sexta-feira, novembro 7, 2025
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Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*) 

Perdeu, Mané 

Em um recado das urnas para Donald Trump, o Partido Democrata saiu amplamente vitorioso nas eleições locais de terça-feira. A conquista mais expressiva foi de Zohran Mamdani, que, aos 34, será o primeiro prefeito muçulmano e socialista de Nova York. Foi uma derrota para Trump, que ameaçou cortar verbas federais para a cidade, caso ele fosse eleito, e também para a cúpula democrata, que preferia o ex-governador Andrew Cuomo — derrotado na convenção por Mamdani, ele concorreu como independente. Mas a vitória democrata não se limitou à Big Apple. Nas duas eleições estaduais, Mikie Sherrill e Abigail Spanberger tiraram os republicanos dos governos de Nova Jersey e da Virgínia. Ambas, porém, adotaram uma estratégia oposta à de Mamdani, afastando-se das pautas de esquerda. E a Califórnia, tradicional reduto democrata, aprovou um redesenho nos distritos eleitorais, o que deve dar ao partido mais cinco cadeiras no Congresso nas eleições legislativas de 2026. (AP)

Extrema direita acusa LCP

Um vídeo circulando nas redes sociais hoje mostra a visão aérea de pessoas correndo em um latifúndio e as imagens do breu noturno com barulhos de tiros disparados ao fundo. Segundo a imprensa policial “Alô Thanos”, são registros do último ataque feito pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) no dia 1° de outubro contra o latifúndio “NorBrasil”, em Nova-Mutum Paraná, Rondônia. O latifundiário local é investigado por vários esquemas de grilagem, colaboração com mercenários, fraude e manipulação do Judiciário.

Extrema direita acusa LCP 2

O latifúndio “NorBrasil” pertence a Antônio Martins, apelidado na região de “Galo Velho”. Há anos, os camponeses pobres acusam o latifundiário de envolvimento em uma série de esquemas irregulares e defendem a distribuição de suas terras, e tem tido sucesso na comprovação. Galo Velho, por sua vez, tenta desorganizar a resistência camponesa, mas fracassa.

Extrema direita acusa LCP 3

Segundo um relatório do “Mapa de Conflitos”, Antônio Martins é o “maior grileiro” do estado de Rondônia e usa de empresas para viabilizar a grilagem de terras públicas rondonienses. O observatório também acusa o latifundiário de atacar os camponeses pobres e causar graves impactos ao meio natural, como desmatamento, erosão do solo, queimadas e poluição de rios.

Extrema direita acusa LCP 4

Em 2020, o Ministério Público Federal (MPF) acusou Antônio Martins de ser o líder de uma organização criminosa que conseguiu lucrar mais de R$ 330 milhões por meio da grilagem de terras e fraudes no estado de Rondônia entre 2011 e 2015.

PF investigará ‘matança’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma investigação independente sobre a atuação policial na megaoperação que deixou 121 mortos no Rio, com a participação de legistas da Polícia Federal (PF) para apurar as circunstâncias das mortes. “É importante a gente verificar em que condições ela [a operação] se deu, porque até agora nós temos uma versão contada pela polícia, contada pelo governo do estado e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, disse o presidente. Lula está em Belém (PA) para cumprir agendas da COP30, e, em entrevista à Associated Press e à Reuters, se referiu à operação como uma “matança”. “O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa.” As falas marcam a primeira crítica direta do presidente ao episódio. Na semana passada, ele havia se limitado a defender o combate ao crime organizado, sem confrontar a atuação do governo fluminense ou das forças de segurança estaduais. (g1)

PF investigará ‘matança’ 2

Não demorou para a oposição reagir. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, criticou o presidente por não citar os policiais mortos. Já o senador Ciro Nogueira (PP) retomou uma fala recente do petista — de que traficantes seriam “vítimas de usuários” — para atacá-lo nas redes. “Lula prova de novo que acha que os traficantes são vítimas. Presidente, houve matança sim: os bandidos mataram 4 policiais e atiraram em vários outros”, escreveu. (Folha)

PF investigará ‘matança’ 3

Horas depois da entrevista, a conta oficial de Lula no X reafirmou que o governo atua para “quebrar a espinha dorsal” do tráfico e do crime organizado, com foco nas “cabeças do crime”.  Lula reforça que seu governo retirou do crime organizado bilhões de reais e que a Polícia Federal (PF) aumentou drasticamente o número de suas operações, bem como a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A mensagem manteve o tom do Planalto, ao reiterar a aposta em inteligência e integração das forças de segurança, e alinhou esse discurso às propostas já enviadas ao Congresso, como a PEC da Segurança e o projeto de Lei Antifacção. Em Brasília, aliados disseram não ver mudança no discurso do presidente. (Valor)

CPI do Crime Organizado

Mas o Planalto teve uma vitória importante no debate sobre segurança pública. Por seis votos a cinco, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente da CPI do Crime Organizado, derrotando o nome da oposição, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RJ), que ficou com a vice-presidência, após acordo. Contarato, que já divergiu do PT em temas de segurança, prometeu independência. A CPI vai investigar a estrutura e a expansão de milícias e facções como o Comando Vermelho e o PCC por 120 dias, prorrogáveis por mais 60. O relator será Alessandro Vieira (MDB-ES), autor do requerimento e nome de consenso entre governo e oposição. (UOL-Charge do Orlando)

CPI do Crime Organizado 2

Pode ser uma imagem de texto que diz "DIVULGAR DIVUI D- GAR FEIRA lgarfeira @div @divulgarfeira @divulgarfeira @divulga "TÁ TUDO DOMINADO" METADE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RIO TEM LIGAÇÃO COM O CRIME, APONTA PF"Já aprovado, o plano de trabalho da CPI prevê convites a ministros e 11 governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ). Vieira dividiu a apuração em nove eixos e quer priorizar a convocação de autoridades com “conhecimento profundo” sobre o avanço das facções e milícias. (Veja)

CPI do Crime Organizado 3

“Sem gritaria, com divergências e debate. A primeira sessão da CPI do Crime Organizado no Senado até pareceu uma aula de política feita por adultos — uma amostra do que Brasília pode ser quando não é assaltada pelo bolsonarismo. Vai ser sempre assim? Difícil”. (Flávia Tavares-YouTube)

Enquanto isso, na Câmara…

o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Paulo Azi (União), adiou para hoje a votação do projeto que equipara facções a grupos terroristas, antes prevista para ontem. O recuo ocorreu após pressão do governo, que tenta emplacar seu próprio texto — o projeto de lei “antifacção”, enviado na semana passada. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) atuou pessoalmente na articulação. A proposta em análise é do deputado Danilo Forte (União), relatada por Nikolas Ferreira (PL), e é uma das bandeiras do bolsonarismo no Congresso. (Globo)

Sob pressão

Cláudio Castro está sob pressão também no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde é julgado por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2022. A relatora do caso, Isabel Gallotti, votou pela cassação e a inelegibilidade dele Castro e do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil) e a realização de novas eleições. No entanto, após o voto dela, o julgamento foi adiado por pedido de vista do ministro Antonio Carlos Ferreira e deve voltar à pauta nas próximas semanas. (g1)

Missão

E o MBL agora tem um partido para chamar de seu. O TSE aprovou a criação do Missão, que usará o número 14 nas urnas. A legenda apresentou mais de 577 mil assinaturas válidas e diretórios em nove estados, o mínimo exigido por lei. No estatuto, defende responsabilidade fiscal, endurecimento das leis penais e industrialização do Nordeste. (Globo)

 Cela especial na Papuda

Pode ser uma imagem de texto que diz "VARA DE EXECUÇÃO PENAL INFORMA AO STF QUE CELA PARA BOLSONARO ESTÁ PRONTA *BEM VINDO B17!"O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, deve autorizar a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma cela especial na Papuda, em Brasília. Com paredes brancas, ar-condicionado e televisão, o espaço já foi vistoriado e aprovado pelo magistrado, segundo a coluna de Paulo CapelliBolsonaro segue cumprindo prisão domiciliar, mas aliados acreditam que o STF deve determinar a mudança ainda na próxima semana, após a análise dos embargos da defesa. A avaliação entre ministros, no entanto, é que o ex-presidente deve permanecer pouco tempo no presídio, antes de voltar ao regime domiciliar por razões médicas. (Metróples)

Licença-paternidade

A Câmara dos Deputados aprovou de forma simbólica um projeto de lei que amplia gradualmente de cinco para 20 dias a licença-paternidade para trabalhadores do regime CLT. O benefício deve começar a partir de 2027, com um período de transição. Serão concedidos dez dias no primeiro ano da lei, acrescentando cinco dias a cada ano até chegar ao limite de 20 dias. O projeto também prevê a criação de um salário-paternidade no INSS com as mesmas regras do salário-maternidade e garantia de estabilidade no emprego por 30 dias depois do retorno. O texto segue para o Senado. (UOL)

Nomes mais populares

O IBGE divulgou nesta terça-feira a lista de nomes mais populares do Brasil. Maria está no topo como o mais comum, usado por mais de 12 milhões de pessoas — ou 6% da população. José vem em segundo, com 5 milhões de pessoas, ou 2,5% dos brasileiros, seguido por Ana, com quase 4 milhões (1,9%). Maria e José já eram os mais populares em 2010. Pela primeira vez, o IBGE também revelou os sobrenomes mais comuns do país. Silva é o líder do ranking, com 34 milhões, ou 17% da população, seguido por Santos (21,4 milhões, 10,5%) e Oliveira (21,3 milhões). A lista também conta com nomes usados por apenas 20 pessoas, entre eles, Abao, Ezulina e Laurineth. (g1)

Efeito estufa

As promessas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa avançaram pouco e o planeta vai exceder a meta de aquecimento de 1,5°C em relação à era pré-industrial (1850-1900), reconheceu um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mesmo com os acordos firmados no Acordo de Paris, o mundo continua caminhando para um aumento de temperatura entre 2,3°C e 2,5°C até o fim do século, podendo chegar a 2,8°C antes de 2100, caso as nações não cumpram o que já foi prometido. (Globo)

Origem Verificada

A Anatel anunciou que, a partir de 15 de novembro, empresas de telecomunicações que façam mais de 500 mil chamadas por mês terão de identificar essas ligações usando a tecnologia Origem Verificada, após o órgão negar pedido de prorrogação do prazo. A medida vem junto à revogação da obrigatoriedade do prefixo “0303” para telemarketing ativo, com o regulador justificando que o novo sistema, que mostra nome e logomarca, é mais eficaz no combate a fraudes. (Folha)

Ação contra a Meta

E a OAB-RJ entrou com uma ação civil pública contra a Meta por considerar que o WhatsApp apresenta uma “falha sistêmica” ao não desvincular imediatamente contas de números de telefone cancelados. Segundo a entidade, a demora cria uma janela de até 180 dias em que golpistas podem se apropriar de contas antigas e ter acesso a mensagens e grupos via Wi-Fi, o que violaria a privacidade dos antigos usuários e facilitaria fraudes. (UOL)

Apple Watch

O WhatsApp lançou nesta terça um aplicativo próprio para Apple Watch, que permite ler mensagens completas, gravar e enviar áudios, reagir a conversas e receber chamadas diretamente no relógio. É a primeira vez que o app de mensagens funciona de forma nativa no watchOS, sem depender diretamente do iPhone. A novidade exige um modelo a partir do Apple Watch Series 4 com sistema atualizado para o watchOS 10. (TechCrunch)

Doutor Honoris Causa

Bob Dylan aceitou o título de Doutor Honoris Causa oferecido pela Berklee College of Music, uma das faculdades de música mais conceituadas do mundo, em Boston, nos Estados Unidos. Em comunicado, a instituição reconheceu a “influência extraordinária de Dylan na música moderna” e seu “compromisso de uma vida inteira com a exploração criativa”. O músico já havia recebido a mesma honraria das universidades de St. Andrews, na Escócia, em 2004, e de Princeton, em 1970. Não há planos para que Dylan compareça a nenhuma cerimônia de titulação, mas a escola está organizando um concerto-tributo nesta quarta-feira. (Rolling Stone)

O trumpista invejoso

O deputado Sargento Pincel que dançou, rebolou e saltitou ao som do hit gay YMCA, do Village People nos Estados Unidos, criticou o fato da primeira dama Janja Lula da Silva, dançar carimbó, música típica do Pará. É muita inveja e tremenda falta de patriotismo. Não merece retornar em 2026 à bancada federal de Rondônia. Em tempo. A coluna não é homofóbica e respeita as preferências do parlamentar.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

 

Coluna Zona Franca

Lula promete “quebrar a espinha dorsal” do crime organizado no Brasil

Presidente também defendeu o PL antifacção, enviado ao Congresso Nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta terça-feira (4) um enfrentamento contundente ao crime organizado no país e afirmou que seu governo vem aumentando radicalmente as operações de combate às facções.

“O Governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções”, escreveu o presidente Lula no X.

Na postagem, o presidente Lula reforça que seu governo retirou do crime organizado bilhões de reais e que a Polícia Federal (PF) aumentou drasticamente o número de suas operações, bem como a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O presidente Lula destacou as ações de inteligência integrada entre os países da região e também defendeu o Projeto de Lei (PL) contra facções criminosas, o PL Antifacção. Segundo ele, o texto “moderniza e integra as forças policiais, incorpora as Guardas Municipais e garante recursos permanentes para estados e municípios”.

“Essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida — uma combinação que consolida o enfrentamento ao crime no Brasil”, conclui o presidente.

As declarações surgem uma semana após a chacina policial no Rio de Janeiro, que deixou ao menos 121 mortos e teve como alvo declarado a facção criminosa Comando Vermelho.

Por @LulaOficial, no X: O Governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções.

Desde 2023, as ações do Governo já retiraram R$ 19,8 bilhões das mãos de criminosos, o maior prejuízo já imposto ao crime, enfraquecendo lideranças e redes financeiras.

O número de operações da Polícia Federal cresceu 80% desde 2022, saltando de 1.875 para 3.393 em 2024. Em 2025, já são 2.922 até outubro.

Nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024 — recorde histórico.

A inteligência e a integração também avançaram. Em setembro, inauguramos em Manaus o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) — iniciativa inédita entre nove países da Pan-Amazônia e nove estados brasileiros, para combater tráfico, garimpo ilegal e crimes ambientais.

Para sustentar esses avanços, o Governo enviou ao Congresso o PL Antifacção, que endurece as penas e asfixia financeiramente as facções; e a PEC da Segurança Pública, que moderniza e integra as forças policiais, incorpora as Guardas Municipais e garante recursos permanentes para estados e municípios.

Essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida — uma combinação que consolida o enfrentamento ao crime no Brasil.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*) 

“Narcoterrorismo” 

Em meio ao avanço da oposição na pauta da segurança pública, o governo Lula intensificou as articulações para impedir uma derrota política no Congresso. O Palácio do Planalto tenta adiar a votação do projeto que equipara facções criminosas a grupos terroristas, marcada para esta terça-feira (5) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, enquanto aposta no próprio “projeto de lei antifacção”, apresentado como alternativa institucional à proposta da direita.

“Narcoterrorismo”  2

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, passou a segunda-feira (4) em ligação com deputados da base e do centro, tentando convencer parlamentares a barrar a sessão. Profissionais da área de inteligência brasileira estão preocupados com as pressões do governo dos Estados Unidos e de setores nacionais para que o crime organizado seja enquadrado como terrorismo. A medida, segundo especialistas, poderia abrir brechas para graves consequências geopolíticas e até justificar intervenções estrangeiras em território brasileiro.

“Narcoterrorismo”  3

Segundo Lourival Sant’Anna, da CNN Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem expandido o conceito de “narcoterrorismo” para legitimar ações militares no Caribe e no Pacífico Oriental. Essa retórica, usada para sustentar ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas, vem acompanhada de um expressivo aparato militar americano na região.

“Narcoterrorismo”  4

Nos últimos meses, Trump também intensificou críticas aos governos da Venezuela e da Colômbia, e já declarou publicamente não descartar o uso da força militar contra Caracas. Especialistas ouvidos pela reportagem da CNN alertam que, caso o Brasil altere sua legislação para equiparar crime organizado a terrorismo, tal mudança poderia ser usada como argumento para uma futura ação militar norte-americana, sob o pretexto de que o país não teria capacidade de conter ameaças à segurança dos EUA. (Do Brasil 247)

Desgaste com CPMI

Como quase sempre ocorre com eventos de grande impacto na opinião pública, o Congresso tenta assumir um papel de protagonismo diante dos grandes problemas nacionais. Na esteira da operação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio na última semana, o Senado instala na manhã de hoje a CPI do Crime Organizado. Oficialmente, a missão é mapear a estrutura e a expansão de facções e milícias no país — incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), mas a expectativa é de que a CPI seja mais um palco de disputas acirradas entre governo e oposição. O senador Otto Alencar (PSD-BA), o mais antigo entre os indicados para o colegiado, conduzirá a abertura dos trabalhos. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que deu origem à CPI, deve assumir a relatoria — consenso informal já construído entre líderes. Ao todo, serão 11 senadores titulares e 11 suplentes, com prazo inicial de 120 dias para investigar o modus operandi das organizações criminosas, suas fontes de financiamento e seu avanço territorial. (g1)

Desgaste com CPMI 2

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e textoO Palácio do Planalto avalia que a CPI do Crime Organizado pode representar um desgaste maior para o governo Lula do que a CPMI que investiga irregularidades em descontos de aposentados e pensionistas do INSS. O temor no governo é de que a oposição use o tema da segurança pública como principal bandeira política até as eleições de 2026. Nos bastidores, petistas admitem preocupação: a avaliação é que, se o debate público ficar restrito à segurança, o governo tende a perder terreno na narrativa, já que historicamente o tema favorece a direita. Observando essas fotos, é fácil identificar quem incentiva a criminalidade no Brasil. (CNN Brasil)

Castro é a favor da intervenção dos EUA

Engraçado o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). É contra a PEC da Segurança, é contra a intervenção federal na segurança pública (GLO), mas é a favor da intervenção dos Estados Unidos. Na foto, Cláudio Castro com TH Joias, deputado estadual do PL-RJ, maior fornecedor de armas para traficantes do Rio de Janeiro. Está preso! Em 8 de setembro, a 1ª Seção Especializada do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu, por unanimidade, manter a prisão preventiva do ex-deputado. Segundo a investigação, TH Jóias fazia lavagem de dinheiro e vivia em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca (RJ).

Resposta ao STF

Enquanto a oposição e o Planalto se preparam para uma batalha no Senado, o governo do Rio de Janeiro enviou sua resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a megaoperação realizada na capital fluminense há uma semana. No documento, a gestão de Cláudio Castro (PL) afirma que o “nível de força” empregado pelas forças de segurança foi “compatível” com as ameaças enfrentadas durante a ação. O relator da ADPF das Favelas, ministro Alexandre de Moraes, esteve no Rio nesta segunda-feira e se encontrou pessoalmente com o governador. (Metrópoles)

Julgamento antecipado

A Primeira Turma do STF antecipou do dia 21 para o próximo dia 14 o início do julgamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por crime de coação. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o parlamentar e o blogueiro Paulo Figueiredo atuam nos Estados Unidos para constranger o Judiciário Brasileiro e impedir a condenação de envolvido na trama golpista de 2022. (CNN Brasil)

O delator

Enquanto isso, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e uma das figuras centrais nas investigações sobre a trama golpista, deu um passo simbólico na sua lenta transição de delator a réu em liberdade vigiada. A tornozeleira eletrônica que controlava seus movimentos foi retirada, após o STF concluir seu julgamento e fixar a pena definitiva de dois anos de prisão em regime aberto. Cid segue proibido de deixar sua residência à noite e nos fins de semana, não pode usar redes sociais, portar armas ou manter contato com investigados e condenados no mesmo caso. (g1)

Trump em campanha

Donald Trump entrou na campanha para as eleições municipais de hoje em Nova York e o fez a seu modo truculento. Em postagem na sua rede Truth Social, o presidente ameaçou cortar recursos federais para a cidade caso o candidato democrata e assumidamente socialista Zohran Mamdani seja eleito. “Se o candidato comunista Mamdani vencer, é muito improvável que eu contribua com fundos federais, além do mínimo obrigatório, para minha amada primeira cidade”, escreveu. O democrata, que enfrenta resistência na cúpula do próprio partido, lidera as pesquisas à frente do ex-governador Andrew Cuomo, que concorre como independente após perder para Mamdani na convenção do Partido Democrata. Com o republicano Curtis Sliwa muito atrás na disputa, Trump declarou publicamente apoio a Cuomo. (Guardian)

GLO em Belém do Pará

O governo federal publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Belém do Pará durante a realização da COP30, que ocorre entre 10 e 21 de novembro. A medida dá poder de polícia às Forças Armadas até o dia 23, podendo prender ou abordar cidadãos em atividades consideradas suspeitas, incluindo ações de segurança nas usinas hidrelétricas de Belo Monte, em Altamira, e de Tucuruí. A GLO havia sido solicitada pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). (UOL)

GLO em Belém do Pará 2

De acordo com o texto, a GLO também serve para a Cúpula de Líderes, que acontece nesta quinta e sexta-feira. A Ação prevê 8 mil militares na capital paraense em locais onde são realizados serviços essenciais, como portos, subestações de energia e o Aeroporto Internacional Val-de-Cans, além do perímetro externo de segurança do Parque da Cidade, onde serão instalados os pavilhões da Green Zone e da Blue Zone da Cúpula do Clima da ONU. (CNN Brasil)

Trump não vai à COP30

O presidente americano Donald Trump, além de não ir para Belém, não vai enviar representantes de alto nível para a COP30, disse um funcionário da Casa Branca às agências de notícias AFP e Reuters, em condição de anonimato. A ausência de Trump já era aguardada, mas esperava-se que alguma delegação fosse enviada para as negociações técnicas. Apesar de ser um país de enorme relevância, a ausência americana é interpretada como positiva por analistas. Por ser baseada em consenso entre os países, a presença de Trump ou seus representantes poderia travar negociações sobre metas e financiamento de ações climáticas. (g1)

Redução de gases do efeito estufa

O Brasil teve a segunda maior redução nas emissões de gases do efeito estufa de 2023 para 2024, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), projeto independente que monitora as emissões brasileiras com alto detalhamento. Foram 2,15 bilhões de toneladas de CO2 emitidos em 2024 contra 2,58 bilhões no ano anterior, uma queda de 16,7%. A redução foi a mais acentuada desde 2009, puxada pelo combate ao desmatamento, enquanto outros setores, como agropecuária, indústria e energia, ficaram estáveis ou tiveram aumentos. (Globo)

Redução de gases do efeito estufa 2

Apesar dos números positivos nas emissões de gases, o recuo não será suficiente para o país atingir sua meta climática de 2025. A promessa do governo brasileiro em relação ao Acordo de Paris era de limitar as emissões líquidas a 1,32 tonelada em 2025. Mas o SEEG estima que o país termine o ano lançando 1,44 tonelada na atmosfera, ultrapassando a meta em 9%. Os pesquisadores afirmam que o governo Lula não conseguiu recuperar o aumento da poluição na administração de Jair Bolsonaro entre 2019 e 2022. (Folha)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

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(*) Roberto Kuppê

Maduro com “dias contados”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em uma entrevista exibida no domingo (2) que acredita que os dias de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela estão contados, mas minimizou os temores de uma guerra iminente contra o país da América do Sul. Trump fez a declaração em uma entrevista ao canal CBS no momento em que os Estados Unidos enviam militares e navios ao Caribe, onde executaram vários ataques contra supostas embarcações que atuam no tráfico de drogas, ações que provocaram dezenas de mortes. “Duvido. Não acredito”, respondeu Trump ao programa “60 Minutes” ao ser questionado se os Estados Unidos entrariam em guerra contra a Venezuela. (Revista Forum)

PEC da Segurança

A maioria dos entrevistados pela pesquisa Genial/Quaest é favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada em abril pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O levantamento, divulgado pelo jornal O Globo, mostra que 52% dos moradores do Rio de Janeiro apoiam a proposta, enquanto 29% são contrários e 19% não souberam ou preferiram não responder. Os números indicam tanto aprovação quanto desconhecimento da população sobre o conteúdo do projeto.

PEC da Segurança 2

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "OPERAÇÃO FEDERAL CONTRA o PCC OPERAÇÃO N RIO DE JANEIRO Planejada e integrada: PF, PRF e estados atuaram juntos Guiada por inteligência: foco em finanças e logística do crime Altamente letal: mortes de pessoas e policiais Sem integração: polícias agiram isoladas, sem apoio federal Sem mortes: ação precisa e Mal planejada: pouca clareza sobre alvos e estratégia segura Atingiu o comando:re redes e bens do crime desarticulados Com coordenação e responsabilidade:resultad resultado seguro pra população Gerou medo e desconfiança: comunidades em pânico Resultado trágico:a α operação mais letal da história do estado"A PEC busca fortalecer a atuação da União na formulação de políticas de segurança pública, criando corregedorias e ouvidorias autônomas, além de ampliar as atribuições da Polícia Rodoviária Federal. O texto altera dispositivos da Constituição Federal para ampliar a competência do governo federal e consolidar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), atualmente regulamentado por lei ordinária, como parte da Constituição — a exemplo do que ocorre com o SUS e o Sistema Nacional de Educação.

PEC da Segurança 3

Elaborada há mais de 18 meses, a proposta passou por ajustes internos antes de ser enviada ao Congresso Nacional. Em abril, o texto foi encaminhado à Câmara dos Deputados e está sob relatoria do deputado Mendonça Filho (União-PE). O parlamentar, porém, minimizou a cobrança por pressa na tramitação, mesmo após a operação policial mais letal do Rio de Janeiro. (Brasil247)

                                Consórcio da Paz-Spacca

Quem são os culpados pela criminalidade?

Pode ser uma imagem de texto que diz "o MILICIANO ARMOU TRAFICANTES POR 4 ANOS E DIZ QUE A CULPA DA VIOLÊNCIA NO RJ É DO LULA o ESTADO DO RJ É GOVERNADO POR BOLSONARISTAS HÁ MAIS DE 20 ANOS"Este articulista lembra como se fosse hoje a previsão da esquerda sobre a liberação de armas durante o governo Bolsonaro. Parlamentares contra o armamento previram que as armas liberadas “legalmente” iriam acabar nas mãos dos bandidos. Deu a lógica. Até armas de uso exclusivo das Forças Armadas estão nas mãos de criminosos.

 

Operação Farsa

Embora pareça legal e essencial, a Operação Retenção teve o único objetivo de viralizar, como viralizou. De um dia para o outro, o insípido, inodoro e incolor governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), passou a ser o novo herói do bolsonarismo. Criou um fato político e se deu bem. Está cotado até para presidente da República, sendo comparado ao presidente de El Salvador, Bukele, mesmo que o verdadeiro objetivo da operação não tenha sido alcançado. Não foi mesmo. Mataram peixes miúdos e muitos inocentes. Por conta disso deverá ser penalizado muito em breve. Porque os policiais não foram cumprir mandados. Foram matar. E mataram.

Bolsonaro na Papuda

Enquanto STF avalia recursos, Papuda prepara espaço para prisão de BolsonaroRumores sobre uma possível ordem do Supremo Tribunal Federal para determinar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro na Papuda causaram preocupação no núcleo político e familiar do ex-mandatário neste domingo (2). A versão que circula entre bolsonaristas aponta que a detenção duraria pelo menos 15 dias antes de eventual cumprimento em regime domiciliar. Com informações do Lauro Jardim, no Globo.

Bolsonaro na Papuda 2

O Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, reservou uma área para receber o ex-presidente. A estrutura fica no mesmo bloco utilizado anteriormente por deputados, doleiros e empresários que passaram pelo local. A medida foi organizada antes da conclusão da análise de recursos relacionados ao caso. Com informações da Veja.

Lula na defensiva

Após uma sequência de boas notícias que freou e reverteu a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo voltou a ficar na defensiva diante da ação policial contra o Comando Vermelho que deixou 121 mortos — incluindo quatro agentes — nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. A operação policial e o apoio popular a ela reunificaram o discurso da direita em torno do governador Cláudio Castro (PL) e tiraram dos holofotes temas como a relação com os Estados Unidos e a isenção do Imposto de Renda para os mais pobres, nos quais o governo federal vinha surfando. Na contramão do discurso tradicional da esquerda, Lula evitou criticar abertamente a ação e não usou expressões como “chacina” ou “massacre”. O cuidado foi tanto que, como conta Lauro Jardim, declaração de 138 palavras do presidente na noite de quarta-feira levou horas para ser concluída e teve diversas versões. (Folha e Globo)

Lula na defensiva 2

A cautela do Planalto encontra explicação nas pesquisas que mostram o apoio à ação policial no Rio, a despeito do morticínio. Segundo dados do Datafolha divulgados no sábado, 57% dos moradores do Rio concordam com a declaração de Castro segundo a qual a operação “foi um sucesso” (38% concordam totalmente e 18% concordam em parte), enquanto 27% discordaram totalmente do governador e 12% discordaram parcialmente. No domingo, pesquisa Genial/Quaest (íntegra) mostrou que 64% dos fluminenses aprovam a ação da polícia, contra 27% que desaprovam. Segundo a mesma pesquisa, a aprovação de Cláudio Castro saltou de 43% em agosto para 53% em outubro. A reprovação variou de 41% para 40%, dentro da margem de erro. Já a desaprovação do governo Lula no Estado do Rio foi de 62% para 64%, também dentro da margem. (g1)

Combate ao crime organizado

Buscando mostrar ação na segurança, Lula assinou na sexta-feira o projeto que altera o combate ao crime organizado. O texto, que será enviado ao Congresso, prevê prisão de 30 anos para integrantes de facções e permite a infiltração de policiais em empresas suspeitas de lavar dinheiro do crime. (UOL)

Alexandre de Moraes

Enquanto isso… O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu ordem para que o governo do Rio preserve toda a documentação sobre a operação, incluindo perícias, e dê aceso à Defensoria Pública. Moraes vai ao Rio hoje para se reunir com Castro e a cúpula da segurança do estado para avaliar a operação. (Poder360)

Comando Vermelho

As comunidades sob domínio do Comando Vermelho no Rio deixaram de ser simplesmente bases para, a exemplo do que acontece nas áreas de milícia, tornarem-se fontes de renda. Moradores são extorquidos com taxas sobre gás, transporte, internet e diversos outros. Sob ameaça, comerciantes são forçados a fazer “doações” de cestas básicas que, em seguida, os criminosos vendem à população. (Estadão)

Gritando por desespero

“Parte de quem aplaudiu não está vibrando por ideologia, está gritando por desespero. Foi uma chacina, sim. Mas, se queremos mudar o resultado, precisa entender por que tanta gente enxerga naquele tipo de barbárie um alívio momentâneo”. (Mariliz Pereira Jorge-Meio)

Universidade indígena

Em visita à Aldeia Vista Alegre de Capixauã, no Pará, o presidente Lula prometeu criar uma universidade indígena com sede em Brasília. Em tom de brincadeira, Lula disse que vai criar o programa “minha oca, minha vida”. Focado na pauta ambiental, o presidente está visitando comunidades na Amazônia nos dias que antecedem a Cúpula de Líderes e a COP30. No sábado, Lula inaugurou a ampliação no porto e no aeroporto de Belém, e disse que muitas pessoas foram contra a escolha da cidade para sediar a COP30, mas agora estava entregando a infraestrutura necessária. (UOL)

Vacinação

O número de bebês e crianças menores de cinco anos que morreram por doenças evitáveis pela vacinação teve um novo salto no Brasil em 2024, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Ministério da Saúde. No ano passado foram 48 óbitos classificados nessa categoria, um crescimento pelo terceiro ano consecutivo. Em comparação a 2021, quando foram registradas 15 mortes nessa mesma faixa etária, houve uma alta de 220% — o que coincide com um período de queda das coberturas vacinais. Houve uma recente recuperação desses índices, mas ainda abaixo das metas. Detalhe: em 2020 e 2021, por causa do uso de máscaras e isolamento social, todas as doenças de transmissão respiratória registraram queda de casos e mortes. A principal responsável pelas mortes infantis foi a coqueluche, doença que não matava crianças desde 2021, e que pode ser prevenida com a vacinação. As demais doenças também possuem vacinas gratuitas disponibilizadas nos postos de saúde do Brasil. Aqui o calendário completo do SUS. (UOL)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

O massacre no Rio

Por Frei Betto

Houve um tempo em que o Rio de Janeiro era qualificado de “Cidade Maravilhosa”. Hoje, o apelido soa como ironia amarga diante das chamas que consumiram quase cem ônibus, das ruas sitiadas e do medo que paralisou milhões de pessoas.

O Comando Vermelho disseminou o terror, e o Estado respondeu com o mesmo idioma da barbárie: balas, cerco e corpos espalhados. Ao fim, cento e vinte e uma vidas se perderam, entre elas, quatro policiais mortos. Nenhum dos mortos consta na denúncia do Ministério Público do Rio que motivou a operação.

Até a noite de sexta, 109 corpos haviam sido identificados. A maioria pertencia a foragidos e integrantes do CV vindos de outros estados: 78 tinham passagens por tráfico, roubo e assassinato; 43 tinham mandados de prisão; 39 eram de outros estados. Trinta mortos identificados não tinham sequer passagem pela polícia. Todos, culpados ou não, foram tragados pelo mesmo vendaval de violência que reduz a cidade a zona de guerra. A Gaza dos trópicos!

Essas mortes não começaram no dia da chacina. Começaram há décadas, quando o abandono foi oficializado como política pública. Começaram quando se privatizou o direito à paz e se terceirizou a segurança às facções. Começaram quando o Estado trocou o cuidado pela guerra, a escola pela prisão, o diálogo pelo fuzil.

Pode ser uma imagem de texto que diz "o MILICIANO ARMOU TRAFICANTES POR 4 ANOS E DIZ QUE A CULPA DA VIOLÊNCIA NO RJ É DO LULA o ESTADO DO RJ É GOVERNADO POR BOLSONARISTAS HÁ MAIS DE 20 ANOS"O narcotráfico não brota do nada. Nasce onde o Estado nunca plantou esperança. Cresce na ausência de políticas públicas, floresce entre muros rachados e becos sem saneamento, alimenta-se da desigualdade e da humilhação. As facções são o espelho deformado do capitalismo brasileiro: hierárquico, violento, sedento de lucro e controle. O traficante é o empresário da ruína, e o consumidor dos bairros ricos seu investidor invisível.

Não há o que celebrar. Uma operação que termina com 121 mortos não é vitória, é derrota civilizatória. O Estado não pode combater o crime reproduzindo sua lógica. A cada incursão policial em que a favela é tratada como campo inimigo, a distância entre o poder público e o povo aumenta. Não se constrói paz sobre o chão ensanguentado da periferia.

O narcotráfico é, sim, um flagelo. E cresce onde o Estado nunca chegou com segurança aos moradores e políticas públicas. As 1.900 favelas cariocas sofrem a insuficiência de escolas, saneamento, transporte, cultura, atividades esportivas, emprego e perspectiva de vida. As facções ocupam o vazio deixado por décadas de omissão governamental. São o espelho perverso de um sistema que exclui, humilha e depois criminaliza os excluídos. O traficante, muitas vezes, é o produto final de uma política que trocou direitos por fuzis e políticas sociais por operações midiáticas.

A violência virou rotina, e a brutalidade se institucionalizou. O governo fala em “ação de segurança”, mas que segurança há em metralhar comunidades inteiras? A segurança pública, no Rio, virou gestão de cadáveres. A cada chacina, repete-se o mesmo roteiro: promessas de “investigação rigorosa”, notas frias de gabinete e o silêncio que cobre a cidade quando as câmeras da mídia vão embora.

Estudiosos do tema são unânimes em admitir que não se destrói facção com fuzil, e sim com políticas públicas. A guerra às drogas fracassa porque não é um combate às drogas, é guerra aos pobres. A cada morte, a favela se torna ainda mais vulnerável, o tráfico se reorganiza, e o ciclo recomeça. O verdadeiro inimigo não é o jovem armado, mas a ausência de Estado que o empurrou para isso.

O Rio, sitiado e queimado, assiste ao colapso de suas maiores riquezas, como o turismo, a beleza da paisagem, o bom humor do carioca. Nenhuma cidade sobrevive quando a morte se torna rotina e a injustiça persiste. Beleza somente não põe mesa, e o cartão-postal desbota diante da dor.

Mas há quem resista. Mães que enterram filhos e ainda erguem faixas nas praças. Cidadãos que filmam, denunciam, documentam. Gente que, entre o medo e o luto, ainda acredita na vida. São esses os guardiões do Rio que resta, o Rio que não se rende.
Os 121 mortos não são apenas números. São o espelho de um país que perdeu o rumo, confunde justiça com vingança, e segurança com extermínio. O Brasil precisa escolher: continuar contabilizando corpos tombados pela violência urbana ou finalmente governar para a vida de todos.

Só haverá paz quando o Estado for presença de direitos, não de morte. Só haverá futuro quando a favela deixar de ser território inimigo. Só haverá Rio de Janeiro de novo quando a cidade se lembrar de que é feita de gente, e gente não é descartável.

Por quem choram as mães dos jovens assassinados? Choram ao ver sonhos desfeitos pela letalidade policial e pelo equívoco de se buscar na criminalidade a escalada para uma vida melhor. Choram sobretudo por um país que perdeu o senso de justiça.

O axioma “bandido bom é bandido morto” significa barbárie travestida de justiça. Ele nega o Estado de Direito, despreza a dignidade humana e substitui a lei e os direitos por vingança. Ao defender o assassinato em vez de reabilitação e combate às causas do tráfico de drogas e de armas, esse pensamento fortalece a violência que diz combater e fragiliza a própria sociedade civilizada.

Em escalada de conflito por terra no MS, Guarani-Kaiowá falam em suicídio coletivo

Missão do governo federal tenta mediar conflito e evitar tragédia em área reivindicada por indígenas e cercada por fazendas no Mato Grosso do Sul; organizações relatam violência policial e ataques químicos de agrotóxicos contra Guarani-Kaiowá

O ALERTA de um possível suicídio coletivo em uma comunidade Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, levou o governo federal a intervir em um dos conflitos fundiários mais antigos e violentos do país. Os indígenas reivindicam a área ocupada (“retomada”) Guyraroká, no município de Caarapó, também cobiçada por produtores rurais.

Em 16 de outubro, a tropa de choque da PM (Polícia Militar) escoltou tratores de fazendeiros para o replantio e usou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os indígenas. Segundo lideranças, nove pessoas teriam ficado feridas, entre elas um adolescente de 14 anos atingido na cabeça, e três mulheres grávidas teriam passado mal por causa da fumaça. Nove dias depois, os indígenas ocuparam e incendiaram a sede da fazenda onde ocorreu o conflito.

Após a escalada da violência, o diretor do departamento de mediação conflitos do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), Leador Machado, contou à Repórter Brasil que  lideranças indígenas e um ancião de 106 anos manifestaram a disposição de morrer na terra, caso a polícia voltasse a agir na área.

O caso está no radar de representantes da Comissão Nacional de Enfrentamento à Violência no Campo, ligada ao MDA, que passaram esta semana visitando comunidades indígenas e se reunindo com representantes das forças de segurança pública do governo sul-mato-grossense. “Eles estão no limite. São um povo triste, acuado, que insinua a possibilidade de sucídio coletivo”, afirma Machado. “Para eles, morrer é lançar a semente de novas retomadas”, completa.

