domingo, julho 6, 2025
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Governador de Rondônia chama vice de traidor: “queria que morrêssemos em Israel”

Definitivamente não há mais clima entre os principais ocupantes do Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia. O governador do estado, Marcos Rocha e o vice-governador Sérgio Gonçalves, ambos do União Brasil, estão em rota de colisão. A separação entre os dois é dada como certa. Recentemente Marcos Rocha esteve em Israel, no meio do fogo cruzado entre o país e o Irã.

Rocha ficou quase uma semana retido em Israel, impossibilitado de voltar ao comando do estado. Nesse interim, o vice-governador Sérgio Gonçalves, interino no cargo, entre aguardar a volta, teria empreendido gestão para que o cargo de governador fosse declarado vago para que assim, pudesse assumir o mandato na plenitude. Acontece que a Assembleia Legislativa aprovou mudança na lei, permitindo que o governador pudesse administrar o estado mesmo fora do país.

Amargo regresso

Ao retornar à Rondônia, Marcos Rocha reassumiu o governo e as expectativas era de que ele afastasse o vice-governador do Palácio Rio Madeira, bem como exonera-lo do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Não o fez, mesmo ouvindo nos bastidores que o vice-governador havia feito contra o titular do cargo. Porém, em um evento ocorrido no final de semana em Guajará Mirim, ele desabafou e afirmou na presença de prefeitos, deputados e vereadores, que Sérgio Gonçalves o havia traído, chegando até a desejar a morte dele e da comitiva em Israel.

Eu recebi noticias de pessoas querendo que a gente morresse lá, queria que nos morrêssemos, gente que eu ajudei, tirei do buraco, estava falido, trouxe do buraco. Foi na Assembleia Legislativa para que não prorrogasse o tempo, para que não houvesse  sessão, que concederia a prorrogação do tempo e eu não podia sair de lá (Israel). Eu estava impedido porque não tinha voo, e sabendo disso pessoa de má índole, que eu tirei do buraco foi na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia falando: não faz a sessão de prorrogação, porque ai ele vai perder o mandato e ai eu consigo assumir. Isso é covardia, imoralidade, isso é falta de caráter, isso é indecência” .


A expectativa agora é de que nesta segunda-feira o governador tome uma atitude forte, exonerando e rompendo definitivamente com o vice. Ou, o próprio Sérgio Gonçalves poderá tomar a decisão de romper com o governo.

Qualquer das decisões vai impactar nas eleições de 2026. Acontece que o presidente do União Brasil, partido ao qual pertencem o governador e o vice-governador, é presidido por Junior Gonçalves, desafeto de Marcos Rocha e irmão de Sérgio Gonçalves. A semana que entra promete troca de mísseis de fazer inveja à guerra no Oriente Médio.

Por Roberto Kuppê, A Democracia

Lula sobre 2026: Pela primeira vez teremos presidente eleito quatro vezes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que planeja alcançar a quarta vitória na eleição de 2026. “Tem gente que pensa que o governo já acabou, tem gente que já está pensando em eleição, eles não sabem o que eu estou pensando, então se preparem porque se tudo estiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”, afirmou o petista.

Lula foi eleito em 2002, reeleito em 2006 e conseguiu sua terceira eleição em 2022.

Ainda durante o discurso, o presidente comentou sobre a relação com o Congresso Nacional e negou que exista uma “guerra” entre os Poderes.

“Deixa eu falar uma coisa para o Congresso porque parece que tem uma guerra entre o governo e o Congresso. Deixa eu falar uma coisa, eu sou muito agradecido a relação que eu tenho com o Congresso Nacional, até agora, nesses dois anos e meio o Congresso aprovou 99% das coisas que nós mandamos”, disse.

“Quando tem uma divergência é bom sabe por quê? Porque a gente senta na mesa, vai conversar e resolver, o governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra, nós vamos resolver isso numa mesa de negociação”, concluiu o presidente.

CNN

Retorno às bases para 2026 e era ‘pós-Lula’: o que está em jogo nas eleições do PT

Para especialistas, partido precisa decidir se mantém a postura conciliatória ou se vai retornar às origens

O Partido dos Trabalhadores (PT) realizará, neste domingo (6), eleições internas para definição das novas presidências nacional e estaduais. O Processo de Eleições Diretas (PED) deverá reunir 1,3 milhões de filiados e decidir, mais do que a pessoa que comandará o partido pelos próximos quatro anos, os rumos que o PT deve tomar diante da iminência de uma era pós-Lula.

Quatro candidatos disputam a presidência da sigla: Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara; Rui Falcão, ex-presidente do partido entre 2011 e 2017 e deputado federal por São Paulo; Valter Pomar, historiador e dirigente do PT, filiado ao partido desde os anos 80; e Romênio Pereira, sindicalista e um dos fundadores da sigla. Para especialistas, nomes possuem congruências, mas divergem ao pensar o futuro do PT.

Próximo a Lula e integrante da corrente majoritária do partido, Edinho Silva desponta como um dos favoritos. Para especialistas, sua gestão representaria a continuidade do que o partido se tornou, tendo a conciliação e a institucionalidade como as marcas da gestão interna. Essa forma de enxergar a atuação do PT conflita diretamente com Rui Falcão, que defende retorno às bases do partido, uma militância mais ativa e uma postura de maior enfrentamento.

“São duas candidaturas muito semelhantes, que divergem, sobretudo, na forma como o partido se organizou para as disputas eleitorais e na forma como lidou com a construção de base, com a militância”, analisa Claudio André de Souza, doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). “A crítica feita por Rui Falcão a Edinho está na perspectiva de que esse grupo majoritário que esteve a frente do partido não se preocupou devidamente com a renovação do partido e com o cuidado com as bases”.

A visão é compartilhada por Maria do Socorro Souza Braga, doutora em Ciência Política e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Para ela, é possível separar as candidaturas em dois grupos políticos dentro do próprio partido: um mais à esquerda, com Rui Falcão e Valter Pomar, que buscam “se voltar para as bases, se rearticular, e pensar também em termos de visão de mundo e visão do sistema político no país”; e outro mais à direita, com Edinho Silva e Romênio Pereira, que são os candidatos da “antiga articulação”, herdeiros da ideia de traçar um caminho institucional com o partido, “no sentido de ter que ocupar espaços de poder, disputar esses espaços, e, por dentro do Estado, conseguir implementar as políticas públicas necessárias para melhorar a vida da população e reduzir desigualdades”.

Claudio André de Souza aponta que o que está em jogo é a condução do partido no futuro. “Essa eleição vai demarcar exatamente a chegada de novos grupos que vão ter como tarefa olhar para o partido a longo prazo. Do ponto de vista do seu projeto político, como partido, das suas estratégias eleitorais, de um processo de renovação das lideranças nos estados. O partido está olhando muito para esse caminho que virá, um caminho de transição”, analisa.

O PED de domingo marcará a última presidência do partido que pensará a partir dos movimentos de Lula. O eleito terá como missão organizar o PT para uma eventual reeleição do atual presidente ao mesmo tempo em que terá que lidar com a invariável proximidade da era pós-Lula.

O caminho de volta
Caso concorra à reeleição, as eleições de 2026 marcarão o que provavelmente deverá ser a última participação eleitoral de Lula. Para Souza, uma preocupação corrente “é que o PT, sem a figura de Lula nas urnas, se evapore, crie um processo de diluição em que fique muito difícil para o partido estabelecer estratégias que sustentem o partido nos estados”.

