações representam 39% da economia mundial e 48,5% da população do planeta.  Os países que têm status de parceiros são Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Os parceiros não têm poder de voto nos debates.

O Brics se identifica como nações do Sul Global e busca mais cooperação entre si e tratamento mais equânime em organismos internacionais.
Os países-membros se alternam ano a ano na presidência. O Brasil será sucedido pela Índia em 2026.

Aagencia Brasil

Multas que poderão virar florestas: relatório de Beto Faro destrava bilhões para restaurar a Amazônia

Proposta autoriza descontos de até 50% no valor das multas ambientais, desde que os recursos sejam revertidos em projetos de restauração de áreas degradadas ou manejo da biodiversidade

Um impasse que há anos atravanca a política ambiental brasileira começa, enfim, a dar sinais de superação. Em uma articulação discreta, mas eficiente, o senador Beto Faro (PT-PA) liderou um esforço conjunto envolvendo o Ministério do Meio Ambiente, o BNDES, o gabinete da senadora Soraya Thronicke (autora do PL 4.794/2020) e técnicos especializados da área ambiental.

O objetivo: criar condições para que as multas ambientais, empoçadas pela falta de regulamentação clara e viável, passem a ser convertidas em ações efetivas de restauração. O resultado foi um texto de consenso, tecnicamente robusto e politicamente viável. O projeto relançado agora com novo relatório na Comissão de Meio Ambiente do Senado traz avanços importantes.

Conversão com responsabilidade

Pelo texto protocolado, a proposta é simples e ambiciosa: autoriza descontos de até 50% no valor das multas ambientais, desde que os recursos sejam revertidos em projetos de restauração de áreas degradadas ou manejo da biodiversidade. Trata-se de uma novação jurídica com impacto ambiental direto, a lógica passa a ser a de reparação em lugar da mera penalização financeira.

Um ponto sensível e que reforça a credibilidade do projeto é a governança: a execução das ações poderá ser feita pelo BNDES em parceria com organizações da sociedade civil, seguindo a experiência do Fundo Amazônia. “A ideia é reduzir a inadimplência, gerar impacto ambiental real e garantir planejamento e escala na aplicação dos recursos”, afirmou o senador e relator Beto Faro.

Critérios éticos e legais

O texto também estabelece critérios de exclusão rigorosos. Não haverá possibilidade de conversão da multa nos casos em que a infração ambiental resultar em morte humana, envolva trabalho infantil, conste em registros de trabalho análogo à escravidão ou tenha sido cometida por agentes públicos. A intenção é clara: preservar a coerência ética da política ambiental.

Se aprovado, o projeto pode se tornar um marco na transição de um modelo punitivo ineficaz para uma política de reparação e impacto ambiental.

Contra privilégios e por justiça tributária, governo Lula recupera popularidade, apontam pesquisas internas

Após embate sobre IOF, avaliação positiva do presidente cresceu fora da margem de erro, segundo trackings acompanhados pelo Planalto

Levantamentos internos encomendados pelo Palácio do Planalto apontam uma recuperação significativa da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto à população. De acordo com Bela Megale, do jornal O Globo, os chamados trackings — pesquisas diárias e não registradas oficialmente — indicam que a aprovação de Lula aumentou de forma consistente, ultrapassando a margem de erro, enquanto os índices de rejeição sofreram queda expressiva.

A melhora nas medições coincide com a intensificação do discurso do governo federal em torno da justiça tributária e da oposição entre ricos e pobres, especialmente após o Congresso Nacional derrubar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse episódio foi interpretado no núcleo palaciano como um marco na comunicação do governo com a sociedade.

Segundo integrantes do governo, o embate impulsionado pelo centrão teria antecipado o clima eleitoral, obrigando Lula e seus ministros a assumirem uma postura mais combativa — o que, na prática, teria facilitado a conexão direta com os anseios populares. Um dos ministros, sob anonimato, resumiu a leitura interna: “O centrão queria usar o IOF e essa disputa para deixar o governo Lula um pato manco até a eleição. O que fizeram, porém, foi nos dar um presente”.

Nos bastidores da Esplanada, a avaliação majoritária é que o governo deve seguir firme na retórica sobre o combate aos privilégios e na defesa de um sistema tributário mais justo, em que os mais ricos contribuam proporcionalmente mais com o financiamento do Estado. A aposta é de que esse enfrentamento direto fortalece o projeto político do presidente ao estabelecer uma linha clara entre os interesses do governo e os de setores privilegiados do Congresso.

Do Brasil 247

Medeiros derrota Paulão e assume comando do PT de AL

O resultado já era esperado. A diferença, não. Em Alagoas, o Processo de Eleição Direta (PED), para renovação das direções municipal, estadual e nacional do Partido dos Trabalhadores foi encerrado, nesse domingo (06/07) com a vitória do deputado estadual Ronaldo Medeiros.

Com mais de 72% dos votos em todo o Estado, ele será o novo presidente do diretório estadual, impondo uma grande derrota ao grupo do deputado federal Paulão.

Em Maceió, onde tem mais bases, Medeiros impôs uma diferença ainda maior. Ele teve 3.751 votos (83%), contra apenas 725 de Dafne Orion, candidata a presidente estadual que era apoiada por Paulão e pelo atual presidente do partido no Estado, Ricardo Barbosa.

De acordo com resultados totais apurados, votaram no PED em Alagoas 12,8 mil. Ronaldo Medeiros teve 9,3 mil votos ou 72%. Até o final da noite deste domingo as atas das apurações foram conferidas, mas falta a direção estadual divulgar o resultado oficial.

Na capital, a diferença de Ronaldo Medeiros foi ainda maior. Ele teve 3.751 votos (82,3% dos válidos) contra 725 de Dafne Orion e 81 de Paulo Henrique, que concorriam para a presidência do diretório estadual do partido. Em Arapiraca a diferença foi próxima a de Maceió. Ronaldo Medeiros teve 898 votos (81%) contra 218 de Dafne Orion.

Medeiros venceu Dafne na maioria dos maiores colégios eleitorais, a exemplo de São Miguel dos Campos (799 x 240 ), Rio Largo (106 x 20) e Delmiro Gouveia ( 244 x 126). EM todo o Estado foram realizadas eleições em 82 cidades, sem que em 32 concorreram chapas únicas para o diretório municipal.

A corrente Construindo um Novo Brasil, de Paulão, estava no comando do PT estadual há mais de 30 anos em Alagoas. Nacionalmente, a CNB é a maior tendência interna do partido. Já a Resistência Socialista, de Ronaldo Medeiros, é a segunda maior.

Além de ter liderado ações para filiar novos militantes em Alagoas durante a campanha nacional de filiação do PT, realizada entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, Medeiros costurou alianças com outros grupos petistas, a exemplo do Movimento PT e fez uma forte campanha de marketing defendendo a “renovação” partidária.

Com a vitória nesse domingo, Medeiros assume o comando do PT pelos próximos 4 anos e deve definir as alianças que o partido fará no Estado daqui por diante.

Aliado do governador Paulo Dantas, do presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor, do senador Renan Calheiros e do ministro Renan Filho, Medeiros deve conduzir o partido para participar de uma coligação com o grupo do governo.

Para Medeiros – anote – a prioridade é montar uma boa chapa de deputado estadual e deputado federal, garantir a eleição do sucessor de Paulo Dantas e apoiar a reeleição do senador Renan Calheiros, considerado um dos mais importantes aliados de Lula em Alagoas. As candidaturas majoritárias no PT de Alagoas não estão descartadas. Mas tudo indica que Medeiros vai centrar forças nas proporcionais, levando o partido para apoiar nomes competitivos para o governo e o Senado, garantindo assim o palanque de Lula em 2026 em Alagoas.

Fonte Gazetaweb

Coluna Zona Franca

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Cúpula do Brics

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A cúpula dos países que integram o Brics no Rio de Janeiro só termina hoje, mas o documento final  (íntegra), costurado ao longo de um ano por diplomatas dos 11 países membros, foi apresentado pelo Itamaraty neste domingo. O texto cobra uma reforma ampla da ONU, com ênfase no Conselho de Segurança, na Organização Mundial de Comércio (OMC) e no Fundo Monetário Internacional (FMI), e defende a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e os palestinos. A guerra no Oriente Médio foi um tema delicado, com o documento condenando o bombardeio a instalações nucleares no Irã sem citar Israel e os Estados Unidos. A Rússia, fundadora do bloco, foi poupada nas referências à guerra na Ucrânia. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao abrir a conferência, usou o termo “genocídio” ao se referir à ação israelense em Gaza e afirmou que o mundo vive um “colapso do multilateralismo”, criticando o aumento de gastos militares da Otan. (g1)

Cúpula do Brics 2

Dois pontos da declaração do Brics entram em conflito direto com o governo dos Estados Unidos, embora, mais uma vez, o país não tenha sido citado. O bloco criticou a “imposição unilateral de tarifas comerciais” que, segundo os documentos, distorcem o comércio internacional. E defendeu o direito de os países estabelecerem seus próprios marcos regulatórios sobre as big techs e o mercado de inteligência artificial. Donald Trump não gostou e, no fim da noite, publicou em sua rede, a Truth Social uma ameaça de impor taxas adicionais de 10% a produtos de países que se alinhassem ao bloco. “A qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas do Brics, será cobrada uma tarifa adicional de 10%. Não haverá exceções a esta política”, escreveu. Desde que reassumiu a Casa Branca, ele vem combatendo ferozmente as tentativas internacionais de impor regras às big techs, muitas das quais apoiaram sua campanha. (Folha)

Cúpula do Brics 3

E o Irã foi alvo de um protesto na praia de Ipanema, onde forcas e bandeiras do arco-íris foram fincadas pela ONG pró-Israel StandWithUs Brasil para denunciar a perseguição à comunidade LGBTQIA+ pelo regime dos aiatolás. A homossexualidade é considerada um crime punível com a morte segundo a lei iraniana. (CNN Brasil)

Cúpula do Brics 4

Diogo Schelp: “O bloco continua sendo relevante para a política externa brasileira, mas os desafios agora são maiores e os ganhos para a nossa diplomacia, menos evidentes. Tentar fortalecer, pelo antagonismo com os Estados Unidos, um clube de países diluído por ditaduras não parece uma estratégia com muito futuro.” (Estadão)

Cúpula do Brics 5

Quase dois anos depois dos atentados de 7 de outubro de 2023 e da subsequente invasão da Faixa de Gaza por Israel, fontes ligadas ao Hamas admitem que o grupo islâmico perdeu o controle sobre quase 80% do território palestino. Grupos locais armados, financiados por Israel, estariam ocupando o espaço. Um oficial do Hamas, falando sob condição de anonimato, diz que o grupo perdeu 95% de seus líderes, mortos em bombardeios israelenses, e que a infraestrutura de governo da Faixa de Gaza não existe mais. (BBC)

Netanyahu em Washington

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reúne hoje em Washington com o presidente Donald Trump, que, após o bombardeio ao Irã, vem pressionando por um cessar-fogo em Gaza. Israel enviou no domingo uma delegação ao Catar para discutir uma trégua com o Hamas, que teria aceitado os termos apresentados por Trump na semana passada. (New York Times)

Donald Trump X Elon Musk

O ruidoso rompimento entre Donald Trump e Elon Musk ganhou um novo capítulo neste fim de semana, quando o bilionário sul-africano anunciou seus planos de fundar um partido político nos EUA, onde também tem cidadania. O dono da Tesla passou de parceiro a desafeto do presidente por conta do pacote tributário aprovado na semana passada pelo Congresso. O plano de Musk seria investir para que seu partido conquiste algumas cadeiras na Câmara e no Senado, onde as propostas de Trump têm passado por margem apertada. A reação foi imediata. O secretário do Tesouro (equivalente a ministro da Fazenda), Scott Bessent, disse que o bilionário deveria ficar fora da política, afirmando que, segundo pesquisas, o presidente é popular e “Musk não”. (Guardian)

Governo levou a melhor

Derrotado na votação que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo partiu para a briga nas redes e, segundo pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada no fim de semana, levou a melhor. De acordo com o levantamento, houve 4,4 milhões de publicações sobre o assunto entre 24 de junho e 4 de julho. Destas, 61% foram de críticas ao Congresso, 28% foram neutras e 11% eram contra o governo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) foi alvo de 8% das publicações, com tom majoritariamente crítico. Na sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu tanto o decreto do Executivo elevando o IOF quanto a decisão do Congresso derrubando a medida e convocou uma audiência de conciliação. (g1)

Lula em alta

Finalmente o povo vem reconhecendo o governo Lula. Após apanhar sem razão, agora tem sua sua administração reconhecida. É o que dizem as pesquisas. Levantamentos internos do Palácio do Planalto apontam melhora significativa na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o confronto com o Congresso em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo apuração da jornalista Bela Megale, de O Globo, as pesquisas diárias conhecidas como “trackings” indicaram alta na avaliação positiva do presidente fora da margem de erro, acompanhada por queda relevante na taxa de reprovação.

Lula em alta 2

Integrantes do governo atribuem os resultados ao discurso adotado desde a derrota no Congresso, centrado na retórica “ricos contra pobres” e na defesa da justiça tributária. A estratégia, avalizada por Lula, tem sido vista como um trunfo político ao expor a disputa de interesses em torno da carga tributária.

Vídeos de IA com o personagem “Hugo Nem Se Importa” expõem os interesses defendidos pelos parlamentares do Centrão. Reprodução

Nos bastidores, ministros avaliam que o embate foi bem compreendido pela população e permitiu ao governo comunicar com mais clareza suas propostas econômicas. “O centrão queria usar o IOF e essa disputa para deixar o governo Lula um pato manco até a eleição. O que fizeram, porém, foi nos dar um presente”, declarou um ministro à coluna. Diante da recepção positiva, o entorno de Lula considera que não há mais espaço para recuar na narrativa e que é preciso manter a pressão pública em defesa de maior equilíbrio fiscal entre as classes sociais. Informações do Diario do Centro do Mundo.

PT nas urnas

Filiados do PT em quase todo o país foram às urnas neste domingo para eleger o novo presidente do partido, que comandará a legenda durante a provável campanha do presidente Lula à reeleição. “Quase todo” porque o pleito em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, foi suspenso após uma decisão judicial, o que deve atrasar o resultado nacional. Dandara Tonantzin, candidata a presidente regional em Minas, havia sido impedida de concorrer por suposta “inadimplência nas contribuições partidárias”, mas conseguiu reverter a decisão nos tribunais na noite de sábado. Alegando não haver tempo hábil para incluir o nome dela nas cédulas (de papel), a executiva regional suspendeu a eleição, que ainda não tem data para acontecer. O presidente Lula votou no Rio, onde participa da reunião do Brics. (Poder360)

Vice de traidor

O dia de hoje no Palácio Rio Madeira (CPA), será digno de uma guerra entre Israel e Irã, sem sinais de que haverá trégua. O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), resolveu partir para cima sem dó do vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil). No último final de semana, em Guajara-Mirim, Marcos Netanyahu Rocha lançou mísseis certeiros contra o seu vice, atingindo em cheio sua credibilidade. Rocha considera que foi traído por Gonçalves.

Vice de traidor 2

A separação entre os dois é dada como certa. Recentemente Marcos Rocha esteve em Israel, no meio do fogo cruzado entre o país e o Irã. Rocha ficou quase uma semana retido em Israel, impossibilitado de voltar ao comando do estado. Nesse interim, o vice-governador Sérgio Gonçalves, interino no cargo, entre aguardar a volta, teria empreendido gestão para que o cargo de governador fosse declarado vago para que assim, pudesse assumir o mandato na plenitude. Acontece que a Assembleia Legislativa aprovou mudança na lei, permitindo que o governador pudesse administrar o estado mesmo fora do país.

Vice de traidor 3

Ao retornar à Rondônia, Marcos Rocha reassumiu o governo e as expectativas era de que ele afastasse o vice-governador do Palácio Rio Madeira, bem como exonera-lo do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Não o fez, mesmo ouvindo nos bastidores que o vice-governador havia feito contra o titular do cargo. Porém, em um evento ocorrido no final de semana em Guajará Mirim, ele desabafou e afirmou na presença de prefeitos, deputados e vereadores, que Sérgio Gonçalves o havia traído, chegando até a desejar a morte dele e da comitiva em Israel.

Vice de traidor 5

Eu recebi noticias de pessoas querendo que a gente morresse lá, queria que nos morrêssemos, gente que eu ajudei, tirei do buraco, estava falido, trouxe do buraco. Foi na Assembleia Legislativa para que não prorrogasse o tempo, para que não houvesse  sessão, que concederia a prorrogação do tempo e eu não podia sair de lá (Israel). Eu estava impedido porque não tinha voo, e sabendo disso pessoa de má índole, que eu tirei do buraco foi na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia falando: não faz a sessão de prorrogação, porque ai ele vai perder o mandato e ai eu consigo assumir. Isso é covardia, imoralidade, isso é falta de caráter, isso é indecência”, disse Marcos Rocha.

Vice de traidor 6

A expectativa agora é de que nesta segunda-feira o governador tome uma atitude forte, exonerando e rompendo definitivamente com o vice. Ou, o próprio Sérgio Gonçalves poderá tomar a decisão de romper com o governo. Qualquer das decisões vai impactar nas eleições de 2026. Acontece que o presidente do União Brasil, partido ao qual pertencem o governador e o vice-governador, é presidido por Junior Gonçalves, desafeto de Marcos Rocha e irmão de Sérgio Gonçalves.

Vice de traidor 7

Sérgio Gonçalves deverá ser afastado das imediações do CPA, mas continuará, claro, vice-governador, e deve assumir em abril de 2026. A semana que entra promete troca de mísseis de fazer inveja à guerra no Oriente Médio.

Máximo ao governo

Pelo andar da carruagem o senador Marcos Rogério (PL-RO) sairá mesmo à reeleição. A estupidez dele em relação à ministra Marina Silva custou a candidatura dele ao governo do estado de Rondônia. Esse vacilo abriu caminho para o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) que já está intensificando visitas em busca de apoio em todo o estado. Máximo terá apoio do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos) e, possivelmente, do governador Marcos Rocha.

Máximo ao governo 2

Fernando Máximo, apesar de ser bolsonarista, é um político diferenciado dos demais deputados. É educado, trabalhador, ineligente e muito competente. A fórmula para uma campanha vitoriosa.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna:  rkuppe@gmail.com

Governador de Rondônia chama vice de traidor: “queria que morrêssemos em Israel”

Definitivamente não há mais clima entre os principais ocupantes do Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia. O governador do estado, Marcos Rocha e o vice-governador Sérgio Gonçalves, ambos do União Brasil, estão em rota de colisão. A separação entre os dois é dada como certa. Recentemente Marcos Rocha esteve em Israel, no meio do fogo cruzado entre o país e o Irã.

Rocha ficou quase uma semana retido em Israel, impossibilitado de voltar ao comando do estado. Nesse interim, o vice-governador Sérgio Gonçalves, interino no cargo, entre aguardar a volta, teria empreendido gestão para que o cargo de governador fosse declarado vago para que assim, pudesse assumir o mandato na plenitude. Acontece que a Assembleia Legislativa aprovou mudança na lei, permitindo que o governador pudesse administrar o estado mesmo fora do país.

Amargo regresso

Ao retornar à Rondônia, Marcos Rocha reassumiu o governo e as expectativas era de que ele afastasse o vice-governador do Palácio Rio Madeira, bem como exonera-lo do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Não o fez, mesmo ouvindo nos bastidores que o vice-governador havia feito contra o titular do cargo. Porém, em um evento ocorrido no final de semana em Guajará Mirim, ele desabafou e afirmou na presença de prefeitos, deputados e vereadores, que Sérgio Gonçalves o havia traído, chegando até a desejar a morte dele e da comitiva em Israel.

Eu recebi noticias de pessoas querendo que a gente morresse lá, queria que nos morrêssemos, gente que eu ajudei, tirei do buraco, estava falido, trouxe do buraco. Foi na Assembleia Legislativa para que não prorrogasse o tempo, para que não houvesse  sessão, que concederia a prorrogação do tempo e eu não podia sair de lá (Israel). Eu estava impedido porque não tinha voo, e sabendo disso pessoa de má índole, que eu tirei do buraco foi na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia falando: não faz a sessão de prorrogação, porque ai ele vai perder o mandato e ai eu consigo assumir. Isso é covardia, imoralidade, isso é falta de caráter, isso é indecência” .


A expectativa agora é de que nesta segunda-feira o governador tome uma atitude forte, exonerando e rompendo definitivamente com o vice. Ou, o próprio Sérgio Gonçalves poderá tomar a decisão de romper com o governo.

Qualquer das decisões vai impactar nas eleições de 2026. Acontece que o presidente do União Brasil, partido ao qual pertencem o governador e o vice-governador, é presidido por Junior Gonçalves, desafeto de Marcos Rocha e irmão de Sérgio Gonçalves. A semana que entra promete troca de mísseis de fazer inveja à guerra no Oriente Médio.

Por Roberto Kuppê, A Democracia

Lula sobre 2026: Pela primeira vez teremos presidente eleito quatro vezes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que planeja alcançar a quarta vitória na eleição de 2026. “Tem gente que pensa que o governo já acabou, tem gente que já está pensando em eleição, eles não sabem o que eu estou pensando, então se preparem porque se tudo estiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”, afirmou o petista.

Lula foi eleito em 2002, reeleito em 2006 e conseguiu sua terceira eleição em 2022.

Ainda durante o discurso, o presidente comentou sobre a relação com o Congresso Nacional e negou que exista uma “guerra” entre os Poderes.

“Deixa eu falar uma coisa para o Congresso porque parece que tem uma guerra entre o governo e o Congresso. Deixa eu falar uma coisa, eu sou muito agradecido a relação que eu tenho com o Congresso Nacional, até agora, nesses dois anos e meio o Congresso aprovou 99% das coisas que nós mandamos”, disse.

“Quando tem uma divergência é bom sabe por quê? Porque a gente senta na mesa, vai conversar e resolver, o governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra, nós vamos resolver isso numa mesa de negociação”, concluiu o presidente.

CNN

Retorno às bases para 2026 e era ‘pós-Lula’: o que está em jogo nas eleições do PT

Para especialistas, partido precisa decidir se mantém a postura conciliatória ou se vai retornar às origens

O Partido dos Trabalhadores (PT) realizará, neste domingo (6), eleições internas para definição das novas presidências nacional e estaduais. O Processo de Eleições Diretas (PED) deverá reunir 1,3 milhões de filiados e decidir, mais do que a pessoa que comandará o partido pelos próximos quatro anos, os rumos que o PT deve tomar diante da iminência de uma era pós-Lula.

Quatro candidatos disputam a presidência da sigla: Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara; Rui Falcão, ex-presidente do partido entre 2011 e 2017 e deputado federal por São Paulo; Valter Pomar, historiador e dirigente do PT, filiado ao partido desde os anos 80; e Romênio Pereira, sindicalista e um dos fundadores da sigla. Para especialistas, nomes possuem congruências, mas divergem ao pensar o futuro do PT.

Próximo a Lula e integrante da corrente majoritária do partido, Edinho Silva desponta como um dos favoritos. Para especialistas, sua gestão representaria a continuidade do que o partido se tornou, tendo a conciliação e a institucionalidade como as marcas da gestão interna. Essa forma de enxergar a atuação do PT conflita diretamente com Rui Falcão, que defende retorno às bases do partido, uma militância mais ativa e uma postura de maior enfrentamento.

“São duas candidaturas muito semelhantes, que divergem, sobretudo, na forma como o partido se organizou para as disputas eleitorais e na forma como lidou com a construção de base, com a militância”, analisa Claudio André de Souza, doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). “A crítica feita por Rui Falcão a Edinho está na perspectiva de que esse grupo majoritário que esteve a frente do partido não se preocupou devidamente com a renovação do partido e com o cuidado com as bases”.

A visão é compartilhada por Maria do Socorro Souza Braga, doutora em Ciência Política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Para ela, é possível separar as candidaturas em dois grupos políticos dentro do próprio partido: um mais à esquerda, com Rui Falcão e Valter Pomar, que buscam “se voltar para as bases, se rearticular, e pensar também em termos de visão de mundo e visão do sistema político no país”; e outro mais à direita, com Edinho Silva e Romênio Pereira, que são os candidatos da “antiga articulação”, herdeiros da ideia de traçar um caminho institucional com o partido, “no sentido de ter que ocupar espaços de poder, disputar esses espaços, e, por dentro do Estado, conseguir implementar as políticas públicas necessárias para melhorar a vida da população e reduzir desigualdades”.

Claudio André de Souza aponta que o que está em jogo é a condução do partido no futuro. “Essa eleição vai demarcar exatamente a chegada de novos grupos que vão ter como tarefa olhar para o partido a longo prazo. Do ponto de vista do seu projeto político, como partido, das suas estratégias eleitorais, de um processo de renovação das lideranças nos estados. O partido está olhando muito para esse caminho que virá, um caminho de transição”, analisa.

O PED de domingo marcará a última presidência do partido que pensará a partir dos movimentos de Lula. O eleito terá como missão organizar o PT para uma eventual reeleição do atual presidente ao mesmo tempo em que terá que lidar com a invariável proximidade da era pós-Lula.

O caminho de volta
Caso concorra à reeleição, as eleições de 2026 marcarão o que provavelmente deverá ser a última participação eleitoral de Lula. Para Souza, uma preocupação corrente “é que o PT, sem a figura de Lula nas urnas, se evapore, crie um processo de diluição em que fique muito difícil para o partido estabelecer estratégias que sustentem o partido nos estados”.

“Há um grande medo neste momento até mesmo sobre um cenário de vitória eleitoral de Lula em 2026. Caso perca, o que vai ser do partido?”, pondera o cientista social. “Se Lula se reelege em 2026, obviamente o seu governo vai olhar para uma perspectiva de coalizão que vai influenciar diretamente uma sucessão”. Esse cenário favoreceria uma presidência conciliatória, como a proposta por Edinho Silva.

Diante da conjuntura atual, porém, Maria do Socorro acha prudente que a hipótese de uma derrota eleitoral em 2026 seja considerada – situação em que obrigaria o partido, indiscutivelmente, retornar às bases. “Não conseguindo a reeleição, o PT sai do governo e não vai contar mais com a máquina nem com os recursos todos que vêm. Ou seja, o partido vai ter que, sim, voltar e repensar suas práticas em relação às suas bases”, ela projeta. O problema é que as bases não são mais as mesmas.

Forjado no sindicalismo em 1979, o PT se projetou tendo acesso às classes mais baixas e apoio do povo pobre, de trabalhadores e de parte da igreja católica. A cientista social alerta, no entanto, que “as bases sociais do PT também mudando, até porque os movimentos sociais também mudaram.

As antigas mobilizações da esquerda, terreno onde o PT sempre teve protagonismo, vem perdendo cada vez mais espaço para novos movimentos populares com os quais o partido tem tentado, sem o mesmo sucesso, se aproximar. O sindicalismo, marca de um dos concorrentes à presidência, é um aspecto positivo quando se analisa a necessidade de uma mudança de cenário.

Em 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou uma série histórica de medição da sindicalização, o país contava com 16,1% dos trabalhadores formais sindicalizados. Antes da série histórica, o percentual pode ser ainda maior. Em 2024, o número havia caído pela metade, com apenas 8,4% dos trabalhadores sindicalizados.

Ao mesmo tempo, aponta a cientista política Maria do Socorro Souza Braga, cresceu o número de empreendedores individuais e de trabalhadores informais, o que exige um redesenho do contexto em que o PT foi formado. “A luta sindical está bem mais fragmentada já há algum tempo. Não só do ponto de vista das demandas, mas do ponto de vista da estruturação, com várias confederações, federações, muito setorizado. Fora o mundo informal, que é de uma complexidade que até hoje eu vejo que o governo federal também não chegou lá para tentar dar conta dessa questão”.

A perda de relevância no mundo do trabalho, indica Maria do Socorro, não é a única batalha que o PT precisará enfrentar se, ou quando, precisar retornar às bases. Para a professora, houve também uma transformação na compreensão de discurso pela população e uma “fragmentação da opinião pública pelo mundo digital”, o que foi bem aproveitado pelo bolsonarismo.

“O PT tem que saber competir nesse novo contexto de mídia digital, de sociabilidade digital, onde justamente está o bolsonarismo com uma nova estrutura digital partidária. O que antes era positivo, não necessariamente se torna positivo nessa nova conjuntura, onde as relações dessa fragmentação da opinião pública se dão de maneira direta com o seu eleitor pelas redes sociais, pelo WhatsApp”, analisa.

Apesar de ser o partido mais estruturado nacionalmente, com capilaridade em todos os estados e muitas cidades, essa transformação traz muitos desafios que não podem ser negligenciados. Para a especialista, essas questões precisam ser endereçadas para que o PT, com ou sem Lula, consiga seguir relevante.

“Um dos grandes desafios dessas candidaturas que estão se remetendo a esse retorno às bases é definir quais são essas bases, quais são suas demandas e o que o partido tem condições de fato de representar. A gente nunca pode esquecer que partido, em uma democracia representativa liberal é o canal para levar para as arenas políticas essas demandas”, pontua.

‘Os grupos que conseguirem ter o controle financeiro largarão na frente’
O pleito do PT ocorre logo após o aumento dos recursos destinados aos fundos partidários. Não apenas nacionalmente, mas também nos estados, quem for eleito terá papel central na distribuição dos recursos e escolha de candidaturas.

Entre 2012 e 2024, o PT perdeu cerca de metade das prefeituras que comandava, em uma redução sentida também pelos demais partidos de esquerda. Reconquistar esses espaços se coloca como estratégico e urgente. Nesse sentido, os grupos eleitos no PED deste domingo e que têm maior acesso a recursos largam na frente dessa corrida.

“É uma eleição muito importante para o partido porque ele vai ter que olhar para o cenário do que vai acontecer daqui para frente no que eu tenho chamado de ‘cenário pós-lulista’ e vai precisar se renovar, reoxigenar sua presença nas urnas. Me parece também que a disputa ficou mais intensa, entendendo que os grupos que conseguirem ter o controle financeiro do partido largarão na frente, conseguirão ter mais força para conduzir”, avalia Claudio André de Souza.

A possibilidade de construir o que o partido fará em 2026 gera disputas pelo controle da sigla em 18 estados, com candidaturas ao Senado e governos estaduais como pano de fundo da batalha, e decisão do PED pode moldar o que o PT, sem o seu maior articulador, se tornará.

Brasil de fato

Alcolumbre inclui na pauta do plenário do Senado o projeto que libera cassinos, bingos e jogo do bicho

Atualmente, jogos de azar são considerados crimes. A matéria também permite apostas em corridas de cavalos. Veja o teor da proposta

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), incluiu na pauta do plenário o projeto de lei que libera cassinos, bingos e jogo do bicho, aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa. A votação do PL 2.234/2022 está prevista para ocorrer na próxima terça-feira (8). A proposta também permite apostas em corridas de cavalos. A matéria vai à sanção presidencial, caso seja aprovada pelo plenário do Senado sem mudanças, mantendo o texto de 2022 da Câmara. Atualmente, jogos de azar são considerados crime.

Na CCJ do Senado, a proposta avançou em junho do ano passado com placar apertado de 14 votos sim e 12 não. O projeto recebeu voto favorável do relator, o senador Irajá (PSD-TO). Na época, o parlamentar afirmou que os investimentos a partir da aprovação do projeto podem chegar a R$ 100 bilhões, com a geração de cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos.

O jogo do bicho é proibido no Brasil por ser considerado uma contravenção penal conforme o Decreto-Lei nº 3.688/1941, que prevê punições como prisão simples de quatro meses a um ano, além de multa para organizadores e jogadores.

Como se trata de uma espécie de jogo de azar, baseado na sorte e sem recolhimento de impostos, não houve interesse de autoridades em legalizar essa atividade nas últimas décadas. Críticos a jogos de azar citam vício e atuação do crime organizado. Defensores das propostas apontam ganhos econômicos. Atualmente, esta atividade pode resultar em operações policiais.

Cassinos

Conforme o texto aprovado na CCJ do Senado, será autorizada a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, isto é, resorts e hotéis de alto padrão com pelo menos 100 quartos, além de restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.

Bingo

O jogo de bingo poderá ser explorado de forma permanente em locais específicos, tanto na modalidade de cartela, como nas modalidades eletrônica e de videobingo. Poderá haver uma casa de bingo em cada município, sendo que as cidades maiores poderão ter um estabelecimento para cada 150 mil habitantes.

Os municípios e o Distrito Federal serão autorizados a explorar jogos de bingo em estádios com capacidade mínima de 15 mil torcedores, desde que em forma não eventual.

As casas de bingo serão autorizadas a funcionar por 25 anos, renováveis por igual período. Para pleitear a autorização, precisarão comprovar capital social mínimo integralizado de R$ 10 milhões.

Máquinas

O projeto regulamenta também o aluguel de máquinas de apostas e obriga o registro de todas elas junto ao poder público, bem como a realização de auditorias periódicas.

As máquinas de jogo e aposta deverão ser exploradas na proporção de 40% para a empresa locadora e de 60% para o estabelecimento de bingo ou cassino, sobre a receita bruta, sendo essa a diferença entre o total de apostas efetuadas e os prêmios pagos.

Tributação

Pelo teor da proposta, dois novos tributos serão criados e deverão ser pagos pelas entidades operadoras de jogos e apostas licenciadas: a Taxa de Fiscalização de Jogos e Apostas (Tafija) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de jogos e apostas (Cide-Jogos). As casas de apostas serão isentas de outros impostos e contribuições.

Recolhida ao Tesouro Nacional, a Tafija deverá ser paga a cada três meses, sendo no valor de R$ 600 mil para os cassinos; R$ 300 mil para casas de jogos on-line; e R$ 20 mil para casas de bingo, operadoras de jogo do bicho e entidades turfísticas.

A Cide-Jogos terá alíquota de até 17% (podendo ser reduzida a critério do Poder Executivo) para todas as entidades que explorarem jogos e apostas, incidindo sobre a receita bruta — isto é, a diferença entre o total de apostas realizadas e de prêmios pagos.

Do montante arrecadado, 16% irão para o Fundo de Participação dos Estados, 16% para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 12% para a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), 10% para ações na área do esporte e 10% para o Fundo Nacional da Cultura.

O restante será empregado em ações de prevenção ao vício em jogos, em saúde, segurança pública, proteção dos animais, financiamento estudantil, ações em áreas impactadas por desastres naturais e no Fundo Nacional da Criança e do Adolescente.

Além disso, as entidades operadoras de jogos e apostas deverão destinar 1% da receita bruta à formação de atletas, com repasses feitos diretamente ao Comitê Brasileiro de Clubes e ao Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos.

Os prêmios de valor igual ou superior a R$ 10 mil recebidos pelos apostadores pagarão 20% de Imposto de Renda, já retidos na fonte. O cálculo considerará a diferença entre o prêmio recebido e as apostas efetuadas pelo mesmo apostador nas últimas 24 horas.

Apostadores

Poderão fazer apostas pessoas em pleno exercício da sua capacidade civil. Serão excluídas dos jogos pessoas declaradas insolventes ou privadas da administração de seus bens e os consumidores superendividados que tenham estado, nos últimos dois anos, em processo judicial de repactuação de dívidas.

Agentes públicos integrantes de órgãos encarregados da regulação ou da supervisão dos jogos, bem como administradores e membros dos grupos controladores das casas de jogos, também serão impedidos de fazer apostas.

O PL 2.234/2022 prevê a criação do Registro Nacional de Proibidos (Renapro), um cadastro de pessoas que serão impedidas de fazer apostas e até mesmo entrar em cassinos e outros locais onde os jogos são realizados, inclusive aplicativos e sites eletrônicos.

As casas de jogos deverão checar se as pessoas que solicitam entrada nesses estabelecimentos estão ou não inscritas no Renapro. A inclusão de nomes no cadastro poderá ser feita a pedido do próprio cidadão, por ordem judicial ou pelo Ministério Público.

As apostas realizadas por pessoas impedidas serão consideradas nulas, bem como as obrigações e promessas relacionadas aos jogos assumidas por elas.

Poder Executivo

O PL 2.234/2022 prevê a regulamentação, por parte do Poder Executivo, de diretrizes de prevenção e de combate ao uso de entidades operadoras de jogos e apostas para as práticas de lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo. As casas de apostas deverão coletar e verificar informações cadastrais de seus funcionários, dos prestadores de serviço e dos apostadores e monitorar comportamentos suspeitos.

Não poderão ser feitas apostas utilizando cédulas de dinheiro diretamente nas máquinas eletrônicas ou mesas de jogos. Todas as apostas e prêmios pagos deverão ser registrados em um sistema específico, o Sistema de Auditoria e Controle. O Poder Executivo deverá ter pleno acesso aos dados.

Multas

O projeto enumera uma série de infrações administrativas que podem sujeitar as operadoras de apostas a sanções como advertência, suspensão das atividades por até 180 dias, cassação da licença de funcionamento, proibição de obter nova licença e multa, que pode chegar a R$ 2 bilhões por infração.

Entre as infrações previstas, estão explorar jogos e apostas sem a devida autorização; realizar operações em desacordo com a autorização concedida; dificultar a fiscalização do órgão competente; e descumprir outras normas legais (com Agência Senado).

Do Brasil 247

Pobres x ricos: a força da luta por justiça social empolga as redes digitais em apoio a Lula

O fato de que as redes não têm mais senhores fascistas reinando absolutos constitui a maior novidade da conjuntura

Quando era evidente o gozo das forças neoliberais, clientelistas e de extrema-direita contrárias ao governo Lula, com a derrota na Câmara do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo Executivo, eis que a situação difícil permitiu a revelação de um caminho, uma verdadeira clareira, que desatou enormes energias políticas, num arco que mostra novas perspectivas para o presente da governabilidade e o futuro da intenção de reeleição do presidente Lula a um quarto mandato.

Na verdade, o que aconteceu na semana que passou, com a intensa mobilização no mundo virtual em favor da taxação dos super-ricos, foi uma antecipação. Tocada pela rejeição ao IOF, a opinião pública consagrou a união do passado ao futuro. No centro estão os anseios de mais igualdade social, que é a marca dos mandatos do presidente Lula e da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Pela primeira vez, porém, essa mensagem espalhou-se como um rastilho avassalador na principal arena da disputa política, o mundo virtual. Apareceu em vídeos ácidos e bem-humorados de crítica ao voto do Parlamento no caso do IOF. Evidentemente, a maioria imensa dos parlamentares optara por atacar a Constituição para se render à ordem iníqua das oligarquias.

Ato contínuo, multiplicaram-se às centenas as peças feitas com inteligência artificial e aos milhões os compartilhamentos digitais. Quem não compartilhava passou a fazê-lo. A liderança desse movimento de massas surgiu de uma militância informal espontaneamente unida pela justeza da ideia do governo e que aguarda exame do Legislativo: taxar os super-ricos isentos e isentar os pobres e a classe média. O governo logo engrossou a mobilização das redes.

Elevação do mar pode cobrir até 100 metros de praias do Rio

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Estudo prevê que a mudança pode acontecer no período de 75 anos

A elevação do nível do mar pode cobrir de 70 até 100 metros das praias do Copacabana, Ipanema, Leme e Leblon, nos próximos 75 anos. A mudança poderia deixar algumas praias com pequenos “filetes de areia”.

Essa projeção é de um levantamento do Laboratório de Métodos Computacionais da Universo Federal do Rio de Janeiro (Lamce) da UFRJ.

O estudo analisou o impacto da elevação do nível do mar entre o Porto do Rio e o Leblon, incluindo a Baía de Guanabara, a lagoa Rodrigo de Freitas e áreas vulneráveis como os manguezais de Guapimirim.

Os resultados apontam que o mar deve subir cerca de 75 centímetros, o suficiente para transformar inundações temporárias em alagamentos permanentes, nos pontos baixos da cidade.

Monitoramento e prevenção: uma corrida contra o tempo

A gravidade da situação motivou uma parceria entre a prefeitura do Rio de Janeiro e o Instituto Nacional de Pesquisa do Oceano (Inpo) para a criação de um sistema de monitoramento contínuo do nível do mar e das condições oceânicas da cidade. Um acordo de intenções já foi assinado e, segundo a gestão municipal, a formalização do convênio técnico deve ocorrer ainda neste semestre.

— Todos esses dados serão fundamentais para que possamos nos preparar e evitar os efeitos das piores consequências. O monitoramento no Rio é pioneiro e será piloto para o restante do Brasil — explica Segen Estefen, diretor do Inpo.

A ideia é implantar boias oceânicas para prever grandes ressacas com antecedência e criar sistemas de alerta para identificar elevações súbitas do nível do mar e ondas de calor oceânicas.

— A onda de calor no oceano implica uma evaporação maior e formação de nuvens mais intensas que, ao encontrarem o continente, desabam num grande temporal. Tudo está interligado. Ter estes números bem aferidos vai possibilitar modelos de previsão confiáveis para definir ações de prevenção — afirma Janice Trotte Duhá, diretora de Infraestrutura e Operações do Inpo.

Ela destaca, no entanto, que o sucesso do sistema depende de investimentos robustos em equipamentos como marégrafos e boias bem calibradas, além de infraestrutura de análise de dados.

Soluções para conter o mar

Algumas cidades brasileiras já adotaram medidas de contenção. Em Santos (SP), por exemplo, foram usados sacos de areia para proteger trechos mais expostos da orla. Outras regiões apostam em soluções baseadas na natureza, como a recuperação de recifes de coral, que atuam como barreiras naturais contra o avanço do mar.

— Depende do que a configuração do lugar pede. Regiões que têm recifes de corais, por exemplo, podem ser recuperadas e melhoradas, porque eles são eficientes para reduzir o impacto das ondas — afirma Ronaldo Christofoletti, pesquisador do Inpo e professor da Unifesp.

Quem vai ajudar a compreender melhor essa projeção é o Luiz Assad, professor e pesquisador do Laboratório de Métodos Computacionais da UFRJ.

Ouça no player

Governo Lula liga tragédia no Texas às mudanças climáticas e critica agenda de Trump

O governo Lula utilizou a tragédia das enchentes no Texas, que deixaram ao menos 32 mortos e dezenas de desaparecidos, para reforçar a urgência de ações contra as mudanças climáticas. Em nota oficial publicada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Brasil se solidarizou com o povo e o governo dos Estados Unidos, mas também destacou que eventos extremos como esse tendem a se intensificar com o aquecimento global.

O comunicado aponta que “as alterações climáticas intensificam eventos extremos e aumentam a frequência de desastres semelhantes”, e defende a necessidade de medidas conjuntas pela comunidade internacional.

A declaração ocorre em meio à política ambiental do ex-presidente Donald Trump, que mantém apoio expressivo no Texas e recentemente desmontou subsídios para a transição energética, retirando quase US$ 500 bilhões destinados a energias limpas.

 

O governo brasileiro ainda destacou que não há, até o momento, registros de vítimas brasileiras nas enchentes e orientou a comunidade residente no estado a buscar apoio junto ao Consulado-Geral em Houston. A mensagem ressalta o contraste entre os impactos ambientais crescentes e a resistência política a políticas climáticas nos EUA.

A nota também relembra que Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e bloqueou investimentos em proteção florestal. O Itamaraty reforça que desastres como o ocorrido no Texas reforçam a urgência de compromissos globais para enfrentar a crise climática e mitigar seus efeitos mais devastadores. As informações são de Jamil Chade.

Diario do Centro do Mundo

Elon Musk cria novo partido e diz que não há democracia nos EUA

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Neste sábado (5), Elon Musk anunciou pelas redes sociais, a criação do America Party, um novo partido político nos Estados Unidos. O bilionário, conhecido por sua influência nas plataformas digitais e sua atuação como empresário, revelou a iniciativa após ameaçar romper com os republicanos e se declarar contrário ao sistema político atual do país.

A decisão ocorre em meio à tramitação no Congresso do projeto de lei “Grande e Bonito”, de autoria do presidente Donald Trump. Musk, que já foi um apoiador declarado do republicano, condicionou a criação da nova legenda à aprovação da proposta, que prevê a elevação do teto da dívida pública. “Quando se trata de levar nosso país à falência com desperdício e corrupção, vivemos em um sistema de partido único, não em uma democracia”, afirmou.

A oficialização do partido veio acompanhada da divulgação do resultado de uma enquete feita na rede social X no dia 4 de julho, feriado da Independência dos EUA. Segundo Musk, cerca de 1,25 milhão de pessoas votaram e 65,4% se manifestaram a favor da fundação do partido. “Por uma proporção de dois para um, vocês querem um novo partido político e o terão”, escreveu o bilionário.

O bilionário tem classificado o atual sistema político norte-americano como um “partido único”, alegando que tanto democratas quanto republicanos contribuem para o que chamou de desperdício, corrupção e falência do país. Ele afirma que o America Party surge como uma alternativa à estrutura vigente, que considera antidemocrática.

O rompimento com Trump se tornou público no início de junho, marcou uma guinada no posicionamento político do empresário. Desde então, o empresário passou a fazer críticas diretas ao ex-presidente e à base republicana, ameaçando inclusive financiar adversários de parlamentares que apoiarem o projeto de lei.

Embora Musk não possa disputar a presidência por ser sul-africano de nascimento, ele indicou que pretende usar sua influência e recursos para impulsionar candidaturas independentes. Segundo ele, os eleitos poderão discutir propostas com os dois principais partidos, sem se alinhar automaticamente a nenhum deles.

Em uma de suas postagens, o empresário sugeriu uma estratégia para que a nova legenda tenha impacto prático no Legislativo. A ideia seria concentrar esforços em duas ou três cadeiras no Senado e entre oito a dez distritos na Câmara. Com as margens apertadas de votação, esses representantes poderiam atuar como decisivos em pautas polêmicas. Com informações de Jamil Chade, colunista do UOL.

Veja a postagem:

DCM

Falta de recursos ameaça paralisar combate a desmatamento e incêndios em Rondônia

BRASÍLIA (DF) – A falta de recursos orçamentários ameaça paralisar as ações de combate ao desmatamento e queimadas nas Unidades de Conservação (UCs) em Rondônia, serviços essenciais durante o período de estiagem que vai de junho a novembro na região. É o que consta no pedido de medidas judiciais que o Estado protocolou ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator de três ações para que a União, Estados e municípios tomem medidas contra o desmatamento e incêndios na Amazônia Legal e no Pantanal.

Em uma manifestação protocolada na última segunda-feira, 30 de maio, junto ao STF, a Procuradoria-Geral do Estado de Rondônia (PGE) pediu medidas judiciais para o magistrado que, em despacho datado de março deste ano, fez uma série de determinações aos Estados da Amazônia para que combatam o desmatamento e incêndios florestais em seus territórios. A medida visa evitar o descontrole que ocorreu em 2024.

Além de pedir que o STF determine que o Poder Legislativo Estadual aprove a abertura de crédito suplementar no orçamento de 2025 para a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), a PGE solicitou que, caso não seja concedido, que o Estado possa fazer a suplementação via decreto executivo, devido à chegada do período de estiagem, de junho a novembro.

Rondônia não tem recursos para combater incêndios, diz governo estadual ao STF (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Estado quer, ainda, que o ministro determine a ação de fiscalização supletiva pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a assunção das bases operacionais montadas pela Sedam.

Os pedidos são baseados em dois ofícios enviados pela Sema a vários órgãos do governo de Rondônia, como Casa Civil, PGE e Secretaria de Finanças, informando a situação precária em que se encontra a secretaria que deverá ficar sem recursos, a partir deste mês, para desempenhar as atividades de fiscalização.

Segundo os documentos, o Projeto de Lei Orçamentária 803/2025, enviado pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero), previa o uso de superávit financeiro de até R$ 10 milhões para a Sedam. A proposta citava a manutenção das ações de combate a incêndios e desmatamento. Ocorre que os deputados arquivaram o projeto e a secretaria ficou sem os recursos.

A restrição orçamentária, reforçam os documentos internos do governo de Rondônia, deve comprometer a manutenção das atividades de proteção e fiscalização das Unidades de Conservação estaduais (UCs), principalmente a estruturação e funcionamento das bases fixas.

Conforme a PGE-RO, dentre os problemas que deverão ser enfrentados estão: a fragilidade na fiscalização e monitoramento, com a redução das operações de campo e enfraquecimento dos sistemas de sensoriamento remoto e análise técnica; o aumento de infrações ambientais e consequente avanço do desmatamento ilegal; crescimento da mineração clandestina com contaminação de solos e recursos hídricos; perdas de biodiversidade e serviços ecossistêmicos; e riscos à saúde das comunidades.

