quarta-feira, setembro 3, 2025
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Carta de uma acadêmica de pedagogia ao presidente Lula

Caro presidente Lula

Sou Ana Calorina, uma jovem do campo. Cresci indo aos eventos do Partido dos Trabalhadores, ouvindo discursos sobre justiça social, educação pública e futuro para a juventude. Vivi nos bastidores dos movimentos sociais, aplaudindo lideranças que falavam bonito e me fizeram acreditar que o Brasil estava mudando. Mas amadurecer, para mim, foi perceber que há uma distância enorme entre a fala e a prática. E é desse abismo que nasce essa carta.

Estudo Pedagogia na Universidade Federal de Rondônia. Não escolhi esse curso só por vocação, escolhi também por revolta. Porque sei, na pele, o que é estudar em uma escola pública tratada como custo. Porque vi a escola do meu território rural ser deixada para morrer. Porque fui criada dentro de uma estrutura física razoável, mas que não tinha importância política alguma. Que existia para constar, mas não para transformar.

A educação fundamental e média nas nossas regiões é gerida, muitas vezes, por pessoas que não compreendem e nem se esforçam para compreender os anseios da juventude. Tratam nossas escolas como despesas. Fecham unidades para “economizar recursos”, como se infância fosse gasto, como se o campo não tivesse direito à escola.

E enquanto isso acontece, o que se vê nos palanques, nas redes sociais e nas reuniões partidárias? Juventude sendo usada como bandeira. Como imagem. Como decoração estética para campanhas eleitorais. Lideranças que se dizem de esquerda se preocupam mais em manter cargos e prestígio do que em abrir espaços reais para a juventude. Nos querem apenas como símbolo não como sujeitos de decisão.

Essa juventude do campo e da cidade está sendo traída.

E a dor se aprofunda quando a gente chega à universidade e percebe que o abandono continua. Consegui entrar na UNIR, mas carrego comigo o peso de centenas de jovens que ficaram pelo caminho não por falta de inteligência, mas igualmente a mim, por questões econômicas, geográficas e políticas.

Aqui em Rondônia, no Campus de Ji-Paraná, sequer temos um Restaurante Universitário funcionando. Em pleno 2025.
A universidade pública precisa garantir mais do que acesso: precisa garantir permanência.

Estudo à noite, presidente. Volto tarde. E, muitas vezes, chego sem saber se vou conseguir comer algo no intervalo. E não sou exceção, sou retrato da regra. A maioria dos estudantes da UNIR enfrenta dificuldades semelhantes ou piores. E mesmo assim, o Estado finge que está tudo bem.

A ausência de RU é uma afronta. Muitos colegas chegam sem ter o que comer, dependendo de bicos ou da solidariedade alheia. Outros, assim como eu, moram em áreas rurais e precisam pagar transporte caríssimo para chegar ao campus. Há quem abandone a graduação por pura exaustão.

É um absurdo que se fale em “democratização do ensino superior” quando nem se oferece um prato de comida digno para quem está dentro da universidade. Quando não há alojamento, nem incentivo real à permanência.

E, mesmo assim, a imagem da juventude continua sendo usada. Somos a foto no folder da campanha. O vídeo no Instagram. O corpo no ato. Mas e nossa voz? Nossas necessidades reais? Nossos sonhos concretos?

Presidente, esta carta é um grito. Não um pedido gentil. Um grito daqueles que estudam com medo, com fome, com revolta e com esperança. Daqueles que não querem mais ser figurantes na política que diz nos representar.

E é por isso que, enquanto jovem do Norte, deixo aqui o meu apelo e exijo nosso direito:

A implantação imediata de Restaurantes Universitários em todos os Campus da UNIR, não só os escolhidos a dedo, com estrutura e funcionamento real;

Transporte público universitário subsidiado, com rotas que atendam as regiões distantes dos Campus especialmente para quem estuda à noite;

Alojamentos estudantis funcionais, com vagas para alunos que não têm condições de viver nas cidades onde estão as universidades;

Que o governo federal enfrente com seriedade, o fechamento de escolas no campo, entendendo a escola como um centro de vida comunitária e não como custo;

Que os movimentos sociais e partidos que se dizem da classe trabalhadora parem de nos usar e comecem a nos ouvir, de verdade.

Estudar, aqui, é resistir.
E resistir, para mim, virou destino. Mas não devia ser.

Presidente, o Norte existe. A juventude existe. E não vamos mais nos calar.

Ana Calorina Oliveira de Andrade.
Acadêmica de pedagogia
UNIR/RO.

Coluna Zona Franca

The Economist: Bolsonaro extremista

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao centro das atenções internacionais ao estampar a capa da revista britânica The Economist desta semana. A publicação, que chega às bancas nesta quinta-feira (28), destaca o julgamento do brasileiro, previsto para começar no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2 de setembro. Retratado com o rosto pintado com as cores da bandeira nacional e usando um chapéu semelhante ao do extremista “viking do Capitólio”, símbolo da invasão ao Congresso estadunidense em 2021, Bolsonaro é apresentado como protagonista de uma crise que testará a resiliência democrática do Brasil. (Diario do Centro do Mundo).

Crime na Faria Lima

A Avenida Faria Lima, símbolo do mercado financeiro brasileiro, foi alvo de uma megaoperação policial nesta quinta-feira (28). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a ação, batizada de Operação Carbono Oculto, é considerada a maior já realizada no país contra a infiltração do crime organizado na economia formal.

Crime na Faria Lima 2

Equipes com 1.400 agentes da Polícia Federal, Polícia Militar, Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), além de fiscais das Receitas Estadual e Federal, estiveram na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do país, e em outros 9 estados, onde cumpriram 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos. Eles são envolvidos no domínio de toda a cadeia produtiva da área de combustíveis, que teve partes capturadas pelo PCC. A Faria Lima concentrou 42 dos alvos – empresas, corretoras e fundos de investimentos – em cinco endereços. A principal instituição de pagamentos investigada, a BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas. As investigações apontam para crimes contra a ordem econômica, passando por adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro — inclusive do tráfico de drogas —, além de fraude fiscal e estelionato. As informações são de Marcelo Godoy. (Estadão)

Crime na Faria Lima 3

As autoridades apontam que a rede criminosa atuava em várias frentes: adulteração de combustíveis, crimes ambientais, fraudes fiscais, estelionato e, sobretudo, lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. O objetivo era dominar etapas da produção e distribuição de etanol, gasolina e diesel, utilizando empresas associadas a operadores financeiros suspeitos de atuar para Marcola, líder do PCC. (Brasil 247)

Financiam políticos

Com certeza esses criminosos financiam senadores e deputados federais. Não causa espanto que parlamentares defendem afrouxamento das leis para favorecer o crime organizado. A PEC da Blindagem que o diga.

PEC da Blindagem adiada

Foto: Lula Marques/Agência BrasilDepois de várias reuniões ao longo do dia e sem alcançar um consenso entre as lideranças partidárias, a Câmara dos Deputados decidiu adiar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que prevê que apenas o próprio Congresso pode autorizar a abertura de investigação sobre parlamentares. O acordo para votar a matéria havia sido costurado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) com oposição e Centrão para encerrar o motim bolsonarista e a ocupação do plenário. A PEC da Blindagem pretende não só restaurar as regras originais da Constituição de 1988, alteradas em 2001, mas ir além. O Blog do Camarotti teve acesso a uma versão do texto do projeto que foi apresentada aos líderes na noite de quarta-feira. Entre as principais mudanças, estão a exigência de autorização prévia da Câmara ou do Senado para que um inquérito ou qualquer investigação contra parlamentares seja aberto e para o recebimento de denúncia pela Justiça; a condenação criminal de deputados e senadores somente com voto favorável de dois terços dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); e novos requisitos para a prisão preventiva ou para a aplicação de medidas cautelares, que, além do aval de dois terços do STF, terá de ser submetida à deliberação do Congresso. (g1)