“Há um grande medo neste momento até mesmo sobre um cenário de vitória eleitoral de Lula em 2026. Caso perca, o que vai ser do partido?”, pondera o cientista social. “Se Lula se reelege em 2026, obviamente o seu governo vai olhar para uma perspectiva de coalizão que vai influenciar diretamente uma sucessão”. Esse cenário favoreceria uma presidência conciliatória, como a proposta por Edinho Silva.

Diante da conjuntura atual, porém, Maria do Socorro acha prudente que a hipótese de uma derrota eleitoral em 2026 seja considerada – situação em que obrigaria o partido, indiscutivelmente, retornar às bases. “Não conseguindo a reeleição, o PT sai do governo e não vai contar mais com a máquina nem com os recursos todos que vêm. Ou seja, o partido vai ter que, sim, voltar e repensar suas práticas em relação às suas bases”, ela projeta. O problema é que as bases não são mais as mesmas.

Forjado no sindicalismo em 1979, o PT se projetou tendo acesso às classes mais baixas e apoio do povo pobre, de trabalhadores e de parte da igreja católica. A cientista social alerta, no entanto, que “as bases sociais do PT também mudando, até porque os movimentos sociais também mudaram.

As antigas mobilizações da esquerda, terreno onde o PT sempre teve protagonismo, vem perdendo cada vez mais espaço para novos movimentos populares com os quais o partido tem tentado, sem o mesmo sucesso, se aproximar. O sindicalismo, marca de um dos concorrentes à presidência, é um aspecto positivo quando se analisa a necessidade de uma mudança de cenário.

Em 2012, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou uma série histórica de medição da sindicalização, o país contava com 16,1% dos trabalhadores formais sindicalizados. Antes da série histórica, o percentual pode ser ainda maior. Em 2024, o número havia caído pela metade, com apenas 8,4% dos trabalhadores sindicalizados.

Ao mesmo tempo, aponta a cientista política Maria do Socorro Souza Braga, cresceu o número de empreendedores individuais e de trabalhadores informais, o que exige um redesenho do contexto em que o PT foi formado. “A luta sindical está bem mais fragmentada já há algum tempo. Não só do ponto de vista das demandas, mas do ponto de vista da estruturação, com várias confederações, federações, muito setorizado. Fora o mundo informal, que é de uma complexidade que até hoje eu vejo que o governo federal também não chegou lá para tentar dar conta dessa questão”.

A perda de relevância no mundo do trabalho, indica Maria do Socorro, não é a única batalha que o PT precisará enfrentar se, ou quando, precisar retornar às bases. Para a professora, houve também uma transformação na compreensão de discurso pela população e uma “fragmentação da opinião pública pelo mundo digital”, o que foi bem aproveitado pelo bolsonarismo.

“O PT tem que saber competir nesse novo contexto de mídia digital, de sociabilidade digital, onde justamente está o bolsonarismo com uma nova estrutura digital partidária. O que antes era positivo, não necessariamente se torna positivo nessa nova conjuntura, onde as relações dessa fragmentação da opinião pública se dão de maneira direta com o seu eleitor pelas redes sociais, pelo WhatsApp”, analisa.

Apesar de ser o partido mais estruturado nacionalmente, com capilaridade em todos os estados e muitas cidades, essa transformação traz muitos desafios que não podem ser negligenciados. Para a especialista, essas questões precisam ser endereçadas para que o PT, com ou sem Lula, consiga seguir relevante.

“Um dos grandes desafios dessas candidaturas que estão se remetendo a esse retorno às bases é definir quais são essas bases, quais são suas demandas e o que o partido tem condições de fato de representar. A gente nunca pode esquecer que partido, em uma democracia representativa liberal é o canal para levar para as arenas políticas essas demandas”, pontua.

‘Os grupos que conseguirem ter o controle financeiro largarão na frente’
O pleito do PT ocorre logo após o aumento dos recursos destinados aos fundos partidários. Não apenas nacionalmente, mas também nos estados, quem for eleito terá papel central na distribuição dos recursos e escolha de candidaturas.

Entre 2012 e 2024, o PT perdeu cerca de metade das prefeituras que comandava, em uma redução sentida também pelos demais partidos de esquerda. Reconquistar esses espaços se coloca como estratégico e urgente. Nesse sentido, os grupos eleitos no PED deste domingo e que têm maior acesso a recursos largam na frente dessa corrida.

“É uma eleição muito importante para o partido porque ele vai ter que olhar para o cenário do que vai acontecer daqui para frente no que eu tenho chamado de ‘cenário pós-lulista’ e vai precisar se renovar, reoxigenar sua presença nas urnas. Me parece também que a disputa ficou mais intensa, entendendo que os grupos que conseguirem ter o controle financeiro do partido largarão na frente, conseguirão ter mais força para conduzir”, avalia Claudio André de Souza.

A possibilidade de construir o que o partido fará em 2026 gera disputas pelo controle da sigla em 18 estados, com candidaturas ao Senado e governos estaduais como pano de fundo da batalha, e decisão do PED pode moldar o que o PT, sem o seu maior articulador, se tornará.

Brasil de fato

Alcolumbre inclui na pauta do plenário do Senado o projeto que libera cassinos, bingos e jogo do bicho

Atualmente, jogos de azar são considerados crimes. A matéria também permite apostas em corridas de cavalos. Veja o teor da proposta

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), incluiu na pauta do plenário o projeto de lei que libera cassinos, bingos e jogo do bicho, aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa. A votação do PL 2.234/2022 está prevista para ocorrer na próxima terça-feira (8). A proposta também permite apostas em corridas de cavalos. A matéria vai à sanção presidencial, caso seja aprovada pelo plenário do Senado sem mudanças, mantendo o texto de 2022 da Câmara. Atualmente, jogos de azar são considerados crime.

Na CCJ do Senado, a proposta avançou em junho do ano passado com placar apertado de 14 votos sim e 12 não. O projeto recebeu voto favorável do relator, o senador Irajá (PSD-TO). Na época, o parlamentar afirmou que os investimentos a partir da aprovação do projeto podem chegar a R$ 100 bilhões, com a geração de cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos.

O jogo do bicho é proibido no Brasil por ser considerado uma contravenção penal conforme o Decreto-Lei nº 3.688/1941, que prevê punições como prisão simples de quatro meses a um ano, além de multa para organizadores e jogadores.

Como se trata de uma espécie de jogo de azar, baseado na sorte e sem recolhimento de impostos, não houve interesse de autoridades em legalizar essa atividade nas últimas décadas. Críticos a jogos de azar citam vício e atuação do crime organizado. Defensores das propostas apontam ganhos econômicos. Atualmente, esta atividade pode resultar em operações policiais.

Cassinos

Conforme o texto aprovado na CCJ do Senado, será autorizada a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, isto é, resorts e hotéis de alto padrão com pelo menos 100 quartos, além de restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais.

Bingo

O jogo de bingo poderá ser explorado de forma permanente em locais específicos, tanto na modalidade de cartela, como nas modalidades eletrônica e de videobingo. Poderá haver uma casa de bingo em cada município, sendo que as cidades maiores poderão ter um estabelecimento para cada 150 mil habitantes.

Os municípios e o Distrito Federal serão autorizados a explorar jogos de bingo em estádios com capacidade mínima de 15 mil torcedores, desde que em forma não eventual.

As casas de bingo serão autorizadas a funcionar por 25 anos, renováveis por igual período. Para pleitear a autorização, precisarão comprovar capital social mínimo integralizado de R$ 10 milhões.