Coordenador relata situação

Em despacho assinado pelo coordenador de Unidades de Conservação (CUC/Sedam), Daniel Santos de Souza, datado de 23 de junho, ele relata que os recursos que restam só cobrem as ações de fiscalização na Estação Ecológica Soldado da Borracha e Parque Estadual Guajará-Mirim. As unidades sofrem crítica pressão de tentativas de invasão e precisam estar sob fiscalização contínua. O coordenador informa, ainda, que bases do parque foram alvos de ataque a tiros e uso de drones, em abril deste ano.

Atual coordenador de Unidades de Conservação de Rondônia (Reprodução/Sedam)

Com a falta de dinheiro, escreve o coordenador, os trabalhos tiveram que ser priorizados nas duas unidades protegidas, deixando sem assistência a Estação Ecológica Samuel, que igualmente é ameaçada constantemente por invasores e grupos criminosos.

“O atual período sem operações de fiscalização e monitoramento representa um risco substancial: há a possibilidade concreta de que ocupantes ilegais retomem áreas anteriormente inutilizadas pelas equipes, comprometendo a integridade ambiental da UC. A ausência de atuação do Estado pode anular os esforços realizados até então, permitindo que grupos irregulares voltem a se instalar, reiniciando o ciclo de degradação ambiental”, reforça Daniel de Souza.

O coordenador acrescenta que “as demais 47 Unidades de Conservação do Estado encontram-se vulneráveis à incidência de ações ilícitas, uma vez que os esforços operacionais estão, neste momento, concentrados exclusivamente no interior do Parque Estadual Guajará-Mirim e da Estação Ecológica Soldado da Borracha, em razão das prioridades estratégicas definidas pela Secretaria”. Nas demais, tem havido apenas ações pontuais e esporádicas.

Revista Cenarium

Eleições 2026: PT articula mega federação com PCdoB, PV, PSOL, Rede, PSB e PDT

O PT tem articulado nos bastidores a formação de uma ampla federação de centro-esquerda com vistas às eleições de 2026. A proposta ainda estaria em fase inicial, segundo a CNN Brasil, e foi apresentada durante encontros promovidos pelo Palácio do Planalto com bancadas da Câmara dos Deputados. A federação seria formada por PT, PCdoB, PV, PSOL, Rede, PSB e PDT.

A iniciativa se baseia na renovação e ampliação das federações já existentes, como a Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e a formada por PSOL e Rede. O objetivo é criar um bloco robusto para enfrentar o avanço de federações da direita e do centro, como a União Progressista (União Brasil e PP) e o possível consórcio entre MDB, Republicanos e PSDB.

Representantes do PSB e do PDT, no entanto, teriam classificado a ideia como “inexequível” e “quase impossível”, apontando dificuldades de alinhamento programático e disputas regionais.

Dossiê mostra como agro do MT e Pará apoiou ‘8 de Janeiro’

BELÉM (PA) – Dois Estados da Amazônia Legal, Mato Grosso e Pará, tiveram participação na tentativa de golpe de Estado que sacudiu o Brasil entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, que ficou conhecida como “8 de Janeiro”. É o que revela o relatório “Agrogolpistas – 2025”, produzido pelo observatório De Olho nos Ruralistas, que mapeia a atuação de 142 empresários do agronegócio diretamente ligados ao financiamento e à logística de ações golpistas, incluindo bloqueios em rodovias, montagem de acampamentos e até um atentado com explosivos.

O Mato Grosso, com 74 nomes investigados, e o Pará, com fazendeiros citados por envolvimento em episódios de alta gravidade, se destacam pela participação ativa na tentativa de golpe. Os demais Estados da Amazônia Legal — Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Rondônia, Roraima e Tocantins — não são mencionados em nenhuma das investigações ou evidências apresentadas no relatório.

Desses Estados, apenas Tocantins e Maranhão são mencionados brevemente como parte do chamado Matopiba – região de expansão da soja e da fronteira agrícola no Cerrado, mas sem indivíduos ou empresas citadas.

Mato Grosso

Autointitulado “celeiro do Brasil”, o Mato Grosso concentra mais da metade dos nomes listados no relatório: 74 nomes (52%). É de lá que saiu a maior parte dos caminhões que bloquearam rodovias e abasteceram os acampamentos montados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Cidades como Sorriso, Nova Ubiratã e Campo Novo do Parecis são citadas como centros de articulação política e logística. O relatório denuncia que famílias inteiras de sojeiros, como os Bedin e os Lermen, enviaram dezenas de veículos à capital federal, em articulação com ex-ministros e parlamentares bolsonaristas.

Mapa de concentração dos “agrogolpistas” (Reprodução/Relatório Agrogolpistas – 2025)

Além disso, muitos desses empresários continuam recebendo crédito de bancos como BTG Pactual, Rabobank, Santander e John Deere, apesar de constarem em investigações da Polícia Federal e CPIs parlamentares.

Pará

Já o Pará aparece com menor número de casos, mas maior gravidade. O relatório identifica três fazendeiros do sudeste paraense ligados ao plano que pretendia explodir um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal de 2022.

O autor do plano, George Washington de Oliveira Sousa, é natural do Ceará, mas vivia no município de Xinguara (PA), de onde partiu para Brasília. Após sua prisão, ele indicou como contato de confiança o nome do pecuarista Bento Carlos Liebl, dono de um conglomerado de fazendas em São Félix do Xingu. A família Liebl, segundo o relatório, possui cerca de 30 mil hectares na região, parte deles embargados pelo Ibama por desmatamento com uso de fogo em áreas próximas à Terra Indígena Apyterewa.

George Washington de Oliveira Sousa (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

O envolvimento da família no atentado golpista levou a Polícia Civil do Distrito Federal a investigar formalmente Bento e Roseli Liebl. Até o momento da publicação do relatório, nenhum deles havia sido denunciado formalmente pelo Ministério Público Federal (MPF).

Outro nome do agronegócio paraense citado é Ricardo Guimarães de Queiroz, ex-vice-prefeito de Itupiranga e então presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá. Ele foi preso em 2023 durante a Operação Embarque Negado, acusado de envolvimento no planejamento de ações golpistas. Em sua propriedade, localizada entre Marabá e Itupiranga, a Polícia Federal encontrou armas e munições. O pecuarista já havia sido multado por desmatamento e autuado por manter trabalhadores em condição análoga à escravidão.

A atuação dos investigados no Pará, segundo o relatório, faz parte de um “núcleo ruralista do golpe” que, embora amplamente documentado por órgãos de segurança e comissões parlamentares, segue impune e fora do foco das investigações judiciais mais relevantes.

Além dos casos individuais, o Pará também aparece no documento como parte estratégica da logística agroexportadora brasileira – principalmente por conta da BR-163, rodovia que liga o polo produtor de soja de Mato Grosso aos portos do Arco Norte. Empresas investigadas por financiar infraestrutura de acampamentos golpistas têm atuação direta nesse corredor.

Revista Cenarium

De Fortaleza a Xangai: Banco do Brics completa 10 anos e desafia modelo de Bretton Woods sob liderança de Dilma

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), principal estrutura institucional criada pelo Brics, completa dez anos neste mês com a ambição de se firmar como alternativa concreta ao sistema financeiro internacional herdado do pós-guerra. Sob a liderança da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), a instituição tenta se consolidar como uma plataforma do Sul Global por autonomia, inclusão e cooperação entre países.

“O Banco do Brics é talvez a principal entrega do Brics econômico-financeiro desde o início”, afirmou Antônio Freitas, subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele lembrou que o NDB foi aprovado na cúpula de Fortaleza, em 2014, “sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff”, hoje à frente da instituição.

Durante a abertura da 10ª reunião anual do NDB, realizada nesta sexta-feira (4) no Rio de Janeiro, Dilma foi categórica: “Nós estamos apenas começando. Em nossa primeira década, o NDB lançou as bases. Na próxima década, devemos consolidar nosso papel de liderança para o desenvolvimento equitativo, sustentável e autônomo em um mundo multipolar”.

A presidenta defendeu que o banco atue com ousadia e relevância política. “Nossa força reside não apenas no tamanho do nosso balanço patrimonial, mas acima de tudo, na legitimidade de nossa missão e na união dos nossos países-membros”, disse.

Neste sábado (5), Dilma participará de uma entrevista coletiva durante a reunião e pode anunciar novos projetos do banco.

Um banco criado para romper com o sistema de Bretton Woods

Inspirado pela insatisfação histórica dos países periféricos com a governança das instituições de Bretton Woods, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, o NDB foi lançado com a proposta de financiar o desenvolvimento de forma mais justa.

“Na medida em que não conseguiram avançar na reforma das instituições financeiras multilaterais, os países do Brics criaram o seu próprio mecanismo”, afirmou Marta Fernández, coordenadora do Brics Policy Center, ao Brasil de Fato. Ela destacou que, ao contrário dos bancos tradicionais, o NDB foi criado com cotas iguais entre os membros fundadores e uma estrutura mais horizontal.

Segundo ela, o banco foi resultado também da atuação da sociedade civil. “A Rebrip participou bastante desse processo. O objetivo era justamente propor modelos de financiamento alternativos”, pontuou, citando a Rede Brasileira Pela Integração dos Povos.

O economista Paulo Nogueira Batista Jr., que participou da fundação do banco e foi seu primeiro diretor brasileiro, acredita que a instituição “tem um potencial muito grande”, mas ainda caminha aquém do que poderia. “O banco era para ser uma alternativa ao Banco Mundial. Mas como é que pode ser um banco global com apenas dez países-membros? Está indo muito devagar o processo de expansão”, avaliou.

Financiamento para o Sul Global: impactos e limitações

Desde sua fundação, o NDB aprovou 120 projetos, totalizando US$ 39 bilhões em financiamentos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com esses recursos foram modernizados mais de 40 mil quilômetros de rodovias, erguidas 35 mil moradias, implementados 293 quilômetros de sistemas ferroviários urbanos e ampliada a oferta de água potável em 250 mil metros cúbicos por dia.

Durante o painel “Desafios para o financiamento do desenvolvimento sustentável para o Sul Global”, Haddad afirmou que o banco oferece soluções de acordo com as prioridades nacionais e com respeito às particularidades de cada país. “Esse modelo não apenas é financeiramente viável como também se traduz em impactos concretos e sustentáveis”, disse. “Se traduz em escolas mais acessíveis, comunidades mais conectadas, cidadãos vivendo com mais dignidade.”

Apesar dos avanços, há críticas sobre efeitos de projetos sobre comunidades locais. Marta Fernández lembra que obras de infraestrutura verde, como parques eólicos, têm gerado conflitos territoriais. “Projetos que precisam de muita terra têm gerado expropriações em comunidades quilombolas”, afirmou. Segundo ela, o Brics Policy Center trabalha com uma plataforma de monitoramento chamada Prime Hub, em parceria com a agência de avaliação do banco, sediada em Xangai, para medir os impactos sociais dessas iniciativas.

O papel de Dilma e os desafios para a próxima década

O mandato de Dilma Rousseff à frente do NDB, que começou em março de 2023 e terminaria em julho deste ano, foi estendido por mais cinco anos, por decisão unanime entre os países-membro.

Sua gestão é vista com entusiasmo por representantes do governo brasileiro. “Sob seu comando, o banco conquistou uma nova dimensão geopolítica e internacional”, avaliou Haddad. Já Antonio Freitas afirmou que o Brasil está “bastante satisfeito” com o papel do banco sob liderança brasileira. “A presidenta Dilma deverá anunciar desenvolvimentos importantes na cúpula”, adiantou.

Marco Fernandes, membro do Conselho Popular do Brics, afirmou que Dilma resgatou o protagonismo político da instituição. “No seu primeiro ano, ela arrecadou cerca de 8 bilhões de dólares nos mercados de capitais – o dobro da média dos anos anteriores. Ela trouxe o banco de volta para o debate público, ou talvez ele nunca tenha estado tanto em evidência quanto agora”, avaliou durante o último episódio do podcast O Estrangeiro.

Mesmo assim, Fernandes alerta para limites estruturais. “Sem dinheiro, sem cascalho, não tem como virar esse grande banco do Sul Global”, disse. Para ele, a única forma atual de captar recursos – via mercado financeiro – é insuficiente para um banco que ambiciona disputar com o Banco Mundial. “Não é possível que esses cinco países juntos – China, Índia, Rússia, Brasil e Indonésia – mais os Emirados Árabes, não possam fazer uma vaquinha todo ano e colocar 50 bilhões de dólares.”

Segundo ele, se bem financiado, o NDB poderia transformar a arquitetura de crédito internacional. “O NDB teria capacidade de disputar com o Banco Mundial e abrir uma gama de possibilidades para o Sul Global – com financiamentos sem as condicionalidades do FMI, como austeridade, privatizações e cortes em saúde e educação.”

O processo atual de desdolarização, um tema recorrente no discurso político dos Brics, também foi relativizado pelo ex-diretor do banco. “O Brics fala muito em desdolarização, mas o nosso banco ainda é preponderantemente dolarizado, tanto no lado ativo quanto no lado passivo. Isso precisa mudar”, disse Paulo Nogueira Batista Jr.

Marta Fernández complementa que a busca por transações em moedas locais também tem um componente de proteção. “O congelamento das reservas russas mostrou que países do Sul Global estão vulneráveis. De um dia para o outro, suas reservas podem desaparecer. O uso de moedas locais não é só uma alternativa econômica, mas uma forma de enfrentar essa hegemonia do dólar e se proteger contra sanções e tarifas como armas de guerra.”

Diante desse cenário, Dilma reforçou que o NDB deve se posicionar como “espaço de diálogo, cooperação e objetivos comuns”. Para ela, a próxima década deve ser marcada por ambição e transformação. “Que essa seja a década de ouro da instituição. Juntos, com visão, coragem e determinação, continuaremos a construir um futuro melhor para os nossos países, nossos povos e as gerações futuras.”

Brasil de Fato

Lula diz que Brics é fiador de um futuro promissor

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste sábado (5) que o Brics segue como “fiador de um futuro promissor”. A afirmação foi feita durante abertura do Fórum Empresarial do Brics, no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro (RJ), 05/07/2025 – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, e o presidente da CNI, Ricardo Alban, participam do Fórum Empresarial do Brics, no Pier Mauá. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil“Durante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. Os Brics seguem como fiador de um futuro promissor”, disse Lula.

O Brics funciona como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas e reúne 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Segundo Lula, esses países podem liderar um novo modelo de desenvolvimento pautado em agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia.

“Nossos países já estão entre os maiores investidores de energia renovável do planeta. Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas. Possuímos minerais estratégicos essenciais para a transição energética”.

Lula disse ainda que fortalecimento do complexo industrial da saúde “amplia o acesso a medicamentos e é fundamental para superar doenças socialmente determinadas que afligem os mais vulneráveis”.

Em seu discurso, o presidente brasileiro também defendeu uma governança multilateral sobre a inteligência artificial (IA).

“A inteligência artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor”.

Ele também aproveitou seu discurso para falar sobre os conflitos internacionais. Segundo ele, a cúpula do Brics certamente apontará soluções para essa situação.

“Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos a solidariedade”.

Fórum

O Fórum Empresarial do Brics discute, ao longo deste sábado, o papel do setor produtivo na busca de um desenvolvimento econômico sustentável. Entre os temas debatidos estão comércio e segurança alimentar, transição energética, descarbonização, economia digital e inclusão financeira.

Os 11 países que integram o Brics somam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio mundial.

Em termos de recursos naturais, os membros do grupo concentram cerca de 70% das reservas de terras raras, mais de 40% da produção de petróleo e quase 80% da produção de carvão mineral.

Agencia Brasil

 

MPRO e Forças de Segurança ajustam fortalecimento do combate às facções criminosas em Ouro Preto do Oeste

O MPRO, por meio da 3a Promotoria de Justiça de Ouro Preto do Oeste, promoveu reunião institucional nesta quinta-feira (3/7), com a finalidade de estabelecer estratégias entre as Forças de Segurança atuantes no Estado de Rondônia e na Comarca de Ouro Preto do Oeste, para a continuidade e intensificação do combate ao crime organizado na região.

Estiveram presentes representantes das Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, bem como o Delegado Regional e o Delegado de Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste, além de representante da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus).

Em razão do aumento de homicídios e crimes praticados no último mês, no contexto das facções criminosas que tentam se instalar na região, foi destacada a imprescindibilidade da atuação coordenada e cooperativa para garantir tranquilidade para a comunidade de Ouro Preto do Oeste e demais municípios da Comarca.

Na ocasião, todos se comprometeram em somar esforços para intensificar ações voltadas para o combate à criminalidade e a garantia da segurança pública.

O MPRO reafirma seu compromisso com a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Gerência de Comunicação Integrada (GCI)

Coluna Zona Franca

Jerônimo Rodrigues, Lula e Janja A mais recente análise do instituto Quaest sobre o debate político nas redes sociais apontou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso no embate digital com o Congresso Nacional, impulsionado pela crise envolvendo o decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo o levantamento, 61% das menções ao Congresso foram negativas, enquanto apenas 11% dos conteúdos citando o Executivo tinham esse tom.

Vitória da esquerda 2

A pesquisa da Quaest analisou mais de 4,4 milhões de postagens feitas entre os dias 24 de junho e 4 de julho em redes como X (antigo Twitter), Instagram, Facebook, YouTube e em sites de notícias. No período, o conteúdo sobre o embate entre Legislativo e Executivo alcançou, em média, 32 milhões de contas por hora. O resultado revela não apenas o elevado engajamento do tema, mas também uma inversão na dinâmica tradicional do desgaste político digital, que geralmente recai sobre o governo, segundo aponta reportagem do Valor.

‘Inimigos do povo’ 

A hashtag #InimigosDoPovo foi uma das mais utilizadas nas publicações analisadas, aparecendo em cerca de 300 mil menções. No total, 18% das postagens traziam esse termo, enquanto “Congresso da mamata” surgiu em 13%. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi mencionado diretamente em 8% das postagens, refletindo a personalização das críticas ao Parlamento.

‘Inimigos do povo’  2

Pode ser uma imagem de texto que diz "Vamos taxar bancos e casas de aposta." Exagero, coitados! Hugo Motta: E se a gente desse aposentadoria + salário integral pro deputado? Aprovado! Viva a respon- sabilidade fiscal CONGRESSO INIMIGO DO POVO RICOS PAGUEM A CONTA"A revolta virtual cresceu especialmente após o dia 25 de junho, quando o Congresso votou pela derrubada do decreto presidencial que aumentava a alíquota do IOF, medida que fazia parte da estratégia do governo para ampliar a arrecadação e equilibrar as contas públicas. O episódio levou o governo a recorrer ao Supremo Tribunal Federal e gerou forte mobilização digital contra o Legislativo.

Lula não foi o foco da insatisfação

Ao contrário do que ocorreu em outras crises políticas recentes, como o escândalo de fraudes no INSS ou o anúncio do aumento do IOF, em que Lula teve 77% e 76% de menções negativas, respectivamente, neste episódio o presidente foi citado em 15% das postagens — das quais 45% foram positivas, 31% negativas e 24% neutras.

Lula não foi o foco da insatisfação 2

Segundo o relatório da Quaest, isso demonstra que “Lula não é o foco central do desgaste atual”, e o governo conseguiu reposicionar a narrativa, associando o impasse ao Congresso e não à Presidência. Os dados revelam que, ao contrário de outras disputas, a campanha digital governista conseguiu mobilizar a opinião pública de forma eficaz.

Esquerda mais engajada do que a oposição

Outro dado que surpreendeu os analistas foi a prevalência do discurso governista nas redes, superando inclusive a tradicional vantagem da oposição em termos de engajamento digital. Parlamentares alinhados ao governo foram responsáveis por quase 50% dos posts sobre o tema, enquanto a oposição respondeu por apenas 31,5%, índice abaixo do registrado em outras crises — como no caso do INSS, quando a oposição dominou com 51% das postagens. Os números absolutos também ilustram essa virada. Enquanto 119 parlamentares da base aliada fizeram 741 postagens sobre a crise do IOF, os 112 congressistas da oposição publicaram 378 vezes. Parlamentares de centro contribuíram com 218 postagens, somando 18% do total.

Esquerda mais engajada do que a oposição 2

Estratégia de confronto

A atuação mais combativa da base governista — tanto no discurso quanto na mobilização digital — é interpretada pelos pesquisadores como parte de uma estratégia de confronto institucional. Segundo o relatório da Quaest, a base aliada “tensiona a relação com o Legislativo, usando o tema como instrumento de confronto político contra a oposição e retórica de responsabilização institucional”.

Estratégia de confronto 2

Essa guinada revela uma mudança de postura: diferentemente de outras crises, em que o governo era mais reativo nas redes, agora adotou uma linha ofensiva e conseguiu direcionar o foco da insatisfação popular ao Congresso, em especial ao presidente da Câmara, Hugo Motta. O levantamento da Quaest ajuda a ilustrar como o campo progressista pode vencer batalhas simbólicas e narrativas no ambiente digital, tradicionalmente dominado por forças conservadoras. Ao transformar o Congresso em alvo principal da insatisfação popular, a esquerda mostrou que, ao menos nesta crise, saiu fortalecida das redes — e com potencial de influência real sobre a opinião pública. Do Brasil 247

Foi traído, mas…

Lula avalia que foi traído por Hugo Motta, após a votação do decreto que tratava do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). No entanto, apesar do desgaste, Lula decidiu reabrir o diálogo e já enviou um recado ao parlamentar com a intenção de convidá-lo para uma conversa nos próximos dias.

Eleições 2026

Lula está tão confiante na reviravolta que já anunciou que será candidato à reeleição. Nesta sexta-feira (4), Lula disse que deve disputar um novo mandato em 2026. Em discurso durante cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras no setor de refino e petroquímica, em Duque de Caxias (RJ), Lula afirmou que o país poderá eleger pela primeira vez um presidente por quatro mandatos.

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“Tem gente que pensa que o governo já acabou. Tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando”, afirmou o presidente. “Então se preparem, se preparem, porque se tudo estiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”, completou, em tom desafiador. A fala ocorre em meio a um momento de tensão entre o Executivo e o Congresso Nacional, principalmente por conta da proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), criticada por lideranças parlamentares. Ainda assim, Lula fez questão de destacar que valoriza o diálogo com o Legislativo.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente

Pode ser uma imagem de 9 pessoasNa manhã de ontem, 4, na sua sede estadual, aconteceu o Encontro Estadual do
MDB de Rondônia denominado O Brasil precisa pensar o Brasil, que tem como
objetivo debater os problemas estruturais do país – e apontar soluções. Organizado
pela Fundação Ulysses Guimarães – FUG, o evento acontece em todos os estados
e suas deliberações e conclusões orientarão os programas de governos dos candidatos da sigla nas eleições de 2026.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente 2

Quem esteve no evento pode assistir palestras de alto nível, com temas relevantes
para o Brasil e para Rondônia. Além disso, puderam ouvir a fala do ex-ministro da
Defesa Aldo Rebelo, atualmente filiado ao MDB, que versou sobre como equilibrar desenvolvimento econômico e meio ambiente. Do mesmo modo, chamou a atenção a qualidade da exposição do ex-governador e ex-secretário de Pernambuco, Raul Henry, sobre a importância da educação pública e de qualidade para o desenvolvimento do Brasil.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente 3

O ex-vice-governador de Rondônia, ex-deputado federal Miguel de Souza e
atualmente consultor do Senado Federal, por sua vez, decodificou os problemas de
infraestrutura logística no país – e como estes impactam no chamado Custo Brasil. A
exposição de Souza trouxe dados atualizados e fartos sobre a produção nacional –
e de Rondônia – e em quais modais logísticos ela se distribui internamente até
chegar aos países compradores.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente 4

Na sua palestra, cuja pauta foi sobre os impactos das mudanças climáticas na
Amazônia, Caê Moura, gerente do Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia CENSIPAM fez uma fala dramática sobre a situação
climática atual do planeta, da Amazônia e de Rondônia. Enfatizando que
desempenhava o papel de “mensageiro de notícias não boas”, Caê Moura alertou
para a realidade que já é parte da vida de cada um de nós – e da urgência em
despertamos para a sua gravidade.

A Democracia

Está no ar o novo A Democracia, site de notícias políticas com sede em Brasília. Com novo visual e novas categorias de notícias, o portal enfatiza os bastidores da política nacional, regional e internacional, com destaque para as eleições de 2026. A direção geral do AD é deste articulista político.

Reforma administrativa

Pode ser uma imagem de 4 pessoas e texto que diz "AD AVANÇOS PRA PORTO VELHO! と"A recente reforma administrativa anunciada pelo prefeito Léo Moraes (Podemos), de Porto Velho, é digna de elogios não apenas pela ousadia e inovação que carrega, mas, sobretudo, pela escuta atenta ao sentimento da população. Em tempos em que decisões de governo muitas vezes ignoram as vozes das ruas, é alentador ver a gestão municipal caminhar na direção contrária — com sensibilidade, responsabilidade e diálogo.

Reforma administrativa 2

Um dos pontos mais emblemáticos da reforma é a sábia decisão de manter separadas as Secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente. Essa medida, longe de ser meramente estrutural, atende a uma demanda legítima de agricultores, ambientalistas, técnicos e cidadãos que compreendem a complexidade e a especificidade de cada uma dessas áreas. No início da atual administração chegou a ser cogitada a junção das duas pastas, o que representaria um retrocesso na elaboração de políticas públicas eficazes, além de colocar em rota de colisão interesses que, embora devam caminhar em harmonia, não podem ser tratados como idênticos.

Reforma administrativa 3

A Agricultura precisa de uma secretaria que compreenda o ciclo da produção, o apoio técnico aos pequenos produtores, o escoamento da safra, o fortalecimento da agricultura familiar e o incentivo à economia rural. Já o Meio Ambiente exige estrutura própria para cuidar da preservação dos nossos recursos naturais, fiscalização ambiental, educação ecológica e sustentabilidade urbana e rural. Misturar tudo isso em um único órgão é negligenciar a complexidade de cada área e dificultar a execução de políticas públicas eficazes.

Reforma administrativa 4

Ao manter as secretarias separadas, Léo Moraes demonstra não apenas conhecimento técnico, mas também respeito ao clamor popular e compromisso com o desenvolvimento sustentável de Porto Velho. Em uma capital marcada por desafios históricos no campo e na floresta, acertar na estrutura administrativa é dar um passo firme em direção a uma gestão mais eficiente e democrática. (Édson Silveira)

Fernando Máximo

De olho em 2026, Léo Moraes exalta Fernando Máximo durante evento em Vilhena: “Ano que vem reserva grandes notícias”A coluna não conseguiu falar com os dirigentes do Podemos, nem com o prefeito Léo Moraes, mas, tudo indica que o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), deverá ser o candidato ao governo de Rondônia com apoio do chefe do executivo municipal. É o que o site Rondônia Dinâmica destacou. Léo Moraes usou um evento em Vilhena para enaltecer o deputado federal Fernando Máximo, em um discurso que soou como sinal claro de alinhamento político. A ocasião foi a inauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vitalina Gentil, realizada na quarta-feira (03), no município comandado por Flori Cordeiro, também do Podemos. Durante o ato, Léo Moraes fez um discurso caloroso em homenagem ao parlamentar, sugerindo que o futuro político de Máximo está em ascensão. “Ano que vem reserva grandes notícias para o nosso deputado Fernando Máximo”, declarou o prefeito, que ainda classificou o deputado como “um grande líder, sujeito ponta firme, leal e amigo”.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Contato:rkuppe@gmail.com

Filme baseado na obra de Chico Buarque encerra gravações e mira lançamento em 2026

O filme Geni e o Zepelim, dirigido por Anna Muylaert, encerrou suas gravações em 18 de junho de 2025, em Cruzeiro do Sul, Acre. Produzido pela Migdal Filmes, em parceria com Paris Entretenimento e Globo Filmes, e distribuído pela Paris Filmes, a produção ainda não tem uma data oficial de estreia, mas as expectativas apontam para 2026.

Inspirado na canção de Chico Buarque, lançada em 1978, e no conto Bola de Sebo, de Guy de Maupassant, o longa-metragem marca a primeira adaptação ficcional dessa narrativa para os cinemas. Assim, ele se insere no gênero drama social, subvertendo elementos tradicionais ao ambientar o confronto entre a opressão e a luta de uma personagem marginalizada: Geni.

Ambientado na Amazônia, o filme reflete conflitos reais, como a exploração de terras, a violência institucional e a marginalização das vozes trans. Anna Muylaert compartilhou que seu objetivo foi “falar da Amazônia através do olhar feminino, trazendo as questões de gênero para a discussão sobre a violência contra a floresta”. Como resultado, o filme vai além de uma simples adaptação; ele oferece uma visão perspicaz sobre a intersecção entre poder, identidade e território.

Obras como Que Horas Ela Volta? (2015), também de Muylaert, e Pássaro Memória (2023), com a nova Geni, Ayla Gabriela, compartilham esse compromisso pela representação do Brasil moderno.

Dessa forma, o longa convida o público a se engajar em discussões sobre identidade, poder, território, diversidade e resistência, sem entregar todos os detalhes e, ao mesmo tempo, aguçando a curiosidade.

Foto de Seu Jorje em "Geni e Zepelim"
Foto de Seu Jorje em “Geni e Zepelim” – Foto/Crédito: Paris Filmes

Sinopse

Em uma comunidade ribeirinha na Amazônia (Cruzeiro do Sul, Acre), vive Geni (Ayla Gabriela), uma travesti e prostituta, constantemente alvo de humilhação. Quando o Comandante (Seu Jorge) invade a área em seu zepelim, acompanhado por tropas e com planos de expulsar os moradores para explorar o território, ele encontra resistência. No entanto, a reviravolta acontece quando o comandante propõe que, se Geni passar uma única noite com ele, retirará seu exército, deixando a comunidade em paz. Assim, a protagonista se torna uma figura central na luta coletiva. A tensão aumenta, e até o momento, não se sabe como essa batalha será vencida. Referências literárias e políticas se entrelaçam, gerando mistério e relevância narrativa.

Direção e roteiro

Muylaert, que conquistou o Grand Jury Prize no Festival de Sundance com Que Horas Ela Volta?, também assume a direção e o roteiro deste longa. Sua marca é evidente em retratos realistas das tensões sociais e identitárias. Aqui, ela desloca o foco urbano para o interior da Amazônia e entrelaça disputas territoriais com questões de gênero, mantendo sempre um olhar atento às dimensões íntimas e coletivas.

O texto dialoga com a canção, preservando referências à transfobia, à moralidade hipócrita e à exploração, mas atualiza essas tensões, abordando o embate por terras amazônicas.

Produção e elenco

As filmagens ocorreram ao longo de cerca de dois meses, entre abril e junho de 2025, em Cruzeiro do Sul. A equipe utilizou uma extensa infraestrutura fluvial: foram sete barcos para as cenas principais, além de nove embarcações de apoio, como voadeiras, balsas e canoas, para diferentes etapas da captação. Esse esforço reforça o compromisso com a autenticidade e uma representação fiel da região amazônica.

Inicialmente, Thainá Duarte, uma atriz cisgênero, foi confirmada como Geni. Essa escolha gerou críticas por não respeitar a identidade trans. Após um intenso debate e diálogo com a comunidade trans, a produção reconsiderou e escalou Ayla Gabriela, uma atriz trans reconhecida por seu trabalho em Pássaro Memória (2023). Essa mudança alinha-se com a caracterização dos personagens e fortalece a mensagem política do filme.

Ayla Gabriela é Geni em 'Geni e o Zepelim'
Ayla Gabriela é Geni em ‘Geni e o Zepelim’ — Foto/Crédito: Paris Filmes

Além dos protagonistas, Ayla Gabriela e Seu Jorge, o elenco conta com Suzy Lopes, Gero Camilo, Ênio Cavalcante e centenas de figurantes acreanos. Essa diversidade geográfica enriquece a ambientação e valoriza as vozes locais.

Com o término das filmagens, Geni e o Zepelim se estabelece como um dos lançamentos nacionais mais esperados para 2026. A adaptação sensível de uma canção clássica, a forte representatividade trans e a ambientação amazônica unem imagens a uma coragem política. Enquanto propõe uma tensão narrativa instigante, a obra também pode gerar debates sobre pertencimento, direitos humanos e a memória cultural brasileira.

Mundo em revista

Lula conclama países emergentes a resistirem ao protecionismo global: “cabe a nós defender o multilateralismo”

Durante sua participação no fórum empresarial da cúpula do BRICS, realizado neste sábado (5) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo às nações em desenvolvimento para que assumam papel central na defesa do comércio internacional diante do avanço de políticas protecionistas.

“Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. O BRICS segue como fiador de um futuro promissor. Durante a presidência brasileira demos um passo importante ao apoiar coletivamente a Convenção da ONU para Cooperação Tributária e a Visão de Reforma do FMI. O combate às desigualdades fortalece mercados consumidores, impulsiona o comércio e alavanca investimentos”,  destacou Lula.

Outro ponto de destaque foi a defesa de uma regulação internacional para o uso e desenvolvimento da inteligência artificial. Segundo Lula, o avanço da IA exige uma resposta coletiva. “A revolução tecnológica permeia todos os setores das nossas economias. Infraestruturas públicas digitais viabilizam inovações e criam oportunidades para “startups” e pequenas e médias empresas.A inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor. Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral”, ressaltou Lula.

Leia a íntegra do discurso:

“Agradeço ao Conselho Empresarial e à Aliança Empresarial de Mulheres pela organização deste Fórum.

Aproximar nossos setores produtivos é um pilar fundamental do BRICS.

Os empreendedores aqui reunidos compõem o eixo dinâmico da economia internacional.

Os onze membros plenos do BRICS já superam 40% do PIB global em paridade de poder de compra.

Em 2024, enquanto o mundo cresceu 3,3%, registramos uma expansão média de 4% nos países do BRICS.

Este ano seguiremos em ritmo superior.

Com o crescimento de países parceiros e convidados, consolidamos o grupo como um polo aglutinador de economias prósperas e dinâmicas.

A presença neste Fórum do Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Bin Ibrahim, presidente de turno da ASEAN, é um reflexo disso.

Temos muito a aprender com a sinergia permanente entre países em desenvolvimento.

Isso nos permitiu enfrentar juntos os efeitos da crise financeira de 2008 e a pandemia de Covid-19.

Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional.

O BRICS segue como fiador de um futuro promissor.

Durante a presidência brasileira demos um passo importante ao apoiar coletivamente a Convenção da ONU para Cooperação Tributária e a Visão de Reforma do FMI.

O combate às desigualdades fortalece mercados consumidores, impulsiona o comércio e alavanca investimentos.

Possuímos inúmeras complementaridades econômicas.

O intercâmbio comercial do Brasil com o BRICS foi de 210 bilhões de dólares no ano passado, mais que o dobro do fluxo com a União Europeia.

Só em produtos do agronegócio brasileiro, exportamos 71 bilhões de dólares.

Nossos países podem liderar um novo modelo de desenvolvimento pautado em agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia.

Reunimos 33% das terras agricultáveis e respondem por 42% da produção agropecuária global.

Crédito rural, fomento à agricultura de baixo carbono e restauração de terras degradadas potencializam nossa capacidade de produzir alimentos para o mundo.

O BRICS foi essencial para a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Fortalecer o complexo industrial da saúde amplia o acesso a medicamentos e é fundamental para superar doenças socialmente determinadas que afligem os mais vulneráveis.

A revolução tecnológica permeia todos os setores das nossas economias.

Infraestruturas públicas digitais viabilizam inovações e criam oportunidades para “startups” e pequenas e médias empresas.

A inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos.

Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor.

Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral.

A descarbonização de nossas economias é um processo irreversível.

A poucos meses da COP 30, reforçamos nossa responsabilidade com a promoção de uma transição ecológica justa e inclusiva.

O Brasil apresentou as suas NDC, que preveem redução entre 59 e 67% das emissões de gases de efeito estufa.

Nossos países já estão entre os maiores investidores em energia renovável do planeta.

Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas.

Possuímos minerais estratégicos essenciais para a transição energética.

O BRICS concentra 84% das reservas de terras raras, 66% do manganês e 63% do grafite do mundo.

De acordo com a Agência Internacional de Energia, a demanda por minérios críticos deve triplicar até 2040.

Queremos ir além da extração dessas riquezas.

Em parceria com o setor privado, vamos qualificar nossa participação em todas as etapas das cadeias de suprimento.

O Brasil está bem-posicionado para esse salto. Contamos com marcos regulatórios estáveis, mão de obra qualificada e energia limpa para processamento mineral eficiente e sustentável.

Consolidar tantas frentes requer a mobilização de recursos.

Ontem participei da 10ª Reunião Anual de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento.

Desde a criação do Banco, 40 bilhões de dólares foram aprovados em 120 projetos de transportes, saneamento básico e energia limpa.

Ao impulsionar o uso de moedas locais, o NDB também tem contribuído para reduzir custos de transação e facilitar operações financeiras.

Com o objetivo de simplificar o comércio e os investimentos, os bancos centrais do BRICS estão trabalhando para desenvolver meios de pagamento transfronteiriços instantâneos e seguros.

Os bancos nacionais de desenvolvimento também são aliados importantes.

No Brasil, o BNDES, o nosso banco de desenvolvimento, vem batendo recordes. A partir de 2023, foram destinados mais de 50 bilhões de dólares para projetos de transformação produtiva sustentável.

Queridas amigas e queridos amigos,

Agradeço mais uma vez ao Conselho Empresarial pelo papel central que tem exercido na promoção comercial e na melhoria do ambiente de negócios do BRICS.

Parabenizo a Aliança Empresarial de Mulheres pela fundamental atuação em prol do empreendedorismo feminino e da igualdade de gênero.

Ampliar e qualificar a participação de mulheres no mercado de trabalho traz ganhos de produtividade e acelera o crescimento econômico.

Tenho a convicção de que cabe aos governos abrir portas e aos empresários fazer negócios.

O vínculo entre paz e desenvolvimento é evidente.

Não haverá prosperidade em um mundo conflagrado.

O fim das guerras e dos conflitos que se acumulam é uma das responsabilidades de chefes de Estado e de governo.

É patente que o vácuo de liderança agrava as múltiplas crises enfrentadas por nossas sociedades.

Estou certo de que este Fórum e a Cúpula do BRICS que se inicia amanhã aportarão soluções.

Ao invés de barreiras, promovemos integração.

Contra a indiferença, construímos solidariedade.

Por isso, meus amigos e minhas amigas, boa sorte nesse encontro empresarial.

Muito obrigado”.

Do Brasil 247

Emendas parlamentares: bolsonaristas enviam valor milionário a instituto da igreja de Michelle

O Instituto Assistencial Atitude, organização sem fins lucrativos presidida pelo pastor Josué Valandro de Oliveira Junior, da mesma igreja frequentada por Michelle Bolsonaro (PL), recebeu R$ 1,2 milhão em recursos públicos através de emendas parlamentares de dois aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu no processo sobre a tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), e Hélio Lopes (PL-RJ) destinaram as verbas à entidade sediada na Barra da Tijuca.

Fundado em 2016, o instituto afirma em seu site ter atendido quase 400 mil pessoas e distribuído refeições para outras 410 mil, oferecendo serviços como atendimento psicológico, atividades educativas e acolhimento a dependentes químicos. A organização, que tem forte presença nas redes sociais com mais de 700 mil seguidores, é liderada pelo pastor da Igreja Batista Atitude.

Em maio de 2023, Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, destinou R$ 500 mil para programas de esporte, educação e inclusão social da entidade. Já em junho deste ano, Hélio Lopes indicou R$ 700 mil para o programa de creche gratuita do instituto.

Michelle e Ramagem em evento do PL. Foto: reprodução

Outras investigações contra Ramagem 

Em junho, a PF divulgou um relatório detalhado do esquema de monitoramento ilegal da “Abin paralela”, em que bolsonaristas são acusados de desviar as finalidades da entidade para espionar ilegalmente adversários políticos do ex-presidente. O documento, tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, aponta mais de 30 indiciados, incluindo o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e Ramagem.

O relatório descreve como a Abin foi utilizada como instrumento de espionagem política, com o uso do software israelense First Mile para rastrear ilegalmente a localização de celulares de autoridades, jornalistas e adversários políticos.

Entre os alvos do monitoramento estavam ministros do STF como o próprio Moraes e Luís Roberto Barroso, além de parlamentares de diversos partidos e jornalistas críticos ao governo.

Segundo as investigações, o esquema operava sob comando direto de Ramagem, com o objetivo claro de beneficiar politicamente o então presidente Jair Bolsonaro. “Comprova o viés precipuamente político da ação clandestina”, afirma o documento sobre os pedidos de monitoramento que teriam partido da Presidência da República.

Casos sensíveis como as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e a tentativa de homicídio contra Bolsonaro também foram alvo da espionagem irregular.

Diario do Centro do Mundo

Arquivamento de proposta para combater queimadas vira alvo do MP em Rondônia

O arquivamento do PL que previa a liberação de R$ 10 milhões para o pagamento de diárias a fiscais ambientais virou alvo do MP de Rondônia

Com a chegada do chamado “verão amazônico”, entre junho e novembro, cresce o risco de novos incêndios. Em 2024, Rondônia registrou 7.282 focos de queimadas entre janeiro e setembro – o maior número em 14 anos. A situação preocupa por seus efeitos imediatos, inclusive na saúde pública.

O promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente, Habitação, Urbanismo, Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico, Pablo Hernandez Viscardi, coordenador em exercício do Gaema, explicou que “a interrupção das ações coloca em risco obrigações legais e compromissos assumidos pelo Estado de Rondônia, inclusive no âmbito internacional“.

O Ministério Público solicitou da Assembleia  Legisativa de Rondônia a cópia de pareceres e informações técnicas e políticas sobre o arquivamento da proposta orçamentária. O órgão solicitou, ainda, esclarecimentos sobre alternativas para viabilizar o financiamento das ações ambientais.

Do governo do Estado, o MP-RO cobrou explicações sobre quais medidas já foram adotadas, além da possibilidade de reenviar o projeto à Assembleia ou fazer remanejamento orçamentário. O órgão ministerial também pediu a elaboração de um planejamento estratégico emergencial para enfrentar a estiagem, com ações para reduzir os impactos à saúde da população, aos recursos hídricos e à biodiversidade.

O MP-RO oficiou a Sedam, a Assembleia Legislativa, o governo do Estado e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), solicitando informações e providências. À Sedam, foram pedidos dados sobre a execução orçamentária, o impacto da não liberação dos valores e o que pode deixar de ser feito sem esses recursos.

Linha de fogo na TI Sete Setembro. (Observa Rondônia)
Queimadas

Segundo dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, mais de 30,8 milhões de hectares foram queimados no Brasil em 2024, o que representa um aumento de 79% em relação a 2023, ou um crescimento de 13,6 milhões de hectares. Dessa porção queimada, três a cada quatro hectares foram de vegetação nativa (75%), sendo as formações florestais as mais afetadas, com cerca de 25% da área queimada no País.

Em Rondônia, entre os meses de janeiro e setembro de 2024, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 7.282 focos de incêndios no Estado, sendo o maior número nos últimos 14 anos. Ao comparar com o ano de 2023, houve um aumento de 169%. A capital Porto Velho é o município com o maior número de focos de incêndios, correspondente a 32% do total do Estado, com cerca de 2.337 pontos.

O Estado de Rondônia teve um total de 1,4 milhões de hectares queimados em 2024, o que representa um crescimento de 72% em relação ao saldo de 2023, de acordo com dados do Monitor do Fogo.

RevistaCenarium

Estudo identifica 142 empresários do agronegócio envolvidos em tentativa de golpe

Dossiê do De Olho nos Ruralistas, “Agrogolpistas” consolida listas de fazendeiros e sócios de empresas indiciadas por bloqueio de rodovias, acampamentos e o 8 de janeiro; impunes, sojicultores de MT, GO e BA têm contratos com BTG Pactual e Syngenta

Por Alceu Luís Castilho e Bruno Stankevicius Bassi*
De Olho nos Ruralistas

Quem é o “pessoal do agro”? Quais os nomes dos empresários do agronegócio que financiaram a intentona golpista liderada por Jair Bolsonaro?

Essas perguntas pairam desde 21 de novembro de 2024, quando a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado. O relatório publicado naquele dia revelou a existência do plano Punhal Verde e Amarelo: uma trama de homicídio orquestrada por membros da Forças Armadas e do alto escalão do governo. O objetivo? Decretar um regime de exceção e assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Agrogolpistas: relatório inédito consolida 142 nomes de empresários do agronegócio que apoiaram tentativa de golpe

A participação do agronegócio no plano foi detalhada após a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, ele afirma ter recebido cerca de R$ 100 mil em espécie. Com notas entregues em uma sacola de vinho pelo general Walter Braga Netto, que contou a Cid sobre a origem do valor: “O general Braga Netto entregou e comentou que era alguém do agro que tinha dado, mas eu não sei o nome de quem foi que passou pra ele”.

Quem é esse “pessoal do agro” sem rosto, sem nome e impune?

Para responder a essa pergunta, De Olho nos Ruralistas lança nessa quarta-feira (25) o relatório “Agrogolpistas“, que identifica 142 empresários do setor que atuaram no suporte logístico ou financeiro a atos golpistas entre o segundo semestre de 2022 e o fatídico 8 de janeiro de 2023.

Os agrogolpistas não são apenas fazendeiros caricaturais, com chapelão e botas, nos rincões do país. Ao longo de 89 páginas, é possível encontrar o nome de bancos e multinacionais diretamente ligadas aos empresários que financiaram o terror. Eles recebem financiamento de instituições como Santander, Rabobank e John Deere. E possuem contratos de fornecimento e parceiras com gigantes como BTG Pactual e Syngenta — esta última, parte da cadeia de financiamento da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

O dado mais alarmante diz respeito à responsabilização: salvo aqueles (poucos) que foram flagrados nos atos terroristas de 8 de janeiro, nenhum dos nomes respondeu juridicamente pelo fomento ao golpe de Estado.

Observatório analisou 1.452 nomes para traçar relação com agronegócio

Durante quatro meses, o núcleo de pesquisas do observatório percorreu listas de pessoas físicas e jurídicas investigadas por contratar a infraestrutura dos acampamentos golpistas — geradores, tendas, banheiros químicos, alimentos — e por viabilizar o trancamento de rodovias de norte a sul do país.

De chapéu e botina, Braga Netto se aproximou de ruralistas de Mato Grosso durante campanha. Foto: Reprodução

A base de dados de financiadores de atos antidemocráticos — 551 nomes, ao todo — foi complementada pela relação dos 898 réus responsabilizados criminalmente em inquéritos do STF relativos ao 8 de janeiro e pela lista de indiciados da Operação Lesa Pátria, da PF. Por último, incluímos na análise os nomes de três fazendeiros paraenses investigados por fornecer apoio aos terroristas George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, responsáveis pela tentativa de atentado à bomba no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022.

A partir desses dados, nossa equipe procurou identificar relações diretas com o agronegócio: propriedade de imóveis rurais registradas no cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ou no Cadastro Ambiental Rural (CAR); sociedade em empresas agropecuárias registradas na Receita Federal; e o registro de beneficiários do seguro rural pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No caso das empresas privadas indiciadas, a pesquisa foi estendida para seus sócios.

Ao todo, constatamos que 142 fazendeiros e empresários do agronegócio foram implicados por sua participação em atos antidemocráticos.

Eles correspondem a 10% de todos os nomes analisados ao longo da pesquisa. Esses dados podem — e provavelmente estão — subestimados, uma vez que são comuns os casos de pessoas físicas com homônimos e, devido à Lei Geral de Proteção de Dados, tanto as bases fundiárias do Incra quanto as da Receita Federal deixaram de exibir o número do CPF.

Só foram listados neste relatório os casos em que houve confirmação absoluta de relação com o agronegócio.

“Arco da Soja” concentra 71% dos Agrogolpistas

Dos 142 fazendeiros e sócios de empresas identificados no levantamento, 74 estão baseados em Mato Grosso, 17 em Goiás e 13 na Bahia. Os três estados respondem por 71% dos nomes consolidados pelo observatório. A relação com o agronegócio é escancarada: juntos, eles compõem o principal corredor produtivo da soja no país, responsável por 47% da safra nacional.