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O impasse entre os deputados foram dois pontos do texto. O primeiro foi justamente essa possibilidade de se sustar ou barrar a abertura de inquérito contra deputados e senadores. Esse seria um passo além do que estava previsto na Constituição, que definia a autorização prévia apenas para abertura de ação penal, mas a investigação poderia ser feita. A segunda discordância foi sobre a proposta para que a votação para decidir a autorização de investigações seja secreta. “Ainda bem que não houve consenso. A gente não acha correto algum tipo de autorização para investigar um deputado. A confusão foi grande”, disse o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara. (Estadão)

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“A consequência das mudanças é óbvia: um ‘liberou geral’ para todo tipo de desmando, já que abrir inquéritos contra deputados e senadores ficará praticamente impossível. Também não será surpresa se o crime organizado despejar todo o dinheiro que puder na campanha de 2026 para colocar seus integrantes no Congresso. A extrema direita, que se diz pela democracia e enche a boca para acusar Lula de bandido, sabe disso, mas finge que não vê. Os deputados de esquerda — que, diante dos microfones, chamam o pacote de salvo-conduto para os golpistas, mas nos corredores admitem que podem ajudar a aprová-lo — também sabem”. (Malu Gaspar-Globo)

TV 3.0

Brasília (DF), 27/08/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de assinatura do decreto que regulamenta a TV 3.0 no no Palácio do Planalto.. Foto: Lula Marques/Agência BrasilO presidente Lula assinou o decreto que oficializa a TV 3.0 no Brasil, que promete imagem mais nítida, som imersivo e integração com a internet. A tecnologia permitirá catálogo inicial de canais, conteúdos sob demanda, propagandas interativas e até compras pela tela. Segundo o Ministério das Comunicações, as primeiras transmissões começam até a Copa de 2026, em implantação gradual que pode durar até 15 anos. Usuários precisarão de conversores, hoje estimados em R$ 400. O projeto recebeu R$ 7,5 milhões em investimentos federais e prevê também uma plataforma pública para acesso a serviços do governo diretamente pela TV. (CNN Brasil)

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Os representantes de associações e entidades que representam o setor, destacaram em seus discursos que o atual modelo em vigor, o da TV Digital, também foi implantado pelo presidente Lula, no seu segundo governo. O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Basbaum, participou da cerimônia, representando a TV Brasil e o campo público neste novo modelo.

TV 3.0 3

Considerada “a televisão do futuro”, a TV 3.0 vai integrar os serviços de internet (broadband) à habitual transmissão de sons e imagens (broadcast), possibilitando o uso de aplicativos que permitirão aos telespectadores interagir com parte da programação e até mesmo fazer compras diretamente de seu televisor, abrindo novas possibilidades de geração de receitas às emissoras.

PL da Adultização

Já o Senado aprovou, em votação simbólica, o PL da Adultização, que tramitou em tempo recorde no Congresso após a divulgação de um vídeo produzido pelo influenciador digital Felca. O texto, que também tem sido chamado de “ECA Digital”, cria mecanismos de proteção a crianças e adolescentes na internet. Apenas quatro senadores da oposição registraram voto contrário. A proposta obriga plataformas a remover conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes após serem notificadas, sem necessidade de ordem judicial; a elevar os níveis de privacidade, de proteção de dados e de segurança de menores de idade; e estabelece mecanismos de controle parental. O projeto já havia sido aprovado na Câmara na semana passada e agora segue para sanção do presidente Lula. (Metrópoles)

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O texto foi aprovado de maneira simbólica, em que os senadores permanecem como se encontram e os contrários se manifestam. Se manifestaram contra a aprovação os senadores Carlos Portinho (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE), Jaime Bagatolli (PL-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS). (g1)

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Por que Jaime Bagatolli votou contra o PL da Adultização? O que mudou para se posicionar contra se na semana passada ele defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de adultização de crianças por influenciadores e plataformas digitais? Hummm…

Vergonha

Imagem colorida do deputado Eduardo Bolsonaro participando de sessão da Câmara - MetrópolesÉ impressionante. Foragido desde março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a dar as caras no Congresso nesta quarta-feira, ainda que de maneira virtual. Eduardo tem dedicado seu tempo a tentar influenciar o governo americano a adotar sanções contra o Brasil na esperança de salvar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, da prisão. Ele discursou por 15 minutos na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O filho 03 do ex-presidente usou seu tempo para, mais uma vez, atacar o ministro do STF Alexandre de Moraes. (Veja)

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Ao mesmo tempo, os filhos de Bolsonaro adotaram um tom mais radical e intensificaram críticas a aliados, sem nomeá-los, depois que parte do Centrão fez gestos públicos pela candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência. Carlos e Eduardo Bolsonaro atribuem a movimentação em prol de Tarcísio ao “sistema” e a chamam de oportunismo. Jair Renan fez coro. Somente Flávio Bolsonaro tem tido atitude mais discreta nas críticas. Parlamentares e dirigentes acreditam que a reação é uma tentativa de manter no clã o espólio eleitoral de Bolsonaro. (Folha)

Bolsonaro prefere Lula

Parece estranho, mas, não é. O clã Bolsonaro prefere a reeleição de Lula do que uma (improvável) vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por que? Porque se Tarcísio vencer fatalmente concorrerá à reeleição em 2030, impedindo, em tese, uma candidatura verdadeiramente bolsonarista. Mesmo Tarcísio, em tese, eleito presidente conceder perdão à Jair Bolsonaro, esse teria dificuldade de disputar contra quem o perdoou.
Ao passo que, se Lula for reeleito, 2030 estaria livre para o bolsonarismo.

ra crimes contra a ordem econômica, passando por adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro — inclusive do tráfico de drogas —, além de fraude fiscal e estelionato. As informações são de Marcelo Godoy. (Estadão)

Já pode chamar Milei de ladrão?

O presidente da Argentina, Javier Milei, precisou ser retirado às pressas de uma caravana da qual participava na Grande Buenos Aires após sua comitiva ser atacada por manifestantes armados com pedras e garrafas. O incidente aconteceu em Lomas de Zamora, cidade localizada entre o centro da capital argentina e o Aeroporto Internacional de Ezeiza. Milei estava acompanhado por sua irmã, Karina Milei. Considerada braço direito do presidente argentino e uma das figuras mais poderosas da Casa Rosada, Karina está envolvida em um escândalo de pagamentos de propina a funcionários do alto escalão do governo. A ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, acusou apoiadores da ex-presidente Cristina Kirchner de organizarem o ataque contra Milei. (El Clarín)

Censo

Segundo nova estimativa do IBGE, o Brasil tem hoje 213,4 milhões de habitantes. O número considera os dados até 1º de julho e representa uma alta de 5,1% em relação ao Censo de 2022. São Paulo continua como o estado mais populoso, com 46 milhões de pessoas, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Roraima segue na lanterna, com menos de 739 mil habitantes, mas lidera o crescimento proporcional, com alta de 3%. A estimativa, que serve de base para repasses federais e cálculos econômicos, também reforça a previsão de que o país deve atingir seu pico populacional em 2041, com 220 milhões de pessoas, e então começar a encolher no ano seguinte, seis anos antes do que se previa até 2018. E o início deste movimento já pôde ser notado em 2023, quando o Brasil registrou o menor número de nascimentos desde 1976. (g1)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Curitiba, a cidade branca que tem alergia a preto com mandato