Máquinas

O projeto regulamenta também o aluguel de máquinas de apostas e obriga o registro de todas elas junto ao poder público, bem como a realização de auditorias periódicas.

As máquinas de jogo e aposta deverão ser exploradas na proporção de 40% para a empresa locadora e de 60% para o estabelecimento de bingo ou cassino, sobre a receita bruta, sendo essa a diferença entre o total de apostas efetuadas e os prêmios pagos.

Tributação

Pelo teor da proposta, dois novos tributos serão criados e deverão ser pagos pelas entidades operadoras de jogos e apostas licenciadas: a Taxa de Fiscalização de Jogos e Apostas (Tafija) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de jogos e apostas (Cide-Jogos). As casas de apostas serão isentas de outros impostos e contribuições.

Recolhida ao Tesouro Nacional, a Tafija deverá ser paga a cada três meses, sendo no valor de R$ 600 mil para os cassinos; R$ 300 mil para casas de jogos on-line; e R$ 20 mil para casas de bingo, operadoras de jogo do bicho e entidades turfísticas.

A Cide-Jogos terá alíquota de até 17% (podendo ser reduzida a critério do Poder Executivo) para todas as entidades que explorarem jogos e apostas, incidindo sobre a receita bruta — isto é, a diferença entre o total de apostas realizadas e de prêmios pagos.

Do montante arrecadado, 16% irão para o Fundo de Participação dos Estados, 16% para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 12% para a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), 10% para ações na área do esporte e 10% para o Fundo Nacional da Cultura.

O restante será empregado em ações de prevenção ao vício em jogos, em saúde, segurança pública, proteção dos animais, financiamento estudantil, ações em áreas impactadas por desastres naturais e no Fundo Nacional da Criança e do Adolescente.

Além disso, as entidades operadoras de jogos e apostas deverão destinar 1% da receita bruta à formação de atletas, com repasses feitos diretamente ao Comitê Brasileiro de Clubes e ao Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos.

Os prêmios de valor igual ou superior a R$ 10 mil recebidos pelos apostadores pagarão 20% de Imposto de Renda, já retidos na fonte. O cálculo considerará a diferença entre o prêmio recebido e as apostas efetuadas pelo mesmo apostador nas últimas 24 horas.

Apostadores

Poderão fazer apostas pessoas em pleno exercício da sua capacidade civil. Serão excluídas dos jogos pessoas declaradas insolventes ou privadas da administração de seus bens e os consumidores superendividados que tenham estado, nos últimos dois anos, em processo judicial de repactuação de dívidas.

Agentes públicos integrantes de órgãos encarregados da regulação ou da supervisão dos jogos, bem como administradores e membros dos grupos controladores das casas de jogos, também serão impedidos de fazer apostas.

O PL 2.234/2022 prevê a criação do Registro Nacional de Proibidos (Renapro), um cadastro de pessoas que serão impedidas de fazer apostas e até mesmo entrar em cassinos e outros locais onde os jogos são realizados, inclusive aplicativos e sites eletrônicos.

As casas de jogos deverão checar se as pessoas que solicitam entrada nesses estabelecimentos estão ou não inscritas no Renapro. A inclusão de nomes no cadastro poderá ser feita a pedido do próprio cidadão, por ordem judicial ou pelo Ministério Público.

As apostas realizadas por pessoas impedidas serão consideradas nulas, bem como as obrigações e promessas relacionadas aos jogos assumidas por elas.

Poder Executivo

O PL 2.234/2022 prevê a regulamentação, por parte do Poder Executivo, de diretrizes de prevenção e de combate ao uso de entidades operadoras de jogos e apostas para as práticas de lavagem de dinheiro e de financiamento ao terrorismo. As casas de apostas deverão coletar e verificar informações cadastrais de seus funcionários, dos prestadores de serviço e dos apostadores e monitorar comportamentos suspeitos.

Não poderão ser feitas apostas utilizando cédulas de dinheiro diretamente nas máquinas eletrônicas ou mesas de jogos. Todas as apostas e prêmios pagos deverão ser registrados em um sistema específico, o Sistema de Auditoria e Controle. O Poder Executivo deverá ter pleno acesso aos dados.

Multas

O projeto enumera uma série de infrações administrativas que podem sujeitar as operadoras de apostas a sanções como advertência, suspensão das atividades por até 180 dias, cassação da licença de funcionamento, proibição de obter nova licença e multa, que pode chegar a R$ 2 bilhões por infração.

Entre as infrações previstas, estão explorar jogos e apostas sem a devida autorização; realizar operações em desacordo com a autorização concedida; dificultar a fiscalização do órgão competente; e descumprir outras normas legais (com Agência Senado).

Do Brasil 247

Pobres x ricos: a força da luta por justiça social empolga as redes digitais em apoio a Lula

O fato de que as redes não têm mais senhores fascistas reinando absolutos constitui a maior novidade da conjuntura

Quando era evidente o gozo das forças neoliberais, clientelistas e de extrema-direita contrárias ao governo Lula, com a derrota na Câmara do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) decretado pelo Executivo, eis que a situação difícil permitiu a revelação de um caminho, uma verdadeira clareira, que desatou enormes energias políticas, num arco que mostra novas perspectivas para o presente da governabilidade e o futuro da intenção de reeleição do presidente Lula a um quarto mandato.

Na verdade, o que aconteceu na semana que passou, com a intensa mobilização no mundo virtual em favor da taxação dos super-ricos, foi uma antecipação. Tocada pela rejeição ao IOF, a opinião pública consagrou a união do passado ao futuro. No centro estão os anseios de mais igualdade social, que é a marca dos mandatos do presidente Lula e da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Pela primeira vez, porém, essa mensagem espalhou-se como um rastilho avassalador na principal arena da disputa política, o mundo virtual. Apareceu em vídeos ácidos e bem-humorados de crítica ao voto do Parlamento no caso do IOF. Evidentemente, a maioria imensa dos parlamentares optara por atacar a Constituição para se render à ordem iníqua das oligarquias.

Ato contínuo, multiplicaram-se às centenas as peças feitas com inteligência artificial e aos milhões os compartilhamentos digitais. Quem não compartilhava passou a fazê-lo. A liderança desse movimento de massas surgiu de uma militância informal espontaneamente unida pela justeza da ideia do governo e que aguarda exame do Legislativo: taxar os super-ricos isentos e isentar os pobres e a classe média. O governo logo engrossou a mobilização das redes.

Elevação do mar pode cobrir até 100 metros de praias do Rio

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Estudo prevê que a mudança pode acontecer no período de 75 anos

A elevação do nível do mar pode cobrir de 70 até 100 metros das praias do Copacabana, Ipanema, Leme e Leblon, nos próximos 75 anos. A mudança poderia deixar algumas praias com pequenos “filetes de areia”.

Essa projeção é de um levantamento do Laboratório de Métodos Computacionais da Universo Federal do Rio de Janeiro (Lamce) da UFRJ.

O estudo analisou o impacto da elevação do nível do mar entre o Porto do Rio e o Leblon, incluindo a Baía de Guanabara, a lagoa Rodrigo de Freitas e áreas vulneráveis como os manguezais de Guapimirim.

Os resultados apontam que o mar deve subir cerca de 75 centímetros, o suficiente para transformar inundações temporárias em alagamentos permanentes, nos pontos baixos da cidade.