Argino Bedin lidera clã que mais contribuiu com envio de caminhões ao QG do Exército, em Brasília. Foto: Alan Santos/PR

Foi justamente desse eixo de onde saiu a maior parte dos caminhões identificados pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) entre os veículos estacionados em frente ao Quartel General (QG) do Exército em Brasília: 56 dos 234 caminhões enviados ao acampamento golpista tinham origem em Sorriso (MT), o maior polo produtor de soja do mundo.

Desse total, 28 pertencem a duas famílias que se interligam. Com dez nomes na lista, o clã Bedin enviou quinze caminhões para a capital federal. Unidos aos Bedin pelos negócios e pelo casamento, os Lermen enviaram treze veículos para o QG golpista.

O grupo é liderado pelo pioneiro Argino Bedin, o “pai da soja” de Sorriso. O mesmo empresário que se calou diante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, no Senado. Quando retornou a Sorriso, quatro dias após seu depoimento, Argino foi ovacionado em um evento de gala organizado por políticos e expoentes do agronegócio mato-grossense.

O caminho que liga o Arco da Soja às movimentações golpistas passa ainda pelas organizações de representação do agronegócio: seis empresários investigados em processos relativos ao 8 de janeiro e aos acampamentos golpistas são dirigentes da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), uma das organizações fundadoras do Instituto Pensar Agro (IPA), o braço logístico da bancada ruralista no Congresso.

Entre eles, Christiano da Silva Bortolotto, ex-presidente da Aprosoja de Mato Grosso do Sul e do Sindicato Rural de Amambai (MS), onde protagoniza um conflito histórico contra o povo Guarani-Kaiowá do Tekohá Kurusu Ambá.

Confira abaixo o mapa com a origem dos agrogolpistas:

Temas do relatório serão explorados em série de reportagens

Nenhum dos fazendeiros suspeitos de financiar os atos golpistas foi preso ou condenado por esse motivo. Os indiciados em comissões parlamentares de inquérito — tanto do Senado quanto da Câmara Legislativa do Distrito Federal — não integram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que definiu os seis núcleos golpistas no julgamento no STF. Também não foram processados os empresários listados na relação de donos dos caminhões flagrados no QG do Exército, divulgada pela SSP-DF.

Mesmo com a declaração de Mauro Cid que apontou o “pessoal do agro” como responsável por financiar o plano Punhal Verde e Amarelo. Mesmo que mensagens interceptadas pela Polícia Federal comprovem que os organizadores do acampamento instavam Jair Bolsonaro a sair das quatro linhas da Constituição.

A impunidade é um dos fatores centrais trazidos pelo relatório “Agrogolpistas”. O empresariado que financiou a empreitada bolsonarista saiu até agora ileso e de imagem lavada. Aos poucos, vai ficando invisível. Como se apenas tramas verde-oliva tivessem sido os fatores decisivos para a violência institucional.

As digitais do agronegócio na engrenagem do golpe podiam ser observadas desde 2022. De Olho nos Ruralistas revelou a ponta do iceberg em um dossiê intitulado “As Origens Agrárias do Terror” — publicado apenas quatro meses após os atos terroristas de 8 de janeiro de 2023. Na época, o levantamento identificou as conexões agrárias de 44 empresários e políticos que atuaram na organização do quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e nos bloqueios a rodovias em cinco estados.

Passados dois anos, pouco se avançou no sentido de responsabilizar os financiadores do golpismo no Brasil.

Ao longo das próximas semanas, De Olho nos Ruralistas publicará uma série de reportagens baseadas no relatório, aprofundando temas centrais e jogando luz sobre alguns dos 142 nomes presentes na lista. A série será acompanhada por reportagens em vídeo, em nosso canal do YouTube. Clique aqui para se inscrever.

* Alceu Luís Castilho é diretor de redação do De Olho nos Ruralistas. Bruno Stankevicius Bassi é coordenador de pesquisa do observatório.

Marcos Rogério: o senador lambe as botas de Bolsonaro e pisa no povo de Rondônia

Por Édson Silveira*
Lá estava ele, como sempre: no lugar errado, ao lado das pessoas erradas, defendendo os interesses errados. O senador Marcos Rogério (PL-RO) decidiu gastar seu precioso tempo de mandato — que deveria ser dedicado aos problemas reais de Rondônia — desfilando na Avenida Paulista num ato em defesa de Jair Bolsonaro, figura que coleciona investigações, escândalos e uma ficha corrida mais longa que a BR-364.
Enquanto o povo de Rondônia amarga uma das contas de luz mais caras do país, adivinhem o que o nobre senador fez? Votou contra o veto do presidente Lula que impediria o aumento ainda maior da tarifa. Isso mesmo: Marcos Rogério decidiu que os rondoniense devem pagar ainda mais caro para manter o lucro bilionário das distribuidoras de energia. Para ele, os interesses das grandes empresas e dos barões do setor elétrico valem mais do que a conta no fim do mês do trabalhador, da dona de casa, do agricultor, do pequeno comerciante.
Dá até para imaginar: enquanto o cidadão rondoniense sua para pagar a conta, o senador viaja a São Paulo para bajular um ex-presidente que responde a dezenas de processos. E tudo isso em nome da “liberdade”… liberdade para os ricos ganharem mais, liberdade para o povo sofrer calado.
Marcos Rogério não honra o voto do rondoniense. Não tem compromisso com nosso estado. Vota em Brasília como se fosse senador dos milionários. Apoia pautas que só favorecem os de cima e vira as costas para quem o elegeu. Na prática, age como um estafeta do bolsonarismo: fanático, cego e completamente desconectado da realidade de quem vive em Rondônia.
A pergunta que não quer calar: até quando vamos aceitar esse tipo de “representação”? O povo de Rondônia merece mais. Merece um senador que defenda nossa gente, nossas necessidades, nosso direito à dignidade.
Marcos Rogério não merece ser eleito a absolutamente NADA em 2026. Nem para síndico de prédio. Rondônia precisa virar essa página.
Édson Silveira
Advogado, professor, administrador e vice-presidente estadual do PT/RO

Escárnio: deputados de Rondônia votam para não enviar verbas para fiscalizar e combater o desmatamento

Definitivamente, Rondônia está fadada à desertificação muito em breve. Além de revogar a criação de reservas ambientais, a Assembleia Legislativa de Rondônia acaba de arquivar projeto que concedia 10 milhões de reais para a Sedam, que seriam utilizados para combater o desmatamento e pagar diárias de fiscais. Publicado na página da ALE-RO na Internet, essa decisão vai contra normas internacionais para exportações, que proíbe a compra de produtos como soja e carne bovina oriunda de áreas desmatadas. A informação partiu da própria entidade, em release publicado na página da ALE-RO na Internet. Leia abaixo na íntegra:

A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) rejeitou nesta quinta-feira (26), durante sessão extraordinária itinerante realizada no município de Machadinho D’Oeste, o Projeto de Lei 803/2025 de autoria do governo do estado que destinava por meio de crédito adicional, R$ 10 milhões à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sedam), para fiscalização ambiental contra o desmatamento e pagamento de diárias dos fiscais da Sedam, no ano de 2025.

O projeto tramitou nas comissões pertinentes e estava com parecer favorável para a aprovação em Plenário, mas durante as discussões o parecer foi rejeitado pela maioria dos deputados, seguindo diretamente para arquivo. Os únicos deputados que votaram a favor do relatório para que o projeto fosse à votação em Plenário foram os deputados Eyder Brasil (PL) e Cláudia de Jesus (PT).

De acordo com o presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano (Republicanos), o projeto polêmico foi enviado pelo governo do estado há alguns meses e estava pronto para a votação e a Assembleia, que não poderia evitar pautar o assunto, especialmente neste momento difícil que o estado de Rondônia vive em termos ambientais. Os produtores rurais vivem insegurança jurídica em função do cerco promovido pelos órgãos ambientais, com a criação de onze reservas ambientais e os embargos de propriedades, que se não forem revertidos, inviabilizarão a atividade da produção rural em Rondônia.

“Este projeto foi enviado pelo governo do estado para liberação de recursos para a Sedam, a fim de fiscalizar o desmatamento em Rondônia e para a concessão de diárias para que os servidores da Sedam possam ir à campo para garantir esta fiscalização. Não vejo o momento em que vivemos em Rondônia como o ideal para a liberação desses recursos para mais fiscalização do nosso produtor rural que já sofre tanto com as investidas com os organismos ambientais. Nossos produtores rurais, de norte a sul do nosso estado, não aguentam mais tanta ação contra a produção. É uma pressão ambiental tão grande, que se continuar assim vai inviabilizar a produção rural em Rondônia. O meu voto é contrário ao prosseguimento do projeto, especialmente neste momento em que os produtores clamam pela segurança jurídica e pela liberdade de trabalhar em paz. Já temos as onze reservas criadas no governo anterior que atingiram propriedades rurais tradicionais, terras já antropizadas, famílias que estão há mais de dez, vinte anos produzindo na terra, que já têm uma vida em cima da propriedade e que o governo decidiu, do dia para a noite transformar em área de preservação, onde temos uma CPI finalizada com relatório pela revogação dos decretos; temos a questão dos embargos do governo federal que também querem tirar nossos produtores das suas terras, temos as ações do Ibama, do ICMbio são medidas fortes contra o produtor de Rondônia e não podemos permitir que a Sedam amplie a fiscalização enquanto nossos produtores rurais não tiverem uma definição sobre o seu direito de propriedade garantido”, disse o presidente Alex Redano, encaminhando o relatório para votação de forma nominal, onde cada deputado manifesta publicamente o seu voto.

Apesar de ter seu relatório rejeitado e ter sido enviado diretamente para arquivo, de acordo com o regimento interno da Assembleia, o projeto pode voltar à pauta se tiver a assinatura de treze parlamentares (maioria simples) para o seu desarquivamento.

Texto: Jocenir Sérgio Santanna I Jornalista
Foto: Thyago Lorentz I Secom ALE/RO

Marcos Rogério supera Alcolumbre e é o senador que mais gastou emenda Pix

Na sequência, aparece o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com R$ 34,798 milhões, praticamente empatado com os líderes.

As emendas Pix são tecnicamente chamadas de “transferências especiais” e se caracterizam pela ausência de exigência de projeto prévio. Na prática, isso significa que o parlamentar destina o recurso para uma cidade e cabe ao município decidir como irá aplicá-lo, com liberdade para distribuir entre diferentes áreas.

Em 2024, esse tipo de emenda movimentou R$ 8,2 bilhões, valor que se soma aos mais de R$ 13 bilhões registrados desde a criação do mecanismo em 2020. O crescimento acelerado tem levantado questionamentos sobre o uso político da verba.

Segundo a Transparência Brasil, apenas 0,9% das emendas Pix de 2024 continham informações completas sobre a destinação e o uso dos recursos. Isso indica que, na prática, mais de 99% dos repasses foram feitos sem que a população tenha acesso ao objetivo final da aplicação.

Ainda de acordo com a organização, 78% dos parlamentares que usaram essa modalidade no ano passado não indicaram com clareza o destino dos valores. Além disso, há um padrão de concentração dos recursos em cidades de baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), o que aumenta o risco de uso eleitoral.

Outros senadores também aparecem entre os maiores usuários da ferramenta. Estão na lista nomes como Eliziane Gama (PSD-MA), Otto Alencar (PSD-BA), Carlos Fávaro (PSD-MT), Nelsinho Trad (PSD-MS), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Omar Aziz (PSD-AM), todos com valores entre R$ 30 milhões e R$ 34 milhões.

1- Marcos Rogério (PL‑RO) – R$ 34,8 mi
2- Jussara Lima (PSD‑PI) – R$ 34,8 mi
3- Jayme Campos (União Brasil‑MT) – R$ 34,8 mi
4- Davi Alcolumbre (União Brasil‑AP) – R$ 34,798 mi
5- Eliziane Gama (PSD‑MA) – R$ 34,3 mi
6- Otto Alencar (PSD‑BA) – R$ 34,1 mi
7- Carlos Fávaro (PSD‑MT) – R$ 33,3 mi
8- Nelsinho Trad (PSD‑MS) – R$ 31 mi
9- Rodrigo Pacheco (PSD‑MG) – R$ 30 mi
10- Omar Aziz (PSD‑AM) – R$ 30 mi

A predominância de parlamentares do PSD entre os maiores beneficiários indica uma articulação interna que favoreceu a legenda de Gilberto Kassab e Omar Aziz no uso dessas transferências.

Ainda assim, o PSD não lidera o gasto de emendas no Senado. No ranking, o partido de Kassab fica atrás do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Veja: 

PL: R$ 1,4 bi em emendas Pix (32% das emendas)
PSD: 38% das emendas convertidas em Pix
União Brasil: 37% convertidos em Pix
MDB: 40% das emendas em Pix
Avante: 47% das emendas em Pix

Fonte: DCM

“Por que Flávio Bolsonaro ainda está solto?”, questiona Celso Rocha de Barros

Sociólogo lembrou que o senador confessou ter um plano plano de golpe para 2027, ameaçando a a democracia: “Se fosse de esquerda, já estaria preso”

Em artigo publicado na Folha de S. Paulo deste domingo (22), o  doutor em sociologia pela Universidade de Oxford (Inglaterra) e colunista Celso Rocha de Barros questiona, com ironia e indignação, o silêncio institucional após a entrevista em que Flávio Bolsonaro (PL), senador e filho de Jair Bolsonaro, admite que um novo golpe de Estado está sendo preparado para 2027 — e que o apoio da família a um candidato em 2026 depende do compromisso com essa ruptura.

Para Rocha de Barros, a fala de Flávio é reveladora e gravíssima: mostra que a extrema-direita brasileira continua a operar com a expectativa de impunidade total, mesmo após a tentativa frustrada de golpe em 2023. “Se a família Bolsonaro fosse de esquerda, a entrevista teria sido o centro da agenda política nacional”, escreve o colunista, que afirma ainda que, num cenário inverso, haveria CPI, prisão em flagrante e reação das Forças Armadas.

O artigo também critica a complacência de presidenciáveis como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, que sequer se pronunciaram diante do plano autoritário revelado. “Ninguém é moderno ou moderado quando promete libertar quem tentou matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes”, afirma o autor, num alerta direto ao mercado financeiro e à mídia que tem se movimentado em apoio a candidatura de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

“Tarcísio, Caiado, Zema e Ratinho Júnior não conseguiriam abrir a boca sem que alguém lhe perguntasse se, afinal, eles vão prometer o golpe que Jair quer”, destacou.

O texto termina com um recado direto a quem, em 2026, pretende chamar de “centro” ou “razoável” qualquer político apoiado por Jair Bolsonaro afirmando que se esse apoio vier, é porque o candidato já se comprometeu com um novo atentado à democracia.

“Flávio nos contou que na agenda da família Bolsonaro o próximo golpe já está marcado para 2027. Se você vai ganhar a vida ano que vem argumentando que um aliado deles é moderado, essa é uma boa hora para pedir aumento”, finalizou.

Do Brasil 247 

Intercept Brasil: Flávio Bolsonaro atualiza ameaça golpista do ‘cabo e soldado’

Neofascismo e golpismo parecem cada vez mais naturalizados no país quando um senador fala que o candidato apoiado pelo bolsonarismo terá de passar por cima do STF e livrar golpistas da cadeia.

Às vésperas do primeiro turno das eleições de 2018, Eduardo Bolsonaro declarou que bastaria mandar “um cabo e um soldado” caso seu pai, Jair, fosse impedido de assumir a presidência por alguma decisão do Supremo Tribunal Federal, o STF.

Para que não houvesse dúvidas sobre sua intenção golpista, acrescentou: “O que é o STF? Tira o poder da caneta da mão de um ministro do STF, o que ele é na rua? Se você prender um ministro do STF, você acha que vai ter manifestação popular a favor dos ministros do STF? Milhões na rua?”.

Antes de tomar posse, o bolsonarismo já tinha apresentado suas credenciais golpistas. O afrontamento ao Supremo nunca precisou de motivo. Sempre foi uma prática permanente. À época dessa declaração, houve grande indignação na imprensa. O caráter golpista da fala foi explícito demais para que fosse diferente.

Nesta semana, o senador Flávio Bolsonaro, do PL do Rio de Janeiro, fez exatamente o que o seu irmão Eduardo fez há sete anos: ameaçou fechar o STF com a força do Exército caso um bolsonarista vença a próxima eleição.

A ameaça à democracia foi feita de forma clara e direta em entrevista para a Folha de S.Paulo. Desta vez, porém, o assunto passeou de maneira lateral no noticiário. O golpismo e o neofascismo parecem cada vez mais naturalizados pela imprensa profissional, que parece intimidada pela popularidade do bolsonarismo. Tratarei desse tema mais à frente.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, é beijado por seu filho Flávio, senador pelo PL do RJ, durante ação de campanha para a eleição de 2024 realizada em 18 de julho, no Rio de Janeiro. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)
O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, é beijado por seu filho Flávio, senador pelo PL do RJ, durante ação de campanha para a eleição de 2024 (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)

Voltemos à entrevista: Flávio, que é considerado por muitos o filho mais moderado e pragmático de Bolsonaro, se sentiu bastante à vontade para fazer a pregação golpista. Sem medir as palavras, o senador deixou claro que existe uma articulação nos bastidores para que o candidato presidencial do campo bolsonarista esteja comprometido com a anistia ou com o indulto para os golpistas.

“Bolsonaro apoia alguém, esse candidato se elege, dá um indulto ou faz a composição com o Congresso para aprovar a anistia, em três meses isso está concretizado, aí vem o Supremo e fala: é inconstitucional, volta todo mundo para a cadeia. Isso não dá. Certamente o candidato que o presidente Bolsonaro vai apoiar deverá ter esse compromisso”, declarou o senador.

Trocando em miúdos: só receberá o aval da família Bolsonaro o candidato que estiver disposto a salvar a pele da bandidagem golpista, mesmo que para isso tenha que pôr um fim na democracia.

Incrédula, uma das jornalistas pergunta se o apoio do ex-presidente estará condicionado a esse compromisso do candidato. Flávio não só confirma como dá detalhes do plano golpista: “Muito além disso. Por isso que eu estou falando que a anistia é o remédio. Porque, vamos supor, aconteceu essa maluquice de condenar Bolsonaro. Ele está inelegível, vai ter que apoiar alguém. Não só vai querer apoiar alguém que banque a anistia ou o indulto, mas que seja cumprido. Porque a gente tem que fazer uma análise de cenário também de que, na hipótese de o presidente dar um indulto para Bolsonaro, o PT vai entrar com um habeas corpus no STF. [Vão declarar que] é inconstitucional esse indulto. Então vai ter que ser alguém na Presidência que tenha o comprometimento, não sei de que forma, de que isso seja cumprido”.

Perceba que, ao final da resposta, Flávio dá uma titubeada e diz não saber como o futuro presidente bolsonarista fará quando o STF decidir que o indulto é  inconstitucional. A jornalista pede para o senador explicar e é aí que ele decide desfilar todo seu golpismo sem o menor pudor: “É uma hipótese muito ruim, porque a gente está falando de possibilidade e de uso da força. A gente está falando da possibilidade de interferência direta entre os poderes. Tudo que ninguém quer. E eu não estou falando aqui, pelo amor de Deus, no tom de ameaça, estou fazendo uma análise de cenário. É algo real que pode acontecer”.

Flávio não poderia ser mais claro na sua ameaça à democracia. Não há margem para qualquer outra interpretação. Em determinado momento da entrevista, ele até tenta disfarçar ao chamar a pregação golpista de “análise de cenário”, mas a maneira como a projeção dos acontecimentos é detalhada não deixa dúvida: o bolsonarismo só apoiará o candidato que estiver plenamente comprometido com em dar um golpe de estado para salvar os golpistas da cadeia.

O senador declarou, com todas as letras, que um presidente bolsonarista deverá atropelar a decisão do STF com o “uso da força” e admitiu que isso será uma “interferência direta entre os poderes”. Resumindo: irá mandar o Exército interditar os trabalhos do Supremo. Trata-se da versão atualizada do “é só mandar um cabo e um soldado” — a ameaça golpista feita pelo seu irmão Eduardo em 2018.

Ainda se tem muitas dúvidas sobre quem será o candidato bolsonarista, mas agora, graças a Flávio, temos a certeza de que será alguém que entrará para o próximo pleito comprometido em rasgar a Constituição, passar por cima do Judiciário e livrar os bandidos de estimação do bolsonarismo da cadeia.

A confissão escancaradamente golpista do filho de Bolsonaro era para ser tratada como um escândalo de grandes proporções pela imprensa brasileira. Está mais do que claro que há uma conspiração em curso, mas pouco ou quase nada se fala sobre isso.

Fomos avisados de antemão que o candidato do bolsonarismo estará comprometido com o “uso da força” contra os outros poderes. E parece que o jornalismo brasileiro está menos incomodado com isso do que deveria. A repercussão foi mínima.

Grandes jornais até se posicionaram contra a declaração do senador, mas quase sempre de forma meio velada, com meias palavras e uma preocupação muito aquém da necessária. Quase ninguém chamou a ameaça golpista pelo nome. O editorial do Estadão foi uma surpreendente exceção. Intitulado “O golpismo corre nas veias” — o que soa irônico vindo de uma empresa que chamava os golpistas de 1964 de “democratas salvadores da nação” — o jornal tratou o assunto como deveria e repudiou a ameaça golpista.

Nas chamadas para a entrevista nas redes sociais, a Folha optou por não usar a palavra “golpe”. Preferiu chamar os leitores dessa forma singela:  “Candidato tem que brigar por indulto, diz Flávio Bolsonaro”. Na manchete que encabeça a entrevista, a Folha melhorou um pouco, mas ainda assim evitou o uso da palavra “golpe” e seus derivados: “Flávio diz que candidato de Bolsonaro terá de garantir que STF não derrube indulto, mesmo à força”.

editorial do O Globo cumpriu o que se esperava dele: condenou as falas do senador, mas evitou a fadiga e também suavizou as palavras. Eis o título e o subtítulo do editorial: “Afirmações de Flávio Bolsonaro sobre ‘uso da força’ vão além do aceitável — Impor perdão por crimes a candidato aliado já é disparate. Insinuar afronta ao STF é uma temeridade”.

A empresa trata a bomba relógio golpista armada pelo bolsonarismo para 2027 como algo “além do aceitável”, um “disparate” ou uma mera “temeridade”. Qual é a dificuldade em chamar pelo nome uma ameaça golpista, feita por gente com histórico golpista? “Temeridade”, meus caros donos do O Globo, é sair na rua no inverno sem camisa. Quando “um cabo e um soldado” aparecerem para fechar a redação, vocês certamente não chamarão isso de “disparate”, não é mesmo?

A defesa da democracia é a função primordial do jornalismo. Trata-se de uma questão de sobrevivência. Não há jornalismo sem democracia e vice e versa. A ameaça explícita de Flávio Bolsonaro não ter virado o principal assunto da grande imprensa brasileira nesta semana revela o grau de comprometimento do jornalismo mainstream com a defesa da democracia.

Durante o governo Bolsonaro, quando o bolsonarismo nomeou a imprensa como inimiga número 1, assistimos à uma imprensa combativa em defesa dos valores democráticos. Mas parece que essa combatividade arrefeceu nos últimos anos, e o golpismo bolsonarista tem sido tratado como um quadro antigo na parede. O fato é que o bolsonarismo segue vivo, atuante, golpista como nunca e apoiado por uma parcela numerosa da população.

Parece que todos estão anestesiados pela campanha golpista que o bolsonarismo liderou nos últimos anos. O golpismo e o neofascismo bolsonarista foram naturalizados no noticiário. E é nesse ambiente que um senador da República se sente à vontade para, mais uma vez, enfiar a faca no pescoço da democracia.

Fonte Intercept

VÍDEO: Erika Hilton explica como deputados bolsonaristas votaram para aumentar sua conta de luz

Publicação viraliza e já alcança mais de 8 milhões de pessoas; deputados votaram contra Lula e a favor do aumento da inflação

Em um vídeo publicado nas redes sociais que já alcançou mais de 8 milhões de pessoas, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) explica como a extrema direita e o Centrão votaram para aumentar a conta de luz dos brasileiros nesta semana.

A publicação, feita nesta quinta-feira (19), soma mais de 7 milhões de visualizações no Instagram e outras 700 mil no Twitter, alcançando milhões de brasileiros.

Na terça-feira (17), deputados e senadores votaram pela derrubada dos vetos do presidente Lula ao projeto de lei de geração de energia eólica gerada em alto-mar.

Os jabutis colocados pelos parlamentares à proposição foram barrados pelo presidente, mas uma articulação do centrão com grupos bolsonaristas reimpôs as condições, que devem impactar os custos do sistema elétrico nacional e a inflação.

“Na terça-feira, o centrão e a extrema-direita colocaram as garrinhas pra fora e decidiram que, pelos próximos 25 anos, os brasileiros vão pagar R$ 200 BILHÕES a mais na energia”, afirma Hilton.

“O custo dessa patifaria vai direto pra sua conta de luz. Vai direto pro seu bolso. E vai direto pro cálculo da inflação pra, lá na frente, quem aprovou esse absurdo colocar a culpa no Lula, que tinha tentado justamente vetar mais essa nojeira vinda do Congresso. Como desgraça pouca é bobagem, eles ainda aumentaram, no mesmo dia, o fundão partidário pra 1 BILHÃO E TREZENTOS MILHÕES DE REAIS, que o Lula também tentou vetar”, completou a deputada.

Veja o vídeo:

Veja o vídeo:

Revista Forum.com

Copom decide nesta quarta se pausa ciclo de altas na Taxa Selic, 3ª no ranking de maiores juros reais do mundo

Agência Brasil – Com a inflação desacelerando, mas alguns preços, como a energia, pressionados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (18) se pausa o ciclo de alta na Taxa Selic, juros básicos da economia.

Atualmente em 14,75% ao ano, a Selic está no maior nível desde agosto de 2006. Desde setembro do ano passado, a taxa foi elevada seis vezes seguidas.

Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve ser mantida em 14,75% ao ano até o fim de 2025, iniciando uma redução em 2026.

No entanto, parte do mercado aposta numa elevação para 15% ao ano. O comunicado da última reunião, em maio, o Copom destacou que mais indicadores mostram desaceleração da economia, o que mostra o início dos efeitos do ciclo de alta dos juros. O texto não informou o que aconteceria depois da reunião de maio. Apenas afirmou que é necessário esperar que “os canais de transmissão da política monetária estejam desobstruídos” para garantir que o aumento dos juros provoque efeito sobre a economia real.

Nesta quarta-feira, ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto, três de 1 ponto percentual e uma de 0,5 ponto.

Inflação

A queda da inflação aumentou as chances de interrupção no ciclo de altas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,26% em maio e para 5,32% em 12 meses.

Segundo o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa de inflação para 2025 caiu para 5,25%, contra 5,5% há quatro semanas. Isso representa inflação acima do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Meta contínua

Pelo novo sistema de meta contínua em vigor desde janeiro, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.

No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em maio de 2025, a inflação desde junho de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em junho, o procedimento se repete, com apuração a partir de julho de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2025 em 5,1% , mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no fim de junho.

Do Brasil 247 

Amor peludo

Para Nenê
Fatima Ferreira (mamãe)

Deixar ir a quem se ama
Para nunca mais voltar
Causa uma dor tamanha
Que não há como explicar

Não importa quem seja
Se é gente ou animal
Pois a dor que se sente
Posso dizer é igual

Mesmo que a gente creia
Que eles um dia voltarão
É difícil essa certeza
Pois nos deixam em solidão

Hoje para o infinito
Deixamos ela partir
Nenê em forma de pelo
Como estrela vai reluzir

O amor que a gente tem
Pelos bichanos peludos
É amor que não se mede
E toca a gente bem fundo

O amor que a gente sente
Parece que não termina
Mesmo quando vão embora
Sua presença é infinda

Dia da Criança

Vinício Carrilho Martinez – Doutor em Ciências Sociais
Tainá Reis – Doutora em Sociologia

Hoje não é Dia da Criança.
Ou melhor, todo dia é dia da criança – e é nosso dever denunciar, lutar e
combater o trabalho infantil. Afinal, lugar de criança é na escola! Simples, direto e correto, como dois
com dois são quatro.

No entanto, o que justifica a exploração do trabalho infantil? Nada
poderia justificar um fato tão desumanizante como esse. E o que explica? Uma
porção de situações e relações, a começar pelo modo de produção e
exploração capitalista. No mundo, conforme o Relatório da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) 1 , 160 milhões de crianças e adolescentes (05 a 17 anos) foram
submetidas ao trabalho infantil em 2020, das quais 10 milhões são vítimas de
escravidão contemporânea.

No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD
Contínua) de 2023 traz os dados nacionais sobre o trabalho de crianças e
adolescentes (05 a 17 anos): 1,607 milhão estão em situação de trabalho
infantil, o que representa 4,2% da população com a mesma idade. Apesar de
ter havido uma redução no número de casos em relação a 2022, e de os dados
de 2023 serem os menores da série histórica (iniciada em 2016), a situação
ainda é desoladora: 586 mil crianças e adolescentes se encontravam em
atividades de alto risco (Lista TIP) 2 .

Porém, além da hegemonia do capital no estágio atual, há outros
descabimentos que podemos/devemos considerar, como a permanência da
extrema miséria humana e o reincidente Pensamento Escravista 3 que teima em colonizar o Brasil, por exemplo. Esse pensamento não é um resquício de um passado mal resolvido, mas sinal de um passado permanente e inerente às  dinâmicas sociais brasileiras.

A humanidade fracassou, “pessoas normais“, que até conhecemos,
normalizam o trabalho infantil: “no meu tempo criança trabalhava“. Em
complemento, o neoliberalismo e o neocolonialismo (neoescravismo) fazem
sua parte para destruir o restante da humanidade que ainda possa resistir.
Essa “normalização da desumanização” conta com governos, é claro; no
entanto, é algo muito pior: está incrustrado, é parte ativa da cultura de “pessoas
dóceis“, que alertam sobre o “bem que a exploração do trabalho faz à criança“.

Todavia, se esquecem que criança tem que ter escola, alimentação adequada,
segurança, felicidade e brincar. Esses são direitos garantidos pelo artigo 227
da Constituição Federal, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e, mais
recentemente, pelo Marco Legal da Primeira Infância (Lei 13257/2016) 4 . Mas,
assim como tantos outros direitos, encontram-se desrespeitados.

Não é difícil perceber, com uma inteligência social mediana (não sendo-
se atacado pela sociopatia), que, ao contrário do que dizia Auschwitz, um dos
piores campos de concentração nazista, o trabalho não liberta. O Brasil é um
fator à parte, porque nos persegue firme e forte o Pensamento Escravista.
Quando falamos de trabalho infantil, falamos de crianças com raça, com classe
social e gênero: 65,2% das crianças e adolescentes que trabalham são pretos
e pardos, 11,6% não frequentam a escola 5 . Os filhos e filhas da classe média e
da elite não trabalham.

A classificação racial da população se mantém como padrão de poder e
racionalidade – o “corte social” que mantém a desigualdade como fator de
dominação. Por sua vez, o pensamento escravagista está tanto nas
subjetividades (racismo) quanto objetivamente aparece na exploração do
trabalho (inclusive, infantil). A estrutura patriarcal também compõe esse
quadro. Pois, do total de crianças e adolescentes em situação de trabalho em
2023, 63,8% são meninos, enquanto 36,2% são meninas. E, enquanto os
meninos ganhavam um pagamento, em média, de R$815, as meninas
recebiam R$695.

Portanto, é óbvio ululante que a exploração do trabalho infantil não irá
libertar nenhuma criança do estágio de abandono e de miséria no qual já viva.
E mais triste é ter que avaliar e repetir isso reiteradamente. O que libertará
nossas crianças disso tudo, da miséria, dos abusos, maus-tratos, da
exploração em fase de escravismo infantil, é uma profunda transformação
social e cultural: até chegarmos numa fase em que o Pensamento Escravista,
ao menos, já não seja predominante.

Enfim, temos consciência de que a consciência social necessária para a
solução desses fatores não é simples? Temos a “ciência” de que muitas
camadas superficiais de nossa alegada “consciência” precisam ser removidas?
Enquanto isto não se modificar, em nós “cidadãos e cidadãs de bens”,
na feitura das relações sociais de produção capitalista, nada será efetivo no
sentido de soluções reais, duradouras, estruturantes.

1 Child labour: global estimates 2020, trends and the road forward (Trabalho Infantil: estimativas
globais de 2020, tendências e o caminho a seguir).
2 A Lista TIP é uma classificação adotada por vários países para definir as atividades que
oferecem mais riscos à saúde, ao desenvolvimento e à moral das crianças e dos adolescentes.
No Brasil, a lista proposta pela OIT foi regulamentada pela Lei nº 6481/2008. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6481.htm

3 Pensamento Escravista: associação de racismo com exploração do trabalho em condições
análogas (semelhantes) à escravidão.
4 “Art. 4º As políticas públicas voltadas ao atendimento dos direitos da criança na primeira
infância serão elaboradas e executadas de forma a:
I – atender ao interesse superior da criança e à sua condição de sujeito de direitos e de cidadã”.
Destacamos que aqui a cidadania da criança é colocada como elemento central na legislação.
Mas, em um país de subcidadãos, em que a construção social histórica foi de exclusão, que
lugar cabe às crianças?
5 Disponível em: https://livredetrabalhoinfantil.org.br/trabalho-infantil/estatisticas/.

China alerta: ataque de Israel ao Irã pode ter “consequências catastróficas”

Em conversa telefônica com o chanceler iraniano Seyed Abbas Araghchi, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, qualificou o recente ataque israelense ao Irã como um “precedente perigoso” capaz de “ter consequências catastróficas”. A troca de impressões, realizada neste sábado, reforçou a preocupação de Pequim com o risco de escalada do conflito na região.

Araghchi alertou que as ações militares israelenses “são altamente perigosas e podem arrastar toda a região para uma guerra total” e pediu que a comunidade internacional exija a “interrupção imediata dos ataques”. Em resposta, Wang Yi afirmou que a China “condena veementemente a violação da soberania, da segurança e da integridade territorial do Irã por parte de Israel” e repudiou o “ataque brutal contra autoridades iranianas, que resultou em vítimas civis”.

Irã após ataque de Israel
Registro feito no Irã na quinta-feira (12) – Reprodução/X

O chefe da diplomacia chinesa reafirmou ainda o apoio de seu país ao Irã “na defesa de sua soberania, de seus direitos legítimos e da segurança de seu povo”, destacando que os bombardeios israelenses configuram uma violação dos princípios da Carta da ONU e das normas das relações internacionais. “O ataque às instalações nucleares do Irã estabelece um precedente perigoso, com potencial para consequências catastróficas”, reforçou Wang.

Wang Yi classificou o cenário atual como “um momento crítico e urgente” e conclamou as nações com influência sobre Israel a fazerem “esforços concretos para restaurar a paz”, ao mesmo tempo em que se disse pronto a manter o diálogo com o Irã e demais atores envolvidos para reduzir as crescentes tensões.

Diario do Centro do Mundo

Nenê- A hora de ir

Está chegando a hora de ir…
– diz assim a canção
– é conhecida, mas sempre arrebenta esse meu coração

Na partida
– há a perda
– perdemos, porque não queremos que se vá

Mas, esquecemos
– do que ganhamos, no tempo dividido

Perdemos uma amizade
Perdemos uma paixão
Perdemos uma vida

Difícil querer deixar
– pensamos que há muito amor para dar
– haveria, ainda muito mais
– são amores incondicionais

É a vida que finda
– é a dor de quem chora
– aquela lembrança de quem foi embora

Nossa ida, ou de quem amamos em vida
– nunca haverá bastante despedida
– sempre terá uma hora retida
– quando não fizemos do amor a mão amiga

Sua gente, seu pet, outras vidas que não conhecemos
– mas que a dor invade e nos lembra

Não quero lhe dar essa viagem de ida

Sim, é egoísmo
– é egoísmo de quem ama
– e irá por muito lembrar
– de querer te tomar de volta
(numa revolta da vida)

Não vá!
– mesmo que precise ir
Dê uma volta e venha aqui ficar

Não vá!
Nenê ..

Vinício Carrilho Martinez

Família bolsonarista e trumpista de Rondonia enfrenta drama nos EUA e volta ao Brasil sem nada

Há poucos meses, Rafael* e Soraia*, moradores de Presidente Médici, Rondônia, celebravam com entusiasmo a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Imigrantes sem documentação vivendo na Flórida, acreditavam que o republicano traria segurança, empregos e estabilidade para famílias como a deles. Hoje, enfrentam uma dura realidade após serem deportados junto com o filho de 4 anos em uma ação rápida do governo americano.

Rafael, de 36 anos, trabalhava na construção civil em Deerfield Beach, ganhando cerca de US$ 200 por dia. Evangélico e conservador, acreditava que, por ser trabalhador e sem antecedentes criminais, não seria alvo das políticas migratórias mais rígidas de Trump. “Tem muito criminoso que vem de outros lugares. Mas eu não, porque sou trabalhador”, dizia meses antes da deportação.

A ilusão, no entanto, desmoronou em abril, quando agentes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) convocaram a família para uma suposta reunião sobre o processo migratório. Ao chegarem ao local, tiveram os celulares apreendidos e foram informados de que estavam sendo deportados. Em 48 horas, estavam de volta ao Brasil — sem sequer poder retornar para casa ou recolher seus pertences.

Hoje, moram em um pequeno quarto na casa da sogra de Rafael, em Presidente Médici. O sustento vem da aposentadoria do pai de Rafael. O casal enfrenta dificuldades emocionais e financeiras. “Ele não é de chorar, mas anda calado pelos cantos”, relata Soraia.

Além do impacto emocional, o retorno forçado agravou a situação de saúde de Soraia, que sofre de uma doença autoimune rara e vinha sendo tratada com um medicamento experimental nos EUA. A médica do hospital público em Médici nunca tinha ouvido falar na enfermidade e precisou pesquisar no CID para entender do que se tratava. Agora, Soraia aguarda por uma consulta com um especialista no SUS, sem previsão de atendimento.

Durante o período nos EUA, Rafael já vinha sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica. “Se soubéssemos que seria assim, teria dito para arrancarmos a tornozeleira e sumirmos”, lamenta Soraia. Ela conta que chegaram a cogitar mudar de estado, buscando locais menos hostis a imigrantes, mas Rafael insistiu em seguir colaborando com as autoridades.

A “caça” aos imigrantes

O drama de Rafael e Soraia é apenas mais um entre milhares de histórias semelhantes. Estima-se que pelo menos 230 mil brasileiros vivam ilegalmente nos Estados Unidos. Muitos, como Rafael, apoiaram ativamente a campanha de Trump — mesmo diante de promessas explícitas de deportações em massa. “Ele só está cumprindo o que prometeu. Mas ninguém acreditava que ia chegar nesse nível”, comenta um brasileiro indocumentado que vive em Massachusetts.

Consultorias como a Legacy Imigra, que assessoram imigrantes brasileiros nos EUA, relatam aumento explosivo na procura por apoio legal desde o início do novo governo Trump. “Quatro em cada cinco clientes brasileiros apoiaram Trump. Agora estão chocados com as consequências. O brasileiro se vê como honesto, mas entrou de forma desonesta e pagou pra ver”, explica Vinicius Rosa, diretor da empresa.

Desde o início de 2025, os EUA intensificaram as deportações. Em abril, o ICE triplicou suas operações de busca por imigrantes, com apoio de forças policiais e até militares. O Brasil tem recebido voos com deportados a cada 15 dias, mais do que no período do governo Biden.

“2025, ano profético”

Na virada do ano, Soraia postou uma foto com o marido e o filho, todos com camisetas que diziam “2025, ano profético”. Hoje, a legenda no perfil do WhatsApp revela o novo estado de espírito da família: “Senhor meu Deus, não desista de mim”.

Com dívidas de cerca de R$ 50 mil com o coiote que os ajudou a cruzar a fronteira entre o México e os EUA, a família recomeça a vida “abaixo do zero”. Enquanto procuram emprego, lidam com o trauma da perda do sonho americano — e com as marcas deixadas por uma escolha política que, ironicamente, os colocou de volta ao ponto de partida.

*Nomes alterados para preservar a identidade dos envolvidos.

Com informações UOL*

Militares criaram empresa para espionagem e homicídios, segundo PF

Organização chamada “Comando C4” tinha tabela de preços para matar autoridades e já é responsabilizada pela morte de advogado em Cuiabá

Durante a sétima fase da Operação Sisamnes, deflagrada nesta terça-feira (28), a Polícia Federal revelou indícios de que militares — da ativa e da reserva — fundaram uma empresa com atuação clandestina voltada à espionagem e execuções por encomenda, relata Aguirre Talento, do UOL. A investigação apura um esquema de corrupção em diversas esferas do Judiciário.

De acordo com a PF, o grupo operava sob o nome informal de “Comando C4: Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos” e usava uma empresa registrada como fornecedora de segurança privada para, na prática, praticar crimes graves, incluindo homicídios por contrato. Uma das evidências mais alarmantes encontradas na investigação é uma tabela manuscrita com valores para espionar ou eliminar figuras públicas, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares.

A tabela apreendida indicava os seguintes valores, o que reforça a suspeita de que os preços se referiam ao serviço de espionagem — embora não se descarte a possibilidade de envolvimento com execuções:

  •  Ministros do Judiciário: R$ 250 mil
  •  Senadores: R$ 150 mil
  •  Deputados: R$ 100 mil
  •  Cidadãos comuns: R$ 50 mil

Coronel da reserva já está preso e é alvo de novo mandado – Entre os investigados está o coronel da reserva do Exército Etevaldo Caçadini de Vargas. Ele foi novamente alvo de um mandado de prisão nesta terça-feira, embora já estivesse detido por decisão da Justiça estadual de Mato Grosso, em razão do mesmo esquema. Foi na residência de Caçadini que, em operação anterior, os agentes da PF encontraram a tabela com os valores e os nomes de possíveis alvos.

A defesa do militar sustenta que não há provas contra ele e que seu nome só foi citado após “tortura” sofrida por um dos executores do assassinato do advogado Roberto Zampieri, crime central na apuração. O pedido de liberdade, feito ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, ainda está pendente de análise. Agora, com a nova fase da operação, o coronel também é alvo de ordem de prisão expedida pelo STF.

Além dele, outros quatro indivíduos foram alvos de mandados de prisão, mas seus nomes não foram divulgados. Também foram cumpridas ordens de monitoramento eletrônico e busca e apreensão. A operação desta terça foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal.

Assassinato de advogado levou à descoberta de esquema no Judiciário – A Polícia Federal afirma que o “Comando C4” foi responsável pela execução do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá. A vítima estava no centro de uma investigação sobre pagamento de propina a membros do Judiciário. A análise de seu celular — apreendido após o homicídio — revelou provas de um esquema de corrupção envolvendo desembargadores e assessores de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Segundo a PF, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi comunicado sobre os dados extraídos do aparelho de Zampieri, que indicam o pagamento de vantagens indevidas a servidores de cortes superiores. A corporação destacou que a organização criminosa elaborava seus contratos com base no cargo da vítima. “A Polícia Federal identificou registros manuscritos contendo menções a autoridades brasileiras, entre as quais se destacam parlamentares do Congresso Nacional e ministros do Supremo Tribunal Federal”, aponta trecho do documento encaminhado ao STF.

Com a descoberta da tabela e os vínculos diretos com crimes de homicídio e corrupção, a PF afirma que a organização atuava como uma estrutura empresarial do crime, com clara motivação política e institucional.

Do Brasil 247

Forma-Estado na Constituição Federal de 1988

No texto, relacionamos algumas tipologias do Estado (Teoria Geral do
Estado) com suas subsunções no Direito Constitucional brasileiro,
especialmente sob as inscrições de alguns poucos exemplos grafados na
Constituição Federal de 1988. O texto não se propõe a analisar as tipologias de
Estado encontradas.
Estado Democrático de Direito (Preâmbulo)
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte
para instituir um Estado Democrático 1 , destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e
sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
Estado Federativo 2
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos desta Constituição.
Estado Democrático de Direito Internacional
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
Estado Constitucional
Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
Estado Social
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia,
o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
1 Ainda se referenda a democracia sob a forma de Regime Político.
2 A Federação também é tida como a própria Forma de Estado.

Forma-Estado na Constituição Federal de 1988 na íntegra

Forma-Estado (1)

A santa indústria da fé e os brinquedos de gente grande

O Brasil não tem fundo. O que parece o poço é só uma ilusão conveniente: um buraco que se estende, que se renova, que nunca nos permite descansar. Cada vez que um cidadão acredita ter alcançado o limite do absurdo, uma nova camada de degradação emerge. O sistema reinventa seu próprio pesadelo e vende como esperança.

No alto de um púlpito improvisado, Miguel Oliveira, 15 anos, rasga exames médicos enquanto promete curas miraculosas. A multidão chora, grita, joga dinheiro aos seus pés como se ele fosse um deus recém-descoberto. O Pix da fé nunca falha. Todos sabemos que dinheiro não traz felicidade, mas no Brasil ele pelo menos promete curar leucemia, com um marketing agressivo e o tom certo de desespero.

A menina com seu bebê reborn observa de longe. Segura nos braços uma criança de mentira, enquanto as de verdade passam fome nas ruas. No país do faz-de-conta, o plástico tem mais valor que carne e osso, porque não dá trabalho, não exige direitos, não incomoda. O capitalismo, implacável, inventou uma maternidade perfeita: sem necessidades, sem reclamações, apenas consumo. Quem precisa de um filho quando se pode comprar um brinquedo com peso realista e cheiro de recém-nascido?

Mas há algo ainda mais profundo do que esse teatro grotesco: a dissonância cognitiva coletiva. O mesmo cidadão que condena pobres por dependerem do Estado é aquele que entrega seu salário para um pastor prometendo prosperidade. O mesmo que se revolta com a corrupção é o que defende um líder religioso pedindo R$1.000,00 em troca de bênçãos. A fé virou capitalismo. O dogma virou moeda. E o espetáculo da ilusão nunca termina, apenas se aprimora.

Fake news surgem como uma praga, preenchendo os vazios de uma população que desaprendeu a pensar. É mais fácil acreditar que há um complô contra a igreja do que admitir que estamos sendo feitos de idiotas por quem transformou Deus em plano de negócios. A extrema direita joga suas cartas, abraça o menino-pastor como um mártir e anuncia sua perseguição santa. Fatos não importam, apenas a narrativa que alimenta a máquina.

O Conselho Tutelar intervém. “Miguel precisa voltar para a escola!”, decretam, como se a educação fosse capaz de competir com a fortuna acumulada pelo teatro da fé. No Brasil, conhecimento é castigado, pensamento crítico é ridicularizado, e o progresso só existe na boca dos enganadores que lucram com a miséria.

Mas toda mentira se exaure. Toda farsa, um dia, colapsa. Só que aqui, quando tudo desmorona, quando o poço chega ao limite, não encontramos luz. Encontramos um novo mecanismo de opressão, um novo degrau para a submissão coletiva. E seguimos caindo, porque no Brasil, quando pensamos que chegamos ao fim, descobrimos que há sempre mais chão para cavar.

Do Brasil 247 

Globo agride Lula e Xi Jinping – e insiste na fake news sobre Janja e TikTok

Jornal declara guerra ao presidente brasileiro depois de sua histórica visita à China

 A viagem histórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que rendeu acordos em diversas áreas, provocou a reação histérica do jornal O Globo, que, neste domingo, em editorial, agride o Brasil, a China e insiste na fake news relacionada ao caso Janja e TikTok. Com o título “China é o pior exemplo para regular redes sociais”, o jornal escancara sua aversão à diplomacia soberana, à integração Sul-Sul e ao debate global sobre a responsabilidade das plataformas digitais.

O editorial tenta transformar um diálogo legítimo entre chefes de Estado em escândalo diplomático, ignorando os 20 acordos assinados entre Brasil e China, que abrangem comércio, tecnologia, inovação, infraestrutura, agricultura e meio ambiente. Ao invés de reconhecer o sucesso da visita presidencial, O Globo prefere investir na intriga e na fabricação de um fato político que jamais existiu.O ponto central da narrativa distorcida é a conversa entre Lula e o presidente Xi Jinping sobre o TikTok, durante o jantar oficial. Lula esclareceu: “Perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital, e sobretudo o TikTok”. A primeira-dama, Janja, relatou o caso da menina Sarah Raíssa, vítima de um “desafio” da plataforma, e Xi respondeu com naturalidade, reconhecendo que o Brasil tem pleno direito de discutir e implementar sua própria regulação.

