Nesse texto, Marcela Schiavi reflete muito bem o livro do professor Vinício Carrilho Martinez (UFSCAR/SP) a ser lançado em breve, de maneira original, diretamente na plataforma Amazon. Com custos muito menores, o conhecimento tem uma circulação muito mais célere
Por Marcela T. Schiavi
O livro Educação e Sociedade, de Vinício Carrilho Martinez, conduz o leitor a uma reflexão sobre os desafios da educação na contemporaneidade e sua relação intrínseca com a estrutura social. Em suas páginas, somos instigados a pensar a educação não apenas como um instrumento de transmissão de conhecimento, mas como um processo de emancipação coletiva, de formação política e transformação social.
Inspirado nas ideias de Paulo Freire, o autor evidencia que a educação é um direito fundamental, mas também um campo de disputas, onde se confrontam diferentes visões sobre o papel da escola e do conhecimento. Ao longo do texto, fica evidente a necessidade de uma educação crítica, capaz de romper com estruturas de opressão e fomentar a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Ao abordar conceitos como inteligência social, memória coletiva e sociabilidade emancipadora, Martinez nos provoca a repensar a própria noção de aprendizado, destacando a importância do contexto histórico e político na formação dos sujeitos. A inteligência não pode ser compreendida de forma isolada, mas sim como um processo social, onde o conhecimento é fruto da interação, do diálogo e da crítica constante.
O livro também nos alerta sobre os desafios impostos pelo avanço da tecnologia e pela chamada “plataformização da vida social”, que transformam a educação em um campo de mercantilização e controle, reduzindo o papel do professor e restringindo a autonomia dos estudantes. Em tempos de negacionismo e ataques à educação pública, a defesa de um ensino que valorize a consciência crítica se torna ainda mais urgente.
Martinez nos convida a um olhar atento para a história da educação no Brasil, enfatizando como a colonização, o racismo e o patriarcado moldaram nossas estruturas de ensino e perpetuaram desigualdades. Ao mesmo tempo, abre espaço para a esperança e para a construção de caminhos alternativos, pautados na resistência e na busca por justiça social.
Este posfácio, portanto, é um convite para que os leitores levem adiante as reflexões propostas neste livro, transformando-as em ações concretas em favor de uma educação libertadora. Que cada página lida aqui sirva de estímulo para questionar, agir e contribuir para um futuro onde a educação seja, de fato, um instrumento de emancipação coletiva e democratização do conhecimento.
Marcela T. Schiavi
Dra. Ciência, Tecnologia e Sociedade – UFSCar/SP.