Monitoramento e prevenção: uma corrida contra o tempo

A gravidade da situação motivou uma parceria entre a prefeitura do Rio de Janeiro e o Instituto Nacional de Pesquisa do Oceano (Inpo) para a criação de um sistema de monitoramento contínuo do nível do mar e das condições oceânicas da cidade. Um acordo de intenções já foi assinado e, segundo a gestão municipal, a formalização do convênio técnico deve ocorrer ainda neste semestre.

— Todos esses dados serão fundamentais para que possamos nos preparar e evitar os efeitos das piores consequências. O monitoramento no Rio é pioneiro e será piloto para o restante do Brasil — explica Segen Estefen, diretor do Inpo.

A ideia é implantar boias oceânicas para prever grandes ressacas com antecedência e criar sistemas de alerta para identificar elevações súbitas do nível do mar e ondas de calor oceânicas.

— A onda de calor no oceano implica uma evaporação maior e formação de nuvens mais intensas que, ao encontrarem o continente, desabam num grande temporal. Tudo está interligado. Ter estes números bem aferidos vai possibilitar modelos de previsão confiáveis para definir ações de prevenção — afirma Janice Trotte Duhá, diretora de Infraestrutura e Operações do Inpo.

Ela destaca, no entanto, que o sucesso do sistema depende de investimentos robustos em equipamentos como marégrafos e boias bem calibradas, além de infraestrutura de análise de dados.

Soluções para conter o mar

Algumas cidades brasileiras já adotaram medidas de contenção. Em Santos (SP), por exemplo, foram usados sacos de areia para proteger trechos mais expostos da orla. Outras regiões apostam em soluções baseadas na natureza, como a recuperação de recifes de coral, que atuam como barreiras naturais contra o avanço do mar.

— Depende do que a configuração do lugar pede. Regiões que têm recifes de corais, por exemplo, podem ser recuperadas e melhoradas, porque eles são eficientes para reduzir o impacto das ondas — afirma Ronaldo Christofoletti, pesquisador do Inpo e professor da Unifesp.

Quem vai ajudar a compreender melhor essa projeção é o Luiz Assad, professor e pesquisador do Laboratório de Métodos Computacionais da UFRJ.

Ouça no player

Governo Lula liga tragédia no Texas às mudanças climáticas e critica agenda de Trump

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O governo Lula utilizou a tragédia das enchentes no Texas, que deixaram ao menos 32 mortos e dezenas de desaparecidos, para reforçar a urgência de ações contra as mudanças climáticas. Em nota oficial publicada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Brasil se solidarizou com o povo e o governo dos Estados Unidos, mas também destacou que eventos extremos como esse tendem a se intensificar com o aquecimento global.

O comunicado aponta que “as alterações climáticas intensificam eventos extremos e aumentam a frequência de desastres semelhantes”, e defende a necessidade de medidas conjuntas pela comunidade internacional.

A declaração ocorre em meio à política ambiental do ex-presidente Donald Trump, que mantém apoio expressivo no Texas e recentemente desmontou subsídios para a transição energética, retirando quase US$ 500 bilhões destinados a energias limpas.

 

O governo brasileiro ainda destacou que não há, até o momento, registros de vítimas brasileiras nas enchentes e orientou a comunidade residente no estado a buscar apoio junto ao Consulado-Geral em Houston. A mensagem ressalta o contraste entre os impactos ambientais crescentes e a resistência política a políticas climáticas nos EUA.

A nota também relembra que Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris e bloqueou investimentos em proteção florestal. O Itamaraty reforça que desastres como o ocorrido no Texas reforçam a urgência de compromissos globais para enfrentar a crise climática e mitigar seus efeitos mais devastadores. As informações são de Jamil Chade.

Diario do Centro do Mundo

Elon Musk cria novo partido e diz que não há democracia nos EUA

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Neste sábado (5), Elon Musk anunciou pelas redes sociais, a criação do America Party, um novo partido político nos Estados Unidos. O bilionário, conhecido por sua influência nas plataformas digitais e sua atuação como empresário, revelou a iniciativa após ameaçar romper com os republicanos e se declarar contrário ao sistema político atual do país.

A decisão ocorre em meio à tramitação no Congresso do projeto de lei “Grande e Bonito”, de autoria do presidente Donald Trump. Musk, que já foi um apoiador declarado do republicano, condicionou a criação da nova legenda à aprovação da proposta, que prevê a elevação do teto da dívida pública. “Quando se trata de levar nosso país à falência com desperdício e corrupção, vivemos em um sistema de partido único, não em uma democracia”, afirmou.

A oficialização do partido veio acompanhada da divulgação do resultado de uma enquete feita na rede social X no dia 4 de julho, feriado da Independência dos EUA. Segundo Musk, cerca de 1,25 milhão de pessoas votaram e 65,4% se manifestaram a favor da fundação do partido. “Por uma proporção de dois para um, vocês querem um novo partido político e o terão”, escreveu o bilionário.

O bilionário tem classificado o atual sistema político norte-americano como um “partido único”, alegando que tanto democratas quanto republicanos contribuem para o que chamou de desperdício, corrupção e falência do país. Ele afirma que o America Party surge como uma alternativa à estrutura vigente, que considera antidemocrática.

O rompimento com Trump se tornou público no início de junho, marcou uma guinada no posicionamento político do empresário. Desde então, o empresário passou a fazer críticas diretas ao ex-presidente e à base republicana, ameaçando inclusive financiar adversários de parlamentares que apoiarem o projeto de lei.

Embora Musk não possa disputar a presidência por ser sul-africano de nascimento, ele indicou que pretende usar sua influência e recursos para impulsionar candidaturas independentes. Segundo ele, os eleitos poderão discutir propostas com os dois principais partidos, sem se alinhar automaticamente a nenhum deles.

Em uma de suas postagens, o empresário sugeriu uma estratégia para que a nova legenda tenha impacto prático no Legislativo. A ideia seria concentrar esforços em duas ou três cadeiras no Senado e entre oito a dez distritos na Câmara. Com as margens apertadas de votação, esses representantes poderiam atuar como decisivos em pautas polêmicas. Com informações de Jamil Chade, colunista do UOL.

Veja a postagem:

DCM

Falta de recursos ameaça paralisar combate a desmatamento e incêndios em Rondônia

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BRASÍLIA (DF) – A falta de recursos orçamentários ameaça paralisar as ações de combate ao desmatamento e queimadas nas Unidades de Conservação (UCs) em Rondônia, serviços essenciais durante o período de estiagem que vai de junho a novembro na região. É o que consta no pedido de medidas judiciais que o Estado protocolou ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator de três ações para que a União, Estados e municípios tomem medidas contra o desmatamento e incêndios na Amazônia Legal e no Pantanal.

Em uma manifestação protocolada na última segunda-feira, 30 de maio, junto ao STF, a Procuradoria-Geral do Estado de Rondônia (PGE) pediu medidas judiciais para o magistrado que, em despacho datado de março deste ano, fez uma série de determinações aos Estados da Amazônia para que combatam o desmatamento e incêndios florestais em seus territórios. A medida visa evitar o descontrole que ocorreu em 2024.

Além de pedir que o STF determine que o Poder Legislativo Estadual aprove a abertura de crédito suplementar no orçamento de 2025 para a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), a PGE solicitou que, caso não seja concedido, que o Estado possa fazer a suplementação via decreto executivo, devido à chegada do período de estiagem, de junho a novembro.

Rondônia não tem recursos para combater incêndios, diz governo estadual ao STF (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Estado quer, ainda, que o ministro determine a ação de fiscalização supletiva pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a assunção das bases operacionais montadas pela Sedam.