A fala dos indígenas aos representantes do governo federal remeteu à carta de 2012 da comunidade Pyelito Kue. O documento assinado pelos Guarani-Kaiowá gerou comoção ao pedir que a Justiça decretasse a “morte coletiva” em vez do despejo. “Já perdemos a esperança de sobreviver dignamente. Queremos ser enterrados junto aos nossos antepassados”, escreveram os indígenas na ocasião.

O missionário Matias Rempel, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que acompanha os moradores de Guyraroká, explica que as falas sobre morte coletiva expressam o desespero de comunidades historicamente confinadas. “O que eles observam ao lado deles é o agronegócio destruindo o resto da mata, envenenando com agrotóxicos a água, a fauna e a flora de uma terra sagrada”, descreve.

“Não é uma ameaça, é a forma de eles dizerem que não suportam mais viver sem o tekoha, o território sagrado. É o mesmo sentimento da carta de 2012, quando pediram para morrer na terra dos antepassados. É a tradução do esgotamento”, acrescenta Rempel.

O documento foi interpretado à época como uma ameaça de suicídio coletivo, mas o Cimi esclareceu que se tratava de uma expressão de resistência. A carta ganhou repercussão internacional e expôs a violência enfrentada pelos Guarani-Kaiowá há mais de um século.

Desde o início dos anos 2000, o povo Guarani-Kaiowá sofre com confinamento, ataques químicos com pulverização de agrotóxicos e violência armada. A situação levou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos a emitir, em 2019, uma medida cautelar exigindo que o Estado brasileiro protegesse a vida e a integridade física da comunidade de Guyraroká.

As famílias vivem em barracos de lona, sem água potável nem assistência médica regular. Para as lideranças, a permanência no tekoha é uma forma de continuar existindo. Como disse um dos anciãos à comissão, “se for para morrer, que seja na terra onde estão enterrados os antepassados”.

O procurador do MPF (Ministério Público Federal) Marco Antônio Delfino, que atua na região há mais de 15 anos, enxerga o conflito como resultado direto da falta de demarcação das terras. “O problema de fundo é a omissão fundiária. Os agrotóxicos, a violência policial e o desespero são sintomas. A terra continua sendo o centro do conflito”, explica.

Segundo ele, a demarcação de Guyraroká foi reconhecida em 2004 e anulada em 2014. Desde então, o processo está parado. “São áreas de extrema tensão. Em 2006, dois policiais civis morreram em Passo Piraju (outra área de retomada), e até hoje o trauma influencia a forma como a segurança pública age ali. Mas não há solução sem a devolução da terra tradicional”, afirma.

Ataques aos indígenas se acirraram em outubro

Uma das indígenas relatou ao Cimi que, em 16 de outubro, “os policiais vinham com tudo, chamando a gente de cachorro, de bicho”. Outro indígena disse ao conselho indigenista: “Um de nós talvez precise morrer para conquistar a terra. Em Nhanderu Marangatu foi assim. Se tiver que ser assim no Guyraroká, morro pra deixar a morada dos nossos antigos pros meus filhos”. Dias depois, a Justiça autorizou novamente a presença da PM na área, o que reacendeu o temor de novos confrontos.

Em 25 de outubro, a comunidade ocupou e incendiou a sede da Fazenda Ipuitã. Segundo relatório elaborado por autoridades públicas e acessado pela Aty Guasu, a assembleia representativa do povo Guarani-Kaiowá, a entrada dos indígenas na sede da fazenda teria sido motivada por um sequestro de uma jovem de 17 anos e pela suspeita de abuso sexual cometido por homens armados que circulavam na área.

Indígena ferida na retomada de após ação da Polícia Militar, na retomada de Guyraroká. Ao fundo, os barracos destruídos (Foto: Lídia Farias/Cimi)
Indígena ferida na retomada de após ação da Polícia Militar, na retomada de Guyraroká. Ao fundo, os barracos destruídos (Foto: Lídia Farias/Cimi)

A comunidade relatou que a indígena foi levada em uma caminhonete branca por indivíduos mascarados e encontrada horas depois, em estado de choque. Os indígenas afirmam que só permaneceram na fazenda para proteger a jovem e evitar a volta do grupo armado até a chegada da Força Nacional.

Segundo Machado, o governo do estado insistia em manter a Polícia Militar na área, amparado por decisão judicial. “O governo estava irredutível, dizendo que havia uma decisão judicial a ser cumprida, no sentido de manter a PM no local. Mas conseguimos inverter essa decisão junto ao Tribunal Regional Federal. Agora a Força Nacional é que deve permanecer na área”, diz.

Com o aumento da tensão, o Ministério dos Povos Indígenas pressionou para que o governo federal enviasse a comissão para intermediar as negociações.

Após o incêndio na fazenda, o governador Eduardo Riedel (PP) divulgou nota determinando “rigorosa investigação e punição dos responsáveis” e acusando “organizações de aliciamento e manipulação” de indígenas.

Antes de chegar ao governo, em 2013, quando presidia a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do MS), Riedel foi um dos organizadores do Leilão da Resistência, que arrecadou cerca de R$ 640 mil para financiar a reação de fazendeiros contra as retomadas indígenas.

Comissão negociou zona de amortecimento para pulverização de agrotóxicos

Machado relatou que, além da retirada da PM, a missão tenta definir uma zona de amortecimento para pulverização de agrotóxicos. “Estamos estabelecendo uma zona de segurança para que não se pulverize tão próximo às casas e à escola”, detalha.

Os agrotóxicos são uma das principais causas de tensão na região. Em Guyraroká, indígenas relatam que aviões e tratores pulverizam veneno nas lavouras vizinhas, atingindo casas, roças e até a escola.

Moradores afirmam que o produto cai sobre alimentos e na merenda escolar, provocando sintomas de intoxicação como febre, vômito e falta de ar. Um estudo realizado entre 2021 e 2022 identificou 20 tipos diferentes de substâncias químicas na água da comunidade, boa parte delas proibida na União Europeia.

O conflito se concentra na Terra Indígena Guyraroká, em Caarapó, reconhecida pela Funai em 2004 com 11,4 mil hectares, mas cuja demarcação foi anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) dez anos depois. Desde então, cerca de 200 Guarani e Kaiowá vivem em uma área de 50 hectares cercada por plantações de soja, milho e cana de açúcar.

A área é vizinha da Fazenda Ipuitã, de 1.361 hectares, alvo de ação civil pública do MPF por pulverização de agrotóxicos em área próxima à comunidade.

O MPF pediu que fosse imposta uma distância mínima de 250 metros para pulverizações, mas a Justiça Federal de Dourados negou o pedido em 2020, alegando que a medida “inutilizaria consideravelmente a propriedade rural” e não teria base legal.

Procurados, o advogado dos fazendeiros não respondeu às perguntas enviadas. O espaço segue aberto caso desejem se manifestarem.

A retomada da TI Guyraroká sofre sofrendo ataques constantes desde o final de setembro (Foto: Renato Santana/Cimi)
A retomada da TI Guyraroká sofre sofrendo ataques constantes desde o final de setembro (Foto: Renato Santana/Cimi)

Comissão tenta negociar uma trégua

“A ideia é que as retomadas dos indígenas não avancem até que o governo federal e o STF consigam negociar a questão da demarcação”, afirma Leador Machado. Ele diz ainda que vai buscar uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação sobre Guyraroká e com o presidente do STF, Edson Fachin.

A comissão federal comunicou às lideranças indígenas a decisão judicial que suspendeu a presença da PM e autoriza a permanência da Força Nacional. “Pedimos uma trégua no processo de retomadas e reafirmamos o compromisso do governo federal de buscar uma solução negociada. O que queremos é evitar uma tragédia”, explica Machado.

Segundo ele, uma portaria será publicada nos próximos dias para formalizar os encaminhamentos da comissão, com prazo de 180 dias para a conclusão das medidas. Integram a comitiva que esteve no Mato Grosso do Sul os ministérios do Desenvolvimento Agrário, Povos Indígenas, Saúde, Secretaria-Geral da Presidência e Direitos Humanos, além da Funai, Polícia Federal, o Conselho Nacional de Justiça e o Ministério Público Federal.

Reporter Brasil

Sociedade doente: operação mais letal da história do RJ é aprovada por 64% dos fluminenses

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Neste sábado (1º) uma nova pesquisa, agora divulgada pelo instituto Genial/Quaest apontou que 64% dos moradores do Rio de Janeiro aprovam a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na semana passada. A ação, conduzida pelas polícias Civil e Militar, foi a mais letal da história do estado, deixando 121 mortos, entre eles quatro agentes de segurança.

O levantamento, feito entre os dias 30 e 31 de outubro, entrevistou 1.500 pessoas com 16 anos ou mais, residentes em diferentes regiões do estado. As entrevistas foram presenciais e domiciliares. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

O episódio teve grande repercussão: 98% dos entrevistados disseram conhecer a operação. Apesar da alta letalidade, apenas 27% da população declarou desaprovação à ação. Outros 6% afirmaram não ter opinião formada, e 3% preferiram não responder.

Entre os participantes, 73% acreditam que a polícia deve repetir operações semelhantes em outras favelas e comunidades. O apoio é mais forte entre os homens, com 85%, enquanto entre as mulheres o índice chega a 62%. O levantamento também mostrou que 79% dos homens e 51% das mulheres aprovaram a intervenção.

Policiais durante a ação no Complexo da Penha, na Vila Cruzeiro (RJ). Foto: Fabiano Rocha /O Globo

A faixa etária com maior aprovação foi a de 31 a 50 anos, com 68% de apoio, seguida pelos jovens de 16 a 30 anos, com 65%. Entre os maiores de 51 anos, 58% concordaram com a ação, embora este grupo concentre o maior índice de desaprovação, com 29%.

O nível de renda também influenciou as opiniões. Pessoas com renda entre dois e cinco salários mínimos foram as que mais apoiaram a operação (69%), seguidas pelos que recebem até dois salários (58%). Já entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, o apoio ficou em 63%, mas a desaprovação foi mais alta, alcançando 36%.

Na divisão por escolaridade, o maior índice de aprovação veio do grupo com ensino fundamental (67%), seguido dos que possuem ensino médio (66%). Entre os entrevistados com ensino superior, o apoio foi menor, de 59%, enquanto a rejeição atingiu 39%.

A pesquisa ainda revelou diferenças conforme o posicionamento político. Bolsonaristas e direitistas não bolsonaristas apresentaram quase unanimidade na aprovação, com 93% e 92%, respectivamente. Entre os eleitores do presidente Lula, apenas 35% apoiaram a ação, e 59% a reprovaram. Entre os independentes, 61% aprovou e 24% não. Para 58% dos entrevistados, a operação foi bem-sucedida, enquanto 32% a consideraram um fracasso.

DCM

Jamil Chade-Entidade denuncia ‘graves falhas’ na investigação da operação no Rio

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Por Jamil Chade, Colunista do UOL, em Genebra

A entidade Human Right Watch denuncia “graves falhas na investigação da operação policial mais letal do Rio de Janeiro”. Num comunicado, os especialistas de uma das entidades de maior prestígio internacional no setor de direitos humanos apontam que a polícia do Rio de Janeiro não adotou medidas investigatórias cruciais para determinar as circunstâncias da morte das pelo menos 121 pessoas, incluindo quatro policiais.

“A polícia não preservou o local dos tiroteios para análise, uma medida muito importante para determinar as circunstâncias das mortes”, afirmou a entidade.

Um perito do Rio de Janeiro disse à Human Rights Watch que, pelo que sabe, não houve perícia em nenhuma das mortes. Um promotor disse que o Ministério Público está aguardando a confirmação disso, mas que também é esse o seu entendimento.

“As famílias das pessoas mortas na operação de 28 de outubro, incluindo as dos policiais, merecem saber as circunstâncias da morte de seus entes queridos”, disse César Muñoz, diretor da Human Rights Watch no Brasil. “Estamos muito preocupados com o fato de que etapas cruciais da investigação não foram realizadas e que provas importantes podem já ter sido perdidas.”

O secretário da polícia militar disse em uma coletiva de imprensa que a polícia havia empurrado os membros do grupo criminoso em direção à área de mata, que a polícia sabia que eles usavam como rota de fuga. No topo dos morros, a unidade de elite da polícia militar, o BOPE, havia estabelecido o que o secretário descreveu como um “muro”, com agentes esperando pelos supostos membros da facção em fuga… – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2025/11/01/entidade-denuncia-graves-falhas-na-investigacao-da-operacao-no-rio.htm?fbclid=PAQ0xDSwNy-29leHRuA2FlbQIxMQABp-GDlqC7USK41zh3cAij5VHRD7hVxB3tbAZeaP5-ak1pErOAAaTN0040FnIR_aem_eM81XyBs6PBKq-WBNtAOpQ&cmpid=copiaecola

A entidade questiona a versão do governo do estado. “Uma moradora disse à imprensa que seu filho lhe enviou sua localização e disse que queria se entregar, mas tinha medo de que a polícia o matasse. Seu corpo foi encontrado mais tarde na área de mata”, afirmou.

O perito disse acreditar que os policiais recuperaram as armas que estavam nas mãos das pessoas mortas no local e foram embora.

O alerta da entidade é de que foram encontradas na área de mata importantes evidências sem proteção, incluindo manchas de sangue, cápsulas de balas e roupas.

“Reconhecemos as dificuldades inerentes a uma área de mata, mas causa estranheza a ausência de controle sobre o isolamento do local”, disse o procurador-geral do estado do Rio de Janeiro.

O secretário de polícia civil, chefe da força estadual encarregada de investigar crime, disse que abriu uma investigação sobre os moradores que removeram os corpos por possível adulteração de provas e os acusou de tirar as roupas dos mortos.

“No entanto, os moradores só conseguiram chegar aos corpos porque a polícia não protegeu o local do tiroteio”, disse a Human Rights Watch.

Segundo o comunicado, o perito consultado pela Human Rights Watch constatou que os delegados não enviaram os peritos criminais, que no Rio de Janeiro são parte da polícia civil, para realizar a análise do local. “A análise da cena do crime deve ser realizada mesmo que um corpo tenha sido removido, pois pode haver provas adicionais no local”, explicou.

Além disso, os peritos criminais não foram enviados à praça para onde os moradores haviam removido dezenas de corpos, disse o perito. “Essa foi uma importante falha adicional da investigação”, afirmou a Human Rights Watch.

A entidade defende que peritos criminais deveriam ter ido na praça para tirar fotos e coletar provas, incluindo amostras de resíduos de pólvora, que podem revelar se a pessoa disparou uma arma. Esses resíduos se perdem com o manuseio do corpo, por exemplo, durante o transporte.

A entidade aponta que peritos legistas estão realizando necropsias, mas há preocupações com a limitação de pessoal e infraestrutura, além do subinvestimento crônico na perícia do estado.

A organização, que é uma das maiores referências no mundo em termos de defesa de direitos humanos, destacou como a Defensoria Pública afirmou que a polícia civil não permitiu que defensores estivessem presentes durante as necropsias.

“Algumas organizações da sociedade civil, incluindo a Human Rights Watch, solicitaram ao procurador-geral do Rio de Janeiro, em 30 de outubro, que garantisse a presença de um representante das vítimas nas autópsias. Isso não foi feito”, lamentou.

Armas sem controle

Outro problema, segunda a entidade, se refere ao armazenamento das armas apreendidas, cerca de 118 delas.

“As armas deveriam ter sido mantidas em uma cadeia de custódia rigorosa, em sacos lacrados, e enviadas para a perícia para análise de impressões digitais e balística. No entanto, a polícia civil apresentou as armas à imprensa. E reportagens de televisão mostram policiais e até mesmo repórteres manuseando armas e outros equipamentos apreendidos sem luvas”, alertou.

Investigação independente

A entidade defende que órgãos independentes investiguem a atuação das forças de ordem. Em uma sentença de 2017 sobre um caso no Rio de Janeiro, a Corte Interamericana de Direitos Humanos ordenou que o Brasil garantisse que os abusos policiais fossem investigados por “um órgão independente e diferente da força pública envolvida no incidente… assistido por pessoal policial, técnico criminalístico e administrativo alheio ao órgão de segurança à qual pertença o possível acusado ou acusados”.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Ministério Público deve conduzir as investigações sempre que houver “suspeita” do envolvimento de agentes dos órgãos de segurança pública na prática de crime doloso contra a vida.

O STF também ordenou que a polícia do Rio de Janeiro utilizasse câmeras corporais. Mas o secretário da polícia militar disse aos repórteres que as baterias podem ter acabado durante a operação e que “as imagens podem ter sido perdidas”.

“As autoridades brasileiras devem garantir uma investigação rápida, completa e independente de cada uma das mortes, bem como das decisões e do planejamento que levaram a uma operação tão desastrosa”, disse Muñoz. “O caso também mostra a necessidade urgente de o governador do Rio de Janeiro apresentar um projeto de lei para separar a perícia da polícia civil e investir em análises forenses independentes e de alta qualidade, que são uma parte fundamental de qualquer investigação criminal, não apenas em casos de mortes causadas pela polícia”, completou.

Fonte: Noticias.uol

Clube do tiro: Consórcio da Paz deveria ter Netanyahu como patrono

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Por Moisés Mendes

Foi batizado como Consórcio da Paz a aglomeração de governadores de extrema direita em apoio ao colega chefe da chacina no Rio.

Um consórcio que apoia uma matança e tem paz no nome. É o que antigamente se chamava de escárnio.

Só falta chamarem a venezuelana Maria Corina Machado para ser a madrinha e Benjamin Netanyahu para ser o patrono.

Um Consórcio do Paz de armamentistas, que que teve como primeira iniciativa oferecer tropas para que Cláudio Castro, se for preciso, ordene mais uma matança em outra favela.

O Consórcio começa com Jorginho Mello (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Eduardo Riedel (PSDB-MS), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — que participou virtualmente — e Celina Leão (PP-DF), vice-governadora do Distrito Federal.

Zema resumiu a posição dos consorciados na reunião de quinta-feira no Rio: “O que vimos foi planejamento e eficiência. Não ouvi falar de inocente morto, e sim de uma das maiores apreensões de armas e prisões da história. Isso mostra que é possível fazer segurança pública com resultado e responsabilidade”.

Esse pessoal muito responsável tenta reorganizar a velha direita e o novo fascismo em torno de uma chacina como marketing macabro para 2026. Todos exaltam a matança como método. É o Consórcio dos Traficantes da Morte.

Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) – https://www.blogdomoisesmendes.com.br/

Vinicio Carrilho Martinez concede entrevista à Fundação Conrado Wessel sobre capitalismo digital e tecnofascismo

O professor da UFSCAR(Universidade de São Carlos),  Vinício Carrilho Martinez, autor do artigo “Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro- O fim do Estado“,  concedeu entrevista à Heitor Shimizu, da Fundação Conrado Wessel, sobre Capitalismo digital e Tecnofascismo.  Heitor Shimizu é jornalista, editor-chefe da Revista FCW Cultura Científica e coordenador do Setor On-line da Fapesp.

Cúpula dos Povos: MAB reforça debate sobre transição energética justa e popular

O Movimento está inserido nos seis eixos de discussão da Cúpula, mas prioriza de forma especial o terceiro, que pauta a transição energética

Uma das principais pautas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) nos últimos anos é a luta por uma transição energética justa, popular e inclusiva, tema que será destaque no Eixo 3 da Cúpula dos Povos. O evento, que acontece em Belém (PA) em paralelo à COP30, propõe organizar suas reflexões e propostas a partir de seis eixos.

Em permanente disputa, o conceito de transição energética se tornou uma boa maquiagem aos interesses contraditórios do capital, e tem sido cada vez mais usado para anunciar a substituição de fontes de combustíveis fósseis – como petróleo e carvão – por opções mais limpas e renováveis. Acontece que, à primeira vista, o discurso pode soar bonito, mas não alcança questões fundamentais às populações atingidas e submete sempre os interesses públicos ao interesse privado.

Para o MAB, não é possível fazer uma transição energética justa e popular no Brasil sem uma mudança radical da política energética. Dalila Calisto, integrante da coordenação do movimento, explica que esta transição não pode ser apenas tecnológica, mas social.

“Não adianta mudar a fonte e não discutir pra quê está sendo produzida a energia e quem se apropriará dela. Nesse sentido, uma transição justa e popular significa mudar o modelo energético, redefinindo o papel do Estado e das empresas estrangeiras que, há anos, têm se apropriado da riqueza produzida pelos trabalhadores no setor elétrico. Não podemos admitir uma transição que penalize os trabalhadores e as populações mais vulneráveis, como mulheres e crianças, comunidades ribeirinhas e povos tradicionais”.

A participação do MAB na construção e debate deste terceiro eixo da Cúpula dos Povos é também parte da luta contra o desmonte da legislação ambiental que testemunhamos no Brasil, que tanto ameaça o cumprimento da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB). Neste processo de reafirmar conquistas e apresentar suas pautas, os atingidos defendem a construção de um fundo permanente para as populações atingidas e acreditam que “é justo e necessário que as populações, que há décadas são violadas pelo Estado Brasileiro e pelas empresas transnacionais, tenham direito à reparação justa”.

Nas atividades do eixo 3 da Cúpula dos Povos, o MAB aponta as contradições desse modelo que não serve ao povo, propondo uma transição justa que considere os interesses das classes trabalhadoras e das comunidades populares, urbanas e rurais, com os processos decisórios na mão do povo. Na Cúpula, o MAB levará “a denúncia de que a transição energética proposta pelas transnacionais se apresenta como solução para descarbonização, mas interessa ao capital porque amplia novas frentes de acumulação. No capitalismo, não há mudança tecnológica que não vise extrair mais valor”, alerta Dalila.

“É necessário disputar as ideias

A afirmação é de Fabíola Antezana, do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). Para ela, o capital gerou o problema da crise climática e agora apresenta o que considera serem as respostas necessárias para sair dela. “É um jogo de ganha-ganha pelo capital”, afirma.

O risco, segundo ela, é que muitos não conseguem fazer a leitura dessa realidade e podem se deixar convencer pelas falas soluções apresentadas – para as quais a COP30 parece ser espaço privilegiado. Por isso, a urgência é que se faça uma leitura crítica da realidade, mesmo durante a COP e a Cúpula, para que “a partir da contradição, possamos formar lideranças capazes de atuar em prol de uma nova forma de transição justa, popular e inclusiva”.

Os eixos de debate na Cúpula


Foto: Marcelo Aguilar / MAB


Foto: Amanda Paulino / MAB

O Movimento dos Atingidos por Barragens deve levar à Cúpula dos Povos cerca de 1.000 atingidos do Brasil, que se somam aos 200 delegados do IV Encontro Internacional de Comunidades Atingidas por Barragens e Crise Climática. Para os dias de evento em Belém, as 1.099 organizações que compõem a Cúpula articulam uma agenda ampla, dividida em seis eixos centrais. Eles sintetizam o projeto político coletivo e constituem uma agenda de luta dos povos ao redor do mundo.

O primeiro eixo da Cúpula dos Povos pauta a luta em defesa dos territórios e dos direitos dos povos das águas, rios, mares, mangues, florestas, da cidade e do campo. O segundo propõe o enfrentamento a grandes projetos do agronegócio, garantindo reparação histórica, o combate ao racismo ambiental, às falsas soluções e ao poder corporativo. O terceiro, aprofundado neste texto, exige uma transição energética justa e popular, enquanto o quarto eixo reforça a luta contra as opressões, pela democracia e pelo internacionalismo dos povos.

No eixo cinco, a Cúpula pauta as periferias urbanas e o enfrentamento à crise climática nas grandes cidades. E, por fim, no sexto, debate o feminismo popular e a resistência das mulheres nos territórios, também a partir do seu protagonismo nas lutas socioambientais.

Nas próximas semanas, você acompanha no site do MAB as matérias que aprofundam as propostas de debates em cada um dos seis eixos da Cúpula dos Povos.

Coluna Zona Franca

(*) Roberto Kuppê

A necropolítica

E a direita bolsonarista, diante do fracasso das investidas contra o governo Lula nos Estados Unidos, adotou a matança indiscriminada de pessoas para subsidiar a campanha eleitoral de 2026. Quanto mais corpos empilhados, mais votos. Nesse sentido, o professor universitário da UFSCar (Universidade de São Carlos), Vinício Carrilho Martinez, autor do artigo “Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro- O fim do Estado“, fez uma análise para lá de pertinente. Segundo o professor, “a extrema direita, fascista, racista, matou 130 pessoas no RJ para começar sua campanha de 2026. Usaram marketing para estruturar essa reunião de governadores”.

A necropolítica 2

Pode ser uma imagem de texto que diz "A CHACINA foi eleitoreira. *Lula aparece liderando as pesquisas. *Do nada uma operação acontece no Rio. *Morrem mais de 130 pessoas. Acusam o Lula de omissão. *Governadores de direita oferecem ajuda policial ao Governador do Rio."“O intercept também destaca a quantidade de comentários de populares festejando a chacina. Desse modo, a pauta do tarifaço foi substituída pela política de morte planejada pelo Estado. Neste momento, a narrativa fascista, racista e extremamente letal é predominante. Essa chacina vai render muito com os governadores nazis e mostram que o encontro de Lula com Trump saiu de cena. No lugar do tarifaço entraram o discurso e a prática da política que só gera morte. Tanto é assim que todos os líderes do CV procurados conseguiram fugir: a operação vazou horas antes para o comando do tráfico. É claro que muita água vai passar debaixo da ponte do esgoto político, porém, o contragolpe fascista foi dado: vão esticar ao máximo essa política da morte”, segue a análise Vinício Carrilho Martinez.

A necropolítica 3

O governo Cláudio Castro em nada difere do ex-governo Bolsonaro. Enquanto o governo Lula trabalha pelo bem estar da população, Bolsonaro e Cláudio Castro celebram a morte. Durante a pandemia, em vez de lutar pelo povo, Bolsonaro preferiu uma frase que marcou a administração dele: “Eu não sou coveiro”. Já, Castro é adepto de que “bandido bom é bandido morto”.

Consórcio da discórdia

O governador Cláudio Castro não está nem um pouco interessado em aceitar a ajuda do governo federal, mesmo dizendo que sim. Na verdade, a chacina comandada por ele faz parte da campanha dele ao Senado Federal. Pode ser uma imagem de texto que diz "Esses são os governadores que fizeram a carta contra a PEC da segurança pública São vampiros, precisam do Junyuc MV pobre e preto para sobreviver! 冬"Dois dias depois da operação policial mais letal da história do Brasil, Cláudio Castro anunciou a criação de um “consórcio da paz” com governadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A iniciativa, apresentada no Palácio Guanabara, busca, segundo os governadores, integrar ações e compartilhar estrutura entre estados no combate ao crime organizado. O encontro, marcado por críticas ao governo Lula (PT) e à PEC da Segurança Pública, reuniu Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Riedel (PP-MS) e a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP). Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) participou por vídeo; Ratinho Jr. (PSD-PR) alegou compromissos e não compareceu. Castro afirmou que o consórcio terá sede no Rio e funcionará com compartilhamento de inteligência, equipamentos e efetivos. O governador associou a iniciativa a uma defesa da “autonomia dos estados” e criticou normas federais que regulam o uso da força policial. Governadores aliados aproveitaram o encontro para criticar o governo federal e defender atuação mais dura contra facções. Caiado associou o avanço do crime organizado no Rio à ADPF das Favelas, decisão do STF que restringiu operações policiais na pandemia, e classificou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública como tentativa da União de retirar poder dos estados. (Globo)

União dos governadores x Lula

“A união dos governadores na pauta da segurança pública deu fôlego à direita e é motivo de preocupação para o Planalto. A operação policial no Rio reorganiza o grupo político para 2026 e consegue tirar foco de Jair Bolsonaro”. (Roseann Kennedy-Estadão)

Carbono Oculto

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "Quando os ricos fazem a guerra, são os pobres que morrem. Nenhum bandido importante no Brasil mora em uma favela. O Estado engana a população ao concentrar o combate ao crime nas comunidades pobres, enquanto os verdadeiros chefes das facções estão infiltrados em setores econômicos e institucionais. As operações policiais ostensivas realizadas no Rio de Janeiro são "desinteligentes". A única consequência é o pânico na população humilde e trabalhadora. E isso não é culpa da polícia. Ela acaba sendo usada por maus gestores, que inclusive expõem as vidas dos próprios policiais. Ricardo Balestreri, ex-secretário nacional de Segurança Pública"

Ex-secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri reconhece que as facções criminosas exercem ‘poder tirânico’ sobre largas porções do território do Rio, mas afirma que o poder público vem se escorando somente numa lógica de combate, sem dar sequência a iniciativas que poderiam levar à retomada efetiva de territórios. Balestreri enfatiza que combater o crime organizado ‘apenas na favela é enganar a população’. Ele cita como exemplo a operação Carbono Oculto, que mostrou a arrecadação bilionária em setores formais da economia. (O Globo)

PEC da Segurança

A despeito da ação dos governadores, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a PEC da Segurança Pública deve ser votada na comissão especial no início de dezembro. Segundo ele, o relator apresentou um cronograma prevendo a conclusão das audiências públicas e a apreciação do texto na primeira semana do mês. A megaoperação no Rio, que deixou mais de 100 mortos nesta semana, reacendeu o debate sobre a proposta. O relator, Mendonça Filho (União Brasil-PE), afirmou que não há entraves e que deve apresentar uma nova versão do texto na segunda quinzena de novembro. Aprovada na CCJ em julho, a PEC é uma das prioridades do ministro Lewandowski e do governo Lula. (Metrópoles)

PEC da Segurança 2

Integrantes do Executivo intensificaram a campanha em prol da PEC como uma das principais ações para combater o avanço das facções criminosas no país. Desde que foi formulada pela gestão de Lewandowski, há mais de 18 meses, a PEC superou divergências dentro do próprio governo, mas segue combatida pela oposição. (Globo)

Operação Contenção vazada

As forças de segurança do Rio de Janeiro tinham conhecimento de que a Operação Contenção, que acabou como a mais letal da história do Rio, tinha sido vazada quatro horas antes do início da incursão nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. É o que mostra um documento obtido pela Folha. Um registro de ocorrência produzido pelos agentes relata que cerca de 20 homens em motos entraram em confronto com policiais militares em um dos acessos dos conglomerados de favela por volta de 1h de terça. Dois deles foram baleados e encaminhados ao hospital, onde morreram. Antes, os dois teriam se identificado como chefes do Comando Vermelho no Espírito Santo e afirmado aos PMs que estavam fugindo, ao saberem que haveria a operação. Em entrevista, o secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, negou que houve vazamento. (Folha)

Operação Contenção vazada 2

Um vídeo de drone gravado pela polícia mostra o momento em que criminosos fortemente armados se reuniam no alto do Complexo da Penha, antes de fugirem pela mata. As imagens registram 23 homens armados, alguns com roupas camufladas ou com uniformes semelhantes aos dos agentes, o que dificulta a identificação. Em outro momento é possível ver 83 criminosos armados fugindo. A investigação aponta que chefes do tráfico de outros estados, como Goiás, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Amazonas e Pará, estão entre os integrantes do CV flagrados pela câmera. A investigação que levou à ação da polícia também usou vídeos e mensagens interceptados de aplicativos detalhando a atuação do CV nas comunidades. Além da hierarquia da facção, o material traz ordens para torturas de rivais e moradores e favorecimento a policiais. (g1)

CPI do Crime Organizado

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, determinou a instalação na próxima terça-feira (4) da CPI do Crime Organizado (RQS 470/2025). Em resposta à operação policial contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, Davi declarou que “é hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro”. De iniciativa do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a comissão vai investigar o modus operandi, a expansão e o funcionamento de milícias e facções criminosas. O senador Marcos Rogério (PL-RO) espera que a CPI se volte para a atuação desses grupos para além do tráfico de drogas e armas.

Alexandre de Moraes no Rio

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai ao Rio na próxima segunda-feira para se reunir pessoalmente com o governador Cláudio Castro sobre a operação da polícia. A visita ocorre no âmbito da ADPF das Favelas, ação do STF que acompanha a letalidade policial no estado. A expectativa no STF é que a viagem sirva para cobrar o cumprimento das diretrizes já fixadas pela Corte para operações policiais no Rio, além de avaliar eventuais medidas adicionais. O ministro quer que o governo estadual apresente informações completas sobre a ação, como a justificativa formal para o uso da força, o número de agentes mobilizados, os armamentos utilizados e o total de mortos, feridos e detidos. Moraes também requereu detalhes sobre perícia, uso de câmeras corporais, assistência às vítimas e medidas de responsabilização por abusos. (Globo)

Lewandowski

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que o governo federal vai enviar peritos da Polícia Federal para auxiliar o IML carioca na necropsia dos mais de 120 mortos na operação policial nos complexos do Alemão e da Penha. Lewandowski classificou como o primeiro “resultado concreto” do escritório emergencial criado pelo governo federal e pelo governo do Rio. “Vamos enviar 20 peritos da Polícia Federal especializados não só em necropsias, mas também em balística e exames de DNA”, afirmou o ministro. “Já falei com o governador Cláudio Castro, e esse contingente será enviado imediatamente. Há profissionais da PF no Rio que vão se apresentar, e o secretário de Segurança Pública está formalizando o pedido. Esse já é um primeiro resultado.” Além dos peritos da PF, Lewandowski disse que a Força Nacional deverá enviar de 10 a 20 especialistas adicionais, conforme a demanda. (g1)

Direitos Humanos

Em reunião com familiares dos mortos na operação e representantes das comunidades, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, prometeu que o governo federal vai encomendar uma perícia independente para apurar os óbitos. A ministra afirma que “a perícia no local está muito prejudicada” e classifica a ação policial como “um fracasso, uma tragédia, um horror inominável”. Macaé afirma que o combate ao crime organizado deve começar pela cúpula. “Não adianta chegar em nossas comunidades expondo crianças, pessoas idosas e com deficiência a esse pavor”, conclui. (Poder360)

Otoni de Paula

Já o deputado federal e pastor Otoni de Paula (MDB-RJ) acusou o governador Cláudio Castro (PL-RJ) de ter autorizado execuções na operação policial realizada na terça-feira nos complexos da Penha e do Alemão. Segundo Otoni, os policiais agiram com “liberdade para executar”, amparados por uma suposta orientação do governo estadual. Ele classificou a estratégia de levar confrontos para a mata da Serra da Misericórdia como “muro da morte”. E o líder do Comando Vermelho, Marcinho VP, recorreu ao STF para tentar liberar uma entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, da Record. A Justiça Federal de Campo Grande havia negado o pedido, alegando risco de sensacionalismo e falta de interesse público. A defesa de VP argumenta censura prévia. O caso será analisado pelo ministro Flávio Dino, que recebeu pedido de urgência. (Folha)

Estarrecedor

Pode ser uma imagem de textoMetade da ALERJ e 70 deputados federais têm envolvimento com o crime organizado, diz a PF. De acordo com agentes que participam da apuração, há indícios de que organizações criminosas se expandiram a partir da Alerj, alcançando órgãos do governo estadual, municipal e até setores do Judiciário. “Está tudo muito ramificado, por isso, não há interesse em nenhuma das pontas para que as investigações avancem”, disse um dos policiais. Outro investigador acrescentou: “O que temos visto é que há muito, mas muito dinheiro em jogo, com corrupção disseminada.”

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Não por acaso, muitos policiais se referem à Assembleia do Rio como “a casa institucionalizada do crime”, onde as leis são feitas para atender, sobretudo, aos interesses das organizações comandadas por bandidos. “As demandas da população em geral ficam em quinto plano, pois não rendem dinheiro”, diz um agente que mergulhou no assunto.

Estarrecedor 3

A coluna consultou o Chatgpt que confirmou a informação: A informação de que “metade da ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) tem envolvimento com o crime organizado” foi, de fato, apontada pela Polícia Federal (PF) com base em dados levantados durante as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Vários veículos de imprensa noticiaram essa conclusão da PF em março de 2024 (e novamente em outubro de 2025, em republicações). 

Ofensiva contra mentiras de bolsonaristas

O presidente Lula (PT) determinou que seus ministros entrem em campo nas redes sociais para desmontar, ponto a ponto, as narrativas que tentam vincular o Palácio do Planalto à operação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro nesta semana. A ordem é clara: confrontar diretamente o governador Cláudio Castro e aliados bolsonaristas que, segundo o Planalto, formam um complô para jogar a responsabilidade em relação ao massacre sobre governo federal, sendo que tal natureza de atividade policial, pela Constituição, é atribuição exclusiva do estado.

Ofensiva contra mentiras de bolsonaristas 2

Lula cobrou que a mensagem chegue ao cidadão comum de forma cristalina: o governo federal nunca foi solicitado formalmente para atuar na segurança fluminense. Ou seja, não houve pedido, não houve colaboração, portanto, não houve omissão. Aliás, houve, sim, foi uma tentativa de manipulação. A estratégia será massiva nas plataformas digitais, onde o PT já identificou que 45% dos comentários sobre a operação policial aprovam a ação, embora no próprio Rio a rejeição predomine entre a população. (Revista Forum)

Confúcio cobra união contra o crime organizado

Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (29), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) alertou para a crise da segurança pública no país. Ele afirmou que a falta de integração entre as forças do Estado compromete a capacidade de enfrentar o crime organizado, que tem expandido a atuação em diferentes regiões do Brasil. — É como se estivéssemos em um jogo desigual: eles com a tecnologia e nós com a burocracia. Basta olhar o que está acontecendo agora no Rio de Janeiro, em outros estados da Federação e em várias outras regiões do país. O Comando Vermelho se expandiu como rede empresarial, estruturada, conectada, com ramificações interestaduais e até internacionais. O crime age com coordenação e inteligência financeira, movimentando valores vultosos, que o Estado, por incrível que pareça, ainda não consegue rastrear com eficiência — disse.

Confúcio cobra união contra o crime organizado 2

O senador defendeu a integração entre escolas, forças de segurança e comunidade local. Também afirmou que apenas uma política de Estado séria e permanente poderá reverter o quadro atual. Para ele, é urgente reconstruir os laços de proteção que garantem que a educação seja prioridade nacional.— A quem dirijo o meu discurso? Eu o dirijo a todos. Eu o dirijo à sociedade brasileira, porque a sociedade, de fora para dentro, pode ser um fator decisivo de rebeldia e de indignação. Chegou a hora de a sociedade protestar ativamente, para que as crianças sejam protegidas e as escolas defendidas — declarou.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Necropolítica e luta de classes no Rio de Janeiro- O fim do Estado

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 Vinício Carrilho Martinez

 A chacina ou o massacre – como se queira chamar – levados a cabo pelas forças policiais do Rio de Janeiro, a mando do Governador do Estado, no dia 28 de outubro, pode e deve ser visto como crime e atrocidade do Poder Público. Contudo, deve ser avaliado com lentes multifocais – especialmente para sairmos um pouco do senso comum, da luta ideológica em torno das narrativas ideológicas e da luta eleitoral que já se pronunciou.

O que já se sabe, com certeza, é que se ultrapassou o número de mortos do Carandiru, em São Paulo. O episódio paulista foi de tão extremada gravidade que impulsionou a geração do PCC, e que hoje já atua no formato de máfia. A operação deflagrada na Faria Lima, em busca de lavagem de dinheiro no centro econômico do país, é suficiente para esclarecer o que é o modelo de máfia.