(Por João Guató – Pasquim Cuiabano)
O The Guardian, jornalão britânico que não se vende por um café com pão de queijo no gabinete do governador, publicou em 13/08/25 uma matéria que fez Curitiba engasgar com seu capuccino gourmet: o deputado estadual Renato Freitas é, para a ‘capital europeia’ do Brasil, o que o alho é para o vampiro – presença insuportável e cheiro de perigo.
Renato não é só deputado. É negro, periférico, advogado, mestre em Direito e, o que mais irrita a aristocracia curitibana, tem cabelo ‘black power’ erguido como torre de resistência, usa camiseta de Malcolm X, bermuda, tênis e deixa o rap berrar nos fones como quem grita ‘tô aqui’ no plenário. No Guardian, resumiu o incômodo da elite com a delicadeza de um soco na boca:
‘Eu entro com tudo – e isso incomoda muita gente.’
A CURITIBA QUE ADORA UM BOI DE PINHÃO, MAS NÃO SUPORTA UM NEGRO DE PALANQUE
O Guardian abriu o baú: em 2016, Renato foi preso por ouvir rap alto. A PM, fiel à sua tradição de confundir cultura com contravenção, o espancou, humilhou e deixou nu no corredor da delegacia. Desde então, já foram 16 prisões. Nenhuma por roubo, corrupção ou estelionato – crimes preferidos de certos políticos ‘respeitáveis’ da província -, mas por contrariar o ‘dress code’ não escrito da cidade: branco, alinhado e calado.
PROCESSO, MEU AMOR
Na Assembleia Legislativa do Paraná, Renato coleciona tentativas de expulsão como político de centrão coleciona cargo comissionado. A última foi uma suspensão de 30 dias que durou menos que pastel de feira: a Justiça derrubou no mesmo dia, chamando a decisão de ‘equivocada’. Ainda assim, os colegas insistem no esporte olímpico local: caçar negro falante.
A DEMOCRACIA DE JARDIM BOTÂNICO
Curitiba adora posar de Londres tropical: ônibus pontual, jardim florido, feira orgânica e música clássica no parque. Mas basta um negro ocupar espaço de destaque pra cidade mostrar que, no fundo, é só mais uma metrópole com manual de etiqueta colonial. Querem progresso, mas sem misturar o salão com a senzala.
Renato não aceita o script e lembra: ‘É mais fácil ser presidente do Brasil do que prefeito de Curitiba.’
E, olhando o histórico da cidade, não é exagero – é estatística.
No fim das contas, o The Guardian fez o que boa parte da imprensa local não tem coragem (ou patrocinador que permita): mostrou que, atrás do cartão postal e do pinhão assado, existe um muro invisível pintado com a frase que Curitiba não admite em voz alta: ‘Negro aqui só se for pra servir o café.’

Tarcísio tenta aprovar PL que entrega terras públicas a latifundiários com até 90% de desconto

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Tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei nº 410 de 2025, enviado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A proposta altera três leis estaduais de regularização fundiária e, segundo parlamentares da oposição e movimentos populares, aprofunda o desmonte da política de reforma agrária no estado. O texto pode ser votado já nesta terça-feira (26).

Apresentado no dia 5 de maio, o projeto foi incluído pela primeira vez na ordem do dia da Alesp pouco mais de um mês depois, no dia 24 de junho. Se aprovado, autoriza a venda de até 720 mil hectares de terras públicas devolutas por valores até 90% abaixo do preço de mercado. As terras beneficiadas estão, em grande parte, na região do Pontal do Paranapanema, uma das mais devastadas ambientalmente do estado e alvo de histórica disputa fundiária.

O valor total das áreas chega a R$ 9,6 bilhões, mas apenas R$ 1,9 bilhão será arrecadado com as vendas — um desconto médio de 80%. Se o modelo anterior, estabelecido pela Lei nº 4.925/1985, ainda estivesse em vigor, o retorno para o estado seria de pelo menos R$ 4,8 bilhões.

Para o deputado Donato (PT), líder da oposição na Alesp, o trâmite acelerado visa impedir o debate e esvaziar a mobilização popular. “Essa tem sido uma prática recorrente do governo Tarcísio. Com o PL 410, a gente mais uma vez vê o uso do regime de urgência para esconder o conteúdo do projeto da sociedade”, avalia.

Na prática, o projeto de Tarcísio regulariza grandes propriedades rurais estabelecidas ilegalmente sobre terras públicas, reforçando a concentração fundiária e impedindo que essas áreas sejam destinadas à reforma agrária, à recomposição florestal ou à preservação ambiental. O impacto financeiro direto estimado com os descontos concedidos é de R$ 7,6 bilhões em renúncia do patrimônio público.

“Estamos diante de uma verdadeira legalização da grilagem”, afirma Gilmar Mauro, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo ele, além ferir as constituições Federal e do Estado de São Paulo, o projeto representa “uma entrega do patrimônio público para alguns latifundiários, puxas-sacos, financiadores da campanha do governador”.

A proposta altera marcos da regularização fundiária em vigor desde 2003, eliminando exigências ambientais, facilitando processos para grandes fazendeiros e reduzindo contrapartidas exigidas. O deputado estadual Donato ressalta que a medida tem claros beneficiários. “É evidente que esse projeto beneficia fazendeiros e aliados políticos do governador. A falta de transparência é total.”

Ao Brasil de Fato, a Secretaria de Agricultura da prefeitura de São Paulo disse que “o Projeto de Lei tem como objetivo modernizar e avançar na entrega de títulos rurais, levando dignidade e segurança jurídica para os produtores rurais de São Paulo, bem como garantindo o cumprimento da função social da propriedade, inclusive no aspecto ambiental”.

“A proposta prevê ainda garantir gratuidade a agricultores familiares, padronizar regras e prazos, e destinar recursos para a modernização dos trabalhos de regularização fundiária, principalmente em áreas voltadas para a agricultura familiar. Importante ressaltar que a iniciativa da proposta parte de análises técnicas da Fundação Itesp e da Procuradoria Geral do Estado”, prossegue a nota enviada pela assessoria de comunicação.

PL 410 altera leis fundiárias para favorecer grandes fazendas

A proposta enviada por Tarcísio de Freitas modifica três leis estaduais: a Lei nº 11.600/2003, que trata da regularização no Pontal do Paranapanema; a Lei nº 16.475/2017, que atinge os vales do Ribeira e Itapeva; e a mais recente, Lei nº 17.557/2022, sancionada ainda na gestão de Rodrigo Garcia (PSDB). Esta última instituiu o Programa Estadual de Regularização de Terras Devolutas e é considerada a base do modelo atual de privatização das terras públicas no estado.

O PL 410 permite a legalização de propriedades com mais de 2.500 hectares por meio de mecanismos jurídicos como o fracionamento em vários requerimentos individuais — o que burla o limite estabelecido no artigo 188 da Constituição Federal. Além disso, facilita a titulação mesmo na ausência de benfeitorias, reduzindo ainda mais os valores a serem pagos pelos requerentes.

“O que o governador Tarcísio está fazendo, na verdade, é uma grilagem sobre uma grilagem”, define Gilmar Mauro. Ele destaca que as terras em questão foram historicamente ocupadas de forma irregular e deveriam, por força da constituição estadual, ser destinadas à reforma agrária, à preservação ambiental ou a comunidades indígenas e quilombolas.

Outro ponto sensível é a dispensa de exigências ambientais. A proposta exclui prazos e condicionantes que antes exigiam o licenciamento ambiental em até 120 dias após a regularização, enfraquecendo a política de proteção ambiental. Também libera que medições e demarcações sejam feitas por empresas privadas, com posterior homologação do poder público.

Mauro argumenta que, ao invés de legalizar latifúndios estabelecidos ilegalmente, o estado deveria pensar em novos modelos de ocupação territorial. “Imagine um projeto para reflorestar 500 mil hectares no Pontal do Paranapanema, com agroecologia e assentamentos cooperativados. Isso poderia gerar emprego, comida e equilíbrio ambiental numa região devastada”, sugere.

A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), responsável pelas políticas agrária e fundiária, não apresentou relatórios públicos sobre os impactos da Lei nº 17.557. Mesmo após questionamentos via Lei de Acesso à Informação, o governo estadual segue sem informar quantas áreas foram regularizadas, o valor arrecadado ou os beneficiários finais.

Donato também defende que o estado deve priorizar políticas públicas voltadas à democratização do acesso à terra: “É um projeto de muito atraso. Estamos desmontando qualquer possibilidade de reforma agrária no estado de São Paulo.”