Os pedidos são baseados em dois ofícios enviados pela Sema a vários órgãos do governo de Rondônia, como Casa Civil, PGE e Secretaria de Finanças, informando a situação precária em que se encontra a secretaria que deverá ficar sem recursos, a partir deste mês, para desempenhar as atividades de fiscalização.

Segundo os documentos, o Projeto de Lei Orçamentária 803/2025, enviado pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero), previa o uso de superávit financeiro de até R$ 10 milhões para a Sedam. A proposta citava a manutenção das ações de combate a incêndios e desmatamento. Ocorre que os deputados arquivaram o projeto e a secretaria ficou sem os recursos.

A restrição orçamentária, reforçam os documentos internos do governo de Rondônia, deve comprometer a manutenção das atividades de proteção e fiscalização das Unidades de Conservação estaduais (UCs), principalmente a estruturação e funcionamento das bases fixas.

Conforme a PGE-RO, dentre os problemas que deverão ser enfrentados estão: a fragilidade na fiscalização e monitoramento, com a redução das operações de campo e enfraquecimento dos sistemas de sensoriamento remoto e análise técnica; o aumento de infrações ambientais e consequente avanço do desmatamento ilegal; crescimento da mineração clandestina com contaminação de solos e recursos hídricos; perdas de biodiversidade e serviços ecossistêmicos; e riscos à saúde das comunidades.

Coordenador relata situação

Em despacho assinado pelo coordenador de Unidades de Conservação (CUC/Sedam), Daniel Santos de Souza, datado de 23 de junho, ele relata que os recursos que restam só cobrem as ações de fiscalização na Estação Ecológica Soldado da Borracha e Parque Estadual Guajará-Mirim. As unidades sofrem crítica pressão de tentativas de invasão e precisam estar sob fiscalização contínua. O coordenador informa, ainda, que bases do parque foram alvos de ataque a tiros e uso de drones, em abril deste ano.

Atual coordenador de Unidades de Conservação de Rondônia (Reprodução/Sedam)

Com a falta de dinheiro, escreve o coordenador, os trabalhos tiveram que ser priorizados nas duas unidades protegidas, deixando sem assistência a Estação Ecológica Samuel, que igualmente é ameaçada constantemente por invasores e grupos criminosos.

“O atual período sem operações de fiscalização e monitoramento representa um risco substancial: há a possibilidade concreta de que ocupantes ilegais retomem áreas anteriormente inutilizadas pelas equipes, comprometendo a integridade ambiental da UC. A ausência de atuação do Estado pode anular os esforços realizados até então, permitindo que grupos irregulares voltem a se instalar, reiniciando o ciclo de degradação ambiental”, reforça Daniel de Souza.

O coordenador acrescenta que “as demais 47 Unidades de Conservação do Estado encontram-se vulneráveis à incidência de ações ilícitas, uma vez que os esforços operacionais estão, neste momento, concentrados exclusivamente no interior do Parque Estadual Guajará-Mirim e da Estação Ecológica Soldado da Borracha, em razão das prioridades estratégicas definidas pela Secretaria”. Nas demais, tem havido apenas ações pontuais e esporádicas.

Revista Cenarium

Eleições 2026: PT articula mega federação com PCdoB, PV, PSOL, Rede, PSB e PDT

O PT tem articulado nos bastidores a formação de uma ampla federação de centro-esquerda com vistas às eleições de 2026. A proposta ainda estaria em fase inicial, segundo a CNN Brasil, e foi apresentada durante encontros promovidos pelo Palácio do Planalto com bancadas da Câmara dos Deputados. A federação seria formada por PT, PCdoB, PV, PSOL, Rede, PSB e PDT.

A iniciativa se baseia na renovação e ampliação das federações já existentes, como a Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) e a formada por PSOL e Rede. O objetivo é criar um bloco robusto para enfrentar o avanço de federações da direita e do centro, como a União Progressista (União Brasil e PP) e o possível consórcio entre MDB, Republicanos e PSDB.

Representantes do PSB e do PDT, no entanto, teriam classificado a ideia como “inexequível” e “quase impossível”, apontando dificuldades de alinhamento programático e disputas regionais.

Dossiê mostra como agro do MT e Pará apoiou ‘8 de Janeiro’

BELÉM (PA) – Dois Estados da Amazônia Legal, Mato Grosso e Pará, tiveram participação na tentativa de golpe de Estado que sacudiu o Brasil entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, que ficou conhecida como “8 de Janeiro”. É o que revela o relatório “Agrogolpistas – 2025”, produzido pelo observatório De Olho nos Ruralistas, que mapeia a atuação de 142 empresários do agronegócio diretamente ligados ao financiamento e à logística de ações golpistas, incluindo bloqueios em rodovias, montagem de acampamentos e até um atentado com explosivos.

O Mato Grosso, com 74 nomes investigados, e o Pará, com fazendeiros citados por envolvimento em episódios de alta gravidade, se destacam pela participação ativa na tentativa de golpe. Os demais Estados da Amazônia Legal — Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Rondônia, Roraima e Tocantins — não são mencionados em nenhuma das investigações ou evidências apresentadas no relatório.

Desses Estados, apenas Tocantins e Maranhão são mencionados brevemente como parte do chamado Matopiba – região de expansão da soja e da fronteira agrícola no Cerrado, mas sem indivíduos ou empresas citadas.

Mato Grosso

Autointitulado “celeiro do Brasil”, o Mato Grosso concentra mais da metade dos nomes listados no relatório: 74 nomes (52%). É de lá que saiu a maior parte dos caminhões que bloquearam rodovias e abasteceram os acampamentos montados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Cidades como Sorriso, Nova Ubiratã e Campo Novo do Parecis são citadas como centros de articulação política e logística. O relatório denuncia que famílias inteiras de sojeiros, como os Bedin e os Lermen, enviaram dezenas de veículos à capital federal, em articulação com ex-ministros e parlamentares bolsonaristas.

Mapa de concentração dos “agrogolpistas” (Reprodução/Relatório Agrogolpistas – 2025)

Além disso, muitos desses empresários continuam recebendo crédito de bancos como BTG Pactual, Rabobank, Santander e John Deere, apesar de constarem em investigações da Polícia Federal e CPIs parlamentares.

Pará

Já o Pará aparece com menor número de casos, mas maior gravidade. O relatório identifica três fazendeiros do sudeste paraense ligados ao plano que pretendia explodir um caminhão-tanque próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal de 2022.

O autor do plano, George Washington de Oliveira Sousa, é natural do Ceará, mas vivia no município de Xinguara (PA), de onde partiu para Brasília. Após sua prisão, ele indicou como contato de confiança o nome do pecuarista Bento Carlos Liebl, dono de um conglomerado de fazendas em São Félix do Xingu. A família Liebl, segundo o relatório, possui cerca de 30 mil hectares na região, parte deles embargados pelo Ibama por desmatamento com uso de fogo em áreas próximas à Terra Indígena Apyterewa.

George Washington de Oliveira Sousa (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

O envolvimento da família no atentado golpista levou a Polícia Civil do Distrito Federal a investigar formalmente Bento e Roseli Liebl. Até o momento da publicação do relatório, nenhum deles havia sido denunciado formalmente pelo Ministério Público Federal (MPF).