Enquanto o CV investe em disputa e controle territorial, com muito armamento pesado e confronto direito com rivais do crime organizado e a própria polícia, o PCC em São Paulo é hegemônico – isto quer dizer que, sem “inimigos” aptos em seu território, o PCC evita o confronto direto.

No modelo de máfia, o PCC emprega seus recursos menos em armas do que em fundos e empresas listadas na Bolsa de Valores, por exemplo. Além disso, o PCC investe em inversão de capitais, como na aquisição (ou roubo) de lojas de marca, postos de gasolina, empresas diversas, propriedades rurais e até mesmo em usinas alcooleiras. Talvez venham dessas usinas as mortes por metanol mais recentes.

Em parte, isso explica porque as ações e os confrontos entre o CV e as forças policiais geram chacinas como essa, porque outras facções criminosas também disputam o controle territorial.

Do que decorre uma outra parte da análise: o Estado perdeu essa luta ou guerra faz muito tempo. A origem do alegado “problema geográfico” – presente no RJ e ausente em SP – remonta ao recorte da luta de classes no Rio de Janeiro, quando as elites dominantes empurraram forçosamente as populações pobres, sobretudo, negros recém libertos, para os morros. Assim, as elites se apossaram em definitivo do centro territorial e das regiões mais privilegiadas, com acesso às melhores praias e belezas naturais.

O Estado perdeu essa guerra quando iniciou uma batalha feroz pela criminalização do povo pobre, negro e oprimido. Quando, no plano nacional, mantinha-se o famigerado “crime de vadiagem” – tipologia que jamais alcançou os filhos das tais elites, por mais que fossem ociosos e desapegados de qualquer responsabilidade social.

O crime de vadiagem, por óbvio, sempre vitimou (vitima) os pobres que não tinham (tem) empregos fixos e regulares. Uma outra amostragem disso se verifica quando o policiamento exige que a pessoa apresente sua carteira de trabalho: o documento indicaria que aquele indivíduo, se tivesse registro, não seria um “vadio” (hoje a polícia chama de “vagabundo”). Em tempos digitais, a polícia logo apreende o celular.

É óbvio que isso exemplifica o racismo institucional, uma vez que nunca se pede a carteira de trabalho para os filhos brancos das elites. Mas, além disso, nos esclarece que a luta de classes no Brasil tem que ser vista a partir das condições raciais, propriamente racistas. Só podemos entender a dinâmica do capital por meio desse recorte racista. Tanto é assim que impera, inclusive economicamente, um Pensamento Escravista – sendo formado pela junção do racismo exuberante (institucional, social) e a exploração do trabalho análogo à escravidão[1].

Isso colabora para entendermos essas ações tão letais do Poder Público: há uma perspectiva profundamente elitista e racista. Lembrando-se que esse modus operandi policial não é exclusividade do Rio de Janeiro, posto que é operado em maior ou menor escala, igualmente, em São Paulo, na Bahia, em Goiás, no Ceará e em outros Estados brasileiros. Definitivamente, no Brasil, a luta de classes se alimenta do ódio social, racial, misógino, homofóbico, pedófilo, elitista e fascista[2].

O que se denominou, teoricamente, de Necropolítica – muitas vezes com imprecisão conceitual[3] –, no Brasil, pela leitura das Ciências Sociais se define como uma ferrenha, intestina, luta de classes racista. Não se costuma enveredar muito por esse caminho (como desbravou Florestan Fernandes) porque quando se trata de luta de classes – para além da morbidade deste ou daquele agente público às voltas com suas chacinas – a questão é remetida para o “depois do epifenômeno”, para aquilo que só se vê sob o uso do “método a contrapelos”.

Com essa leitura a contrapelos, outro fator para nossa análise que se desdobra desse morticínio no Rio de Janeiro (mais de 134 pessoas, em menos de 15 horas de confronto[4]) nos revela uma guerra civil[5] – em curso há muito tempo. Há muitas provas que cabem nesta avaliação da luta de classes racista que se amotinou enquanto guerra civil: os armamentos de guerra, os indescritíveis níveis de violência e crueldade, a letalidade programada, o tratamento brutal e específico dado aos “inimigos”, o recorte absurdamente evidente entre brancos e negros (não-brancos) e ricos e pobres.

Porém, o aspecto que se destaca no miolo disso tudo e nos traz de volta ao Estado é identificado como a perda da soberania legislativa, por parte do Poder Público[6]: quem define as regras e suas exceções nas comunidades, morros e favelas ocupadas e controladas pelo crime organizado não é o Estado Democrático de Direito[7]. As regras que vigem sob a Lei do mais forte, sob a orquestração do crime organizado, são as que definimos democraticamente como exceções, privações, destituições, abusos e corrupções do sentido público.

É muito fácil perceber que quem diz o que é certo e errado, o que pode ou não pode ser feito, é o crime organizado, ou seja, as regras de organização do poder, as normas de convivência social não são definidas pelo Estado, mas sim pelas facções e grupos organizados para o cometimento dos piores crimes (hediondos, assim como são hediondas as chacinas públicas). Neste caso, a conclusão é simples: soberania legislativa[8] mudou de mãos.

É óbvio, portanto, que desse modo o “poder decisional” – e que inclui o direito de vida e morte – não tem mais os limites legais, constitucionais[9], não mais se reconhece como público, não se valida como legitimamente constituído e, a partir daí, passa a reinar a Lei do mais forte (neste caso, a lei do capital que abastece e oxigena o crime organizado).

Desse modo, já concluindo, dizemos que, com isso, o Estado perde por completo o domínio territorial, a soberania territorial e simbólica naquelas áreas. Não são apenas “rivais” do Estado os que decidem contra a vida daquelas pessoas todos os dias, com seus fuzis de guerra, são definitivamente inimigos do Estado. No entanto, note-se, sem glamour nenhum, que os inimigos do Estado são abertamente os inimigos daquelas populações – usem ou não fardamentos[10], usem ou não gravatas.

Possivelmente já esteja claro nesta análise, entretanto, destaquemos que não há pendores para esse tipo de morticínio estatal e muito menos para a ação dos mais violentos grupos e organizações criminosas que colonizam as comunidades pobres do Rio de Janeiro e de qualquer localidade brasileira[11] – quem busca glamour na Lei do mais forte capital criminoso veja o que é o conhecido Tribunal do Crime.

Afinal de contas, são os reféns da violência estatal e da brutalização imposta pelo crime organizado quem sofre diretamente com essa mudança radical da soberania territorial e legislativa. São os que mais sofrem, os atingidos de uma forma ou de outra, os que, provavelmente, não terão a oportunidade de ler esse texto, assim como seus filhos e filhas estão proibidos de irem à escola.

Sob o escrutínio da Lei do mais forte, do capital que pertence aos grupos e às organizações criminosas, não se encontram os Princípios Gerais do Direito, os direitos humanos e sequer se pronuncia a dignidade humana[12].

No nosso caso, o pior está em pensar que as mortandades vão continuar a ocorrer, com mais ou menos vítimas, porque a guerra civil no meio da luta de classes racista está só no alvorecer pós-moderno. O Estado aplaudirá sua própria barbárie por muito tempo ainda[13].

 

 

[1]  Nas suas múltiplas formas: trabalho propriamente escravo (vide o Rock in Rio de 2025), uberização, precarização absoluta do Mundo do Trabalho (pejotização, exploração de terceirizados e estagiários, mormente no setor público), expropriação do trabalho infantil, adultização. Essas formações sociais de organização pós-modernas (neoliberais, neocoloniais), em conluio com as formas pré-capitalistas de organização e de expropriação da força de trabalho, mostram que o Brasil vive os dilemas do século XXI associados a restos históricos do período colonial: o futuro é sempre incerto. Certeza mesmo nós temos é de que o presente é o passado presente (MARX, Karl. Formações Econômicas Pré-capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991).

[2] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Fascismo Nacional – Necrofascismo. Curitiba: Brazil Publishing, 2020.

[3] A contabilização de um milhão de presos no Brasil, por óbvio, em si já credencia o funcionamento do sistema panóptico de exclusão, encarceramento e punição social e racista; porém, não está legalizado o Apartheid – e isso traz uma atenção quanto aos conceitos (MBEMBE, Achile. Necropolítica. São Paulo: N1 Edições, 2018). No mesmo sentido, apesar do encarceramento social e racial, extensivo e massivo (uma fábrica de repressão racista), o sistema panóptico do Estado Penal não está plenamente ajuizado no país – o que nos leva a outro cuidado conceitual (LOIC, Wacquant. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. 2ª ed. – Rio de Janeiro: Revan, 2003).

[4] Apurar e responsabilizar os agentes e as autoridades públicas pelos homicídios é uma obrigação pública e, se condenados, devem receber as penas mais severas que o suporte legal do Estado Democrático de Direito permitir. Entretanto, o fato mais mórbido, por sua vez, é que, enquanto miolo político e ideológico (cultural) da luta de classes racista, sequestrado pelas elites incultas, o Estado brasileiro é programado para a repetição desses mesmos crimes sociais e raciais. Veremos morbidades como essa muitas vezes.

[5] Eufemisticamente se chama a guerra civil de “guerras assimétricas de rua”; no entanto, isso produz o mesmo efeito escapista (ideologia farsesca) de quando se referencia o trabalho escravo por seu apelido: “exploração do trabalho análogo à escravidão”. Quando, na prática, se não são apenas modismos são ideologias farsescas – no Brasil são modismos mórbidos.

[6] Na versão clássica de Zippelius, corresponde ao Estado de Direito: “a obrigação de criar e manter determinadas instituições públicas” (ZIPPELIUS, Reinhold. Teoria Geral do Estado. 3ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997, p. 377).

[7] CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 4. ed. Lisboa-Portugal: Almedina, 1990.

[8] “a Constituição designa o conjunto de normas jurídicas que definem os órgãos supremos do Estado, determinam a forma de sua criação, sua relação recíproca e seu âmbito de atuação, como também fixam a posição do indivíduo em relação ao poder do Estado” (PEÑA, Guilherme. Direito Constitucional – Teoria da Constituição. Rio de Janeiro: Lumem Júris, 2003, p. 61).

[9] JELLINEK, Georg. Teoria General del Estado. México: Fondo de Cultura Económica, 2000.

[10] Aliás, neste cenário de guerra civil, muitos associados às organizações criminosas utilizam “coletes táticos”, como se fossem membros integrantes de forças militares regulares.

[11] Cabe sempre lembrar que “é crime a advocacia do crime”: uma coisa é defender pessoas associadas, outra bem diferente é defender essas organizações.

[12] LUÑO, Antonio Enrique Pérez. Derechos humanos, Estado de Derecho y Constitucion. (8ª ed.). Madrid : Editorial Tecnos, 2003.

[13] Após minuto de silêncio, deputados aplaudem morte de “bandidos” no RJ: https://share.google/hwQWWfDTjK5hh4qMX. Acesso em 30/10/2025.

Mãe espera há dois dias na porta do IML para ver corpo do filho, resgatado em região de mata no Complexo da Penha

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No pátio do Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, uma mãe segura firme a camisa preta que trouxe do Espírito Santo. É a mesma que pretende usar para cobrir o corpo do filho, ainda não liberado. Fabiana Martins está há mais de 48 horas em frente ao prédio, esperando para ver Fabian Alves Martins, de 22 anos, um dos 117 mortos na operação mais letal da história do Rio , ocorrida nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital. O cadáver dele foi um dos retirados da região de mata conhecida como Vacaria. Segundo as autoridades de segurança cariocas, todos os mortos tinham envolvimento com o tráfico de drogas.

— Meu filho deve estar em decomposição e não me deixam vê-lo. Estou aqui desde ontem. Só queremos levar ele para casa — disse Fabiana, com a voz embargada.

A família viajou de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo, para o Rio assim que recebeu fotos e vídeos do corpo de Fabian. Segundo os parentes, o jovem foi morto com um tiro na nuca.

— O mal dele era ser muito fiel aos amigos. Eu não conheço esses amigos dele. Mas o Fabian era bobo, trabalhava, e a nossa família não precisa de dinheiro. Não somos ricos, mas também não precisávamos de nada — contou a mãe.

Fabian morava com os pais no Espírito Santo e trabalhava com forro de PVC na empresa Divilar Decorações, no estado capixaba. De acordo com parentes, ele tinha vindo ao Rio para visitar amigos e a namorada, que mora na Penha.

— Muito trabalhador, ele fazia de tudo naquela empresa. Aqui, conheceu a namorada e uns amigos que a gente nem sabe quem são, disse Eduardo, colega de trabalho do jovem.

Ao lado do marido, Marcelo Martins, e da filha, Fabiana tenta respostas. Mas, segundo ela, o processo de reconhecimento e liberação dos corpos é lento e confuso.

— Meu filho está aqui já tem dois dias e ninguém nem deixa a gente reconhecer. Queremos levar ele pra casa, desabafou Marcelo.

Em frente ao IML, Fabiana se ajoelha por um instante e segura a camisa do filho contra o peito.

— Meu filho está pelado aí. Eu trouxe essa camisa para ele. Ele é meu filho! — gritou, chorando.

A mãe afirma ter recebido fotos e vídeos que mostram o corpo de Fabian entre os mortos levados para a praça da Penha na quarta-feira. Ela diz que o filho apresentava perfurações nas mãos e um tiro na nuca.

— Isso não é coisa de policial. Policial dá tiro na perna, não faz isso. Ele foi esfaqueado, deve ter sido pelos criminosos que estavam lá — disse.

Um representante do IML informou à família que o processo de reconhecimento pode levar até sete dias, devido ao estado dos corpos e à complexidade da operação.

33 dos 113 presos vieram de outros estados

 

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, pelo menos 33 dos 113 presos durante a operação são de outros estados. Só para o Pará, a Justiça expediu cerca de 30 mandados de prisão.

A ação, que deixou 121 mortos — entre eles quatro policiais — foi planejada por cerca de 60 dias e teve como um dos diferenciais o chamado “muro do Bope”, estrutura que bloqueou as rotas de fuga pela mata entre as comunidades do Alemão e da Penha.

— Antes dessa operação, até o final de setembro, só a Polícia Civil havia apreendido 449 lideranças de fora do estado em cerca de um ano, fora a Polícia Militar, que também prendeu centenas — afirmou Curi.

Segundo ele, o dado reforça que parte dos integrantes do Comando Vermelho no Rio veio de fora do estado para reforçar a atuação da facção na capital.

Os números da operação

  • 118 armas apreendidas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver
  • 14 artefatos explosivos apreendidos
  • 113 presos
  • 10 adolescentes apreendidos
  • quatro policiais mortos
  • 13 policiais feridos
  • 117 pessoas mortas, todas apontadas como suspeitas de tráfico pela polícia

Extra Globo

Mortes começaram antes de operação em favelas no Rio, mostra documento

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As forças de segurança do Rio de Janeiro sabiam que a operação policial realizada na terça (28) havia vazado horas antes de sua execução. Um documento obtido pela Folha de S.Paulo mostra que, por volta da 1h da manhã, quatro horas antes do início oficial da incursão nos complexos do Alemão e da Penha, policiais já haviam se envolvido em confrontos armados com criminosos alertados sobre a ação.

Naquele momento, cerca de 20 homens em motocicletas entraram em confronto com agentes em um dos acessos aos conglomerados de favela. Dois deles foram atingidos e morreram posteriormente no Hospital Salgado Filho. O episódio, segundo os próprios registros policiais, foi o primeiro indício de que o plano da operação havia sido comprometido.

De acordo com o documento, os policiais militares realizavam patrulhamento de rotina na Estrada Ademar Bibiano, em Del Castilho, quando se depararam com o grupo de motociclistas saindo do Complexo do Alemão. Ao perceberem a viatura, os suspeitos fugiram em direção à Avenida Itaoca, disparando contra os agentes.

O confronto se estendeu até as imediações da estação de Bonsucesso, da SuperVia. No local, três policiais, um subtenente e dois sargentos, revidaram com 25 disparos de fuzil. “Após estabilização do terreno, os PMs fizeram um 360º e localizaram os referidos homens baleados/feridos, sendo que um portava um fuzil Taurus T4 cal 5.56 e o outro uma pistola Glock 9mm, além de três granadas caseiras”, diz o registro.

Os policiais afirmaram que os dois feridos “ainda apresentavam sinais vitais” e foram levados ao hospital, onde morreram. Eles ainda não haviam sido identificados até a publicação do documento. Antes de morrer, ambos se apresentaram como chefes do Comando Vermelho no Espírito Santo.

Corpos de homens que morreram durante operação no Rio de Janeiro. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress

“Vale ressaltar que os criminosos informaram que eram oriundos do Espírito Santo, onde eram lideranças da facção Comando Vermelho daquela unidade da federação. Disseram também que estavam saindo do Cpx [complexo] do Alemão, por conta da informação vazada de que haveria operação policial nas comunidades daquele complexo”, registraram os agentes.

Mesmo após saber do vazamento, as forças de segurança mantiveram a operação, que começou por volta das 6h. A ação, batizada de “Operação Contenção”, reuniu cerca de 2.500 policiais e terminou como a mais letal da história do Rio de Janeiro, com 121 mortos, segundo dados do governo do estado.

Inicialmente, o governo Cláudio Castro (PL) havia divulgado o número de 64 mortos. Moradores, no entanto, relataram desde cedo que dezenas de corpos foram retirados de áreas de mata e levados a uma praça no Complexo da Penha. As imagens circularam nas redes sociais, pressionando o governo a revisar os números.

A Secretaria de Segurança atualizou o balanço para 121 mortos, incluindo quatro policiais. O governo afirma que todos os mortos, exceto os agentes, eram suspeitos de envolvimento com o tráfico.

Diario do Centro do Mundo

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Testemunhas denunciam execuções e torturas no Rio: “carnificina”

Coluna Zona Franca,,,,,,,,, Foi um massacre o que ocorreu na última terça-feira na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro. 2500 policiais não foram cumprir nenhum mandado judicial. Foram cumprir várias sentenças de pena de morte. 2500 policiais não entraram na comunidade para conversar. Entraram para matar!

Coluna Zona Franca

 

Testemunhas denunciam execuções e torturas no Rio: “carnificina”

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Operação Contenção contabiliza 121 mortos

operação policial realizada nesta terça-feira (28) contra o tráfico de drogas nos complexos da Penha e do Alemão, zona norte da cidade do Rio de Janeiro, foi marcada por execuções e torturas e classificadas como carnificina por moradores, parentes dos mortos e pela Associação de Moradores do Parque Proletário da Penha.

A reportagem da Agência Brasil esteve no local e entrevistou testemunhas que tentaram socorrer as vítimas nas primeiras horas ou ajudaram na remoção dos corpos. Segundo a contagem oficial do governo do estado, são ao menos 119 vítimas. É a operação mais letal da história da capital fluminense.

Para impedir a fuga dos suspeitos, a estratégia das polícias foi invadir as comunidades e montar “um muro” com agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), bloqueando a fuga pelo alto da mata que circunda as duas comunidades. No local, segundo os relatos, se deu o confronto mais violento, com sinais de tortura e execução de dezenas de corpos resgatados e dispostos na manhã de hoje em frente à associação comunitária, na Praça São Lucas, na localidade conhecida por Vila Cruzeiro.

” A gente ouviu os gritos e pedidos de socorro e subiu para ajudar. Eu moro perto. Entrei na mata 3h da manhã.”, contou um morador. O homem, de 25 anos, que preferiu não se identificar, contou que, naquele momento, a polícia ainda estava no local e tentou impedir a ajuda.

“Eles não paravam de dar tiro, tacar bomba de gás [lacrimogêneo] e, em muitos momentos, a gente teve que se proteger. Eles dando tiro, a gente se escondendo no meio dos corpos para prosseguir”, relatou.

A testemunha esteve, mais cedo, no Instituto Médico-Legal (IML) para tentar liberar o corpo de um primo, morto na operação. Na tentativa de socorro, o homem revelou que o cenário na mata era desolador.

“A gente encontrou muitos mortos sem camisa, fuzilados, com mãos e dedos decepados e também decapitados. Eu vi bem uma cabeça que estava entre os galhos de uma árvore e o corpo jogado no chão”, disse.

Ele mostrou à reportagem o vídeo da vítima encontrada nessas condições, identificada como Ravel. Fotógrafos que estiveram na área mais cedo também encontraram vítimas mortas com a cabeça cortada por faca.

Segundo a testemunha, os moradores que participaram do resgate acessaram ainda celulares encontrados no local ou receberam áudios das vítimas contando que tinham se rendido, antes da execução, contrariando a versão do governo do estado de que os mortos foram vitimados em confronto.

“Vocês viram os vídeos dos meninos saindo do bunker, ontem, se entregando? Eles não são um terço dos que se entregaram. Teve gente que pediu perdão, se ajoelhou, jogou os fuzis, mas foi morta”.

O presidente da associação comunitária de Parque Proletário, Erivelton Vidal Correa, em entrevista na sede da entidade, na Penha, confirmou o depoimento da testemunha ouvida pela Agência Brasil e disse que desde às 19h da noite de terça, as famílias tentavam subir a mata para ajudar as vítimas. Ele avaliou que, se o socorro tivesse chegado antes, possivelmente, o número de mortos poderia ter sido menor.

A entidade chegou a levar seis baleados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, ontem, mas eles chegaram mortos à unidade.

“Retiramos um total de 80 corpos da área conhecida como Mata da Pedreira, com o nosso sistema, nossa mão de obra. Pedimos aos moradores que trouxessem lençóis, toalha, canga, o que tivessem, para ajudar com as remoções”, contou Correa.

Tortura

O presidente da associação também confirmou os sinais de tortura e execuções: “Muitos corpos deformados, com perfurações no rosto, perfurações de faca, cortes de digitais, dois corpos decapitados, a maioria dos corpos não tinha face, essa era a condição”. Entre eles, o de dois irmãos manauaras. “Eles foram mortos abraçados com um tiro na cara cada um e tiveram as digitais cortadas”.

Segundo Correa, durante todo o período de 11 anos que esteve na associação da Penha, nunca tinha se deparado com cenário tão violento. “Foi uma arbitrariedade muito grande. A gente sabe que o Estado tem que trabalhar, mas trabalhar direito, o que aconteceu aqui foi um genocídio, uma carnificina”, disse.

“Eu não estou aqui para falar das escolhas de vida de cada um. Não estou aqui para falar nem mal, nem bem, da polícia ou do tráfico. Agora, todos os corpos que nós pegamos ali, antes, eles estavam vivos nas mãos deles [da polícia]. Eles podiam prender, mas não, mataram e largaram no mato”.

Essa é a mesma opinião de Paula*, uma moradora que acompanhou a chegada dos corpos à sede da associação. “Foi um esculacho desnecessário. Se eles [polícia] vieram para fazer busca e apreensão, tinham que ter feito, e não matar a facada, tirar a cabeça, além dos policiais, os que estavam aqui também têm família, mãe, pai, esposa, filhos. E foram encontrados neste estado”, disse.

Entre as vítimas, além de suspeitos de tráfico de drogas, Vidal Correa denuncia que há moradores.

“São pessoas daquela região, que a gente chama de ‘lá de trás’ e que criavam cavalos. Eles vão no mato buscar comida para os animais. Então, infelizmente, estavam no momento errado, na hora errada e sofreram perdendo a vida”, denunciou. “Esperamos que isso seja esclarecido”, completou. Hoje mesmo o IML começou o reconhecimento e liberou os primeiros corpos para enterro.

Perguntado sobre a razão de a polícia ter optado por deixar as vítimas mortas no local e até impedido o socorro, Vidal acredita que a opção foi para não gerar provas. “Se levassem para o hospital ou chamado a delegacia, ia comprovar o genocídio. Era mais conveniente largar para trás”, completou.

Agência Brasil também ouviu o dono de uma agência funerária que atua na comunidade há 22 anos. Fernando Argivaes coordenou um grupo de seis pessoas que ajudou no resgate e deu o mesmo relato: “O estado dos corpos é precário. Foi uma verdadeira chacina, uma carnificina”, disse. Eles encontraram pessoas mortas na mata, entre as pedras e chegaram a usar uma escada de eletricista. “Os corpos ficaram lá no meio do mato, na pedreira, gente que foi executada no local, pela maneira que foi, não foi auto de resistência (em confronto). Estavam escondidos e foram executados quando encontrados.

Foi Fernando que chegou ao corpo dos dois irmãos de Manaus mortos abraçados e fez a remoção. Ele informou que haverá o traslado dos mortos, assim que houver a liberação pelo IML. A maior parte dos corpos deve ser liberada somente amanhã (30), a partir da identificação pela Polícia Civil.

Mães de mortos também questionaram a operação e denunciaram execuções de rendidos. “Está ouvindo os tiros?”, pergunta Elizângela Silva à reportagem, enquanto exibe um vídeo de celular gravado de dentro da mata. “Eles estavam vivos quando a gente tentou subir a mata e a polícia jogou tiro contra nós”. Ela é vizinha da mãe de uma das vítimas. “O menino pediu ajuda de manhã: ‘mãe, me ajuda, pelo amor de Deus’, mas chegou de noite, eles pegaram e mataram todos que estavam lá”. Outras mães também denunciaram arbitrariedade contra jovens que já tinham se rendido.

Operação Contenção

A Operação Contenção, realizada pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, deixou 119 mortos, sendo 115 civis e quatro policiais, de acordo com o último balanço. O governo do estado considerou a operação “um sucesso” e afirmou que as pessoas mortas reagiram com violência à operação, e aqueles que se entregaram foram presos. No total, foram feitas 113 prisões.

A operação contou com um efetivo de 2,5 mil policiais e é a maior realizada no estado nos últimos 15 anos. Os confrontos e as ações de retaliação de criminosos geraram pânico em toda a cidade, com intenso tiroteio, fechando as principais vias, escolas, comércios e postos de saúde.

Na coletiva de imprensa, durante a tarde, na Cidade de Polícia, o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, disse que os policiais seguiram as normas vigentes e que os desvios serão apurados. “O que as famílias falam, reclamam, denunciam, claro que são objeto de declarações junto às delegacias e foram instalados inquéritos para apurar esses confrontos, mas deixando claro que em todos esses inquéritos os polícias são vítimas, autores são os criminosos”, declarou, negando as execuções.

* Nome fictício para preservar a identidade da vítima.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Massacre na favela

Pode ser uma imagem de texto que diz "o QUE ACONTECEU NO COMPLEXO DO ALEMÃO E DA PENHA TEM NOME: CHACINA!"É disso que se trata. Foi um massacre o que ocorreu na última terça-feira na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro. 2500 policiais não foram cumprir nenhum mandado judicial. Foram cumprir várias sentenças de pena de morte. 2500 policiais não entraram na comunidade para conversar. Entraram para matar! No Brasil só existe pena de morte para bandidos pés de chinelo. Cláudio Castro (PL), líder maior da necropolítica no Brasil, comandou a operação policial mais letal, cruel e desastrosa já realizada no Rio de Janeiro.

Massacre na favela 2

Moradores do Complexo do Alemão relataram momentos de terror e revolta após a ação, que deixou mais de 120 mortos, segundo estimativas. Entre as vozes que se destacaram está a de Tharsiellen Teixeira, moradora da comunidade, que expressou profunda indignação com a situação. Segundo ela, corpos foram encontrados pela própria população, sem que tivessem sido contabilizados oficialmente pelas forças de segurança.

Massacre na favela 3

De acordo com relatos de moradoras que falaram com a reportagem e aparecem em vídeos divulgados nas redes sociais, policiais não tentaram prender suspeitos que teriam se rendido, mas sim entraram na comunidade para “destruir famílias”, preferindo, segundo elas, “tirar as vidas” dos homens que encontravam pela frente. As mulheres também acusam os agentes de deixarem os mortos sem documentos, mochilas, roupas e telefones, o que, segundo elas, dificulta o reconhecimento e o contato com as famílias das vítimas.

Massacre na favela 4

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "yago yagoravel ravel Amigos NGP 868 FP"Este é Yago Ravel, 19. Foi encontrado morto decapitado. O corpo de um lado, cabeça pendurada numa árvore. Que crime hediondo teria cometido um jovem de apenas 19 anos para receber uma pena de morte medieval, tendo a cabeça decapitada? Este articulista considera o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tão cruel quanto o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Massacre na favela 5

“Arrancaram a cabeça do meu sobrinho e colocaram numa árvore. Deixaram o corpo do meu sobrinho em um lado e a cabeça em outro. Agora eu te pergunto: se isso é um policiamento treinado para uma operação?”, disse a cuidadora de idosos e manicure Beatriz Cristina Dias Nolasco, moradora do Complexo do Alemão, enquanto aguardava para fazer o reconhecimento do corpo do sobrinho. Para Yago Ravel ser morto desta maneira, só pode ter sido colocado de joelhos e um policial ter passado a faca no pescoço dele, como se costuma fazer no mundo árabe. Segundo a tia, Yago era mototaxista e tinha uma filha de 2 anos e, segundo ela, não morava no morro do Alemão. Ele havia ido até lá para visitar a avó e desapareceu após tentar retornar para a casa da mãe, no momento em que a operação começou.

Mais que no Massacre do Carandiru

O que parecia ser apenas mais um capítulo brutal da crescente violência do Rio de Janeiro se transformou em um momento histórico da brutalidade policial no Brasil. Quando o dia nasceu, mais corpos começaram a ser retirados das regiões de mata no entorno dos complexos do Alemão e da Penha, áreas da Zona Norte carioca controladas pelo Comando Vermelho. Ao final da manhã, dezenas de cadáveres aguardavam, enfileirados, para serem recolhidos ao Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Quando a noite finalmente caiu sobre a Baía da Guanabara já se contavam 121 mortes, incluindo quatro agentes que participaram da mais violenta operação policial da história do Brasil. Até essa semana, policiais só haviam matado mais no Massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos em uma operação policial no antigo presídio da região Norte de São Paulo, em 1992. Os números, no entanto, não são definitivos e não há ainda dados concretos que comprovem que as vítimas eram, de fato, criminosos, de acordo com a defensoria pública do Rio. A estimativa é de que o número de vítimas pode passar de 130 pessoas. (UOL)

Cláudio Castro comemorou

Pode ser uma imagem de texto que diz "Esses são os governadores que fizeram a carta contra a PEC da E! segurança pública 3)"Independentemente do choque causado pela matança na Zona Norte carioca e das denúncias de abusos policiais desta terça-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou o resultado obtido pela operação que deixou 119 pessoas mortas. “De vítimas lá só tivemos os policiais”, disse o governador, eleito na esteira da onda bolsonarista de 2018 que pregava uma ação mais violenta contra os criminosos das favelas cariocas. Castro deu a declaração em um encontro com governadores de direita por videoconferência. Entre eles estavam os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). (Globo)

Ricardo Lewandowski

Ainda sem saber exatamente como reagir, o governo federal enviou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para se encontrar com Castro. Depois de uma reunião no Palácio Guanabara, Lewandowski e Castro anunciaram a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado no estado. O núcleo será coordenado pelo secretário de Segurança, Victor Santos, e terá atuação conjunta entre forças estaduais e federais. O encontro discutiu ações contra o Comando Vermelho, além do uso do termo “narcoterrorismo” pelo governo fluminense e da possibilidade de solicitar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — algo que Castro disse não considerar necessário no momento. “O objetivo é tomar decisões rápidas, sem criar uma estrutura burocrática, até que a crise seja superada”, disse o ministro. Ele afirmou também que o escritório servirá como um embrião da PEC da Segurança Pública, que ainda será votada no Congresso. (g1)

Ricardo Lewandowski 2

Para conter o ódio do governador Cláudio Castro contra a população pobre e negra das favelas do Rio de Janeiro, o governo Lula está fazendo uma intervenção branca na segurança pública do estado. É necessário que se afaste peremptoriamente o governador Cláudio Castro de suas funções. Que haja intervenção geral no governo do Rio de Janeiro.

Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador Cláudio Castro, apresente informações detalhadas sobre a operação policial desta terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha. Moraes assumiu a relatoria do caso de forma interina, já que o processo, anteriormente conduzido por Luís Roberto Barroso, está temporariamente sem relator. A ordem foi expedida no contexto da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que trata da letalidade policial no Rio de Janeiro. Embora o STF já tenha reconhecido parte do plano estadual de redução de mortes em ações policiais, a Corte impôs uma série de medidas estruturais e permanentes ao governo fluminense para controle da violência policial. (Estadão)

Andrei Passos

Já o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, admitiu nesta quarta-feira que a PM do Rio consultou a corporação sobre a possibilidade dos federais participarem da operação, mas a avaliação foi que não caberia a entrada da PF. “A partir da análise do planejamento operacional, nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, afirmou. O presidente Lula ficou irritado com a declaração de Rodrigues, mas decidiu não se pronunciar sobre a operação policial no Rio para evitar acirrar a disputa política e porque, como informa Vera Magalhães, pesquisas internas apontam apoio popular à ação da polícia. (Globo)

CPI do Crime Organizado 

E a crise carioca também virou o assunto principal em Brasília. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não perdeu tempo e já anunciou que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada na semana que vem. A decisão ocorre um dia após a megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do estado, com mais de 120 mortos. “Determinei a instalação da CPI do Crime Organizado para a próxima terça-feira, em entendimento com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE)”, afirmou Alcolumbre em nota oficial. Segundo ele, a comissão terá como objetivo investigar a estrutura, a expansão e o funcionamento de facções criminosas e milícias no país. “É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, completou. (g1)

    Não falha!

Pode ser uma imagem de texto que diz "Bolsonaro Armou os traficantes. o MILICIANO ARMOU TRAFICANTES POR 4 ANOS E DIZ QUE A CULPA DA VIOLÊNCIA NO RJ É DO LULA o ESTADO DO RJ É GOVERNADO POR BOLSONARISTAS HÁ MAIS DE 20 ANOS"Alguém “surpreso”? Informação da Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, no programa “O Assunto” com a Natura Nery. A maioria dos fuzis apreendidos com os bandidos são o 5.56 e o 7.62, que foram autorizadas para compra para os civis pela lei de armamento do desgoverno Bolsonaro, ou seja, armas desviadas por CACs para o crime organizado. A medida só fortaleceu o crime.

Pedido de prisão

Comissão de Direitos Humanos da Câmara envia à PGR pedido de prisão preventiva do governador do Rio, Cláudio Castro, em razão da operação que deixou mais de 130 mortos.

Governo Lula lança vídeo detonando chacina no Rio

Após anunciar, nesta quarta-feira (29), uma parceria com o governo do Rio de Janeiro para instalar um escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou, na noite de quarta-feira (29), um vídeo em que critica a operação policial comandada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que deixou mais de 120 mortos na última terça (28).

“Mais inteligência e menos sangue”

O vídeo, intitulado “Explicando a operação policial no Rio de Janeiro com… inteligência”, reconhece o medo da população diante do crime organizado, mas argumenta que matar criminosos não resolve o problema. Em tom pedagógico, o governo afirma que o crime “destrói famílias, oprime moradores e espalha drogas e violências nas cidades”, mas ressalta que “matar 120 pessoas não adianta nada. Mesmo se forem todos bandidos, amanhã tem outros 120 fazendo o trabalho”. Com tom irônico, o vídeo acrescenta que é preciso “mirar na cabeça, mas não de pessoas”, explicando que o combate eficaz deve atacar “o cérebro e o coração” das organizações criminosas. Como exemplo, menciona uma operação do Ministério Público e da Receita Federal, realizada em agosto, contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis e no mercado financeiro.

“Combate ao crime, para funcionar, precisa de mais inteligência e menos sangue”, conclui o vídeo.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Educação e Sociedade: Sociologia Política da Educação

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O leitor terá a seguir apresentação do mais recente livro de Vinício Carrilho Martinez, professor titular da Universidade Federal de São Carlos. Acessível no link abaixo, na versão impressa e digital – ao preço de um dólar:

MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Educação e Sociedade*: Sociologia Política da Educação. São Carlos: Amazon, 2025. Disponível em: https://www.amazon.com.br/dp/B0FXSXHN7R.

APRESENTAÇÃO – Sociologia Política da Educação

Educação, política e emancipação social; a articulação entre esses três é o cerne deste livro. Trabalho intelectual de grande fôlego, esta obra constata que vivemos sob a constante ameaça de um Estado de Exceção normalizado, no qual a aparência de democracia oculta práticas excludentes e autoritárias. A despeito das potencialidades da Constituição Federal de 1988, o autor afirma que a democracia brasileira permanecerá incompleta e vulnerável enquanto não houver uma autoeducação das massas exploradas, que desdobre em uma revolução cultural.

Resultado de pesquisa de pós-doutorado do autor Vinício Carrilho Martinez, a reflexão apresentada nas páginas a seguir recupera a essencialidade da consciência crítica e coletiva prevista por Paulo Freire – uma autoeducação voltada à descompressão, concepção basilar desta obra. Como sinalizado no prólogo pelo supervisor da pesquisa, Prof. Marcos Del Roio (UNESP/Marília-SP), o livro transita entre a Filosofia da Educação e a Filosofia do Direito.

Martinez apresenta desde o início o problema que será o fio condutor do livro: a tensão entre autonomia e institucionalidade. Dentro de uma estrutura em que a institucionalidade é mantida pelo Estado com a limitação da liberdade, a autonomia é condição para a humanização. O que se propõe é um olhar dialético sobre esse paradoxo, argumento apresentado na Introdução da obra. É central, desde já, o papel da autoeducação política como instrumento de libertação: contra as estruturas externas e objetivas de opressão e contra o opressor interno que cada um carrega dentro de si. A descompressão é um movimento paralelamente social e subjetivo.

A Parte I – Da dinâmica e dos processos investigativos, traz o questionamento: “Se toda regra tem uma exceção, qual a regra da exceção?”. À luz dessa questão, Martinez afirma que no Brasil contemporâneo o Estado de Exceção tem se configurado como um modo recorrente de governar, a exemplo do golpe sofrido pela presidenta Dilma Roussef em 2016 e a tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro de 2023 – expressões da exceção mascarada, dissimulada de legalidade. O contraponto é uma educação para descompressão – antirracista, antifascista e constitucional. Inspirada na educação libertadora de Paulo Freire, uma educação orientada à justiça social, à igualdade e à equidade, um caminho para a negação da negação, que recuse a “normalização da exceção”.

Os capítulos seguintes da Parte I dialogam fortemente com Freire, tanto em Pedagogia do Oprimido quanto em Pedagogia da Autonomia. Assim, a educação como prática de liberdade, que promove a transição da ingenuidade à criticidade, se contrapõe à prática de dominação característica da educação bancária. A autoeducação política proposta por Martinez é um processo histórico e coletivo, asserção que se sustenta na máxima freireana de que “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Na mesma via, retoma-se o “medo à liberdade” para aprofundar a ideia de uma educação para além da exceção.

Na seção Da Institucionalidade o autor discute a questão da legitimidade: institucionalidade e normalização são distintos, a primeira pode ser tanto instrumento de dominação quanto de justiça, dependendo de quem a exerce e em nome de quais juízos. Não são nas elites nem nas burocracias de Estado que se encontrará essa legitimidade, nem nas novas formas de dominação capitalista (uberização, precarização das relações sociais) que reproduzem o Estado de Exceção (sob aparência de normalidade democrática). Aqui a potência do livro de Vinício Carrilho Martinez: a reflexão teórica até então apresentada conduz à constatação de que é nas classes subalternas, nos sujeitos oprimidos que lutam pela própria descompressão, que se encontrará a legitimidade.

