Educar para emancipar- a anticultura para a anticiência

Por Lucas Gama (*)

É fato que o Brasil e o mundo vivem uma onda crescente de estultices, de coaches mirins à negação da ciência (e até ondas de fascismo/neonazismo). A origem do problema parece se originar de um só ligar: A negligência com a consciência.

Essa negligência se refere a uma consciência intransitiva (que não se move) em relação aos outros e principalmente a si mesmo, revelando, dessa forma, uma falta de alteridade.

Pode ser uma imagem de estudando e textoComo consequência, decorrem diversas situações que geram um efeito oposto ao que se deseja para a sociedade, bem como outras diversas relações, situações, projetos e pessoas: A falta de acesso à cultura pode ser considerado outro grande exemplo disso.

Essas consequências têm como “meio” uma coação social externa a nós, por meio das redes (anti)sociais, as quais permitem que os resultados ganhem projeção global.

A fim de que as pessoas transitem para os próximos níveis de consciência (consciência em si e consciência para si), é necessário começar reforçando o alicerce, seja ele qual for.

As universidades, a fim de evitarem a negação e menosprezo da ciência, precisam deixar a “torre de marfim” na qual se encontram e assim levarem o conhecimento retido neste ambiente para a sociedade com, primeiramente, a acessibilidade da linguagem; pois, o rebuscado, além de tornar desinteressante, acaba por municiar pessoas que defendem diversas ideias anticientíficas, uma vez que não se ensina adequadamente, levando este conhecimento para fora dos muros acadêmicos.

Um exemplo que poderia ser utilizado como base para o primeiro passo como resposta seria o PIBID (iniciação esrudantil à docência). A formação de um projeto em moldes semelhantes, mas com o intuito de levar conhecimento aos que tem menos acesso já seria o primeiro degrau da escada desse combate em favor da divulgação e da popularização da ciência.

O segundo passo, ainda neste molde anterior, seria da própria acessibilidade física do conhecimento, com grupos que possam mostrar ao trabalhador que as ideias vendidas pelos supostos especialistas em diversas áreas, mas que, no fundo, são picaretas, na verdade são apenas para que eles sejam sustentados.

Existem diversas outras iniciativas a serem exploradas. Entretanto, essas parecem ser as mais elementares para que se inicie uma tentativa de mudança, afinal, o Brasil não é para amadores e, ultimamente, nem para profissionais.

(*) Lucas Gama  é estudante de filosofia da UFSCar/S

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