A reação da plataforma foi imediata e positiva: o TikTok, com sede na China, enviou uma carta oficial ao governo brasileiro, via Itamaraty, manifestando disposição para cooperar com políticas de proteção digital. Além disso, um dia depois da suposta “crise diplomática”, a China anunciou o fim da exigência de vistos para turistas brasileiros — um gesto simbólico de respeito, confiança e amizade.

Diante disso, a insistência da Globo em retratar o episódio como uma crise diplomática beira a má-fé. Trata-se, claramente, de mais uma operação de sabotagem política contra um governo progressista que recoloca o Brasil no centro dos grandes debates internacionais. A mídia tradicional se incomoda quando o Brasil fala em seu próprio nome e constrói pontes com potências emergentes.

Além de desonesta, a crítica ao modelo chinês de regulação digital é profundamente ignorante. Ao contrário do que sugere o editorial, a China não sufocou a inovação ao estabelecer regras para suas plataformas — ela conquistou soberania digital. O país asiático abriga hoje algumas das maiores big techs do planeta: Tencent (criadora do WeChat), Alibaba (gigante do e-commerce), Weibo (rede social com milhões de usuários), ByteDance (dona do TikTok e do Douyin) e Kwai, entre outras.

Essas empresas competem de igual para igual com as gigantes norte-americanas e provam que é possível desenvolver um ambiente digital seguro, regulado e ao mesmo tempo inovador. O modelo chinês se apoia em dois pilares: segurança social e desenvolvimento tecnológico. Ele não permitiu que a liberdade de expressão fosse transformada em licença para o caos informacional, como ocorre em outras partes do mundo – inclusive no Brasil, onde a Globo desempenha um papel nocivo há décadas.

Do Brasil 247

Lula se despede de Mujica e pede bênçãos do céu para um mundo mais fraterno

Presidente participou do funeral do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do velório do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, em Montevidéu. Lula estava em viagem oficial à China, chegou a Brasília nesta madrugada e, ainda nesta manhã, embarcou para a capital uruguaia.

Lula celebrou o legado de Mujica e o qualificou como um ser humano superior aos demais, por conta de sua generosidade acima da média. O presidente também pediu que as almas de Mujica e também do papa Francisco, falecido em abril, abençoem o âmbito terrestre.

“Uma pessoa como Pepe Mujica não morre. Se foi seu corpo, sua carne, mas suas ideias que plantou ao longo de todos esses anos, inclusive a generosidade de um homem que passou mais de uma década no cárcere e que conseguiu sair sem nenhum ódio das pessoas que o aprisionaram e torturaram. Isso é dádiva de deus que só é concedida a seres humanos superiores. Pepe Mujica foi uma pessoa superior”, disse Lula a jornalistas no velório de Mujica, em Montevidéu, nesta quinta-feira (15).

“Foi uma pessoa como poucos no mundo, com a competência política, a capacidade de falar sobretudo com a juventude. Conheci na minha vida muita gente, muitos políticos, que eu respeito, mas o Pepe era aquela figura especial, a mais carinhosa, que eu aprendi a respeitar, admirar e seguir cada um de seus passos”, disse Lula.

“Saio daqui com muita tristeza porque tivemos nos últimos 15 dias duas perdas irreparáveis: o papa Francisco, que tinha uma generosidade acima da média da humanidade, e agora Pepe Mujica o acompanha. Espero que os dois juntos, aonde estiverem no céu, não deixem de olhar e conseguir abençoar para que a humanidade seja melhor, mais fraterna e generosa, e que a política possa ser feita de forma mais digna, respeitosa e solidária”, disse Lula

Do Brasil 247 

 

Folha e Estado de S. Paulo atacam Lula por celebrar a derrota de Hitler na Segunda Guerra

Após editorial do Estado de S. Paulo, agora é a Folha que distorce o simbolismo da presença do presidente brasileiro em Moscou

 Folha de S.Paulo se somou neste sábado (10) ao coro de ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua participação, em Moscou, na cerimônia oficial do 9 de Maio — data em que a Rússia e várias ex-repúblicas soviéticas celebram a vitória sobre o regime nazista na Segunda Guerra Mundial. Em editorial, o jornal acusou Lula de fazer um “beija-mão” ao presidente russo, Vladimir Putin, e tratou com desdém o gesto diplomático que marca não apenas uma deferência histórica, mas também o respeito do Brasil aos mais de 27 milhões de soviéticos mortos no conflito contra o nazismo.

 O jornal O Estado de S. Paulo atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por participar, nesta semana, da cerimônia em Moscou que homenageia a vitória da União Soviética sobre o regime nazista. Em editorial publicado neste sábado (10), o veículo conservador classificou o gesto como “vexame moral” e “fiasco geopolítico”, desconsiderando a importância histórica da data e o respeito que o Brasil, historicamente, tem pelos milhões de soldados soviéticos e aliados que tombaram para pôr fim ao terror de Adolf Hitler. Ao ignorar esse legado, o Estadão não apenas promove uma visão distorcida da história, como também insulta a memória das vítimas do nazismo e desinforma seu público em nome da disputa ideológica.

Ambos os jornais, tradicionalmente críticos do presidente, optaram por ignorar o significado histórico e universal da data para insinuar, sem base, uma suposta adesão do Brasil ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

A presença de Lula na solenidade é compatível com a tradição diplomática brasileira de respeito à memória da Segunda Guerra e de compromisso com a paz. O Brasil foi aliado dos soviéticos e dos países ocidentais na luta contra Hitler. A Força Expedicionária Brasileira lutou na Itália como parte das forças aliadas, e a vitória de 1945 é uma conquista que pertence à humanidade — e não a um governo isolado. Reescrever essa história ou torná-la refém de disputas geopolíticas atuais é um desserviço à memória coletiva.

Acusar Lula de se alinhar a regimes autoritários por ter participado de um evento que celebra a derrota do nazismo é não apenas desonesto, mas também perigoso. Equivale a dizer que qualquer homenagem aos soldados soviéticos mortos no front — que representaram o maior número de baixas entre os Aliados — é automaticamente um endosso à política atual do Kremlin. Essa lógica distorcida apaga o papel fundamental da União Soviética no fim do regime de Hitler e desinforma o leitor ao reduzir um marco civilizatório a uma disputa ideológica rasa.

Lula, aliás, não tem poupado críticas à guerra e tem reiterado a necessidade de uma solução negociada para o conflito no Leste Europeu. Sua tentativa de atuar como mediador não é nova e já foi, inclusive, elogiada por líderes globais. Reforçar laços com todos os membros dos BRICS — grupo que inclui China, Rússia, Índia e África do Sul — faz parte da estratégia do governo de inserir o Brasil como ator relevante no cenário internacional, sem se alinhar automaticamente a blocos militares ou potências hegemônicas.

Folha, no entanto, preferiu tratar esse movimento com ironia e desconfiança. No editorial, o jornal afirma que Lula “posou para a propaganda do regime russo” e “participou de convescote com autocratas”, minimizando a solenidade que presta homenagem a milhões de vítimas do nazismo — entre elas, judeus, comunistas, ciganos, pessoas com deficiência e opositores políticos.

É sintomático que, ao criticar a Rússia por “instrumentalizar a tragédia do Holocausto”, o jornal acabe por instrumentalizar a mesma tragédia para atacar Lula. Se há algo que merece ser lembrado com respeito e seriedade, é justamente o sacrifício humano que permitiu a derrota do nazismo. A presença do presidente brasileiro em Moscou foi um gesto de reconhecimento a essa luta, que uniu nações com regimes distintos em nome de um valor universal: a liberdade.

Editorialistas podem divergir da política externa do governo, mas não podem ignorar a história. O combate ao nazismo não é monopólio de nenhum regime nem deveria ser usado como munição para ataques políticos internos. Lula esteve em Moscou como chefe de Estado de um país soberano, que honra sua própria história de luta contra o fascismo. Atacá-lo por isso revela muito mais sobre os interesses de quem critica do que sobre os gestos de quem é criticado.

Do Brasil 247

Lula desembarca na Rússia para o Dia da Vitória e negociações com Putin

Presidente reforça laços com o mundo multipolar, defende multilateralismo e anuncia acordos em ciência e comércio com os russos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na tarde desta quarta-feira (7), no horário de Brasília, em Moscou, para uma missão diplomática de alto peso simbólico e estratégico. A visita ocorre por ocasião das comemorações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha Nazista, celebrada no próximo dia 9 de maio — o Dia da Vitória.

Nas redes sociais, Lula destacou o significado histórico e político de sua presença em território russo: “já estou na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marcou o fim da Segunda Guerra. Esse dia, que define a vitória contra o nazismo. A vinda à Rússia reafirma nosso compromisso com o multilateralismo. Iremos assinar acordos de cooperação em Ciência e Tecnologia e buscar a ampliação das nossas parcerias comerciais”.

O governo brasileiro quer corrigir o desequilíbrio nas trocas com os russos. Em 2024, o déficit comercial com Moscou foi de cerca de US$ 9,5 bilhões, resultado do aumento nas importações de diesel e fertilizantes — este último, item crucial para o agronegócio brasileiro.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços revelam que, entre janeiro e março de 2025, o Brasil exportou US$ 339 milhões para a Rússia — um crescimento superior a 100% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais produtos embarcados foram café, carnes bovina e de frango, além de tabaco.

Por outro lado, as importações somaram US$ 2,3 bilhões, com um crescimento de 5%. Os fertilizantes representaram 35% do total comprado, enquanto o óleo diesel respondeu por 59%.

Comitiva inclui ministros e Congresso; Janja já está em Moscou – A comitiva brasileira reúne nomes importantes do Executivo e do Legislativo. Estão na Rússia os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), além do assessor especial Celso Amorim, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara, Elmar Nascimento (União-BA). A primeira-dama Janja da Silva chegou antes a Moscou, a convite do governo anfitrião.

China-Celac: Lula segue para Pequim após a Rússia – Encerrada a agenda em Moscou, Lula seguirá para a China, onde participará da reunião ministerial do Fórum China-Celac nos dias 12 e 13 de maio. O evento acontece em meio a tensões crescentes entre a China e os Estados Unidos — comandados em seu segundo mandato por Donald Trump — e busca aprofundar os vínculos entre a Ásia e a América Latina.

Além de discursar na abertura do fórum, Lula terá uma reunião bilateral com o presidente chinês Xi Jinping.

Brasil reafirma seu lugar no tabuleiro multipolar – A visita de Lula à Rússia e à China reafirma a diretriz soberana da política externa brasileira e o empenho do governo em fortalecer alianças com o Sul Global. Ao participar de cerimônias históricas e fóruns multilaterais estratégicos, o presidente sinaliza o compromisso do Brasil com um sistema internacional mais equilibrado, baseado na cooperação entre países em desenvolvimento e no respeito mútuo entre as nações.

Do Brasil 247

Não escapa um: “Legendário” é preso com 150 quilos de cocaína no MS

Renan Silva Nascimento, de 34 anos, foi detido na manhã desta terça-feira (6) durante uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A ação, realizada pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia de Dourados, desmantelou um esquema de tráfico interestadual de drogas. O acusado, proprietário de uma hamburgueria em Dourados, usava o local como ponto de armazenamento de pasta-base de cocaína trazida da fronteira com o Paraguai.

Recentemente, Renan havia participado do movimento cristão Legendários, que oferece um retiro espiritual ao ar livre para homens em busca de transformação pessoal, familiar e comunitária. O movimento visa ajudar os participantes a se reconectarem com seus propósitos e superarem desafios pessoais.

De acordo com a Polícia Civil, o local estava sendo monitorado há duas semanas, e durante a operação, os investigadores encontraram caixas que aparentavam conter alimentos para produção de hambúrgueres. No entanto, ao abrirem as caixas, descobriram tabletes de pasta-base de cocaína, totalizando 150 quilos da droga.

Renan foi preso junto com dois outros envolvidos no tráfico, Anderson Moreira da Rosa, de 37 anos, e Maurício Martins da Paixão, de 47 anos, que transportaram a carga vinda da fronteira. A droga estava misturada a produtos cárneos, como uma tentativa de disfarçar o conteúdo ilícito. A polícia estima que o prejuízo ao crime organizado ultrapasse os R$ 6 milhões.

Ainda de acordo com as autoridades, as investigações seguem para identificar outros possíveis envolvidos no esquema, incluindo aqueles que podem ter utilizado empresas para o transporte e armazenamento das drogas.

Na noite anterior à prisão, Renan publicou vídeos em suas redes sociais informando que sua hamburgueria, a Hump Steak Dourados, estava fechada para reforma e reabriria apenas no dia 7 de maio. Em sua biografia online, Renan se descreve como parte do movimento Legendários, com o apelido “Legendário 49075”, evidenciando sua participação recente no movimento que busca promover o autodesenvolvimento e a liderança masculina.

Legendários é um movimento cristão que começou no Brasil em 2017, focado em homens que buscam transformação pessoal, por meio de retiros espirituais em ambientes naturais. As atividades incluem trilhas, orações e reflexões, desafiando os participantes a superarem seus limites físicos e espirituais. O movimento já atraiu figuras públicas como Eliezer, Thiago Nigro, Neymar pai e Kaká Diniz.

Do DCM

No fundo do poço, Ciro se alia a bolsonarista pai de golpista do 8/1 e ataca irmão Cid

O ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), se reuniu nesta terça-feira, 6, com lideranças bolsonaristas dos partidos PL, União Brasil e Progressistas e sinalizou a formação de uma aliança contra o PT nas eleições de 2026. Juntamente com o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), Ciro indicou apoio ao nome do parlamentar como possível candidato ao Senado, destacando suas “qualidades” e o considerando “um homem decente, de fé”.

Apesar das especulações sobre sua candidatura ao governo do Estado, Ciro afastou essa possibilidade, dizendo: “Alguns amigos muito generosos lembram o meu nome, que não pretendo mais ser candidato a nada. À luz dessa salvação do Ceará, eu não posso me eximir de cumprir o papel. Não desejo ser candidato. O meu partido tem candidato que acha que está qualificado, que é o Roberto Cláudio.”

O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), é visto como uma opção forte para disputar o Palácio da Abolição contra o atual governador Elmano de Freitas (PT). No entanto, a relação de Ciro com Roberto Cláudio permanece tensa, pois ambos disputam a liderança do partido para a próxima eleição estadual.

Durante o encontro, Ciro destacou o apoio a Alcides Fernandes, nome do PL para o Senado, e criticou a chapa adversária, afirmando: “O PL apresenta como possível candidato ao Senado o Alcides, que tem todos os dotes, todas as qualificações. Do jeito que os nossos adversários estão organizando a chapa, lá não tem currículo, lá é folha corrida. Aparentemente, lá, a lista de candidatos até aqui que eu conheço é folha corrida. Então, o Alcides salta longe como homem decente, como uma pessoa nova na política, homem de fé, homem de testemunho.”

“Recebo com muita humildade tanto o apoio do nosso presidente Jair Bolsonaro como agora o apoio do Cirão, Cirão do Povo, um dos melhores governadores do Estado do Ceará. Recebi com muita alegria e vou procurar trabalhar pra fazer o possível pra mostrar para o quê eu realmente vim pra política”, respondeu o Alcides.

Pai do deputado federal André Fernandes (PL-CE), golpista investigado por envolvimento nos atos do 8 de janeiro, o pastor Alcides é “homem de fé”, segundo Ciro. Em 2023, o TRE-CE cassou seu mandato por fraude nas cotas de gênero das eleições de 2022.

Em relação ao irmão, o senador Cid Gomes (PSB), Ciro voltou a criticar a postura de Cid, que se alinhou ao governo de Elmano de Freitas e ao PT. Ciro declarou: “No pessoal, eu não tenho mais nenhuma mágoa. Deus tirou das minhas costas a dor lancinante de uma facada nas minhas costas. Entretanto, eu vejo, fria e geladamente, como uma pessoa preocupada com o que está acontecendo no Ceará, o senador Cid como conivente, como cúmplice, dessa tragédia que está acontecendo no Ceará.”

A divisão entre os irmãos se aprofundou após as eleições de 2022, com Cid se aproximando do governo federal e Ciro mantendo uma postura de oposição. Essa cisão se concretizou no início de 2024, quando Cid se filiou ao PSB, deixando o PDT e ampliando a divisão entre os “cidistas” e “ciristas”.

DCM

“Zebra”: brasileiro amigo de Francisco será o novo papa, apostam padres

A escolha do novo papa começa nesta quarta-feira (7) com o início do conclave, que contará com a participação de 133 cardeais. Apesar de vários nomes estarem sendo cotados, alguns padres brasileiros que acompanham os bastidores acreditam que pode haver uma “zebra” — e ela pode vir do Brasil, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

O nome que tem ganhado atenção entre alguns desses padres é o de João Braz de Aviz, ex-arcebispo de Maringá (PR) e de Brasília. Embora não seja considerado um dos favoritos, Aviz já foi um dos cardeais mais próximos do papa Francisco, com quem até assistia a partidas de futebol no Vaticano.

A aposta de religiosos brasileiros em Aviz se baseia na sua vasta experiência com a Cúria, conhecendo-a profundamente, talvez mais do que muitos dos cardeais favoritos no conclave. Além disso, ele seria visto como o nome ideal para dar continuidade ao legado de Francisco, sem fazer grandes mudanças.

“Dom João Braz de Aviz administraria o que agora existe e abriria caminho para uma transição, na visão dos conservadores. Com isso, o próximo papa poderia ser um ‘mão pesada’”, afirma um dos religiosos.

Cardeais reunidos na Capela Sistina para a eleição do futuro Papa, em 2013. Foto: Reprodução

Em 2013, durante o conclave que elegeu o papa Francisco, Aviz foi considerado uma possibilidade, mas o escolhido foi o argentino Jorge Mario Bergoglio.

Neste ano, o cardeal voltou a aparecer na lista de “papáveis”, mas sua escolha seria uma verdadeira surpresa, especialmente por ser latino-americano, algo que não é esperado para esta eleição papal.

Aviz foi prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica até 2023, quando, ao completar 75 anos, deveria renunciar. Contudo, o papa Francisco decidiu mantê-lo no cargo por mais dois anos.

Em 2025, Francisco nomeou a irmã Simona Brambilla, a primeira mulher a ocupar um alto posto da Cúria, para seu lugar.

BR-232 receberá R$ 41 milhões para revitalização de trecho estratégico em Pernambuco

Ministro Renan Filho assinou ordem de serviço em parceria com o governo do estado. A iniciativa marca a primeira grande intervenção no trecho desde a duplicação da via

Governo Federal, por meio do Ministério dos Transportes, autorizou nesta terça-feira (6) a revitalização de um trecho da BR-232, em Pernambuco. A ordem de serviço foi assinada nesta terça-feira (6), durante reunião entre o ministro dos Transportes, Renan Filho, e a governadora do estado, Raquel Lyra, em Brasília. A iniciativa reforça o compromisso da gestão com a melhoria da infraestrutura viária em todas as regiões do Brasil.

O investimento federal de R$ 41 milhões permitirá melhorias em 25,5 quilômetros da rodovia, no trecho que vai do entroncamento com a BR-408 (Viaduto de Itapacurá) até a PE-050 (Travessia Urbana de Vitória de Santo Antão). Esta será a primeira grande restauração do segmento desde a duplicação da via, que ocorreu há cerca de 20 anos.

O recurso, proveniente de emendas parlamentares da bancada federal de Pernambuco, foi viabilizado por articulação entre o Governo de Pernambuco e o Ministério dos Transportes. A licitação da obra foi conduzida pela gestão estadual.

“Vamos seguir trabalhando, porque a determinação do presidente Lula é que Pernambuco seja uma prioridade, para ajudarmos o estado a desenvolver cada vez mais”, afirmou o ministro. Ele destacou, ainda, que as obras da BR-104 já foram retomadas e que a revitalização da BR-232 representa mais um passo importante na melhoria da infraestrutura viária do estado.

A iniciativa complementa os esforços para o avanço da duplicação da BR-232, em outros trechos da rodovia, também sob responsabilidade do governo estadual. O projeto inclui 264,9 quilômetros de melhorias entre São Caetano e Serra Talhada, no Agreste e Sertão pernambucanos.

Assessoria Especial de Comunicação

Ministério dos Transportes 

Filme ‘Geni e o Zepelim’ vai ser protagonizado por Ayla Gabriela, atriz transexual

Anúncio foi feito após críticas da comunidade trans à diretora Anna Muylaert por escolher Thainá Duarte para interpretar personagem travesti

Da Folhapress – São Paulo

A diretora Anna Muylaert anunciou a atriz Ayla Gabriela como a nova protagonista do filme “Geni e o Zepelim”, adaptação da canção de mesmo nome de Chico Buarque. Muylaert havia escalado a atriz Thainá Duarte para o papel, mas recebeu críticas da comunidade LGBTQIA+ pela escolha de uma artista cisgênero para dar vida a uma personagem travesti.

Na ocasião, a diretora publicou um comunicado em suas redes sociais dizendo que a letra de Chico e o conto de Guy de Maupassant, no qual o cantor diz ter se inspirado, poderiam ter várias leituras e, “por uma questão de lugar de fala, escolheu fazer uma prostituta cis na Amazônia”.

“Diante da reação da comunidade trans, eu quero vir aqui abrir o debate e jogar a pergunta: essa letra do Chico, o mito Geni hoje em 2025 só pode ser interpretada como uma mulher trans? Se toda a sociedade, não apenas a comunidade trans, mas todos os fãs da música, se a gente computar que realmente só podemos interpretar a Geni como trans, a gente vai repensar o filme”, disse a cineasta.

Nomes como os das atrizes e diretoras trans Renata Carvalho e Galba Gogóia, além de Camila Pitanga, Majur e Liniker, se posicionaram a favor da escalação de uma atriz trans para o papel.

Dias depois, Anna Muylaert anunciou a mudança da protagonista em comunicado divulgado no Instagram da produtora Migdal Filmes, que vai lançar o filme. “A decisão foi fruto da escuta atenta e do aprendizado de intensas trocas com pessoas de diferentes setores da sociedade”, dizia a nota.

Muylaert fez um vídeo para comentar a mudança. Pediu desculpas às pessoas trans que se sentiram ofendidas com sua escolha e agradeceu pelo debate. Pediu perdão também à atriz Thainá Duarte, antes escolhida para o papel, e se responsabilizou pelos comentários supostamente ofensivos que Duarte estaria recebendo.
O filme marcará a estreia de Ayla como protagonista em um longa-metragem. Atriz e bailarina, ela já protagonizou os curtas “Pássaro Memória”, de Leonardo Martinelli, e “Defesa Pura”, de George Pedrosa, além de ter dirigido e atuado em “A corpa fala”.
O elenco traz ainda Seu Jorge como o comandante do Zepelim —ele se apaixona pela prostituta ribeirinha. As gravações começam em breve na Amazônia.

Viagem de Lula à Rússia e China reforça articulação global pela multipolaridade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou para compromissos estratégicos na Rússia e na China, entre os dias 8 e 13 de maio, com o objetivo de fortalecer o papel do Brasil na articulação por um mundo multipolar. De 8 a 10 de maio, Lula estará em Moscou, onde participa das comemorações pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A agenda prevê um encontro com o presidente Vladimir Putin e a assinatura de acordos nas áreas de ciência e tecnologia. “O Brasil é um país que busca paz, que tem um diálogo com a Rússia em vários assuntos. Tem uma relação comercial importante com a Rússia de produtos do agronegócio, e queremos equilibrar nossa balança comercial”, afirmou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty.

Estabelecidas oficialmente em 1828, as relações diplomáticas entre Brasil e Rússia foram intensificadas a partir da década de 1980 e, em 2002, alcançaram o nível de parceria estratégica. Desde então, os países têm mantido intercâmbio constante em níveis presidencial e ministerial, além de articularem posições conjuntas em foros multilaterais como a ONU, o G20 e o BRICS.

Nos três primeiros meses de 2025, o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 12,4 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,45 bilhão — com destaque para soja, carne bovina, café e tabaco — e importou US$ 10,9 bilhões, majoritariamente em óleos combustíveis e fertilizantes, tornando a Rússia o quinto maior fornecedor de produtos ao Brasil.

China: cooperação estratégica e diversificada

Após Moscou, Lula segue para Pequim nos dias 12 e 13 de maio, para sua quarta visita oficial à China. A viagem inclui compromissos no âmbito do IV Fórum China-CELAC, além da assinatura de novos acordos em áreas como agricultura, infraestrutura, energia, ciência, tecnologia, cultura, saúde e educação. “A magnitude da relação com a China é conhecida. Do ponto de vista comercial, as nossas exportações para a China são superiores às nossas vendas para os Estados Unidos e para a União Europeia. O Brasil é o sétimo principal fornecedor da China. Então é um momento de explorar novas vertentes de cooperação”, destacou Saboia.

Segundo o embaixador, há atualmente 16 protocolos e anúncios definidos e outros 32 em negociação, com sinergias entre os planos de desenvolvimento brasileiro e chinês. “Isso certamente está na agenda dessa visita, assim como a visão convergente dos dois países em matéria de defesa do multilateralismo, defesa da reforma da governança global e apoio às funções pacíficas”, pontuou.

Fórum China-CELAC: integração latino-americana e cooperação sul-sul

Criado há mais de uma década, o Fórum China-CELAC se consolidou como mecanismo chave para aproximar a China dos países da América Latina e Caribe. A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, ressaltou a importância do evento: “Preciso ressaltar a importância da CELAC para o Brasil e a importância que o presidente Lula atribui à integração regional, tanto que o primeiro ato internacional de seu governo foi exatamente participar da Cúpula em Buenos Aires, em 2023, e retornar à CELAC, da qual havíamos saído em 2019”.

De acordo com Gisela, estão sendo finalizados uma declaração conjunta e um Plano de Ação para o triênio 2025-2027, com temas de interesse direto do Brasil, como economia digital, transição energética, ciência e tecnologia, gestão de riscos, saúde, segurança alimentar e investimentos.

Comércio bilateral com a China: volume recorde e expansão

A China permanece como principal parceiro comercial do Brasil, com um intercâmbio de cerca de US$ 38,8 bilhões entre janeiro e março de 2025. O Brasil exportou US$ 19,8 bilhões — principalmente em óleos brutos de petróleo, soja e minério de ferro — e importou US$ 19 bilhões em produtos como embarcações, equipamentos de telecomunicações e componentes eletrônicos.

Desde 2009, a China lidera as trocas comerciais com o Brasil e figura entre os maiores investidores estrangeiros no país, com destaque para os setores de energia, petróleo, transporte, telecomunicações e serviços financeiros.

COSBAN e a agenda ambiental

A visita mais recente de Lula à China, em abril de 2023, resultou na mais ampla declaração conjunta já assinada entre os dois países, com acordos que vão desde segurança alimentar até cooperação espacial. Na área ambiental, foi firmada a Declaração Conjunta sobre o Combate à Mudança do Clima, e criada uma subcomissão específica dentro da COSBAN (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação).

Ao reforçar parcerias com Rússia e China — dois dos principais polos de poder do mundo contemporâneo — o Brasil reafirma seu compromisso com um sistema internacional mais plural, pacífico e baseado na cooperação entre iguais, fortalecendo sua voz em temas como desenvolvimento sustentável, governança global e justiça econômica.

Do Brasil 247

Lula chega hoje à Rússia para participar da celebração do Dia da Vitória e fortalecer relações estratégicas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na noite desta terça-feira (6) para uma missão diplomática de grande relevância internacional, que inclui passagens por Moscou e Pequim, indorma o G1.

A viagem, que se estende por uma semana, reforça a projeção global do Brasil em meio a disputas geopolíticas intensas e à redefinição das alianças econômicas mundiais.

Em Moscou, Lula participará das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha Nazista, em 9 de maio — o Dia da Vitória.  Ele estará ao lado de Putin, Xi Jinping e outras lideranças do mundo multipolar. A presença do presidente brasileiro neste evento carrega um forte simbolismo político e histórico. Trata-se de uma data emblemática para a memória antifascista mundial, celebrada com grande reverência na Rússia e marcada por um desfile militar que remonta à rendição alemã em 1945. O comparecimento de Lula reforça o compromisso do Brasil com a paz, a memória histórica e a cooperação entre os povos.

Além de prestigiar a solenidade ao lado do presidente russo Vladimir Putin e de outras autoridades estrangeiras, Lula deverá manter conversas bilaterais com Putin e com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. A agenda inclui temas delicados e estratégicos, como o conflito na Ucrânia e o comércio bilateral — especialmente no tocante à importação de fertilizantes, insumo fundamental para o agronegócio brasileiro.

Lula tem buscado, desde seu retorno à presidência em 2023, desempenhar um papel de mediador no conflito entre Rússia e Ucrânia. A viagem reforça a imagem de um Brasil que deseja atuar como articulador de soluções diplomáticas, numa conjuntura global marcada por polarizações e sanções unilaterais.

A comitiva presidencial inclui ministros e parlamentares de peso, como o chanceler Mauro Vieira (Relações Exteriores), o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), o ex-chanceler e assessor especial Celso Amorim, além do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), e do vice-presidente da Câmara, deputado Elmar Nascimento (União-BA). A primeira-dama Janja da Silva já se encontra na Rússia a convite do governo local.

Após a passagem pela Rússia, Lula segue para Pequim, onde participará do Fórum China-Celac nos dias 12 e 13 de maio. O encontro visa aprofundar os vínculos entre os países latino-americanos e caribenhos com a China, maior parceiro comercial do Brasil. O fórum ocorre em um momento de crescente tensão entre Pequim e Washington, com os Estados Unidos — sob o comando do presidente Donald Trump — intensificando as tarifas contra produtos chineses.

A presença de Lula no evento representa uma sinalização clara do interesse brasileiro em fortalecer alianças dentro do Sul Global e diversificar suas parcerias econômicas. O governo também busca atrair novos investimentos chineses em infraestrutura e ampliar as exportações de commodities agrícolas — especialmente grãos e carnes — para o mercado chinês.

Além do encontro multilateral, Lula terá uma reunião bilateral com o presidente chinês Xi Jinping. A expectativa é que ambos assinem uma série de acordos voltados ao desenvolvimento sustentável, transferência de tecnologia, infraestrutura e comércio. Essa visita de Estado ocorre meses após Xi ter visitado o Brasil, em novembro de 2024, o que evidencia o fortalecimento do eixo Brasília-Pequim no novo tabuleiro global.

A viagem de Lula à Rússia e à China, duas potências integrantes do Brics, reforça a política externa de caráter soberano e multipolar que o governo brasileiro tem adotado. A presença do presidente em eventos de alto simbolismo, como o Dia da Vitória soviética, e em fóruns estratégicos como o China-Celac, sinaliza o compromisso do Brasil com o multilateralismo, a cooperação entre países em desenvolvimento e a construção de uma ordem internacional multipolar e mais equilibrada.

Do Brasil 247

Renan Filho deixará ministério para disputar governo de Alagoas; Renan pai confirma reeleição ao Senado

O senador, que atualmente exerce seu quarto mandato, considera natural disputar novamente o cargo. “Eu considero que, como senador da República, tenho muito mais condições de ajudar Alagoas e deverei ser candidato ao Senado”, afirmou.

O senador Renan Calheiros (MDB) confirmou que será candidato à reeleição ao Senado Federal nas eleições de 2026 e revelou que o atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), deverá se desincompatibilizar do cargo em abril, com o objetivo de disputar o governo de Alagoas pela sigla. A afirmação foi feita segunda-feira (5), durante coletiva na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).

“Ele comunicou ao presidente da República que em abril estará se desincompatibilizando do governo federal, provavelmente para ser candidato ao governo de Alagoas”, afirmou Renan, ressaltando que essa é uma decisão importante para o MDB e para os partidos que compõem a aliança política no estado.

O senador, que atualmente exerce seu quarto mandato, considera natural disputar novamente o cargo. “Eu considero que, como senador da República, tenho muito mais condições de ajudar Alagoas e deverei ser candidato ao Senado”, afirmou.

Renan também falou sobre as discussões em torno da chapa que será apoiada pelo grupo político, mencionando que ainda não há definição sobre quem ocupará a segunda vaga ao Senado. “Há uma preliminar a ser levada em consideração, que é o histórico de ajuda ao Estado. Não é todo mundo que se enquadra nesse papel”.

Questionado sobre uma possível dobradinha com o deputado federal Arthur Lira (PP), Renan foi enfático: “Não, isso ainda não foi conversado, mas eu considero que é exatamente esse perfil que falta ao deputado Arthur. Eu não tenho nada contra ele do ponto de vista pessoal, mas sinceramente não vejo nele a característica de defender o interesse de Alagoas”.

Fonte: Cada Minuto

Educação Política

 

Vinício Carrilho Martinez (Dr.) – Cientista Social

Em primeiro lugar, temos que verificar que sempre se trata de uma Autoeducação Política. Parte-se do entendimento de que sem a predisposição individual não há formação, avanços e transformação; não se manifesta um conteúdo político sem estudar. Como faremos isso pode/deve ser de formas múltiplas, em coletivos, grupos de estudos, leituras e reflexões individuais (autodidatismo). O trabalho produzido coletivamente não nos exime do nosso empenho e embate político. Porém, agora nos dedicaremos ao “que fazer”, no que diz respeito a algumas áreas, conexões e conteúdos mínimos:

  • A primeira questão, por natureza óbvia, nos levaria a abarcar o que ainda está presente, em 2025, e que decorre de nossa formação social: como se articulam classe, racismo (etnias, cultura) e gênero? [1]
  • As relações de classe e de sujeição são evidentes quando vemos a uberização social, a pejotização, a terceirização, e isso nos remete às excrescências do estágio atual do capitalismo – e que chamamos de Pensamento Escravista[2].
  • A política, diferentemente do século XX, hoje percorre (antes) as vias de comunicação digital (denominadas aqui de redes antissociais) e, só depois, encontra alguma ressonância nas ruas, no espaço público. No entanto, não há democracia digital ou Pólis e, sem a Política, temos um enorme paradoxo: uma educação digital se faz obrigatória. Destacam-se dois conteúdos elementares: O que são e como funcionam os algoritmos? Como participar de um meio anticivilizatório em busca do resgate, aprimoramento do próprio Princípio Civilizatório?
  • Os principais conteúdos a analisar dessa forma atual do capital seriam lincados ao que se denomina de rentismo e de Capitalismo de Dados, bem como o comportamento de massa associado: o “servilismo voluntário”.
  • Nessas redes sociais excludentes, aptas tecnologicamente à exclusão e ao banimento (Banóptico em substituição ao panóptico), as mensagens são racistas, misóginas, fascistas, antipopulares e capitalistas. Neste ponto destacamos a urgência em estudarmos o básico (o que é Fascismo?) e o meio ambiente: se considerarmos que o negacionismo ambiental é um dos mais presentes, teremos o enlace com a Educação ambiental.
  • Por se tratarem de assuntos convergentes ao capitalismo predominante, com suas artimanhas de captura individual e social, como substratos do neocolonialismo, neoliberalismo, neofascismo, teríamos que dedicar ensaios a uma Autoeducação para a descompressão. Os itens aqui em destaque seriam formas de combate ao ensino religioso, educação financeira e ensino militarizado, e como são impostos nas escolas públicas. Em sua oposição teriam destaque a ideia de “ordem democrática” (Estado Constitucional) e de Estado Laico.
  • Adentraríamos em alguns detalhes dessa Autoeducação para a descompressão[3].
  • Essa Educação Política (pública) tem base humanista na Sociologia, Filosofia e Teoria Política e, obviamente, não é antitecnológica. Nos permitiria entender que a tecnologia é um meio, e não um fim, além de ofertar uma compreensão crítica acerca do fato de que “o Brasil se digitalizou, antes de se alfabetizar”.
  • Portanto, teria seu lastro no conjunto complexo dos Direitos Humanos e no aporte necessário a uma Educação Constitucional.
  • Essa Educação Política se completaria com ações vinculadas a organismos, movimentos, entidades, associações de representação, sindical e partidos políticos populares[4].

 

Pelo arrazoado, não é difícil de se perceber que se tem o norte de uma práxis (reflexão e ação) e que não se esgota no ambiente escolar, ao mesmo tempo que dele não se desincumbe. Seria preciso entender a dinâmica entre escola, casa e rua (esta como espaço público de construção dos sujeitos individuais e sociais). E assim chegamos à Educação Permanente, entendendo-se que é um processo sem fim, que é parte da hominização com os meios dispostos no século XXI.

[1] O exemplo parte do porquê o movimento “por uma mulher negra no STF” não ter vingado junto ao governo.

[2] O racismo lancinante e associado à exploração do trabalho em condições análogas à escravidão.

[3] Iniciando-se por uma construção que desfaça o antissemitismo, tanto quanto o sionismo, uma Educação após Auschwitz, e depois de Gaza, e que espelhasse uma Educação para além do capital.

[4] Neste ponto se imporia basilar entender as diferenças e as correlações entre Estado, partido político e governo.

Teorias do Estado: Estado Moderno e Estado Direito – A Teoria do Estado sob a Ótica da Teoria Política

O Livro Teorias do Estado: Estado Moderno e Estado Direito – A Teoria do Estado sob a Ótica da Teoria Política, do professor Vinício Carrilho Martinez – oferece uma leitura acessível e profunda na formação, estrutura e complexidade do Estado moderno. Partindo das origens da política e do poder, a obra percorre os principais marcos conceituais das Teorias do Estado, articulando filosofia, ciência política e direito. Sem pretensão de apresentar teses inéditas, mas com forte propósito didático, o texto convida estudantes e leitores críticos a refletirem sobre a legitimidade do poder, a razão de Estado e a natureza jurídica das instituições. Ao retomar autores clássicos e modernos, a obra do professor Vinício revela o Estado como construção humana, cultural e histórica – um campo em disputa, cuja compreensão se faz essencial para o exercício consciente da cidadania.

TEORIAS DO ESTADO: Estado Moderno e Estado de Direito – A TEORIA DO ESTADO SOB A ÓTICA DA TEORIA POLÍTICA

https://a.co/d/8Zb0ELz

Marcela Schiavi: Doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade – PPGCTS/UFSCar.

Governo Lula propõe aumento real de 2,5% do salário mínimo em 2026

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, prevendo um aumento real de 2,5% do salário mínimo. A informação é do portal Metrópoles, que destacou o envio do documento como parte das obrigações constitucionais do Executivo. Caso aprovado, o valor do salário mínimo passará dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.630 no próximo ano — um acréscimo de R$ 112.

O reajuste projetado considera a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescida de um ganho real de 2,5% no poder de compra. A política de valorização do salário mínimo foi retomada pelo atual governo como estratégia para fortalecer a renda das famílias mais pobres e estimular a economia doméstica.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o instrumento que estabelece os parâmetros para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), prevendo metas fiscais e orientando a gestão dos gastos públicos em todas as esferas do Poder — Executivo, Legislativo e Judiciário. Além do reajuste do piso salarial, o PLDO de 2026 também apresenta as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de inflação, os juros básicos da economia (Selic) e as diretrizes para os investimentos públicos.

O valor do salário mínimo tem impacto direto sobre uma série de benefícios e programas sociais. Entre eles, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, e os pagamentos realizados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como aposentadorias, pensões e auxílios. A elevação do piso nacional, portanto, também altera o montante destinado a essas políticas públicas, exigindo planejamento orçamentário criterioso.

O projeto ainda autoriza o aumento de despesas com pessoal, incluindo servidores ativos, inativos e pensionistas, o que reforça a necessidade de equilíbrio fiscal. Embora o governo busque ampliar a capacidade de investimento e a cobertura social, a meta continua sendo compatibilizar essa expansão com o controle do déficit primário e a sustentabilidade das contas públicas.

A proposta do Executivo será agora analisada pelas comissões permanentes do Congresso e deve ser votada até julho, conforme determina a Constituição. A partir da LDO, o governo poderá avançar na formulação detalhada do Orçamento Geral da União de 2026, a ser apresentado até o fim de agosto.

A valorização do salário mínimo é uma das bandeiras históricas dos governos Lula. Ao longo de seus mandatos anteriores, o petista defendeu uma política de reajuste com ganho real atrelado ao crescimento da economia. A retomada dessa diretriz marca uma ruptura com o congelamento salarial observado em anos anteriores, quando a política de correção esteve restrita à inflação.

O envio da LDO também sinaliza os próximos passos da política econômica. A proposta será analisada em meio a um cenário fiscal desafiador, com pressões por aumento de gastos e necessidade de manter a trajetória de responsabilidade orçamentária. Ao definir um novo patamar para o salário mínimo, o governo busca conciliar justiça social com sustentabilidade fiscal, tema que deve ocupar o centro do debate legislativo nos próximos meses.

Brasil 247

No dia 13, Bolsonaro opera intestino travado sob pânico de prisão

Em tensão frequente e réu por liderar a tentativa de golpe de Estado, ex-mandatário frequentemente relata fortes dores abdominais

 Jair Bolsonaro está sendo submetido neste domingo (13) a um “procedimento cirúrgico” em Brasília-DF em razão “da persistência do quadro de subobstrução intestinal”, destaca a agência Reuters.

Mais cedo, o próprio Bolsonaro disse que sofria com obstrução do intestino, mas que ainda não estava decidido se o procedimento será em Brasília ou em São Paulo-SP.

O boletim médico divulgado neste domingo pelo DF Star lê: “Após reavaliação clínico-cirúrgica, (Bolsonaro) foi submetido a novos exames laboratoriais e de imagem que evidenciaram persistência do quadro de subobstrução intestinal, apesar das medidas iniciais adotadas. As equipes que o assistem optaram de comum acordo pelo tratamento cirúrgico”.

Em tensão frequente e alvo de processo no Supremo Tribunal Federal por liderar a tentativa de golpe de Estado, no qual é réu, o ex-mandatário frequentemente relata fortes dores abdominais.

Ele relatou que sentiu fortes dores abdominais na última sexta-feira quando estava em visita à cidade de Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte.

Do Brasil 247

Ensaio sobre a Forma-Estado no Brasil contemporâneo

 

— Viva a democracia!

— O Fascismo não passará!!

 

Por Vinício Carrilho Martinez – Doutor em Ciências Sociais/UNESP

e Tainá Reis – Doutora em Sociologia/UFSCar

 

Por mais que reviremos as instituições políticas, quando falamos do Estado brasileiro teimam em aflorar o que há de pior na nossa formação social, a exemplo da rejeição institucional aos pobres: o Brasil não “trata” (aborda a pobreza e a miséria social), o país distrata seu povo, os mais pobres e desassistidos. Isso é uma recorrência histórica[1].

Desse modo, para entender o Estado contemporâneo brasileiro é preciso retomar o passado – como boa parte das teorias críticas nos ensina, o presente é uma elaboração histórica contínua – ou, em alguns casos, uma permanência travestida de novidade. O Brasil do século XXI é herdeiro de estruturas coloniais profundamente desiguais e violentas. O Estado, como instituição das instituições, espelha e reforça essa história.

O modelo de Estado que nos forma e nos governa está ancorado em um passado colonial escravocrata, patriarcal e racializado. Nos tempos da Plantation, com o latifúndio agroexportador, o poder estatal já se configurava como mantenedor da dominação de uma elite econômica e social – atualmente, sem mais a Plantation, mas com as commodities, quanto mudou? Essa elite, branca, masculina e proprietária, tanto detinha os meios de produção como também influenciou as normas jurídicas, os valores e o funcionamento da própria máquina estatal. O Estado foi (e ainda é) agente ativo na construção de desigualdades estruturais.

Tratar de tema tão vasto como o Estado, as formas políticas historicamente construídas, é sempre um desafio – é amplo e aprazível ao retomar a história política, porém, pode se esvaziar em conceitos que requerem um grande aporte de precisão e de aprofundamento. No entanto, as formas políticas atribuídas ao Estado sempre nos explicam muito do que somos (ou não), do que poderíamos ser. Quantas relações poderiam ser estabelecidas entre as formas políticas no extenso rol da história?

  • Estado antigo (ou Estado gregário)
  • Estado funcionalista
  • Estado liberal
  • Estado de direito republicano
  • Estado federal (ou federativo)
  • Estado Legal (séculos depois do Estado Livre)
  • Estado democrático
  • Estado Social (México)
  • O Estado-força (o não-Estado)
  • Estado de Bem Estar Social – capitalismo monopolista de Estado
  • Estado de direito político:

Até o nosso Estado Democrático de Direito Social (Martinez, 2013)

Em razão da necessidade de se manter a objetividade, é importante destacar uma súmula quanto à forma política do chamado Estado Moderno, que é este que nos compete. Por este resumo cabe dizer que o Estado é a instituição das instituições, a instituição capaz de normatizar, normalizar as demais construções institucionais; como instituição reguladora, o Estado reúne o poder da heteronomia e da soberania (restando às outras instituições uma possibilidade de autonomia – sendo esta residual).

Para que isto assim se afirme, o Estado moderno mantém em unidade constitucional três das mais essenciais categorias – quais sejam: o povo, o território e a mesma aludida soberania. Daí provém a heteronomia ou o monopólio do exercício do uso legítimo da força física, bem como o monopólio legislativo – por exemplo, quando se afirma a segurança jurídica em substituição à vingança privada. Na bandeira do Estado Constitucional – com todas essas funções reguladas por uma Constituição (promulgada ou outorgada), a modernidade se apresenta na forma do Estado de Direito, com algumas condições elementares: a divisão dos poderes, o Império da Lei, a prevalência dos direitos fundamentais.

 

Autocracia política (plutocracia)

Depois de uma breve exposição sobre as formas políticas do Estado, num sentido mais histórico e universal (pelo Ocidente), destaca-se a autocracia burguesa de Florestan Fernandes: tão visível no mercado financista da Faria Lima que, hoje, o faria colocar outros adjetivos.

Vemos esse fato como uma revolução burguesa pela metade, com um Estado de direito que não apenas serve às “elites” (no Brasil: oclocracia), que não apenas é racista (na prática, não na Constituição de 1988), como ainda reproduz (fora, distante, do Estado Democrático de Direito) a realidade excludente (repleta de exceções e privilégios de “casta”: Judiciário) e que sempre performou o Estado patriarcal, colonial, cartorial.

A tardia e incompleta abolição do regime escravocrata em 1888 não significou uma ruptura com a lógica do domínio senhorial. A promulgação da Lei de Terras, em 1850, operou um dos mais claros exemplos do Estado enquanto mantenedor de privilégios: a terra se converteu em mercadoria, o que impediu que ex-escravizados e imigrantes pobres acessassem a propriedade rural. Com tal medida, enquanto força de trabalho livre, permaneceram dependentes dos antigos senhores, que, assim, permaneceram no topo da pirâmide social. Assim, a modernização da legislação fundiária operou uma atualização da dominação, não sua superação.

Esse padrão se mantém no presente: a blindagem jurídica das elites econômicas, a aliança entre o Estado e o agronegócio e a seletividade penal evidenciam que o Estado brasileiro permanece legislando para uma classe específica. Elevado quase a uma condição de casta, o Judiciário age de modo desigual: severo com os pobres, leniente com os privilegiados. Nesse quadro se insere o conceito de autocracia burguesa, conforme formulado por Florestan Fernandes —que hoje pode facilmente ser compreendido como um Estado capturado por interesses financistas, marcado por práticas oclocráticas e plutocráticas.

O que ainda nos assegura alguma “excepcionalidade” (discriminação positiva) são os direitos fundamentais – no que restou da Constituição de 1988 sem ser corrompida pelo neoliberalismo, neocolonialismo e pelo Estado Paralelo (entre a corrupção e o crime organizado). Portanto, se fizemos a tal revolução burguesa, nós a fizemos sem a eficácia do Estado de direito – mormente se considerarmos que o conceito exige o Império da Lei, a separação dos poderes, a prevalência dos direitos fundamentais, a isonomia (Canotilho, 1999).

A separação de poderes, a garantia de direitos e liberdades, o pluralismo político e social, o direito de recurso contra abusos dos funcionários[2], a subordinação da administração à lei constitucional, a fiscalização da constitucionalidade das leis […] a publicidade crítica, a discussão e dissensos parlamentares e políticos, a autonomia da sociedade civil (Canotilho, 1999, p. 16).

 

Porém, no âmbito das Teorias do Estado, pelo caminho das institucionalidades, o copo meio vazio indica que são bem questionáveis “nosso” Estado-Juiz e o Estado Constitucional, pois, o 8 de janeiro de 2023 e a Lava Jato são marcas d’água desse Estado sem direito, em que as “elites” mudam rapidamente seu horizonte.