A Parte II – A insubmissão: o desejo incontrolável pela liberdade traz outro tronco de autores para debater as possibilidades de resistência e emancipação. Inspirado na hegemonia proposta por Gramsci, Martinez defende que a luta pela descompressão passa, acima de tudo, por uma organização política e revolução cultural que corporifique o povo – negro, pobre, oprimido – em torno de um projeto político. O eixo nesta parte do livro é a constituição de uma nova subjetividade política; é a síntese do sentido político da obra como um todo: só com auto-organização, consciência crítica e práxis que se alcançará a emancipação. Nesse processo, a educação é o próprio campo de batalha da transformação social (simbólico e material).

O que o leitor tem diante de si é uma escrita densa, as vezes ensaística, mas sempre firmemente compromissada ética e politicamente com os grupos subalternos. O conceito de autoeducação política para a descompressão proposto por Vinício Carrilho Martinez carrega sua originalidade na integração entre as dimensões estruturais, institucionais e subjetivas da opressão. Ainda, a crítica à “normalização da exceção” possibilita uma análise incisiva da democracia contemporânea.

Em Sociologia Política da Educação desvela-se a permanência do Estado de Exceção como regra. O diagnóstico central do autor ilumina, dentre tantos outros casos, a chacina no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, que ocorreu em outubro de 2025. O massacre foi justificado como “combate ao crime”, o extermínio entendido como rotina administrativa e a violência do Estado contra corpos negros e pobres naturalizada. É a legitimação da morte sob a forma da lei, a normalização da exceção, que Martinez denuncia e propõe enfrentar a partir da educação política e da consciência crítica. Portanto, esta obra não é apenas um tratado teórico, mas um apelo ético à resistência e à reconstrução da democracia a partir das margens.

Boa leitura.

Tainá Reis.

Doutora em Sociologia.

Docente da Universidade do Estado da Bahia

CPI do Crime Organizado será instalada na terça-feira, informa Davi

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, informou que a CPI do Crime Organizado será instalada na terça-feira (4). Segundo Davi, a decisão foi tomada em entendimento com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), proponente da comissão.

Por meio de suas redes sociais, Davi lembrou que a CPI vai apurar a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado, com foco na atuação de milícias e facções. Na visão do presidente, “é hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”.

A decisão de Davi vem no encalço de uma operação das Polícias Militar e Civil nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, nessa terça-feira (28), como forma de enfrentamento de grupos do crime organizado. O governo do estado informou mais de 100 prisões e 119 mortos na operação.

PEC da Segurança

O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), criticou o governo federal, que, segundo ele, não teria atendido a pedidos do governo do Rio de Janeiro para a operação. Na visão do senador, não é a PEC da Segurança (PEC 18/2025) que vai resolver o problema, pois a proposta daria uma espécie de domínio para o governo federal. A proposta foi entregue ao Congresso Nacional em abril e aguarda votação na Câmara dos Deputados.

Rogério Marinho disse que o presidente Lula tem “uma visão bizarra” sobre segurança pública que “tem muito mais a ver com a proteção aos criminosos” e com “o desprezo pelos direitos da sociedade brasileira”.

— O que está acontecendo no Rio de Janeiro é uma ponta de iceberg. Nós lamentamos a letalidade, que morram tantas pessoas. Mas você imaginar que vai imaginar que vai chegar em territórios faccionados para prender líderes, não vai acontecer — registrou Marinho.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) criticou o que chamou de falta de política de Estado. Ele disse achar difícil que a PEC da Segurança Pública seja aprovada da forma como foi enviada pelo governo, pois o que “o governo quer é criar uma polícia deles”.

— A gente precisa tomar muito cuidado. O tráfico está tomando conta por falta de política pública — declarou.

Terror

Por outro lado, a senadora Teresa Leitão (PT-PE) afirmou que a operação policial no Rio de Janeiro, que ela classificou como a mais letal da história, mostra a necessidade de aprovação urgente da PEC da Segurança. Pelo X (antigo Twitter), a senadora registrou que “trabalhadoras e trabalhadores moram nas favelas e vivem aterrorizados com o crime organizado e a atuação das milícias”.  Na opinião da senadora, “garantir a vida e a segurança deve ser interesse de todos. A morte e o terror jamais devem ser banalizados”.

O senador Humberto Costa (PT-PE) também foi a X para dizer que a população do Rio não pode ser refém de um terror que se disfarça de “combate ao crime”. De acordo com o senador, “enquanto a segurança colapsa, o governo estadual se esconde em discursos políticos, falhando mais uma vez com quem mais precisa de proteção”.

Fonte: Agência Senado

Inteligência degenerativa

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Por Vinício Carrilho Martinez

Em algum momento da história, mais ou menos recente, surgiu uma espécie de teoria – um teorema, sem uma exata verificação dos fatos – ou ideologia, mas não era empregada no sentido antagônico à verdade, um apanhado de ideias viscerais (militância incontrolada pela razão), e, sim, correspondia a uma visão de mundo, uma cosmovisão e, por isso, mantinha uma boa dose de idealismo (não se refere aqui à ingenuidade): um conjunto de ideias positivas, mas com uma base significativa de ideal inalcançado. Esse ideário dizia algo como: “a tecnologia deve estar a serviço da Humanidade”. Era (ou é) mais uma expectativa do que uma fantasia. Pois bem, esse é o grande problema, porque nem a tecnologia está postada, destinada, a produzir o bem à humanidade, como, menos ainda, está a ciência que a chancela.

A primeira parte dessa questão deveria ser tomada a partir da distinção entre técnica e tecnologia: a imensa maioria das análises acerca dos impactos sociais provocados pela tecnologia confunde, (propositalmente?), as duas construções humanas. O distanciamento basilar está na essência histórica, ontológica, que cada uma dessas composições congrega:

  • A técnica sempre foi aliada da Humanidade, aliás, sem a invenção da técnica (ou descoberta – como no caso do manejo do fogo) não estaríamos aqui agora falando sobre isso. A Humanidade como a conhecemos, o Homo sapiens sapiens (o humano que sabe ser capaz de pensar a si, ao contexto e aos seus próprios pensamentos) é produto milenar da junção (sem hierarquia) entre técnica, arte e política[1]. Entendendo-se a política como o “fazer-se política”, pois se faz política e é feito/a por ela, concomitantemente[2]. A técnica, neste contexto inaugural (já não era primal, em relação à Humanidade), estava presente tanto na produção de artifícios quanto de artefatos. A invenção ou o aprimoramento, diversificação do manejo e uso martelo é um caso emblemático, pois sua empunhadura implica em fazer uso de ferramenta de trabalho e produção, assim como pode ser uma arma perigosa, ou, ainda, um objeto esportivo (lembremos do arremesso de martelo nas Olímpiadas e que, de fato, reproduzem antigos gestos de arremesso de pesos na arte da guerra[3]). Agora, se o jogarmos nas Fossas Marianas, por mais estiloso e funcional que possa ser, o martelo perderá todo o seu significado. De qualquer modo, para o bem ou para o mal (guerra), esse artefato (e a produção técnica envolvida) sempre esteve sob a condução humana. Não se tratava apenas de consciência sobre o uso, mas, sobretudo, de conhecimento técnico (algo semelhante aos domínios dos antigos artesãos, para exemplificar). Esse pode ser o recorte que traz clara distinção acerca do próprio conceito de tecnologia.
  • Na técnica, o controle do processo é humano, na tecnologia, gradativamente, acentuadamente, o controle humano vai se esvaindo. O que antes implicava na autonomia e na possibilidade de emancipação dos produtores, trabalhadores, artesãos, mestres de oficina, passa a ser alienado (retirado do controle humano) por meio a imposição das sucessivas formas de substituição da técnica por algum nível de automação, replicação, reprodução. Isso desde o mais incipiente substituto do domínio sobre o conhecimento técnico, até as fases atuais e agudas de total alienação humana do processo produtivo: o Homo faber[4] é o tipo conclusivo dessa imagem de perda do controle da produção do conhecimento técnico que projetamos. Uma forma de ilustração disso estaria na comparação entre a prensa de Gutemberg e o chat GPT. É óbvio que ninguém se imagina produzindo e imprimindo seus registros numa prensa do século XV; porém, o que se esquecem de nos dizer é que, Gutemberg tinha pleno domínio sobre seu conhecimento técnico (e assim fazia política), ao passo que a Inteligência Artificial “pensa por nós”: sabemos que não se dá desse modo, mas a título de comparação é ilustrativo[5].

 

Desse modo, a maior diferença entre técnica e tecnologia está na arquitetura da autonomia e da possível emancipação humana (sob a técnica) e, inversamente, na afirmação hegemônica da alienação e perda de controle humano (com a hegemonia tecnológica). E com isso temos a primeira conclusão antecipada: ao contrário do que queria crer o ideário que listamos no início, a tecnologia jamais teve o propósito da satisfação humana. A tecnologia é um produto do capitalismo, assim como se deu com as Caravelas do Colonialismo. É certo que o aprimoramento da bússola se deu nesta fase inicial do sistema capitalista, no entanto, quando a bússola passou a ser empregada com a finalidade de expandir o capital, ela, a bússola, deixou de ser uma mera bússola (artefato técnico), à medida em que transformava em instrumento capitalista: extrator da condição humana – muito amplificado, como sabemos, pelo escravismo que se seguiu à Expansão Ultramarina.

As atualidades tecnológicas, mormente motivadas pelo fascínio com a Inteligência Artificial – apelidada falsamente (ideologia farsesca) de “inteligência generativa”, de algo capaz de gerar alguma coisa[6] – é, na expressão mais correta, uma tecnologia degenerativa. Nós simplesmente abdicamos de sermos humanos, transferindo-lhe tarefas que são inerentes à condição humana[7] – quer dizer, é condição sine qua non ao fazer-se humano. Disso resulta a abdicação mais plena do “fazer-se política”. Como é que se pode aventar cidadania, capacidade cognitiva aplicada à política (emancipação), autonomia (capacidade de decisão) se transferimos o “fazer-se política” para uma inteligência degenerativa das essenciais condicionantes humanas[8]?

É precisamente o caso da Albânia[9], ao entronizar pela primeira vez na história da degradação humana uma Primeira Ministra de IA. Então, é chegada a hora em que a IA já recebeu o passaporte da produção artística, do manejo econômico[10], do controle sobre o conhecimento técnico (máquinas projetam máquinas) e, por fim, agora lhe transferimos a capacidade decisional. Isto quer dizer que abdicamos, espontaneamente, do exercício do poder, pois, em síntese, o poder equivale à capacidade de decidir – e nisto se avoluma a ideia da emancipação: quem decide o que, quando, porque, para quem (contra quem), de que como?

Se é outrem quem tem essas normativas – incluindo-se a soberania legislativa: quem define o que é exceção e o que é regra –, por óbvio, jogamos à crítica roedora dos ratos qualquer lapso de emancipação. Nosso esforço pela desumanização nunca foi tão volumoso e assertivo: estamos conseguindo!

[1] LÉVI-STRAUSS, C.  O Pensamento Selvagem. Campinas, SP: Papirus, 1989.

[2] MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Educação e Sociedade*: Sociologia Política da Educação. São Carlos: Amazon, 2025. Disponível em: https://www.amazon.com.br/dp/B0FXSXHN7R.

[3] LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.

[4] Não parece ser à toa, mera casualidade, que Gramsci associou a emancipação, a libertação e afirmação humana à simetria entre o pensamento e a ação, o saber e o fazer, como ligação substantiva que é a primazia do “saber-fazer”. O intelectual orgânico é o humano emancipado, plenamente constituído em sua humanidade, livre dos parcelamentos e das asfixias controlativas do sistema produtivo, pois, o grifo vai para a junção entre o Homo fazer e o Homo sapiens: “Não há atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção de mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para suscitar novas maneiras de pensar” (GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. V. 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, p. 52-3).

[5] No ritmo atual do Capitalismo digital e do ponto de vista conceitual, metodológico, faz tempo que somos capazes de produzir decupagens impressionantes, todavia, foi na mesma velocidade que perdemos a habilidade da serendipidade e da bricolagem.

[6] Por enquanto a IA não gera nada, ela apenas se apropria do nosso esforço, trabalho e engenho postados na Internet. Promove o pior tipo de apropriação possível (como apropriação indébita), do que não lhe pertence, fazendo uma síntese, buscando nosso extrato humano, e colocando à venda (para nós) o que nós fizemos e lhe transmitimos gratuitamente.

[7] “Com a expressão vita activa, pretendo designar três atividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação […] A ação, única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao fato de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especialmente a condição – não apenas a conditio sine qua non, mas a conditio per quam – de toda vida política. Assim, o idioma dos romanos – talvez o povo mais político que conhecemos – empregava como sinônimas as expressões <viver> e <estar entre os homens> (inter homines esse), ou <morrer> e <deixar de estar entre os homens> (inter homines esse desinere)” (ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991, p. 15).

[8] “Portanto, o que constitui propriamente o cidadão, sua qualidade verdadeiramente característica, é o direito de voto nas Assembleias e de participação no exercício do poder público em sua pátria” (ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 36).

[9] https://canaltech.com.br/inteligencia-artificial/diella-1a-ministra-de-ia-do-mundo-esta-gravida-de-83-filhos-anuncia-albania/. Acesso em 29/10/2025.

[10] https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx2706j8lzlo. Essa demanda do Bot milionário faz relembrar um dos robôs de Asimov, n’O homem bicentenário, quando se põe numa súplica exasperante por se humanizar: “Podia ser livre, mas no fundo tinha um programa muito minucioso em relação ao seu comportamento com as pessoas humanas e só ousava avançar com passos bem tímidos; retrocedia meses quando encontrava franca desaprovação. Nem todos aceitavam a liberdade de Andrew. Era incapaz de ficar ressentido com isso e no entanto sentia certa dificuldade no seu processo de raciocínio quando pensava no assunto” (ASIMOV, Isaac. O homem bicentenário. Porto Alegre: L&PM, 1997, p. 31). Ao contrário de nós, que fazemos tudo ao nosso alcance para nos desumanizarmos: “Nos tempos modernos, metaforicamente, a IA corresponde mais a Hall, Exterminador do Futuro, Blade Runner, do que aos Tempos Modernos: Chaplin é o perfeito desenho do início do século XX, da industrialização incipiente advinda da 2ª Revolução Industrial e que, obviamente, não poderia espelhar a automação que se faria nos 50 anos seguintes” (MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Educação para além da exceção*: Educação para além do capital; Educação após Auschwiz, e depois de Gaza; Educação em Direitos Humanos; Educação Constitucional. 499 p. 2025. Tese [Título de Professor Titular] – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2025, p. 250).

Sobe para 134 o número de mortos em chacina policial no Rio

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Os próprios moradores retiraram ao menos 50 corpos de uma região de mata

O número de mortos na operação policial no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, subiu para 134 após moradores encontrarem dezenas de corpos em uma área de mata na manhã desta quarta-feira (29). A ação, considerada a mais letal da história do estado, foi realizada um dia antes e deixou a comunidade em estado de choque.

De acordo com a advogada Flávia Fróes, que acompanhou a remoção dos corpos deixados pela chacina do governo Cláudio Castro (PL), muitos apresentavam sinais de execução. “Alguns deles têm marcas de tiros na nuca, facadas nas costas e ferimentos nas pernas”, relatou à Folha.

A defensora classificou a ação policial como “o maior massacre da história do Rio de Janeiro” e defendeu a intervenção de peritos internacionais. “A situação exige a presença da Comissão Interamericana de Direitos Humanos”, afirmou.

O cenário descrito pelos moradores é de horror. Um dos corpos estava sem cabeça, cuja parte foi trazida em uma sacola. Um homem que ajudava na remoção gritou: “é um de cabelo vermelho”, enquanto segurava o corpo que ainda tinha as mãos fechadas, agarradas à grama.

 

Crianças participaram da retirada das vítimas, incluindo um menino de cerca de nove anos. Uma mulher gritava em desespero: “polícia assassina, cadê meu filho?”.

“Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”, declarou em entrevista ao G1 o ativista Raull Santiago, que ajudou no resgate.

Segundo ele, os corpos levados à praça não estão na contagem oficial dos 64 mortos divulgada pelo governo estadual. Caso sejam confirmadas as novas mortes, o total de vítimas pode ultrapassar 100.

O governo do Rio havia informado que 60 criminosos e quatro policiais morreram durante a operação, mas o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, reconheceu que os corpos encontrados na Praça São Lucas não constam da lista oficial. “Haverá uma perícia para confirmar se há relação entre essas mortes e a operação”, disse.

O traslado dos corpos, segundo os moradores, teve o objetivo de facilitar o reconhecimento por familiares. Ao amanhecer, mulheres choravam e se abraçavam diante dos cadáveres enfileirados.

 

“Meu filho”, gritava uma delas ao reconhecer o corpo. Em meio a fotógrafos e cinegrafistas, as imagens revelaram um cenário descrito por testemunhas como “uma cena que entra para a história de terror do Brasil”.

A Polícia Civil informou que o atendimento às famílias para o reconhecimento das vítimas será feito no prédio do Detran, ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), a partir das 8h. Durante esse período, o acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público, responsáveis pelos exames periciais. As necropsias de casos sem relação com a operação serão realizadas no IML de Niterói.

Mais cedo, moradores também levaram seis corpos em uma Kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O veículo chegou em alta velocidade, deixou os corpos na entrada e saiu rapidamente do local.

De acordo com informações publicadas pela Agenda do Poder, os próprios moradores retiraram ao menos 50 corpos da mata, localizada na Serra da Misericórdia, epicentro dos confrontos. Fontes ouvidas pela publicação afirmam que o número de mortos pode ultrapassar 100, enquanto os dados oficiais do governo estadual ainda registram 64 óbitos confirmados. Os corpos foram levados para a Praça São Lucas, na Estrada João Lucas, uma das principais vias da região.

Segundo testemunhas, ainda há vítimas na localidade conhecida como Vacaria, outro ponto de intensos tiroteios durante a operação. O ativista Raull Santiago, que ajudou nas buscas e na retirada dos corpos, relatou nas redes sociais a dimensão da tragédia. “Mais lonas foram esticadas para dar conta dos corpos que estão sendo encontrados”, escreveu, ao publicar uma imagem mostrando a cena desoladora na comunidade.

Quatro policiais estão entre as vítimas fatais, e outros nove ficaram feridos. As autoridades afirmam que a operação tinha como alvo o cumprimento de cem mandados de prisão contra integrantes do crime organizado, entre eles Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho nas ruas. O Disque Denúncia anunciou uma recompensa de R$ 100 mil por informações sobre o paradeiro do criminoso — o maior valor oferecido desde o caso de Fernandinho Beira-Mar, preso em 2001.

A repercussão do episódio gerou forte reação política e institucional. A Defensoria Pública denunciou supostas violações de direitos humanos e abusos cometidos durante a operação. O governo federal decidiu enviar uma comitiva ao Rio para discutir medidas de segurança pública, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocar uma reunião de emergência com a cúpula ministerial. Já a Câmara dos Deputados antecipou a votação da PEC da Segurança, diante da escalada da violência.

O governador Cláudio Castro solicitou o envio de dez líderes de facções presos para penitenciárias de segurança máxima, pedido que foi atendido pelo governo federal.

No cenário internacional, o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos manifestou preocupação com a operação. “Estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro”, afirmou a entidade em comunicado publicado nas redes sociais. A Human Rights Watch também condenou a ação, defendendo uma mudança estrutural na política de segurança do estado. “O Rio precisa de uma nova política de segurança pública, que pare de estimular confrontos que vitimizam moradores e policiais”, declarou a organização.

Do Brasil 247 e  DCM

Coluna Zona Franca

PEC da Segurança

Dos mesmos diretores de “Obrigado Trump, pela reeleição de Lula”, vem aí, “Obrigado Cláudio Castro, pela aprovação relâmpago da PEC da Segurança”. É o que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (União Brasil-UPr), disse após o evento catastrófico no Rio de Janeiro. Assim que chegar às mãos dele, a PEC da Segurança será pautada imediatamente.

PEC da Segurança 2

Governadores da direita, inclusive o governador do Rio de Janeiro, são contra essa PEC por, segundo eles, interferirem nas atribuições do governo estadual. Hipócritas. No primeiro momento de aflição, o primeiro ente que eles chamam é o governo federal. Não há como excluir o governo federal das ações contra o crime organizado.

Rio de mortes

Até para o Rio de Janeiro, tão acostumado com a violência cotidiana que volta e meia faz lembrar uma guerra, a operação policial desta terça-feira contra o Comando Vermelho foi um choque. Nunca na história a entrada da polícia nas favelas deixou tantos mortos e nunca a reação do crime organizado atingiu tantos pontos da cidade ao mesmo tempo. Ao todo, 64 pessoas foram mortas, outras 80 estão presas. Pelo menos quatro policiais perderam a vida nos confrontos. Diversas pessoas foram baleadas em meio aos confrontos, sendo 15 policiais e ao menos três moradores. A ação, resultado de um ano de investigações de acordo com as forças de segurança do Rio, mobilizou 2.500 agentes, além do Ministério Público, que, oficialmente, cumpriam mandados de busca e apreensão, visando desarticular lideranças do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão. Em resposta, os criminosos utilizaram drones para atacar a megaoperação. Mais de cem linhas de ônibus tiveram itinerários alterados, vias expressas foram interditadas e aulas foram canceladas por conta da violência. (UOL)

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A Operação Contenção apreendeu 96 fuzis, segundo balanço parcial das autoridades, chegando à marca de 686 em 2025, um novo recorde anual no estado. Na semana passada, o Instituto de Segurança Pública (ISP) já havia registrado a marca de 593 fuzis apreendidos entre janeiro e setembro deste ano, o maior número da série histórica do ISP, iniciada em 2007. (g1) Charge do Orlando

Rio de mortes 3

Cálculos do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), apontam que a megaoperação na Zona Norte do Rio foi a mais letal do estado até hoje, superando uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021, que causou 28 óbitos. Aliás, os morros da Penha e do Alemão são os mais afetados por ações mortais da polícia. Em 2022, duas operações mataram 23 pessoas na Penha, em maio, e outras 17 no Alemão em julho, além de outras 19 em junho de 2007. (CNN Brasil)

Rio de mortes 4

A ação policial se assemelha a uma guerra civil até na tática. Além de drones e ambulâncias do grupamento de Salvamento e Resgate, os agentes contavam com 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição. Já os traficantes usaram drones para lançar granadas contra equipes das forças especiais da Core e do Bope, além de armamento pesado, como fuzis. Veja em gráficos como foi a megaoperação desta terça-feira. (Globo)

Cláudio Castro mentiu

Pode ser uma imagem de texto que diz "METRÓPOLES "Não preciso que ninguém entre com polícia nova no Rio", diz governador "Eu não preciso que ninguém entre com polícia nova no Rio. A minha polícia está estruturada. Eu preciso que os outros entes façam a sua parte para que 0 meu trabalho dê resultado", declarou Castro em entrevista ao Metrópoles, nesta quarta feira (12/3). MENTIROSO!!! NÃO QuIS AJUDA DO MINISTERIO DA JUSTIÇA m00"Enquanto os corpos ainda estavam sendo recolhidos das ruas e vielas das favelas da Zona Norte, uma outra guerra se desenrolava entre o Palácio das Laranjeiras, sede do governo do Rio, e o Palácio do Planalto. Diante do caos causado pela operação policial, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), tentou repassar a responsabilidade para o governo federal. De acordo com Castro, Brasília não quis apoiar a operação ao se negar a enviar blindados para apoiar a invasão das áreas comandadas pelo CV. Desmentido tanto pelo Ministério da Defesa quanto pelo Ministério da Justiça, o governador alegou ter sido mal interpretado. Em telefonema para a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Castro disse que não disse o que disse na coletiva de imprensa. “Gleisi, quem está falando isso não ouviu minha fala”, disse ele à ministra. (Globo)

Cláudio Castro mentiu 2

Pode ser uma imagem de texto que diz "o RIO DE JANEIRO TEM: 1 governador do PL 3 senadores do PL 10 Dep. Federais do PL 18 Dep. Estaduais do PL Mas eles querem que você acredite que a Culpa é do P"O disse-me-disse do governador carioca, amplamente divulgado nas redes sociais da extrema direita, não parece ter convencido Brasília. Coube ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, as críticas mais intensas a Cláudio Castro. De acordo com o ministro, Castro deve tomar uma posição concreta sobre suas responsabilidades. “Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e pedir GLO ou intervenção federal”, afirmou o ministro. Em ambos os casos, o Rio passaria por uma intervenção federal, como ocorreu sob o governo Michel Temer, quando o general Braga Netto assumiu a segurança do Rio em 2018. (Folha)

Cláudio Castro mentiu 3

Depois dos bate-bocas virtuais o governo federal decidiu agir de forma institucional enviando uma comitiva até o Rio para discutir a questão da segurança. A decisão foi tomada após uma reunião de aproximadamente duas horas no Palácio do Planalto, convocada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin. A delegação deve incluir Lewandowski; o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; e o diretor-executivo da Polícia Federal, William Marcel Murad. O Palácio do Planalto pretende estabelecer linhas de atuação conjunta e formular uma resposta política e operacional para a atual crise na segurança fluminense. Integrantes do governo avaliam ainda que o cenário pode fortalecer o debate da PEC da Segurança no Congresso. (CNN Brasil)

                                    Culpa do eleitor

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "Esse é o governador do RJ Cláudio Castro (PL) junto com TH Joias, preso por fornecer as armas do Comando Vermelho. A Operação Desastrosa de hoje, que que causou dezenas de mortes e deixou O povo sitiado, é um teatro macabro de um governador aliado de traficante, desesperado pela baixa popularidade. ጠ O' BAHaИ a tubek adidas"Boa parte da culpa pela criminalidade no Rio de Janeiro é do eleitor que vota em representantes do crime organizado. A Assembleia Legislativa e a Câmara dos Vereadores do Rio estão cheias de políticos bandidos eleitos pelo povo pobre favelado. Os bandidos não deixam candidatos de bem fazer campanhas nas comunidades. Exemplo disso é a prisão recente de um deputado estadual do PL que foi preso. Amiguinho de Cláudio Castro.

                                   Cadáveres na rua

Comunidade amanhece no Rio com corpos mortos em fileira após o assasinato de 64 pessoas pelas forças policiais do RJ - 29/10/2025O Rio de Janeiro amanheceu nesta quarta-feira (29), após a megaoperação policial que massacrou ao menos 100 pessoas em comunidades pobres, com fileiras intermináveis de corpos de pessoas assassinadas pelas forças policiais do estado, nas ruas. O ato é um aparente protesto contra a brutalidade policial e a violência de Estado, de acordo com a mídia. Segundo a CNN Brasil, moradores se reuniram em torno de uma fila de corpos estendidos em uma lona na Praça da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O jornal O Globo informou nesta quarta-feira que a população do Rio levou os corpos de 40 cidadãos assassinados pelo governador Cláudio Castro (PL) para a praça pública.  Testemunhas afirmam ao portal Metrópoles que alguns corpos apresentam marcas de tiros, perfurações por faca nas costas e ferimentos nas pernas. Do Brasil247.

Popularidade na lona

“Com a popularidade na lona e o futuro político incerto, Cláudio Castro renovou a aposta no bangue-bangue. Na legenda do vídeo que festejou a matança, ele emulou Donald Trump ao falar em ‘narcoterrorismo’ e prometeu continuar ‘enfrentando de frente (sic) os vagabundos’”. (Bernardo Mello Franco-Globo)

Chuva de verão

“A violência no Rio parece uma chuva de verão. Quando engrossa, as pessoas evitam sair de casa para não ficarem presas num alagamento, mas depois a vida volta ao normal. Pouca gente faz de conta que se importa com a parte esquecida pela sociedade, aquela que mais sofre com o abandono e a insegurança. Todos à espera de que a chuva passe, os corpos sejam recolhidos e o sangue seque”. (Mariliz Pereira Jorge-Folha)

Frase desastrosa

Lula vive um dos melhores momentos de imagem do seu governo — e justamente com quem menos se esperava: Donald Trump. Mas uma frase desastrosa sobre traficantes serem vítimas de usuários de drogas revela a urgência de Lula se atualizar no assunto segurança pública. E a megaoperação do Rio reforça como esse tema vai ser, de longe, o mais importante da disputa eleitoral. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)

 

Derrota de Donald Trump

Por 52 votos a 48, o Senado dos EUA derrubou a emergência econômica nacional determinada pelo presidente Donald Trump para impor uma tarifa de 40% sobre centenas de produtos brasileiros. Somando os 10% das chamadas “tarifas recíprocas” anunciadas em abril, a sobretaxa total do Brasil chega a 50% atualmente. A decisão dos parlamentares não significa, porém, uma mudança nessas tarifas: para ter esse efeito, a resolução precisaria ser votada pela Câmara, o que não deverá acontecer. No entendimento da maioria dos senadores, o presidente Trump extrapolou seus poderes constitucionais ao sobretaxar o Brasil. (UOL)

Emendas de comissão

Com o ano eleitoral à porta e precisando aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo cedeu à pressão do Congresso e destravou a liberação das emendas de comissão. De acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), o valor pago passou de R$ 391 milhões na sexta-feira para R$ 1,013 bilhão nesta segunda-feira — um salto de 159%. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia cobrado pessoalmente do presidente Lula o estabelecimento de um calendário de liberação dessas emendas, diante das reclamações de parlamentares. (Globo)

Estados Unidos contra tráfico de drogas

Os Estados Unidos intensificaram sua campanha militar contra embarcações acusadas de tráfico de drogas no litoral da América Central e do Sul, com novos ataques nesta que deixaram 14 mortos, informou o secretário de Defesa, Pete Hegseth. As ações, realizadas na segunda-feira em águas internacionais, elevaram para 57 o número de mortos desde setembro, quando a operação foi iniciada. Segundo autoridades militares americanas, três ataques atingiram quatro barcos no Pacífico Oriental, em rotas conhecidas do narcotráfico. O governo Trump tem deslocado progressivamente o foco das operações do Caribe — próximo à Venezuela — para o Pacífico, perto da Colômbia. O Pentágono também confirmou que bombardeiros estratégicos B-1 e B-52 voaram recentemente em espaço aéreo internacional próximo ao território venezuelano, em demonstrações de força contra o governo de Nicolás Maduro. (New York Times)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Lewandowski: ou Castro assume sua responsabilidade ou pede GLO

Ministro da Justiça cobra ação do governador do Rio e diz que o Estado “será engolido pelo crime” se nada for feito

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, precisa “assumir as suas responsabilidades” diante da crise de segurança pública que se agrava no estado. Caso contrário, deve admitir que perdeu o controle e solicitar formalmente uma intervenção federal, um estado de sítio ou a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

De acordo com reportagem da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Lewandowski declarou que, se o governador não conseguir enfrentar o avanço do crime organizado, “tem que jogar a toalha e pedir GLO ou intervenção federal”. O ministro advertiu: “Ou ele faz isso, se não conseguir enfrentar, ou vai ser engolido pelo crime.”

Lewandowski destacou que medidas como a intervenção ou a GLO são “excepcionais e gravíssimas”, pois “substituem a legalidade ordinária pela legalidade extraordinária”. Ainda assim, reforçou que o ideal seria que o próprio governo estadual conseguisse restabelecer a ordem. Segundo ele, o que ocorre atualmente no Rio é “uma loucura”. “Guerra civil e força bruta não acabam com o crime organizado. O combate ao crime se faz com inteligência, planejamento e integração”, afirmou.

Como exemplo de ação eficaz, o ministro citou a Operação Carbono Oculto, conduzida em São Paulo, que contou com a cooperação entre a Polícia Federal, a Polícia Militar paulista, o Ministério Público Federal e a Receita Federal. “Ninguém morreu e a organização criminosa foi debelada”, disse. “É assim que se combate o crime organizado.”

Em resposta às críticas de Cláudio Castro, que tentou responsabilizar o governo federal pela escalada da violência, Lewandowski rebateu afirmando que o governador “nunca fez qualquer pedido formal” de apoio com tropas federais, blindados ou agentes de segurança. “Ele tenta jogar a culpa nos outros, mas nunca formalizou esse tipo de solicitação”, afirmou o ministro.

O Ministério da Justiça informou, em nota, que o ministro se reuniu com Castro em fevereiro, quando ofereceu dez vagas em presídios federais para o envio de lideranças criminosas do Rio. O comunicado também destacou que todos os pedidos oficiais feitos pelo governo fluminense foram atendidos.

Os dados apresentados pela pasta indicam que, em 2025, foram realizadas 178 operações da Polícia Federal no estado, sendo 24 voltadas ao tráfico de drogas e armas. Essas ações resultaram em 210 prisões e na apreensão de dez toneladas de entorpecentes e 190 armas de fogo, incluindo 17 fuzis. O Rio de Janeiro também recebeu R$ 288 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública desde 2019, dos quais R$ 157 milhões já foram executados.

Lewandowski lembrou ainda que Castro se opôs à PEC da Segurança, proposta que visa integrar de forma mais ampla as forças federais e estaduais. Para o ministro, essa resistência demonstra a falta de disposição do governo fluminense em fortalecer o enfrentamento conjunto ao crime organizado.

Do Brasil 247 e

Megaoperação com mais de 60 mortos no RJ revela insistência em modelo ineficiente de segurança; ação vitimiza população e policiais sem desarticular de forma sustentável as organizações

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A operação policial realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, já é considerada a mais letal da história do estado, com 64 mortos, incluindo quatro agentes de segurança. A ação, batizada de Operação Contenção, envolveu cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de cumprir mais de cem mandados de prisão contra traficantes ligados ao Comando Vermelho (CV).

Segundo o governo, durante os confrontos, suspeitos teriam reagido com tiros, barricadas em chamas e o uso de drones para lançar explosivos. Colunas de fumaça foram vistas de diversos pontos da cidade em imagens divulgadas na internet. O número de mortos supera as vítimas das operações anteriores mais sangrentas do Rio: a do Jacarezinho, em maio de 2021, com 28 mortos, e a da Vila Cruzeiro, em maio de 2022, que resultou em 24 óbitos.

De acordo com o balanço parcial, até o momento 64 suspeitos foram mortos, incluindo três de outros estados (Bahia e Espírito Santo), e quatro agentes de segurança, dois policiais civis e dois militares. Um delegado permanece em estado gravíssimo. Além disso, de acordo com a ONG Voz das Comunidades, três civis foram feridos por balas perdidas: um homem em situação de rua, uma mulher em uma academia e um trabalhador de um ferro-velho.

Em publicação nas redes sociais, moradores do complexos da Penha e Alemão divulgaram imagens da destruição de casas. No Complexo da Penha, 17 escolas tiveram as aulas interrompidas. No Alemão, 28 escolas foram impactadas pela operação.

Moradores relataram abordagens violentas durante a operação. De acordo com publicação da página “A voz das Comunidades” violações de direitos seguem causando medo e revolta dos moradores.

Policiais também realizaram 81 prisões até o momento, com cinco detidos sendo feridos e internados sob custódia no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. As apreensões incluem 31 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas.

Durante operação policial, o Comando Vermelho ordenou o fechamento de comércio e usou lixeiras incendiadas para bloquear as vias | Fernando Frazão/Agência Brasil

Crítica a Lula e STF

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), usou a operação desta terça-feira para criticar tanto o governo federal quanto o Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista, Castro afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou três pedidos de ajuda das Forças Armadas em operações anteriores no estado, incluindo a requisição de blindados para combater o tráfico de drogas nos morros cariocas.

“Não temos auxílio nem de blindados nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança nem de defesa. É o Rio de Janeiro completamente sozinho nessa operação e estamos fazendo a maior operação da história do Rio de Janeiro”, afirmou o governador.

Castro também criticou duramente a Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 635, mais conhecida como “ADPF das Favelas”, na qual o STF restringiu, desde a pandemia, as operações policiais nas comunidades, autorizando-as apenas em casos urgentes. Segundo o governador, essa medida tem facilitado a ação de traficantes de outros estados, que teriam se deslocado para o Rio aproveitando-se da limitação imposta pela Corte.

A “ADPF das Favelas” foi classificada por Castro como uma herança “maldita”, e ele acusou o STF de criar um ambiente que favorece a criminalidade. “São filhotes da ADPF. A realidade que vemos agora é fruto dessa decisão do Supremo”, afirmou o governador.

Castro concluiu suas declarações destacando que a Operação Contenção foi fundamental para enfrentar os grandes traficantes e suas barricadas, após cinco anos de dificuldades impostas pela decisão do STF.

Ele também criticou a ausência de apoio das forças de segurança federais e do Ministério da Defesa, ressaltando que, mesmo sem ajuda, as forças de segurança do Rio continuam realizando operações.

Em  nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) afirmou que “tem atendido, prontamente, a todos os pedidos do Governo do Estado do Rio de Janeiro para o emprego da Força Nacional no Estado, em apoio aos órgãos de segurança pública federal e estadual”.

Em coletiva de imprensa, o ministro Ricardo Lewandowski disse que não recebeu pedido de auxílio para a operação desta terça-feira e se colocou à disposição do estado do Rio para colaborar com a coibição do crime organizado.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que o município “não vai ficar refém de grupos criminosos que buscam espalhar medo pelas ruas da cidade”.

Ele disse que todos os órgãos municipais foram orientados a manter o funcionamento normal das atividades e que devem prestar assistência à população em caso de necessidades até o fim do expediente.

Paes disse ainda que permanece no Centro de Operações acompanhando as medidas de segurança e que a prefeitura continuará agindo “com autoridade, com comando e com firmeza”.

Nota do Instituto Sou da Paz

Ação vitimiza população e policiais sem desarticular de forma sustentável as organizações criminosas

O Instituto Sou da Paz lamenta e repudia a megaoperação policial realizada no Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, uma tragédia sob todos os enfoques. Até o momento, soma-se mais de 64 pessoas mortas, dentre elas quatro policiais, o que faz com que essa seja a operação mais violenta da história recente. Sabemos que a situação no Rio de Janeiro é extremamente complexa e um desafio enorme para as instituições de segurança pública, mas enfrentar o crime organizado com operações de ocupação massiva nas suas áreas de domínio territorial não tem trazido resultados sustentáveis, sendo  uma lógica ineficiente e comprovadamente letal para a população.

Esse tipo de estratégia não ataca os elos centrais do crime organizado, não rompe as rotas do tráfico de drogas para países europeus, não desmonta seus mecanismos de lavagem de dinheiro ou de abastecimento de armas. Além disso, gera um acirrado fogo cruzado em áreas densamente habitadas, colocando em risco direto a vida de centenas de milhares de pessoas, em especial da população de baixa renda e predominantemente negra.

Sabemos que o domínio territorial do crime organizado é inaceitável, que ele também violenta as populações dessas regiões e que são brutais as imagens do seu poderio bélico. No entanto, precisamos de estratégias do poder público compatíveis com os deveres estatais de proteção da sua população e de suas polícias e de respeito aos direitos fundamentais. Não é possível endossar uma política de atuação bélica cujo resultado é a morte de mais de 60 pessoas. O Brasil não está em guerra e aqui não existe pena de morte.

O Instituto Sou da Paz tem reforçado a necessidade de robustecer a prevenção e o enfrentamento qualificado do tráfico de armas que alimenta o potencial ofensivo do crime. Esse poderio bélico, com armas de uso militar e drones lança-granadas, mostra a gravidade da situação, mas não são novidades. Operações como esta demonstram os resultados tangíveis de anos em que essa temática não foi priorizada. É urgente reconhecer a centralidade do tema e investir em equipes especializadas no âmbito federal e estadual para lidar com esse desafios, com análises de dados e integração para desarticular as rotas de tráfico de produção ilegal de armas.