Outro nome do agronegócio paraense citado é Ricardo Guimarães de Queiroz, ex-vice-prefeito de Itupiranga e então presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá. Ele foi preso em 2023 durante a Operação Embarque Negado, acusado de envolvimento no planejamento de ações golpistas. Em sua propriedade, localizada entre Marabá e Itupiranga, a Polícia Federal encontrou armas e munições. O pecuarista já havia sido multado por desmatamento e autuado por manter trabalhadores em condição análoga à escravidão.

A atuação dos investigados no Pará, segundo o relatório, faz parte de um “núcleo ruralista do golpe” que, embora amplamente documentado por órgãos de segurança e comissões parlamentares, segue impune e fora do foco das investigações judiciais mais relevantes.

Além dos casos individuais, o Pará também aparece no documento como parte estratégica da logística agroexportadora brasileira – principalmente por conta da BR-163, rodovia que liga o polo produtor de soja de Mato Grosso aos portos do Arco Norte. Empresas investigadas por financiar infraestrutura de acampamentos golpistas têm atuação direta nesse corredor.

Revista Cenarium

De Fortaleza a Xangai: Banco do Brics completa 10 anos e desafia modelo de Bretton Woods sob liderança de Dilma

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), principal estrutura institucional criada pelo Brics, completa dez anos neste mês com a ambição de se firmar como alternativa concreta ao sistema financeiro internacional herdado do pós-guerra. Sob a liderança da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), a instituição tenta se consolidar como uma plataforma do Sul Global por autonomia, inclusão e cooperação entre países.

“O Banco do Brics é talvez a principal entrega do Brics econômico-financeiro desde o início”, afirmou Antônio Freitas, subsecretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele lembrou que o NDB foi aprovado na cúpula de Fortaleza, em 2014, “sob a liderança da presidenta Dilma Rousseff”, hoje à frente da instituição.

Durante a abertura da 10ª reunião anual do NDB, realizada nesta sexta-feira (4) no Rio de Janeiro, Dilma foi categórica: “Nós estamos apenas começando. Em nossa primeira década, o NDB lançou as bases. Na próxima década, devemos consolidar nosso papel de liderança para o desenvolvimento equitativo, sustentável e autônomo em um mundo multipolar”.

A presidenta defendeu que o banco atue com ousadia e relevância política. “Nossa força reside não apenas no tamanho do nosso balanço patrimonial, mas acima de tudo, na legitimidade de nossa missão e na união dos nossos países-membros”, disse.

Neste sábado (5), Dilma participará de uma entrevista coletiva durante a reunião e pode anunciar novos projetos do banco.

Um banco criado para romper com o sistema de Bretton Woods

Inspirado pela insatisfação histórica dos países periféricos com a governança das instituições de Bretton Woods, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, o NDB foi lançado com a proposta de financiar o desenvolvimento de forma mais justa.

“Na medida em que não conseguiram avançar na reforma das instituições financeiras multilaterais, os países do Brics criaram o seu próprio mecanismo”, afirmou Marta Fernández, coordenadora do Brics Policy Center, ao Brasil de Fato. Ela destacou que, ao contrário dos bancos tradicionais, o NDB foi criado com cotas iguais entre os membros fundadores e uma estrutura mais horizontal.

Segundo ela, o banco foi resultado também da atuação da sociedade civil. “A Rebrip participou bastante desse processo. O objetivo era justamente propor modelos de financiamento alternativos”, pontuou, citando a Rede Brasileira Pela Integração dos Povos.

O economista Paulo Nogueira Batista Jr., que participou da fundação do banco e foi seu primeiro diretor brasileiro, acredita que a instituição “tem um potencial muito grande”, mas ainda caminha aquém do que poderia. “O banco era para ser uma alternativa ao Banco Mundial. Mas como é que pode ser um banco global com apenas dez países-membros? Está indo muito devagar o processo de expansão”, avaliou.

Financiamento para o Sul Global: impactos e limitações

Desde sua fundação, o NDB aprovou 120 projetos, totalizando US$ 39 bilhões em financiamentos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com esses recursos foram modernizados mais de 40 mil quilômetros de rodovias, erguidas 35 mil moradias, implementados 293 quilômetros de sistemas ferroviários urbanos e ampliada a oferta de água potável em 250 mil metros cúbicos por dia.

Durante o painel “Desafios para o financiamento do desenvolvimento sustentável para o Sul Global”, Haddad afirmou que o banco oferece soluções de acordo com as prioridades nacionais e com respeito às particularidades de cada país. “Esse modelo não apenas é financeiramente viável como também se traduz em impactos concretos e sustentáveis”, disse. “Se traduz em escolas mais acessíveis, comunidades mais conectadas, cidadãos vivendo com mais dignidade.”

Apesar dos avanços, há críticas sobre efeitos de projetos sobre comunidades locais. Marta Fernández lembra que obras de infraestrutura verde, como parques eólicos, têm gerado conflitos territoriais. “Projetos que precisam de muita terra têm gerado expropriações em comunidades quilombolas”, afirmou. Segundo ela, o Brics Policy Center trabalha com uma plataforma de monitoramento chamada Prime Hub, em parceria com a agência de avaliação do banco, sediada em Xangai, para medir os impactos sociais dessas iniciativas.

O papel de Dilma e os desafios para a próxima década

O mandato de Dilma Rousseff à frente do NDB, que começou em março de 2023 e terminaria em julho deste ano, foi estendido por mais cinco anos, por decisão unanime entre os países-membro.

Sua gestão é vista com entusiasmo por representantes do governo brasileiro. “Sob seu comando, o banco conquistou uma nova dimensão geopolítica e internacional”, avaliou Haddad. Já Antonio Freitas afirmou que o Brasil está “bastante satisfeito” com o papel do banco sob liderança brasileira. “A presidenta Dilma deverá anunciar desenvolvimentos importantes na cúpula”, adiantou.

Marco Fernandes, membro do Conselho Popular do Brics, afirmou que Dilma resgatou o protagonismo político da instituição. “No seu primeiro ano, ela arrecadou cerca de 8 bilhões de dólares nos mercados de capitais – o dobro da média dos anos anteriores. Ela trouxe o banco de volta para o debate público, ou talvez ele nunca tenha estado tanto em evidência quanto agora”, avaliou durante o último episódio do podcast O Estrangeiro.

Mesmo assim, Fernandes alerta para limites estruturais. “Sem dinheiro, sem cascalho, não tem como virar esse grande banco do Sul Global”, disse. Para ele, a única forma atual de captar recursos – via mercado financeiro – é insuficiente para um banco que ambiciona disputar com o Banco Mundial. “Não é possível que esses cinco países juntos – China, Índia, Rússia, Brasil e Indonésia – mais os Emirados Árabes, não possam fazer uma vaquinha todo ano e colocar 50 bilhões de dólares.”

Segundo ele, se bem financiado, o NDB poderia transformar a arquitetura de crédito internacional. “O NDB teria capacidade de disputar com o Banco Mundial e abrir uma gama de possibilidades para o Sul Global – com financiamentos sem as condicionalidades do FMI, como austeridade, privatizações e cortes em saúde e educação.”

O processo atual de desdolarização, um tema recorrente no discurso político dos Brics, também foi relativizado pelo ex-diretor do banco. “O Brics fala muito em desdolarização, mas o nosso banco ainda é preponderantemente dolarizado, tanto no lado ativo quanto no lado passivo. Isso precisa mudar”, disse Paulo Nogueira Batista Jr.