Tarcísio reforça aliança com ruralistas e avança sobre terras públicas

Desde que assumiu o governo paulista, Tarcísio de Freitas tem mantido uma agenda alinhada ao agronegócio. Em setembro de 2023, participou pessoalmente da entrega de títulos fundiários a latifundiários em Presidente Prudente, em evento promovido pelo Itesp. A iniciativa foi viabilizada pela mesma Lei nº 17.557, hoje alvo de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF).

ADI nº 7.326 foi protocolada pelo PT e é relatada pela ministra Cármen Lúcia, que até agora não levou o processo ao plenário. A morosidade tem permitido que o governo paulista avance na entrega de terras públicas, segundo denúncia de parlamentares da oposição. A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) já se manifestaram favoráveis à inconstitucionalidade da norma.

Na ocasião da entrega dos títulos, foi revelado que sete das dez primeiras propriedades beneficiadas receberam descontos de até 90%. Os fazendeiros envolvidos acumulam processos, vínculos políticos e, em alguns casos, doações para campanhas eleitorais. Estima-se que os 10 mil hectares entregues na primeira leva representem um abatimento de mais de R$ 50 milhões.

O secretário estadual da Agricultura, Guilherme Piai, ex-diretor do Itesp, também foi flagrado em reunião com empresários do setor rural, orientando-os a protocolar os pedidos de regularização “enquanto a lei ainda estiver em vigor”.

Coluna Zona Franca

Eduardo Bolsonaro é um traidor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra o clã Bolsonaro nesta terça-feira (26), ao afirmar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “é um traidor” e deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados “há muito tempo”. A declaração foi feita durante reunião com os 38 ministros de seu governo, no Palácio do Planalto, em Brasília, encontro que serviu para avaliar o andamento de projetos e planejar as entregas da gestão no período que antecede as eleições de 2026.

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Segundo Lula, o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo representa “uma das maiores traições que a pátria já sofreu”. Ele acusou o parlamentar de trabalhar contra os interesses nacionais. “Eduardo Bolsonaro deveria ter sido expulso da Câmara. Ele está insuflando outro Estado contra o Brasil. No campo da política, isso precisa ser enfrentado. Ele adotou os Estados Unidos como pátria, nega a sua pátria e tenta insuflar o ódio de alguns americanos contra o povo brasileiro”, afirmou. (Brasil 247)

Só piorou a situação

Mas parece que o saco de maldade de Eduardo Bolsonaro secou. Tentou de tudo para salvar o pai das masmorras, em vão. Nada conseguiu, só piorou a situação de Bolsonaro. É muita imbecilidade acreditar que lograria algum êxito. Há quem diga que Eduardo Bolsonaro está desacreditado na Casa Branca e que Trump já está de saco cheio dele. E apesar de tudo, o absurdo dos absurdos é o fato de que Eduardo Bolsonaro continua deputado federal e recebendo para trair o Brasil.

Segurança máxima

Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA poucos dias do início do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro (PL) a mais de 40 anos de prisão, a Procuradoria-Geral da República aceitou o pedido feito pela Polícia Federal de aumento na vigilância da casa do ex-presidente para evitar uma tentativa de fuga. Em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal, a PF solicitou autorização para que houvesse “reforço urgente e imediato do policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial de Jair Messias Bolsonaro, bem como a manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico”. A PGR se manifestou, recomendando que a polícia “destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas”. No pedido, a PF afirmou ter informações sobre “um perigo concreto” de que Bolsonaro possa tentar se refugiar na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. A PF fez questão de frisar que a representação americana está a apenas 10 minutos de carro da casa do ex-presidente. Apesar disso, há pouca expectativa de que o PGR, Paulo Gonet, recomende que a prisão domiciliar de Bolsonaro seja convertida em preventiva, com o ex-presidente sendo enviado para uma cela na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. (CNN Brasil)

Trump é a esperança

O entorno de Bolsonaro dá como certa sua condenação no processo sobre tentativa de golpe de Estado. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que a última esperança dos bolsonaristas é que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consiga intervir no julgamento da ação penal. “O Trump é a única saída que nós temos, não temos outra.” (g1)

Trump é a esperança 2

Bolsonaro, por sua vez, tem feito chegar a seus aliados que deseja estar presente nos quatro dias que estão reservados na 1ª Turma do STF para seu julgamento. De acordo com interlocutores, a ideia de comparecer é demonstrar força e refutar a percepção de que estaria acuado diante da previsão de condenação. (Folha)

Prisão de Bolsonaro é justa

É interessante demais a pesquisa Quaest que aponta que 55% acham que a prisão de Bolsonaro é justa. Entre o final de julho e o princípio de agosto, uma linha importante foi cruzada. Segundo Ideia, Quaest, Datafolha, Ipsos-Ipec e Atlas, Jair Bolsonaro não é mais o candidato mais forte da direita no segundo turno. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Sheik do Bitcoin

Empresas do pastor Silas Malafaia receberam cerca de R$ 30 milhões do empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik do Bitcoin, condenado a 56 anos de prisão por aplicar golpes milionários em milhares de investidores brasileiros. Os recursos foram investidos em uma empresa de marketing direto de Malafaia. O pastor confirmou a informação, mas afirmou que a sociedade com o estelionatário durou menos de um ano e foi encerrada antes de ele ser indiciado pelo Ministério Público Federal. (Metrópoles)

Fraudes no INSS

Depois de um novo sorteio a pedido da Procuradoria-Geral da República, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enviou as investigações sobre fraudes nos descontos de benefícios no INSS para o gabinete do ministro André MendonçaPaulo Gonet contestou, na semana passada, a relatoria do ministro Dias Toffoli, que determinou em junho que todas as apurações da Polícia Federal sobre o tema fossem enviadas ao seu gabinete — isso depois de a PF informar que o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni apareciam nas investigações. Desde então, as investigações aguardam nova determinação do Supremo. Agora, Mendonça deve decidir se mantém todos os procedimentos no Supremo ou se envia parte deles a instâncias inferiores. (Folha)

CPMI do INSS

A CPMI que vai investigar os desvios no INSS tem sua primeira sessão nesta terça-feira e começa com 910 requerimentos à espera de análise. A maioria são para convocação de pessoas envolvidas no escândalo. Deputados federais do PT pedem para Jair Bolsonaro ser convocado. Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez requerimentos para convidar os ex-presidentes Dilma Rousseff, Michel Temer; e o presidente LulaAntônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, tem 15 pedidos para ser ouvido pela CPMI. (g1)

Reunião ministerial

O presidente Lula faz hoje uma reunião ministerial, a primeira desde janeiro, para alinhar o discurso do governo e as orientações sobre as prioridades no Congresso Nacional no segundo semestre, como o projeto de isenção do IR e a proposta de regulação das big techs. Quatro ministros devem falar no começo do encontro: Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda). (Folha)

Israel mata jornalistas

Israel matou mais cinco jornalistas na Faixa de Gaza nas proximidades de um hospital no Sul do enclave palestino. Três dos jornalistas foram mortos em um ataque conhecido como “double tap”, popularizado por grupos terroristas como a Al-Qaeda, o Estado Islâmico e o Talibã. A tática consiste em atacar áreas com muitas vítimas potenciais, aguardar a chegada de socorristas, paramédicos e jornalistas e, em seguida, realizar um novo ataque. Os repórteres e fotógrafos atuavam para as redes NBC News, Associated Press, Reuters e Al Jazeera e elevam para mais de 200 o número de jornalistas mortos na Faixa de Gaza, de acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras. (Guardian)

Brasil “rebaixado”

Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou que vai “rebaixar” as relações com o Brasil depois de o Itamaraty ter ignorado a indicação de um novo embaixador e que não vai submeter um novo nome para o cargo. O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse que não houve veto contra o indicado, e que a ausência de resposta é em reação ao tratamento recebido pelo ex-embaixador do Brasil, que teria sofrido uma “humilhação pública” em Israel, além do fato de o presidente Lula ser considerado “persona non grata” pelo país desde 2024. “Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo, que é uma barbaridade”, declarou Amorim. (g1)