Além dos parâmetros legais gerais, a ADPF 635 trouxe parâmetros específicos para a preparação e a mitigação de riscos de operações policiais em territórios como esses. É necessário que haja uma apuração rigorosa com a devida participação do Ministério Público e de outras entidades para identificar responsabilidades individuais e coletivas diante dos resultados desastrosos desta operação. A mentalidade bélica que está sendo recorrentemente empregada no Rio de Janeiro, inclusive com ressurgimento de gratificações por “bravura”, é ineficiente e é uma agressão contra toda a população desses territórios e contra os policiais colocados nessa linha de frente. O enfrentamento real do crime organizado e do domínio territorial ilegal depende muito mais de investigações profundas e do planejamento de operações focadas do que de tiroteios massivos.

Instituto Sou da Paz

Confiança do empresário industrial sobe em 21 setores, mas cenário de pessimismo ainda prevalece, aponta CNI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial aumentou em 21 setores, em outubro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar desse resultado, o indicador não reverte o quadro de pessimismo na indústria do país. Isso porque, mesmo com essas altas, somente cinco segmentos ultrapassaram a linha de 50 pontos, que indica um estado de confiança. É o que explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

“A maioria dos recortes ainda continuam mostrando falta de confiança por conta da perda que foi se acumulando em meses anteriores. Então, todos os portes de empresa ainda mostram falta de confiança, assim como 24 dos 29 setores industriais pesquisados e em 4 das 5 regiões brasileiras, todos ainda mostram falta de confiança, apesar da melhora registrada em outubro”, destaca.

Confira o cenário por setor:

  • Farmoquímicos e farmacêuticos – 56,7 pontos;
  • Serviços especializados para a construção – 54,9 pontos;
  • Extração de minerais não-metálicos – 54,2 pontos;
  • Manutenção e reparação – 51,7 pontos.
  • Perfumaria, limpeza e higiene pessoal – 50,9 pontos.

Outros 24 setores ficaram abaixo da marca de 50 pontos. Os segmentos menos confiantes são os seguintes:

  • Metalurgia – 41,5 pontos;
  • Calçados e suas partes – 43,4 pontos;
  • Couros e artefatos de couro – 43,4 pontos;
  • Madeira – 44 pontos.

Ainda de acordo com o levantamento, houve queda em oito setores neste mês. Para o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, entre os principais fatores que contribuem para essa falta de confiança do empresariado da indústria estão os níveis atuais das taxas de juros no país.

“A taxa de juros continua impactando o nível de atividade econômica, está desacelerando a economia brasileira e, como consequência, acaba impactando o nível de consumo e de produção e a indústria acaba sentindo esse impacto, não apenas pelo custo de captação do crédito, mas também pela diminuição da demanda de produtos industrializados. O nível menor de consumo exige menos produção e, consequentemente, acaba impactando e onerando a indústria brasileira”, considera.

Cenário por porte de empresa

A confiança das pequenas indústrias voltou a subir depois de quatro meses. O ICEI referente às empresas desse porte teve elevação de um ponto, o que aumentou a pontuação para 46,7. O resultado interrompeu uma queda de quatro meses consecutivos. Mesmo assim, os empresários continuam sem confiança, uma vez que o indicador segue abaixo da linha de 50 pontos.

Em relação às médias empresas, houve aumento no índice pela segunda vez seguida. Dessa vez, a alta também foi de um ponto, atingindo 47,9 pontos, porém, ainda longe do patamar de confiança.

Já quanto às grandes indústrias, o indicador registrou salto de 1,4 ponto, passando de 47,2 pontos para 48,6 pontos. De todos os portes analisados, essa categoria de empresa se encontra em um nível mais próximo de reverter o cenário de falta de confiança.

Confiança do empresário industrial por região

Os dados apresentados pela CNI também revelam que o ICEI ainda chegou a subir em três das cinco regiões do país. No Sul do Brasil, houve alta de 1,3 ponto, para 45,1 pontos.

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No Sudeste brasileiro, por sua vez, o aumento foi de 1,5 ponto, alcançando 46,8 pontos. Vale destacar que os resultados não foram suficientes para recuperar a confiança dos empresários dessas duas regiões. Já no Nordeste, o indicador subiu 0,6 ponto, atingindo 52,1 pontos, superando o patamar mínimo de otimismo.

O Centro-Oeste contou com o pior dos resultados em outubro, ao registrar um recuo de 1,2 ponto, levando o indicador a cair para 49,6 pontos. No Norte, a queda foi de 1,1 ponto, para 46,8 pontos, o que aprofundou a falta de confiança na região.

O ICEI Setorial

Para esta edição do ICEI Setorial, a CNI consultou 1.741 empresas. Desse total, 712 são de pequeno porte; 625 de médio porte; e 404 de grande porte. As análises foram feitas entre 1º e 10 de outubro de 2025.

Fonte: Brasil 61

Pensamento Escravista no Brasil atual

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Vinício Carrilho Martinez[1]

Esse texto foi pensado como contribuição pessoal ao Fórum Rondoniense de Direitos Humanos – FORO DH, na fala dirigida por mim na mesa Enfrentamento das Violações e Retrocessos, no dia 27 de outubro. E nada me parece mais natural, uma obrigação, do que começar pela nossa Constituição Federal de 1988.

A Constituição Federal de 1988 (CF88) é uma Carta Política[2] e traz como objetivo a construção de uma sociedade justa e solidária, com a erradicação da pobreza e da marginalização. E uma forma de se alcançar esse fundamento se dá pelo fomento que reduza as desigualdades sociais e regionais, como se vê no artigo 3º:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

 

A premissa dessa construção social, humana e epistemológica está ajuizada no balizamento e na busca da dignidade humana, afirmada no artigo 1º da CF88 e enquanto fundamento do próprio Estado e do Direito:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

 

No artigo 4º da CF88 novamente o Estado é obrigado a se orientar pelos mais nobres valores, como na afirmação dos direitos humanos (inciso II) e no repúdio a qualquer forma de racismo (de onde se prolonga enquanto xenofobia no inciso VIII):

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I – independência nacional;

II – prevalência dos direitos humanos;

III – autodeterminação dos povos;

IV – não-intervenção;

V – igualdade entre os Estados;

VI – defesa da paz;

VII – solução pacífica dos conflitos;

VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

 

Por isso, logo no artigo 5º da CF88 vemos a criminalização do racismo, da forma mais grave que o nosso constituinte permitiu:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

 

Isto se congrega, no mesmo artigo 5º da CF88, sob a proteção constitucional de que direitos e liberdades fundamentais não sejam transtornadas:

LI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;

 

Desse modo, o artigo 5º da CF88 também assinalou que a prática de racismo está vedada de receber graça ou anistia:

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

 

Sendo, como vimos, o racismo definido na pena de crimes graves.

Pois bem, nossa premissa inicial é a de que a busca prática pela redução da desigualdade social e regional, com vistas à garantia efetiva da dignidade humana, objetiva-se, também, pelo combate institucional ao crime hediondo do racismo – notadamente quando se observa a ocorrência de racismo institucional[3].

É a dignidade humana que corresponde à configuração epistemológica dos direitos humanos, em seus princípios básicos, e isso nos remete a um escopo, um sentido bem mais amplo, com base na inclusão e diversidade. Alguns desses princípios e pressupostos são:

  • Inviolabilidade: os direitos humanos não podem ser violados em estrutura, especialmente pelo Estado, porque este deveria zelar por sua organicidade e integridade.
  • Imprescritibilidade: ainda que sejam vistos em gerações sucessivas de direitos, garantias e liberdades, os direitos humanos não se perdem ao longo da luta política que os constituiu.
  • Efetividade: como são dotados de garantias constitucionais, constituem-se em direitos que requerem eficácia imediata, plena, tendo o Poder Público o poder-dever de zelar por sua consubstanciação.
  • Interdependência: na condição de super princípios, os direitos humanos são fundamentais por definição, não se excluem, exigindo-se a convivialidade harmônica e a observação de sua estrutura funcional.
  • Complementariedade: os direitos humanos (fundamentais) visam atingir objetivos e valores constitucionais democráticos, exigindo-se complementação legal dentro da própria natureza histórica que move sua condição de gerações de direitos. Por isso, não há que se falar em níveis ou graus de importância entre os seus princípios e marcos regulatórios.

 

A isto, some-se a condição de que os direitos humanos são:

Naturais, porque, ligados à condição humana, independem de legislação própria e específica, uma vez que se guia pela dignidade humana. É óbvio que não nos referimos a nenhum arremedo de Direito Natural – portanto, são direitos postulares que decorrem da nossa condição humana, do fato inescapável de sermos humanos;

Indivisíveis, porque têm que ser conquistados e preservados em todos os campos, integralmente;

Essencialmente Públicos, uma vez que, para sua garantia, é necessária uma intervenção pública, do Estado e, sendo públicos, são reclamáveis;

→ e, como são Reclamáveis, pode-se exigir a garantia de autoridades competentes, a qualquer tempo.

 

Finalizando-se este apontamento, observa-se que é esse o arcabouço teórico que nos desafia, hoje, sob o chamado Relativismo cultural e o Fascismo Nacional, isto é, a discussão sobre o embate entre o universal e o histórico (cultural), principalmente porque a Universalidade rege o respeito ao indivíduo em sua integridade física, psíquica, social.

Enfim, quem dirá o que é desumano, o que afeta a integridade física e psíquica, social, o que é Ético, suportável e condizente com a Emancipação, é a própria consciência que a Humanidade guarda e promove de si. Certamente, não podem ser as hostes de poder.

 

A dor do Outro (da Outra)

O que nos remete diretamente ao título (tema base desta fala), pois o Pensamento Escravista – que se reitera e se reproduz diariamente no país – é uma espécie de clone desajustado no tempo e no espaço de duas ocorrências sociais bárbaras, e que se projetam como “cultura”. São essas duas ocorrências a própria prática ou instigação do racismo e a exploração do trabalho mantido sob condições análogas à escravidão[4]. Esses são os dois componentes básicos do que denominamos de Pensamento Escravista.

Portanto, na primeira conclusão antecipada, podemos visualizar que o país apresenta duas grandezas de problemas: o capitalismo tem um fluxo aviltante e crescente com a terceirização dos postos de trabalho, inclusive no setor público (com cada vez mais estagiários e substitutos, em evidente precarização laboral), e com a uberização e pejotização; em dimensão complementar, vemos regularmente os casos de trabalho análogo à escravidão, as manifestações racistas e até mesmo a exploração do trabalho infantil em redes sociais (adultização).

Nesse paralelo, as tipificações derivadas de nossa formação social se manifestam com vigor: há muitos “quartos de despejo” espalhados pelo país todo, com milhares, milhões, de pessoas vivendo suas “vidas secas[5]”: “ – Mamãe, vende eu para a Dona Julita, porque lá tem comida gostosa[6].

E é obvio que essas condições refletem os níveis de desigualdade social, cultural, ao mesmo tempo em que tornam evidentes a desigualdade regional e os níveis de exploração social, ambiental, entre as regiões, as culturas, as comunidades e etnias[7] que compõem a cultura nacional.

Neste sentido, ainda se intui desde já o quanto esta realidade segue sendo um desafio para a consecução constitucional, mormente no que se refere ao pressuposto básico e elementar, que é não só a garantia legal, mas, sobretudo, a efetivação do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. De onde ainda provém a certeza de que o problema não é de ordem constitucional, uma vez que, nomologicamente, não há cognição que aponte problemas ou deslizes na edificação legal do referido preceito constitucional da dignidade humana.

Sob essa condição do Pensamento Escravista, o aviltante negacionismo constitucional nos impõe as consequências de seus dois polos, combinando-se o passado e o presente em avançados níveis, em insuportáveis estágios de expropriação: sob o capitalismo de barbárie, a uberização é mais do que simbólica, aponta-se como agudo estágio de fragmentação individual e social do pós-modernismo do século XXI; com rebotes do passado de antanho, amarrado no colonialismo e no escravismo pré-capitalista, tanto o racismo quanto a exploração do trabalho em condições análogas à escravidão ainda têm impactos econômicos. Conseguimos, portanto, combinar (novamente) as formações econômicas pré-capitalistas com o mais avançado (extremado) capitalismo neoliberal. Passado e presente são expostos na mesma folhinha do calendário caseiro e diário.

 

Das violações e retrocessos

De 1988 para cá tivemos muitos avanços e retrocessos também. Seria fatigável listar esse caminho, porém, o Golpe de Estado de 2016[8], assim como as batalhas campais travadas pela Revolução Colorida de 2013/14, são marcos dos retrocessos, violações e desafios que nos cabem enfrentar ainda hoje.

Ao golpe de 2016 seguiu-se um ataque gigantesco às classes trabalhadoras, a partir da reforma trabalhista – a primeira da história mundial a não consagrar nenhum direito e garantia –, da terceirização, vimos crescer exponencialmente a pejotização e a uberização: são os destaques da total precarização do Mundo do Trabalho.

As situações são incontáveis, mas nós vimos a Lava Jato (desmontada depois por nulidade absoluta de legitimidade), mudar o curso do rio de uma eleição nacional, tivemos um reitor de universidade federal cometendo suicídio num shopping popular por não aguentar a sevícia, os abusos, a tortura psicológica da prisão absolutamente ilegal, vimos em forma deplorável a recusa e a demora na compra vacinas da COVID-19 – que levou a óbito pelo menos 300 mil pessoas, em 2020 e depois (no total morreram 700 mil pessoas no Brasil) –, ainda nos deparamos com um agente de segurança pública ao fuzilar outro servidor da segurança, na casa do aniversariante, porque fora considerado “inimigo político”; além dos policiais rodoviários federais que fizeram uma câmara de gás lacrimogêneo, na viatura policial, matando uma pessoa detida, algemada e em surto psicótico.

Ao longo desse período também vimos (e vemos) um Banco Central direcionado, unicamente, aos interesses maiores do capital hegemônico – que é o rentismo improdutivo, especulativo, financeirizado – e, novamente, com ataques severos dirigidos ao povo negro, pobre e oprimido. Em uma das declarações formais, inclusive, o atual presidente do BC afirmou que: “A inflação está incontida por excesso de geração de empregos”. Ou seja, estava ali nos dizendo que a política monetária se concentraria em aumentar o desemprego, a desvalia, a imposição de necessidades primárias, a fome, a desesperança e a angústia.

É óbvio que a inflação corrói a expectativa de vida dos mais necessitados, porque atinge diretamente a cesta básica, o preço dos aluguéis, o custo de vida de forma geral – isso nunca esteve em discussão. O fato é que, se uma instituição como essa do Banco Central – aliás, o mais severo do mundo, na atualidade – é incapaz de verificar outros caminhos, outras alternativas, que não sejam apenas asfixiar o povo com dor e fome, então, é mais republicano que seja encerrada ou reduzida a mera consultoria. Com o custeio atual, sem mencionar o custo social, não é salutar mantermos seu status institucional: uma instituição pública, autônoma, não pode se justificar às custas da miséria social. E isto porque estamos falando em um momento de tentativa de afirmação das mínimas condições democráticas e de elevação dos níveis mínimos de sociabilidade, de Interação Social. Depois de todos esses anos sombrios, o país sairia do Mapa da fome.

A democracia, como todos sabem, é um direito humano – conforme o artigo 21 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Também sabemos, mais por experiência (intuição: reflexão) do que por estudos teóricos, que a democracia não se limita ao voto, e ainda que o sufrágio universal seja uma constante essencial da soberania popular. Sabemos que a democracia requer aportes, investimentos, constructos sociais, econômicos, culturais, ambientais (acima de tudo), na saúde e na educação pública. Ou temos isto ou o “encantamento”, o canto da sereia é a guia para regimes desumanos, autoritários, excludentes.

Foi esse contexto que presenciamos a partir de 2017, com a entronização no poder central em 2019. Já a partir de 2017, 2018 se pronunciaram as investidas contra as universidades públicas, com o objetivo de enfraquecer a resistência institucional. O Judiciário foi o alvo seguinte, em especial a Justiça Eleitoral.

Em 2019, perto de 40 núcleos, conferências, centros voltados aos direitos humanos, destinados a pensar e refletir políticas públicas, foram desativados. O primeiro ato institucional, após a diplomação presidencial, foi precisamente essa desabilitação de 40 instituições organizadas publicamente para a manutenção e avanço de políticas públicas de inclusão da diversidade social e cultural.

Em 2022, não apenas as populações indígenas estavam sob fogo cerrado[9], como se tramou arduamente contra todas as instituições republicanas e democráticas – esteve em curso uma operação militar que previa o sequestro (e presumível assassinato) de ministro do STF.

Ainda no passado recente, de 2022, tivemos um ápice na trama golpista, esta que está sob Júdice no Supremo Tribunal Federal (STF), e já em vias de expedição da ordem de pena/prisão de seu mandatário.

No famoso 8 de janeiro de 2023, tentou-se em trama golpista civil-militar a tomada da Praça dos Três Poderes, na tentativa de se invocar as forças armadas a atuarem como Poder Moderador (sic). O artigo 142 da CF88 jamais poderá ser utilizado fora, além, contra o escopo constitucional democrático. Mas, tentaram.

Com milhares de condenações, alguns dos apenados aceitaram a reconversão penal, a persecução penal, em troca do cumprimento da pena em regime fechado, contudo – vejamos a ironia se instalar –, teriam que participar ativamente de cursos de direitos humanos, democracia e cidadania. Outros, determinados no prosseguimento do pensamento fascista[10] (que é insumo do Pensamento Escravista), com ativos incansáveis de identificação plena ao golpismo e negação da dignidade humana, recusaram-se a reformatar seu substrato desumano, negacionista, segregador, racista, misógino, e, assim, presos permanecem.

Com atenção, é fácil de se ver que os ataques, violações, negações, obstruções à Justiça Social, aos direitos humanos, à dignidade humana, à cidadania e à democracia, não têm limites, sua energia não se esgota. Para entendermos isto com mais visibilidade nos basta olhar pela porta, pela janela, vendo desfilar a brutal luta de classes, os pedintes, os sufocados pelo capital improdutivo, os famélicos, as apanhadoras de reciclagem – como foi Carolina de Jesus.

Os subalternos, os amassados e engolidos pela pior forma de concentração de renda da história do capital mundial – este fluxo é enfrentando, um pouco, no Brasil –, nos acendem o alerta da prevenção, da atenção constante, diante das ameaças presentes e futuras. E também nos impõe a certeza e a obrigação de resistirmos, nos muitos campos de batalha (cada um/a a seu modo), sempre divisando a liberdade, a defesa das garantias constitucionais, a aceitação, afirmação e promoção dos direitos humanos.

Nos cabe refletir e pôr em ação – como anúncio e não apenas denúncia, como ensinou Paulo Freire – que “ninguém se liberta sozinho”, mas também “ninguém liberta ninguém”. É um esforço, um trabalho contínuo, complexo e coletivo. Por isso é práxis, é altamente mobilizador, político, emancipador[11].

Penso, resumindo, que este é o nosso compromisso de vida: lutar pela defesa, aceitação, participação no aprofundamento dos direitos humanos. Notadamente porque, está dito já, mas não custa repetir, são direitos que nos cabem pela natureza de sermos humanos.

Isto é “fazer-se política”, fazendo-se política à medida em que se aprofunda o próprio nível de politização dos indivíduos, dos grupos, das camadas sociais e populares, das associações trabalhistas e sindicais, ou seja, fazer política enquanto se está fazendo(-se) politicamente por meio do agir na política. A política não é só partidária, institucional, formal, pois, antes de tudo, é um fazer-se à mão.

Outras maneiras de ação, concluindo, podem ser judiciais, com a provocação de Conselhos, do Ministério Público, das secretarias e de seus gestores. Apenas a título exemplificativo, narramos um caso particular (dentre muitos) com bom uso do Direito de petição (aquele administrativo e gratuito):

Art. 5º, XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

  1. a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (Art. 5º, XXXIV, a, da CR/88)

 

A demanda era para que se disponibilizasse uma vaga reservada para PCDs, próxima à garagem residencial. O pedido foi acolhido, o custo foi zero, porque nesse instituto qualquer cidadão/cidadã é legitimado para agir, como se fosse um requerimento pessoal de prestação de serviços.

Isto também é “fazer-se política”, conforme avançamos na defesa e na promoção dos direitos humanos.

 

 

 

 

 

 

[1] Doutor em Ciências Sociais, é Professor Titular da UFSCar.

[2] MARTINEZ, Vinício Carrilho. O CONCEITO DE CARTA POLÍTICA NA CF/88: freios político-jurídicos ao Estado de não-Direito. Pesquisa de Pós-Doutorado em Ciências Jurídicas. Paraná: Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP, 2019b.

[3] https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2025/10/16/professora-negra-e-aprovada-em-concurso-mas-usp-anula-apos-contestacao.htm. Acesso em 16/10/2025.

[4] https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/10/15/idosa-e-resgatada-apos-25-anos-em-trabalho-analogo-a-escravidao-em-mg.htm. Acesso em 16/10/2025.

[5] RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. 91. ed. São Paulo; Rio de Janeiro: Record, 2003.

[6] CAROLINA Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014, p. 42.

[7] https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/03/21/indigenas-resgatados-de-trabalho-escravo-em-pedreira-bebiam-mesma-agua-que-galinhas-e-so-comiam-arroz-diz-mpt.ghtml. Acesso em 16/10/2025.

[8] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Teorias do Estado – Ditadura Inconstitucional: golpe de Estado de 2016, forma-Estado, Tipologias do Estado de Exceção, nomologia da ditadura inconstitucional. Curitiba-PR: Editora CRV, 2019.

[9] As populações indígenas ainda estão em algumas regiões controladas e ameaçadas de extermínio por garimpeiros, traficantes, organizações criminosas, latifundiários, posseiros ilegais.

[10] MARTINEZ, Vinício Carrilho.  Necrofascismo: Fascismo Nacional, necropolítica, licantropia política, genocídio político. Curitiba: Brazil Publishing, 2022.

[11] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Educação e Sociedade. São Carlos: Amazon, Ebook Kindle, 2025a. Disponível em: https://a.co/d/393SyBS.

Casa Branca publica foto de Lula e Trump: ‘grande honra estar com o presidente do Brasil’

Líderes se reuniram neste domingo (26), durante Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

A Casa Branca postou neste domingo (26), uma foto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprimentando o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os dois líderes se encontraram durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

“É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. Acho que conseguiremos fechar bons negócios para ambos os países. Sempre tivemos um bom relacionamento — e acho que continuará assim”, disse o presidente, segundo publicação da Casa Branca em suas redes sociais.

Essa foi a primeira vez que os líderes se encontraram oficialmente para conversar sobre as tarifas impostas pelos EUA às exportações brasileiras. Antes disso, Trump e Lula chegaram a falar por telefone e se encontraram brevemente na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro.

Em entrevista a jornalistas após a reunião, o ministro das relações exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que o encontro foi positivo, e reiterou que Lula voltou a pedir a suspensão das tarifas durante o período de negociação.

“Trump declarou que dará instruções à sua equipe para começar um processo de negociação bilateral”, afirmou.

A expectativa do governo brasileiro era de um encontro entre as equipes ainda na noite deste domingo, no horário da Malásia, segundo o chanceler Mauro Vieira. Houve, entretanto, uma conversa por telefone entre ele e Jamieson Greer, e o encontro ficou para a manhã de segunda-feira (27).

“Nós esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”, completou Vieira, reiterando que os representantes brasileiros devem pedir que as tarifas sejam suspensas durante o período de negociação.

Vieira também informou que os líderes estabeleceram a necessidade de uma visita recíproca.

“O presidente Trump quer ir ao Brasil e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro”, disse o chanceler.

Falas sobre Bolsonaro

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, afirmou que os presidentes não abordaram diretamente a questão do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a reunião.

“O que o presidente Lula usou como exemplo é a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky contra algumas autoridades do STF [Supremo Tribunal Federal] e o quão injusta é a aplicação dessa lei sobre esses ministros porque repeitou-se o devido processo legal e não há nenhuma perseguição política ou jurídica”, afirmou o secretário.

Durante entrevista a jornalistas mais cedo, feita antes da reunião, Trump disse que se sente mal pelo que Bolsonaro passou no Brasil.

“Eu sempre gostei dele. Eu me sinto muito mal sobre o que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele passou por muita coisa”, afirmou o republicano.

Interlocução com a Venezuela

Segundo Vieira, o presidente Lula também teria abordado a situação entre os EUA e a Venezuela, tendo se prontificado a ser um contato de comunicação entre a Venezuela e os Estados Unidos.

“O presidente Lula disse que a América do Sul é uma região de paz e se prontificou a ser interlocutor, como foi no passado, com a Venezuela, para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países”, disse o chanceler.

“[Lula também disse] que o Brasil estará sempre disposto a atuar como elemento da paz e do entendimento, o que sempre foi a tradição do Brasil e continuará sendo”, completou.

Lula e Trump se encontram na Malásia. — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula e Trump se encontram na Malásia. — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Do G1

Ensaio sobre Capitalismo digital e Tecnofascismo

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Vinício Carrilho Martinez[1]

 Veremos um pouco da junção entre os termos que compõem o conjunto do título, e, mais do que um conceito para cada um deles, buscamos ressaltar algumas das suas articulações – sendo que nem todas são assim tão recentes. Entretanto, iniciamos com um teste.

O que é Tecnofascismo?

Fizemos um teste, perguntando para a Inteligência Artificial (IA) o que esse termo significa ou implica. A resposta obtida é essa que segue abaixo:

  • “Tecnofascismo é um conceito que descreve o uso de tecnologias modernas, especialmente as digitais e de inteligência artificial, para atingir objetivos autoritários e de supressão política. É uma forma de autoritarismo na qual o poder político se funde com o poder das grandes empresas de tecnologia (Big Tech), resultando em um controle social e repressão mais eficientes”.

Nisso está correta a resposta? Sim, se não buscamos uma real condição cognitiva humana, isso bastaria. Todavia, se nosso objetivo é entender o conceito em si e sua manifestação singular na fase hegemônica do Capitalismo digital, então, a resposta é simplista, fenomenológica.

Pelo prisma de uma reflexão crítica e criativa da própria tecnologia aliançada com os termos políticos atuais, e por dentro do conceito (e isso não está na resposta), podemos visualizar um conjunto tecnológico que tem por premissa a “destruição da Política”[2]. O pressuposto é, precisamente, anular os espaços públicos em que a Política possa ser manifesta e assim sair fortalecida (Política maiúscula, porque é sinônimo de humanização).

Nesse esforço de desumanização está um conjunto tecnológico que nasceu para se ajustar ao que podemos chamar de Capitalismo digital: o resultado de uma somatória entre o rentismo (capitalismo especulativo e improdutivo, Estado rentista), o capitalismo de dados (monetização de views, geração de influencers monetizados à esquerda e à direta do espectro político) e a platamorfização da política ou, para ser mais preciso, a insurgência de um verdadeiro Estado-plataforma: as Big Techs dirigem as pautas políticas, além de monetizar o discurso que lhe convém.

Entre a técnica e a tecnologia

A partir da ideia, lógica, da “destruição da Política”, deve-se acrescentar o elemento da transformação da técnica em tecnologia. A técnica sempre esteve associada ao longo processo de hominização e o chamado Período do Neolítico é o ponto forte, o ponto da guinada na curva, pois foi quando incrementamos a associação criativa e indissolúvel entre arte, técnica e política: muito tempo depois, os gregos denominaram de techné (leia-se “tecné”).

Por sua vez, a tecnologia como a entendemos hoje em dia – é claro que substitui tarefas na vida comum e profissional – também é o ponto de outra inflexão: primeiro, gradativamente, as revoluções industriais criaram um maquinismo em substituição ao emprego maciço da força de trabalho manual (do tear mecânico ao motor de combustão).

Anteriormente, o Renascimento já havia trazido muita “racionalidade” ao “novo mundo” de expansão do capital: da Rota da Seda ao Mecanismo de Hobbes, Galileu. Sem dúvida, aqui temos um marco significativo da apropriação da técnica e a sua substituição pela tecnologia. Não apenas a perda do domínio humano na fabricação (o que se verá decisivamente na maquinaria descrita por Marx) estava pronunciada, como a imposição de valores e de domínios técnicos/tecnológicos por Grupos de Poder Hegemônicos seria o guia a partir de então. A “técnica” não só não mais serviria à Humanidade, desalinhando-se com a hominização, como, acima de tudo, seria empregada pela Expansão Ultramarina e imporia o Colonialismo e o escravismo.

Na fase seguinte, com o sistema produtivo fortalecido pelo Mecanicismo, chegamos ao funcionalismo. O que correspondeu ao capitalismo industrial do século passado (do Capitalismo Monopolista de Estado) numa fase insular e, na sequência do século XX, vimos a Internet ser criada como projeto militar (a Arpanet da Guerra-Fria dos anos 1950).

Com base em todos esses suportes, deu-se a imposição/captura do trabalho vivo e a expansão da mais valia relativa: o início do ápice da apropriação do raciocínio humano em prol da produção de capitais. No século passado, em compasso com a prevalência da “solidariedade orgânica” (do funcionalismo capitalista de Durkheim), vimos afirmar-se como hegemônico o Taylorismo: separação e superação do trabalho manual.

De meados do século XX para cá se pronunciaram a automação e a robotização, a pejotização, como indícios do “desligamento formal do mundo do trabalho”.

A Ideia de rede foi vista nos idos de 1990, quando as redes sociais (uma ideia muito incipiente, porque as redes nem existiam) tiveram empregos realmente políticos, politizados: de Chiapas, no México, a Seatle, do entorno do G-7 daquela época à Primavera Árabe.

Hoje temos as Guerras Híbridas, coordenadas a partir de ataques cibernéticos, redes antissociais, e das Revoluções Coloridas[3]: a total manipulação das massas por interesses os mais escusos. O nosso 8 de janeiro, posterior ao povo aquartelado no 7 de setembro de 2022, é indicador da propagação desenfreada nas redes antissociais dos discursos de ódio, antidemocráticos, e do avistamento de Golpe de Estado.

A uberização só é possível graças aos aplicativos digitais e é a cara do século atual, mas seus primeiros passos estão alinhados no passado[4] – como indicador da prevalência, hegemonia absoluta, das relações de produção digitalizadas pelo fim da formalidade: isso se patenteou como regra, no Brasil, com a “reforma trabalhista” de 2017, provocadora da total informalidade do Mundo do trabalho. O trabalho formal já é exceção no país.

Liquidação pós-moderna da sociabilidade

A cada passo desse avantajado e incontrolado avanço tecnológico, é claro, cederam o Mundo do trabalho e a política onde se realizava. No contexto atual, o que diferencia a exploração do trabalho infantil em fábricas de 3º Mundo com a exploração do trabalho infantil de crianças por seus pais, no ambiente digital?

Se fosse apenas pelo aspecto jurídico não haveria diferença. Como se trata da forma predominante e hegemônica de produção do capitalismo volátil, digital, então, há um glamour e um encantamento com a “inteligência dessas crianças”. E nada se faz criminalmente.

Seria o caso de se visualizar um escravismo moderno, combinando-se formas de exploração do trabalho anteriores ao capitalismo com novas formações ou adaptações das formações econômicas antigas (servidão, escravismo), anteriores aos meios e suportes capitalistas modernos. Neste sentido, tanto estão presentes a exploração do trabalho infantil (no ambiente virtual ou não[5]) quanto o trabalho mantido em “condições análogas à escravidão”, além do racismo que retroalimenta um tipo de Pensamento Escravista.

No entanto, além dessas condições e formações econômicas anteriores ao capitalismo, é predominante uma “servidão voluntária[6]” (usuários que abastecem, gratuitamente, a monetização das redes sociais) e, dentro desse tipo em especial, deve-se agregar a “exploração digital do trabalho infantil” (monetização da adultização). Essas duas formas e condições – trabalho infantil digital e servidão voluntária (muitas vezes seguidores, consumidores do mesmo trabalho infantil nas redes) – podem ser vistas como rastros de um “escravismo digital”.

O que também facilita nossa compreensão acerca dessa fase predominante das redes antissociais (destruição da Política), pois, qual é a sociabilidade almejada para crianças exploradas economicamente por seus pais ou responsáveis?

A conclusão parcial é que se a técnica foi essencial ao tripé do longo Processo Civilizatório (hominização com arte, política e técnica), ao contrário disso, a tecnologia digital (a partir da platamorfização, mas desde a Arpanet) está para a destruição da Política. E por isso a tecnologia atual tem por pressuposto a desumanização – um dos principais traços e resultados do Fascismo clássico[7].

Ciência e conhecimento

Se antigamente se podia dizer que toda técnica é política, atualmente, podemos concluir que a tecnologia predominante é desumanizadora – simplesmente porque não converge com os interesses da Humanidade, estando submersa nos hegemônicos interesses do Capitalismo digital.

No âmbito da produção do conhecimento, quer dizer, da produção científica, não somente estamos ameaçados pela tomada de decisão pelas máquinas – o algoritmo, por exemplo, que define a “melhor” política pública – como o pior está chegando. Estamos, efetivamente, substituindo a capacidade cognitiva pelo emprego aprimorado do mais famoso método digital do copiar/colar.

Universidades, pelo mundo todo, já estão regulamentando o uso da Inteligência Artificial nos trabalhos acadêmicos, especialmente na pós-graduação. É um sinal dos tempos, é claro, dos tempos em que se discute a necessidade de alguma originalidade no pensamento humano. Se é a “máquina” quem traz as respostas mais adequadas a quem “bem” formula suas questões, de quem será a tese de doutorado, da IA ou do ser que lhe perguntou?

O que é tese de doutorado, se o argumento da tese (resposta a uma suposta indagação original de pesquisa humana) é produzido pelo algoritmo? A melhor tese será aquela que “melhor” aplicar o método digital do copiar/colar?

Será que a IA fará Ciência para si mesma? E nós, que abdicamos da capacidade analítica, seremos seus replicadores num futuro próximo? Ou será que esse futuro já chegou?

E como é que vamos avaliar a “pessoalidade”, a autenticidade, a originalidade de um trabalho de reflexão – se os argumentos e a reflexão provêm da lógica da máquina?

Mesmo que o trabalho de juntar os cacos de IA (copiar/colar) sejam de algum “indivíduo pesquisador” (obrigatoriamente entre aspas), o trabalho não será dele, “indivíduo pesquisador”. Mas sim de uma máquina de algoritmos.

É provável que num futuro próximo isso que aqui descrevemos seja considerado obsoleto.

É provável que prevaleça o teorema de que a IA recupera, resume, rearticula, o conhecimento da Humanidade sobre um tema específico e o apresenta como um “substrato da Humanidade”. E vão dizer que o “pensamento da Humanidade” (esse substrato da Humanidade que será alçado a um novo “pressuposto da Humanidade”) é muito superior ao de qualquer indivíduo, tomado isoladamente. Também vão dizer que não há problema nisso, porque o “substrato da Humanidade” não é mais um simples teorema, mas sim um princípio e que, enquanto princípio (que já é um pressuposto) deve se sobrepor ao anterior e original “princípio da pessoalidade”, autenticidade (singularidade se pensarmos na IA).

Ora, esse tal pressuposto já é uníssono e nós o vemos agir em todos os algoritmos, na universidade e nos bancos (sobretudo, os bancos digitais).

Neste momento, a conclusão antecipada é que poderia chocar um pouco, pois é esse o pressuposto do Tecnofascismo: em nome de um suposto princípio universal (a IA como ferramenta que captura o “substrato da humanidade” e o converte em pressuposto) nós legitimamos a sobreposição do pensamento de máquina em detrimento da nossa massa crítica: máquinas já projetam máquinas e nós ficamos fora da equação.

Nesse andar em que chegamos, o edifício humano não só é considerado inferior em raciocínio, como se legitima uma forma de “Pensamento Único”[8]: essa tal captura do substrato criativo da Humanidade.

E isso também já é voz corrente, afinal, quem não se encanta (igual sereia) com a superioridade tecnológica da Inteligência Artificial?

O Pensamento Único (por óbvio, é totalitário) torna o humano obsoleto, superado, ultrapassado pela própria tecnologia que inventou. Do final do século passado à primeira década deste, o Pensamento Único era associado à imposição de uma “única tese” a ser seguida a partir do Império, com regime totalitário: as guerras davam conta de que isto acontecesse.

E não é essa criatura quem domina e dá ritmo ao capitalismo digital (D-D’), em que a exaustão física e mental é sinônimo de “novo escravismo”?

Já é essa obsolescência humana que dá as diretrizes de fórmulas de exploração da mais-valia, como vemos no tal 9-9-6. Olhando para as intermináveis horas trabalhadas pode-se pensar (sentir) que está em vigor a imposição da extração da mais valia absoluta – e de forma absolutizada pela exaustão.

A mais valia relativa (incremento tecnológico que aumenta a produção), desde o taylorismo, parecia ser o mote predominante. No entanto, nós já passamos o Rubicão. Não é apenas disso que se trata, mas sim da desumanização como princípio e a apropriação (manipulação, deturpação) dos próprios princípios que vieram construindo a nossa capacidade laborativa, artística, cognitiva, política.

Despolitização continuada pela desumanização

Outra forma de se descrever essa notável diferença entre técnica e tecnologia está no fato de que a técnica é um produto humano (assim como é um fator da hominização), empreendido enquanto “conhecimento técnico” associado ao Mundo do trabalho e da produção – a noção de “vivência”, “experiência pessoal”, é definitiva para se entender essa relação entre o conhecimento técnico e artístico (de determinado indivíduo) e o humano (do conjunto da classe trabalhadora).

Ao passo que a tecnologia reflete o desprendimento (desfazimento) do “fazer-se humano” enquanto ela se reproduz de acordo com as necessidades do Capitalismo digital dos nossos tempos. A “inteligência da máquina que projeta máquinas” é apenas um degrau, até chegarmos na ponta do iceberg: a IA provedora de nossa síntese, capaz de se afirmar hegemonicamente ao extrair e se apropriar do “pressuposto da Humanidade” (da apropriação indébita do nosso substrato).

Com isso também vemos que foram desligados o “fazer-se humano”, do conhecimento técnico, artístico e do trabalho, e o “fazer-se política”, uma vez que a projeção política prevalecente advém da “inteligência da máquina” – na escolha e definição da “melhor” pauta política. Nada poderia ser mais corrosivo, desumanizador, do que retirar o conhecimento técnico e a política do centro do Processo Civilizatório.

Não apenas a Polis (a Política do espaço público) foi destronada, como foi destituída a capacidade cognitiva fundamental e inerente à projeção da política como parte e arte do “fazer-se humano”.

Se as pautas políticas são projetadas pela IA, obviamente, significa que não somos seus projetores. A IA é nossa provedora.

Sob esse domínio da IA na formulação dos pressupostos assentados no pensamento científico – como dominus e não dominação –, à Humanidade restará, literalmente, unicamente, os lampejos do “trabalho morto”, repetitivo, embrutecedor. E isso, é óbvio, impõe doravante uma “matriz ética”: o sofisticado método do copiar/colar que sustenta a IA tende a nos considerar obsoletos em nossa mais singular condição criativa e, portanto, crítica.

Portanto, não é difícil perceber como isso tudo caminha para um “Pensamento Único”: com a tecnologia no comando das decisões mais importantes da Humanidade. A mecanização e a robotização são fases anteriores, no entanto, são evidentes constatações de um caminho que viria desembocar na atual patente da tecnologia destrutiva da Política.