Marta Fernández complementa que a busca por transações em moedas locais também tem um componente de proteção. “O congelamento das reservas russas mostrou que países do Sul Global estão vulneráveis. De um dia para o outro, suas reservas podem desaparecer. O uso de moedas locais não é só uma alternativa econômica, mas uma forma de enfrentar essa hegemonia do dólar e se proteger contra sanções e tarifas como armas de guerra.”

Diante desse cenário, Dilma reforçou que o NDB deve se posicionar como “espaço de diálogo, cooperação e objetivos comuns”. Para ela, a próxima década deve ser marcada por ambição e transformação. “Que essa seja a década de ouro da instituição. Juntos, com visão, coragem e determinação, continuaremos a construir um futuro melhor para os nossos países, nossos povos e as gerações futuras.”

Brasil de Fato

Lula diz que Brics é fiador de um futuro promissor

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste sábado (5) que o Brics segue como “fiador de um futuro promissor”. A afirmação foi feita durante abertura do Fórum Empresarial do Brics, no Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro (RJ), 05/07/2025 – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, e o presidente da CNI, Ricardo Alban, participam do Fórum Empresarial do Brics, no Pier Mauá. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil“Durante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. Os Brics seguem como fiador de um futuro promissor”, disse Lula.

O Brics funciona como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas e reúne 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Segundo Lula, esses países podem liderar um novo modelo de desenvolvimento pautado em agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia.

“Nossos países já estão entre os maiores investidores de energia renovável do planeta. Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas. Possuímos minerais estratégicos essenciais para a transição energética”.

Lula disse ainda que fortalecimento do complexo industrial da saúde “amplia o acesso a medicamentos e é fundamental para superar doenças socialmente determinadas que afligem os mais vulneráveis”.

Em seu discurso, o presidente brasileiro também defendeu uma governança multilateral sobre a inteligência artificial (IA).

“A inteligência artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor”.

Ele também aproveitou seu discurso para falar sobre os conflitos internacionais. Segundo ele, a cúpula do Brics certamente apontará soluções para essa situação.

“Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos a solidariedade”.

Fórum

O Fórum Empresarial do Brics discute, ao longo deste sábado, o papel do setor produtivo na busca de um desenvolvimento econômico sustentável. Entre os temas debatidos estão comércio e segurança alimentar, transição energética, descarbonização, economia digital e inclusão financeira.

Os 11 países que integram o Brics somam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio mundial.

Em termos de recursos naturais, os membros do grupo concentram cerca de 70% das reservas de terras raras, mais de 40% da produção de petróleo e quase 80% da produção de carvão mineral.

Agencia Brasil

 

MPRO e Forças de Segurança ajustam fortalecimento do combate às facções criminosas em Ouro Preto do Oeste

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O MPRO, por meio da 3a Promotoria de Justiça de Ouro Preto do Oeste, promoveu reunião institucional nesta quinta-feira (3/7), com a finalidade de estabelecer estratégias entre as Forças de Segurança atuantes no Estado de Rondônia e na Comarca de Ouro Preto do Oeste, para a continuidade e intensificação do combate ao crime organizado na região.

Estiveram presentes representantes das Polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal, bem como o Delegado Regional e o Delegado de Polícia Civil de Ouro Preto do Oeste, além de representante da Secretaria de Justiça do Estado (Sejus).

Em razão do aumento de homicídios e crimes praticados no último mês, no contexto das facções criminosas que tentam se instalar na região, foi destacada a imprescindibilidade da atuação coordenada e cooperativa para garantir tranquilidade para a comunidade de Ouro Preto do Oeste e demais municípios da Comarca.

Na ocasião, todos se comprometeram em somar esforços para intensificar ações voltadas para o combate à criminalidade e a garantia da segurança pública.

O MPRO reafirma seu compromisso com a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Gerência de Comunicação Integrada (GCI)

Coluna Zona Franca

Jerônimo Rodrigues, Lula e Janja A mais recente análise do instituto Quaest sobre o debate político nas redes sociais apontou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso no embate digital com o Congresso Nacional, impulsionado pela crise envolvendo o decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo o levantamento, 61% das menções ao Congresso foram negativas, enquanto apenas 11% dos conteúdos citando o Executivo tinham esse tom.

Vitória da esquerda 2

A pesquisa da Quaest analisou mais de 4,4 milhões de postagens feitas entre os dias 24 de junho e 4 de julho em redes como X (antigo Twitter), Instagram, Facebook, YouTube e em sites de notícias. No período, o conteúdo sobre o embate entre Legislativo e Executivo alcançou, em média, 32 milhões de contas por hora. O resultado revela não apenas o elevado engajamento do tema, mas também uma inversão na dinâmica tradicional do desgaste político digital, que geralmente recai sobre o governo, segundo aponta reportagem do Valor.

‘Inimigos do povo’ 

A hashtag #InimigosDoPovo foi uma das mais utilizadas nas publicações analisadas, aparecendo em cerca de 300 mil menções. No total, 18% das postagens traziam esse termo, enquanto “Congresso da mamata” surgiu em 13%. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi mencionado diretamente em 8% das postagens, refletindo a personalização das críticas ao Parlamento.

‘Inimigos do povo’  2

Pode ser uma imagem de texto que diz "Vamos taxar bancos e casas de aposta." Exagero, coitados! Hugo Motta: E se a gente desse aposentadoria + salário integral pro deputado? Aprovado! Viva a respon- sabilidade fiscal CONGRESSO INIMIGO DO POVO RICOS PAGUEM A CONTA"A revolta virtual cresceu especialmente após o dia 25 de junho, quando o Congresso votou pela derrubada do decreto presidencial que aumentava a alíquota do IOF, medida que fazia parte da estratégia do governo para ampliar a arrecadação e equilibrar as contas públicas. O episódio levou o governo a recorrer ao Supremo Tribunal Federal e gerou forte mobilização digital contra o Legislativo.

Lula não foi o foco da insatisfação

Ao contrário do que ocorreu em outras crises políticas recentes, como o escândalo de fraudes no INSS ou o anúncio do aumento do IOF, em que Lula teve 77% e 76% de menções negativas, respectivamente, neste episódio o presidente foi citado em 15% das postagens — das quais 45% foram positivas, 31% negativas e 24% neutras.

Lula não foi o foco da insatisfação 2

Segundo o relatório da Quaest, isso demonstra que “Lula não é o foco central do desgaste atual”, e o governo conseguiu reposicionar a narrativa, associando o impasse ao Congresso e não à Presidência. Os dados revelam que, ao contrário de outras disputas, a campanha digital governista conseguiu mobilizar a opinião pública de forma eficaz.

Esquerda mais engajada do que a oposição

Outro dado que surpreendeu os analistas foi a prevalência do discurso governista nas redes, superando inclusive a tradicional vantagem da oposição em termos de engajamento digital. Parlamentares alinhados ao governo foram responsáveis por quase 50% dos posts sobre o tema, enquanto a oposição respondeu por apenas 31,5%, índice abaixo do registrado em outras crises — como no caso do INSS, quando a oposição dominou com 51% das postagens. Os números absolutos também ilustram essa virada. Enquanto 119 parlamentares da base aliada fizeram 741 postagens sobre a crise do IOF, os 112 congressistas da oposição publicaram 378 vezes. Parlamentares de centro contribuíram com 218 postagens, somando 18% do total.

Esquerda mais engajada do que a oposição 2

Estratégia de confronto

A atuação mais combativa da base governista — tanto no discurso quanto na mobilização digital — é interpretada pelos pesquisadores como parte de uma estratégia de confronto institucional. Segundo o relatório da Quaest, a base aliada “tensiona a relação com o Legislativo, usando o tema como instrumento de confronto político contra a oposição e retórica de responsabilização institucional”.