A revolução colorida de 2013/4 (estimuladora do Fascismo nacional), o Golpe de Estado de 2016, o resultado da eleição de 2018, esse pacote recente, mostram apenas o arsenal de instrumentos dessa autocracia burguesa (oclocracia) nos tempos do financismo (rentismo estatal) e sob a vigilância do capitalismo de dados – das redes antissociais em que prosperam o referido Fascismo, a misoginia, o ódio social.

As elites incultas brasileiras falam em meritocracia – “o céu é o limite” –, no entanto, não olham para si mesmas.

  • Meritocracia: é o governo dos que têm mais méritos, ao contrário da realidade nacional, em que prosperam os que são fortes, astutos, corruptos ou ricos. Portanto, a meritocracia que deveria ser o oposto de oclocracia (governos dos ricos) ou plutocracia (governo dos piores), no Brasil, conheceu até mesmo a corrupção do vocábulo.

 

Em outras palavras, a autocracia burguesa precisa de mais penduricalhos para se explicar em 2025, e prestar contas aos senhores da guerra civil – travada todos os dias, tão logo a gente abra a janela e veja desfilar a luta de classes prenha de Pensamento Escravista.

O Brasil, sua cultura e sociedade, o Estado brasileiro, parece exigir que façamos um rizoma – e que envolva o passado e o presente; pois, soubemos como ninguém combinar o modo de produção escravo com o capitalismo (desafiando toda a lógica dos clássicos da Teoria Social moderna) – o sistema de Plantation (escravista) era suficiente porque o mercado de consumo era somente europeu: e aí se realizava a distribuição capitalista da nossa produção em escala. Disso resultou o presente e atuante Pensamento Escravista – uma combinação entre racismo e exploração análoga ao trabalho escravo, em 2025.

Portanto, além de mentalidade arcaica, atrasada – que leva ensino religioso (em atentado ao Estado Laico: artigo 19 da CF/88[3]), militarização da escola pública (por que as elites não querem isso aos seus filhos?), educação financeira para crianças e jovens que vão à escola em troca da merenda –, temos uma base de formação social e institucional que guarda muito dos resquícios do nosso pior passado.

 

Modernidade à tardinha

Esse rizoma arcaico e pós-moderno nos trouxe, em exemplo complementar, ações recentes do Ministério da Educação com seus kits de robótica. Não é, evidentemente, uma aposta na antimodernidade, entretanto, como explicar a robótica no sertão em que as pessoas lutam para ter água potável?

Definitivamente, não teremos futuro sem acertar muitas contas com o passado. Nossa Modernidade Tardia acena com liberdade (mas é essa das proposições golpistas e nazifascistas), sem nenhum reconhecido de igualdade e muito menos de fraternidade. Ou seja, a conta da Revolução Francesa não fecha a conta neste país.

A Constituição Federal de 1988 nos presenteou com um Processo Civilizatório (artigo 215[4]), sem, no entanto, apontar as garantias necessárias à fruição dos artigos 1º, 2º, 3º e 4º. Nosso preâmbulo constitucional não desfraldou eficazmente o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nossa revolução burguesa foi (se foi) tecnicista, porque alavancou o capitalismo nacional na década de 1930, e autocrática – porém, tendo-se em conta o quanto nossas “elites” são atávicas, de poucas luzes iluministas (jamais libertárias). Aliás, quando vemos restos de iluminação no combate à fome e à miséria humana, as elites incultas apagam qualquer lamparina que vejam pela frente.

Nossos esforços pela construção de uma sociedade menos brutal e de um Estado efetivamente moderno, remetem à redemocratização, à Constituinte de 1985, à Constituição de 1988, às eleições de um Partido dos Trabalhadores – hoje parecido com o PRI (México) em alguns aspectos – e, no outro canto escuro da história, lembra as estrofes de uma música:

Instrumentalização do poder

– nunca é sem querer

– vem sempre para doer

 

Instrumento de dominação

– quase sempre é organização

– mas, não é bem o da emancipação

 

Instrumento policial

– uma enorme pujança

da insegurança

 

É Instrumento racial

– onde está o racional?

 

Policial,

– aliado do instrumento fabril

– nunca é gentil

 

É um extremo febril

(https://www.youtube.com/watch?v=k5hSTpW0PLM)

 

Essa estrofe é uma entrada para rediscutirmos o Estado Penal (Wacquant, 2003) no Brasil, com seus ranços racistas e elitistas e que, obviamente, atua como observação institucional “sobre” e “para quem” se ordenou o nosso Estado de Direito – instrumento, este, sempre pronto a punir o povo pobre, negro e oprimido. A autocracia se expressa contemporaneamente de forma mais sofisticada, combinando neoliberalismo, neocolonialismo e um Estado Penal que tem no encarceramento em massa e no endurecimento das políticas de segurança formas modernas de contenção social.

De nossa parte, seguimos na luta política, que é sempre uma Luta pelo Direito – em meio à luta de classes –, procurando efetivar as garantias, as liberdades, os direitos e que estão alinhados no escopo, no bojo, do Estado Democrático de Direito Social (Martinez, 2024). Sempre na insistência de um país justo, livre e solidário – e sob o primor da emancipação e da dignidade humana (Martinez, 2025)[5].

Mas é preciso ter no horizonte: não se constrói um Estado democrático verdadeiramente inclusivo com a manutenção das estruturas que produziram a exclusão. O pensamento escravista permanece como racionalidade em nossa sociedade – racionalidade material que se concretiza em decisões políticas, econômicas e culturais.

 

Últimas considerações

Por fim, o último ponto que se desataca é o julgamento do século – sob as balizas do Estado Democrático de Direito.

Começou o julgamento do século, porque começamos a julgar o Fascismo pela Constituição de 1988 e com base em artigos do Código Penal (tentativa de golpe de Estado e atentado violento ao Estado Democrático de Direito), que, ele, o maior símbolo fascista, homologou. É uma data histórica, pela ironia que só a justiça histórica pode (algumas vezes) proporcionar.

Especialmente se observarmos as “quatro linhas” da política internacional (extrema direita global) e o nosso próprio estrato cultural.

Não será dessa vez – como em 1964 e no looping da exceção (do AI 1 ao AI 5) – que “um cabo e um soldado” calarão o STF e a democracia ou rasgarão a Constituição. A família de Herzog esteve na primeira fila e mesmo que o réu venha a fugir, a justiça terá sido feita para os milhares de mortos por falta de vacina ou de oxigênio, durante a pandemia. O fascista não estará sendo julgado pelo crime de “genocídio iniciado”, mas estará sendo julgado. Por isso, também temos que pensar/avaliar o quanto as institucionalidades do Estado Democrático de Direito foram (são) fortes, como demonstra esse julgamento em que o Fascismo se torna réu.

Hoje é um dia para celebrarmos a democracia, a Constituição, os direitos humanos fundamentais – por nós e por todos que sucumbiram no Estado fascista.

Realmente, o sabor da ironia da justiça histórica não tem paralelos.

Viva a democracia!

O Fascismo não passará!!

 

 

Referências

 

CANOTILHO, J. J. G. Estado de Direito. Lisboa: Gradiva, 1999.

 

MARTINEZ, Vinício Carrilho. Teorias do Estado: metamorfoses do Estado Moderno. São Paulo: Scortecci, 2013.

 

MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Ensaio sobre o estado democrático de direito social*: concepção jurídica burguesa ou socialismo na modernidade tardia? São Carlos: Pedro & João Editores, 2024. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/ensaio-sobre-o-estado-democratico-de-direito-social-concepcao-juridica-burguesa-ou-socialismo-na-modernidade-tardia/

 

MARTINEZ, Vinício Carrilho. Educação e Sociedade. São Carlos: Amazon, Ebook Kindle, 2025. Disponível em: https://a.co/d/393SyBS.

 

WACQUANT, Loïc. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2003.

 

[1] https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/04/07/abordar-pedintes-e-tira-los-do-foco-anuncio-em-sp-cometeu-aporofobia.htm. Acesso em 07/04/2025.

[2] Historicamente, esta é a garantia institucional atribuída à conquista do direito de petição.

[3] Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II–recusar fé aos documentos públicos; III–criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

[4] “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1o O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro- -brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”. https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em 24/03/2025.

[5] Inserimos outra música, da qual participamos: https://www.youtube.com/watch?v=vbEAiyWYDfg&list=PL0BSSWXJH_LGIPqbXazs5rPJEcBkvB0qb&index=21. Acesso em 24/03/2025.

Heteronomia [1]

Pr Vinício Carrilho Martinez (Dr.) (*)

Quando vivemos tempos de retrocesso, em que verdadeiras organizações criminosas assaltam o Estado, os cofres públicos, algumas instituições e institucionalidades precisam ser retomadas, como se precisássemos readquirir a legitimidade das ações, a boa fé pública, a garantia de que as ações públicas, institucionais, não reverberem somente os interesses egoístas, mesquinhos[2].

Esse é o sentido mais geral proposto pelo conto A sereníssima república, em que Machado de Assis (1994) diagnostica a multiplicação de regras (sem legitimidade) e, com elas, os defeitos da coisa pública. Afinal, velhos jogadores da política, com regras novas, no jogo da “soma-zero”, terminam em confronto para agir pelas “lacunas da lei”. Talvez um exemplo emblemático de um confronto como esse seja o dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando grupos (de dentro do próprio Estado e de civis comuns) que rejeitavam o resultado eleitoral tentaram agir pelas lacunas da lei, buscando enfraquecer as instituições. A resposta do Estado, buscando a criminalização e a punição, com base em regras previamente estabelecidas – Constituição Federal de 1988 e Código Penal –, reafirmou o papel da heteronomia como fundamento da ordem jurídica e democrática.

Costuma-se associar heteronomia à autonomia: por oposição. Porém, o que faria mais sentido, do ponto de vista pragmático, seria a similitude negativa (por exclusão) entre heteronomia e anomia: sendo a primeira uma imposição de regras e de normas de forma coercitiva e generalista e, por exclusão, a anomia implicando na “ausência de regras” ou em sua total ineficácia. A heteronomia se associa a um sentido de organização (normas que normalizam sistemas e funcionamentos), ao passo que a anomia aponta para o desmonte de uma “ordem projetada”, e assim implica numa desordem do status quo. Pensemos na pandemia de COVID-19: a fragilidade ou até mesmo ausência de normas sanitárias defendidas por algumas figuras políticas e até mesmo do campo médico levou a situações de quase anomia. A força da heteronomia é visível em casos em que foram implementadas medidas como o uso obrigatório de máscaras e o distanciamento social. Nesse período de crise, a heteronomia organizou a vida coletiva mesmo frente à resistência de grupos que reivindicavam uma autonomia plena e irresponsável – os chamados “não-vacinados”, ligados a um amplo segmento que defende a “antivacina”.

Se a autonomia é associada à liberdade (ou até emancipação), “tomar as rédeas para si”, controlar as escolhas e os caminhos adotados, a heteronomia não implica exatamente no seu oposto, uma vez que as escolhas continuam (ou podem continuar) a existir; apenas, digamos assim, não são escolhas aleatórias, uma vez que ocorrem dentro de um cenário possível (previsível), mais ou menos delimitado como horizonte dos fatos. E dessa forma, a autonomia assinala a liberdade positiva (uma suposta “livre escolha”) e a heteronomia sinaliza para a “liberdade negativa”: para garantir a liberdade no exercício da cidadania, o Estado tem que ser limitado em seus poderes.

É dentro dessa “liberdade comprometida” pela margem de ação, pelos marcos decididos, pelas regras minimamente ajustadas, que a liberdade se manifesta: nunca haverá liberdade plena, total, como um ideal absoluto; especialmente porque “onde todos podem tudo, ninguém pode nada” (e, neste caso, teríamos anomia). Esse princípio pode ser observado nos debates sobre o PL das Fakenews (PL 2630/2020), no Brasil. O projeto tem como objetivo regular as plataformas digitais para coibir a disseminação de desinformação, mas os grupos contrários a tal proposta (aqueles velhos jogadores da política) afirmam que se trata de ameaça à liberdade de expressão. O PL sinaliza a necessidade de se criar limites institucionais que garantam a convivência democrática no espaço público digital[3].

Não é que na heteronomia a liberdade seja vigiada ou que não exista autonomia nenhuma[4], mas sim que seja definida, delimitada para todas e todos. Há um marco legal, ético, político, cultural em que certas coisas, ações, decisões, são possíveis, aceitadas, e outras são recusadas, anuladas, condenadas. Por exemplo, diante da racionalidade o negacionismo deve ser recusado, atacado em qualquer tentativa de validação.

Desse modo, a heteronomia pode ser associada ao Estado – como ente jurídico e político – ou não, como ocorre no interior de grupos, associações, comunidades, culturas, etnias que se autorregulam: uma vez que se decida coletivamente (autogestão), a decisão só tem sentido se for cumprida por todos os indivíduos (heteronomia). E implica, ainda, dizer que a força impositiva das decisões (normatização), uma vez que tenha transcorrido o momento das deliberações, deve ser geral e se fazer presente nas ações de todos os indivíduos envolvidos. Portanto, na heteronomia há forças[5] que se destacam pela generalidade, anterioridade e coercitividade[6].

Também vemos que a heteronomia pode decorrer da autonomia, aquele momento da liberdade criadora em que se corrigem, afirmam ou constroem caminhos e decisões[7] – ainda que, em seguida, devam ser aceitos e realizados por todos os indivíduos. É mais usual pesar-se que a heteronomia venha listada junto ao aparato estatal, porque se pensa nas regras e nas normas como atribuições advindas do Estado: o chamado monopólio legislativo. Ocorre como se a normalização (o que é aceitável) derivasse unicamente do Estado, sendo este a única fonte geradora validável das tais normas e regras – chama-se isto de Positivismo Jurídico.

Enfim, heteronomia tem a ver com o sentido amplo de hétero ou diferente: fora, acima, distante. A norma e a regra surgem dentre os “mesmos”, a partir da vontade desses “mesmos indivíduos”, tidos em liberdade e isonomia, porém, trata-se de um resultado (norma) com uma constituição diversa, uma forma distinta, diferente das vontades iniciais. Há um processo de subsunção, que se descola da origem, das parcelas de vontades anunciadas e se converte em uma diretriz comum, uniforme, diretiva, e que volta a regular inclusive os dados, indivíduos, vontades originais. Portanto, no Brasil, a própria institucionalização da República precisa agir sobre nós com força de heteronomia, em que não apenas acreditemos no ideal da salus publica, da saúde preservada da Coisa Pública, e em que todas as “saúvas” da corrupção pública sejam fortemente punidas. Antes que isso ocorra será difícil associar o Estado brasileiro à instituição por excelência em que ocorre (transcorre) a centralização e a organização do poder, em torno dos interesses do nosso povo (dignidade), com a preservação da integridade do nosso território e a afirmação da soberania (tendo-se a soberania institucional, mas, igualmente a soberania popular).

 

Referências

 

ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.

 

DURKHEIM, Émile. Sociologia. 4 ed. Org. José Albertino Rodrigues. São Paulo: Ática, 1988.

 

KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, 1990.

MACHADO, de Assis. A sereníssima República e outros contos. São Paulo: FTD, 1994

 

SIDOU, J.M. Othon. Dicionário Jurídico. 11ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 2016.

(*) Vinício Carrilho Martinez (Dr.) Cientista Social

[1]Heteronomia jurídica. Sujeição do indivíduo, ou assimilação por ele, aos preceitos do direito, independentemente de sua vontade, mas decorrente da força coercitiva do Estado” (Sidou, 2016, p. 305). Mais ampla do que a ação estatal, a Ágora, na Grécia antiga, e os cantões suíços exemplificam a heteronomia enquanto “poder social” (Arendt, 1991), pois os “cidadãos” participam dos debates públicos, opinam, defendem suas teses e votam (hoje são os valores descritos como liberdade, transparência, isonomia, autonomia). A tese vencedora, então, ganha “força de lei”, impondo-se como regra abstrata, geral, comum, auto aplicada. Uma assembleia de estudantes ou docentes teria a mesma finalidade e institucionalidades semelhantes, como na decretação de uma greve. Seja na forma estatal ou não, a heteronomia adquire a força coercitiva, ou seja, a “força de lei” – “contra todos” (chamado de efeito erga omnes, uma regra auto aplicada “contra todos”, vencidos e vencedores). Isso ainda nos revela o sentido abstrato e universal da lei, como ficção jurídica que decorre da intervenção política. Pode-se dizer que, em conformidade com a fixação do poder social – para além da ação estatal – vigora o Princípio Democrático constante na democracia direta ou participativa: a heteronomia que se fundamenta na coletividade.

[2] Os ataques à educação e à saúde pública são constantes: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2025/04/10/operacao-pf-sorocaba-desvio-recursos-publicos.htm. Acesso em 10/04/2025.

[3] Em dezembro de 2024, deputados de direita (Republicanos-AM e União-RJ) propuseram novo projeto de lei sobre o tema, de caráter mais brando, como alternativa ao PL das Fake News. O texto, que se coloca como Lei de Proteção às Liberdades Constitucionais, tem sido visto como uma possibilidade de consenso. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/novo-projeto-da-centro-direita-vira-alternativa-ao-pl-das-fake-news-no-congresso/. Acesso em 10/04/2025.

[4] Até pode ser que seja, como é comum em Estados totalitários, teocracias.

[5] É interessante lembrar que, quando os romanos estendiam sua cidadania aos povos conquistados assim promoviam a heteronomia romana por meio da adesão, com a imposição da cultura do dominador. A força aqui provinha da violência, mas depois se interpunha por meio da cultura, de uma associação cultural.

[6] “É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter” (Durkheim, 1988, p. 52).

[7] Aqui também se associa a ideia de legitimidade: “A minha liberdade exterior (jurídica) deve antes explicar-se assim: é a faculdade de não obedecer a quaisquer leis externas senão enquanto lhes pude dar o meu consentimento. — Igualdade, a igualdade exterior (jurídica) num Estado é a relação entre os cidadãos segundo a qual nenhum pode vincular juridicamente outro sem que ele se submeta ao mesmo tempo à lei e poder ser reciprocamente também de igual modo vinculado por ela” (Kant, 1990, p. 128). Na ordem democrática, a heteronomia exige a legitimidade das ações, ainda que na sociedade de classes prevaleça apenas o princípio.

Tarcísio não quer anistia e ataque de Malafaia foi álibi para Hugo Motta engavetar PL

A velha estratégia de Jair Bolsonaro (PL) de terceirizar ataques por meio de seu guru, Silas Malafaia, foi celebrada nesta terça-feira (8) na Presidência da Câmara, comandada por Hugo Motta (Republicanos-PB).

Sucessor de Artur Lira, o deputado arrumou um álibi para esquecer na gaveta o PL da Anistia e atender aos anseios de seu partido, o Republicanos, e do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que atua para selar sua candidatura à Presidência em 2026 frente a uma aliança entre Centrão, Faria Lima e mídia neoliberal.

Após se hospedar no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador de São Paulo, para participar do ato na Paulista em favor da anistia, Bolsonaro ordenou à bancada do PL que recuasse na ofensiva fascista contra Motta e deputados do Centrão para colocar o PL da Anistia em pauta.
Bolsonaro determinou ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que recuasse na estratégia de expor fotos de deputados que não aderiram à proposta em um “carômetro” na internet.

“Atendendo a um pedido do nosso eterno presidente Jair Bolsonaro vamos, estrategicamente, adiar a publicação dos nomes dos parlamentares que assinaram e dos que ainda estão indecisos”, escreveu Cavalcante em seu perfil na rede X.

O ex-presidente determinou o recuo após Motta afirmar que “não vamos ficar restritos a um só tema”, que aumenta a tensão com os outros poderes. “Não embarcaremos nisso”, ressaltou.

“O que eu acho do Hugo Motta – e eu já conversei com ele algumas vezes. Ele leva pressão do ministro lá do Supremo, que não deveria acontecer, que é interferência. Leva pressão por parte do Executivo”, afirmou Bolsonaro, em resposta, a um canal da ultradireita.

“O que eu acho que se faz, na imprensa, é que nós, os mais interessados na anistia, partamos para o confronto. E daí, sim, você tem um clima desfavorável. Então eu peço a alguns parlamentares do PL – e de outros partidos também -: vai com calma”, emendou, baixando o tom contra Motta.

Além disso, pesquisa Quaest – avalizada pelo Datafolha um dia depois – revela que não há adesão à pauta da anistia e que 56% da população acredita que os envolvidos nas invasões de 8 de janeiro devem continuar presos por mais tempo e cumprirem suas penas.

Ataque de Malafaia

No entanto, em paralelo, Bolsonaro terceirizou a Silas Malafaia os ataques contra Hugo Motta – uma velha tática já usada pela dupla nos embates com Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Na tarde desta terça-feira (8), Malafaia fez estardalhaço nas redes alertando que iria postar um vídeo “com uma denúncia gravíssima contra o presidente da Câmara Hugo Motta”.

No vídeo, guru tentou dar um tom de terror na pauta da Câmara que, segundo ele, atende ao Judiciário e ao Executivo, e requentou a narrativa de que Motta estaria sendo pressionado por Moraes e Lula “porque tem investigação da Polícia Federal contra ele o o pai dele”. O objetivo era incitar a horda bolsonarista contra o presidente da Câmara.

Porém, a estratégia, dessa vez, deu xabu.

Rapidamente, começaram a circular pelos corredores da Câmara que Motta teria ficado furioso com os ataques de Malafaia a mando de Bolsonaro. E que, por isso, engavetaria o acordo feito com o ex-presidente, de colocar o PL da Anistia em pauta caso a bancada bolsonarista obtivesse os 257 votos necessário para iniciar a tramitação.

No entanto, a Fórum apurou com três fontes no Congresso Nacional que o ataque do guru de Bolsonaro foi celebrado no gabinete da Presidência da Câmara.

Segundo essas fontes, Motta estava dividido entre honrar o acordo com Bolsonaro e pautar o PL da Anistia, dando chances para que o ex-presidente não fosse preso e pudesse reverter a inelegibilidade, e uma negociação mais recente, que envolve diretamente o governador Tarcísio Gomes de Freitas e a cúpula dos Republicanos, braço político de Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.

Anistia na gaveta

Malafaia é dono da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec) e tem como principal inimigo no eleitorado evangélico o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal. Ambos têm um plano de poder calcado no eleitorado evangélico, principalmente neopentecostal, que é arquitetado desde os anos 1970, a partir do Rio de Janeiro.

A rivalidade foi exposta durante as eleições de 2022, quando Malafaia escanteou Marcos Pereira, bispo licenciado da Universal e presidente do Republicanos, na campanha eleitoral de Bolsonaro.

Pereira ainda teria ficado furioso com as investidas de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, em cima de Tarcísio Gomes de Freitas, que concorreu ao governo de São Paulo pelo Republicanos. Malafaia queria, juntamente com Bolsonaro, atrair o ex-ministro para a legenda e isolar a turma de Edir Macedo.

No entanto, o Republicanos firmou aliança com o PSD, de Gilberto Kassab,  alçado como principal assessor de Tarcísio no governo paulista – e que hoje atua como principal articulador da candidatura de Tarcísio na terceira via.

Para viabilizar definitivamente a candidatura de Tarcísio, no entanto, é necessário tirar Bolsonaro de uma vez por todas do jogo político em 2026. E isso passa, também, por engavetar o PL da Anistia.

“Se Motta tirar da pauta [o PL da Anistia], Bolsonaro fica puto com ele. Se colocar, o Tarcísio fica puto. Malafaia é o álibi pra ele tirar da pauta e deixar o Tarcísio e o partido feliz”, disse uma fonte do Congresso à Fórum.

Ou seja, o ataque de Malafaia deu o álibi que Motta queria para atender aos anseios presidenciais de Tarcísio em conluio com partidos do Centrão, a Faria Lima e a mídia liberal, que propagou a tese de que o presidente da Câmara estaria enfurecido com os ataques de Malafaia – enquanto o ato foi comemorado na “terceira via”.

Enquanto o ex-presidente e seus aliados extremistas incitam a horda a culparem Moraes e Lula pela postura de Motta, Bolsonaro é traído nos bastidores por Tarcísio, que o hospedou antes de subir ao lado dele no trio elétrico na avenida Paulista para buscar votos dos apoiadores radicais para o projeto presidencial em 2026.

Pereira, Motta, Edir Macedo, Kassab, Faria Lima e mídia liberal agradecem a Silas Malafaia por deixar Bolsonaro cada dia mais a caminho da prisão e abrir uma avenida para Tarcísio desfilar na terceira via “anti-Lula” no próximo ano.
Revista Forum

Após caos nos mercados, Trump sinaliza que pode rever tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou nesta quinta-feira (3) que está disposto a negociar tarifas reduzidas com parceiros comerciais, mas ressaltou que Washington só considerará propostas que sejam, segundo ele, “fenomenais”. As informações são da agência Bloomberg.

Na véspera, Trump anunciou 10% de tarifas comerciais sobre a maioria das importações dos EUA e taxas muito mais altas para dezenas de outros países, ameaçando desencadear uma convulsão econômica global.

“As tarifas nos dão um grande poder de negociação”, disse Trump, acrescentando que “todos os países nos contataram”. Questionado se isso significava que ele estava considerando ceder, Trump disse que “depende”. “Se alguém dissesse que vamos lhe dar algo que é tão fenomenal, desde que eles nos deem algo que seja bom”, acrescentou.

Bolsas globais caem – As declarações contrastam com um cenário econômico adverso após o anúncio das tarifas por Trump, na quarta-feira (2). Os índices de referência de Wall Street caíram nesta quinta-feira, encerrando com as maiores perdas percentuais diárias em anos, à medida que as amplas tarifas dos EUA acenderam temores de uma guerra comercial total e uma recessão econômica global.

O índice pan-europeu STOXX 600 cedeu 2,7%, retornando ao seu nível mais baixo desde janeiro. Os índices de referência da Alemanha, da Itália e da França fecharam com queda superior a 3%, com as ações italianas e francesas registrando a maior baixa em mais de dois anos. Um indicador da volatilidade do mercado de ações da zona do euro atingiu o pico de oito meses, de 25,54.

O movimento seguiu uma ampla liquidação de ações globais, à medida que os investidores se voltaram para títulos governamentais considerados mais seguros e para o iene japonês.

No fechamento, o índice de Xangai teve queda de 0,24%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,59% e atingiu o nível mais baixo em dois meses. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 1,52%. O iuan caiu para o seu nível mais baixo em sete semanas e os mercados de ações chineses recuaram nesta quinta-feira.

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 2,77%, a 34.735 pontos.

O Ibovespa fechou praticamente estável nesta quinta-feira, com ações de companhias sensíveis à economia doméstica contrabalançando a pressão de papéis de empresas vulneráveis ao mercado externo.

Brasil 247

Paulo Cadilack é preso por roubo de banco no Mato Grosso

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Paulo Cadilack, miliciano de Candeias do Mamoré (RO), está envolvido num assalto à mão armada a um banco. Paulo Cadilac é bolsonarista.

Gravado por câmeras de monitoramento, o roubo ocorreu quando os funcionários chegavam com malote de dinheiro em uma agência bancária na cidade. As imagens ajudaram na identificação do suspeito, segundo a polícia.

As diligências revelaram que um veículo branco havia deixado um dos criminosos nas proximidades do local do assalto. Esse homem, ao desembarcar, abordou a funcionária do banco ainda dentro do carro, anunciou o assalto com arma de fogo em punho e ordenou que ela entregasse o malote com dinheiro…

Para o advogado de Fábio, José Roberto Rodrigues da Rosa, a absolvição representa que “a Justiça tarda, mas não falha”. Ao Campo Grande News, ele afirmou que o caso foi um absurdo. “Desde o início, estávamos insistindo que ele não tinha absolutamente nenhuma relação com aquele roubo ao banco”, disse o advogado.

Observação. Parte dessa matéria é inverídica. O nome mencionado, Paulo Cadilack, não corresponde ao verdadeiro autor do assalto. Esta postagem é apenas uma demonstração do quão o Google publica notícias falsas.

Texto original:

https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/acusado-de-envolvimento-em-roubo-de-malote-e-assalto-a-banco-e-absolvido

Caso Vitória-o feminicídio em alta

 

– o feminicídio em alta[1]

 

Vinício Carrilho MartinezDoutor em Ciências Sociais

Tainá ReisDoutora em Ciências Sociais

 

Foi amplamente veiculado na mídia o caso de Vitória, jovem de 17 anos sequestrada e barbaramente assassinada. Não cabe entrar em detalhes do crime, pois aqui a intenção não é reproduzir o sensacionalismo muitas vezes encontrado na cobertura de casos como esse. O que buscamos é apontar, por um lado, o processo social que faz o feminicídio ser ainda tão presente na sociedade brasileira e, por outro, entender o papel do Estado frente a tal quadro.

O feminicídio passa a ser considerado crime específico no Brasil em 2015. A partir da promulgação da Lei 13.104/2015, que altera o Código Penal, o feminicídio foi incluído como uma qualificadora do homicídio, considerado como crime hediondo, com penas de 12 a 30 anos. Esse avanço na legislação vem no esteio da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará) ocorrida em 1994[2]. Em 2024 entrou em vigor a Lei 14.994, que aumenta a pena para feminicídio (20 a 40 anos) e para outros crimes de violência contra a mulher, como lesão corporal, injúria e difamação, e o coloca não mais em um qualificador de homicídio, mas como crime autônomo.

Apesar de avanços na pauta de defesa das mulheres, o Brasil continuou figurando entre os países com maiores índices de violência de gênero, conforme dados do Mapa da Violência. O que se observou é que as mulheres eram assassinadas justamente por serem mulheres, em contexto de violência doméstica ou discriminação de gênero (quando o crime é motivado por ódio, desprezo ou sentimento de posse sobre a mulher). Desse modo, a lei do feminicídio surge exatamente por uma admissão jurídica de que as mulheres estão morrendo por conta de sua própria condição de mulher.

Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 1.467 mulheres morreram vítimas de feminicídio em 2023 — o maior registro desde a sanção da lei que tipifica o crime, em 2015. As agressões decorrentes de violência doméstica tiveram aumento de 9,8%, e totalizaram 258.941 casos. (Agência Senado, online, 2024)

 

Desde a tipificação do feminicídio em 2015, 11.859 mulheres foram assassinadas pela condição de gênero (Folha de São Paulo, 2025). O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou que, em 2023, mais de 65% das mulheres assassinadas de forma violenta eram negras, em sua maioria com idade entre 18 e 44 anos. 64,3% dos feminicídios ocorreram na residência das vítimas; 63% dos agressores eram parceiros íntimos das vítimas, 21,2% eram ex-parceiros íntimos.

Conforme a Rede de Observatórios de Segurança, que realiza o monitoramento dos casos de violência contra a mulher em nove estados (Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo), em 2024, uma mulher morria a cada 17 horas por uma razão de gênero, totalizando 531 vítimas no ano. Ainda em 2024, a cada 24 horas pelo menos 13 mulheres foram vítimas de violência nesses nove estados. Em 2025, Vitória foi uma delas, barbaramente assassinada poucos dias antes de completar 18 anos.

Por que os homens odeiam as mulheres?

A violência de gênero é um problema estrutural. Mas o que isso quer dizer exatamente? Quer dizer que desde que nascem, meninos e meninas são socializados, ensinados (em casa, na escola, pela mídia, enfim, pela cultura) que há uma hierarquia entre eles. Desde a tenra idade é disseminada uma noção de superioridade dos homens sobre as mulheres. Isso é o que se convencionou chamar de patriarcado, um sistema social em que os homens detêm o poder (moral, social, político), enquanto as mulheres seriam relegadas a papéis ditos secundários, como cuidadoras, mães e esposas[3], com menor autonomia e direitos (Federici, 2017, Saffioti, 2013).

A violência é um instrumento de manutenção do status quo de uma estrutura social patriarcal, ou, trocando em miúdos, é o meio pelo qual o poder masculino é mantido (Saffioti, 1995). Assim, a violência de gênero não é algo individualizado, apesar de ser um agressor que vai usar a violência como forma de reafirmar seu poder e controle sobre a mulher. Esse comportamento masculino é produzido socialmente, em uma sociedade de base patriarcal. O que houve com Vitória e com tantas outras mulheres não é uma monstruosidade de homens loucos, mas um sintoma de uma sociedade patriarcal.

Nesse sentido, podemos entender também a misoginia (o ódio às mulheres): não se trata de um sentimento individual de um homem machista, mas uma espécie de sistema disciplinador que pune as mulheres que desafiam os papéis de gênero tradicionais (Manne, 2017). A busca por igualdade e independência das mulheres gera insegurança e hostilidade nos homens (Beauvoir, 2016), e a violência serve para intimidar as mulheres, reforçando sua submissão. O discurso misógino normaliza esses atos de violência.

Ainda, a partir dos dados apresentados anteriormente, mas também contando com a discussão teórica de diversas autoras feministas, entendemos que a maneira como as mulheres estão submetidas aos padrões de poder não é igual, há de se destacar a intersecção entre raça e classe (Davis, 2016, Collins, 2019, Gonzalez, 2020). Lélia Gonzalez discute como a violência contra a mulher negra é historicamente naturalizada, resultado de uma herança escravocrata que consolidou estereótipos legitimadores do controle masculino sobre seus corpos. Segundo a autora, essa violência é invisibilizada por uma sociedade estruturalmente racista, justamente por reforçar estereótipos como da “mulata fogosa” e da “mãe preta” sacrificada, ignorando o sofrimento dessas mulheres.

Gonzalez (2020) denuncia a negligência do Estado em relação a essas pautas, que contribui para a perpetuação dessa opressão. A Rede de Observatórios da Segurança, ao tratar sobre os dados de violência contra a mulher e feminicídios de 2024, afirma:

Continuamos chamando a atenção, ano após ano, para um fenômeno muito maior do que essa amostragem, que foi normalizado pela sociedade e pelo Poder Público como apenas mais uma pauta social. E por isso os números seguem aumentando, enquanto as políticas de assistência estão sendo fragilizadas. (…) Apesar de importantes avanços ao longo dos anos com a institucionalização dos mecanismos de proteção às mulheres, como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), a Lei Maria da Penha e a tipificação do feminicídio como crime – que deveriam estar mais consolidados e dotados de melhores condições de funcionamento –, a violência contra mulheres e o feminicídio continuam sendo uma realidade alarmante em nosso país. (Campo, online, 2025)

 

O que observamos é que, a despeito de algumas políticas, os números de feminicídio e violência contra a mulher continuam alarmantes, vitimando mais as mulheres negras. Assim, entendemos que é necessário combater as raízes sociais e culturais do racismo e do patriarcado, além de garantir a aplicação efetiva da legislação já vigente.

 

Políticas de Estado no Estado Democrático de Direito Social

Diante do exposto, além das óbvias previsões criminais, crimes como o feminicídio, racismo, fomento aos crimes de ódio social, tentativas de golpe, homofobia e outros – em que se destaca não apenas o barbarismo dos indivíduos, mas também o laivo fascista, de claro atentado à condição humana – deveriam/precisam receber a atenção pública e os aportes institucionais adequados.

Como se vê cotidianamente, não bastam as políticas públicas (as que existem, se é que existem), é necessário haver uma mudança estrutural (social, cultural) e institucional, constitucional. Esse “outro paradigma” colocaria essas ações abomináveis sob a inflexão de Políticas de Estado. Isso é urgente, acima de tudo, para que as trocas governamentais não acabem com as poucas políticas públicas já previstas.

Com o entra e sai de governos, as políticas públicas são abaladas ou fortalecidas, é do “jogo político” (ideológico) de quem detém a caneta da heteronomia. Sob a forma de Políticas de Estado, como ocorre com a educação pública e com o SUS (Sistema Unificado de Saúde), as travas institucionais, constitucionais, são efetivamente imunes às ações reacionárias, negacionistas, desconstitutivas da condição humana.

A palavra mágica que as protege é conhecida como “cláusula pétrea”: são as cláusulas de pedra irremovíveis do estofo da Constituição Federal de 1988. Não se mexe nelas e é só por isso que ainda não acabaram com o SUS – que atende milhões de brasileiras e de brasileiros totalmente desamparados, famélicos, submetidos à selva capitalista desse Brasil que se alinha e se alimenta dos restos do Pensamento Escravista.

Portanto, antes de avançarmos mais, é oportuno buscarmos a distinção entre Estado e governo. Empregaremos aqui dois dicionários não-usuais porque trazem luz a um outro problema também: o chamado Partido de Poder[4].

Por Estado podemos entender uma:

Sociedade juridicamente organizada, com um território e um povo determinados. Permite e favorece a convivência pacífica e a realização da totalidade dos fins humanos […] Aparece aqui o poder monopolizado territorialmente, a existência de uma ordem jurídica e administrativa organizada como um sistema, que repousa sobre disposições fundamentais, e a existência de um corpo administrativo consignado a esse cumprimento […] Jellinek define o Estado como a “corporação territorial dotada de um poder de mando originário”[5], devendo-se entender por corporação a síntese jurídica que expressa as relações jurídicas da unidade associativa e considerando a corporação como um sujeito de direitos (Rojas, 2001, p. 436-7 – tradução livre).

 

Já por governo temos que[6]:

É, por oposição (antonomásia), a complexa função de conduzir as pessoas e administrar as coisas do Estado ou o conjunto de órgãos que lhe cabe. A tarefa de governar compreende dois grandes aspectos: conduzir pessoas e administrar coisas (as coisas públicas). O governo das pessoas implica dirigi-las, induzi-las, motiva-las, alenta-las, desalenta-las, estimula-las, disciplina-las, empurra-las, detê-las, coordenar seus esforços, assinalar metas, articular suas atividades para que cada uma delas cumpra a parte que lhe corresponde na vida comunitária[7] […] A administração das coisas do Estado é a promoção ou gestão delas mesmas e a supervisão do processo de produção, circulação e distribuição dos bens econômicos (Borja, 1988, p. 477 – tradução livre)[8].

 

Retomando o paralelo, cabe a certeza de que as Políticas de Estado não abdicam das políticas públicas; pois, pelo contrário, espera-se atribuir-lhes maior robustez, profundidade e alcance estrutural – a exemplo da dotação orçamentária específica e sob o guarda-chuva constitucional das cláusulas pétreas.

A primeira conclusão lógica, portanto, nos diz que as Políticas de Estado são mais resistentes do que indicam as políticas públicas e esse aspecto, per si, aumenta nossa aposta institucional, constitucional, para acirrarmos formas de combate aos piores crimes cometidos no país. Lembremos ainda que a mudança estrutural no enfrentamento desse tipo de violência acarretaria um enfrentamento mais decisivo contra os mesmos problemas estruturais (históricos) e que desembocam na violência diária.

Possivelmente, com a imposição de Políticas de Estado, para os casos gravíssimos de crimes como feminicídio e os variados crimes de ódio social (aos que se soma a misoginia), chegaríamos mais próximos de alguma Justiça Social e do ideal definido pela Constituição Federal de 1988 na forma do Estado Democrático de Direito Social (Martinez, 2025). Tecnicamente, diz-se que o Estado de Direito[9] estaria (se isso ocorrer) redefinido a fim de um efetivo cumprimento dos direitos humanos – agora assentados sob a guarida constitucional dos direitos fundamentais.

Neste ponto, ainda podemos inflexionar que o Poder Político[10] não mais estaria apartado de suas “obrigações públicas de fazer” – uma vez que, sob o escopo das cláusulas pétreas, o Estado é obrigado a obstinar-se a tal efetividade, sendo ele mesmo corresponsável e, portanto, sujeito aos rigores do Império da Lei – especialmente, no sentido de que a juridicidade estaria alinhada à administração das coisas públicas (República) em prol de um mínimo de segurança social aos grupos, classes e indivíduos mais desassistidos e subjugados pela disparidade política e desigualdade social. Este seria o maior e melhor âmbito protetivo dos direitos fundamentais (Sarlet, 2012), na vanguarda das cláusulas pétreas.

 

Conclusões em aberto

Por fim, mas não menos importante, cabe ressaltar que (finalmente) a legalidade (Políticas de Estado) se alinharia politicamente, juridicamente, com a legitimidade[11]: a pretendida Justiça Social.

No caso aqui interposto, sob a alcunha de Políticas de Estado, o Estado brasileiro (do patriarcado, machismo, misoginia) estaria obrigado a agir de um modo que lhe é inusitado, bem como estaria barrado nas suas intenções/ações costumeiras até então (de provocar mais racismo e desigualdade social). O resultado técnico, pode-se dizer, ver-se-ia na subsunção do governo aos postulados éticos e institucionais do Estado Democrático de Direito Social – ao contrário do que verifica historicamente, e mesmo no pós-1988[12].

Temos, então, que as Políticas de Estado nos beneficiam – retirando-nos do escopo basicamente passageiro, ocasional, dos governos de plantão – uma vez que também se alicerçam nas definições e amarras institucionais e constitucionais que devem alinhar o Poder Político (Estado, porquanto seja a “instituição por excelência”, a instituição por definição preliminar e diretiva das demais instituições: a instituição com o poder de status). Se as políticas públicas estão ao sabor das intempéries ideológicas de governos transitórios, as Políticas de Estado se compõem e se articulam na perenidade da definição e das ações constitutivas do Estado Democrático de Direito Social.

Quem sabe, neste momento ideal, o Caso Vitória viesse a refletir uma infinidade de meninas vencedoras e de vida longeva, e não mais as derrotas do país todo.

 

Bibliografia

 

AGÊNCIA SENADO. Lei que pune feminicídio com até 40 anos de reclusão entra em vigor. Brasília. 10/04/2024. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2024/10/10/lei-que-pune-feminicidio-com-ate-40-anos-de-reclusao-entra-em-vigor. Acesso em 16 mar. 2025.

 

ALLAND, Denis; RIALS, Stéphane. Dicionário da Cultura Jurídica. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

 

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: a obra fundamental do feminismo moderno. Tradução de Sérgio Milliet. 1. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

 

BOBBIO, Norbert. et. al. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.

 

BORJA, Rodrigo. Enciclopedia de la Politica. (2ª ed.). México: Fondo de Cultura Económica, 1998.

 

CAMPOS, Ana Cristina. A cada 17 horas, ao menos uma mulher foi vítima de feminicídio em 2024. Agência Brasil, 13 mar. 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-03/cada-17-horas-ao-menos-uma-mulher-foi-vitima-de-feminicidio-em-2024#:~:text=Os%20dados%20apontaram%20um%20total,o%20%C3%ADndice%20%C3%A9%20de%2070%25. Acesso em: 16 mar. 2025.

 

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2019.

 

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

 

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução de Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.

 

FOLHA DE SÃO PAULO. Feminicídio fez mais de mil vítimas por ano no Brasil desde 2015. 12 mar. 2025. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/03/feminicidio-fez-mais-de-mil-vitimas-por-ano-no-brasil-desde-2015.shtml. Acesso em: 17 mar. 2025.

 

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo, 2024. Disponível em: https://publicacoes.forumseguranca.org.br/items/f62c4196-561d-452d-a2a8-9d33d1163af0. Acesso em: 17 mar. 2025.

 

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afrolatinoamericano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020

 

HOOKS, bell. A vontade de mudar: homens, masculinidade e amor. Tradução de Stephanie Borges. 1. ed. São Paulo: Elefante, 2023.

 

JELLINEK, Georg. Teoria General del Estado. México: Fondo de Cultura Económica, 2000.

 

MANNE, Kate. Down Girl: The Logic of Misogyny. New York: Oxford University Press, 2017.

 

MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Ensaio sobre o estado democrático de direito social*: concepção jurídica burguesa ou socialismo na modernidade tardia? São Carlos: Pedro & João Editores, 2024b. Disponível em: https://pedroejoaoeditores.com.br/produto/ensaio-sobre-o-estado-democratico-de-direito-social-concepcao-juridica-burguesa-ou-socialismo-na-modernidade-tardia/

 

OUTHWAITE, William; BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

 

ROJAS, Andrés Serra. Diccionario de Ciencia Politica. v. II. Fondo de Cultura Económica – Facultad de Derecho/UNAM: Ciudad de México, 2001.

 

SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. 3. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.

 

SAFFIOTI, Heleith Iara Bongiovani. Violência de gênero. Poder e impotência. Rio de Janeiro: Revinter, 1995.

 

SARLET, I. W. Curso de Direito Constitucional (et al). São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012.

 

 

[1] Esse texto faz parte de uma série iniciada com a proposição de uma leitura envolvente entre Educação, Estado e Poder: https://aterraeredonda.com.br/educacao-estado-e-poder/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=novas_publicacoes&utm_term=2025-03-10. Acesso em 16/03/2025.

[2] A Convenção de Belém foi um marco internacional que pressionou o Brasil a adotar medidas específicas para proteger as mulheres, como: reconhecer a violência contra a mulher como violação de direitos humanos; promover campanhas de prevenção e conscientização; garantir mecanismos de proteção e assistência às mulheres; realizar coleta de dados sobre esse tipo de violência, entre outros. Uma das políticas que se consolidou para atender essa demanda foi a expansão das delegacias especializadas de atendimento à mulher (DEAM) para todo o território nacional, criação de centros de referência e de casas abrigo. Outra medida, foi a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), que criou mecanismos para proteger as vítimas de violência doméstica e punir os agressores.

[3] Diz-se ditos secundários pois, na realidade, esses são trabalhos profundamente necessários para a reprodução social, porém, invisibilizados e não remunerados.

[4] Empregamos dicionários de ciência política lastreado na reflexão mexicana porque nos permitem um paralelo entre o PRI (Partido Revolucionário Institucional), no poder durante 70 anos no México – com profundos desvios diante do ideário da Revolução Mexicana (décadas de 1910/1920) – e alguns partidos brasileiros, como o PSDB e o PT: o primeiro foi um “partido de quadros”, acostumado ao neoliberalismo, nascido dessa ideologia; o segundo veio se acostumando ao poder, em troca de se distanciar de suas bases, da militância que fora composta por estudantes, trabalhadoras e trabalhadores e pelo povo pobre, negro e oprimido. Seja como for, à direita ou mais à esquerda do limite neoliberal, temos nessa dança de cadeiras do governo federal brasileiro mais uma contraprova da urgência de postarmos mais proteção social na condição de Políticas de Estado.

[5] O que ainda corresponde ao longo processo histórico de maturação das institucionalidades no âmago do Estado de Direito (Jellinek, 2000).

[6] Cabe uma nota de acréscimo no sentido de que ao governo tem imbricação tanto a governança (via de regra descrita como suporte institucional, legal) quanto a governabilidade: sendo que a esta refletem as próprias “condições de governabilidade”, ou seja, os humores, a situação, as condições objetivas que permeiam “melhores ou piores condições de governabilidade”.

[7] Não é difícil perceber, pela articulação dos verbos impostos, como se imiscuem o espaço público e o privado, no tocante à gestão governamental de pessoas.

[8] Por sua vez, seu antípoda, é o Estado de não-direito, Estado Paralelo, “governo dos homens” (em revés do “governo das leis”) ou simplesmente “governo de fato”: “É o que se instaura ou se exerce à margem ou contra a lei. O de fato sugere necessariamente a ideia de antijuridicidade. O de fato está em permanente contradição com o de jure em matéria política. De maneira que governo de fato é o que se origina à margem da lei ou o que se exerce contra ou fora do direito” (Borja, 1988 p. 478 – tradução livre).

[9]estado de direito é aquele no qual a lei elaborada pelos legítimos representantes da comunidade está acima dos indivíduos, grupos ou instituições” (Rojas, 2001, p. 438).

[10] “O que caracteriza o poder político é a exclusividade do uso da orça em relação à totalidade dos grupos que atuam num determinado contexto social, exclusividade que é o resultado de um processo que se desenvolve em toda a sociedade organizada, no sentido da monopolização da posse e uso dos meios com que se pode exercer a coação física. Este processo de monopolização acompanha pari passu o processo de incriminação e punição de todos os atos de violência que não sejam executados por pessoas autorizadas pelos detentores e beneficiários de tal monopólio (Bobbio, 2000, p. 956).

[11] “A questão da relação entre legitimidade e legalidade apresenta-se principalmente no direito político quando se trata de saber se a existência de dado governo está ou não fundamentada em direito. Contudo, por analogia, pode-se pensar a legitimidade de um ato jurídico ou de um comportamento em termos de conformidade com a regra ou com a lei em vigor, em dado sistema” (Alland e Rials, 2012, p. 1090).