Em termos correlatos, resta patente a conclusão parcial de que a despolitização é continuada pela desumanização.

A IA e o “novo” dominus

Em suma, trazemos uma amostragem final, um resumo simplificado do Tecnofascismo, e que poderia ser assim apresentado:

  • A substituição da técnica, como humanização, pelo fetichismo da tecnologia é parte integrante (base material) da projeção do capital de exploração, desde o antigo Colonialismo. Hoje, entretanto, nos domínios do Capitalismo digital (neocolonialismo) é o reflexo hegemônico da desumanização, da exploração mais aguda e da consequente desumanização e despolitização.

 

As redes antissociais são apenas um elo no amplo roteiro do Capitalismo digital, que é uma somatória do presente com o passado, do rentismo à monetização digital (exponenciação do discurso antipolítica), e passando pela exploração do pensamento escravista atualizado: a uberização acelerada, sendo associada ao racismo e à exploração do trabalho análogo à escravidão (de adultos ou de crianças). A “adultização infantil” concorre com a infantilização dos mais velhos.

Se dissermos, por fim, que o Tecnofascismo (como tecnologia fascista) é uma espécie de alavanca de todos os processos e ferramentas anteriores colocadas à disposição da “destruição da Política” – sendo esta uma tese humana – não haverá exagero em concluirmos que o exceptio (a exceção/exclusão) é uma base atuante do Tecnofascismo. Portanto, quando indagamos à Inteligência Artificial o que é Tecnofascismo, por força da obviedade, a resposta não nos dirá que devemos investir numa Educação para além da exceção[9].

[1] Professor titular da Universidade Federal de São Carlos.

[2] MARTINEZ, Vinício Carrilho. A destruição da política: a sociedade de controle entre a pandemia e o pandemônio político. Campina Grande: EDUEPB, 2023. Disponível em: https://zenodo.org/records/8298411.

[3] Cada caso é um caso e este, assim como outros, precisa ser analisado em profundidade para se ter uma apreciação mais precisa; no entanto, é exemplificativo – tivemos um paralelo a isto em 2013: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2025/10/14/entenda-a-crise-em-madagascar-impulsionada-pela-geracao-z.htm. Acesso em 16/10/2025.

[4] Não é à toa que também se previu ali o fim do Estado Moderno – o que não aconteceu e nem irá, ao menos tão cedo não irá.

[5] https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/10/camara-aprova-aumento-de-pena-para-pedofilos-e-regras-para-influenciadores-mirins.shtml. Acesso em 16/10/2025.

[6] BAUMAN, Zygmunt. Vigilância Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

[7] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Necrofascismo: Fascismo Nacional, necropolítica, licantropia política, genocídio político. Curitiba: Brazil Publishing, 2022.

[8] RAMONET, Ignácio. O Pensamento único. Publicado no original em francês no Le Monde Diplomatique. Traduzido por Jaerson Lucas Bezerra. Janeiro de 1995.

[9] MARTINEZ, Vinício Carrilho. *Educação para além da exceção*: Educação para além do capital; Educação após Auschwiz, e depois de Gaza; Educação em Direitos Humanos; Educação Constitucional. 499 p. 2025. Tese (Título de Professor Titular) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2025.

Coluna Zona Franca Especial de Domingo

Encontro histórico

Trump se rendeu ao Brasil e, consequentemente, ao Lula. O encontro saiu melhor do que o que se esperava. Foi excelente. O presidente dos Estados Unidos fez elogios e deixou um recado claro aos bolsonaristas: “Tenho muito respeito pelo seu presidente e pelo Brasil, e acho que eles estão indo muito bem”. Na véspera do seu aniversário de 80 anos, Lula mostra, mais uma vez, como age um estadista que defende os interesses do seu país e do seu povo. É o fim de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e a reeleição de Lula no primeiro turno.

Encontro histórico 2

O encontro de Lula e Trump na Malásia mostra o tamanho do líder brasileiro para o mundo. Lula abriu portas para que os impasses criados pelos bolsonaristas sejam esclarecidos e resolvidos o mais rápido possível. O sorriso do Trump mostrou ao mundo que o caminho sempre é o diálogo.

Encontro histórico 3

 Durante encontro oficial na Malásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que acredita na possibilidade de firmar “bons acordos” comerciais com o Brasil após uma série de desentendimentos bilaterais. A reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada neste domingo, marcou o primeiro diálogo formal entre os dois líderes desde a imposição de tarifas punitivas norte-americanas a produtos brasileiros. As informações são da agência Bloomberg.

Encontro histórico 4

Trump disse que os dois países “se dão muito bem” e que pretende concluir rapidamente um acordo comercial. “Devemos ser capazes de fazer bons negócios para ambos os países”, declarou. Segundo ele, as negociações serão conduzidas por sua equipe econômica, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer.

Bolsonaro é página virada

Bolsonaro só deu prejuízo aos Estados Unidos. Bilhões de dólares! Por conta disso, Trump botou o tema Bolsonaro fora dos assuntos tratados com Lula. Trump reconheceu que não conseguiria interferir no processo judicial de Bolsonaro e que sua tentativa de protege-lo da prisão e garantir que ele pudesse disputar eleições fracassou. Ou seja, Lula venceu o homem mais poderoso do mundo.

Visitas recíprocas

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Lula estabeleceram a necessidade de visitas recíprocas entre os dois países. “O presidente Trump quer ir ao Brasil, e o presidente Lula aceitou também, disse que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro”, disse o chanceler.

Lula foi “vítima de perseguição”

A reunião teve momentos de descontração e também de interesse pessoal do líder estadunidense pela trajetória política do brasileiro. Segundo Felipe Frazão, do Estadão, integrantes da comitiva do governo afirmaram que Trump perguntou sobre o período em que Lula ficou preso durante a Operação Lava Jato e chegou a classificá-lo como vítima de “perseguição”. O petista respondeu que passou 580 dias na prisão.

O que Trump falou sobre Bolsonaro

Donald Trump elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu sempre gostei dele, eu sempre gostei dele… Eu me sinto muito mal sobre o que ocorreu com ele. Eu sempre pensei que ele era um cara direito, mas ele tem passado por várias coisas”, afirmou Trump. Questionado por uma repórter se colocaria benefícios a Bolsonaro como termos na negociação, o presidente respondeu que não seria “da sua conta”. Metropoles.

Lula pós Trump

Ao que tudo indica, após o encontro hiper mega ultra positivo com Trump (sempre o amei, rs), as pesquisas pró-Lula vão explodir. Simplesmente a popularidade de Lula vai subir tanto que a reeleição dele no primeiro turno é inevitável. A oposição vai ter que mudar de estratégia, pois a tentativa de golpe usando Trump, falhou. Para o bem do Brasil. Em tempo, o mau pressentimento deste articulista não se confirmou. Graças à Deus.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca Especial de Domingo

Trump prevê “bons acordos” com o Brasil e Lula afirma que “não há razão para conflito”

Presidente dos EUA e presidente brasileiro se encontraram na Malásia e prometeram encerrar disputas comerciais e retomar cooperação econômica

Durante encontro oficial na Malásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que acredita na possibilidade de firmar “bons acordos” comerciais com o Brasil após uma série de desentendimentos bilaterais. A reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada neste domingo, marcou o primeiro diálogo formal entre os dois líderes desde a imposição de tarifas punitivas norte-americanas a produtos brasileiros. As informações são da agência Bloomberg.

Trump disse que os dois países “se dão muito bem” e que pretende concluir rapidamente um acordo comercial. “Devemos ser capazes de fazer bons negócios para ambos os países”, declarou. Segundo ele, as negociações serão conduzidas por sua equipe econômica, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer.

Lula também demonstrou otimismo em relação ao futuro das relações bilaterais. “Acredito que poderemos anunciar boas notícias”, afirmou o presidente, acrescentando que “não há razão para qualquer tipo de conflito entre o Brasil e os Estados Unidos”. O líder brasileiro levou uma pauta escrita em inglês para a reunião e encerrou as perguntas da imprensa alegando limitação de tempo.

Primeira reunião após meses de tensão

O encontro foi o primeiro entre Trump e Lula desde o acirramento das tensões comerciais iniciado em julho, quando Washington impôs tarifas de 50% sobre exportações brasileiras de café e carne. Na ocasião, Trump havia tentado impedir o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Suprema Corte, o que agravou a crise diplomática. Além das tarifas, o governo norte-americano aplicou sanções e restrições de visto a autoridades e familiares brasileiros.

Questionado sobre a situação de Bolsonaro, Trump declarou sentir-se “muito mal” pelo aliado, mas evitou comentar se o tema faria parte das conversas. “Isso não é da sua conta”, respondeu a um repórter.

Retomada das negociações e temas em pauta

Após meses de relações congeladas, os diálogos entre Brasil e Estados Unidos foram retomados no mês passado, quando Trump e Lula se encontraram brevemente durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. A partir desse contato, os dois governos decidiram reabrir canais de negociação.

Segundo a Bloomberg, as tratativas devem abordar temas como tarifas e sanções, práticas comerciais investigadas pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA, regulação de empresas de mídia social norte-americanas no Brasil e políticas para o setor de etanol.

Brasília tem preparado relatórios de base sobre diferentes assuntos relevantes para as discussões, como regulação digital, data centers e minerais críticos. O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo — atrás apenas da China — e Lula já indicou disposição para discutir oportunidades de cooperação nesse setor estratégico, fundamental para veículos elétricos, sistemas de armas e equipamentos médicos.

Questão venezuelana

Outro tema que pode entrar na pauta é a situação da Venezuela. Nos últimos meses, os Estados Unidos afirmaram ter interceptado embarcações que transportavam drogas a partir do país vizinho, o que gerou especulações sobre uma possível ação militar. Embora o Brasil tenha evitado envolvimento direto, Lula já havia alertado Trump, em conversa telefônica anterior, que um conflito armado na América do Sul seria “devastador para a região”.

Trump, por sua vez, afirmou que estaria disposto a tratar do assunto “caso Lula desejasse”, mas disse não prever discussões específicas sobre o tema.

O encontro na Malásia é visto como um passo importante para restaurar a cooperação entre as duas maiores economias das Américas, abrindo caminho para uma possível reaproximação após meses de tensão comercial e diplomática.

Do Brasil 247

Trump sinaliza reduzir tarifas “nas circunstâncias certas” e Lula fala em “otimismo”

A bordo do Air Force One, a caminho de Kuala Lumpur, Trump sinalizou que deve encontrar Lula, que já está na Malásia. “Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução”, disse o brasileiro.

A caminho de Kuala Lumpur, na Malásia, onde participa da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), o presidente dos EUA, Donald Trump, falou sobre a reunião com Lula, que deve ocorrer neste domingo (26), e sinalizou que pode reduzir as tarifas de até 50% aos produtos brasileiros que entram nos EUA.

Em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, na madrugada deste sábado (26), Trump foi indagado se encontrará Lula no país asiático.

“Acho que vamos nos encontrar, sim. Nós nos encontramos nas Nações Unidas brevemente”, respondeu, reclamando novamente de ter o teleprompter desligado durante seu discurso.

Em seguida, perguntado se estaria aberto a reduzir as tarifas ao Brasil, o presidente dos EUA, respondeu positivamente. “Sim, sob as circunstâncias certas, com certeza”, disse, sem detalhar quais seriam essas circunstâncias.

Brasil de Fato

Na Malásia, Lula recebe título de Doutor Honoris Causa: ‘Reconhecimento ao povo brasileiro’

Neste sábado (25), o presidente Lula (PT) recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global concedido pela Universidade Nacional da Malásia (UKM).

“A minha trajetória remete à história de superação de milhões de compatriotas. Este título é, também, um merecido reconhecimento ao povo brasileiro”, disse o presidente, na cerimônia de concessão do título, realizada no Hotel Shangri-La, em Kuala Lumpur, capital do país.

A homenagem reconhece a trajetória política de Lula e sua atuação no campo da inclusão social, do combate à fome e da cooperação internacional. A cerimônia de outorga foi presidida por Tuanku Muhriz, reitor da universidade e sultão do estado de Negeri Sembilan.

Em seu discurso, Lula agradeceu a homenagem e reforçou a intenção brasileira de fortalecimento da cooperação entre os países do Sul Global, afirmando que é necessário “interromper os mecanismos que sustentam, há séculos, o financiamento do mundo desenvolvido às custas das economias emergentes e em desenvolvimento”.

“Recebo o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Nacional da Malásia não como um ponto de chegada, mas como um estímulo a continuar lutando por um mundo mais justo, sustentável e solidário. Um mundo em que os países do Sul Global tenham voz”, disse Lula, em seu discurso de agradecimento. Ao longo de sua trajetória, Lula recebeu mais de 30 títulos de Doutor Honoris Causa, honraria concedida por universidades a pessoas que se destacam em suas áreas de atuação.

O presidente viajou à Malásia para participar da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e da 20ª Cúpula do Leste da Ásia. Esta é a primeira vez que um chefe de Estado brasileiro é convidado a participar de uma Cúpula da Asean. Esta é, também, a primeira visita oficial de um chefe de Estado brasileiro ao país em 30 anos.

Na visita, Lula assinou sete acordos de cooperação entre os países, para trocas de experiências nas áreas da tecnologia, ciência, semicondutores, inovação e agropecuária.

‘A COP da verdade’

Na cerimônia de outorga do título de Doutor Honoris Causa, Lula lembrou da proximidade da COP30, a Conferência das Partes que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, no Pará. Na declaração do presidente, esta será ‘a COP da verdade’.

“Será o momento de superar a ganância extrativista e agir com base na ciência. Menos de 70 países apresentaram novas metas nacionalmente determinadas de redução de emissões de gases de efeito estufa (NDCs). Dentre os maiores poluidores, apenas 14 países cumpriram com o seu dever de casa”, ressaltou o presidente.

As NDCs representam os esforços de cada país para reduzir as emissões de gases poluentes e adaptar-se aos impactos da mudança do clima. “Tudo indica que, mesmo que as atuais NDCs sejam cumpridas, o planeta ultrapassará o limite de 1.5 grau de aumento da temperatura do planeta”, disse o presidente, que alertou para responsabilidade dos países ricos com o futuro do planeta. “Na busca por lucros ilimitados, muitos se esquecem de cuidar do planeta Terra”, disse.

Cavalo de Troia

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Por Vinício Carrilho Martinez

  • “Mas o povo não está interessado nas eleições, que é cavalo de Troia que aparece de quatro em quatro anos” [1].

 

Lendo assim, apenas esse recorte, podemos ter a impressão de que Carolina de Jesus pregava uma antipolítica. Entretanto, sua vida toda de resistência, insistência para viver, sobreviver, foi um dos mais belos e grandiosos atos políticos de nossa história social.

Quando se avalia a política oficial, institucional, poucos são os momentos em que os discursos, promessas, propostas inexequíveis (populistas, oportunistas) para o povo, não surtiram efeitos de um enfeitado Cavalo de Troia. É para isso que ela chama a nossa atenção: esqueçam o palavrório, o falatório – sempre vazios de significados populares – e olhem a realidade. Nem político, desse tipo profissionalizado, combate a fome do povo com papo furado.

Não lhe interessava, em nada lhe convinha, esse falar e não fazer, até porque o seu fazer era recolher papelão e metais velhos nas ruas de São Paulo, capital, vender e assim comprar algum alimento para os filhos. O seu fazer era driblar a fome, a morte; o seu dizer era de que isso não era humano, era injusto e indigente. O seu falar era pela dignidade humana; o seu fazer era uma luta diária contra a miséria e a “mentira política”.

O conceito que não aprendera na escola pública, porque sequer concluiu o ensino fundamental de hoje, lhe dizia no âmago de mulher negra, pobre e oprimida, e mãe, que a “vida é insolvível”. Não se compra a dignidade humana com um milheiro de tijolos, em ano eleitoral.

Essa questão mais política é fundamental, pois a lógica econômica, institucional, societal, de produção de Carolinas de Jesus nunca teve descanso no país. Quantas Carolinas de Jesus existem hoje no Brasil? Algumas até enriqueceram[2], a original, não.

Por fim, é sempre necessário recolocar a crítica ao sistema representativo, porque a baixa adesão e as críticas mais ácidas – muitas vezes retidas na fenomenologia, no senso comum dos fatos – são os principais indicadores da erosão da própria democracia. Com ironia excessiva (ou cinismo), tais avaliações raramente pertencem ao tempo do anúncio, da oferta de proposições alternativas e reparadoras ao sistema democrático como um todo. E quando isto ocorre, perdemos todos nós, toda a sociedade brasileira – a nossa história é cheia de situações, momentos assim.

[1] CAROLINA Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014, p. 43.

[2] https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2025/10/21/empresaria-lixao.htm. Acesso em 21/10/2025.

Flávio Bolsonaro pede ataque dos Estados Unidos ao Brasil

O senador defendeu o envio de embarcações norte-americanas ao Rio de Janeiro com o suposto objetivo de combater o tráfico de drogas

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriu nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos ataquem barcos supostamente com drogas no estado do Rio de Janeiro. O parlamentar respondeu a um post do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciando um ataque a embarcações no Oceano Pacífico.

“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”, escreveu Flávio na rede social X.

O filho de Jair Bolsonaro (PL) publicou o post em um contexto no qual os EUA fizeram dois ataques a embarcações no Oceano Pacífico em menos de 48 horas.

Veja agora o post de Pete Hegseth:

“Sob a direção do Presidente Trump, o Departamento de Guerra realizou mais um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada (DTO). Mais uma vez, os terroristas, agora falecidos, estavam envolvidos no narcotráfico no Pacífico Oriental.

Nossa inteligência sabia que a embarcação estava envolvida no contrabando ilícito de narcóticos, transitava por uma rota conhecida de narcotráfico e transportava entorpecentes. Três narcoterroristas estavam a bordo da embarcação durante o ataque, realizado em águas internacionais. Todos os três terroristas foram mortos e nenhuma força americana ficou ferida neste ataque.

Esses ataques continuarão, dia após dia. Não se trata apenas de traficantes de drogas — são narcoterroristas trazendo morte e destruição às nossas cidades. Esses DTOs são a “Al-Qaeda” do nosso hemisfério e não escaparão da justiça. Nós os encontraremos e os mataremos, até que a ameaça ao povo americano seja extinta”.

Contexto

Os ataques fazem parte de uma ofensiva do governo Donald Trump (EUA), que, há pouco mais de um mês, anunciou o deslocamento de militares para a região do Caribe, próxima à América do Sul. Inicialmente, Washington declarou como justificativa o combate ao chamado narcoterrorismo.

Washington anunciou uma recompensa de até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) para quem fornecer informações que levem à prisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

presidente Trump instruiu a CIA e o Pentágono a adotarem medidas mais agressivas contra o atual governante venezuelano.

O chefe da Casa Branca resolveu acusar o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ligação com o narcotráfico. Trump suspendeu o pagamento de subsídios ao país sul-americano.

líder colombiano repudiou as acusações e afirmou que as denúncias de Trump foram motivadas pela recusa de Bogotá em apoiar uma ofensiva militar contra a Venezuela.

EUA e a trama golpista

Outro fator que se insere no contexto da postagem feita pelo senador é a tentativa de intervenção dos EUA no julgamento da trama golpista conduzido pelo Supremo Tribunal Federal. O STF condenou Jair Bolsonaro (PL) de pelo menos 15 réus.

O presidente Trump mencionou o inquérito do plano golpista como justificativa para sanções contra o Brasil, entre elas o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras para os EUA, e a suspensão de vistos de ministros do STF para o território norte-americano.

Tendo como base a postagem de Flávio Bolsonaro, os EUA usariam alegações de combate ao tráfico como uma tentativa de interferir no Brasil.

No âmbito das sanções, o chefe da Casa Branca assinou o decreto do tarifaço em 30 de julho, antes da condenação de Bolsonaro. Em 11 de setembro, o STF condenou o político da extrema direita brasileira a 27 anos de prisão.

Caso Eduardo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolou em 22 de setembro uma denúncia contra o deputado Eduardo Bolsonaro.

Segundo o órgão, o parlamentar manteve articulações com o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, com o intuito de pressionar economicamente o Brasil em razão das investigações sobre a tentativa de golpe atribuída a Jair Bolsonaro.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Lula vai disputar quarto mandato

Não que ainda houvesse muita dúvida. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, em viagem à Indonésia, que vai tentar a reeleição em 2026 e disputar seu quarto mandato. A declaração foi feita durante discurso realizado em Jacarta. “Eu vou disputar um quarto mandato no Brasil. Então, estou lhe dizendo que ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas estou preparado para disputar outras eleições”, disse Lula ao colega Prabowo Subianto. Mais adiante, ao falar da possibilidade de ser reeleito, Lula afirmou que, em um eventual novo mandato, não vai ser “o presidente da República que está pensando na sua reeleição, vou ser o presidente que vai estar pensando em governar o país por quatro anos e deixá-lo tinindo, tinindo”.  “Eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil”, disse Lula.

Lula vai disputar quarto mandato 2

A viagem de Lula à Ásia tem como próxima parada Kuala Lumpur, na Malásia, para participar da cúpula da Asean, a Associação das Nações do Sudeste Asiático, onde está previsto que ele se encontre com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo. (Folha)

Ministro rondoniense

E Rondônia poderá ter seu primeiro ministro do STF, genuinamente nascido no estado. Com o adiamento da indicação de Jorge Messias, cresce a possibilidade do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ser o escolhido por Lula quando retornar da Ásia. A indicação de Pacheco que nasceu em Porto Velho, seria um pedido do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Pacheco é também forte candidato ao governo de Minas Gerais.

Extradição de Carla Zambelli

Enquanto isso, dois ícones do bolsonarismo tiveram uma quarta-feira de emoções opostas. O Ministério Público da Itália deu aval ao pedido de extradição para o Brasil da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa em Roma desde julho. A parlamentar, que tem dupla cidadania, fugiu para a Itália após ser condenada no Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por ter ordenado um ataque hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em agosto, ela sofreu uma nova condenação na Corte, a cinco anos e três meses por porte ilegal de arma de fogo. A defesa de Zambelli minimizou o parecer da procuradoria italiana dizendo ser esse o “papel do Ministério Público” e reclamou por não ter acesso a esses documentos. A decisão final sobre a extradição será tomada pelo Ministério da Justiça da Itália. (UOL)

Cassação arquivada 

Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado que está desde fevereiro nos EUA articulando por sanções ao Brasil, viu o Conselho de Ética da Câmara decidir, por 11 votos a 7, arquivar uma ação movida pelo PT que poderia levar a sua cassação. Segundo o relator do caso, deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG), “é legítimo que qualquer parlamentar possa se manifestar em território nacional ou estrangeiro”. Já o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), disse que vai recorrer ao Plenário. (CNN Brasil)

Pedido atendido 

Pode ser uma imagem de ‎texto que diz "‎ENQUANTO ISSO NA PRIMEIRA TURMA.. MINISTRO FUX, VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ DIFERENTE só MUDEI o PENTEADO, MINISTRO DINO SHuan صرر‎"‎O pedido de Fux para migrar da Primeira para a Segunda Turma foi atendido pelo presidente Edson Fachin e envolve um movimento que agrada aos bolsonaristas mais que seu voto vencido para absolver o ex-presidente, conta Andreia Sadi. Fux é relator do recurso de Jair Bolsonaro contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por abuso de poder. Caso leve o processo consigo para a Segunda Turma, é mais provável que consiga maioria para atender ao pedido, já que dois dos outros quatro integrantes do colegiado, os ministros Nunes Marques e André Mendonça, foram indicação de Bolsonaro. (g1)

Pedido atendido  2

Mesmo com possível rearranjo interno, ministros avaliam que, em temas sensíveis, o plenário continuará a concentrar decisões de maior impacto, contexto em que o grupo alinhado a Moraes mantém vantagem numérica.

Política em prisão domiciliar

Ao contrário do que andam falando, Bolsonaro não está “morrendo aos poucos”. Depois de o STF publicar o acórdão do julgamento que o condenou por tentar dar um golpe de Estado e enquanto aguarda os últimos passos do processo, Bolsonaro segue fazendo política em prisão domiciliar. Sua obsessão é formar, nas eleições do ano que vem, uma maioria de aliados no Senado, onde se decide o eventual impeachment de ministros do Supremo. (Estadão)

Projeto AntiFacção

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, apresentou o Projeto AntiFacção, pacote do governo federal de combate ao crime organizado para lidar diretamente com organizações como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Entre as alterações na legislação atual, o projeto cria uma modalidade qualificada do crime de envolvimento com facções, facilita a ação contra empresas usadas pelo crime e regula a gravação de conversas entre criminosos e seus advogados na prisão. As penas para todas as atividades ligadas a facções, do simples pertencimento aos homicídios encomendados, são aumentadas. E as autoridades poderão infiltrar policiais e colaboradores dentro das quadrilhas. O texto está em análise pela Casa Civil que o encaminhará ao Congresso. (g1)

                         Deus, Pátria e Família

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "A mulher da foto é Cíntia Chagas: bolsonarista e conservadora. o homem é seu marido, Deputado bolsonarista Lucas Bove do PL/SP. Ela é influenciadora e prega que mulheres devem ser submissas ao marido. Ela se manifestava totalmente contra a Lei Maria da Penha. Agora levou uma surra do marido e recorreu a quê? À Lei Maria da Penha. A vida é irônica, né? @tania.soaresd"Casada com o deputado estadual ultra bolsonarista Lucas Bove (PL-SP), a influenciadora de direita Cíntia Chagas foi vítima de violência doméstica, separou-se e seguiu nas redes com sua pregação conservadora. Provocada por Mariliz Pereira Jorge, ela reconheceu no feminismo que tanto combatia a origem das leis que a protegeram. E ainda participou de uma conversa aberta com a futura candidata ao Senado pelo Rio Grande do Sul Manuela D’Ávila.  (Meio)

Trump X Putin

Depois de impor um acordo de paz ainda incerto a Israel e ao Hamas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, direciona agora sua atenção à Rússia, e ele não está feliz. Nesta quarta-feira, Trump cancelou o encontro que teria com Vladimir Putin para tratar da guerra na Ucrânia e disse que “está na hora” de impor novas sanções a Moscou. Dias atrás, após uma longa conversa telefônica, Trump pretendia se encontrar com Putin em Budapeste, na Hungria, mas depois se irritou com o ritmo lento das negociações de paz. “Cada vez que falo com Putin, temos uma ótima conversa, mas depois não se vai a lugar algum”, reclamou. (CNN)

5 mil mísseis

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que seu país tem 5 mil mísseis antiaéreos portáteis de fabricação russa para se defender do que chamou de ameaça militar dos EUA, que enviaram ao Mar do Caribe navios de guerra, submarinos, milhares de militares e aeronaves — incluindo helicópteros parte dos Night Stalkers, grupo de elite que atuou na morte de Bin Laden. Desde 2 de setembro, as forças norte-americanas estão bombardeando barcos que classificam como “narcoterroristas”. (g1)

5 mil mísseis 2

Forças dos EUA destruíram a oitava embarcação que supostamente transportaria drogas para o país. Diferentemente dos ataques anteriores, que aconteceram no Caribe, o barco foi atingido no Oceano Pacífico. De acordo com o secretário de Defesa (rebatizado “de Guerra”), Pete Hegseth, duas pessoas morreram, elevando para 34 o número de vítimas fatais da política de ataque a navios de supostos traficantes. (AP)

António Guterres

A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial (1850-1900) nos próximos anos não será alcançada. Foi o que disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma reunião na Organização Meteorológica Mundial (OMM), em Genebra, na Suíça, um mês antes da COP30, em Belém do Pará. Com a permanência do alto consumo de petróleo, gás e carvão globalmente, muitos climatologistas admitem que esse limite, estabelecido no Acordo de Paris, será atingido antes do final da década. De acordo com o observatório europeu Copernicus, a temperatura média do planeta já é 1,4°C mais alta do que na era pré-industrial. (g1)

                                      Ninho da morte

Brasília (DF), 22/10/2025 - Dez adolescentes mortos no incêndio do Ninho do Urubu, sede do time do Flamengo. Arte/Agência BrasilO Ministério Público do Rio de Janeiro vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça de absolver sete réus envolvidos no incêndio no Ninho do Urubu, que matou dez jovens e deixou outros três feridos em 2019. Entre os réus acusados de incêndio culposo e lesão grave estão Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo; Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto de patrimônio; e Edson Colman, sócio da empresa que cuidava da manutenção de aparelhos de ar-condicionado, onde o fogo começou. Na época, 26 adolescentes dormiam em contêineres dentro do centro de treinamento do Flamengo, quando ocorreu a tragédia. (CNN Brasil)

 Transporte e hospedagem

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O Ministério da Saúde anunciou o repasse de R$ 156 milhões anuais para ampliar o acesso à radioterapia para pacientes do SUS que precisam se deslocar para o tratamento. A pasta estima que 704 mil novos diagnósticos de câncer são identificados por ano, com a radioterapia sendo indicada em 60% dos casos. Além dos atendimentos, o recurso vai custear transporte e hospedagem de pacientes que chegam a percorrer 144,6 km, em média, para o tratamento. (Folha)

Breakfast

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Coluna Zona Franca

Contagem regressiva

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou oficialmente a decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A divulgação do acórdão marca o início do prazo de cinco dias para que as defesas apresentem os chamados embargos de declaração, recurso usado para apontar eventuais contradições ou omissões na sentença.  A prisão de Bolsonaro e dos demais condenados só ocorrerá após o trânsito em julgado — ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso. (Brasil247)

Fux pede para trocar de turma

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta terça-feira sete acusados de integrar o núcleo de desinformação que atuou para desacreditar o sistema eleitoral e preparar terreno para uma tentativa de golpe de Estado. Os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino votaram pela condenação dos réus pelos crimes de tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e incitação ao crime. Segundo Moraes, relator do caso, os acusados participaram de um esquema coordenado para atacar a Justiça Eleitoral e disseminar desinformação. “É uma falácia criminosa dizer que ataques à democracia são liberdade de expressão”, afirmou o ministro. Entre os réus estão o ex-major Ailton Barros, o engenheiro Carlos Rocha, e o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida. O ministro Luiz Fux mais uma vez abriu divergência e votou pela absolvição de todos os réus. Segundo ele, não haveria elementos suficientes para condenar os réus pelos crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro afirmou ainda que não há conexão entre os eventos relacionados ao processo eleitoral, ao chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo” e aos ataques de 8 de janeiro. (CNN Brasil)

Fux pede para trocar de turma 2

Com o clima para lá de azedo na Primeira Turma do STF após seu voto confuso, gigantesco e agressivo em relação aos colegas no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)Fux pediu para sair. Em carta ao presidente do Supremo, Edson Fachin, ele solicitou ser transferido para a vaga que o ex-ministro Luís Roberto Barroso ocupava na Segunda Turma. Por lá Fux também teria desafetos, como o decano da Corte, Gilmar Mendes, mas contaria com o apoio de Kássio Nunes Marques e André Mendonça, nomeados no governo Bolsonaro. (g1)

Fux pede para trocar de turma 3

O ministro Luiz Fux pretende continuar participando dos julgamentos ligados à trama golpista de 2022, inclusive da análise dos recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma organização criminosa que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Com informações de Malu Gaspar. A decisão final caberá ao presidente da Corte, ministro Edson Fachin, com quem Fux pretende “construir uma solução” que permita sua continuidade nesses processos. A movimentação de Fux foi motivada pela vaga aberta na Segunda Turma após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, que encerrou suas atividades no tribunal na última sexta-feira (17). O ministro quer ocupar o lugar deixado por Barroso, mas sem se afastar dos casos relativos aos núcleos da trama golpista, atualmente sob análise da Primeira Turma. (Diario do Centro do Mundo)

Valdemar Costa Neto

Enquanto isso… Alexandre de Moraes decidiu reabrir a investigação contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por suspeita de participação na tentativa de golpe de Estado de 2022. A decisão foi tomada após o ministro defender, em seu voto, a retomada das apurações sobre o papel de Valdemar nos crimes de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, acompanhado pela maioria dos colegas da Primeira Turma, à exceção de Fux. Mais cedo, Moraes havia afirmado que, se Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), fosse condenado, as investigações contra Costa Neto deveriam ser reabertas. O IVL foi contratado pelo PL para produzir relatórios que questionaram, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas. (Metrópoles)

Uma mulher no STF, por favor-Orlando

 

Guilherme Boulos senador 

Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) pode nem deixar a cadeira na Esplanada esquentar. O PSOL não desistiu de tê-lo concorrendo a um novo cargo nas próximas eleições — para isso, no entanto, o prazo máximo para deixar o governo é abril do ano que vem. Segundo interlocutores do partido, o cenário não está tão definido assim. O novo ministro foi o deputado federal mais votado de São Paulo em 2022, superando nomes como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, ambos do PL, e é considerado um nome forte nas urnas. “Pela liderança política que exerce, Boulos seria um excelente nome para a disputa eleitoral do ano que vem, em especial para o Senado”, disse a presidente nacional do PSOL, Paula Coradi. (Veja)

Guilherme Boulos senador 2

O presidente nomeou Guilherme Boulos ministro e tirou da corrida eleitoral um dos maiores puxadores de votos da esquerda. Mas há um cálculo por trás: Boulos entra no governo pra mobilizar as ruas, pressionar o Congresso e tentar reconquistar o novo trabalhador — o motoboy, o entregador, o autônomo — que o PT nunca conseguiu representar. É um movimento ousado. Mas é também um risco num momento em que a esquerda precisa, mais do que nunca, fazer bancada no Congresso. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)

Frei Chico

A juíza Ana Luiza Madeiro Cruz Eserian, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), deu cinco dias para que plataformas de redes sociais retirem do ar pelo menos 14 postagens que reproduzem um vídeo associando José Ferreira da Silva, o Frei Chico, ao esquema de descontos ilegais a aposentados. O irmão do presidente Lula é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), uma das entidades apontadas como suspeitas, mas seu nome não consta entre os investigados. (Estadão)

Museu Casa Darcy Ribeiro

“Se você hoje o tem em mãos, é porque venci.” A frase marca a coragem de Darcy Ribeiro, que fugiu da UTI para concluir O Povo Brasileiro em sua casa de praia, em Maricá. Hoje, esse refúgio de criação se tornou o Museu Casa Darcy Ribeiro, construído pela Prefeitura de Maricá por meio da CODEMAR e sob gestão do Instituto Circomum. Com projeto de Oscar Niemeyer e curadoria de Gringo Cardia, o museu mantém viva a inquietação de Darcy com exposições e experiências interativas. Foi nesse cenário inspirador que Pedro Doria e Yasmim Restum gravaram a série Quem é o Brasileiro?, uma parceria do Meio com o Museu Casa Darcy Ribeiro. Assista no canal do YouTube e planeje sua visita em casadarcyribeiro.org.br.

Foz do Amazonas

Não demorou sequer um dia para a Petrobras iniciar as perfurações por petróleo na Foz do Amazonas. Em ofício enviado pela estatal ao Ibama ainda nesta terça-feira a Petrobras informou que já iniciou os trabalhos de prospecção. Fontes próximas ao processo afirmam que, desde agosto, a sonda de perfuração já estava posicionada na área, realizando simulações de emergência exigidas pelo licenciamento. A licença concedida pelo Ibama à Petrobras determina que seja feito um relatório anual com uma nova modelagem de dispersão de petróleo no oceano, que simula o vazamento em caso de acidentes. Esta é uma das 34 condicionantes para a atividade da petroleira no bloco 59, localizado a 175 km da costa do Amapá. Em nota, o instituto ambiental afirma que as modelagens foram validadas e a solicitação “visa avaliar a aderência dos resultados decorrentes da utilização das novas bases aos já aprovados durante o licenciamento”. Ambientalistas criticam que uma nova versão não tenha sido entregue antes da autorização de exploração. (Folha)

Foz do Amazonas 2

A autorização do Ibama teve ampla repercussão pública nos meios digitais, envolvendo ambientalistas, órgãos reguladores e a Petrobras. De acordo com nova pesquisa da Quaest (íntegra), a maioria das 20 mil menções sobre a licença foram neutras ou informativas (63%), enquanto 27% foram negativas e 10%, positivas. (Meio)

Restauração da visão

Pesquisadores restauraram, pela primeira vez, parte da visão de pessoas com atrofia geográfica com um implante protético de retina. A doença, relacionada à idade, causa cegueira quando as células no centro da retina começam a morrer, deixando uma mancha preta no centro da visão. O estudo publicado no periódico The New England Journal of Medicine mostra que 27 dos 32 participantes voltaram a ler com suas retinas artificiais. A prótese é um chip sem fio tão fino quanto uma folha de filme plástico, que atua com uma câmera acoplada a um par de óculos, que captura as imagens e as projeta no implante. (Globo)

Caramelo

Considerado “patrimônio nacional” pela internet, o cachorro caramelo faz sucesso até mesmo nos filmes dentro e fora do Brasil. Lançado no último dia 8, o filme da Netflix Caramelo, protagonizado por Rafael Vitti, já é o mais visto em língua não inglesa da plataforma no mundo. O longa atualmente soma mais de 15 milhões de visualizações, estando entre os dez mais vistos em 90 países, como Canadá, França, Alemanha, México, Coreia do Sul e Japão. Na trama, Pedro, um cozinheiro em ascensão, conhece Caramelo, depois que o cão aparece no restaurante, causando uma enorme confusão. (Folha)

Museu do Louvre

Apesar do valor inestimável para a História francesa, a perda financeira do roubo das joias da coroa no museu do Louvre, no domingo, foi estimada em cerca de € 88 milhões. Enquanto a polícia procura pelos criminosos, o presidente e diretor do museu, Laurence des Cars, deve responder a perguntas do comitê de cultura do parlamento nesta quarta-feira. Ele será questionado sobre a velocidade com que os ladrões conseguiram arrombar uma janela do primeiro andar, a qualidade das vitrines que abrigam as joias e a aparente falta de uma unidade de resposta rápida para deter os ladrões. (Guardian)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Lógica reversa da liberdade absoluta

Vinício Carrilho Martinez

Esse pequeno texto é uma tentativa de diálogo com o liberalismo de baixa reflexão ou com o inconsequente neoliberalismo em que as Luzes são ausentes. Não nos referimos aqui ao sentido economicista.

Inicialmente, para esse neoliberalismo sem Luzes, podemos dizer que a “Liberdade absoluta” é igual à liberdade total, como se diz no popular é “fazer qualquer tudo, fazer coisa e não dar em nada”.

A vida real, prática, no entanto, nos prova que não é assim: as ações têm resultados e consequências. Os resultados, inclusive, podem sair ao contrário do que gostaríamos e, é bastante óbvio, as consequências podem ser ainda mais desastrosas.

Afinal, não há, nem haverá, nenhum lugar na Terra (e na nossa história) em que não se cobrem responsabilidades, quer sejam morais, quer sejam sociais, políticas e jurídicas. Sempre haverá uma condição, uma força heterodoxa (impositiva) atuando sobre nós – quer tenhamos atuado mais ativamente no estabelecimento dessas “regras” ou não, ou seja, quer sejam regras e condições mais legítimas (socialmente) quer sejam o resultado impositivo de algum poder monocrático estabelecido (exterior e até autocrático).

O direito penal, especialmente, tem uma lógica reversa: a liberdade é absoluta, porém, o próprio indivíduo pode não agir, a fim de que sua liberdade não seja ainda mais reprimida.