Carteira Alternativa

Com a Selic a 15% e inflação acima da meta, investidores acabam por priorizar aplicações tradicionais, mas a expectativa de queda dos juros em 2026 pode reduzir retornos, e as debêntures ganham protagonismo como alternativa de segurança com rentabilidade. Em 2024, o crédito privado somou R$ 633,6 bilhões em captação, com R$ 381,4 bilhões em debêntures, um recorde; em 2025, só no primeiro semestre, o volume negociado já chegou a R$ 517 bilhões. Fundos de renda fixa e investidores pessoa física ampliaram presença, com destaque para as debêntures incentivadas, que atraíram quase R$ 50 bilhões. Além das emissões tradicionais, cresce a tokenização, que converte dívidas em ativos digitais fracionados em blockchain, reduz custos e amplia acesso ao varejo. Nesse cenário, o PeerBR permite a compra digital e fracionada desses ativos, democratizando o mercado e ampliando o financiamento a setores estratégicos. (Meio)

Investimento

O apetite por crédito privado segue intenso, e em agosto os spreads das debêntures de infraestrutura, ou seja, a diferença entre o retorno pago por ela e o retorno de um título público equivalente, caíram ao menor nível em cinco anos, segundo o BTG Pactual. A diferença em relação ao Tesouro IPCA+, por exemplo, encolheu para 14 pontos-base. Fundos de infraestrutura captaram mais de R$ 40 bilhões no ano, enquanto o varejo de alta renda aumentou alocações em 27% no primeiro semestre, somando R$ 6,4 bilhões. No mercado secundário, o volume médio diário de negociações chegou a R$ 2,9 bilhões até meados de agosto, alta de 24% sobre julho, com 35% concentrados em debêntures incentivadas. (Seu Dinheiro)

Investimento  2

As “caixinhas” ou “cofrinhos” de bancos digitais ajudaram a impulsionar os CDBs e fazer esse modelo de investimento superar a poupança no primeiro semestre de 2025. O apelo está na praticidade, divisão por objetivos e rentabilidade atrelada ou até superior ao CDI. Especialistas, no entanto, alertam para cinco armadilhas que muitas pessoas não se atentam. Entre elas, as regras de tributação, taxas de administração em fundos, exigências de movimentação para garantir rendimento maior, limites de aporte e liquidez não imediata. (Exame)

Jovens negros

Uma pesquisa da Fiocruz divulgada nesta segunda-feira revela que jovens negros representam 73% dos óbitos por causas externas no Brasil, como violências e acidentes. O estudo, realizado com dados do SUS e do IBGE entre 2022 e 2023, também mostra que jovens mulheres são as principais vítimas de agressões no Brasil e pessoas com deficiência representam um quinto das notificações de violências no SUS. (g1)

Medicamentos genéricos

A Anvisa publicou um edital que dá prioridade na avaliação de medicamentos genéricos ou similares do Ozempic e do Wegovy no Brasil. Além da semaglutida, princípio ativo desses produtos, a medida contempla remédios que contenham liraglutida, princípio do Saxenda. Eles fazem parte da classe de medicamentos análogos de GLP-1, usados para diabetes e obesidade. A patente da liraglutida expirou em março, enquanto a do Ozempic vence em março do próximo ano. A Anvisa também proibiu a manipulação desses remédios, permitindo a importação dos ingredientes farmacêuticos ativos apenas a Novo Nordisk, que desenvolveu as canetas. (Globo)

Cotidiano Digital

O Google sofreu uma derrota inédita na Justiça brasileira em um processo sobre publicidade infantil no YouTube. O TRF-6 determinou que a empresa exiba avisos contra conteúdos em que crianças promovam produtos ou que tenham anúncios direcionados a elas, além de criar um campo específico para denúncias. Esse caso começou em 2016, com inquérito do Ministério Público sobre o canal Bel para Meninas, e marca a mudança de entendimento jurídico em casos similares. (UOL)

Inteligência artificial

Segundo levantamento colaborativo Data Center Map, o Brasil tem menos de 200 dos mais de 10 mil data centers espalhados pelo mundo, e apenas dois capazes de suportar tarefas complexas como o treinamento de sistemas de inteligência artificial. Os EUA, em contraste, concentram quase 40% dos centros globais, com 22 polos de ponta. Além disso, um estudo da Universidade de Oxford alerta que a baixa infraestrutura digital limita a soberania nacional, já que 60% dos serviços digitais comprados no Brasil são processados em servidores americanos. (Folha)

Inteligência artificial 2

A xAI, startup de IA de Elon Musk, abriu um processo contra a Apple e a OpenAI em um tribunal federal do Texas, acusando as empresas de conspirar para restringir a concorrência no setor. Segundo a ação, a parceria que integrou o ChatGPT a iPhones, iPads e Macs “bloqueou mercados para manter monopólios”, além de ter supostamente reduzido a visibilidade dos aplicativos X e Grok na App Store. A OpenAI afirma que o processo segue “um padrão contínuo de assédio” por parte do bilionário. (Reuters)

Cultura

Wagner Moura volta aos palcos para uma temporada em Salvador, entre 3 e 12 de outubro, com Um Julgamento – Depois de Um Inimigo do Povo. A peça é baseada no clássico Um Inimigo do Povo, do dramaturgo norueguês Henrik IbsenWagner vai interpretar um médico que passa a ser perseguido pelas autoridades de uma pequena cidade após descobrir que a água da região está contaminada. A estreia ocorre antes de seu filme O Agente Secreto chegar aos cinemas, em 6 novembro. (Folha)

A extrema direita não apresenta nenhum projeto que signifique melhoria de vida da população. Muito pelo contrário, só destruição. Haja vista a ofensiva da bancada ruralista que avançou no Congresso, com a aprovação de dois projetos na CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado Federal: PL 1331/22 que regulamenta garimpo em terras indígenas, autorizando pesquisa e garimpagem por terceiros e O PDL 47/2025 que revoga o decreto 12.373/25 do Executivo, que regulamentou os poderes de polícia à Funai, na proteção dos territórios indígenas.

Cassação de Fernando Máximo

Após repercussão da denúncia do site Intercept Brasil, o advogado de Rondônia, Caetano Neto, disse sábado, 23, durante um programa de TV, que vai pedir essa semana cassação do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO). Segundo Intercept Brasil, a proposta que buscou afrouxar o projeto de lei que visa proteger crianças e adolescentes na internet, foi oficializada por Fernando Máximo mas metadados revelam que verdadeiro autor é executivo da Meta. Em vídeo, veja abaixo, o advogado Caetano Neto disse que vai pedir a cassação do parlamentar, por quebra de decoro parlamentar previsto no regime interno da Câmara Federal. Além desse, Fernando Máximo que é pré-candidato ao governo de Rondônia, tem outros BOs. É só sair candidato ao governo que as capivaras aparecem.

Cassação de Fernando Máximo 2

Fernando Máximo é líder nas pesquisas. No momento enfrentando problemas partidários. O União Brasil que se juntou ao Progressista e formou o União Progressista (UPr), já tem pré-candidato ao governo de Rondônia, Sérgio Gonçalves. Máximo deverá migrar para o PL de Marcos Rogério ou Podemos do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes.

Léo Moraes

Pode ser uma imagem de 3 pessoas, barba e texto que diz "GOSTARIADE DE TRABALHAR CONOSCO SAN SM novo RÃO DO PREGO ALĞUEM ACABOU ISMO PRECCISHO Aeae MUNICIPAL 1KAior DE CONSEGUIR"Por falar no prefeito, não é só ele que está se destacando. Quase todo o secretariado dele tem demonstrado eficiência. Destaque para Euma Tourinho(Gestão de Gastos Públicos)Bruno Holanda (EMDUR), Paulo Moraes Jr., Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), Jaime Gazola Filho (Semusa), Leonardo Pereira Leocadio (Semed) e Wagner Garcia de Freitas (Economia). Em especial, Paulo Moraes Jr, foto, tem se destacado sobremaneira, atuando com muito empenho.