[12]O paradoxo do poder do estado

A teoria tradicional preocupava-se com o alcance dos poderes discricionários do estado – na verdade foi estabelecida por ele – isto é, a oposição polarizadora entre regimes despóticos e constitucionais […] Disso resulta um paradoxo. A força do estado é, em geral, resultado de até que ponto ele pode colaborar com agrupamentos da sociedade civil, e essa colaboração é normalmente garantida por alguma limitação dos poderes despóticos do estado” (Outhwaite & Bottomore, 1996, p. 258-9).

Cem músicas feitas com o auxílio da inteligência artificial

 

Vinício Carrilho Martinez (Dr.) – professor da UFSCar
Márlon Pessanha (Dr.) – professor da UFSCar
Lucas Gama – acadêmico de Filosofia/UFSCar

Hoje completamos 100 músicas, com letras escritas por nós e
composições e musicalização feitas com o auxílio da inteligência artificial. O
esforço, evidentemente, é humano; afinal, o cérebro da criatividade é nosso –
inclusive, na escolha da modulação musical empregada, o estilo, os ritmos
variados. Temos do Hip Hop à música flamenca, do MPB ao pagode e ao
samba.
Começamos no final de dezembro de 2024, no meio do recesso, e
postamos diariamente uma canção nova. Já gravadas temos 120 músicas, mas
20 ainda não postadas. Passaremos pelo dia 1º de Abril, como o dia da mentira
e do golpe civil-militar, e no dia 2 de abril colocaremos um “papo reto” – como
indicação de que o dia da mentira é coisa do passado, tanto quanto não haverá
anistia para golpistas e terroristas.
Nessas 100 músicas temos elaborações sobre a violência urbana, o
tecnofascismo, o racismo, a loucura da gringa atacando a nossa bolsa de
valores em devaneios de especulação, e temos ainda um Samba do povo, o
mesmo povo que entende que “estudar é amar”.
Algumas das canções são reflexos do nosso estado de espírito, num dia
qualquer, num momento específico em que estávamos, e outras falam
sinceramente de amor. O ideal é sempre ouvir com boas companhias, mas
pode-se ouvir sozinho, sozinha, e viajar pela sua alma.
Algumas letras foram e serão utilizadas em sala de aula, a exemplo de
Anistia e 8 de janeiro, além de Ainda estou aqui – em referência ao nosso
primeiro Oscar, em 2025.
Na verdade, temos dois canais, um no Youtube e outro no Tik Tok, com
as canções se revezando no lançamento – mas, o álbum, no final das contas, é
o mesmo.

Mais à frente nossa intenção é publicar um livro com as letras
completas. Algo para quando chegarmos a 200 canções gravadas e
publicadas.
O principal de tudo, realmente, é a aliança que estabelecemos entre a
alegria, o entusiasmo dessa empreitada que salta os muros da universidade,
para se encontrarem com a nossa condição humana – a nossa e a sua.
Por isso, ouça um pouco do que temos.
É certo de que irá gostar de alguma canção ou de muitas.
Confira aqui, nesses endereços:

https://www.youtube.com/@MusicalizAI

https://www.tiktok.com/@msicai?_t=ZM-8ugjui2QVLa&amp;_r=1

E sejam bem vindos e bem vindas, para se achegarem e não mais
saírem.

Presidentes da Câmara e do Senado já têm acordo e Gayer deve ser cassado

Extremista provavelmente servirá de exemplo para colocação de ordem na zona que virou o Congresso. Ele fez insultos baixíssimos à ministra Gleisi e envolveu Alcolumbre

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (UB-AP), já teriam um acordo claro no qual o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) será cassado e servirá como exemplo para que o clima de zona generalizada chegue ao fim no Congresso Nacional. O extremista descompensado, que enxerga no parlamento uma arena onde vale tudo para suas ações absurdas e radicais, passou completamente do ponto esta semana.

Gayer proferiu insultos baixíssimos à ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, comparando-a a uma prostituta, e fazendo provocações cafajestes ao companheiro dela, o deputado federal Lindbergh Faria (PT-RJ), colocando até mesmo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP).

“É impressão minha ou Lula ofereceu a Gleisi Hoffmann como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”, escreveu primeiro o bolsonarista em seu perfil na rede X (antigo Twitter). Mas a coisa não ficou só por aí. “Me veio a imagem de Gleisi, Lindbergh e Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo!”, acrescentou ainda.

Nas conversas entre os líderes das duas Casas, ficou claro o tom de que a decisão não seria uma ação contra o bolsonarismo, embora seja claro e latente que a Câmara e o Senado se tornaram dois hospícios depois do surgimento desse movimento ideológico ultarradical de extrema direita. Para eles, a coisa precisa parar e o caso de Gayer, que passou de qualquer limite do aceitável, seria o ideal para se impor uma punição.

No dia seguinte, Alcolumbre disse que quer vê-lo cassado

O presidente do Senado da República, Davi Alcolumbre (UB-AP), disse na tarde desta sexta-feira (14), completamente furioso, que vai pedir a cassação do deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) após as postagens do parlamentar insultando de forma grotesca a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, assim como o acionará na Justiça comum, nas esferas cível e criminal.

Revista Forum

Alcolumbre pedirá cassação de Gayer e processará deputado por postagem ofensiva sobre ‘trisal’ com Gleisi e Lindbergh

Presidente do Senado vai acionar o Conselho de Ética e promete processar o deputado por comentários nas redes sociais; PT também anuncia medidas

O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), decidiu acionar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e entrar com ações judiciais e criminais contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). A medida foi tomada após o parlamentar publicar, na rede social X (antigo Twitter), uma mensagem ofensiva que mencionava Alcolumbre, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). “Me veio a imagem da @Gleisi, @lindberghfarias e o @davialcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”, escreveu Gayer. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

O PT também reagiu às falas de Gayer e anunciou que vai pedir a cassação do deputado no Conselho de Ética e acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o parlamentar por ataques misóginos à ministra.  Em publicações anteriores, Gayer havia se referido à petista como “GP” (garota de programa), o que gerou repúdio generalizado.

A polêmica ganhou força após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer um comentário sobre a aparência física de Gleisi durante uma negociação com o Congresso, referindo-se a ela como uma “mulher bonita”. A declaração foi criticada por destacar características pessoais em vez de suas competências profissionais. Apesar disso, a ministra minimizou o episódio e defendeu Lula, afirmando que o presidente “sempre foi respeitoso”. Gayer, no entanto, aproveitou a situação para atacar o petista, reproduzindo discursos ofensivos e misóginos.

O caso deve seguir para análise do Conselho de Ética, onde Gayer poderá responder por quebra de decoro parlamentar. Enquanto isso, as ações judiciais prometidas por Alcolumbre devem incluir processos por danos morais e difamação. A postagem do deputado goiano já foi amplamente criticada por colegas de parlamento e por internautas, que classificaram o comentário como desrespeitoso e inapropriado.

Brasil 247

Homem que matou a jornalista Vanessa Ricarte postava louvor nas redes e se dizia “homem de Deus”

“Homem de Deus”: Enquanto usava as redes sociais para cantar música gospel, se apresentar como “cidadão de bem” e postar louvores, feminicida Caio do Nascimento Pereira acumulava histórico de perseguição a mulheres. Em áudio enviado antes de morrer, Vanessa desabafou sobre a falta de apoio das autoridades e a dificuldade em obter proteção adequada

Em 12 de fevereiro de 2025, a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, foi brutalmente assassinada a facadas em sua residência no bairro São Francisco, em Campo Grande (MS). O autor do crime foi seu ex-noivo, Caio Nascimento Pereira, de 35 anos, músico e produtor musical que se apresentava nas redes sociais como um “homem de Deus” e “cidadão de bem”.

Caio possuía um histórico alarmante de violência doméstica, com seis pedidos de medida protetiva e sete processos por ameaça e difamação, todos registrados por ex-namoradas desde 2020. Em um dos casos, ele foi acusado de arrastar uma ex-companheira pelo asfalto, causando-lhe queimaduras nos braços e no rosto.

O relacionamento entre Vanessa e Caio teve início em agosto de 2024. Nas redes sociais, o casal compartilhava momentos felizes, e Caio esforçou-se para conquistar a família de Vanessa, participando das festividades de fim de ano ao lado deles. Contudo, nos meses seguintes, Vanessa começou a perceber comportamentos possessivos e agressivos por parte de Caio.

Nos dias que antecederam o crime, Vanessa foi mantida em cárcere privado, impedida de sair de casa e coagida por Caio. Ela conseguiu escapar e procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para registrar um boletim de ocorrência e solicitar medida protetiva. No entanto, segundo relatos, o atendimento recebido foi frio e pouco acolhedor. Em áudio enviado a um amigo, Vanessa desabafou sobre a falta de apoio das autoridades e a dificuldade em obter proteção adequada.

Após registrar a ocorrência, Vanessa retornou à sua residência acompanhada de um amigo para buscar seus pertences. Nesse momento, Caio a surpreendeu e desferiu três facadas em seu tórax, atingindo o coração. Ela foi socorrida e levada para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu horas depois.

O governo de Mato Grosso do Sul reconheceu falhas no atendimento prestado a Vanessa e defendeu uma punição exemplar para o assassino. Uma sindicância foi instaurada para investigar a conduta das delegadas envolvidas no caso, e o Ministério das Mulheres encaminhou um ofício à Corregedoria da Polícia Civil solicitando apuração sobre o atendimento oferecido à jornalista.

CAIO DO NASCIMENTO PEREIRA

Caio do Nascimento Pereira tem 35 anos e se nomeia nas redes sociais como “homem de Deus”. Músico e produtor musical, ele carrega uma longa lista de passagens criminais, sendo seis pedidos de medida protetiva e sete processos por ameaça e difamação; todos denunciados por ex-namoradas.

Basta dar uma olhada em seu feed do Instagram que o público encontra um homem completamente diferente do que ele realmente é. Caio postava vídeos e imagens tocando piano com grupos de música gospel, exaltava Deus e ainda produzia canções de cantores que falavam em nome da religião.

Pragmatismo Politico

Colônias vazias

Recebi hoje o vídeo. Assistindo novamente fui tomado pela emoção. São mil lembranças: a TAM, hoje Latam, nasceu em Marília: Transportes Aéreos Marília.
A primeira agência do Bradesco é de Marília, a placa com o número 001 ainda está no prédio, na Avenida Sampaio Vidal.
Estava na graduação quando o César fez o vídeo documentário.
César foi meu professor de ciências políticas, na UNESP.
O maior objetivo, penso eu, foi mostrar a evidência de que nossas cidades no interior Paulista (a melhor região do país para se viver) são o resultado dos pioneiros.
E quem são os pioneiros de Marília?
Espanhóis, italianos, nordestinos, trabalhadoras, trabalhadores.
Foram as Marias, os Pedros, os meus avós: Carrilho e Martinez.
E, antes de todos, foram os indígenas locais.
Na região de Marília eram os Coroados.
A ferrovia não funciona mais, mas o nome do Patrimônio (alterando-se para município) tinha que seguir a ordem alfabética.
Por isso a letra M.
E daí chegamos a Marília, inspiração do romance Marília de Dirceu.
Sendo que Dirceu também é um Patrimônio da cidade de Marília.
Se puderem conhecer, sejam bem vindas e bem vindos.
É mesmo uma cidade menina.
Hoje moro em São Carlos, mas minha origem não esqueço jamais.
Realmente, são mil emoções.
Vinício Carrilho Martinez – professor da UFSCar.

José Dirceu de Oliveira e Silva: Guerreiro do Povo Brasileiro!

José Dirceu de Oliveira e Silva é uma figura central na história política recente do Brasil. Nascido em 16 de março de 1946, em Passa Quatro, Minas Gerais, tornou-se um dos principais nomes da esquerda brasileira, destacando-se como líder estudantil na ditadura militar, exilado político e, posteriormente, um dos fundadores e estrategistas do Partido dos Trabalhadores (PT). Sua trajetória combina pragmatismo e compromisso com a transformação social, sendo essencial para a ascensão do PT ao poder.

Dirceu foi um dos arquitetos da estratégia que consolidou o PT como força política nacional. Sua habilidade em equilibrar pragmatismo e compromisso com a luta da classe trabalhadora foi fundamental para superar desafios e pavimentar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002. Como presidente do PT, construiu alianças com setores da sociedade tradicionalmente afastados da esquerda, sem abrir mão dos princípios de justiça social e igualdade.

No governo Lula, como Ministro-Chefe da Casa Civil, tornou-se uma das figuras mais influentes do Executivo. Sua gestão foi marcada pela eficiência e pelo compromisso com reformas estruturais. No entanto, sua centralidade no governo e sua postura firme em defesa de mudanças profundas despertaram resistência entre setores privilegiados da sociedade.

A partir de 2003, setores da mídia e do Judiciário iniciaram a construção de uma narrativa que retratava Dirceu como a “eminência parda” do governo Lula, supostamente controlando tudo nos bastidores. Essa imagem foi cuidadosamente arquitetada para deslegitimar o governo e minar sua credibilidade. A mídia conservadora passou a tratá-lo como o grande manipulador do poder, enquanto Lula era retratado como figura decorativa.

O tensionamento se intensificou quando Dirceu se opôs à nomeação de Demóstenes Torres para o Ministério da Justiça e propôs a Reforma do Judiciário e o Controle Social das Telecomunicações. Essas iniciativas, que visavam democratizar o acesso à justiça e à informação, foram interpretadas como ameaças aos interesses das elites. A partir de então, a mídia e o Judiciário se articularam para desestabilizar o governo, utilizando como pretexto a crise dos Correios, envolvendo o então deputado Roberto Jefferson.

Dirceu tornou-se o primeiro alvo dessa ofensiva. Em 2005, foi acusado de envolvimento no escândalo do mensalão, um esquema de pagamentos a parlamentares. Apesar das inconsistências nas acusações, a pressão midiática e judicial forçou sua renúncia. O julgamento, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa, foi amplamente criticado por seu viés político e irregularidades processuais. Sua condenação consolidou a narrativa midiática, transformando-o em bode expiatório para deslegitimar o governo Lula e o projeto de transformação social que ele representava.

Quase 20 anos depois, em 2023, José Dirceu foi finalmente absolvido das acusações que pesavam contra ele. A absolvição, embora tardia, representou o reconhecimento das injustiças cometidas contra ele. Durante toda a perseguição, Dirceu manteve a fé na justiça e na democracia. Sua trajetória como advogado e defensor intransigente dos direitos humanos e das liberdades democráticas permaneceu como um exemplo de resistência e integridade.

No último dia 11 de março, em um restaurante em Brasília, Dirceu celebrou seu aniversário ao lado de amigos e correligionários, em um momento de esperança e renovação. Após anos de perseguição, está pronto para retomar a vida política e continuar lutando pelo Brasil. Sua possível candidatura a deputado federal em 2026 surge como uma oportunidade para reafirmar seu compromisso com a justiça social e a democracia.

A história de José Dirceu é a história de um homem que dedicou sua vida à luta por um Brasil mais justo e igualitário. Perseguido e injustiçado, nunca abandonou seus ideais nem deixou de acreditar na possibilidade de transformação social. Sua absolvição representa um passo importante para a reparação histórica e para que ele possa, mais uma vez, servir ao país e ao povo que tanto ama.

E a nossa esperança, com o seu retorno, é que tenhamos uma voz no parlamento para indicar os caminhos equilibrando pragmatismo e compromissos históricos da luta dos trabalhadores.

Por Ronald Pinto

Eduardo Bolsonaro desafia PGR e Moraes a apreenderem seu passaporte: “O que estão esperando?”

Deputado é alvo de pedido de investigação por conspirar contra o Brasil com deputados trumpistas nos EUA

Praticamente morando nos Estados Unidos e já cogitando não retornar ao Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) provocou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, em publicação nas redes sociais neste sábado (8).

Alvo de uma ação protocolada na PGR pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que pede a apreensão de seu passaporte, o filho de Jair Bolsonaro desafiou Moraes e Gonet a confiscarem seu documento de viagem. Ele argumentou que o prazo dado pelo ministro do STF para que a PGR se manifestasse sobre o assunto já teria se encerrado.

O pedido de Moraes para que a PGR se pronunciasse sobre a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro foi feito em 1º de março, com prazo de cinco dias para resposta. No entanto, devido ao feriado de Carnaval, o prazo se esgota apenas na terça-feira (11).

“É impressão minha ou já se passaram os 5 dias que Moraes deu de prazo para o PGR responder se o regime vai ou não apreender meu passaporte? Estranho… o que eles estão esperando? Pois eu não posso acreditar que o PGR está desrespeitando um prazo do Todo Poderoso. Concordam?”, disparou Eduardo Bolsonaro.

Desde que Donald Trump reassumiu a presidência em janeiro, o deputado federal já viajou três vezes aos Estados Unidos, onde tem permanecido para articular ataques ao governo brasileiro e ao STF.

O filho de Jair Bolsonaro tem se aliado a parlamentares da extrema direita norte-americana para pressionar o governo dos EUA a adotar retaliações contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a trama golpista, e até mesmo impor sanções contra o Brasil.

O objetivo é claro: constranger Moraes e o governo Lula com o respaldo dos EUA, buscando influenciar o curso da investigação sobre a tentativa de golpe. A intenção final é livrar Jair Bolsonaro da prisão e reabilitá-lo politicamente para um eventual retorno ao Palácio do Planalto. Além disso, Eduardo Bolsonaro aposta na imposição de sanções norte-americanas contra o Brasil como forma de enfraquecer a gestão de Lula e pavimentar o caminho para que seu pai volte ao poder.

Diante dessas articulações, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma representação à PGR pedindo que Eduardo Bolsonaro seja investigado e tenha o passaporte apreendido. O petista argumenta que as ações do parlamentar configuram crime de lesa-pátria e tentativa de interferência nas investigações conduzidas pelo Judiciário brasileiro.

Entenda 

Na última quinta-feira (27), o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma representação à PGR solicitando uma investigação contra Eduardo Bolsonaro. No documento, ele pede que o Ministério Público Federal adote providências contra o deputado do PL e avalie a apreensão de seu passaporte, impedindo-o de continuar viajando aos EUA para conspirar contra o Brasil.

Correia argumenta que Eduardo Bolsonaro “patrocina, em Estado estrangeiro, retaliações contra o País e também contra um dos integrantes do Supremo Tribunal Federal”, além de buscar “causar embaraço à investigação em curso no STF”.

A representação cita uma reportagem da Fórum revelando que Eduardo Bolsonaro já esteve nos EUA ao menos três vezes desde a posse de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2025, articulando com deputados republicanos a aprovação de um projeto de lei para impedir a entrada de Alexandre de Moraes no país. O documento foi aprovado em um Comitê da Câmara dos EUA e segue agora para votação no plenário da Casa Legislativa americana.

Correia argumenta que a conduta do filho de Bolsonaro pode ser enquadrada como crime contra o interesse nacional e cita os artigos 2º da Lei 12.850/2013, que trata de organização criminosa, e o artigo 344 do Código Penal, que pune a coação no curso do processo.

Ação no Conselho de Ética

O PT, representado pela presidenta Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), ingressou, também na última quinta-feira (27), com pedido de abertura de procedimento para investigar uma possível quebra de decoro parlamentar de Eduardo Bolsonaro por conspirar contra o Brasil na articulação que tem feito junto a parlamentares republicanos e o governo Trump nos EUA.

Na representação, entregue ao presidente da Câmara Hugo Motta, o PT pede a “abertura de processo ético disciplinar, por quebra de decoro parlamentar do Deputado ora Representado” para ser analisado “à luz das penalidades descritas no art. 10 do Código de Ética e Disciplina Parlamentar”.

O artigo citado prevê quatro penalidades ao deputado, caso seja condenado: censura verbal ou escrita, suspensão de prerrogativas regimentais por até seis meses, suspensão do exercício do mandato por até seis meses ou perda de mandato.

Revista Forum

STF forma maioria para tornar réus deputados do PL por corrupção com emendas

A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que Josimar Maranhãozinho (PL-MA) era o líder do grupo

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réus dois deputados e um suplente do PL, partido de Jair Bolsonaro, por corrupção passiva e organização criminosa, informou o jornalista Fabio Serapião, do portal Metrópoles, neste sábado (8).

O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, em plenário virtual, com votos favoráveis já registrados dos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. Também fazem parte da Primeira Turma os ministros Luiz Fux e Flávio Dino. Eles deve registrar seus votos até 11 de março.

“Contra os três parlamentares há evidências produzidas ao longo da investigação criminal indicando que teriam atuado em concertação ilícita para solicitar ao prefeito José Eudes Sampaio Nunes o pagamento de vantagem indevida, o que caracteriza, em tese, o delito de corrupção passiva”, diz trecho do voto do ministro-relator, Zanin.

A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que Josimar Maranhãozinho (PL-MA), líder do grupo, Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) solicitaram propina de R$ 1,6 milhão ao prefeito de São José do Ribamar (MA) para liberar R$ 6,6 milhões em emendas parlamentares a serem destinadas à saúde pública. A PGR afirma que Maranhãozinho liderava um esquema de desvio de recursos e chegou a ser flagrado com maços de dinheiro em outra investigação.

A investigação começou em novembro de 2020. Além dos parlamentares, o grupo contava com a participação de lobistas e de um agiota. Maranhãozinho, em outra apuração, chegou a ser flagrado com maços de dinheiro, segundo a PGR.

O esquema operava da seguinte maneira: agiotas realizavam empréstimos a parlamentares, que, em troca, indicavam emendas orçamentárias para prefeituras. Posteriormente, os agiotas cobravam dos prefeitos o reembolso dos valores emprestados, fechando assim o ciclo de desvio de recursos públicos.

Brasil 247

Trump cita o Brasil ao defender novas tarifas contra países que taxam os EUA

Presidente americano anuncia medidas protecionistas e reforça discurso nacionalista em pronunciamento ao Congresso

Em discurso ao Congresso dos Estados Unidos na madrugada desta quarta-feira (4), o presidente Donald Trump anunciou novas tarifas contra países que impõem tributação sobre produtos americanos. Durante sua fala, ele mencionou o Brasil entre as nações que, segundo ele, cobram “tarifas imensas” dos Estados Unidos. “Muitos países usam tarifas contra nós há décadas, nós começaremos a usar contra eles”, declarou Trump, citando especificamente União Europeia, China, Brasil, Índia, México e Canadá, além de outras nações. Ele afirmou que as novas taxas entrarão em vigor a partir de 2 de abril. “Aquilo que qualquer país nos tributarem, nós tributaremos de volta”, disse o presidente, segundo reportagem do Valor.

Trump justificou a medida como parte de sua política de proteção à economia americana e reiterou sua visão de que os EUA foram “roubados por décadas” em relação ao comércio internacional. “E não vamos deixar que isso aconteça mais”, enfatizou.

Nos últimos dias, Washington anunciou tarifas sobre produtos como aço, alumínio e etanol, o que afeta diretamente o Brasil. O etanol brasileiro entra no mercado americano com tarifas mais baixas do que as cobradas no Brasil sobre o etanol dos EUA, algo que Trump classificou como uma desvantagem para os produtores americanos.

A política tarifária da administração Trump tem gerado forte reação internacional, com promessas de retaliação por parte de países afetados. Economistas alertam para os riscos de uma escalada protecionista que pode prejudicar o comércio global. “Pode ter um período meio complicado, mas vai dar tudo certo”, disse Trump, minimizando os impactos negativos.

O discurso no Congresso foi o primeiro de Trump desde sua posse para o novo mandato. No pronunciamento, ele fez um balanço autoelogioso dos primeiros 40 dias de governo, destacando a adoção de medidas como maior rigor nas fronteiras, cortes em regras de inclusão e a retirada dos EUA de organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Comissão de Direitos Humanos da ONU e o Acordo de Paris sobre o clima.

Trump também celebrou a redução no número de travessias ilegais na fronteira sul dos EUA, que em fevereiro registrou menos de 9 mil prisões, o menor número desde a década de 1980. “Eles ouviram minhas palavras e escolheram não vir. Muito mais fácil assim”, declarou.

O presidente ainda defendeu cortes de gastos do governo federal e insinuou que houve fraudes na administração de seu antecessor, Joe Biden. Segundo ele, a redução desses gastos ajudará a equilibrar o orçamento e a conter a inflação, reforçando sua promessa de um governo financeiramente mais eficiente.

Embora o pronunciamento tenha seguido o modelo dos tradicionais discursos do Estado da União, que são feitos anualmente pelos presidentes americanos, ele não teve esse caráter por ser o primeiro no ano da posse.

Brasil 247

Educação, Estado e Poder

Vinício Carrilho Martinez – Cientista Social

Como fazer Educação para o poder (popular), se a política perdeu a graça? Há outra palavra que rima com essa, mas não vou dizer. Em todo caso, fica essa pergunta e uma certeza: o político sem graça, que perdeu a simpatia, só a irá encontrar nos amigos de verdade, junto ao povo pobre, negro e oprimido.

Dentro desse contexto, cabe dizer que o título do texto é o mesmo da minha próxima disciplina na graduação (optativa) e há uma infinidade de questões que passam por essa tríade, desde a emancipação que interessa aos pobres, negros e oprimidos (educação para o poder) até o que há de podre no Reino da Dinamarca (Shakespeare no Hamlet).

Ainda é possível tratarmos de outras variações ou desdobramentos, como: política, dominação, decisão ou alteridade, autoridade, imposição. Desde O Príncipe de Maquiavel, a política sempre vem associada a um sentido de força, imposição – na falta de convicção e de convencimento – e isto os antigos chamavam de virilidade. A política era entendida como atributo masculino, ainda que as mulheres sempre tenham feito muito mais política (como “a nobre arte da sobrevivência”) do que os homens dominantes (“falocracia”). Por sua vez, essa “virilidade” nem sempre (ou quase nunca) vinha associada às requeridas “virtudes”: também chamavam de virtù.

Porém, como atualização de sentidos, vamos denominar a política atuante como “rudeza[1]” e que, por sua vez, desconstrói a simpatia: as forças da extrema direta e do Fascismo Nacional são predizíveis nessa seara política. Ou seja, o que prevalece é a imposição (enquanto dominus[2]) e suas decisões são “firmes o suficiente” (como deveria ser o Estado) para que a força (virilidade) jamais possa ser questionada.

Neste caso, de imediato, sem considerar muitas das demais sintonias, vejamos que estamos num paradoxo muito estranho: simpatia, no dicionário etimológico, é a “capacidade de estar com duas ou mais pessoas” e a política, em outra definição bem simples, alude à condição de pautar, convocar, e reunir a fim de se decidir para um fim coletivo.

Então, sem muito esforço da inteligência política, se não há simpatia, podemos indagar: como é que se faz política?

Pois é a este dilema que o país parece estar submetido: o país perdeu sua graça, está sem carisma – assim como nossa política. Comparativamente ao passado recente, hoje, talvez por excesso de mágoa não resolvida, por escassez de tempo e urgência diante nas avaliações negativas, ou por imposição do mero brilho do ego, os “líderes simpáticos” de outrora estão encastelados, envoltos por “amigos” contra seus (nossos?) “inimigos”. E eis então que chegamos em outro beco sem saída, aquele que definha a política numa “relação amigo/inimigo” – “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei” (leia-se, a rudeza, a frieza, a truculência).

De certa forma, não é difícil explicar como uma liderança política perde seu carisma, aquela ação/vibração ou capacidade de produzir “simpatia política”[3]: a “graça de quem faz política com pessoas, para as pessoas”. O difícil é fazer o jacaré fechar sua bocarra: essa expressão quer dizer que, quando os polos se afastam, sobretudo apontando níveis insuportáveis de parca adesão, com a boca da inimizade política cada vez mais aberta, é praticamente impossível reverter o processo.

A figura de linguagem do jacaré de boca aberta é muito forte na simbologia e na análise política, por duas razões: quando o jacaré fecha a mordida na sua presa, não há o que o faça abrir, a não ser a vontade de comer; troquemos o jacaré por um crocodilo e chegaremos ao Mito do Estado. A primeira ou mais forte representação sobre o Estado foi dada por Hobbes; no entanto, o filósofo do Renascimento fazia referência a uma passagem bíblica (Isaias 27:1[4]).

Para interagirmos melhor com o animal símbolo do poder, imaginemos derrotar um crocodilo do Rio Nilo, um dos mais vorazes e fortes animais da natureza, com lanças e flexas da Idade do Bronze (um metal macio): sua couraça representaria uma força superior ao tanque de guerra mais possante da atualidade (feito com aço e cheio de contramedidas), comparando-se a resistência da couraça com a tecnologia bélica da época. O resultado dessa associação entre força, resistência, indestrutibilidade, seria o Estado.

Voltando à “simpatia política” (ou antipatia, a depender de como analisamos a aceitação e as “intenções de voto”), pensemos como é intransponível a montanha que ameaça desmoronar (ou já desmoronou) para quem perdeu o carisma: o jacaré de boca aberta que está à espreita.

Sem o carisma, poderíamos pensar em uma nova política, sendo feita com esmero, capacidade técnica inquestionável, racionalidade, uma relação numeral que mais acerta do que erra – e não é o caso atual. Aliás, antes de avançarmos, frisemos que a simpatia em baixa (ou antipatia em alta) logo se associa ao preconceito, ao ranço, ao rechaço, às famosas náuseas que levam à interdição política.

Um líder político que passou pelo céu e pelo calvário foi Mussolini. Precursor da Itália fascista, o Duce praticamente reinventou o “carisma político” – meio que na esteira de seu compatriota Caio Júlio César, o mais consagrado general romano –, indo aos píncaros solares do populismo de direita, mas que acabou de ponta-cabeça em praça pública.

Com muito marketing mercantil, no Brasil, tivemos Fernando Collor de Melo, instado ao poder com fomento popular e que acabou num célebre impeachment. De cunho mais “técnico”, vimos Fernando Henrique Cardoso – alocado no poder central a partir de um “partido de quadros” e com seu “notório saber” – vimos o neoliberalismo avançar seus primeiros passos. Depois, foi defenestrado por um arranjo de petições ideológicas, levando Lula ao primeiro mandato, na soleira de um “partido de massas”. Saiu, no segundo mandato, com 80% de aprovação: um marco para a política mundial, sem dúvida – ainda mais por se tratar de um metalúrgico. Entretanto, aqui importa destacar a simpatia reunida: 80% de amigos, se preferirem dizer assim.

Hoje, sem tanta simpatia, tampouco consegue emplacar forças e partidos de quadros. É óbvio que não tratamos aqui de “partidos revolucionários”.

Faz muito tempo que o PT se afunilou como “partido de poder” – e com isso quero dizer que, numa associação ao PRI (Partido Revolucionário Institucional), do México do século XX, tornou-se uma agremiação que luta (exclusivamente) pelo poder e para se manter no poder. Contudo, nessa praia, o que parece óbvio, não é, efetivamente. Na política, nada é muito o que parece ser.

Basta-nos pensar que os partidos, os mais notáveis ou honestos (mais ainda se olhados pelo ângulo da esquerda), deveriam se voltar à mudança social, muito mais à transformação do que à preservação do status quo. Talvez os índices crescentes de perda de simpatia (carisma em baixa) se devam a isso, uma vez que não se espera de um “partido de esquerda” mover-se do mesmo modo, na mesma lagoa dominada pelo jacaré insaciável da direita (ou extrema direita).

Por fim, volta a pergunta que não quer calar: como angariar simpatia, sem sair da lagoa desse implacável crocodilo?

Com o perdão dos trocadilhos, emprestados para o entendimento mais direto, parece que, sem carisma, não se atenta mais ao fato de que “em lagoa que tem piranhas, jacaré nada de costas” …

Ou será, em outra hipótese, que os amigos encastelados não são tão amigos assim e, no fundo da lagoa, já estariam “dando boi às piranhas”?

Quando não há simpatia política, tudo é bem possível (até provável), porque “o barco furado faz muita água” e a “política do toma lá, dá cá”, parece não satisfazer a todos os ratinhos do porão do poder. É desse modo que o político carismático vira um bicho-papão.

Como dito no início, os amigos do politico carismático (simplificado como populista) estão no meio do povo pobre, negro e oprimido. No castelo, no Palácio, estão os “amigos da onça”.

[1] O primeiro texto que vou utilizar é esse do link abaixo, sobre a dança das cadeiras na política que deixou Nisia Trindade (Ministra da Saúde) de pé – na porta da serventia: https://aterraeredonda.com.br/o-relogio-e-a-delicadeza/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=novas_publicacoes&utm_term=2025-03-02. Olhar o relógio é desrespeitoso e foge ao decoro da liturgia do cargo.

[2] “A lei do mais forte”, a lei do capital ou a lei da espada que dita o direito de vida e morte.

[3] As pessoas envelhecem, querem sossego – é um direito legítimo. Mas, erram pecaminosamente ao não investirem na renovação dos quadros, das lideranças políticas.

[4] Assim se dizia biblicamente sobre o Leviatã: “Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar”.

Lançado edital para construção do túnel Santos-Guarujá; Investimento previsto chega a R$ 6 bi

Com investimento previsto em R$ 6 bilhões, o governo federal anunciou, nesta quinta-feira (27), o edital para a construção do túnel Santos-Guarujá. O intuito do empreendimento é garantir mais mobilidade e eficiência logística para a Baixada Santista.

Em meio à cerimônia de apresentação do edital, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que a construção do túnel é a confirmação de um compromisso que envolve o governo federal e a gestão pública do estado de São Paulo.

“Vamos fazer juntos uma obra que, depois de 100 anos, está saindo do papel. Essa obra vai trazer dignidade às comunidades, vai ajudar a mobilidade urbana, vai gerar empregos e renda e fortalecer o Porto de Santos, o maior porto público da américa latina. Em agosto estaremos juntos, batendo o martelo para a maior obra do Brasil e do setor portuário brasileiro”, afirmou o ministro.

Trata-se do primeiro túnel submerso do país e o maior da América Latina. O empreendimento conta com 1,5 km de extensão. Desse total, 870 metros são imersos.

O leilão está previsto para ocorrer em 1º de agosto de 2025. A estimativa é de que o projeto promova a geração de 9 mil empregos diretos e indiretos. O empreendimento foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (Novo PAC).

Atualmente, mais de 28 mil pessoas fazem a travessia entre os dois municípios com a utilização de barcos de pequeno porte ou balsas. Além disso, por dia, mais de 21 mil veículos cruzam as duas margens.

Vale destacar que o túnel terá três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Também serão disponibilizados acessos voltados para pedestres e ciclistas.

O evento também contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, além de outras autoridades.

Na avaliação de Lula, iniciativas como essa ajudam a resolver problemas que a maioria das pessoas enfrenta no dia a dia. “Porque as pessoas moram nas cidades, e não no estado ou no Brasil. É na cidade que elas vão pegar o ônibus, é na cidade que elas vão ao médico, é na cidade que elas vão à escola, é na cidade que elas querem o asfalto”, pontua.

Porto Organizado de São Sebastião

O evento também marcou a assinatura da renovação antecipada da delegação do Porto Organizado de São Sebastião por mais 25 anos. Com isso, houve a extensão da vigência de 2032 para 2057.

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Além disso, a cerimônia teve como destaque a assinatura de um acordo extrajudicial coletivo entre as autoridades portuárias patrocinadoras e o Instituto Portus, mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Considerado um avanço significativo para a garantia de direitos trabalhistas – com garantia de aposentadorias e redução de passivos das Administrações Portuárias – o acordo envolve valores em litígio de R$ 5 bilhões.

Fonte: Brasil 61

Superávit primário bate recorde em janeiro e soma R$ 84,88 bilhões

Num mês tradicionalmente de forte entrada de recursos no caixa do governo, as contas públicas surpreenderam. Em janeiro, as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram superávit primário de R$ 84,882 bilhões. O valor representa aumento real (acima da inflação) de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o superávit tinha atingido R$ 79,462 bilhões.

Esse é o melhor superávit para meses de janeiro desde o início da série histórica, em 1997, em valores nominais. Em valores corrigidos pela inflação, no entanto, o valor é o terceiro maior da série, perdendo para janeiro de 2022 e de 2023.

O resultado veio melhor que o esperado pelas instituições financeiras. Segundo a pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, os analistas de mercado esperavam resultado positivo de R$ 83,4 bilhões em janeiro.

O resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e o novo arcabouço fiscal estabelecem meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo, para o Governo Central. No limite inferior da meta, isso equivale a déficit de até R$ 30,97 bilhões.

 

Previsto para ser votado pelo Congresso apenas em março, o projeto do Orçamento de 2025 prevê leve superávit primário de R$ 3,7 bilhões para o Governo Central. A conta, no entanto, exclui despesas fora do arcabouço fiscal, como o pagamento de precatórios.

Ao considerar os precatórios, dívidas judiciais com sentença definitiva, a previsão de déficit primário sobe para R$ 44,1 bilhões.

Receitas

Na comparação com janeiro do ano passado, as despesas subiram mais que as receitas, se descontada a inflação. No mês passado, as receitas líquidas subiram 8,4% em valores nominais. Descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta chega a 3,7%. No mesmo período, as despesas totais subiram 9,2% em valores nominais e 4,4% após descontar a inflação.

Os dados indicam que a arrecadação federal em janeiro bateu recorde. Por causa da greve na Receita Federal, no entanto, as estatísticas da arrecadação no mês passado só serão divulgadas na segunda semana de março.

Conforme informações preliminares do Tesouro, os principais destaques foram o aumento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), decorrente da recomposição de tributos sobre os combustíveis e da recuperação da economia, e o aumento na arrecadação do Imposto de Renda Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Impulsionado pela valorização do dólar e pelo crescimento da economia, o Imposto de Importação também teve alta significativa.

 

As receitas não administradas pela Receita Federal caíram 2,5% descontada a inflação na mesma comparação. Segundo o Tesouro, isso se deve principalmente à realização de um depósito judicial de R$ 1,4 bilhão em janeiro de 2024, que não se repetiu em janeiro deste ano. As receitas com royalties, que incluem principalmente o petróleo, cresceram 1,3% acima da inflação.

Despesas

Quanto aos gastos, o principal fator de alta foram os gastos com a Previdência Social, que subiram 2,4% acima da inflação, devido ao aumento do número de beneficiários e à política de valorização do salário-mínimo. Os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) saltaram 14,8% acima da inflação, pelos mesmos motivos.

Apesar da revisão de cadastros do Bolsa Família, os gastos com despesas obrigatórias com controle de fluxo (que engloba os programas sociais) subiram 6,3% em janeiro descontada a inflação na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o Tesouro, o principal fator foram os gastos com a saúde, que aumentaram R$ 2,4 bilhões no período.

Os gastos discricionários (não obrigatórios) subiram 25,2% além da inflação. Os gastos com o funcionalismo federal caíram 4,2%, descontada a inflação no primeiro mês do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Isso se deve à não aprovação do Orçamento de 2025, que adiou o pagamento de reajustes concedidos no ano passado. O dinheiro será pago retroativamente aos acordos estabelecidos quando o Orçamento for sancionado.

Quanto aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o total em janeiro somou R$ 3,239 bilhões. O valor representa alta de 73% acima do IPCA em relação ao mesmo período de 2024. Nos últimos meses, essa despesa tem alternado momentos de crescimento e de queda descontada a inflação. O Tesouro atribui a volatilidade ao ritmo variável no fluxo de obras públicas.

 

Eduardo Bolsonaro pode ter passaporte retido por conspirar contra o Brasil nos EUA

Deputado Rogério Correia aciona PGR contra o filho de Bolsonaro, que abandonou seu mandato parlamentar para articular retaliações dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes e sanções ao Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode ter seu passaporte retido pela Polícia Federal (PF) por conspirar contra o governo e o Judiciário brasileiro junto a parlamentares dos Estados Unidos.

Na iminência da condenação de seu pai, Jair Bolsonaro, que recentemente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, o deputado abandonou seu mandato no Brasil e, desde o início de 2025, tem se ocupado em viagens aos EUA para articular junto a parlamentares republicanos, apoiadores do presidente Donald Trump, retaliações do governo norte-americano ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), e sanções ao Brasil.

O objetivo de Eduardo Bolsonaro é constranger Moraes e o governo brasileiro com o apoio dos EUA para, de alguma maneira, interferir no curso do inquérito da tentativa de golpe e, assim, livrar seu pai da prisão e reabilitá-lo politicamente para que ele retorne ao Palácio do Planalto. Em paralelo, as sanções dos EUA contra o Brasil serviriam para desgastar o governo Lula e abrir caminho para que Jair Bolsonaro, após o golpe fracassado, assuma novamente o poder.

Diante de tal articulação criminosa e que fere a soberania nacional, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando uma investigação contra Eduardo Bolsonaro. No documento, ele pede que o Ministério Público Federal adote providências contra o deputado do PL e avalie a apreensão de seu passaporte, impedindo-o de continuar viajando aos EUA para conspirar contra o Brasil.

Correia argumenta que Eduardo Bolsonaro “patrocina, em Estado estrangeiro, retaliações contra o País e também contra um dos integrantes do Supremo Tribunal Federal”, além de buscar “causar embaraço à investigação em curso no STF”.

A representação cita uma reportagem da Fórum revelando que Eduardo Bolsonaro já esteve nos EUA ao menos três vezes desde a posse de Donald Trump, em 20 de janeiro de 2025, articulando com deputados republicanos a aprovação de um projeto de lei para impedir a entrada de Alexandre de Moraes no país. O documento foi aprovado em um Comitê da Câmara dos EUA e segue agora para votação no plenário da Casa Legislativa americana.

Além disso, Eduardo Bolsonaro também estaria articulando sanções ao Brasil com congressistas americanos. O deputado mantém relações próximas com Richard McCormick, republicano do estado da Geórgia, e chegou a sugerir, em postagens na rede social X (antigo Twitter), que Trump aplique a Lei Global Magnitsky Human Rights Accountability Act contra o Brasil. Essa legislação permite que os EUA bloqueiem ou revoguem vistos, além de impor restrições de propriedade a pessoas ou entidades acusadas de violações de direitos humanos.

Correia argumenta que a conduta do filho de Bolsonaro pode ser enquadrada como crime contra o interesse nacional e cita os artigos 2º da Lei 12.850/2013, que trata de organização criminosa, e o artigo 344 do Código Penal, que pune a coação no curso do processo.

O deputado petista classifica as ações de Eduardo Bolsonaro como “cruzada infamante” e argumenta que “as condutas reiteradas do Representado configuram um crime de lesa pátria”, solicitando a instauração de Procedimento de Investigação Criminal, medidas administrativas e a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro.

A ação de Correia na PGR soma-se a outra representação apresentada nesta quarta-feira (26) pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que acusa Eduardo Bolsonaro de “crime contra a soberania nacional” por conspirar contra o Brasil e autoridades brasileiras nos EUA com suposto uso de recursos públicos.

O caso agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República, que deverá analisar os pedidos e decidir sobre a eventual abertura de investigação contra Eduardo Bolsonaro.

Conspiração contra o Brasil

Eduardo Bolsonaro, que já afirmou que abandonou o trabalho na Câmara para se dedicar à conspiração nos EUA para beneficiar seu pai, tem se reunido frequentemente com parlamentares e políticos ligados a Trump para conduzir um levante para achacar autoridades brasileiras, em especial Alexandre de Moraes, e tentar livrar o ex-presidente da cadeia.

No dia 11 de fevereiro, Eduardo esteve com Paulo Figueiredo no gabinete de McCormick, segundo o filho de Bolsonaro, “um grande aliado na causa da liberdade a ajudando o Brasil no processo de resgate da democracia”.

Dois dias depois, Eduardo compartilhou uma publicação de McCormick, dizendo que “o senhor e sua equipe têm sido incríveis” e que “nossos ideais convergem e nosso trabalho está apenas começando”.

“Foi ótimo conversar com meu amigo e guerreiro Eduardo Bolsonaro”, escreveu o deputado republicano propagando fake news divulgada por Elon Musk sobre “ajuda da Usaid [Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional] para interferência eleitoral no Brasil”.

No fim da noite desta segunda-feira, Bolsonaro também agradeceu a Elon Musk que compartilhou a publicação do senador Mike Lee sobre a “visita” ao Brasil no final do ano: “good”, escreveu o bilionário.

“Hugs from Brazil, @elonmusk”, comentou Bolsonaro, mandando abraços em inglês.

Revista Forum

 

O começo do fim ou o fim do começo?

Por Ronald Pinto

Gene Sharp, teórico político e fundador da Instituição Albert Einstein, dedicou sua vida ao estudo de métodos não violentos para a derrubada de governos considerados autoritários. Seu trabalho mais influente, Da Ditadura à Democracia, funciona como um manual estratégico para a realização de revoluções suaves, que buscam minar a legitimidade de governos através da construção de narrativas que os caracterizam como opressores e ilegítimos. Quando aplicados às redes sociais, esses métodos ganham uma dimensão ainda mais poderosa, especialmente em um contexto de polarização política como o do Brasil.

Sharp propõe que a queda de governos autoritários pode ser alcançada por meio de estratégias não violentas, como a desobediência civil, a construção de narrativas e a mobilização popular. O objetivo central é corroer a legitimidade do governo, criando um ambiente em que a população passe a enxergar o regime como opressor. Para isso, é fundamental construir narrativas que ressoem com as insatisfações populares, amplificando-as e direcionando-as contra o governo.

Sharp também enfatiza o controle da informação e da comunicação como elementos essenciais desse processo. No mundo contemporâneo, as redes sociais tornaram-se o principal campo de batalha para a disseminação dessas narrativas. Plataformas como Twitter, Facebook, Whatsapp e Instagram permitem a rápida propagação de conteúdos, sejam eles verdadeiros ou falsos, criando bolhas de opinião que reforçam determinadas visões de mundo.

No Brasil, as redes sociais têm sido usadas estrategicamente para impulsionar a Revolução Suave. Algoritmos destas redes priorizam os conteúdos polêmicos e engajadores amplificando tudo o que possa gerar desgaste para o governo. Ao mesmo tempo, conteúdos favoráveis são filtrados ou marginalizados, construindo uma percepção de ampla rejeição popular.

Esse processo é sutil e meticulosamente planejado. Para evitar a acusação de censura, algumas postagens de defesa do governo são permitidas, mas em proporção mínima, criando a ilusão de neutralidade. O efeito cumulativo é a consolidação de uma narrativa dominante que enfraquece o governo e fortalece a oposição.

O impeachment de Dilma Rousseff em 2016 exemplifica o sucesso dessa estratégia. Na época, as redes sociais foram inundadas com narrativas que caracterizavam seu governo como autoritário, corrupto e incompetente. Movimentos como Fora Dilma e Movimento Brasil Livre emergiram e cresceram nesse contexto. A mídia tradicional amplificou essas narrativas, criando um ciclo de desinformação e deslegitimação. Embora Dilma não tenha sido pessoalmente acusada de corrupção, a narrativa de que seu governo era incompetente, autoritário e ilegítimo prevaleceu, levando à sua queda.

Atualmente, observa-se um processo semelhante em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Desde sua eleição em 2022, Lula tem sido alvo de uma campanha intensa de deslegitimação nas redes sociais. Narrativas que questionam a legitimidade da eleição e o associam à corrupção, ao autoritarismo e à incompetência são amplificadas, enquanto conteúdos que mostram as realizações de seu governo são marginalizados.

A estratégia permanece a mesma: consolidar uma percepção de ilegitimidade, incompetência e opressão, preparando o terreno para mobilizações populares e pressões institucionais. A polarização política no Brasil favorece esse processo, pois as redes sociais tendem a reforçar visões extremas, intensificando as tensões e conflitos.

O governo, no entanto, parece alheio a esse cenário. Enquanto foca em iniciativas como o programa “Pé de Meia”, as discussões de maior impacto sobre a insatisfação popular estão nos preços dos supermercados e combustíveis. Se continuar acreditando que a economia será o fator determinante da política na era da pós-verdade, pode ser surpreendido pelo retorno triunfal da extrema-direita ao poder.

Para reverter esse quadro, é essencial investir em educação digital e midiática, capacitando a população a identificar narrativas manipuladoras e buscar fontes confiáveis. Não por acaso, os donos das big techs estiveram presentes na posse de Trump, demonstrando sua influência na dinâmica política global. No entanto, em vez de avançar nessa direção, o governo brasileiro sancionou uma lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula, alienando os jovens ao invés de capacitá-los para lidar com a era digital. Enquanto os estudantes ricos usam tablets para estudar, os pobres são proibidos de acessar informação por meio do celular.

Se o governo Lula permanecer indiferente a essa realidade, estará iniciando o fim do processo de reconstrução nacional que propôs. Mas, se compreender o que está em curso e formular políticas sólidas de comunicação — quem sabe até criando uma rede social educacional integrada às escolas — poderá transformar essa história no fim do começo de um novo golpe.