  • Todo mundo é livre pra matar e roubar.
  • A lei não proíbe diretamente (só na lógica reversa, quando a pessoa não faz por medo das implicações de seu ato).

 

O fato que resulta dessa “liberdade de matar e roubar” é a questão.

Porque a lei pune tais atos com a pena de restrição da liberdade.

A lei diz “pena de tanto a tanto”, e se o indivíduo não quer ser preso, então, não comete o crime. Essa é a lógica reversa: é como se a lei dissesse “não faça, porque se fizer vou te punir”.

Assim, o medo de receber a pena de restrição da liberdade inibe a “liberdade de matar e roubar”, por exemplo.

A lei também não proíbe a tentativa de golpe de Estado ou abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entretanto, resguarda penitências e uma severa punição: a prisão.

Há ainda pessoas que se julgam no direito de “exercerem livremente” a defesa do cometimento de crimes, incitando, defendendo, divulgando atos criminosos. Esses indivíduos se veem “livres” para agir assim porque supõem que a liberdade seja mesmo absoluta. O crime que cometem é o de apologia ao crime, com previsão de penalidades, é óbvio.

Nesses casos, estará em curso a coação, um “aviso” constante, a presença valorativa exterior e anterior a todos nós – dizendo “faça”, “não faça”. Para quem duvida e desafia esses avisos e alertas, a coação se converte em coerção, ou seja, na ação da punibilidade[1].

Desse modo, na lógica reversa é como se a lei proibisse o ato criminoso. Porque impõe a pena e a pessoa restringe sua liberdade (mitiga, não faz, não age), exatamente, por medo de sofrer uma restrição da sua liberdade (prisão) ainda mais grave.

Portanto, na nossa cabeça funciona como um alerta: não faça, porque será punido. O receio da fofoca teria esse mesmo sentido inibidor – como se o status quo nos advertisse.

Em todos esses sentidos é manifesta a coerção, aquele “aviso” que não foi seguido por quem desabona as consequências e, daí, passa a funcionar uma “ação que coage”, constrange. Apesar de certa redundância, a coerção equivale à “ação capaz de se impor” e obrigar.

Por fim, é possível dizer que, de certo modo, a liberdade é absoluta. O X da equação é o resultado impondo consequências. A maioria de nós sabe perfeitamente disso, pensa assim, mas sempre há quem desafie a lógica.

 

[1] Alguns desse avisos, “sinais”, por certo, podem e devem ser questionados, como ocorre com apregoações absurdamente conservadoras, reacionárias ou atentatórias à democracia, aos direitos humanos, à dignidade humana. No entanto, sempre surgirão alguns “novos” limites a ocupar e disciplinar o espaço anteriormente dirigido por práticas sociais que já deixamos repousar no passado – ou que insistem em permanecer, como o racismo, a misoginia, a intolerância, a pregação do ódio social, a desigualdade social e regional, a exploração do trabalho análoga à escravidão, a imperante uberização e pejotização. Todavia, uma vez que ganhemos espaços dignificantes às classes sociais subalternas, às classes trabalhadoras, esses novos parâmetros não poderão se basear em “liberdades absolutas” que façam naufragar a dignidade humana. A resistência imporá barreiras sociais e políticas, bem como juridicamente deverá prevalecer o Princípio do não-retrocesso moral/social: foi com muita luta e resistência que se impôs o fim à escravidão, para em seguida se afirma o direito de greve e aos direitos civis. Um exemplo seria a descriminalização do uso da maconha, para fins medicinais ou recreativos. O mesmo aspecto pode ser visto em dezenas, centenas de casos: a instituição do direito ao divórcio é um exemplo. Num movimento semelhante, é possível vermos que o fim da tipificação penal também se alinha com uma rota progressiva do Direito: o adultério foi considerado crime por muitos anos, e deixou de ser. A prática da eutanásia é criminalizada no Brasil, porém, não é mais no Uruguai e isso nos traz ao propósito “evolutivo” do Direito. No sentido amplo, uma parte significativa das Ciências Sociais tem sua inscrição num certo tipo de darwinismo social – veja-se as “gerações de direitos humanos”; entretanto, a história é repleta de idas e vindas, no sentido de que não há “evolução continuada” e de que os retrocessos podem ser avassaladores: o Estado Islâmico é caso lapidar dessa dialética negativa. A história também nos revela que Direito e Moral não falam a mesma língua, num corte epistemológico muito evidente se compararmos o Código de Hamurabi com o notório Direito Romano, em que a técnica se “separaria” do certo e do errado derivados da imposição religiosa. O Positivismo Jurídico viria nessa mesma direção, dirimindo-se qualquer noção estranha ao Direito: a subsunção deveria fazer essa função, ao “retirar” o fato de suas circunstâncias e o aproximar, de certa forma justapor, ao tipo penal e assim lhe atribui uma pena ou não. Desse modo, o fato (autoria) seria analisado mediante seu “encaixe” no tipo penal, e nenhuma circunstância exterior deveria “contaminar” essa análise. Como se sabe, as avaliações não se dão exatamente desse modo, e nos bastaria avaliar que há circunstâncias atenuantes (agir em legítima defesa) ou ainda mais incriminadoras (premeditação). Esta separação, no entanto, se considerada fria demais, pode revelar um direito nazista; tanto quanto, ao se buscar uma reaproximação, iremos encontrar o oportunismo ou o obscurantismo legislativo: tivemos recentemente uma tentativa de se punir mais severamente a vítima de estupro que fizesse aborto, do que em relação ao ato de violência sexual (a vítima teria uma pena maior do que a do estuprador). O que seria atentatório a qualquer noção mínima de justiça. Mas, o fato de existir uma tentativa desse gênero – assim como a que prevê uma “autorregulamentação ambiental” para quem promove o desmatamento – já nos indica que uma suposta Moral não só é manejada a serviço de interesses escusos como produz verdadeiros atentados ao Direito que já se provara progressivo. A existência e perseverante aplicação da pena de antecipação da morte em alguns países, com múltiplos métodos, e a sua vedação em muitos outros (como no Brasil) nos indica que essa luta humanitária (“evolutiva”) do Direito é uma constante no momento presente. Sob as “gerações dos direitos humanos”, a transformação da perspectiva dos direitos individuais (à propriedade, por exemplo) em direitos individuais homogêneos – acessibilidade, desenho universal – denota, mais uma vez, que é uma luta progressiva, um tipo de dialética que tende a transfigurar o individual no coletivo; aliás, há muito se tem a primazia do Princípio da prevalência do interesse público sobre o privado. O fator aqui em destaque seria sua efetividade (ou não).

“O Brasil do futuro será melhor que o Brasil do presente”, diz Lula

O presidente anunciou a destinação de R$ 108 milhões para apoiar até 500 cursinhos populares em todo o país

Em um encontro marcado por discursos de incentivo e promessas de investimento em educação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (18) de um evento em São Bernardo do Campo (SP), no Ginásio Adib Moysés Dib, diante de milhares de estudantes da Rede de Cursinhos Populares (CPOP). O ato celebrou a assinatura do termo de compromisso para o edital que prevê a expansão da rede em 2026.

Lula anunciou a destinação de R$ 108 milhões para apoiar até 500 cursinhos populares em todo o país, reforçando o compromisso de ampliar as oportunidades de acesso ao ensino superior para jovens em situação de vulnerabilidade social.

Lula: “O Brasil do futuro será melhor do que o Brasil do presente”

Diante da plateia formada por estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o presidente fez um apelo direto à juventude. “O Brasil do futuro será melhor do que o Brasil do presente. Ninguém na idade de vocês tem o direito de desistir. Por mais que se tenha dificuldade em casa, por mais que se tenha dificuldade financeira, por mais que às vezes as coisas não andem bem, não há possibilidade de vocês, na idade de vocês, desistirem”, afirmou Lula.

Em outro momento, o presidente reforçou a importância da determinação: “O que faz a vida valer a pena de verdade é a gente ter um objetivo. É a gente ter uma causa e a gente perseguir. Não desistam nunca. O destino somos nós quem traçamos. Sejam o que vocês quiserem. E nós estaremos aqui para dar sustentação a vocês.”

Estrutura do programa

Instituída pelo Decreto nº 12.410/2025, a Rede Nacional de Cursinhos Populares tem como objetivo fortalecer cursinhos pré-vestibulares comunitários e oferecer suporte técnico e financeiro para a preparação de estudantes da rede pública. Além de orientações específicas para o Enem, o programa busca ampliar a participação de jovens negros, indígenas e de famílias de baixa renda no ensino superior.

O edital a ser lançado em dezembro prevê até 500 cursinhos financiados em 2026, ampliando a rede que atualmente já apoia 384 unidades em diferentes regiões do país. No primeiro ciclo, o programa beneficiou mais de 12 mil estudantes, com recursos de R$ 74 milhões.

Apoio ministerial

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou que a iniciativa marca uma virada de página. “Essa rede de cursinhos populares já existiu, mas não tinha o apoio do poder público. Foi o presidente Lula que, através de um decreto, criou a Rede de Cursinhos Populares em todo o país. Hoje, 384 cursinhos populares estão sendo apoiados pelo MEC. E vamos chegar a 500 cursinhos CPOP em todo o Brasil. A educação é o único caminho transformador para a sociedade brasileira”, afirmou.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recordou conquistas de sua gestão no MEC entre 2005 e 2012, ressaltando o impacto do Programa Universidade para Todos (Prouni) e da lei de cotas. “Na comparação com o que esse país era 20 anos atrás, vocês tiveram muitas conquistas. Em 2004, nasceu o Prouni, que permitiu acesso às pessoas que não entravam na universidade pública. Já são 4 milhões de brasileiros diplomados pelo programa”, disse Haddad.Ele também relembrou a expansão universitária conduzida no primeiro governo Lula.

“Em 2005, o presidente Lula decidiu fazer a maior expansão da história da universidade pública, com 126 novos campi. Além disso, reservamos 50% das vagas para alunos de escola pública, distribuídas entre brancos e negros de acordo com a proporção de cada estado. O negro ia entrar sim numa universidade pública”, frisou.

Educação como motor de desenvolvimento

No discurso, Lula ressaltou que a educação é condição essencial para o crescimento econômico e social do Brasil. “Este país nunca levou a sério a educação para o povo pobre. Não existe nenhum país do mundo que se desenvolveu sem antes investir na educação. Nós não queremos ser apenas exportador de soja, milho ou minério de ferro. A gente quer exportar conhecimento, inteligência, valor agregado, produzido pela nossa capacidade”, afirmou o presidente.

Brasil 247

Collor pode ir para presídio se não justificar tornozeleira a Moraes

Ex-presidente tem cinco dias para explicar a ministro por que aparelho utilizado por ele em prisão domiciliar ficou desligado por dois dias em maio.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello explique, em até cinco dias, o desligamento da tornozeleira eletrônica usada pelo ex-senador. Collor cumpre prisão domiciliar em Maceió (AL) desde abril deste ano, após ser condenado pelo Supremo por corrupção e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora.

Na decisão, Moraes foi enfático: se a defesa não apresentar uma justificativa plausível para o descumprimento da medida cautelar, poderá determinar a transferência de Collor para um presídio comum.

“Intimem-se os advogados regularmente constituídos por Fernando Affonso Collor de Mello para prestarem esclarecimentos, no prazo máximo de cinco dias, sobre o descumprimento da medida cautelar imposta, sob pena de decretação da prisão”, escreveu o ministro.

O alerta foi emitido após a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas, responsável pelo monitoramento do equipamento, informar ao STF que a tornozeleira ficou sem bateria nos dias 2 e 3 de maio deste ano.

Moraes também cobrou explicações da secretaria estadual sobre o motivo de o fato ter sido comunicado apenas cinco meses depois. O órgão terá 48 horas para enviar uma resposta ao Supremo.

Prisão domiciliar e condenação

Collor foi condenado pelo STF em 2023, por participação em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Segundo a denúncia, entre 2010 e 2014, ele recebeu cerca de R$ 20 milhões em propina em troca de indicações políticas feitas quando presidia o PTB.

Após o trânsito em julgado da condenação, o ex-presidente começou a cumprir pena em abril de 2025. A defesa conseguiu converter a prisão em domiciliar, alegando que Collor, de 75 anos, sofre de doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar.

O episódio envolvendo o desligamento da tornozeleira reacendeu a discussão sobre o regime de cumprimento da pena do ex-presidente. Caso não haja justificativa técnica ou médica para a falha no monitoramento, Moraes pode determinar a revogação da prisão domiciliar, fazendo com que Collor seja transferido para o sistema prisional comum. A decisão reforça o tom de rigor adotado pelo ministro em casos de descumprimento de medidas judiciais.

Congresso em Foco

 

Brasil e China trocam experiências sobre desenvolvimento regional e transformação digital

Em um movimento que reforça a parceria entre Brasil e China na busca por um desenvolvimento regional mais inclusivo e sustentável, especialistas dos dois países participaram, nesta sexta-feira (17), do evento “Transformação digital, erradicação da pobreza e governança urbana centrada nas pessoas”, realizado na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em Brasília.

O encontro é um dos desdobramentos do Memorando de Entendimento assinado entre o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, Wang Changlin. O acordo estabelece novas bases de cooperação em políticas públicas de desenvolvimento regional e consolida o compromisso firmado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping de elevar as relações bilaterais ao patamar de Comunidade Brasil–China de Futuro Compartilhado para um Mundo Mais Justo e um Planeta Mais Sustentável.

Durante o evento, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apresentou o Programa Cidades Intermediadoras, como estratégia para o combate às desigualdades regionais e o fortalecimento de territórios com menor dinamismo econômico.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, João Mendes, a parceria reforça o papel estratégico da cooperação internacional na redução das desigualdades territoriais e na promoção de um crescimento mais equilibrado. “O Brasil e a China compartilham desafios e oportunidades semelhantes no enfrentamento das desigualdades regionais. Neste contexto, a cooperação bilateral representa uma oportunidade estratégica para o intercâmbio de experiências, conhecimentos técnicos e boas práticas em políticas públicas voltadas à inclusão territorial e ao desenvolvimento sustentável”, destacou o diretor.

Áreas prioritárias do acordo

O Memorando de Entendimento (MOU) define áreas prioritárias de colaboração entre os dois países, com foco em ações que fortaleçam o desenvolvimento regional e a inovação. Entre os temas de interesse comum estão:

  • fortalecimento da cooperação subnacional;
  • incentivo a práticas de inovação regional;
  • otimização da distribuição de atividades produtivas;
  • governança ecológica de biomas e bacias hidrográficas; e
  • realização de Seminários Brasil–China sobre Políticas Regionais.

O documento também prevê a realização de estudos de caso, visitas técnicas e capacitações conjuntas, envolvendo regiões e províncias representativas de ambos os países, com o objetivo de compartilhar experiências e soluções inovadoras para o desenvolvimento regional. ”Nos últimos meses, temos estreitado cada vez mais essa relação, inclusive com a assinatura de um memorando de entendimento entre os dois países, com a presença do ministro Waldez e do secretário Daniel na China. Um dos temas que mais despertam o interesse do governo chinês é compreender como o Brasil enfrenta as desigualdades, tanto no contexto urbano quanto em escalas mais amplas, como a sub-regional e a macrorregional”, afirmou João Mendes.

Programa Cidades Intermediadoras

O Programa Cidades Intermediadoras para o Desenvolvimento Regional, coordenado pelo MIDR, busca promover a articulação em rede das cidades que exercem papel intermediador no território, conectando populações a bens e serviços públicos.

A iniciativa tem como meta reduzir a concentração populacional nas grandes metrópoles e fomentar o desenvolvimento econômico e social em regiões subnacionais. A atuação do MIDR se dará por meio da identificação de vetores de desenvolvimento e da ampliação da infraestrutura urbana e econômica, estimulando a geração de emprego e renda e o acesso a políticas públicas.

Fonte: Brasil 61

O que não se vende

O que não se vende, da gente pobre, é o fio de esperança

Por Vinício Carrilho Martinez

Para Carolina de Jesus não se expurga a fome, a angústia de ver os filhos passando todas as necessidades. Porém, mesmo naquele quarto despejado, e jamais desejado, não se vende e nem se perde a alegria de estar viva.

Ali, um dia de fome é assim – e traz uma conta muito dura:

  • “Fiz a comida. Achei bonito a gordura frigindo na panela. Que espetáculo deslumbrante! As crianças sorrindo vendo a comida ferver. Ainda mais quando é arroz e feijão, é um dia de festa para eles.
  • Vejam só. Até o feijão nos esqueceu. Não está ao alcance dos infelizes que estão no quarto de despejo. Quem não nos desprezou foi o fubá. Mas as crianças não gostam de fubá.
  • O céu é belo, digno de contemplar porque as nuvens vagueiam e formam paisagens deslumbrantes. As brisas suaves perpassam conduzindo os perfumes das flores. E o astro rei sempre pontual para despontar-se e recluir-se. As aves percorrem o espaço demonstrando contentamento. A noite surgem as estrelas cintilantes para adornar o céu azul. Há várias coisas belas no mundo que não é possível descrever. Só uma coisa nos entristece: os preços, quando vamos fazer compras. Ofusca todas as belezas que existe.
  • A Thereza irmã da Meyri bebeu soda…Tem dois filhos, um de 4 anos e outro de 9 meses”[1].

Quando se lê isso com o coração na boca, o que não se vende é o lugar do Outro, da Outra. É o sentimento comum a quem consegue ver as pessoas comuns, aquelas que comumente passam pelas piores necessidades da vida.

[1] CAROLINA Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014, p. 43.

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Dois pilantras na Casa Branca

Barrados no baile. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o golpista Paulo Figueiredo tentaram sabotar o encontro do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ao irem ao Departamento de Estado na última quarta-feira (15), mas acabaram “chutados” de lá. A informação é da jornalista Maria Cristina Fernandes. (Diario do Centro do Mundo)

Dois pilantras na Casa Branca 2

“O relato que se tem é que os dois chegaram lá e foi uma passagem fugidia, porque disseram para eles: ‘Olha, mudou a agenda, mudaram as prioridades. Por causa da China, a gente está precisando do Brasil’. E puseram os dois para correr”, disse Maria Cristina durante o Central GloboNews.

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O comunicado oficial classificou como “positiva” a conversa entre Mauro Vieira e Marco Rubio, em Washington. O encontro entre os dois, que durou pouco mais de uma hora, serviu para reabrir o diálogo de alto nível entre os dois países. As equipes concordaram em iniciar tratativas para um futuro encontro entre o presidente Lula (PT) e Donald Trump, ainda sem data definida.

Lula habilidoso

O presidente Lula é realmente um político muito sábio. Estrategista que só. Ao levar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (União Brasil-PB), ele deixou o bolsonarista sem ação para reagir à fala de Lula contra a péssima qualidade dos deputados federais. Motta foi vaiado e Lula bastante aplaudido. (Charge do Marcelo Martinez)

É o pior mesmo

Falando em péssima qualidade, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) é uma unanimidade. É o pior dos piores parlamentares que a Câmara Federal já recebeu.
Já se envolveu em diversas polêmicas por acusações vazias contra o sistema eleitoral e o Judiciário, é a figura central de um suposto esquema criminoso cujo objetivo seria desviar verbas parlamentares. É defensor da PEC da Bandidagem e foi recentemente liberado de investigação do STF pelos seus comparsas, digo, colegas parlamentares.

Vieira e Rubio

O tão esperado encontro entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, acabou tratando mais das preparações para o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump do que de discussões práticas acerca do tarifaço imposto pelos EUA ao Brasil. Desde que Trump decidiu sancionar o país, esta foi a primeira reunião entre representantes de alto escalão dos dois governos. De acordo com Mauro Vieira, o encontro durou mais de uma hora e, na maior parte do tempo, os dois estiveram acompanhados de assessores técnicos. Rubio e Vieira, no entanto, ficaram sozinhos por cerca de 20 minutos. O chanceler brasileiro afirmou que as conversas foram “produtivas” e disse que Lula e Trump devem se encontrar pessoalmente em novembro. (Metrópoles)

Vieira e Rubio 2

Havia uma grande expectativa por parte da comitiva brasileira sobre como seria o tratamento dispensado ao chanceler Mauro Vieira por Marco Rubio, um dos assessores de Trump com fortes ligações com o movimento Maga, base de apoio do presidente americano. Ao longo dos últimos meses Rubio tem sido especialmente vocal nas críticas ao governo brasileiro e aos rumos do julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão. O encontro entre os dois foi “extremamente cordial”, segundo relatos de assessores que participaram da reunião. Temas práticos sobre negociações a respeito do tarifaço acabaram ficando fora da pauta, mas houve o acordo de que técnicos dos dois países vão analisar as questões para levar à mesa de negociações. (g1)

Terras raras

Um dos temas que entrarão na pauta de negociações entre Brasil e Estados Unidos são as chamadas terras raras, um conjunto de 17 minerais fundamentais para o processo de transição energética. No Ministério de Minas e Energia, técnicos já preparam estudos para municiar o presidente Lula durante as negociações que devem ocorrer daqui para frente. Nesta quinta-feira, Lula participou da primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral, comandado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. (CNN Brasil)

 Frei Chico

Por 19 votos a 11, os aliados do governo barraram os requerimentos que pediam a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, na CPMI do INSS. Ele é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), apontado pela Polícia Federal como uma das entidades que mais lucraram com os descontos indevidos em benefícios previdenciários — esquema que teria desviado cerca de R$ 6 bilhões, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). Apesar de o Sindnapi estar no centro do escândalo, Frei Chico não é, até o momento, alvo das investigações. Na semana passada, o presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, afirmou à comissão que a atuação do irmão de Lula sempre foi política, não administrativa. (Meio)

Gilmar Mendes X Luiz Fux

Às vésperas do anúncio do nome que irá ocupar a vaga deixada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, o clima esquentou na Corte. Mais uma vez os ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux entraram em atrito. Em meio a uma discussão acalorada na sala de lanches ao lado do plenário, Gilmar chamou o colega de “figura lamentável” e disse que ele “precisa de terapia para superar traumas”, segundo testemunhas. O desentendimento teria começado quando Gilmar criticou o voto de Fux no julgamento sobre a tentativa de golpe, em que o ministro divergiu da maioria e absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro. Irritado, Fux rebateu que o colega não tinha legitimidade para comentar sua decisão, já que não integra a Primeira Turma, responsável pelo caso. Procurados, Gilmar e Fux preferiram não se manifestar. (Globo)

Sessão cancelada

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), cancelou a sessão conjunta do Congresso Nacional que ocorreria nesta quinta-feira para analisar os vetos do presidente Lula à proposta que altera as regras de licenciamento ambiental. Segundo Alcolumbre, o adiamento atendeu a um pedido da liderança do governo no Congresso. Ainda não há nova data para a votação. O governo tenta ganhar tempo e evitar que o Legislativo derrube os vetos, o que poderia enfraquecer as normas ambientais às vésperas da COP30 — a conferência da ONU sobre clima, marcada para novembro, no Pará. A proposta aprovada pelos parlamentares é classificada por ambientalistas como o “PL da Devastação”. O texto flexibiliza o licenciamento de obras e empreendimentos, incluindo a possibilidade de autodeclaração para atividades com médio potencial poluidor, como barragens de rejeitos. Em agosto, Lula vetou 63 trechos do projeto. (g1)

Trump x Venezuela

Um dia após Donald Trump autorizar a CIA a realizar operações letais em solo venezuelano, o almirante Alvin Holsey, responsável pelo comando militar das operações dos Estados Unidos nas Américas Central e do Sul, anunciou que deixará o cargo. Holsey chefiava o Comando Sul das Forças Armadas (U.S. Southern Command), órgão que supervisiona todas as operações militares na região. Sob sua direção, o Pentágono mobilizou cerca de 10 mil militares no Caribe em uma operação descrita oficialmente como uma missão de combate ao narcotráfico e ao terrorismo. A saída do almirante ocorre menos de um ano após assumir o posto — um mandato que normalmente dura três anos — e no auge da maior operação de seus 37 anos de carreira. As razões para sua saída não foram esclarecidas. No entanto, segundo fontes no governo americano, Holsey teria expressado preocupações com a natureza da missão e com os ataques a barcos supostamente ligados ao tráfico. (New York Times)

Efeito estufa

Cumprir os atuais compromissos firmados pelos países para reduzir as emissões de gases do efeito estufa pode evitar 57 dias extras de calor extremo por ano, em comparação às previsões climáticas do planeta sem o Acordo de Paris. É o que revela um relatório da Atribuição Climática Global (WWA, em inglês) e da Climate Central, divulgado nesta quinta-feira. Atualmente, o calor causa meio milhão de mortes por ano, além de o aumento das temperaturas ameaçar ecossistemas críticos, como os recifes de corais nos oceanos. O estudo aponta um ganho de 0,3°C nos termômetros desde a adoção do Acordo de Paris e 11 dias extras de calor extremo por ano. (DW)

Papel de fibras vegetais

Cientistas brasileiros desenvolveram um papel feito a partir de fibras vegetais e látex natural capaz de substituir o plástico em embalagens. O produto é reciclável e biodegradável, enquanto combina resistência mecânica, impermeabilidade e ação antibacteriana. O material, criado por pesquisadores do Laboratório Nacional de Nanotecnologia em parceria com Unicamp e UFABC, é produzido a partir da interação eletrostática entre nanocelulose catiônica, extraída do bagaço da cana-de-açúcar, e látex natural da seringueira. Quando combinados, os componentes formam camadas que dão resistência e estabilidade ao papel. (g1)

Dinossauro argentino

Uma espécie desconhecida de dinossauro, que viveu há cerca de 230 milhões de anos, foi descoberta pela equipe de paleontologia do instituto científico estatal Conicet, na Argentina. O fóssil foi localizado na província de La Rioja, a 3 mil metros acima do nível do mar. A espécie de pescoço longo foi batizada de Huayracursor jaguensis em um artigo na revista Nature. Os pesquisadores afirmam que a espécie remonta ao período Triássico Superior, quando surgiram os primeiros dinossauros e os ancestrais dos mamíferos. Quando adulto, o animal teria mais de 1,5 metro de comprimento e pesaria 18 quilos. (Folha)

Paul “Ace” Frehley

Ace Frehley, guitarrista original do Kiss, em 1979O rock está triste. Morreu nesta quinta-feira, aos 74 anos, Paul “Ace” Frehley, guitarrista-solo fundador do Kiss (Spotify), onde usava a maquiagem de “homem do espaço”. Frehley tinha 21 anos quando, graças a um anúncio de jornal, uniu-se a Paul Stanley (vocal e guitarra), Gene Simmons (vocal e baixo) e Peter Criss (bateria e vocal) no Kiss, que três anos depois se tornaria uma das bandas de maior sucesso do rock. Mas um certo instinto autodestrutivo, somado a álcool e drogas, sempre o acompanharam, envolvendo-se em diversos acidentes de carro ao longo da vida. Compôs algumas canções clássicas do Kiss e seu disco solo de 1978 foi considerado o melhor entre os dos colegas. Deixou a banda em 1982, tirou a maquiagem e engrenou uma carreira solo (Spotify) que, embora tenha rendido bons álbuns, não repetiu o sucesso do Kiss, ao qual retornou entre 1996 e 2001. Segundo a família, Ace morreu em casa, devido a complicações por uma queda há um mês. (Variety)

Uber

Nos Estados Unidos, a Uber começou a testar um novo modelo em que motoristas e entregadores podem realizar microtarefas para treinar modelos de IA, desde gravar áudio, capturar imagens, até traduzir documentos e ganhar pequenas quantias em troca. A empresa também está reformulando o aplicativo para dar mais tempo para motoristas aceitarem viagens, mostrar mapas de calor de demanda e simplificar entregas múltiplas. As mudanças fazem parte da estratégia da Uber de se tornar uma plataforma de “trabalho flexível”. (The Verge)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Governo Trump exalta “avanço” e diálogo “muito positivo” entre Vieira e Rubio

O Departamento de Estado dos Estados Unidos divulgou, nesta quinta-feira (16), um comunicado destacando as conversas “muito positivas” e o “caminho de trabalho para o avanço” nas relações Brasília-Washington.

A declaração foi publicada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, após o encontro, nesta quinta-feira, do chanceler Mauro Vieira com o secretário de Estado daquele país, Marco Rubio, na Casa Branca, em Washington, D.C., EUA.

“Hoje, o Secretário de Estado Marco Rubio e o Representante de Comércio dos Estados Unidos Jamieson Greer se reuniram com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e tiveram conversas muito positivas sobre comércio e questões bilaterais em andamento. O Secretário Rubio, o Embaixador Greer e o Ministro das Relações Exteriores Vieira concordaram em colaborar e conduzir discussões em várias frentes no futuro imediato, estabelecendo um caminho de trabalho para o avanço. Ambas as partes também concordaram em trabalhar juntas para agendar uma reunião entre o Presidente Trump e o Presidente Lula na primeira oportunidade possível”, diz a “Declaração Conjunta do Secretário de Estado Marco Rubio, Representante de Comércio dos Estados Unidos Jamieson Greer e Ministro das Relações Exteriores do Brasil Mauro Vieira”.

Mais cedo, Vieira confirmou a jornalistas que as equipes técnicas devem começar a negociar “em breve” medidas para tentar reverter as tarifas unilaterais de 50% aplicadas por Washington desde agosto contra produtos nacionais.

Do Brasil 247

 

Lula indica Jorge Messias para suceder Barroso no STF

O presidente Lula decidiu indicar o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi confirmada por cinco auxiliares e aliados do petista

Segundo a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, o anúncio oficial deve ser feito nas próximas horas. Com a escolha, Messias será submetido a uma sabatina no Senado, etapa obrigatória antes da nomeação. A Casa analisará sua trajetória jurídica e decidirá se aprova o nome para o Supremo.

A tendência é que o governo trabalhe para garantir uma votação tranquila, já que ele mantém bom trânsito entre parlamentares de diferentes partidos. Entre os nomes avaliados estavam o advogado-geral da União, Bruno Dantas, e a ministra do TCU, Ana Arraes, mas Messias era considerado o favorito desde o início do processo, por sua relação direta com o presidente e sua atuação em pautas estratégicas do governo.

A escolha também tem forte apoio do PT e de setores jurídicos ligados ao partido. Messias é visto como um aliado leal e técnico, com experiência na administração pública. Barroso se aposentou antecipadamente aos 67 anos, embora pudesse permanecer na Corte até os 75.

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Messias tem 45 anos e poderá ficar na Corte até 2055, pelas regras atuais. Ele é procurador da Fazenda Nacional concursado desde 2007 e tua como ministro da AGU desde janeiro de 2023. Antes, foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência durante o governo de Dilma Rousseff.

O escolhido por Lula esteve em um encontro com o presidente Lula e lideranças evangélicas na tarde desta quinta (16). Participaram do evento, além do presidente e do ministro da AGU, o bispo Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira; a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais; e o deputado federal Cezinha Madureira (PSD-SP).

O presidente já havia sinalizado, na última terça (14), que Messias seria o escolhido. Na ocasião, ele participou de um jantar com os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, além de membros do governo, como Ricardo Lewandowski e Rui Costa.

Para auxiliares, o petista decidiu não levá-lo ao jantar para “preservá-lo” e a percepção foi de que ele já havia “batido o martelo” na data.

Diario do Centro do Mundo

Coluna Zona Franca

Lula tem razão

 

Horas após o presidente Lula dizer que o atual Congresso Nacional é um dos piores eleito nas últimas eleições, a Câmara Federal aprova a suspensão do processo contra o pior deputado da casa, Gustavo Geyer (PL-GO), acusado de diversos crimes.

Brasil, China e o SUS

Pode ser uma imagem de hospital e textoO governo brasileiro firmou, em Pequim, na terça-feira (14), um Memorando de Entendimento (MoU) com a biofarmacêutica chinesa Gan & Lee Pharmaceuticals e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para desenvolver pesquisas e ampliar a oferta de tratamentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme relatado pela Agência Gov, o foco está em terapias para câncer, obesidade, diabetes e doenças autoimunes. O MoU foi assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que enfatizou a importância da iniciativa.

Brasil, China e o SUS 2

Beijing, 14/10/2025 - Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, conhece hospital inteligente de Beijing. O ministro cumpre missão oficial para tratar de parcerias estratégicas entre os países, como a criação de hospitais inteligentes no SUS. Brasil possui acordos bilaterais sobre vacinas, medicamentos e equipamentos com a China. Foto: Beijing Tiantan Hospital/DivulgaçãoA saúde na China é diferente de tudo que se já viu! Padilha ficou encantado com a tecnologia no seu último grau empregada nos hospitais chineses. Alexandre Padilha visitou o hospital inteligente universitário Tiantan, localizado em Beijing. Ohospital inteligente caracteriza-se por acompanhar e oferecer assistência ao paciente após internação ou consulta, com uso de tecnologias avançadas.

Brasil, China e o SUS 3

No Brasil, oInstituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil) tem um projeto de instalar uma unidade em São Paulo, com previsão de funcionar a partir do final de 2027. A expectativa é o primeiro hospital público inteligente do Brasil oferecer 800 leitos para casos de emergência de adultos e crianças nas áreas de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva e outras urgências. O governo solicitou financiamento ao Banco de Desenvolvimento dos Brics para a construção do hospital semelhante aos modelos da China e da Índia. A instituição deve retornar sobre o pedido até o fim deste ano.

Trump autoriza ações contra Maduro

Os Estados Unidos parecem estar cada vez mais próximos de realizar uma intervenção militar na Venezuela para derrubar o presidente Nicolás Maduro e o regime chavista que controla o país há 26 anos. De acordo com o New York Times, a CIA recebeu autorização formal do presidente Donald Trump para preparar e realizar ações secretas na Venezuela com o objetivo de promover uma mudança de regime no país. Isso inclui assassinar quem a Casa Branca considere inimigo, como o próprio Maduro. As ações podem ocorrer com o apoio das Forças Armadas. Cerca de 10 mil soldados americanos foram deslocados para a região e estão embarcados em oito navios de guerra e um submarino nuclear estacionados nos limites das águas territoriais venezuelanas. (New York Times)

Trump autoriza ações contra Maduro 2

Horas após a CIA receber a autorização da Casa Branca, Trump afirmou que os ataques contra alvos venezuelanos podem passar a ser terrestres. Até o momento, os Estados Unidos têm tido como alvo pequenas embarcações que Trump acusa, sem oferecer provas, de estarem transportando drogas. Cinco barcos foram destruídos, matando cerca de 30 pessoas. “Nós estamos claramente agora olhando para o continente, porque o mar já está sob controle”, disse o presidente americano em conversa com repórteres na Casa Branca. (Politico)

Trump autoriza ações contra Maduro 3

A presença militar americana na costa venezuelana é a maior desde que o país invadiu o Panamá, em 1989, para depor o presidente Daniel Ortega, na época também acusado pelos EUA de ser um narcotraficante. Além das nove embarcações que circundam a costa venezuelana, desta vez os Estados Unidos também enviaram caças de ataque F-35B, aviões de transporte como o C-17, além de drones Reaper, que ficaram conhecidos por seus ataques letais no Afeganistão e no Iraque. (Wall Street Journal)

Trump autoriza ações contra Maduro 4

Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a venezuelana María Corina Machado elogiou a política americana para seu país em entrevista à âncora da CNN, Christiane Amanpour, e afirmou que Trump merece ser o escolhido pelo Comitê Norueguês no próximo ano. “Trump entendeu que a Venezuela está no coração das Américas e que Maduro transformou nosso país em uma ameaça real à segurança nacional dos Estados Unidos”, disse ela. (CNN)

Hamas sem corpo de israelenses

O Hamas declarou que já não tem em seu poder nenhum corpo de israelenses mortos após o ataque de 7 de outubro de 2023. Ao todo, o grupo palestino devolveu os restos mortais de oito pessoas. O governo israelense confirmou a identidade de seis corpos, rejeitou um e ainda não tem resposta sobre um oitavo, que passa por testes de reconhecimento. De acordo com o Hamas, os demais corpos estariam sob os escombros de prédios e túneis destruídos pelas tropas israelenses. A inteligência de Israel, no entanto, afirma que o grupo palestino mantém em seu poder mais corpos do que admite. (Times of Israel)

Israel pode atacar Gaza

Em Washington, o presidente Donald Trump afirmou que Israel pode voltar a atacar Gaza de forma violenta se o Hamas não mantiver os termos do cessar-fogo assinado na segunda-feira. “Israel pode atacar a qualquer momento, basta que eu diga para eles atacarem”, disse Trump. (Haaretz)

Brasil x Estados Unidos

O Brasil dá mais um passo hoje na tentativa de distensionar as relações com os Estados Unidos. O chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, farão o primeiro encontro de alto nível entre os dois países para discutir o tarifaço imposto pelos EUA. Depois de ser elogiado novamente por Donald Trump na terça-feira, o presidente Lula retribuiu o gesto em evento no Rio. “Eu comecei a falar o que eu deveria falar. Aí, não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã [quinta], vamos ter uma conversa de negociação, e eu estou dizendo isso para vocês porque a relação humana é química”, disse o presidente. (UOL)

Brasil x Estados Unidos 2

A expectativa do Itamaraty é de que a conversa entre Vieira e Rubio seja marcada pelo início efetivo das negociações envolvendo as tarifas e as sanções que os EUA aplicaram às autoridades brasileiras. No entanto, não há garantias de que isso ocorrerá. Há o temor de que Rubio opte por deixar essas questões em segundo plano para tratar do planejamento do provável encontro que Trump e Lula terão no final do mês, na Ásia. (g1)

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No caminho entre Vieira e Rubio também há empecilhos conhecidos pelo Brasil. Nesta quarta-feira, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo estiveram no Departamento de Estado, em Washington. Os dois estão, desde o início do ano, fazendo lobby para que o governo americano pressione o Brasil a anular o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Rubio é próximo do movimento conservador que serve como base de apoio de Trump, o MAGA. (CNN Brasil)

Jorge Messias

Lula soltou o verbo nesta quarta-feira. Em conversa com seus principais aliados, o presidente confirmou o que muita gente já dava como certo: o advogado-geral da União, Jorge Messias, deve ser o escolhido para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal. A expectativa é de que Lula faça o anúncio até sexta-feira. Nesta quarta, ele assinou a aposentadoria de Barroso, que deixa o STF neste sábado. No Rio, o presidente utilizou um evento em homenagem ao Dia do Professor para criticar o Congresso diante do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Falando diretamente com Motta, Lula disse que o Congresso “nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora”. (Folha)

Vetos à lei de licenciamento ambiental

Diante da ameaça do Congresso de derrubar hoje seus vetos à lei de licenciamento ambiental, o presidente Lula publicou nesta quarta-feira um decreto facilitando a Licença Ambiental Especial (LAE). Esse tipo de licença autoriza obras estratégicas, mesmo com “significativa degradação do meio ambiente”. O gesto é um aceno ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que quer a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, já defendida pelo próprio Lula. (g1)

Marcelo Xavier foi condenado

Falando em meio ambiente, Marcelo Xavier, que presidiu a Funai no governo Bolsonaro, foi condenado pela Justiça Federal do Amazonas a dez anos de prisão. Ele era acusado de perseguir servidores e indígenas para liberação do Linhão de Tucuruí, uma linha de transmissão de energia que atravessa a terra indígena Waimiri Atroari. (Globo)

Eutanásia legalizada 

O Senado do Uruguai aprovou, nesta quarta-feira, um projeto de lei que legaliza a eutanásia. Para ter acesso ao procedimento, pacientes devem ser maiores de idade, cidadãos ou residentes, mentalmente aptos, e enfrentar uma doença incurável em fase terminal ou que cause sofrimento insuportável. Com oposição da Igreja Católica e de organizações civis, o projeto, que tem apoio de 62% dos uruguaios, segue agora para a sanção do presidente Yamandú Orsi, que já manifestou apoio à causa. (g1)

 Concentração de dióxido

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou um relatório, nesta quarta-feira, alertando que a concentração de dióxido de carbono na atmosfera registrou em 2024 o maior aumento desde o início das medições modernas em 1957. De acordo com a entidade, os novos recordes foram alcançados pelos três principais gases do efeito estufa: dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. As atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, e o aumento de incêndios florestais foram os principais responsáveis, causando elevação de temperatura a longo prazo. (g1)

 Concentração de dióxido 2

Aliás, as árvores da floresta tropical australiana se tornaram as primeiras no mundo a deixar de ser um sumidouro de carbono e se tornar uma fonte de emissões devido às temperaturas cada vez mais extremas e às condições mais secas. Segundo um estudo publicado na revista Nature, a mudança começou há cerca de 25 anos, quando mais árvores começaram a morrer e liberar os gases, enquanto o crescimento de novos exemplares, que absorvem carbono, tornou-se insuficiente. (Guardian)

35 anos da morte de Olavo Pires

E hoje completa 35 anos da morte do senador Olavo Pires (PTB-RO), brutalmente assassinado durante o segundo turno das eleições de 1990. Parece que foi ontem. Este articulista trabalhava na campanha e apresentaria ao candidato um estudo sobre as rádios do interior do estado no dia seguinte. Tudo terminou às 20h do dia 16 de outubro. Três décadas e meia depois, a Polícia ainda não revelou quem foram os reais mandantes do crime que já prescreveu. Muitos envolvidos direta ou indiretamente já morreram. Quem sabe quem mandou matar não fala ou não já morreu.