Léo Moraes 2

Uma das mais recentes ações de Paulo Moraes Jr foi o 1º Feirão do Emprego e Empreendedorismo, que ultrapassou a marca de 10 mil inscrições. O Feirão foi promovido pela Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), em parceria com o Sine Municipal, instituições de capacitação profissional e empresas privadas de diversos segmentos.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

O erro de priorizar apenas as redes sociais na comunicação de um político

Por Alessandro Lubiana (*)

 

Comunicação pública exige estratégia multicanal, presença real e conexão com diferentes públicos

Num cenário cada vez mais dominado pelas redes sociais, é compreensível que muitos políticos concentrem esforços nesse ambiente digital. Afinal, trata-se de um canal direto, rápido e com grande poder de alcance. No entanto, restringir a comunicação institucional e pública apenas às plataformas sociais é um erro estratégico que pode custar caro.

A comunicação política vai muito além de likes, curtidas e compartilhamentos. Trata-se de um conjunto articulado de ações que envolvem todos os meios e veículos disponíveis. Cada canal tem sua função, seu alcance específico e sua maneira própria de criar vínculos com o público.

Rádio, televisão, imprensa escrita, boletins informativos, portais oficiais, eventos presenciais, assessoria de imprensa e até a comunicação comunitária — todos esses meios ainda têm espaço e relevância, especialmente em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde a realidade das capitais é bem diferente da vivida no interior.

O marketing político, por sua vez, é uma ferramenta indispensável. Ele organiza a mensagem, ajuda a construir imagem e posiciona o político no imaginário social. Mas marketing não é tudo. Quando usado em excesso ou de forma descolada da realidade, pode transformar o político em um produto. E produtos têm prazo de validade.

O eleitor contemporâneo valoriza autenticidade. Quer saber quem é o político por trás do discurso, o que ele pensa, como age fora das câmeras e qual é sua relação com a comunidade que representa. Há uma busca pelo real, pelo humano — algo que o marketing sozinho não é capaz de oferecer.

É preciso equilíbrio. Uma comunicação eficaz é aquela que combina o alcance das redes sociais com a credibilidade da imprensa tradicional, a presença nos territórios com escuta ativa e ações concretas, e o discurso estratégico com coerência entre fala e prática.

Mais do que se comunicar, é preciso construir confiança. E essa se conquista com presença constante, responsabilidade institucional e, principalmente, verdade.

Fica a dica:

  1. Por que só as redes sociais não sustentam a imagem de um político
  2. A armadilha da comunicação digital exclusiva na política
  3. Redes sociais não bastam: o erro estratégico de muitos políticos
  4. Comunicação pública exige mais do que presença digital
  5. Político ou produto? Os limites do marketing nas redes
  6. Marketing demais estraga o político
  7. Político embalado não convence o eleitor
  8. O político que só aparece no Instagram já perdeu
  9. Redes sociais não elegem sozinhas — nem mantêm mandatos
  10. Quem só fala nas redes, deixa de ouvir nas ruas

Vamos refletir sobre esse assunto nas próximas colunas.

(*) Alessandro Lubiana, jornalista e especialista em Comunicação Institucional e Pública

AGU pede à PF investigação sobre fake news contra Banco do Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal (PF) pedido de abertura de investigação para apurar a divulgação de fake news envolvendo o Banco do Brasil.

No ofício, a AGU cita diversas publicações nas redes sociais que pedem aos correntistas do banco que retirem dinheiro das contas devido à aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras.

Na avaliação do órgão, as mensagens pretendem “gerar caos no Sistema Financeiro Nacional”.

“Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, diz a AGU.

Na petição enviada à PF, a AGU cita postagens dos deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para instigar a retirada de recursos do banco.

Lei Magnitsky

No mês passado, os Estados Unidos anunciaram sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, norma norte-americana que prevê a aplicação de restrições para quem é considerado violador de direitos humanos.

A lei prevê o bloqueio de contas bancárias, ativos e aplicações financeiras nos Estados Unidos, a proibição de transações com empresas americanas que estão no Brasil, além do impedimento de entrada no país.

Banco do Brasil

Na sexta-feira passada (22), o Banco do Brasil (BB) anunciou que tomaria ações judiciais após ataques bolsonaristas em redes sociais. Postagens com fake news sobre a existência de sanções estrangeiras e de bloqueio de ativos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) recomendam a retirada de recursos da instituição financeira.

Agência Brasil

Independência e soberania: PT convoca mobilização popular para 7 de setembro

A militância e dirigentes do Partido dos Trabalhadores estarão juntos com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de centrais sindicais, partidos progressistas e movimentos sociais, na realização de uma mobilização popular nas comemorações do 7 de Setembro. Na data, atos e manifestações varrerão  diversas capitais e cidades em todo o país para defender o Brasil das ameaças à sua soberania.

O PT e as organizações e movimentos sociais envolvidos na ação “Povo independente é Povo Soberano” defendem  que, após mais de 200 anos da libertação do Brasil da dominação estrangeira, esse é um tempo que não pode voltar, e que a conquista da soberania deve ser sempre defendida por brasileiros e brasileiras, independentemente de diferenças ideológicas. Para o PT, é preciso reafirmar que o Brasil é de todos e todas e que a liberdade depende de democracia, justiça social, soberania e direitos para o povo.

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, fez um chamado à sociedade brasileira para que o 7 de Setembro seja um momento de conscientização com relação ao uso político das tarifas comerciais pelo governo norte-americano, numa ameaça à soberania do Brasil.

“O importante para nós é que possamos dialogar com a sociedade brasileira, com o que está em disputa no cenário nacional”, afirmou Edinho, no sábado (23). “Que o 7 de Setembro seja um momento de expressão e também um processo de conscientização. Infelizmente, o Brasil está sendo penalizado injustamente. As tarifas sempre foram utilizadas para equilibrar ações comerciais. Elas estão sendo usadas pelo governo Trump de forma autoritária, sem nenhum fundamento e por um viés político”.

A secretária nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, Lucinha Barbosa, também faz um chamamento à militância petista para participar dos atos em defesa da soberania nacional em 7 de setembro.

“Vamos fazer do 7 de setembro um grande ato, um grande marco na defesa da soberania nacional, na defesa do nosso país e na defesa, sobretudo, do governo do presidente Lula, do nosso governo e dos nossos governos estaduais, onde a gente está governando dentro da perspectiva e dessa linha do presidente Lula, que é a reconstrução do nosso país, mas principalmente na defesa do nosso solo e em defesa da democracia brasileira”, defendeu Lucinha. “Na nossa terra quem manda é o povo brasileiro, esse é o nosso grande lema do Grito dos Excluídos no dia 7. Brasil, quem manda é o povo brasileiro”, ressaltou.

Confira os locais e horários onde já estão confirmados atos e manifestações do “Povo independente é povo soberano!”

SALVADOR-BA

09h – Campo Grande

NATAL – RN

Concentração na Praça das Flores, Petrópolis.