O começo do fim ou o fim do começo? A resposta está nas mãos do governo.

 

Justiça Eleitoral de SP torna Pablo Marçal inelegível por 8 anos

A Justiça Eleitoral de São Paulo condenou o ex-coach e ex-candidato à Prefeitura da capital paulista, Pablo Marçal (PRTB), por abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2024.

A decisão, proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, torna Marçal inelegível pelos próximos oito anos. Zorz analisou ações ajuizadas pela coligação encabeçada pelo PSOL e pelo PSB. Cabe recurso à decisão.

Brasil 247

Lançamento de livro: Educação e Sociedade

 

O livro Educação e Sociedade do professor Vinício Carrilho Martinez (UFSCar/SP) está disponível para aquisição na plataforma da Amazon, como um trabalho produzido dentro da sala de aula. Agora você encontra no formato digital e impresso, neste endereço:

https://a.co/d/393SyBS

Vinício Carrilho Martinez

Educação e Sociedade traz um debate profundo e rizomático. Na botânica, um rizoma é um caule subterrâneo que cresce horizontalmente, no qual nascem novas plantas a partir de múltiplas ramificações e em que diferentes pontos se conectam. No sentido de Deleuze e Guatarri (1995), trata-
se de um modo de pensamento em rede com múltiplas conexões, se opondo às estruturas centralizadoras, hierárquicas e lineares. O debate rizomático que Vinício Carrilho Martinez faz neste livro se afasta de análises binárias, apresentando-nos conexões diversas para compreender a intrínseca relação entre a educação – como um fenômeno essencialmente político – e a sociedade.

Sendo assim, não podemos estabelecer um único fio condutor desta obra, mas um conjunto de interrelações que permitem ao leitor não só um aprendizado sobre o tema, mas também a sua própria emancipação.  Emancipação é um tema caro à presente publicação. Como sinalizado
pelo autor, as páginas a seguir nasceram dentro de uma sala de aula.

Ancorado na noção de Educação para a emancipação e em Paulo Freire, o conteúdo do livro ainda se alinha com a tese de titularidade do autor. Assim, a leitura representa o resultado de um acúmulo teórico do autor e coletivo. Com inspiração na tradição crítica freiriana, o que se propõe está longe de um manual de Sociologia da Educação, mas sim uma Sociologia Política da Educação, na qual a educação é instrumento de consciência e transformação.

É essa a proposta que encontramos neste livro rizoma, no qual os “caules” elucidam as conexões entre questões como colonização, patriarcado, racismo, capitalismo, elementos estruturantes da sociedade brasileira que influem diretamente no acesso ao conhecimento e à liberdade.

Boa leitura.
Tainá Reis
Doutora em Sociologia UFSCar

É pra rir? Senadores bolsonaristas cobram Alcolumbre por freio nos inquéritos conduzidos por Moraes

A tropa de choque bolsonarista no Senado já foi alertada de que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não dará prosseguimento aos 23 pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No entanto, segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, aliados de Jair Bolsonaro (PL) ainda aguardam ao menos dois gestos de Alcolumbre nessa direção.

O primeiro seria a intermediação do senador para aliviar as tensões entre Moraes e os bolsonaristas. Alcolumbre mantém um canal de diálogo privilegiado com o magistrado e poderia atuar nos bastidores para conter o ritmo acelerado das investigações que envolvem o ex-mandatário e seus aliados. Moraes é relator de inquéritos que vêm apertando o cerco contra Bolsonaro, como o das fake news, o da tentativa de golpe e o das milícias digitais.

“Ele tem moral e cacife para pedir ao Alexandre de Moraes para tirar o pé do acelerador”, afirmou um senador bolsonarista à reportagem, sob condição de anonimato.

A relação entre Alcolumbre e Moraes é antiga. O presidente do Senado foi um dos poucos políticos convidados para a festa de despedida de Moraes da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em maio do ano passado. Além disso, já atuou para salvar políticos de direita ameaçados de cassação pela Justiça Eleitoral, como os senadores Sergio Moro (União Brasil-PR) e Jorge Seif (PL-SC), além do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP). Enquanto o ex-juiz Sergio Moro foi absolvido, os casos de Seif e Denarium foram desacelerados pelo TSE sob o comando de Cármen Lúcia.

Outro movimento esperado pelos bolsonaristas é que Alcolumbre facilite a tramitação de propostas que restrinjam os poderes do Supremo. Entre as principais pautas está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada por Damares Alves (Republicanos-DF), que proíbe investigações iniciadas “de ofício” pelo STF, como ocorreu no polêmico inquérito das fake news.

O inquérito foi aberto em 2018 por Dias Toffoli para investigar ameaças a ministros da Corte e seus familiares, mas posteriormente se expandiu para incluir investigações contra Bolsonaro e seus aliados. Com Moraes à frente, o caso continua sem previsão de encerramento.

Outra proposta polêmica prevê dar ao Congresso o poder de derrubar decisões de outros poderes que “exorbitem suas competências constitucionais”. A medida concederia ao Legislativo o poder de anular decisões do STF, o que, na prática, enfraqueceria a Corte.

O histórico de Alcolumbre anima os bolsonaristas. Em outubro de 2023, quando presidia a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele aprovou uma PEC limitando decisões monocráticas e pedidos de vista nos tribunais superiores. A proposta foi votada em apenas 42 segundos, sem debates aprofundados, e aprovada no plenário do Senado no mês seguinte com 52 votos – três a mais do que o mínimo necessário.

Ao assumir a presidência do Senado neste ano, Alcolumbre usou discursos conciliatórios, pregando “pacificação” e “consenso”, mas deixou um aviso:

“Por vezes, isso nos exigirá um posicionamento corajoso perante o governo, o Judiciário, a mídia ou o mercado. Nem sempre agradaremos a todos.”

A sinalização foi recebida com cautela pelos bolsonaristas, que agora pressionam para que essa “coragem” se traduza em gestos concretos contra Moraes e o STF.

Brasil 247

Vinício Carrilho Martinez lança o livro “Educação e Sociedade“

O professor Vinício Carrilho Martinez, do Departamento de Educação (DEd) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), acaba de lançar seu novo livro, “Educação e Sociedade”. A obra então nasceu a partir de discussões realizadas em sala de aula na disciplina de mesmo nome. Ela traz reflexões sobre os desafios e conexões entre a educação e a sociedade brasileira.

O autor explica que o livro pode ser entendido como uma espécie de “sociologia da sala de aula”, pois ele apresentou e debateu os temas diretamente com os alunos. “Alguns links, inclusive, devem-se às interrogações deles e delas”, afirma Martinez.A obra também traz mapas conceituais que ajudam a visualizar essas relações de forma mais clara.

Marcela T. Schiavi, doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela UFSCar, assina o prefácio. Ela destaca que o livro conduz o leitor a uma reflexão profunda sobre a educação na contemporaneidade. Para ela, a obra reforça a importância da educação como ferramenta de transformação social e formação política.

Inspirado nas ideias de Paulo Freire, o livro entãoaborda conceitos como inteligência social, memória coletiva e sociabilidade emancipadora. A versão digital de “Educação e Sociedade” já está disponível para compra na Amazon.

Num preço muito acessível, o livro pode ser acessado no link abaixo:

Fonte: Geek Pop news

Farmácia Popular beneficiou mais de 24 milhões de brasileiros em 2024, maior número da série histórica

O programa Farmácia Popular alcançou um marco histórico em 2024, beneficiando mais de 24 milhões de brasileiros, o maior número desde a sua criação em 2006. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde e publicada pela Agência Gov, destacando a ampliação da gratuidade para todos os 41 medicamentos e insumos do programa. A medida foi anunciada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na quinta-feira (13), durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.

“Estamos fortalecendo o compromisso que este governo assumiu com a dignidade e o bem-estar da nossa população, especialmente as pessoas que vivem em regiões de maior vulnerabilidade social. Garantir acesso gratuito a medicamentos essenciais é uma resposta concreta às necessidades do povo brasileiro. Saúde não pode ser um privilégio, é um direito”, declarou a ministra.

A ampliação do programa garante que todos os brasileiros tenham acesso gratuito a medicamentos para doenças como asma, diabetes, hipertensão, osteoporose, Parkinson, glaucoma, além de anticoncepcionais e fraldas geriátricas para idosos e pessoas com deficiência. Com essa mudança, pelo menos 1 milhão de pessoas que anteriormente pagavam uma coparticipação em alguns insumos passarão a recebê-los gratuitamente.

Entre os insumos que agora são distribuídos sem custo, destaca-se a dapagliflozina, medicamento essencial para o tratamento de diabetes associada à doença cardiovascular. Além disso, a distribuição gratuita de fraldas geriátricas representa um alívio financeiro significativo para muitas famílias. Segundo a ministra, a economia mensal gerada para idosos e pessoas com deficiência pode chegar a R$ 270, enquanto a gratuidade da dapagliflozina representa uma economia de aproximadamente R$ 190 por mês.

“As fraldas geriátricas, por exemplo, que agora são fornecidas gratuitamente, garantem uma economia significativa para idosos e pessoas com deficiência. Isso significa mais dignidade para quem mais precisa”, ressaltou Nísia Trindade.

A ministra também destacou que a ampliação do programa reforça o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) como um dos pilares da assistência pública no Brasil. “O SUS é patrimônio do povo brasileiro. Expandir o Farmácia Popular é assegurar que a saúde chegue a todos, sem barreiras financeiras. Essa conquista é fruto de um esforço coletivo, de diálogo com estados e municípios, e de um olhar atento para as necessidades da nossa população”, afirmou.

A medida também reflete uma estratégia para atender às crescentes demandas do envelhecimento populacional, que exigem um reforço na política de cuidados continuados. Com a ampliação da gratuidade dos medicamentos e insumos, o governo federal busca garantir que os cidadãos não precisem escolher entre cuidar da própria saúde e arcar com outras despesas essenciais.

A lista completa dos 41 itens que agora são ofertados gratuitamente pelo Farmácia Popular inclui medicamentos para diversas enfermidades:

Asma: Brometo de ipratrópio, Dipropionato de beclometasona, Sulfato de salbutamol.
Diabetes: Cloridrato de metformina, Glibenclamida, Insulina humana regular, Insulina humana NPH.
Hipertensão: Atenolol, Besilato de anlodipino, Captopril, Cloridrato de propranolol, Hidroclorotiazida, Losartana potássica, Maleato de enalapril, entre outros.
Anticoncepção: Acetato de medroxiprogesterona, Etinilestradiol + levonorgestrel, Noretisterona.
Osteoporose: Alendronato de sódio.
Dislipidemia: Sinvastatina.
Doença de Parkinson: Carbidopa + levodopa, Cloridrato de benserazida + levodopa.
Glaucoma: Maleato de timolol.
Rinite: Budesonida, Dipropionato de beclometasona.
Diabetes mellitus + doença cardiovascular: Dapagliflozina.
Incontinência: Fralda geriátrica.

Com essa expansão, o governo reafirma seu compromisso com a saúde pública e o fortalecimento do SUS, garantindo que medicamentos essenciais estejam ao alcance de toda a população, independentemente de condição econômica.

Brasil 247

Quase tudo pronto, diz Lula sobre projeto que disponibiliza gás de graça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nessa quinta-feira (13), que o governo está discutindo um projeto e que “já está quase tudo pronto” para que seja possível entregar “gás de graça para 22 milhões de famílias nesse país“.

De acordo com Lula, o gás faz parte da cesta básica e “não é justo” que ele saia da Petrobras por um preço e chegue nos estados com um valor maior.

Ele sai da Petrobras por R$ 36 e chega nos estados a R$ 130, R$ 140, R$ 150. Não é justo isso. Enquanto o rico não paga Imposto de Renda é o pobre que paga e ele paga no gás, no feijão, no arroz, que agora estamos isentando na Reforma Tributária”, disse o presidente durante um evento para entrega de terras da União ao estado do Amapá.

O chefe do Executivo argumentou que almeja um país de classe média e não quer ver ninguém “vivendo de Bolsa Família”.

“Tem dois momentos na história do Brasil que o povo foi beneficiado: um com Getúlio Vargas e outro foi conosco, que colocamos o pobre no orçamento. Se eles não gostam que o povo tenha dinheiro na mão, vão ficar com mais raiva de mim”, completou.

CNN

Lula venceria eleição presidencial em todos os cenários, diz Atlas/Intel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria as eleições presidenciais de 2026 em todos os cenários, aponta uma pesquisa Atlas/Intel divulgada nesta terça-feira (11), informa a Veja. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o período de coleta de dados foi de 27 de janeiro a 31 de janeiro.

Em um cenário com os mesmos nomes das eleições de 2022, Lula lidera com 44% dos votos, seguido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível com 40,6%. Na sequência, ainda aparecem Simone Tebet  (MDB), com 4,9%, e Ciro Gomes (PDT), com 4,5%.

A pesquisa ainda simulou dois cenários para o primeiro turno. Um com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), sendo o representante da direita, e o outro com Eduardo Bolsonaro (PL). Lula, com 41,1%, venceria Tarcísio, que fez 26,2% das intenções de voto.

Depois aparecem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (5,9%), o cantor Gusttavo Lima (5,6%), a ministra Simone Tebet (4,1%), o senador Sergio Moro (3,3%), o coach Pablo Marçal (2,4%), a ministra Marina Silva (1,4%) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (0,9%).

Já no outro cenário, Lula lidera com 40% das intenções de voto, seguido por Eduardo Bolsonaro, que tem 24,2%. Na sequência, aparece Caiado (7,5%), Gusttavo Lima (5,2%), Tebet (4,4%), Moro (4,2%), Marçal (3,4%), Marina (2,2%) e Leite (1,5%).
A pesquisa da Atlas/Intel com a Bloomberg aplicou um questionário online geolocalizado, durante a navegação de rotina de usuários da internet, em smartphones, tablets, laptops ou PCs, e obteve a resposta de 3.125 pessoas adultas.

Brasil 247

Lula ironiza Faria Lima e diz que governar para uma minoria não gera déficit

Em discurso durante a cerimônia de entrega do Prêmio Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, realizada nesta segunda-feira (10) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou a elite financeira e afirmou que governar apenas para uma parcela privilegiada da população evitaria déficits fiscais, mas não resolveria os problemas do país.

“Tem gente que acha que este país tinha que ser governado apenas para 35% da população. Apenas para 35% da população. Aí a gente não tinha problema de Orçamento. A gente não teria problema de déficit fiscal, porque é governar para menos gente, e gente com mais dinheiro”, disse Lula, de acordo com a CNN Brasil.

O presidente destacou que seu governo prioriza políticas públicas inclusivas, especialmente na área da educação. Quando se trata de educação, não pode haver veto ideológico, partidário, religioso ou de gênero, disse ele. “O que importa saber é que estão na escola crianças brasileiras que precisam de ajuda”, afirmou.

Compromisso com a alfabetização – O evento premiou iniciativas de prefeituras e secretarias de educação que avançaram na alfabetização de crianças até o 2º ano do ensino fundamental. A meta do governo federal, estabelecida em 2023, é garantir que 80% das crianças entre 7 e 8 anos estejam alfabetizadas até 2030. O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA) envolve esforços coordenados entre União, estados e municípios.

“Fizemos um acordo com os 27 governadores e quase 6 mil prefeitos para chegar até 2030 com 80% das crianças alfabetizadas até o 2º ano. Esse é o compromisso que precisamos assumir diante do futuro deste país, que não pode mais ser eternamente um país em desenvolvimento. É hora de sermos um país desenvolvido, e isso só será possível se apostarmos na educação”, declarou Lula.

Ao todo, 4.187 municípios receberam o selo, sendo 2.592 na categoria Ouro, 1.062 na categoria Prata e 533 na categoria Bronze. Entre os estados, 14 foram premiados com o Selo Ouro, incluindo Ceará, Minas Gerais e Paraná.

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância da alfabetização para o futuro das crianças e do país. “Quando uma criança não aprende a ler e a escrever ao final do 2º ano, compromete todos os anos escolares. Aumenta a distorção idade-série, a reprovação e o abandono. No ensino médio, quase meio milhão de jovens abandonam a escola”, afirmou.

Santana comemorou os avanços já alcançados: “Saímos de 36% e chegamos a 56% das crianças alfabetizadas. Temos a meta de chegar a 80% até 2030, mas acredito que vamos atingi-la antes”.

Encontro com prefeitos – A agenda do presidente Lula em Brasília continua nesta terça-feira (11), com a abertura do Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas. O evento, que segue até quinta-feira (13), reunirá gestores municipais eleitos para o mandato 2025-2028 e tem como objetivo aproximar os municípios dos ministérios e órgãos federais, facilitando o acesso a recursos e informações essenciais para a gestão pública.

Brasil 247

Arregou: Hugo Motta procura Moraes para se explicar após minimizar o 8/1

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), conversou com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) após minimizar o ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília e negar que o episódio foi uma tentativa de golpe. Ele procurou o magistrados “para não deixar o ruído crescer”, de acordo com aliados.

O parlamentar procurou Alexandre de Moraes, relator dos processos envolvendo o ataque golpista, e Gilmar Mendes, segundo a coluna de Bela Megale no jornal O Globo. Nas conversas, ele afirmou que as condenações dos envolvidos no ataque têm gerado um sentimento de vitimização e defendeu que as penas duras fossem aplicadas só a quem tivesse comprovadamente vandalizado os prédios dos Três Poderes.

O chefe da Câmara ainda afirmou que os que não vandalizaram os locais deveriam ter penas mais amenas. Os ministros elogiaram sua disposição em dialogar sobre o tema, mas enfatizaram que os condenados depredaram os prédios e que a amplia maioria concordou com as sentenças.

Motta também afirmou aos ministros que, apesar da repercussão de sua fala, tentará buscar uma pacificação entre os Poderes e quer falar sobre votações de projetos que serão priorizados na Câmara. Ele diz que a anistia aos envolvidos no ataque golpista está na lista.

Em entrevista a uma rádio da Paraíba na semana passada, o presidente da Câmara afirmou que o episódio foi protagonizado por “vândalos e baderneiros” que queriam “demonstrar sua revolta” após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições.

“O que aconteceu não pode ser admitido que aconteça novamente. Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável, ninguém imaginava que aquilo pudesse acontecer. Agora, querer dizer que foi um golpe… Golpe tem que ter um líder, tem que ter pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas, e não teve isso”, disse Motta na ocasião.

Fonte: DCM

Lula seguirá agenda de viagens pelo país nesta semana

Presidente deve participar de atividades em Macapá, na quinta, e em Belém, na sexta-feira

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve manter estratégia da semana passada e seguir viajando pelo país, de acordo com as agendas previstas. Na quinta-feira (13), o presidente deve ir a Macapá (AP), onde está programada a entrega de um conjunto residencial do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Na sexta (14), o presidente desembarca em Belém (PA), onde também faz a entrega de unidades do MCMV e visita as obras das estruturas que receberão a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima, a COP30, marcada para novembro deste ano.

No dia 27 de janeiro, o presidente realizou novas tomografias e foi liberado pela equipe médica para viagens. No fim do ano passado, ele foi submetido a uma cirurgia para drenar um coágulo no crânio. Desde então, foi recomendada a suspensão dos deslocamentos aéreos e a redução do ritmo de trabalho.

Na semana passada, o presidente também reservou a quinta (6) e a sexta-feira (7) para suas primeiras viagens depois da liberação. Primeiro, foi ao Rio de Janeiro, onde participou da cerimônia de reabertura da Emergência do Hospital Federal de Bonsucesso. Em seguida, foi para a Bahia, onde visitou a Estação de Tratamento de Água de Paramirim e fez anúncios relativos à segurança hídrica na região.

Esta semana, antes de iniciar as viagens, o presidente participa, na segunda-feira (10), do lançamento do Selo de Compromisso com a Criança Alfabetizada, criado por meio do Decreto nº 12.191, de 20 de setembro de 2024. A iniciativa do Ministério da Educação reconhece o trabalho das Secretarias de Educação na alfabetização das crianças brasileiras, e premia os avanços alcançados ao longo do ano.

Já na terça (11), Lula vai participar do Encontro Nacional de Prefeitas e Prefeitos que acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. E na quarta, o presidente comparece à cerimônia de celebração do 1º ano do programa Nova Indústria Brasil, projeto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Brasil de Fato apurou que o presidente pretende visitar, no dia 25 de fevereiro, o acampamento Quilombo Campo Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em Minas Gerais, de onde irá fazer anúncios que impactam na agenda da reforma agrária, entre eles, a desapropriação de cinco áreas simbólicas do MST.

Brasil de Fato

O livro Educação e Sociedade já está disponível para venda na Amazon

No livro Educação e Sociedade, lançado pela Amazon, o professor Vinício Carrilho Martinez (UFSCar/SP) aborda o conceito de Emancipação – que não é sinônimo de autonomia – a partir de uma proposta de Autoeducação política. Não se trata de uma tese, mas sim de algumas reflexões fortalecidas em sala de aula no segundo semestre de 2024. O livro contém mapas com interfaces conceituais e históricas, o que também auxilia em sua apreciação.

A própria ideia de Emancipação, atualmente, em meio às dificuldades e desafios trazidos pelas redes sociais, que não se pactuam exatamente com os melhores horizontes da educação pública, é posta à prova. Entre a realidade e o objetivo (o que se quer com a Emancipação), não apenas os docentes, mas o povo como um todo vai construindo suas respostas.

Num preço muito acessível, o livro pode ser acessado no link abaixo:

 

Lula tem aumento de 29,5% no engajamento digital desde a chegada de Sidônio Palmeira

Um levantamento da agência Ativaweb, especializada em marketing digital, revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou um aumento de 29,5% nas taxas de engajamento em suas redes sociais desde a posse de Sidônio Palmeira como ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, em 14 de janeiro. A informação foi publicada pelo jornalista Guilherme Amado, do site Platô BR.

Além do crescimento no engajamento, os perfis de Lula também ganharam 80.249 novos seguidores, o que representa um acréscimo de 0,6%.

O estudo aponta que essa evolução foi impulsionada por postagens focadas na identidade política e na mobilização de sua base de apoiadores.

Apesar dos números positivos, o CEO da Ativaweb, Alek Maracajá, destacou que o governo ainda enfrenta o desafio de expandir sua presença digital para além do público já consolidado.

Segundo ele, é necessário buscar maior conexão com as demandas da sociedade, ampliando o alcance da comunicação do Planalto.

Brasil 247

Indústria brasileira cresce 3,1% em 2024, impulsionada por consumo das famílias e aumento do emprego

Resultado anual é o terceiro mais elevado dos últimos 15 anos

O setor industrial brasileiro cresceu 3,1% em 2024, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado anual é o terceiro mais elevado dos últimos 15 anos, ficando atrás apenas de 2010, quando a indústria registrou alta de 10,2%, e de 2021, com avanço de 3,9% no contexto de recuperação da pandemia.

O crescimento foi disseminado entre os segmentos industriais, com quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos apresentando expansão. “De modo geral, o crescimento do setor industrial em 2024 pode ser entendido a partir de alguns fatores, como o maior número de pessoas incorporadas pelo mercado de trabalho, a queda na taxa de desocupação, o aumento na massa de salários e o incremento no consumo das famílias, beneficiado pelos estímulos fiscais, maior renda e a evolução na concessão do crédito”, explicou André Macedo, gerente da PIM.

Entre os setores que mais contribuíram para o resultado positivo estão a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (12,5%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (12,2%), produtos alimentícios (1,5%) e produtos químicos (3,3%).

Apesar do desempenho favorável ao longo do ano, os últimos três meses de 2024 registraram retração, com queda acumulada de 1,2%. Em outubro, a indústria teve variação negativa de 0,2%, seguida por recuos de 0,7% em novembro e 0,3% em dezembro. “Essa perda de dinamismo da indústria no último trimestre guarda relação com a redução nos níveis de confiança das famílias e dos empresários, explicada, em grande parte, pelo aperto na política monetária, com o aumento das taxas de juros a partir de setembro de 2024, a depreciação cambial, impactando os custos, e a alta da inflação, especialmente de alimentos”, analisou Macedo.

Desempenho de dezembro

Em dezembro, a produção industrial recuou 0,3%, marcando o terceiro mês seguido de queda. Ainda assim, o setor está 1,3% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas continua 15,6% abaixo do recorde histórico de maio de 2011.

A maior influência negativa no mês veio do setor de máquinas e equipamentos, que registrou queda de 3%, interrompendo dois meses seguidos de crescimento. Produtos de borracha e material plástico também tiveram retração de 2,5%, acumulando dois meses de perdas. No índice de média móvel trimestral, o setor de bens de consumo semi e não duráveis apresentou o pior desempenho, com queda de 1,8% no último trimestre do ano.

Por outro lado, indústrias extrativas e o setor de bebidas tiveram desempenho positivo em dezembro. “Foram dois dos poucos segmentos que cresceram no mês. As indústrias extrativas registraram o segundo avanço consecutivo, enquanto o ramo de bebidas interrompeu quatro meses seguidos de retração”, destacou Macedo.

O desempenho da indústria em 2024 confirma uma retomada da atividade, mas a desaceleração no final do ano acende um alerta sobre os desafios econômicos que podem impactar a produção nos próximos meses.

Brasil 247

Hugo Motta descarta impeachment de Lula: ‘deixa traumas’

“Se pudermos evitar todo e qualquer tipo de instabilidade, eu penso que é o melhor caminho para a nossa nação”, afirmou o presidente da Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), indicou que não pretende apoiar iniciativas que possam estremecer a relação entre os Poderes. O parlamentar comentou, na terça-feira (4), em entrevista ao SBT, sobre a defesa do impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por parte da oposição.

“Toda construção que leva ao processo de impedimento deixa traumas”, afirmou. “Então, se pudermos evitar todo e qualquer tipo de instabilidade, eu penso que é o melhor caminho para a nossa nação, para que, com isso, ajustemos aquilo que precisa ser feito e, de fato, os problemas possam ser atacados.”

Motta também ressaltou que a Câmara buscará atuar em favor de matérias que não amplifiquem as tensões entre os Poderes.

“Quando trazemos mais fatores que geram instabilidade, esses problemas acabam crescendo, se avolumando, e isso não é bom para o País. Pode ter certeza que vamos atuar sempre em favor da estabilidade, de matérias que não venham a trazer algum tipo de estremecimento nas relações entre os Poderes”, afirmou.

 

 

Apresentação do livro Educação e Sociedade, do professor Vinício Carrilho Martinez

Por Tainá Reis

Educação e Sociedade traz um debate profundo e rizomático. Na botânica, um rizoma é um caule subterrâneo que cresce horizontalmente, no qual nascem novas plantas a partir de múltiplas ramificações e em que diferentes pontos se conectam. No sentido de Deleuze e Guatarri (1995), trata-se de um modo de pensamento em rede com múltiplas conexões, se opondo às estruturas centralizadoras, hierárquicas e lineares. O debate rizomático que Vinício Carrilho Martinez faz neste livro se afasta de análises binárias, apresentando-nos conexões diversas para compreender a intrínseca relação entre a educação – como um fenômeno essencialmente político – e a sociedade.  Sendo assim, não podemos estabelecer um único fio condutor desta obra, mas um conjunto de interrelações que permitem ao leitor não só um aprendizado sobre o tema, mas também a sua própria emancipação.

Emancipação é um tema caro à presente publicação. Como sinalizado pelo autor, as páginas a seguir nasceram dentro de uma sala de aula. Ancorado na noção de Educação para a emancipação e em Paulo Freire, o conteúdo do livro ainda se alinha com a tese de titularidade do autor. Assim, a leitura representa o resultado de um acúmulo teórico do autor e coletivo. Com inspiração na tradição crítica freiriana, o que se propõe está longe de um manual de Sociologia da Educação, mas sim uma Sociologia Política da Educação, na qual a educação é instrumento de consciência e transformação. É essa a proposta que encontramos neste livro rizoma, no qual os “caules” elucidam as conexões entre questões como colonização, patriarcado, racismo, capitalismo, elementos estruturantes da sociedade brasileira que influem diretamente no acesso ao conhecimento e à liberdade.

Antes do início propriamente dito, o prólogo apresenta a máxima de que “toda tese em Direitos Humanos é uma antítese”. Tal colocação considera os Direitos Humanos como um processo de contestação e transformação social, dinâmico, e que, per se, está em oposição ao status quo e à opressão que o compõe. Desde aqui, o autor já traz o debate sobre emancipação como fenômeno social baseado na inteligência coletiva e na práxis transformadora. A inteligência social (não individualizada) é entendida como a capacidade de interação e construção coletiva do conhecimento. Assim, é o pilar central da consciência crítica e da superação da exclusão. Por fim, o prólogo traz o questionamento se estamos em uma crise moral e em um quadro de rebaixamento da consciência crítica. O leitor pode, ao passar das páginas, chegar à sua própria conclusão. Mas alerto, em consonância com Vinício Carrilho Martinez: a educação é uma chave para a construção de uma cidadania ativa e consciente.

O capítulo 1 se dedica à formulação da Sociologia Política da Emancipação, apresentando elaborações fundamentadas em A Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Como já anunciado, a emancipação é um processo coletivo de superação da opressão e demanda uma consciência crítica que rompa com o medo à liberdade. O autor destaca a diferenciação entre autonomia e emancipação; enquanto a primeira implica em criar regras para si, a segunda envolve uma tomada de consciência irreversível e uma luta contínua pela dignidade humana. É também por meio da ciência – crítica e comprometida com a transformação social – que se constrói uma práxis que articula reflexão e ação, de modo a rejeitar sectarismos e discursos reprodutivistas, e romper com as estruturas de exploração e desumanização. No capítulo vemos o esforço do autor em elucidar suas ideias de forma visual, o que se dá por meio do quadro Níveis de percepção da realidade.

O capítulo seguinte aborda a emancipação constitucional como um processo de expansão da consciência crítica e da luta contra a opressão, a partir do “Direito à consciência emancipadora”. A crítica à razão instrumental vem para elucidar que a consciência necessária para a emancipação prescinde de uma educação fundamentada nos direitos humanos e na ética; não é uma razão à serviço da subordinação e do embrutecimento, mas à serviço da descompressão social. Neste capítulo o autor apresenta um mapa mental sobre a consciência crítica da opressão e a consciência da consciência, demonstrando mais uma vez o objetivo de sintetizar a reflexão. É de se destacar o papel do Estado como ente que deve garantir a emancipação, promovendo, assim, uma sociedade mais justa e digna – assim como se prevê constitucionalmente. Isso pode se dar, aliás, por meio de uma educação pública e laica.

O capítulo três aprofunda a relação autonomia e emancipação, com uma crítica a que chamou de pensamento escravo-fascista. Esse pensamento que combina elementos do racismo, do patriarcado e da exploração do trabalho e mantém na contemporaneidade práticas de exploração e repressão, como o trabalho análogo à escravidão e a despolitização imposta pelo Fascismo. O autor propõe, então, que há uma conexão entre o passado escravista e as práticas de repressão atuais. Ainda neste capítulo, o autor reflete sobre a situação dos jovens na atualidade, pois, embora autônomos, são consumidos pela alienação digital e pela desinformação típicas do século XXI. Não há emancipação verdadeira, porque autonomia individual não garante emancipação social. Esta só se configura como tal em um processo coletivo que envolve a luta contra a opressão e a construção de uma sociedade mais justa. Nesse sentido, a Educação vista como um meio para resistir a essas formas de opressão e autoritarismo contemporâneas, promovendo a conscientização e a transformação social em busca de justiça, liberdade e igualdade.

O quarto e último capítulo discute a emancipação a partir da evolução do Estado de Direito Democrático e a soberania. Com uma retomada histórica que se inicia na origem do Estado e chega aos tempos atuais, o debate exposto parte da limitação do poder soberano no século XIII, passa pela criação do Estado de Direito e os marcos do pós-Segunda Guerra Mundial, até chegar aos desafios contemporâneos da soberania digital (globalização, a digitalização e o capitalismo de vigilância). O autor traz uma série de elementos para enfatizar a necessidade de uma práxis consciente para lidar com os avanços digitais e tecnológicos, na qual a reflexão deve ser convertida em ação.

O rizoma apresentado por Vinício Carrilho Martinez interconectou o passado-presente do pensamento escravo-fascista (racista, patriarcal) com a globalização acelerada, a uberização da vida, a inteligência artificial, a formação e ação do Estado, o neoliberalismo, entre tantos outros. Diante deste quadro (retomando os ditos do prólogo, será uma crise moral e rebaixamento da crítica?), a saída proposta é a educação emancipadora. Por assim ser, essa educação nada tem a ver com o atual modelo educacional “platamorfizado”, em que a educação é reduzida à mercadoria, descontextualizada e padronizada – uma crítica também tecida pelo autor no decorrer dos capítulos. A educação emancipadora é um direito fundamental, e é isso que este livro revela.

Boa leitura.

Tainá Reis Doutora em Sociologia UFSCar

Ref: Deleuze, Gilles; Guatarri, Felix. Introdução: Rizoma. In: Deleuze, Gilles; Guatarri, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol. 01. São Paulo: Editora 34, 1995.

Livro: Educação e Sociedade

Nesse texto, Marcela Schiavi reflete muito bem o livro do professor Vinício Carrilho Martinez (UFSCAR/SP) a ser lançado em breve, de maneira original, diretamente na plataforma Amazon. Com custos muito menores, o conhecimento tem uma circulação muito mais célere

Por Marcela T. Schiavi

O livro Educação e Sociedade, de Vinício Carrilho Martinez, conduz o leitor a uma reflexão sobre os desafios da educação na contemporaneidade e sua relação intrínseca com a estrutura social. Em suas páginas, somos instigados a pensar a educação não apenas como um instrumento de transmissão de conhecimento, mas como um processo de emancipação coletiva, de formação política e transformação social.
Inspirado nas ideias de Paulo Freire, o autor evidencia que a educação é um direito fundamental, mas também um campo de disputas, onde se confrontam diferentes visões sobre o papel da escola e do conhecimento. Ao longo do texto, fica evidente a necessidade de uma educação crítica, capaz de romper com estruturas de opressão e fomentar a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Ao abordar conceitos como inteligência social, memória coletiva e sociabilidade emancipadora, Martinez nos provoca a repensar a própria noção de aprendizado, destacando a importância do contexto histórico e político na formação dos sujeitos. A inteligência não pode ser compreendida de forma isolada, mas sim como um processo social, onde o conhecimento é fruto da interação, do diálogo e da crítica constante.
O livro também nos alerta sobre os desafios impostos pelo avanço da tecnologia e pela chamada “plataformização da vida social”, que transformam a educação em um campo de mercantilização e controle, reduzindo o papel do professor e restringindo a autonomia dos estudantes. Em tempos de negacionismo e ataques à educação pública, a defesa de um ensino que valorize a consciência crítica se torna ainda mais urgente.
Martinez nos convida a um olhar atento para a história da educação no Brasil, enfatizando como a colonização, o racismo e o patriarcado moldaram nossas estruturas de ensino e perpetuaram desigualdades. Ao mesmo tempo, abre espaço para a esperança e para a construção de caminhos alternativos, pautados na resistência e na busca por justiça social.
Este posfácio, portanto, é um convite para que os leitores levem adiante as reflexões propostas neste livro, transformando-as em ações concretas em favor de uma educação libertadora. Que cada página lida aqui sirva de estímulo para questionar, agir e contribuir para um futuro onde a educação seja, de fato, um instrumento de emancipação coletiva e democratização do conhecimento.

Marcela T. Schiavi
Dra. Ciência, Tecnologia e Sociedade – UFSCar/SP.

Bloqueios internacionais: cerco econômico e controle geopolítico

Por Ronald Pinto

Os bloqueios internacionais, frequentemente impostos por superpotências, são uma forma contemporânea de cerco econômico e político. Seu objetivo principal é pressionar governos de países considerados inimigos, mas suas consequências recaem principalmente sobre a população civil, que enfrenta a escassez de alimentos, medicamentos e insumos essenciais. A lógica por trás dessa estratégia é simples: criar miséria e desolação para estimular revoltas internas, enfraquecendo governos e forçando a submissão ao controle externo.

O caso de Cuba é emblemático. Desde 1962 o país sofre um bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos que restringe suas relações comerciais e financeiras com o mundo. A Assembleia Geral da ONU, desde 1992 tem reiteradamente votado pelo fim desse bloqueio, reconhecendo seus impactos devastadores sobre o povo cubano. No entanto, o poder de veto no Conselho de Segurança—um mecanismo que concentra decisões em poucas nações—impede a implementação dessas resoluções. Esse cenário evidencia como uma minoria de países pode contrariar a vontade da maioria da comunidade internacional, perpetuando um cerco desumano.

Longe de atingir seus objetivos declarados, os bloqueios frequentemente fortalecem a coesão interna dos países afetados. Governos sob sanções utilizam a pressão externa para construir narrativas de resistência e soberania, mobilizando apoio popular. Em vez de ceder, as populações tendem a se unir em torno de seus líderes, transformando o bloqueio em um símbolo de autonomia e autodeterminação. A resistência dos povos e governos sob cerco demonstra que essa estratégia é contraproducente, reforçando discursos nacionalistas e unindo as nações contra interferências externas.

Essa dinâmica não se restringe a Cuba. Venezuela, Irã e Coreia do Norte também enfrentam sanções unilaterais e, apesar das dificuldades, desenvolveram mecanismos de adaptação—embora a um custo humanitário elevado. Isso demonstra a ineficácia dos bloqueios como ferramenta de mudança política e sua natureza essencialmente punitiva contra civis.

Diante desse cenário, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) podem desempenhar um papel fundamental na construção de uma alternativa global. Como bloco emergente que desafia a hegemonia das potências tradicionais, os BRICS têm a oportunidade de liderar uma aliança em defesa da multipolaridade e do respeito às decisões da Assembleia Geral da ONU.

Uma iniciativa concreta seria a criação de uma zona de livre comércio entre os países do bloco, com foco em setores estratégicos como saúde e alimentação. Essa medida permitiria:

  1. Garantir o acesso a medicamentos e insumos médicos – Países sob bloqueio, como Cuba, poderiam importar vacinas, equipamentos e remédios essenciais, reduzindo o impacto humanitário das sanções.
  2. Fortalecer a segurança alimentar – A exportação de alimentos entre os membros dos BRICS ajudaria a combater a fome e a desnutrição em nações afetadas.
  3. Promover a multipolaridade – Ao desafiar os bloqueios unilaterais, os BRICS fortaleceriam a autonomia dos países em desenvolvimento e reduziriam sua dependência de superpotências hegemônicas.

A comunidade internacional, liderada por blocos como os BRICS, deve trabalhar para romper com esses bloqueios, promovendo cooperação e solidariedade que priorizem a dignidade humana e o respeito à autodeterminação dos povos. A criação de uma zona de livre comércio focada em saúde e alimentação representaria um avanço concreto nesse sentido.

Além disso, é essencial fortalecer o papel da Assembleia Geral da ONU como expressão da vontade global e reformar o poder de veto no Conselho de Segurança—um resquício de uma ordem mundial ultrapassada—para que a governança internacional reflita as necessidades e aspirações de todos os povos. Somente por meio do diálogo, da cooperação e do respeito mútuo será possível construir uma ordem internacional mais justa e equilibrada.

Educar para emancipar- a anticultura para a anticiência

Por Lucas Gama (*)

É fato que o Brasil e o mundo vivem uma onda crescente de estultices, de coaches mirins à negação da ciência (e até ondas de fascismo/neonazismo). A origem do problema parece se originar de um só ligar: A negligência com a consciência.

Essa negligência se refere a uma consciência intransitiva (que não se move) em relação aos outros e principalmente a si mesmo, revelando, dessa forma, uma falta de alteridade.

Pode ser uma imagem de estudando e textoComo consequência, decorrem diversas situações que geram um efeito oposto ao que se deseja para a sociedade, bem como outras diversas relações, situações, projetos e pessoas: A falta de acesso à cultura pode ser considerado outro grande exemplo disso.

Essas consequências têm como “meio” uma coação social externa a nós, por meio das redes (anti)sociais, as quais permitem que os resultados ganhem projeção global.

A fim de que as pessoas transitem para os próximos níveis de consciência (consciência em si e consciência para si), é necessário começar reforçando o alicerce, seja ele qual for.

As universidades, a fim de evitarem a negação e menosprezo da ciência, precisam deixar a “torre de marfim” na qual se encontram e assim levarem o conhecimento retido neste ambiente para a sociedade com, primeiramente, a acessibilidade da linguagem; pois, o rebuscado, além de tornar desinteressante, acaba por municiar pessoas que defendem diversas ideias anticientíficas, uma vez que não se ensina adequadamente, levando este conhecimento para fora dos muros acadêmicos.

Um exemplo que poderia ser utilizado como base para o primeiro passo como resposta seria o PIBID (iniciação esrudantil à docência). A formação de um projeto em moldes semelhantes, mas com o intuito de levar conhecimento aos que tem menos acesso já seria o primeiro degrau da escada desse combate em favor da divulgação e da popularização da ciência.

O segundo passo, ainda neste molde anterior, seria da própria acessibilidade física do conhecimento, com grupos que possam mostrar ao trabalhador que as ideias vendidas pelos supostos especialistas em diversas áreas, mas que, no fundo, são picaretas, na verdade são apenas para que eles sejam sustentados.

Existem diversas outras iniciativas a serem exploradas. Entretanto, essas parecem ser as mais elementares para que se inicie uma tentativa de mudança, afinal, o Brasil não é para amadores e, ultimamente, nem para profissionais.

(*) Lucas Gama  é estudante de filosofia da UFSCar/S

Governo muda linguagem nas redes de Lula, que agora participa de trends

Especialistas, ouvidos pela CNN, apontam que novo tom nas publicações, adotado a partir da chegada de Sidônio, muda a “persona” do presidente como um todo

As publicações nas redes sociais do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), têm adotado uma outra linguagem, demonstrando uma nova estratégia de comunicação por parte da equipe do chefe de Estado.

O que antes era um perfil composto por fotos formais e pronunciamentos oficiais, agora vem sendo recheado com vídeos no estilo “TikTok”, muito parecidos com os conteúdos publicados pelo prefeito de Recife, João Campos (PSB), o que não é coincidência.

Desde que assumiu a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira estabeleceu algumas mudanças na pasta. Dentre elas, está a substituição da pessoa encarregada pela Secretaria de Estratégias e Redes. Quem está atualmente no lugar é Mariah Queiroz, que trabalhou com as redes sociais do prefeito do Recife.

De acordo com uma apuração da CNN, o ministro chegou a sondar outros nomes da equipe do prefeito, considerado um “ótimo” exemplo de atuação nas redes sociais.

Um dos cogitados foi o marqueteiro de Campos, Rafael Marroquim, que negou o convite, mas deve atuar como um consultor do governo em questões estratégicas.

A reformulação da Secom busca melhorar o desempenho online do governo.

O consultor político e professor de Comunicação Política e Sociedade na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Giuliano Salvarani, à CNN, avaliou que a chegada do novo ministro da Secom tenta realizar duas mudanças principais no governo.

“Primeiro, busca estabelecer uma nova dinâmica para atuação do digital. Em seguida, também serve para alterar a imagem que o governo tem passado. Ele (Sidônio) tem essa dupla função”, disse.

Depois de decidir pelo recuo da medida de fiscalização da Receita Federal sobre o Pix – o que resultou em muitas críticas ao governo -, o presidente Lula se reuniu pessoalmente com João Campos no Palácio do Planalto.

Fontes no Planalto afirmaram, à âncora da CNN Tainá Falcão, que o presidente queria ouvir Campos sobre redes digitais.

O professor de Marketing Político Marcelo Vitorino diz que a “grande mudança”, até agora, é “um Lula mais disposto a falar diretamente com quem está nas redes sociais”.

Isso pode ser percebido em diversos vídeos no perfil oficial do presidente. Um deles é o que Lula comemora as indicações do filme “Ainda Estou Aqui” ao Oscar. No início da gravação, ele se dirige ao espectador.

Olhando para a câmera, Lula diz: “você se lembra quando eu dizia que o bom do brasileiro é porque ele não desiste nunca?”

 

“A chegada dessas pessoas, que acompanham o João Campos, tem muito a ver com isso. A gente já observa essa mudança brutal de linguagem, que tem a ver com a questão de mais dinamismo, a ausência de fotos para uma linguagem mais divertida, como, por exemplo, a utilização do ponto de vista, que é como se você estivesse interagindo com o próprio presidente”, diz Salvariani.

Ele avalia que essa nova linguagem traz uma repaginada não só para as redes de Lula, mas também para a própria “persona” do presidente.

“Essa nova linguagem do Lula, atinge todos os públicos. Passa a dar uma figura do homem simples, do presidente acessível, do herói da nação… de alguém que também se diverte. É uma mudança não só de comunicação, mas de persona mesmo do presidente”, diz.

A mudança, ponderam os especialistas, pode ser positiva para a visibilidade do governo.

“A comunicação do Lula deixou de ser estática para ser dinâmica. É uma necessidade do governo se movimentar para recuperar os desgastes que ocorreram”, diz Salvariani.

Força das redes sociais

Ambos os especialistas apontam a importância das redes sociais, não só para o período eleitoral, mas para passar a informação com clareza.

“Em um universo de pessoas dispersas, a atenção é ouro. Manter a atenção das pessoas é mais difícil com informações duras e mais fácil com narrativas”, afirma Vitorino.

Giuliani Salvariani fala também da necessidade de entreter ao mesmo tempo que se informa.

“Tem uma questão muito interessante nas redes sociais: todo mundo está imerso nas redes sociais, então quando ela acessa a rede social, ela quer não só se informar, como se entreter. A linguagem voltada para o entretenimento também atinge o público mais velho. Essa nova linguagem do Lula, atinge todos os públicos”, concluiu.

 

CNNBR

A diarista na Bolsa

Sabe-se que o “Deus mercado” tem errado mais ou menos 95% de suas considerações e previsões[1], se não contabilizarmos a incapacidade de análise política, ética, cultural (como o retrocesso social da era presidencial recém passada).

É possível dizer que esse mercado é formado por todos que investem, poupam (incluindo-se a falida poupança), aplicam ou especulam (trade): da “diarista investidora” (põe no Google) aos grandes players. Ou seja, o Cartel da Faria Lima também erra 95% das previsões econômicas, sistêmicas e até institucionais (especialmente as catastrofistas).

Contudo, tem um outro detalhe: na banda menor do tal mercado estão os técnicos mais conhecidos como analistas, especialistas. E esses me parecem errar muito mais do que a “diarista investidora”.

O Brasil tem 5 milhões de contas exclusivas para investimento, talvez mais da metade ativa, assim como a diarista investidora – no link abaixo:

 

https://youtu.be/i1_FWM15b8Q?si=tN_cGqVGrl11rr8u

 

O que mais aprendemos com a diarista investidora?

 

Além das absurdas margens da desigualdade social, aprendemos que ela não pode errar nas suas decisões, nas escolhas de onde aportar seus parcos recursos. No que é, inclusive, mais sábia e certeira do que o “mercado”, o(s) governo(s) e o Estado.

Porém, a persistência da diarista investidora ainda permite uma análise mais sofisticada: a diarista é aquela trabalhadora com zero direitos trabalhistas, é a jovem ou senhora que nem o Uber consegue pegar (porque não cabe no seu orçamento), esse Uber que é outro indivíduo mastigado pelo Capitalismo de barbárie.

Pois bem, regurgitada e expelida pelo sistema produtivo, a diarista investidora participa do rentismo: viu no rentismo uma forma de tentar sobreviver com uma carteira previdenciária, uma vez que, se tiver algum recolhimento autônomo para o INSS, sabe que será insuficiente para suprir suas necessidades na velhice.

Diria que ela erra menos do que outros grandes que tentaram se apoderar do IRB (Instituição de resseguros do Brasil) e ali perderam milhões de reais.

Ainda aprendemos que ela se pronuncia com segurança, sem ler – fala com certa “convicção técnica” (não reparei nenhum equívoco) – e, com seus praticamente 49 mil seguidores, muito provavelmente está falando para outras diaristas, trabalhadores pobres com ou sem carteira assinada. Em alguns vídeos dá para ver que houve várias edições (feitas por ela – sem “equipe técnica”), que se concluíram no período noturno. Mas, por que no período noturno? Porque deve ter retornado naquele horário de algum trabalho como diarista…

E, pra fechar o ciclo da análise, lembremos que o maior player desse mercado se chama Estado brasileiro. Sim, o Estado é o maior rentista do país – como também ocorre em Portugal. O paradoxo está em que, o Estado rentista supre o Estado Social. Conceitualmente, é fácil chegar a esta conclusão, o que não significa que a contradição seja facilmente digerida.