Estratégia de confronto 2

Essa guinada revela uma mudança de postura: diferentemente de outras crises, em que o governo era mais reativo nas redes, agora adotou uma linha ofensiva e conseguiu direcionar o foco da insatisfação popular ao Congresso, em especial ao presidente da Câmara, Hugo Motta. O levantamento da Quaest ajuda a ilustrar como o campo progressista pode vencer batalhas simbólicas e narrativas no ambiente digital, tradicionalmente dominado por forças conservadoras. Ao transformar o Congresso em alvo principal da insatisfação popular, a esquerda mostrou que, ao menos nesta crise, saiu fortalecida das redes — e com potencial de influência real sobre a opinião pública. Do Brasil 247

Foi traído, mas…

Lula avalia que foi traído por Hugo Motta, após a votação do decreto que tratava do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). No entanto, apesar do desgaste, Lula decidiu reabrir o diálogo e já enviou um recado ao parlamentar com a intenção de convidá-lo para uma conversa nos próximos dias.

Eleições 2026

Lula está tão confiante na reviravolta que já anunciou que será candidato à reeleição. Nesta sexta-feira (4), Lula disse que deve disputar um novo mandato em 2026. Em discurso durante cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras no setor de refino e petroquímica, em Duque de Caxias (RJ), Lula afirmou que o país poderá eleger pela primeira vez um presidente por quatro mandatos.

Eleições 2026-2

“Tem gente que pensa que o governo já acabou. Tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando”, afirmou o presidente. “Então se preparem, se preparem, porque se tudo estiver como eu estou pensando, esse país vai ter pela primeira vez um presidente eleito quatro vezes”, completou, em tom desafiador. A fala ocorre em meio a um momento de tensão entre o Executivo e o Congresso Nacional, principalmente por conta da proposta de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), criticada por lideranças parlamentares. Ainda assim, Lula fez questão de destacar que valoriza o diálogo com o Legislativo.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente

Pode ser uma imagem de 9 pessoasNa manhã de ontem, 4, na sua sede estadual, aconteceu o Encontro Estadual do
MDB de Rondônia denominado O Brasil precisa pensar o Brasil, que tem como
objetivo debater os problemas estruturais do país – e apontar soluções. Organizado
pela Fundação Ulysses Guimarães – FUG, o evento acontece em todos os estados
e suas deliberações e conclusões orientarão os programas de governos dos candidatos da sigla nas eleições de 2026.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente 2

Quem esteve no evento pode assistir palestras de alto nível, com temas relevantes
para o Brasil e para Rondônia. Além disso, puderam ouvir a fala do ex-ministro da
Defesa Aldo Rebelo, atualmente filiado ao MDB, que versou sobre como equilibrar desenvolvimento econômico e meio ambiente. Do mesmo modo, chamou a atenção a qualidade da exposição do ex-governador e ex-secretário de Pernambuco, Raul Henry, sobre a importância da educação pública e de qualidade para o desenvolvimento do Brasil.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente 3

O ex-vice-governador de Rondônia, ex-deputado federal Miguel de Souza e
atualmente consultor do Senado Federal, por sua vez, decodificou os problemas de
infraestrutura logística no país – e como estes impactam no chamado Custo Brasil. A
exposição de Souza trouxe dados atualizados e fartos sobre a produção nacional –
e de Rondônia – e em quais modais logísticos ela se distribui internamente até
chegar aos países compradores.

Com conteúdo e propostas, o MDB sai na frente 4

Na sua palestra, cuja pauta foi sobre os impactos das mudanças climáticas na
Amazônia, Caê Moura, gerente do Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia CENSIPAM fez uma fala dramática sobre a situação
climática atual do planeta, da Amazônia e de Rondônia. Enfatizando que
desempenhava o papel de “mensageiro de notícias não boas”, Caê Moura alertou
para a realidade que já é parte da vida de cada um de nós – e da urgência em
despertamos para a sua gravidade.

A Democracia

Está no ar o novo A Democracia, site de notícias políticas com sede em Brasília. Com novo visual e novas categorias de notícias, o portal enfatiza os bastidores da política nacional, regional e internacional, com destaque para as eleições de 2026. A direção geral do AD é deste articulista político.

Reforma administrativa

Pode ser uma imagem de 4 pessoas e texto que diz "AD AVANÇOS PRA PORTO VELHO! と"A recente reforma administrativa anunciada pelo prefeito Léo Moraes (Podemos), de Porto Velho, é digna de elogios não apenas pela ousadia e inovação que carrega, mas, sobretudo, pela escuta atenta ao sentimento da população. Em tempos em que decisões de governo muitas vezes ignoram as vozes das ruas, é alentador ver a gestão municipal caminhar na direção contrária — com sensibilidade, responsabilidade e diálogo.

Reforma administrativa 2

Um dos pontos mais emblemáticos da reforma é a sábia decisão de manter separadas as Secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente. Essa medida, longe de ser meramente estrutural, atende a uma demanda legítima de agricultores, ambientalistas, técnicos e cidadãos que compreendem a complexidade e a especificidade de cada uma dessas áreas. No início da atual administração chegou a ser cogitada a junção das duas pastas, o que representaria um retrocesso na elaboração de políticas públicas eficazes, além de colocar em rota de colisão interesses que, embora devam caminhar em harmonia, não podem ser tratados como idênticos.

Reforma administrativa 3

A Agricultura precisa de uma secretaria que compreenda o ciclo da produção, o apoio técnico aos pequenos produtores, o escoamento da safra, o fortalecimento da agricultura familiar e o incentivo à economia rural. Já o Meio Ambiente exige estrutura própria para cuidar da preservação dos nossos recursos naturais, fiscalização ambiental, educação ecológica e sustentabilidade urbana e rural. Misturar tudo isso em um único órgão é negligenciar a complexidade de cada área e dificultar a execução de políticas públicas eficazes.

Reforma administrativa 4

Ao manter as secretarias separadas, Léo Moraes demonstra não apenas conhecimento técnico, mas também respeito ao clamor popular e compromisso com o desenvolvimento sustentável de Porto Velho. Em uma capital marcada por desafios históricos no campo e na floresta, acertar na estrutura administrativa é dar um passo firme em direção a uma gestão mais eficiente e democrática. (Édson Silveira)

Fernando Máximo

De olho em 2026, Léo Moraes exalta Fernando Máximo durante evento em Vilhena: “Ano que vem reserva grandes notícias”A coluna não conseguiu falar com os dirigentes do Podemos, nem com o prefeito Léo Moraes, mas, tudo indica que o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil), deverá ser o candidato ao governo de Rondônia com apoio do chefe do executivo municipal. É o que o site Rondônia Dinâmica destacou. Léo Moraes usou um evento em Vilhena para enaltecer o deputado federal Fernando Máximo, em um discurso que soou como sinal claro de alinhamento político. A ocasião foi a inauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vitalina Gentil, realizada na quarta-feira (03), no município comandado por Flori Cordeiro, também do Podemos. Durante o ato, Léo Moraes fez um discurso caloroso em homenagem ao parlamentar, sugerindo que o futuro político de Máximo está em ascensão. “Ano que vem reserva grandes notícias para o nosso deputado Fernando Máximo”, declarou o prefeito, que ainda classificou o deputado como “um grande líder, sujeito ponta firme, leal e amigo”.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Contato:[email protected]