SÃO PAULO – SP

09h – Praça da República

RECIFE – PE

09h – Concentração no Parque 13 de maio e percurso até a Praça do Carmo

PORTO ALEGRE – RS

14H – Ponte de Pedra, Largo dos Açorianos

RIO DE JANEIRO – RJ

09h – Rua Uruguaiana com Presidente Vargas,Centro

MINAS GERAIS – MG

Mobilização Centrais Sindicais

CAMPO GRANDE-MS

08h – Gritos dos Excluídos – Cruzamento das Ruas 13 de Maio com Rua Dom Aquino

PARAÍBA – PB

Reunião de Organização do Grito dos Excluídos – João Pessoa

ARACAJU-SE

09h – Praça da Catedral metropolitana

GOIANIA-GO

08H30 – Concentração será na Praça do Trabalhador e passeata às 09h pela Feira Hippie

AMAPÁ- AP

Avenida Cabral

SERGIPE-SE

Em meio ao desfile das escolas

SANTA CATARINA- SC

Reunião na CUT e Plenária para organizar a mobilização

CEARÁ -CE

08h – Praça da Paz

DISTRITO FEDERAL

10h – Praça Zumbi dos Palmares

BELÉM-PA

09h – Escadinha do Cais do Porto, seguindo em caminhada até a praça prefeitura de Belém

ESPÍRITO SANTO-ES

8h30 – Concentração na Praça Portal do Príncipe e encerramento na Praça João Clímaco, em frente ao Palácio Anchieta

Da Redação

 

Trump é “única saída” para Bolsonaro em 2026, diz Valdemar Costa Neto

Valdemar acusa “perseguição constante” a Bolsonaro e diz que Eduardo age por conta própria nos EUA

Durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (25), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, citou a atuação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “única saída” para manter Jair Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026. De acordo com ele, a relação entre Washington e o Judiciário brasileiro é uma guerra na qual Trump “não vai perder”.

“Já tenho bastante idade, mas nunca passei pelo que estou passando nesses 40 anos de política. É uma perseguição constante com o Bolsonaro. (…) O que eu acho é o seguinte, isso é uma guerra e eu não acho que o Trump vai perder essa guerra”, disse Valdemar.

O pronunciamento foi feito poucos dias após Bolsonaro ser indiciado pela PF por, junto ao seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), articular sanções contra autoridades brasileiras envolvidas na ação penal do golpe, na qual é réu, podendo configurar coação no curso do processo.

Entre as sanções obtidas, estão a revogação dos vistos de diversos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão do relator Alexandre de Moraes nas penalidades comerciais da Lei Magnitsky e as tarifas de 50% sobre itens brasileiros.

Valdemar negou a existência de coordenação entre Jair e Eduardo Bolsonaro a respeito da articulação na Casa Branca. “O Eduardo faz todas as coisas por conta própria. Ele não consulta o partido. Não estou me lamentando por isso. Ele está ajudando, faz a parte dele e faz o que ele devia fazer que é defender o pai dele”.

O dirigente também negou a acusação de golpe contra Bolsonaro. “Golpe não se dá com pedaço de pau e com baderneiros quebrando alguma coisa. Golpe é com metralhadora, com tanque, com aviões. Isso é golpe. Então eles querem classificar aquilo como golpe para poder ter um motivo para condenar o Bolsonaro”, acusou.

Congresso em Foco

 

VÍDEOS Advogado Caetano Neto vai pedir cassação do deputado federal Fernando Máximo

Após repercussão da denúncia do site Intercept Brasil, o advogado de Rondônia, Caetano Neto, disse sábado, 23, durante um programa de TV, que vai pedir essa semana cassação do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO). Segundo Intercept Brasil, a proposta que buscou afrouxar o projeto de lei que visa proteger crianças e adolescentes na internet, foi oficializada por Fernando Máximo mas metadados revelam que verdadeiro autor é executivo da Meta.

Os metadados dos arquivos disponibilizados no site da Câmara revelam que, das quatro emendas apresentadas por Máximo – todas a favor dos interesses das big techs –, duas foram criadas diretamente por Marconi Borges Machado, executivo que ocupa desde 2017 o cargo de gerente de políticas públicas na Meta.

Em vídeo, veja abaixo, o advogado Caetano Neto disse que vai pedir a cassação do parlamentar, por quebra de decoro parlamentar previsto no regime interno da Câmara Federal. Fernando Máximo é pré-candidato ao governo de Rondônia.

 

Deputado bolsonarista apresentou emenda feita por lobista da Meta para afrouxar lei que protege crianças na internet

PGR avalia neste segunda (25) defesa de Bolsonaro e pode pedir prisão imediata

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até esta segunda-feira (25/8) para se manifestar no inquérito que envolve Jair Bolsonaro. A defesa do ex-presidente, protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (22/8), nega a existência de qualquer plano de fuga para a Argentina.

O caso é resultado de investigações da Polícia Federal, que indiciou Bolsonaro e seu filho Eduardo pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PF, o ex-presidente tentou influenciar a Ação Penal nº 2668, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. Entre as evidências está uma minuta que sugeria urgência em um pedido de asilo ao presidente argentino Javier Milei.

Diante do relatório, o ministro Alexandre de Moraes concedeu 48 horas para que tanto a defesa quanto a PGR se manifestassem — prazo estendido até esta segunda-feira por conta do fim de semana.

ministro Alexandre de Moraes sério olhando pra frente sem olhar pra câmera
O ministro Alexandre de Moraes – Reprodução

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprimento de medidas impostas pelo STF. A decisão foi motivada por sua participação, ainda que virtual, em manifestações de apoiadores, em que discursou publicamente. Caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, avaliar se as justificativas apresentadas são suficientes ou se há indícios de violação das restrições.

Se entender que houve descumprimento, Gonet poderá pedir a conversão imediata da medida em prisão preventiva, sem necessidade de aguardar o julgamento previsto para 2 de setembro.

Esse risco aumenta a pressão sobre a defesa, que sustenta não ter havido desrespeito às cautelares e afirma ter sido surpreendida pelo indiciamento. Os advogados destacam que cumprem os prazos fixados e insistem que as manifestações públicas não configuram infração às regras impostas.

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também se pronunciou e levantou dúvidas sobre a eficácia da vigilância no condomínio onde Bolsonaro está em prisão domiciliar. Para ele, a falta de controle externo poderia abrir espaço para uma eventual fuga à embaixada dos Estados Unidos, o que classificou como uma “cena humilhante”.

Kakay ressaltou que os fundamentos já justificariam a prisão preventiva, mas reconheceu que Moraes optou por uma medida mais moderada. Ele defende que cabe agora às autoridades reforçar a fiscalização para evitar novos desdobramentos.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

Quaest: 55% apoiam prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após o ministro Alexandre de Moraes apontar descumprimento reiterado das medidas cautelares

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (25), revela que a maioria dos brasileiros considera justa a prisão domiciliar do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme relatado pela CNN, o levantamento aponta que 55% dos entrevistados apoiam a decisão, enquanto 39% avaliam a medida como injusta. Outros 6% não souberam ou preferiram não responder.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após Moraes apontar descumprimento reiterado das medidas cautelares. O magistrado apontou que o ex-presidente utilizou chamadas de vídeo para participar de manifestações, o que teria violado a restrição de uso de telefone celular, seja de forma direta ou por meio de terceiros.

O levantamento da Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas em entrevistas presenciais realizadas entre 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Do Brasil 247

A trama exposta: mensagens no celular de Bolsonaro revelam provas finais da ação da quadrilha para sancionar os brasileiros

As instituições brasileiras atravessam seu momento mais desafiador. A sociedade não pode mais tolerar ou minimizar crimes de tamanha magnitude

As mensagens extraídas do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal e reveladas nesta semana não são apenas reveladoras: constituem a materialização de um projeto deliberado de subversão da ordem democrática e de sabotagem aos interesses nacionais em benefício pessoal. As conversas, travadas com seu filho, o deputado foragido Eduardo Bolsonaro, e com o autoproclamado “pastor” Silas Malafaia — qualificado em vida por Ricardo Boechat como “paspalhão” e “explorador da fé alheia” — expõem de forma incontornável a existência de uma organização criminosa dedicada a objetivos espúrios, cuja linguagem pútrida e métodos de bastidores agora emergem da investigação criminal.

Os diálogos recuperados vão muito além de meras conversas entre pai e filho sobre estratégias de defesa ou articulação política. Eles detalham, com clareza perturbadora, uma operação coordenada para acionar o governo dos Estados Unidos contra as instituições brasileiras, transformando a economia nacional em refém. As mensagens mostram que Bolsonaro e Eduardo instigaram deliberadamente Donald Trump a impor sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a aplicar tarifas punitivas de 50% sobre exportações brasileiras — as mais altas do planeta.