Por isso, analisar o rentismo sempre me pareceu algo mais complexo, devendo-se colocar a luta de classes (e suas subjetividades) em situações sem analogia ou paridade histórica e sociológica. Todavia, esse não é o fim da história, posto que, enquanto a diarista investidora continuar postando vídeos no Youtube (e em outras redes sociais) continuará recebendo pagamentos da(s) plataforma(s), conforme aumente sua visibilidade (hoje com 49 mil seguidores).

Desse modo, chegamos à banda propriamente fascista do atual Capitalismo de barbárie – ou Capitalismo de dados – e que apelidamos de Metafascismo[2]. Entretando, esse é outro processo (concomitante) ao planejamento da diarista investidora e de outros cinco milhões de pessoas investidoras (sejam físicas ou jurídicas). Tema para outro dia.

 

Vinício Carrilho Martinez

[1] https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/01/25/mercado-erra-95-das-previsoes-sobre-economia-e-bolsa.htm. Acesso em 26/01/2025.

[2] https://aterraeredonda.com.br/metafascismo/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=novas_publicacoes&utm_term=2025-01-24. Acesso em 26/01/2025.

‘Morei nos EUA por 35 anos’, diz deportado por Trump que chegou algemado ao Brasil

Sinval de Oliveira, de 51 anos, é um dos brasileiros deportados dos Estados Unidos na sexta-feira (24), após viver 35 anos em território norte-americano. Ele desembarcou no Brasil em um voo que trouxe 158 passageiros deportados, incluindo 88 brasileiros, algemados e acorrentados.

O governo Lula proibiu algemas e correntes em deportados brasileiros dos EUA, que agora devem ser libertados nas aeronaves no máximo quando estas entram em espaço aéreo nacional.

A aeronave, que tinha como destino o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), precisou fazer uma parada no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM), para reabastecimento. No entanto, problemas técnicos impediram que o voo seguisse viagem até Minas Gerais.

“Morava nos Estados Unidos há 35 anos e chegamos aqui com esse incidente. Rapidamente, recebemos toda a assistência e tenho só a agradecer a todos da equipe do Corpo de Bombeiros e de Direitos Humanos”, afirmou Sinval de Oliveira, ao descrever o atendimento recebido em Manaus.

Após a parada não programada, o governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus ofereceram suporte aos passageiros. Entre as medidas adotadas, foram distribuídos colchões, alimentação, água e atendimento médico.

 

“Alguns passageiros já possuem algumas patologias e precisam de acompanhamento do uso de medicação, então estamos identificando esses pacientes para que eles possam receber assistência”, explicou o tenente Éverton Augusto, comandante de socorro da capital amazonense.

Sinval é um exemplo dos brasileiros afetados pelas políticas rígidas de imigração adotadas durante o governo Donald Trump, que intensificou as deportações de imigrantes em situação irregular. Desde 2017, durante o governo de Michel Temer, voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos chegam ao Brasil com frequência. Esses voos geralmente ocorrem uma ou duas vezes por mês, quase sempre às sextas-feiras.

Segundo o Itamaraty, além dos 88 brasileiros a bordo deste voo, os outros passageiros eram de nacionalidades diversas. A Polícia Federal informou que, ao chegarem ao Brasil, quatro dos brasileiros já haviam sido liberados do grupo.

DCM

Governo Lula vê “flagrante desrespeito” a direitos de brasileiros algemados pelos EUA

A Polícia Federal informou que os brasileiros chegaram ao Brasil algemados e acorrentados, e foram imediatamente soltos pelos agentes

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que houve um “flagrante desrespeito” aos direitos dos brasileiros deportados pelo governo dos Estados Unidos, informou comunicado do Ministério da Justiça. A Polícia Federal informou que os brasileiros chegaram ao Brasil algemados e acorrentados, e foram imediatamente soltos pelos agentes. O voo teria como destino Confins, em Minas Gerais, mas precisou parar em Manaus por problemas técnicos.

“O ministro Ricardo Lewandowski destacou ao presidente Lula o flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros. O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis”, diz a nota divulgada pelo Ministério da Justiça.

O repatriamento de imigrantes ilegais, conforme explicou o Itamaraty, ocorre com base em um acordo bilateral firmado em 2017, durante o governo de Michel Temer. O acordo permite o retorno de pessoas que, após processo judicial nos Estados Unidos, não têm mais direito a recursos e se encontram em situação irregular no país. No entanto, o Ministério esclareceu que este voo específico não está relacionado às novas medidas migratórias adotadas pela administração de Donald Trump.

O governo brasileiro tem reforçado que, no âmbito desse acordo, o repatriamento não inclui pessoas que ainda possuam possibilidade de revisar sua sentença. Desde o início do novo mandato de Trump, as autoridades dos EUA informaram ter deportado centenas de imigrantes ilegais, incluindo 538 prisões de imigrantes ilegais de diversas nacionalidades, como mencionado pela Casa Branca. No entanto, o jornal Washington Post destaca que esses números são modestos em comparação com as metas do governo Trump para o controle da imigração, e Tom Homan, czar da fronteira de Trump, afirmou que mais de 3 mil pessoas com antecedentes criminais foram presas nos primeiros dias da administração.

Brasil247

Lula acolhe brasileiros deportados pelos EUA que chegaram algemados ao Brasil

A Polícia Federal informou que os brasileiros deportados pelo governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, chegaram algemados ao Brasil. A corporação recebeu a aeronave em Manaus após apresentar problemas técnicos. O pouso estava previsto para acontecer em Confins, Minas Gerais.

Segundo a PF, os brasileiros foram imediatamente liberados das algemas “na garantia da soberania brasileira em território nacional e dos protocolos de segurança”.  Após determinação do presidente Lula (PT) e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, os agentes proibiram que os deportados fossem detidos pelos americanos novamente.

Os passageiros foram acolhidos e acomodados na área restrita do aeroporto. No local, receberam bebida, comida, colchões e foram disponibilizados banheiros com chuveiros. Por determinação de Lula, uma aeronave da Força Aérea Brasileira transportará os brasileiros para o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado. Eles serão acompanhados e protegidos pelos militares da FAB e policiais federais brasileiros. De acordo com relatos, os passageiros “choraram de emoção” ao saberem que seriam transportados pelo governo brasileiro.

Brasil 247

Bancada ruralista resiste à isenção de tarifas para a importação de alimentos

A proposta do governo de reduzir a tarifa de importação de alimentos para zero enfrenta forte resistência da bancada ruralista no Congresso Nacional. Após o anúncio do Ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), de que a medida está em estudo, integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) iniciaram discussões sobre o tema em grupos de WhatsApp, conforme informações da CNN Brasil.

A bancada argumenta que a isenção da tarifa pode prejudicar pequenos produtores brasileiros, aumentando a concorrência com o mercado externo, sem garantir um impacto significativo na redução de preços nos supermercados.

Um exemplo destacado é o setor cafeeiro, no qual o Brasil possui 330 mil produtores, sendo 280 mil pequenos cafeicultores, dos quais 78% têm propriedades com menos de 20 hectares.

Prato do Futuro: café torrado no Sítio Berelu, em Cerqueira César (SP) — Foto: Stephanie Rodrigues/g1
Café torrado no Sítio Berelu, em Cerqueira César (SP): o Brasil conta com 330 mil cafeicultores. Foto: Stephanie Rodrigues

Os representantes do agronegócio também criticam a concorrência de países que subsidiam suas produções, como ocorre em algumas nações europeias. Para os parlamentares, a prática representa uma “concorrência desleal.”

“Se as condições e custos de produção são semelhantes mundo afora, como pode um produto importado ser mais barato do que o nosso? É sinal que pagamos muitos impostos para produzir ou que os de fora têm subsídios”, declarou o deputado Zé Vitor (PL-MG).

Além disso, os parlamentares afirmam que não foram consultados pelo governo para debater a proposta, mesmo com a bancada disponível para colaborar. Eles também refutam o argumento de que o Brasil não tem oferta suficiente de alimentos.

“O descontrole na inflação é que prejudica as famílias, não o produtor rural, não o produtor de alimentos. Medidas sem debate e planejamento dificilmente alcançam os resultados esperados”, ressaltou o deputado.

Fonte: DCM

Indicações ao Oscar de ‘Ainda Estou Aqui’ impulsionam projeto para suspender salários de militares denunciados

O filme “Ainda Estou Aqui”, que aborda o assassinato do ex-deputado Rubens Paiva durante o regime militar, conquistou indicações ao Oscar em três categorias. A repercussão internacional da obra cinematográfica deve fortalecer o apoio ao Projeto de Lei da deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que propõe suspender a remuneração de militares acusados de violação de direitos humanos e crimes contra a humanidade. “O filme e as indicações ao Oscar criam uma pressão de fora para dentro”, destacou a parlamentar à CNN.

O projeto, protocolado na Câmara dos Deputados, visa interromper o pagamento de salários, proventos e benefícios a militares enquanto houver um processo judicial em andamento. Segundo Melchionna, a ideia surgiu após revelações de que os militares envolvidos na morte de Rubens Paiva recebem, juntos, R$ 140 mil mensais. A parlamentar acredita que o impacto do filme amplia a visibilidade sobre o tema e ajuda a mobilizar a sociedade e o Congresso para a aprovação da medida.

A proposta prevê que a suspensão de remuneração só será aplicada após a notificação do militar acusado, garantindo o direito ao contraditório e à ampla defesa, como estabelece a Constituição. Caso seja comprovada a inocência em decisão judicial definitiva, os valores suspensos serão devolvidos de forma retroativa, corrigidos pela inflação. “Queremos que a Justiça seja feita sem onerar os cofres públicos com pagamentos a quem está sob acusações tão graves”, afirmou a deputada.

A iniciativa busca também ampliar o debate sobre a responsabilidade histórica das Forças Armadas e a necessidade de responsabilização individual em casos de violação de direitos. O impacto do filme sobre Rubens Paiva e o apoio popular ao projeto podem se tornar fatores decisivos para a tramitação da proposta na Câmara. Para reforçar o movimento, Melchionna tem buscado coautores e lançou um abaixo-assinado para ampliar a mobilização em torno do tema.

Brasil 247

Veritas Quae Sera Tamen

Ronald Pinto

O liberalismo americano, frequentemente apresentado como o pilar do livre mercado global, revela suas contradições quando confrontado com situações que ameaçam sua hegemonia econômica e política. A retórica de que barreiras comerciais devem ser eliminadas é rapidamente abandonada sempre que os interesses nacionais dos Estados Unidos são colocados em xeque. Essa dualidade ficou novamente evidente no caso recente envolvendo o TikTok.

O TikTok, um aplicativo de origem chinesa operado por uma empresa de Singapura, tornou-se alvo do governo norte-americano sob a justificativa de que representa uma ameaça à segurança nacional. A preocupação central, segundo o governo dos EUA, é a possibilidade de que os dados de milhões de cidadãos americanos possam ser utilizados pelo governo chinês. Para evitar essa “ameaça”, os EUA entraram com um pedido na Suprema Corte para bloquear o aplicativo caso ele não fosse vendido a uma empresa americana.

O paradoxo aqui é evidente: enquanto pregam ao mundo os princípios do livre mercado, os Estados Unidos demonstram não hesitar em adotar medidas protecionistas quando um concorrente estrangeiro desafia o monopólio de suas empresas e o controle sobre informações. Redes sociais americanas, como Facebook e Twitter, possuem histórico de colaboração com os serviços de segurança dos EUA. Então, por que o TikTok seria diferente?

Com o bloqueio do TikTok aprovado pela Suprema Corte, os usuários norte-americanos começaram a migrar em massa para o Red Note, uma versão chinesa exclusiva da plataforma. O movimento foi impulsionado pela indignação dos usuários, que passaram a questionar as motivações do governo e a refletir sobre as diferenças entre a vida nos EUA e na China. Curiosamente, no Red Note, os novos usuários ocidentais são recebidos com saudações como “bem-vindos, refugiados”, uma ironia à narrativa hegemônica americana.

A situação chegou a um ponto crítico: o presidente Donald Trump, buscando controlar os danos, convidou o CEO do TikTok para sua posse. Durante seu discurso de posse, Trump foi além, mandando a diplomacia às favas e reafirmando o interesse em retomar o controle do Canal do Panamá, alegando que a China exerce domínio sobre ele. Anunciou também que deportaria milhões de imigrantes ilegais e enviaria tropas para a fronteira com o México. Entre as declarações mais controversas, destacou o desejo de renomear o Golfo do México e reafirmou a intenção de taxar pesadamente produtos importados, numa tentativa de reativar a indústria norte-americana. Trump ainda criticou frontalmente as pautas relacionadas às questões de gênero, sinalizando um retrocesso em direitos sociais. Em suma, ele demonstrou que as contradições entre a narrativa liberal e a prática não seriam mais apenas percebidas nas ações, mas explicitadas nos próprios discursos oficiais. A promessa de liberdade, simbolizada pela Estátua no Porto de Nova York, foi descartada sem cerimônia.

A tentativa de controlar o TikTok é apenas mais um episódio de uma longa história de hipocrisia no discurso liberal americano. Quando a Petrobras adquiriu a refinaria de Pasadena, no Texas, com o objetivo de ampliar a presença da empresa brasileira no mercado de derivados de petróleo, a reação dos EUA foi incisiva. Sob o governo Obama, houve espionagem contra o governo Dilma Rousseff, além de treinamentos promovidos pela inteligência americana a agentes brasileiros que posteriormente dariam origem à Operação Lava Jato. Essa operação foi fundamental para desestabilizar o governo do PT, consolidar a política de privatizações e abrir o mercado brasileiro à exploração estrangeira.

Outro ponto crucial é o controle ideológico exercido pelas redes sociais americanas. Plataformas como Twitter e Facebook favorecem, em termos de visibilidade, discursos alinhados à extrema-direita. A dificuldade de organização e mobilização da esquerda nessas plataformas não é mera coincidência, mas parte de uma engrenagem que promove narrativas conservadoras enquanto marginaliza discursos progressistas.

O liberalismo americano é, em essência, condicionado aos seus interesses. Em nome da Liberdade , só neste milênio, vários países foram invadidos, ou até destruídos…  Que se cuide o Panamá pelo seu Canal e a Groenlândia pelas riquezas naturais.  A “liberdade de mercado” só é defendida quando favorece as empresas e a hegemonia dos EUA. Quando essa liberdade é colocada em cheque por competidores estrangeiros, os princípios liberais são prontamente substituídos por protecionismo e controle estatal. Para o restante do mundo, isso não é novidade — é mais um exemplo do imperialismo mascarado de defesa da “democracia” e do “livre mercado”.   Certamente o discurso de Trump, politicamente incorreto, é o mais verdadeiro escutado até hoje.

 

Lula e a revolução de Lula

Ronald Pinto

O discurso de Luiz Inácio Lula da Silva no ato em defesa da democracia, em 8 de janeiro de 2025, oferece uma reflexão profunda sobre o papel das revoluções e a relação entre as massas populares e as vanguardas políticas. Em um momento em que a democracia é questionada por extremismos e o conceito de revolução muitas vezes é associado a modelos do passado, Lula resgata uma perspectiva que valoriza o protagonismo do povo e a construção coletiva de transformações sociais.

Ao criticar as experiências históricas de revoluções como a Russa de 1917 e a Cubana, Lula reconhece os avanços significativos obtidos em seus contextos, mas destaca que essas transformações foram conduzidas por vanguardas intelectuais e políticas, e não pelos trabalhadores. “Você pega a fotografia da Revolução Russa de 17, não tem um operário na foto. Você pega a fotografia da Revolução Cubana também não tem operário, porque eram os intelectuais políticos, os ativistas políticos, os estudantes, as pessoas com um pouco mais de grau”, afirmou. O presidente sublinha que, historicamente, o trabalhador foi relegado ao papel de força produtiva, sem espaço na liderança das mudanças que, teoricamente, deveriam libertá-lo.

Essa análise aponta para uma crítica central às revoluções vanguardistas: a perpetuação de uma hierarquia de poder em que o povo é apresentado como motivo e sua libertação como objetivo da Revolução mas tratado na verdade como massa de manobra. É comum que aqueles que tomam o poder justifiquem o silenciamento de críticas — inclusive de outros grupos políticos, mesmo de esquerda — com a advertência: “se criticar, é inimigo da Revolução!” Transformações impostas por elites politizadas frequentemente resultam na centralização de poder, substituindo uma forma de opressão por outra.

O discurso de Lula adquire ainda mais densidade ao considerar o exemplo da China, cuja trajetória revolucionária apresenta características únicas.  Detentora de uma cultura milenar, marcada por tradições como o confucionismo, a China continuou a evoluir após a revolução de 1949 por meio de reformas internas e processos complexos. O país mesclou planejamento estatal com aberturas econômicas, demonstrando uma flexibilidade ausente em muitos modelos revolucionários ocidentais.

Ao contrário de experiências em que famílias ou líderes de esquerda permanecem no poder por décadas ou até por toda a vida, algumas vezes gerando dinastias, a China promoveu, após Mao, uma sucessão de líderes que implementaram novos modelos de gestão e produção. Esses avanços ocorreram sem abandonar os fundamentos revolucionários e sem recorrer à dominação militar da própria sociedade.

Lula contrapõe esses modelos históricos com sua própria trajetória, destacando que as conquistas democráticas podem ser ferramentas de emancipação popular. “As pessoas não imaginavam que os trabalhadores pudessem organizar um partido e chegar à Presidência da República. E eu sou presidente da República pela terceira vez.” Essa autorreferência não é mero orgulho pessoal, mas um exemplo concreto de como a democracia pode abrir caminhos para os trabalhadores, historicamente excluídos, assumirem posições de liderança e influenciarem diretamente nas estruturas de poder.

O discurso também ressignifica o conceito de revolução. Em vez de vinculá-la exclusivamente à luta armada ou à tomada violenta do poder, Lula demonstra que uma verdadeira revolução só será possível com o amadurecimento da consciência popular. A democracia liberal opera dentro dos limites do capitalismo, funcionando como um processo para definir quais grupos assumem o controle do Estado. Superar esse sistema exige um movimento que parta do povo, e a construção de um partido dos trabalhadores que una setores diversos que lutam por transformações profundas na sociedade é um processo pré-revolucionário. Esse movimento, utilizando as próprias regras da classe dominante, colocou, no Brasil, os trabalhadores no governo, enfrentando duros ataques desde as oligarquias até dos próprios setores vanguardistas, mas, sem dúvidas, avançando profundamente nas condições objetivas de justiça e igualdade para a classe trabalhadora.

Sem essa base de consciência popular, há o risco de reproduzir as mesmas estruturas de dominação que se pretende abolir. Nesse sentido, a defesa de Lula pela democracia não é apenas pragmática, mas ideológica. Ele apresenta a democracia como um espaço para organização, educação e mobilização popular, essencial para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Mais do que uma crítica às revoluções vanguardistas do passado, seu discurso é um convite à reflexão sobre o futuro: como garantir que as transformações sociais sejam feitas pelo povo e para o povo, sem que as vozes críticas sejam silenciadas em nome da “pureza revolucionária”?

A história ensina que revoluções lideradas por vanguardas, sem participação ativa das massas, muitas vezes degeneraram em autoritarismo. Exemplos como o stalinismo e os excessos de regimes revolucionários mostram que a concentração de poder em poucos, mesmo com boas intenções iniciais, pode levar à repressão e à alienação das próprias massas que deveriam ser protagonistas.

Lula, com sua trajetória de sindicalista e líder popular, resgata a ideia de que a transformação social não se faz apenas com decretos ou slogans, mas com a construção lenta e contínua de uma consciência coletiva. A democracia, apesar de suas limitações nos marcos do capitalismo, é apresentada como um espaço indispensável para essa construção.

O desafio, portanto, não é apenas criticar o que se apresenta como revoluções no passado, mas evitar repetir seus erros. A verdadeira revolução, como aponta Lula, não é a que parte de uma elite iluminada, mas a que nasce da organização e da conscientização do povo. Afinal, qualquer transformação que não inclua o protagonismo popular corre o risco de ser apenas uma mudança superficial de quem detém o poder.

Que essa reflexão sirva para reforçar o valor da crítica, do debate e da pluralidade em qualquer projeto de transformação social. Pois, se “criticar é inimigo da Revolução!”, o que se constrói é uma ditadura disfarçada de mudança.

 

ALUCINAÇÃO CAPITALISTA

(Coach mirim)

Por Vinício Carrilho Martinez

Em primeiro lugar, é oportuno explicar que, por alucinação capitalista entendemos a monetização das barbáries a partir das redes antissociais: quanto maior a estultice maior a possibilidade de ser visto, rentabilizado e, logo, de enriquecer.

Dito isso, vemos que os atuais Tempos Modernos (diferentemente daqueles de Charles Chaplin) trazem o assombro dos “tempos sombrios” – fundeados no nazifascismo da Segunda Guerra Mundial. O avanço da extrema direita rumo ao poder, no Ocidente, é prova suficiente dessa combinação desastrosa neste quartel do século XXI.

O que há em comum com o lateralizado nazifascismo de meados do século XX, permanente e vivo hoje em dia, são as forças, crenças, “mitos” e ações propostas ou encaminhadas: o racismo, o elitismo supremacista, a misoginia, o descarte da classe trabalhadora, a “eleição de inimigos” a serem destruídos violentamente, são a força comprobatória dessa tese. O capitalismo de barbárie se pronunciaria já naqueles idos.

No entanto, exatamente um efeito explosivo, expansivo – destruidor em massa do meio ambiente –, conheceu seu apogeu. Nunca o capitalismo conheceu tamanha barbárie contra as mínimas condições de vida quanto agora. Some-se a isto o genocídio praticado pelo sionista Estado de Israel, em Gaza. A perda de propósito da vida humana, com dignidade, ganhou força e lastro.

No plano econômico, a uberização da vida civil é a tônica (no Brasil é a quintessência desde 2017 com Temer), e isto segue a esteira de rodagem da destruição da classe trabalhadora, acarreta um incremento acintoso do rentismo e da miséria humana e social.

A máquina capitalista de moer carne humana ainda se rentabiliza pela propagação da “descrença na racionalidade”, como visto na popularização (viralização) das coisas mais absurdas possíveis: quanto mais irracional, mais as redes antissociais se encarregam de motivar e bonificar seus “produtores de conteúdos”. Em que pese o máximo exagero em se atribuir às bizarrices alguma condição de conteúdo (a exemplo de se associar vermífugo no combate à COVID-19), esse efeito disruptivo da verdade, da realidade, distorcendo-se ou eclipsando os fatos, guarda em si (no propósito) muitas semelhanças com o Ministério da Propaganda Nazista (de Goebbels).

Se no nazifascismo o lema era (é) a “ação pela ação” – o franquismo espanhol foi lendário nesta modalidade –, hoje, a métrica poderia ser alternada para “views por views”, ou seja, o que importa (do ponto de vista do narcisismo capitalista) é a metrificação de visualizações dos tais “conteúdos” gerados: quanto mais expandir-se a dissolução da racionalidade, mais as massas consomem. E isso enriquece tanto as “plataformas de comunicação” (há comunicação?) quanto os indivíduos propagadores de Fake News e de atrocidades desumanizadoras.

Então, quando crianças e jovens se apresentam como “influenciadores” (coach mirim) o único propósito é enriquecer com a monetização. E a primeira ou mais grandiosa pérola que se produziu diz assim: “Estude para ficar pobre”[1]. Não seria preciso dizer mais claramente, entretanto, reforce-se que o com coach mirim almeja o descredenciamento da educação e o mergulho no enriquecimento com zero perspectivas de emancipação[2].

Neste modelo de Capitalismo de dados[3] (Metafascismo[4]), quanto mais se é visto maior a chance de enriquecer; lembrando a máxima das antigas “falem mal, mas falem de mim”, o coach mirim ainda nos lembra que a racionalidade, o Bom Senso, a prudência e a responsabilidade (pelos atos presentes) tem um alto custo: muitas vezes custam o sossego, o emprego, a estabilidade. E nos permite concluir que, sob essa regra do Capitalismo de dados (que ainda será turbinado pela Inteligência Artificial[5]), a consciência da emancipação é a vítima mais evidente. E que, sob a lógica capitalista atual (muito diferente daquela de Chaplin), a falta de consciência, o zero tirado na avaliação da inteligência social, são recursos inestimáveis – afinal, quanto mais alienado (retirado da Cosmovisão intuída desde o Iluminismo), maior a amplitude alcançada para fins de dominação econômica, opressão política e exploração ilegal e ilegítima da atividade humana.

Não é por acaso que, no Brasil, convivem placidamente as formas mais evoluídas do capitalismo de barbárie (rentismo e monetização da alucinação capitalista) e as formas sociais mais aterrorizadoras que nossa história produziu: racismo e exploração do trabalho análogo à escravidão (uberização em tempo integral).

Em palavras finais, podemos dizer que a regra hegemônica é fatal: “Enriquecer a qualquer custo”. Enriquece-se ao custo do Esclarecimento (do Bom Senso) e da capacidade de humanização: o enriquecimento individual é obtido às custas do embrutecimento e do enfraquecimento da própria noção do que é Humani

[1] https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2024/11/23/menores-desdenham-da-educacao-e-dizem-ganhar-mais-do-que-medico-vendendo-curso-para-ser-influencer.ghtml. Acesso em 17/01/2024.

[2] Lembremos que, para os mirins, inclusive a conta bancária é administrada pelos pais ou responsáveis.

[3] SHOSHANA, Zuboff. Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação. In: Tecnopolíticas da vigilância: perspectivas da margem. São Paulo: Boitempo, 2018.

[4] https://www.gentedeopiniao.com.br/politica/vinicio-carrilho/metafascismo. Acesso em 17/01/2024.

[5] Pode-se ter um uso equilibrado e criativo: https://www.youtube.com/@MusicalizAI.

Enquanto a violência toma conta de Rondônia, o governador Marcos Rocha passa férias em Maceió

Em meio a uma onda crescente de violência que assola Porto Velho, com ataques criminosos alarmando a população e resultando na trágica morte do cabo da Polícia Militar Fábio Martins, um vídeo recente mostra o governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha (União Brasil), desfrutando de férias em Maceió. A vereadora Juliana Salomão (Podemos), de Parecis, se encontrou por acaso com o governador e “entregou” a cidade no Instagram dela.

A divulgação dessas imagens gerou indignação entre os moradores, que se sentem desamparados diante do aumento da criminalidade enquanto o chefe do Executivo estadual parece alheio à gravidade da situação.

A ausência do governador em um momento crítico levanta questionamentos sobre sua prioridade em relação à segurança pública. Enquanto a Força Nacional é enviada para atuar em Rondônia  e a Polícia Militar intensifica operações para conter a violência, a postura do governador é vista por muitos como um sinal de negligência e desconexão com os desafios enfrentados pela população. A sensação de insegurança cresce, e a liderança estadual é cobrada por uma resposta mais efetiva e presente diante da crise que se instala.

Veja aqui

Fonte: Notícias de Porto Velho

Ainda estou aqui

Vou permanecer
– com você

Isso não é um jogo
– é luta
– é guerra

O lado mostra nossa conduta

Não há perdão
– só perdas
– para gente sem rosto

Aquele lá
– aquele outro também
– o que te fez de refém
– de tontura e tortura

Eles vão perder o posto
– desse desgosto
– de tortura

Mas, nós ainda estamos aqui
– para ficar
– fincar nossa bandeira

Dessa vez não haverá rasteira

Eles são rasteiros
– pistoleiros
– logo prisioneiros

Nós ainda estaremos aqui
– eles ficarão por ali
– no limbo

Nós estamos aqui
– sorrindo
– e eles vão saindo

Eles sairão da história
Mas não da nossa memória

Ninguém esquece o monstro
– eu te mostro

Nós estamos aqui
– fique por aí

Fique por aí
– monstro sem rosto
– rei sem roupa

Nós permanecemos aqui
Por amor
– contra todo o rancor

Vinício Carrilho Martinez

Metafascismo

Vinício Carrilho Martinez – Doutor em Ciências Sociais

Vinícius Alves Scherch: Doutor em Ciência, Tecnologia e Sociedade – PPGCTS/UFSCar

 

Sob o título Metafascismo queremos indicar duas situações convergentes: trata-se da empresa Meta e do objetivo projetado; assim, a empresa representa o meio, a técnica, o veículo, a base material, e, consigo, a meta de se aprofundar a expansão e a vocalização do Fascismo digital nas redes sociais. Em prévio diagnóstico, identificamos que o avanço tecnológico teria potencial para fomentar a prática degenerativa da política, isto é, o apelo ao Fascismo em uma nova modulação:

 

O crescente afago popular ao autoritarismo e ao Fascismo não serão descabidos, e nem incompreensíveis, uma vez que a base tecnológica conformadora da Modernidade Tardia também formata a estratificação política, com incidência no formato jurídico prevalecente. Somos monocráticos, monotemáticos em plena era da informação. (Martinez; Scherch; 2020)

 

Portanto, com Metafisicismo, simbolizamos o imbricamento de método e objetivo, quanto ao Fascismo recalcitrante nos dias atuais. Esse Metafascismo, essencialmente, é apenas muito tecnológico, isto é, constitui-se de mais uma metáfora desde sua origem nos anos 1920, na Itália de Mussolini – assim como é uma metáfora o Necrofascismo (Martinez, 2022).

Com a decisão da Meta de substituir seu programa de checagem de fatos por um “sistema” de notas da comunidade, resta sinalizada uma aproximação com a política de superposição da liberdade de expressão. Isso significa dizer que, diante do negacionismo e do pouco acesso à educação e ao conhecimento efetivo, as “massas” definirão o que é real, científico, ético (ou não). Nesse sentido, analisando a normalização da exceção – pois nesse Metafascismo haverá uma exceção da verdade – encontramos um ponto de convergência para a leitura do estágio de exclusão que será viabilizado com as “notas da comunidade”:

 

Se a comunicação é regra para a Humanidade (desde o grito primal), as redes sociais nos dirigem para o oposto; propositalmente os algoritmos nos  direcionam  para as  semelhanças,  para  o  mesmo  discurso, como  se  continuamente  reforçássemos  nossos  próprios  pensamentos.  Desse  ponto  de  vista,  as redes  sociais,  notadamente  o  Facebook,  constroem  interatividades  a  partir  da  mesmice, aniquilam o contraditório, são abruptamente, constantemente, Ab origine, antidemocráticas. (Martinez; Scherch, 2020)

 

O “sistema” será parecido com o do X e implica relevantes alterações acerca dos limites entre liberdade de expressão e responsabilidade na moderação de conteúdos, pois o novo modelo transfere a responsabilidade de fornecer contexto às informações para os próprios usuários, apostando em uma “sabedoria coletiva” que, embora pulverizada em essência, pode se tornar problemática na prática. Podemos ter a decretação da “governança dos piores” alimentada por algoritmos vorazes – o chamado “Fenômeno Marçal” nas eleições municipais da capital paulista (com cadeirada em resposta) pode ser apenas um prenúncio. Ainda se conectam a este efeito os influenciadores mirins que apostam na recusa à informação; seu lema é: “estude e fique pobre”[1]. Então são esses “conteúdos” a definir os rumos do Processo Civilizatório.

Essa medida aparentemente ampliativa – além de negacionista da democracia, porque atacar o conhecimento é produto fascista – ainda encobre um comportamento alinhado à desinformação, pois o ciberespaço se compreende pela cibercultura. Segundo Pierre Lévy, a cibercultura apoiada na interconexão, na criação de comunidades e na inteligência coletiva, fornece um ponto de partida para que se possa compreender um comportamento da sociedade no meio digital (Lévy, 2010). Atualmente, o ciberambiente não alcançou o nível de autorregulação – a maturidade civilizatória – suficiente para que a coletividade possa realizar a checagem de fatos sem uma atuação profissional. Ter as “notas da comunidade” como uma solução universal desconsidera diferenças culturais, níveis de alfabetização midiática e o impacto desproporcional que notícias falsas podem ter em contextos sociopolíticos frágeis, piorando as relações no ciberespaço.

A inteligência coletiva, como expressa Pierre Lévy, “implica a valorização técnica, econômica, jurídica e humana de uma inteligência distribuída por toda parte, a fim de desencadear uma dinâmica positiva de reconhecimento e mobilização das competências” (Lévy, 2010). No entanto, nas redes prevalece uma inteligência coletiva regressiva, criada a partir de uma mente de colmeia que faz com que os indivíduos moldem seu comportamento de acordo com a pretensão dos ordenadores, para uma atuação contra o alvo. Sendo que este alvo pode ser composto de pessoas ou grupos que não se compatibilizam como quer a bolha dominante ou “grupo hegemônico de ciberpoder”.

Basta lembrar que a checagem de fatos foi implementada como uma resposta à proliferação de desinformação durante eventos de impacto global, como eleições e pandemias. Ao implementar o novo “sistema”, a Meta abandona uma ferramenta que, apesar das falhas, possuía critérios estruturados e baseados em expertise. Ao creditar “notas da comunidade” como critério de checagem, a informação seria validada com base na capacidade dos usuários de oferecer análises equilibradas, ignorando totalmente o risco de polarizações e vieses ideológicos que já dominam o ciberespaço. A popularização, mais do que hoje, trará um verdadeiro ringue entre informação e desinformação.

A mudança, para a Meta, seria resultado de um esforço para mitigar acusações de censura e fomentar uma suposta liberdade de expressão. Mas a linha entre promover o debate e abrir as portas para a desinformação desenfreada não foi considerada, demonstrando-se uma predisposição das plataformas aos interesses de Trump (presidente eleito dos EUA).

De acordo com Andrew Korybko, “o Facebook é o portal para reunir e fazer propaganda do movimento de revolução colorida. Ele recruta apoiadores e permite a criação de grupos fechados nos quais ativistas contra o governo podem se encontrar e discutir suas estratégias virtualmente” (Korybko, 2018).

É inegável que as Big Techs exercem um papel crucial na formação da opinião pública global. E, ao abrir mão de um sistema estruturado de verificação de informações, com critérios objetivos e análise profissional, há não só um risco de descredibilizar as plataformas, mas, principalmente, o comprometimento da qualidade das informações consumidas por bilhões de pessoas.

Segundo Mark Zuckerberg, a checagem de fatos era politicamente enviesada, mas o “sistema” proposto não garante imparcialidade e veracidade das fontes de informações. Ao contrário, coloca o poder de verificar informações nas mãos de um público amplamente diversificado, mas também suscetível a influências ideológicas e interesses econômicos e pessoais, que pode corroborar com um flerte ao totalitarismo digital. Isso porque o “sistema” se alinha com a postura de Elon Musk e a crítica às instituições judiciais, reforçando-se a percepção de que a decisão é politicamente motivada.

A organização das plataformas – baseada em interações sociais – permite que haja uma diversidade de pensamentos, porém essas diversidades são aprisionadas em bolhas criadas por algoritmos – cada consumidor de conteúdo ou somente de bobagens cria sua própria bolha, uma “autobolha”. Desse modo, “as redes sociais” (na prática, antissociais), que  se  expandiram potencialmente  na  última  década,  embora  carreguem acessibilidade  ao  conhecimento  e  às  informações,  transportam  também  os  equivalentes  reais de grupos hegemônicos, levando a uma regressão ao estado de massa[2]” (Martinez; Scherch, 2020).

O mecanismo de tráfego das informações acaba sendo direcionado e agrupa os indivíduos com características semelhantes, ocasionando uma falsa sensação de que são dominantes no espaço, vindo a tornar discursos manobráveis mais presentes e, pela falta de visibilidade do diferente dentro do grupo, o ambiente se torna fértil para composições fascistas, racistas e intolerantes. Desse modo a “sabedoria coletiva” que instrui as “notas da comunidade” é prejudicada pelo exercício de ciberpoder e pela manipulação algorítmica.

Ao invés de privilegiar a liberdade de expressão e a democracia, o “sistema” é degenativo do aprimoramento do ciberespaço, pois, “o controle da pauta política na era pós-digital pode ter seu mote na informação – ou na desinformação – que constitui uma das bases do próprio ciberespaço, já que tudo é datificado e, em alguma medida tem uma relação com as tecnologias de controle de dados, os algoritmos e a inteligência artificial” (Scherch, 2024).

  • REFERÊNCIAS
  • DUNKER, Christian Ingo    Psicologia  das  massas  digitais  e  análise  do  sujeito  democrático.  In: ABRANCHES, Sérgioet al. Democracia em risco? 22 ensaios sobre o Brasil de hoje. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

 

KORYBKO, Andrew. Guerras híbridas: das revoluções coloridas aos golpes. Trad. Thyago Antunes. 1 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

 

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. 3 ed. São Paulo: Ed. 34, 2010.

 

MARTINEZ, Vinício Carrilho. Necrofascismo: Fascismo Nacional, necropolítica, licantropia política, genocídio político. Curitiba: Brazil Publishing, 2022.

MARTINEZ, Vinício Carrilho; SCHERCH, Vinícius Alves. A Normalização do Estado de Exceção na Pandemia Coronavírus. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, Santa Maria, RS, v. 15, n. 3, e48127, set./dez. 2020. ISSN 1981-3694. DOI: http://dx.doi.org/10.5902/1981369448127. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/revistadireito/article/view/48127

SCHERCH, Vinícius Alves. Impactos do capital no controle da pauta política na era pós-digital. Tese (Doutorado em Ciência, Tecnologia e Sociedade) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2024. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/20945.

 

[1]Disponível em:  https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/01/09/r-100-mil-por-mes-menores-trabalham-irregularmente-com-marketing-digital.htm. Acesso em 09/01/2024.

[2] “O fenômeno mais típico dessa regressão ao estado de massa é a impossibilidade de  se  fazer  escutar  por  argumentos  ou  fatos,  além  da  irrelevância  relativa  das fontes.  No  interior  de  uma  batalha  discursiva,  o  uso  de  fake  news,  de  forma intencional   ou   ingênua   é   bastante   facilitado.   Os   interlocutores   repetem monólogos com crescente agressividade. A regressão ao funcionamento de massa, com  sua  estereotipia  e  certeza  dogmática,  produziu  um  extenso  sentimento  de divisão social, rompendo laços e dissociando relações”. (Dunker, 2019)

Trio completa 50 músicas utilizando inteligência artificial (IA)

Precisamos contar a história desse projeto em detalhes. Um dia faremos isso, falando de sua origem, dinâmica, as articulações internas e os objetivos que definimos. Hoje é um dia especial porque chegamos a 50 músicas já editadas, com 25 já publicadas. Quem diria que chegaríamos a 50 músicas, em praticamente duas semanas – mesmo que umas 4 ou 5 fossem letras recuperadas, de tempos anteriores, o fato é que temos 50 músicas já produzidas.

Na descrição de cada música há a indicação de que utilizamos a inteligência artificial (IA) como recurso tecnológico; porém, as letras são todas autorais e a musicalização envolve escolhas pessoais, de ritmo, tom, da utilização dos instrumentos; enfim, a melodia acaba sendo uma determinação humana. Pode-se dizer que a ação humana está no início (nas letras), no meio (determinação humana do que a IA deve fazer) e no final, afinal quem ouvirá as canções é você, uma pessoa como nós.

Com essa marca de 50 músicas, 25 já publicadas (a partir das 20 horas de hoje: 05/01/2025), não podemos dizer que chegamos ou batemos uma meta. Pelo simples fato de que nenhum de nós pensou em chegar tão longe e tão rapidamente. As coisas simplesmente aconteceram – e deram certo!

No total, temos uma música chegando próxima de 300 audições. Isso sim é uma marca de referência. Mais ainda, temos seis músicas que ultrapassaram as 200 audições e outras 11 com 100 audições. Há muitos estilos diferentes, algumas parcerias – inclusive com uma composição de nós três.

O principal a dizer, nos parece, é que estamos fazendo um trabalho de sensibilização, de crítica, denúncia e também de anúncio – há muito de utopia em cada poesia. E se a utopia está distante da carestia, é muito mais o caso de se doar e amar, do que lamentar. Assim, a esperança é tanto poesia quanto utopia. Nosso projeto tem muita lembrança, mas não é aquela de esperar acontecer. A gente prefere fazer para ver. Ver algo bom, justo, belo.

Por isso, falar em trabalho é um exagero, porque não temos no projeto o peso da obrigação, dos chamados “resultados”; temos, sim, compromisso com a poesia, com a sensibilidade humana e a sociabilidade que esperamos compartilhar, de forma que se fale mais de amor, do que de dor.

Nossa realização é pessoal e esperamos que vocês compartilhem conosco essa aventura, que é a demonstração da condição humana que nós três compartilhamos.

Veja aqui:

https://vm.tiktok.com/ZMkAEKVFY/

Vinício Carrilho Martinez

Marlon Pessanha

Lucas Gama

VÍDEO FDP: Gusttavo Lima promete financiar cachaça e alcoolismo se eleito presidente

O sertanejo, agora pré-candidato à presidência da República, afirma que, caso vença, usará o Estado para custear o consumo da bebida alcoólica, gerando polêmica sobre o tema

O cantor sertanejo Gusttavo Lima deu uma declaração completamente inacreditável e irresponsável durante uma apresentação sua. Em determinado momento, Lima afirmou que, caso seja eleito presidente da República, vai financiar cachaça para todo mundo.

“[Se eu for eleito] vou dar uma Bolsa Cachaça para todo brasileiro. Na minha proposta de governo vai ter isso. Quem votar em mim vai ganhar seis anos (sic) de cachaça para beber toda vez. Já não tem desculpa mais”, disparou Gusttavo Lima.

A declaração de Gusttavo Lima, de que vai financiar cachaça para todo mundo e, consequentemente, empurrar parte dos brasileiros para o alcoolismo, é problemática, pois, entre várias questões, ela vai contra o Plano de Ação Global sobre o Álcool.

O Plano de Ação Global Contra o Álcool 2020-2030, que é endossado pelos Estados-membros da OMS, tem por objetivo reduzir o uso abusivo do álcool a partir de estratégias em nível global, regional e nacional.

Ele estabelece metas específicas para reduzir o consumo de álcool e melhorar os resultados de saúde, com foco na saúde da população e na integração da política de álcool em agendas mais amplas de saúde pública. O plano descreve seis áreas principais de ação: estratégias e intervenções de alto impacto, defesa e conscientização, parceria e coordenação, apoio técnico e capacitação, produção de conhecimento e sistemas de informação, além de mobilização de recursos.

Cabe lembrar que, nos últimos anos, o consumo de álcool está associado a uma variedade de tipos de câncer, ou seja, tal substância aumenta as chances das pessoas serem afetadas pela doença. Os principais tumores são: boca, garganta, fígado, esôfago, laringe, mama, cólon, estômago e pâncreas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Confira abaixo a declaração de Gusttavo Lima:

Revista Forum

Mestres da UfSCar criam 40 músicas por IA e postam no Tik Tok

O projeto Musicaí tem três participações mais iniciais e constantes. São dois professores da UFSCar, Vinício Carrilho Martinez e Márlon Pessanha, e um estudante: Lucas Gama.
Criamos letras, interações humanas e postamos no Tik Tok: a inteligência artificial é apenas um instrumento, uma mediação. Hoje, já são 40 composições de estilos e narrativas diferentes, acessíveis por este link: https://vm.tiktok.com/ZMkAEKVFY/.

Os autores sintetizaram um pouco dessa experiência, no depoimento coletivo colocado aqui:
….

Os primeiros passos, pelo menos de intenção, foram dados em dezembro de 2023.
Em meio a um período de trabalho intenso, mais intenso do que o mês de dezembro deveria ter, Vinício escreveu um texto poético que falava sobre “A fisica da vida física”. Vinício passou o texto para Márlon que imediatamente respondeu que poderia ser transformado em música.

Naquele momento, ficou a promessa e a intenção de criar uma música. Márlon faria isso.

Passou um ano e Márlon não fez.
Outros textos surgiram, mas nunca havia tempo e criatividade para musicalizar. Em momentos pontuais, quase como instantes em meio à rotina laboral, esforços foram feitos, mas nenhuma música surgia por completo.

Eis que em dezembro de 2024, em uma mistura de escusa e vergonha por não cumprir a palavra, Márlon recorreu a uma
Ferramenta de Inteligência Artificial (IA) para sonorizar as letras. Ficou maravilhado, pois, com instruções detalhadas e indicação da letra da música, em poucos segundos uma música era gerada.
A ferramenta, em si, pode criar tudo, mas um esforço era feito no detalhamento das instruções pra manter um nível de autoria para além da letra.
A primeira música gerada não foi “A física do mundo Físico”. É que com tanto tempo, já havia outras letras criadas esperando o cumprimento da promessa da musicalização.
Em 9 de dezembro de 2024 foi criada a música “Chuva e Orvalho”, com letra de Vinício.

O resultado foi um espanto. Em uma troca de mensagens, Márlon enviou a música para Vinício. Nascia, naquele momento, um projeto de produção de músicas.
Com a sorte da chegada de um período de férias que, ao contrário de dezembro do ano anterior, eram férias verdadeiras, Vinício e Márlon, com o apoio de Lucas, começaram a produzir uma grande quantidade de letras de música e as transformavam, de fato, em músicas. O mês de janeiro de 2025 chegou e, no segundo dia do ano, já tinham chegado à espantosa quantidade de 40 músicas criadas.
Samba, MPB, rock, hip hop… Diferentes estilos e subestilos eram explorados.
Ainda em dezembro, as publicações em uma conta no Tiktok, administrada pelo Lucas, já gerava engajamento. É postada uma música por dia (em alguns dias, duas).
Em alguns casos, uma música, poucas horas após ser postada, passava de uma centena de audições.

O projeto continua. Provavelmente, com o término das férias, o ritmo de criação não continuará o mesmo. Mas as letras e músicas continuarão a ser criadas.

Questionamentos sobre o uso de IA para a criação de música surgem. Os autores do projeto têm suas dúvidas e inquietações sobre isso. Mas enquanto pensamentos não se fecham, continuam a escrever e musicalizar, pois o importante é, de algum modo, dar vazão à criatividade represada, tomando sempre o cuidado de afirmar: tem IA nessa construção, mas tem sentimento e criação também!
https://vm.tiktok.com/ZMkAEKVFY/

PF suspeita que policiais civis de Tarcisio mandaram matar delator do PCC

As investigações sobre o assassinato de Vinícius Gritzbach, corretor de imóveis e delator executado em 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, apontam para o envolvimento de policiais civis no crime. Gritzbach havia denunciado a relação entre agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Um relatório da Polícia Federal, obtido pelo Metrópoles, destaca o “provável envolvimento” de agentes públicos na execução, ocorrida apenas oito dias após a delação de Gritzbach à Corregedoria. Até o momento, sete membros da Polícia Civil foram presos sob acusação de participação no assassinato.

O relatório aponta que informações vazadas à imprensa, supostamente por policiais civis, buscavam atribuir o crime ao PCC, desviando o foco do possível envolvimento dos próprios agentes. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, liderada por Guilherme Derrite, não descartou essa hipótese, embora também aponte para a facção criminosa como principal suspeita.

O programa de recompensas foi reativado pelo governo paulista para capturar Kauê do Amaral Coelho, suspeito de avisar os assassinos sobre a chegada de Gritzbach no aeroporto. A recompensa oferecida é de R$ 50 mil.

Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), os policiais envolvidos formavam uma quadrilha associada ao PCC. Depoimentos revelam que Gritzbach foi alvo de extorsões e ameaças enquanto estava sob custódia policial.

 

Os delegados Fábio Baena e Eduardo Monteiro teriam solicitado até R$ 60 milhões para retirá-lo das investigações de um duplo homicídio envolvendo membros da facção.

Em sua delação, Gritzbach afirmou que policiais chegaram a receber R$ 5 milhões para proteger outros integrantes do PCC. A situação agrava as suspeitas de que o corretor foi executado por ameaçar expor a rede de corrupção entre policiais e criminosos.

A prisão de agentes como Fábio Baena, Eduardo Monteiro e outros policiais associados ao caso reflete os avanços da investigação, conduzida pela PF e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Eles responderão por organização criminosa, corrupção e ocultação de bens, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.

Uma suspeita adicional envolve o reset de dois celulares de Gritzbach, apreendidos pela polícia e posteriormente formatados, eliminando possíveis mensagens comprometedoras. O episódio é alvo de inquérito da Corregedoria, intensificando as críticas sobre a atuação de alguns policiais na tentativa de obstruir a justiça.