A trama, narrada em tempo real, tinha dois objetivos centrais. O primeiro: coagir o STF com ameaças de sanções pessoais via Lei Magnitsky, distorcida em seu propósito original, numa tentativa escandalosa de interferir no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. O segundo: usar o sofrimento econômico do Brasil — provocado pelas tarifas que eles mesmos articularam — como moeda de troca para obter anistia pessoal, numa chantagem explícita contra a nação.

O cinismo atinge o auge quando Eduardo Bolsonaro, dos Estados Unidos, orienta o pai a agradecer publicamente a Trump pelas medidas que prejudicam diretamente empresas e trabalhadores brasileiros, ao mesmo tempo em que, nos bastidores, defende o agravamento das sanções. Malafaia, por sua vez, surge como conselheiro de discurso, sugerindo transformar o ataque à economia nacional numa falsa “luta pela liberdade”.

As mensagens também revelam que Eduardo rejeitava qualquer anistia “light”, restrita a participantes secundários do golpe, defendendo proteção integral ao núcleo dirigente da conspiração. Outro dado explosivo é a menção a um novo plano de fuga pela Argentina, com pedido de asilo a Javier Milei.

O risco de evasão é evidente. Há indícios de reiterado descumprimento das medidas cautelares impostas pelo STF. Agora cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir sobre o pedido de prisão preventiva apresentado por Lindbergh Farias, líder do PT.

O que emerge dessas mensagens é a face mais crua de uma quadrilha que, após se apoderar do Estado, não hesitou em voltar-se contra seu próprio país para salvar a si mesma. A investigação da Polícia Federal desmontou peça por peça essa engrenagem criminosa. Resta ao sistema de Justiça responder à altura da gravidade dos fatos, impondo punição exemplar.

As instituições brasileiras atravessam seu momento mais desafiador. A sociedade não pode mais tolerar manobras que tentem normalizar ou minimizar crimes de tamanha magnitude. As mensagens são o retrato final da conspiração. A resposta do Estado precisa estar à altura da traição cometida contra a democracia e contra a economia do Brasil.

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Aprovado projeto do senador Marcos Rogério que acaba com poder de polícia da Funai

A Comissão de Direitos Humanos aprovou, na última quarta (20), projeto do senador Marcos Rogério (PL-RO) que susta o decreto do Executivo que regulamenta o poder de polícia da Funai. O texto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça.

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), relator na Comissão de Assuntos Econômicos, afirmou que o Congresso não pode aceitar a criação de nova polícia por ato unilateral do presidente da República.

Já o senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu o decreto, ressaltando que ele atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal.

O poder de polícia da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi instituído em 1967 pela Lei 5.371, que criou a autarquia. De acordo com o texto, uma das finalidades da Funai é exercitar o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à proteção dos povos indígenas. Ocorre, no entanto, que tal dispositivo precisava ser regulamentado para ter eficácia. Ou seja, era necessária a edição de uma norma com critérios e procedimentos a serem adotados para orientar a aplicação da lei.

A regulamentação veio por meio do nº Decreto 12.373/2025 do Governo Federal, publicado em fevereiro, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o entendimento da corte, não é possível cumprir a obrigação constitucional de proteção das Terras Indígenas sem dispositivos que fortaleçam a atuação da Funai, entre eles a regulamentação do poder de polícia.

O decreto não inova, não amplia e não cria novas competências para Funai, apenas regulamenta previsão legal estabelecida desde 1967 e dá melhores condições para proteção das Terras Indígenas, que são bens da União. Ao definir como deve ser a execução do poder de polícia administrativo da Funai, a norma colabora com a segurança jurídica dos atos praticados pela autarquia.

A Funai destaca que a implementação do decreto ocorrerá de maneira gradual para a consolidação dos procedimentos e fluxos, que serão definidos por normativos internos. Além disso, os servidores da autarquia serão devidamente capacitados para o exercício do poder de polícia. A estrutura da Funai também passou por adequações para viabilizar a implementação do poder administrativo, que será exercido pela Diretoria de Proteção Territorial (DPT).

O que é poder de polícia?

O poder de polícia é uma atividade da administração pública que limita ou disciplina o exercício de direitos individuais em favor do interesse público. É um poder administrativo que limita atividades privadas para garantir, por exemplo, a saúde,  a segurança e o equilíbrio do meio ambiente. São exemplos do poder de polícia a fiscalização de estabelecimentos comerciais para assegurar o cumprimento de normas sanitárias; a aplicação de multas de trânsito; e a exigência de licenciamento ambiental para a realização de atividades e obras que podem prejudicar o meio ambiente.

No caso da Funai, o poder de polícia tem a finalidade de prevenir e evitar a violação ou ameaça a direitos dos povos indígenas, além de impedir invasões dos territórios tradicionais. Para isso, o decreto que regulamenta o poder administrativo permite à Funai restringir o acesso irregular de terceiros às terras indígenas, em caso de risco iminente aos direitos dos povos indígenas; solicitar a colaboração de órgãos e entidades públicas de controle e repressão; e executar medidas administrativas cautelares.

A regulamentação não interfere no direito de propriedade e nem afeta áreas privadas ou altera a produção rural legal, e está de acordo com a lei nº 14.701/2023. Apenas reforça a atuação da Funai exclusivamente dentro das terras indígenas para impedir invasões, grilagem, garimpo e outras atividades ilícitas.

Cooperação com órgãos de segurança

O decreto prevê que a Funai “pode solicitar aos órgãos de segurança pública, especialmente à Polícia Federal, às Forças Armadas e às forças auxiliares, a cooperação necessária à proteção das comunidades indígenas, da sua integridade física e moral e do seu patrimônio, quando as atividades necessárias a essa proteção forem próprias da competência dos órgãos de segurança pública.”

Assim, o dispositivo deixa claro que o poder de polícia administrativo da Funai não invade a competência dos órgãos de defesa ou segurança pública. Isso significa que o poder de polícia da Funai não se confunde com a atuação das polícias Federal, Civil ou Militar, por exemplo, que exercem atribuições exclusivas de órgãos de segurança pública.

Armamento

Vale destacar também que o poder de polícia administrativo da Funai não autoriza o porte de arma de fogo para servidores da autarquia. Para isso, é necessária autorização em lei e, por isso, o tema está sendo tratado no âmbito do Projeto de Lei  nº 2326/2022, em tramitação no Senado Federal.

A discussão prossegue na CCJ.

Com informações da assessoria de Comunicação/Funai

Dê uma trégua

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Vinício Carrilho Martinez (*)

(Há momentos em que pedimos trégua)
Há momentos em que a política cansa
Essa política, dos políticos que não cansam
– de fazer o Mal
(são feitos de gelo abissal)
– de enriquecer com o sofrimento
(até parece seu alimento)
– de entristecer com sua corrupção
(Há momentos em que pedimos trégua)
– dessa gente sem coração
(Há momentos em que pedimos trégua)
– aos que não se cansam de acumular maldades
– sem amor, são esses que só conhecem veleidades
(praticantes do sofrimento alheio, são ocos, sem recheio)
(Há momentos em que pedimos trégua)
– porque não aguentamos tanto desamor
– são tantas perdas, sem trégua, só dor
(Há momentos em que pedimos trégua)
– da vida com insolvência
– sem consciência, com pura sonolência
(Há momentos em que pedimos trégua)
– da política entre inimigos
– da vida cheia de perigos
(Há momentos em que pedimos trégua)
Diante das perdas
– das pessoas que amamos
– dos bichos que foram filhos
– da política entre amigos
Há momentos em que pedimos trégua
– é quando passamos a régua
……
Veja no abaixo link outro pedido de trégua:
https://www.youtube.com/watch?v=kYKv8r0_X_s&lc=Ugw3I05PjgKnkVTgI_h4A aABAg.AMAf7JtWlldAMAwlPdW2KN

(*) Professor Titular da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.