35 anos da morte de Olavo Pires 2

A história do assassinato do senador Olavo envolve personagens como Romeu Tuma (PTB-SP) e Valdir Raupp (PMDB-RO), o ex-governador de Rondônia Oswaldo Piana, o então ministro da Justiça, Bernardo Cabral, outros políticos, empresários e uma rede de criminosos.

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As investigações passaram por denúncias de ligações do senador com narcotráfico, suspeitas contra adversários políticos e nenhuma solução. Quando morreu, Olavo Pires pertencia ao PTB e exercia o primeiro mandato de senador depois de quatro anos como deputado.

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Na verdade (opinião deste articulista), o brutal assassinato do senador Olavo Pires foi mal investigado. Não houve real empenho nem da polícia local, nem da Polícia Federal, já que crime envolveu um senador da República. Crime federal! Testemunhas chaves jamais foram ouvidas. Fizeram vistas grossas para provas e evidências, deixando o crime prescrever.

                                       Ponte binacional

Pode ser uma imagem de estudando, televisão, mapa, sala de redação e textoSerá amanhã em Guajara-Mirim, o evento “Unindo Povos, Construindo Futuro”, promovido pelo senador Confúcio Moura (MDB–RO), às 14h, no auditório da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), ponto de partida para a construção da tão esperada Ponte Binacional entre Brasil e Bolívia. Mais do que uma obra de engenharia, a ponte representa um marco de integração entre dois países e o início de um novo ciclo de desenvolvimento para Rondônia e para toda a região de fronteira. O encontro vai reunir autoridades brasileiras e bolivianas, especialistas e representantes de instituições para discutir os impactos econômicos, sociais e estruturais da construção.

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Coluna Zona Franca

“Dono” das contas da Prefeitura, Santander abandona o Centro Financeiro e fica com uma agência só

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Santander fechou quase todas as suas agências no Centro Financeiro, deixando apenas uma agência na Avenida Rio Branco, bem na esquina com a Presidente Vargas

Todos têm acompanhado o grande esforço da Prefeitura do Rio de Janeiro na recuperação do Centro da Cidade do Rio, seja através do ambicioso Porto Maravilha, ou dos seus planos Reviver Centro, 1 e 2. Foram concedidos inúmeros incentivos para fazer com que mais empresários, pequenos e grandes, apostem na região, que já ganhou, no mercado imobiliário, por exemplo, o lançamento de mais de 13 mil apartamentos, que vêm sendo vendidos como um relâmpago, por valores que chegam a R$ 15.000 por cada metro quadrado construído. São muitas iniciativas para dar um novo fôlego à região que se reforça como ponto turístico, de entretenimento e de boemia, além de tornar-se novamente bairro residencial, e sem contar com o constante retorno de grandes empresas, que vêm consumindo os escritórios vagos. Em julho de 2022 o Banco Santander ganhou a licitação renovando a parceria para gerir os pagamentos de salário dos 193 mil servidores da cidade até 2027, mas no que tange à revitalização do Centro, não parece querer ajudar muito. Segundo informações, o Banco vai fechar agora sua agência no Edifício De Paoli, na Nilo Peçanha.

O banco espanhol vem fechando loja atrás de loja no Centro do Rio. Muitas delas de sua própria propriedade – como as lojas da Presidente Vargas 100, Assembléia 31, Marechal Câmara 160, entre outras – e outras alugadas a proprietários diversos como Rio Branco 115, o que, no caso, pareceria mais compreensível. Atualmente, depois de anos fechando lojas na região – algumas das quais ficam vazias por anos, pagando valores de condomínio por vezes estratosféricos – o número de agências bancárias na região Central foi bastante reduzido, em que pese a região central do Rio de Janeiro ter, segundo dados da Aliança Centro Rio – uma espécie de associação que reúne grandes empresas da região – cerca de 60 mil CNPJs ativos, e mais de 500 mil profissionais empregados com carteira assinada. O faturamento da região é de aproximadamente R$ 560 bilhões anuais, cifra que corresponde a 32% do faturamento de toda a capital fluminense.

O Santander, porém, foi além: fechou quase todas as suas agências no Centro Financeiro, deixando apenas uma agência na Avenida Rio Branco, bem na esquina com a Presidente Vargas. De resto, manteve uma pequena agência na área de Comércio Popular, a Saara, e a agência dentro do complexo da própria Prefeitura, que é obrigada a manter por força da licitação que ganhou para gerir bilhões de recursos da cidade. De resto, deram uma banana pra região, tentando forçar – num local onde ainda há muitos saques, depósitos em caixa eletrônico, e pessoas de escolaridade baixa que têm dificuldade de fazer a gestão online – a operação via apps. Mas os empresários da região reclamam da falta de acesso aos gerentes, que agora, completamente assoberbados, não conseguem dar conta de atender todos os telefonemas, emails e demandas. Conversamos em off com três funcionários do banco, que reclamam da dificuldade de atender às demandas dos bares, restaurantes, escritórios e empresas pequenas e médias da região, que ainda tem um grande polo de materiais de construção e elétrico, e comércios de roupas, acessórios e também advogados.

Luiz Amaral trabalha num grande hospital da região. Demorou 11 dias pra conseguir sacar um cheque no Banco. Avisava, e chegava no Banco e o valor reservado nunca estava pronto. “Tive que ir a Zona Sul pra sacar o valor, depois de mais de uma semana. De cada 20 ligações que fazia pelo telefone, atendiam 1. É um inferno, e não dá pra ficar saindo da Avenida Churchill e andar até a Presidente Vargas várias vezes por dia. Isso é um absurdo!”. Para Heloisa Barboza, o problema se agrava quando a pessoa tem que ir ao Banco fazer alguma coisa: “Ninguém atende o telefone nessa agência. Os atendentes lá dizem que estão com pouco pessoal, e os gerentes nem conseguem conhecer seus clientes de carteira. Eu precisei resgatar um cheque que voltou e demorei meses. O cliente tinha feito uma enorme compra de sapatos, mas só queria pagar se eu devolvesse o cheque. Demorei semanas. Parece que os bancos querem passar pra nós o ônus de ser Banco, mas o bônus querem todinho pra eles“, dispara.

Procurado, o banco enviou a seguinte nota: “O Santander informa que o encerramento das atividades da agência localizada à Av. Nilo Peçanha, 50, no Rio de Janeiro, faz parte da reestruturação da rede de atendimento, acompanhando a mudança de comportamento dos clientes, que já realizam quase a totalidade de suas operações remotamente, por meio dos canais digitais. Clientes Santander podem continuar utilizando os serviços normalmente via aplicativo, internet banking, telefone, chat, além das demais lojas da rede física do Banco. Saques e depósitos, entre outras transações, podem ser realizados também nos terminais da rede Banco24Horas. O time de especialistas do Banco também segue visitando clientes-empresa in loco“.

Diario do Rio

MPF obtém decisão no TRF-1 que reafirma competência da Justiça Federal para julgar ação sobre queimadas na Amazônia

Tribunal acolheu recurso do Ministério Público Federal, reconhecendo o interesse da União e o impacto regional e nacional da poluição atmosférica

Por unanimidade, a 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) reconheceu a competência da Justiça Federal para processar e julgar uma Ação Civil Pública (ACP) sobre danos ambientais e à saúde da população causados por queimadas na Amazônia. A decisão acolheu recurso interposto pelo Ministério Público Federal (MPF), reformando a sentença anterior que havia declinado da competência para a Justiça Estadual.

A ACP foi ajuizada pelo MPF contra o Estado de Rondônia e o Município de Porto Velho, visando compeli-los a adotar medidas destinadas à prevenção e ao combate às queimadas. Na ação, o órgão destaca que os incêndios geram danos expressivos à saúde da população e ao meio ambiente. O valor da causa é de R$ 100 milhôes.

O cerne da controvérsia residia na definição do juízo competente, e o MPF sustentou no recurso que a questão transcende os limites de Rondônia, possuindo repercussão regional e nacional, uma vez que os efeitos da poluição atmosférica atingem outros entes federativos. Esse cenário configura a legitimidade de atuação da União no polo passivo do feito, o que atrai, consequentemente, a competência para a Justiça Federal.

A decisão está fundamentada em dispositivos constitucionais e legais, como o art. 109, I, da Constituição Federal, e a Lei Complementar nº 140/2011, que estabelecem a competência da União em casos de impactos ambientais que ultrapassem os limites de um único Estado. O direito ao ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, CRFB) e o direito à saúde (art. 196, CRFB) foram citados como prerrogativas indisponíveis que impõem a máxima efetividade das normas constitucionais.

Número do processo: 1038378-03.2024.4.01.0000

“A fome é uma escolha política”, diz Lula

Em um artigo publicado em veículos de 12 países, o presidente Lula alerta para a relação entre fome, desigualdade e crise climática

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a fome não é fruto do acaso, mas sim consequência de escolhas políticas e econômicas. Em artigo publicado em veículos internacionais como Infobae (Argentina), Al Jazeera (Qatar), El País (Espanha), La Repubblica (Itália), The Independent (Reino Unido), entre outros, o mandatário brasileiro afirmou que a desigualdade global e a crise climática estão diretamente ligadas à perpetuação da insegurança alimentar.

Segundo Lula, “a fome não é uma condição natural da humanidade, nem é uma tragédia inevitável: ela é fruto de escolhas de governos e de sistemas econômicos que optaram por fechar os olhos para as desigualdades”. O texto critica o contraste entre a concentração de riqueza de 3 mil bilionários — que detêm 14,6% do PIB global — e os 673 milhões de pessoas sem acesso adequado à alimentação.

Crítica aos gastos militares e à inércia internacional

O presidente destacou que, em 2024, o mundo registrou o maior aumento em despesas militares desde o fim da Guerra Fria, atingindo US$ 2,7 trilhões. Enquanto isso, as nações mais ricas não cumpriram a meta de investir 0,7% de seus PIBs em políticas de desenvolvimento nos países pobres. Para Lula, trata-se de uma contradição que mantém viva a fome no planeta.

Ele também defendeu reformas no sistema de governança global, afirmando que os mecanismos multilaterais criados após a Segunda Guerra Mundial já não são capazes de responder aos desafios atuais, agravados pelas mudanças climáticas.

Brasil no G20 e avanços internos

Lula ressaltou como marco histórico a inclusão da taxação dos super-ricos na declaração final da cúpula do G20, realizada em novembro de 2024, sob presidência brasileira. No plano doméstico, afirmou que o Congresso está prestes a aprovar uma regra que estabelece tributação mínima sobre as maiores rendas, ao mesmo tempo em que isenta milhões de brasileiros de baixa renda.

O presidente também destacou a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que já reúne 200 membros, incluindo 103 países e 97 organizações. Segundo ele, o objetivo é não apenas trocar experiências, mas mobilizar recursos e pressionar governos por compromissos concretos.

Políticas sociais e impacto no Brasil

De acordo com dados oficiais citados por Lula, desde o início de 2023, 26,5 milhões de brasileiros deixaram a condição de fome, e o país saiu novamente do Mapa da Fome da FAO. Entre as medidas adotadas estão a ampliação do programa de transferência de renda, que hoje alcança 20 milhões de famílias; o reforço da alimentação escolar, que beneficia 40 milhões de estudantes; a compra pública de alimentos de pequenos agricultores; e o aumento do fornecimento gratuito de gás e eletricidade para famílias de baixa renda.

“As políticas só se sustentam em um ambiente econômico favorável. Quando há emprego e quando há renda, a fome perde sua força”, afirmou o presidente, lembrando que o Brasil alcançou os menores índices históricos de desemprego e desigualdade de renda per capita.

Desafio climático e COP30

Lula ainda relacionou a luta contra a fome ao combate à crise climática. O Brasil, que sediará a COP30 em Belém no próximo mês, pretende aprovar uma Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima, ressaltando os impactos desiguais do aquecimento global sobre populações vulneráveis.

Em sua viagem a Roma nesta semana, o presidente levou a mesma mensagem ao Fórum Mundial da Alimentação e ao Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome. “A humanidade, que criou o veneno da fome contra ela mesma, também é capaz de produzir o seu antídoto”, concluiu.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Lula em Roma

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “excelente” a audiência com o papa Leão XIV, realizada nesta segunda-feira (13) no Vaticano. Ao lado da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, Lula destacou que a reunião abordou religião, fé, Brasil e os grandes desafios globais. “Eu e a Janja tivemos um excelente encontro com sua Santidade, o papa Leão XIV, no Vaticano. Conversamos sobre religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo”, afirmou o presidente em declaração pública sobre a visita.

Lula em Roma 2

Lula aproveitou o encontro para parabenizar o pontífice pela publicação da Exortação Apostólica Dilexi Te. Segundo ele, o texto reafirma a mensagem de que a fé não pode ser separada do compromisso com os mais pobres.“Parabenizei o Santo Padre pela Exortação Apostólica Dilexi Te e a sua mensagem de que não podemos separar a fé do amor pelos mais pobres. Disse a ele que precisamos criar um amplo movimento de indignação contra a desigualdade e considero o documento uma referência, que precisa ser lido e praticado por todos”, declarou.

Lula em Roma 3

A comitiva do presidente conta com os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além de auxiliares. (g1)

Brasil fora do Mapa da Fome

Na audiência, Lula mencionou sua participação no Fórum Mundial da Alimentação da FAO, realizado em Roma, e ressaltou os resultados recentes do país no combate à fome. “Falei ao Papa sobre minha participação hoje no encontro da FAO e como em dois anos e meio tiramos pela segunda vez o Brasil do Mapa da Fome. E, agora, estamos levando este debate para o mundo por meio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, afirmou.

Segurança alimentar

O percentual de famílias que vivem com insegurança alimentar grave caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% no ano passado, com a saída de 2,2 milhões de lares dessa condição. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados na sexta-feira pelo IBGE. Também aumentou a proporção de domicílios em segurança alimentar de 72,4% para 75,8% no mesmo período. Em que pese a fome ter diminuído, 18,9 milhões de famílias ainda enfrentam algum grau de insegurança alimentar, com Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%) entre as regiões mais afetadas. (IBGE)

Hamas liberta reféns

Pouco mais de dois anos depois dos atentados de 7 de outubro de 2023, o grupo terrorista Hamas não mantém mais qualquer refém israelense na Faixa de Gaza, com a libertação nesta madrugada dos 20 cativos que ainda estavam vivos. Os corpos dos 28 israelenses que morreram no cativeiro devem ser entregues ainda nesta segunda-feira. Os reféns vivos foram entregues à Cruz Vermelha em dois grupos de sete e 13 pessoas e repassados às Forças Armadas de Israel. As primeiras imagens dos libertos conversando por celular com suas famílias emocionaram o país. Em contrapartida, 1.300 palestinos dever deixar nesta segunda-feira prisões israelenses, entre eles 250 militantes do Hamas na Cisjordânia, mas pelo menos sete destes devem ser deportados. A libertação dos reféns e o repatriamento dos corpos são resultado do acordo de cessar-fogo imposto pelo presidente dos Estados Unidos na semana passada e aprovado tanto pelo Hamas quanto pelo Knesset, Parlamento de Israel. (Times of Israel)

Trump em Israel

Ao mesmo tempo em que os reféns eram libertados, Trump desembarcou em Israel com uma recepção de herói nacional tanto por parte de autoridades quanto de manifestantes nas ruas. Ao chegar ao Knesset, onde discursou, o presidente escreveu uma mensagem no livro de visitas dizendo: “Esta é minha grande honra — um grande e belo dia. Um novo começo”. Ele também afirmou aos jornalistas que a guerra em Gaza estava “oficialmente encerrada”, uma posição que não é compartilhada pelo primeiro-ministro israelenses, Benjamin NetanyahuTrump segue hoje ainda para o Egito, onde participa de uma conferência de paz. (CNN)

A batalha para Netanyahu

A volta dos reféns e o provável fim da guerra na Faixa de Gaza dá início a uma nova batalha para Netanyahu: o controle da narrativa sobre os atentados de 7 de outubro, o conflito no território palestino e seu encerramento. Em luta permanente pela própria sobrevivência política, o premiê deve tentar se eximir da responsabilidade pelos ataques do Hamas e reivindicar vitória no conflito, mesmo com o plano e paz tendo sido obra (e pressão) de Trump. (Haaretz)

Jorge Messias favorito

Anunciada na quinta-feira, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso antecipar uma aposentadoria abriu uma guerra pela vaga na Corte. A cúpula do Judiciário vê o advogado-geral da União, Jorge Messias, como favorito, por conta de sua proximidade com o presidente Lula. No Senado, onde a indicação tem de ser aprovada, porém, a preferência recai sobre o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Enquanto isso, setores da sociedade querem que Lula use a oportunidade para aumentar a representatividade no Supremo. O presidente da OAB-SP, Leonardo Sica, defendeu a indicação de uma mulher — desde a aposentadoria de Rosa Weber, em setembro de 2023, Cármen Lúcia é a única representante feminina no tribunal. (Folha)

Jorge Messias favorito 2

E os bolsonaristas já traçam estratégias para tentar barrar a eventual indicação de Messias, conta Malu Gaspar. Uma delas é bombardear as redes com o áudio em que a ex-presidente Dilma Rousseff dizia que “Bessias” iria levar a Lula sua nomeação para um ministério, a fim de evitar sua prisão. A medida foi barrada na época pelo ministro do STF Gilmar Mendes. (Globo)

 ECA Digital

O governo Lula dará na próxima semana o primeiro passo para definir como será feita a verificação de idade na internet, um dos pontos centrais do ECA Digital. A lei obriga plataformas a criarem mecanismos para proteger crianças e adolescentes, impedindo o acesso a conteúdo impróprio. O Ministério da Justiça vai abrir consulta pública com três métodos propostos: o uso de documento digital, carteira de identidade digital e provas de conhecimento zero, modelo criptográfico que confirma a idade sem revelar dados pessoais. A verificação etária será obrigatória em todos os serviços digitais, do YouTube ao OnlyFans, mas precisa respeitar a Lei Geral de Proteção de Dados. (UOL)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Coluna Zona Franca

PERSPECTIVAS FRUSTRANTES

Enquanto o preço do leite cai até R$ 0,50 por litro nas mãos do produtor, valores nas prateleiras seguem estáveis; cenário pressiona pequenos produtores, desvaloriza propriedades rurais e expõe falhas na cadeia de comercialização. A cadeia produtiva do leite no Brasil, especialmente no segmento da pequena produção, vive mais um capítulo de profunda instabilidade econômica.

É por essas e que os pequenos produtores de leite partem em aventuras para atividades de riscos ainda maiores.
Veja bem se este valor corresponde ao custo operacional remunerando o imenso capital que se emprega para produzir leite.
Esse povo não sabe fazer contas?
Vamos lá, para produzir 100 litros de leite são necessários:
1. 10 vacas com 10/l em média;
2. 5 hectares de terras mais produção de silagens;
3. Manutenção com cercas, estruturas, energia elétrica, medicamentos etc;
4. Pelo.menos 5h diárias de mão de.obras.

Calculamos o custo:
* 10 vacas = r$100.000,00
* 5 ha de terras = r$250.000,00
* Produção de silagens em 1ha = 10.000,00
* Manutenção com cerca, energia elétrica, medicamentos e mão de obras r$4.000,00 x 12 meses.

Somando tudo o capital, mais custos operacionais ultrapassam r$400,000,00 ao ano.
Assim o produtor terá uma renda bruta de 63000,00 ao ano. Descontando os custos operacionais da ordem de r$58,000,00.

Sobram apenas r$5.000,00 para investimento/ano. Algo em torno 1% de toda a movimentação.

Pode ser uma imagem de texto

É ou não é para desistir ???
Quero ver qual o economista que justifique a atividade neste contexto…

O pessoal não compreende os parâmetros que devem ser utilizados para formação do preço do litro de leite…
Daí o cartel de laticínios deita e rola tripudiando sobre os produtores.

Agora vai aparecer alguem pra me contestar… tô só vendo!

Por Ciro Andrade
Urupá-RO
10.10.25

DESONRA À NOBEL

Quando o engenheiro sueco Alfred Nobel resolveu deixar seu legado, foi para tornar-se em
prêmios à pessoas que contribuíram com feitos de grandeza em benefício do bem da
humanidade, em diferentes áreas do conhecimento.

Dentre elas, estão a física, química e a paz. Portanto, nenhuma dessas tem relação com feitos que valorizam a violência, a fome, a morte ou segregação humana.

Para ser agraciado com o legado do engenheiro Nobel, é preciso ter notória ação no sentido
mais positivo e construtivo em favor do bem viver e bem estar das pessoas ou de um povo.
Então, a escolha de Maria Corina Machado como Nobel da Paz foi uma distorção da realidade.

O sinal de concordância com a barbárie desencadeada contra a comunidade palestina. Essa
moça afirmou reiteradas vezes que tem preferência pelo primeiro-ministro iaraelense. Que tem preferência pela política de domínio e usurpação executada pelos EUA.
Corina com o Nobel da Paz estaria no mesmo grau de concordância com o assassinato dos
mais de 6 milhões de judeus pelos atos de Hitler.

Conceder Nobel da Paz a esta moça seria voto de crédito aos nebulosos tempos da ditadura
no Brasil. Espero com toda sinceridade, que o governo brasileiro se manifeste afirmando ser contrário a esta indicação, sob pena de pensar que dentre as boas coisas da vida não está a luta pela dignidade humana.

Quem concedeu o título a Corina são os mesmos que financiam o massacre contra mulhere  crianças e idosos palestinos. E assim, a hipocrisia floresce e valoriza os frutos da maldade como compensação, aguçando ainda mais a desgraça planetária.

Por Ciro Andrade
Urupá-RO
12.10.25

Coluna Zona Franca Especial de Domingo

Barroso elogia governo Lula

O ministro Luís Roberto Barroso deixará o STF semana que vem. Em entrevista à Folha de S.PauloBarroso passou à limpo sua trajetória na mais alta Corte do país, falou de seu voto que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão, os abusos da operação Lava Jato e saiu em defesa da democracia. Barroso afirmou que não se arrepende de seu voto por ocasião da Lava Jato, que acabou por levar Lula à prisão, mas admite que os movimentos do ex-juiz Sérgio Moro e sua equipe terminaram por colocar a operação em descrédito. “Efetivamente, muita gente, que eu acho que merecia, foi presa. Mas, olhando a operação hoje, eu identifico que havia uma certa obsessão pelo ex-presidente Lula que se manifestou em erros muito claros. Ela revelou um país feio e desonesto. Mas, em algum momento, se perdeu nos excessos e terminou se politizando”, criticou.

Barroso elogia governo Lula 2

Barroso afirmou que, ao analisar os governos a partir da redemocratização, de Collor até Lula 3, houve avanços inéditos sob o atual mandatário na realidade brasileira. “Nós melhoramos em tudo. E os governos Lula foram, objetivamente, os que tiveram os melhores indicadores. Sou juiz, e juiz não deve ter preferências políticas. Mas este é um fato”, disse.

Barroso elogia governo Lula 3

Ao definir o petista como “uma pessoa agradável e carismática” conta que até mesmo a sogra, que não era simpática ao líder, mudou de ideia ao conhecê-lo. “Minha sogra, que é holandesa, não tinha muita simpatia por ele. Mas, em dez minutos, Lula arrumou uma fã apaixonada.”

Barroso vice de Lula?

A coluna aposta uma dose de vodka com metanol de Tarcísio que o ministro Barroso será candidato a vice-presidente de Lula em 2026. Nessa configuração, Alckmin será candidato ao governo de São Paulo e Haddad ao Senado Federal. A conferir.

Messias ganha força

Em Brasília, o advogado-geral da União, Jorge Messias, tem se destacado por reunir dois traços pouco comuns na cúpula do governo: a confiança direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a identidade evangélica declarada. O nome do ministro voltou a ser cogitado nos bastidores do Planalto para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), aberta com a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, na última quinta-feira (9). Com informações do Globo.

Messias ganha força 2

A possível indicação reacendeu articulações entre alas religiosas e políticas. Messias, membro da Igreja Batista Cristã de Brasília desde 2016, é visto como figura capaz de dialogar com grupos progressistas e conservadores do meio evangélico. Se for confirmado, o governo Lula colocará na Corte, pela primeira vez, dois ministros evangélicos — Messias e André Mendonça, este último indicado por Jair Bolsonaro e identificado com a extrema-direita.

Lula destaca operações da PF

O presidente Lula passou a incorporar de forma mais enfática o combate à criminalidade em suas declarações públicas, em um momento marcado por operações de grande porte da Polícia Federal. Em recentes discursos, Lula destacou ações contra o PCC e contra redes de exploração sexual infantil, alinhando-se a uma demanda crescente da sociedade pela ampliação da segurança.

Lula destaca operações da PF 2

Na última quarta-feira, após uma megaoperação conjunta com 16 estados contra a exploração sexual infantil, o presidente afirmou: “O que não falta é gente safada nesse país para fazer coisa errada. Essa gente tem que ir para a cadeia”. Em agosto, ao comentar ação contra o PCC, classificou a iniciativa como “a maior resposta do Estado ao crime organizado de nossa história até aqui”.

Lula destaca operações da PF 3

De acordo com o jornal O Globo, a guinada de Lula no discurso ocorre num contexto em que a violência desponta como a maior preocupação nacional. Pesquisa Genial/Quaest divulgada na última semana aponta que 31% dos brasileiros veem a segurança como o principal problema do país — o índice mais elevado em um ano. Entre os eleitores que se identificam como lulistas, o número é ainda maior, chegando a 36%. (Do Brasil 247)

As frotas de Nelson Wilians

Pode ser uma imagem de helicóptero e texto que diz "มี w N O helicóptero de 41 milhões de reais A PF confiscou uma aeronave italiana que o advogado Nelson Wilians havia transferido meses atrás para sua mulher"As frotas terrestre, aérea e marítima do advogado Nelson Wilians eram exibidas com destaque em seus perfis do TikTok e do Instagram, e serviam para dar lustro à imagem de profissional rico e bem-sucedido diante de seus 3,2 milhões de seguidores. Desde que se tornou investigado pela suspeita de lavar dinheiro desviado do escândalo de corrupção do INSS, essas mesmas joias motorizadas só lhe dão dor de cabeça. A última delas é o helicóptero modelo Airbus EC130 e prefixo PS-REH, que foi sua durante cinco meses.

As frotas de Nelson Wilians 2

A aeronave, em outros tempos presente em contexto de glamour e ostentação, foi exibida no telão de uma sessão da CPI do INSS, que investiga o roubo bilionário de contas de aposentados e pensionistas, na segunda (6). O senador Marcos Rogério (PL-RO) questionava Fernando Cavalcanti, por muitos anos sócio de Nelson Wilians, e disse: “Esse helicóptero tem uma história.” E começou então a apresentar uma série de slides para contá-la.

As frotas de Nelson Wilians 3

No inquérito sobre a roubalheira dos aposentados e pensionistas, o Supremo Tribunal Federal, em decisão do ministro André Mendonça, atendeu a PF e bloqueou esses 28,1 milhões de reais de Nelson Wilians, 24,1 milhões de reais de Cavalcanti e mais de 539,6 milhões de reais de Maurício Camisotti, suas empresas, seus filhos e sua esposa, Cecília Montalvão Simões.

Lula 2026

Se não fosse o combate à corrupção desencadeada pelo governo Lula, o roubo nas aposentadorias e outros desvios de recursos públicos não seriam levados à público. É por isso que a direita corrupta não quer a reeleição de Lula. “Nos tempos de Bolsonaro era mais fácil roubar e ninguém era punido”.

Breakfast

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(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

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Coluna Zona Franca Especial de Domingo

Mamãe, vende eu

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“ – Mamãe, vende eu para a Dona Julita, porque lá tem comida
gostosa”.

Não se lê uma frase como essa impunemente. Por mais que a leitura do
livro revele uma autora muito diferente de nós – que lemos e que escrevemos
esse relato –, uma pessoa que ria da vida com fome do espírito das letras, que
matava a angústia e a fome do corpo lendo e escrevendo, que não se
resignava ao sofrimento, por mais que o livro mostre uma pessoa forte, em
busca da vida em meio à lástima, mais alegre do que triste (até nisso diferente
de nós), não há como ler a descrição da filha pedir comida, sem se abalar.

Se há algum sentimento dentro de quem lê, se não é um ato mecânico,
se quem lê tem algum sintoma de interação e de empatia, há que se comover
com a fome de uma criança pobre e faminta. Talvez se possa ler esse texto
que escrevemos de forma mecânica, sem muito entusiasmo – o que é
compreensível –, porém, a leitura dessa frase, se não se vai ler o livro todo,
não pode ser uma confissão de nossa frieza emocional e social.

Que se pense o mais básico, o mais simples de se entender, afinal, qual
criança pediria à própria mãe para ser vendida a fim de que pudesse comer?
Não se trata apenas do retrato de uma criança pobre, de uma criança famélica,
sem noção correta, consciente, do que veio pedir à mãe. Isso é certo, mas a
honestidade da mãe que não a vendeu e a sinceridade da menina deveriam
bastar para que nos comovêssemos.

Quem lê isso tem a certeza de que as crianças pobres e famintas não
têm um dia para si. Para milhões de crianças nessa situação não existe Dia
das Crianças, porque todo dia é dia de fome e de sofrimento. Sempre serão
dias contra as crianças.

O que nos faz pensar o tanto que nossa sociedade está anestesiada,
historicamente dormente, indiferente aos que passam fome e todo tipo de
desalento, quanto vemos as chamadas as vorazes elites, muito mais do que
famintas, para alimentar seu capital.

Nem se trata aqui da corrupção que corrói a cultura, a esperança, a
confiança no ser humano, uma vez que isso seria considerado
“excessivamente acadêmico”. Não, nem falemos da corrupção que, como
formigas insaciáveis, cortam todas as folhas que poderiam levar alguma seiva
de verdade e vida.

Não falemos de quantas crianças morrem de fome ou de doenças – até
não muito complexas – porque não há profissionais de saúde, remédios,
equipamentos, vacinas, prevenções suficientes em suas regiões. Não falemos
disso…

Falemos dessa criança que queria ser vendida para ter o que comer.
Falemos que não é um livro de ficção, um romance inventado pela cabeça de
alguém com tempo de escrever; falemos que é mais do que um livro, é um
diário. Trata-se de um registro efetivo, realista, com as impressões registradas
a partir dos sentimentos e das vivências daquelas pessoas. A história desse
povo brasileiro não é romanceada, não é uma crônica, não, não é nada disso.
É somente a descrição da dor.

Falemos que nenhuma criança deveria ter um dia assim.
Falemos que todas as crianças merecem um Dia das Crianças que as
alimente de fato.

Falemos que toda criança tem o direito de não sofrer por abandono,
violência, abuso, fome, vítima da maldade ou da corrupção pública.
É um direito humano das crianças não terem um faminto Dia das
Crianças, a não ser que estivessem famintas de vontade de brincar.

Se houve incômodo nesta leitura, assim como ainda fico abalado com o
livro, que é um diário da dor pessoal e social, digo que é ótimo – digo que
poderemos, juntos, comemorar o óbvio. O óbvio é sentir a dor do outro, da
outra.

Por fim, se você puder ler esse relato que fiz de mim mesmo no dia 12,
domingo, no Dia das Crianças – e se ainda indicar para alguém como nós dois
–, aí, sim, teremos saído um pouco dessa obviedade que se transformou a vida
moderna deste país indiferente às pessoas.

CAROLINA Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São
Paulo: Ática, 2014, p. 42.

Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*)

María Corina Machado

Com uma crítica dura ao regime de Nicolas Maduro, o Comitê Nobel da Noruega concedeu o Nobel da Paz de 2025 a María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, por seu “trabalho incansável promovendo os direitos democráticos do povo da Venezuela”. De acordo com o Comitê, o país latino-americano passou de “uma nação próspera e relativamente democrática para um regime brutal e autoritário”, responsável hoje por uma grave crise econômica e humanitária, com a oposição sendo reprimida por meio de prisões, perseguição judicial e eleições fraudadas. María Corina, diz o documento, tem sido uma figura-chave, capaz de unificar as diferentes correntes de resistência ao governo de Maduro. A escolha da venezuelana foi também uma crítica à onda de retrocessos na democracia em diversas partes do mundo. “Democracia é uma precondição para uma paz duradoura. Entretanto, vivemos num mundo onde a democracia está em retrocesso, onde mais e mais regimes autoritários desafiam as regras e recorrem à violência”, diz o comunicado do Comitê Nobel. (The Nobel Prize)

María Corina Machado 2

Aos 58 anos recém-completados, María Corina Machado é engenheira, filha de uma família rica do setor de siderurgia e faz oposição ao governo da Venezuela desde os tempos de Hugo Chavez por meio da ONG Súmate, que fundou. Antes criticada pela resistência em negociar com o governo, ela assumiu a liderança da resistência ao regime de Maduro e tentou enfrentá-lo nas eleições de 2024, mas teve a candidatura barrada pela Justiça, alinhada. Apoiou então Edmundo González, derrotado em um pleito cujos documentos de votação jamais foram apresentados. Alvo de ameaças após a eleição, ela passou cinco meses sem aparecer em público e chegou a ser presa no início deste ano ao participar de um comício, libertada horas depois. Apesar disso, não deixou o país e segue como principal voz da oposição. (Estadão)

Vergonha! 

O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) se manifestou de forma contundente nesta sexta-feira (10) sobre a escolha de María Corina Machado como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. Em uma postagem nas redes sociais, Braga expressou sua indignação e acusou a opositora venezuelana de apoiar ações imperialistas que, segundo ele, ameaçam a soberania da Venezuela. Para o parlamentar, o prêmio foi concedido a alguém que, ao invés de promover a paz, defende a guerra contra seu próprio país.

Notória golpista

O jornalista Breno Altman se manifestou de forma veemente sobre a escolha de María Corina Machado como laureada do Prêmio Nobel da Paz de 2025. Em uma postagem nas redes sociais, Altman chamou a premiação de “aberração” e acusou a opositora venezuelana de ser uma “notória golpista”, comparando-a a Jair Bolsonaro (PL), condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Para o jornalista, a concessão do prêmio à líder da oposição venezuelana é uma evidência das conexões entre liberais, imperialismo e neofascismo, além de uma afronta à soberania latino-americana.

María Corina é rejeitada

A escolha de María Corina Machado para o Prêmio Nobel da Paz de 2025 ocorre em meio a uma forte rejeição popular na Venezuela. Segundo um estudo divulgado pela empresa Datanálisis no último dia 22 de setembro, 64,6% dos venezuelanos desaprovam a atuação da líder da oposição de extrema direita, especialmente em relação à sua postura frente ao processo de negociação nacional. A pesquisa evidencia um descompasso crescente entre Machado e a população venezuelana, com a maior parte dos entrevistados classificando seu papel político de forma negativa.

O protetor das bets

Pode ser uma imagem de texto que diz "O OPOVO QUE PAGUE A CONTA Tarcísio pressionou deputados a boicotarem MP das bets"O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi bastante criticado por ter feito campanha contra a taxação dos milionários, banqueiros, fintechs e bets. Por sabotar a MP (Medida Provisória) do IOF (1303 de 2025), o governador Tarcísio de Freitas vai receber o Troféu Amigo do Tigrinho.

O protetor das bets 2

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou em seu perfil no X (antigo Twitter) que Tarcísio de Freitas é “o candidato dos bilionários, das bets e dos golpistas”. As bets são meios por onde o PCC lava dinheiro do crime organizado.

 

Cessar-fogo em Gaza

Após horas de uma reunião tensa com todos os ministros do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Israel aceitou oficialmente na madrugada de hoje os termos do acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns que ainda estão sob o poder do Hamas em Gaza. A “primeira fase” do acordo, que pode colocar fim à guerra que já dura dois anos, será implementada imediatamente, com o fim dos combates, a retirada das tropas israelenses de parte do enclave palestino e o início dos preparativos para a libertação dos reféns e de cerca de dois mil prisioneiros palestinos. O acordo entre as duas partes será assinado no Egito, e o presidente americano Donald Trump disse que tentará participar da cerimônia. Os 20 reféns que ainda estão vivos devem começar a chegar a Israel já na próxima segunda-feira. Os corpos de outros 28 reféns que morreram no cativeiro ainda não têm data para serem totalmente recuperados. (Times of Israel)

Cessar-fogo em Gaza 2

Mais cedo, o negociador-chefe do Hamas, Khalil al-Hayya, já havia afirmado que os Estados Unidos deram garantias ao grupo palestino de que a guerra contra Israel seria encerrada de forma definitiva após a assinatura do acordo. Logo depois, o presidente americano confirmou, de certa forma, a informação de al-Hayya, ao afirmar que nenhum palestino seria forçado a deixar Gaza. “É exatamente o contrário, ninguém será obrigado a sair. Esse é um grande plano de paz, apoiado por todos”, disse Trump no Salão Oval da Casa Branca. (France 24)

Cessar-fogo em Gaza 3

Apesar do otimismo com o cessar-fogo e o possível fim da guerra, que deixou 1,2 mil israelenses e quase 70 mil palestinos mortos, ainda existem uma série de dúvidas sobre como outros itens do acordo serão implementados. Até agora, o Hamas não confirmou se concorda em entregar suas armas a Israel, e ainda não há uma decisão clara sobre como — e por quem — Gaza será controlada após a retirada das tropas israelenses. (Al Jazeera)

Cessar-fogo em Gaza 4

Uma das questões mais sensíveis do acordo é a exigência do Hamas de que líderes históricos do grupo, alguns deles condenados à prisão perpétua, sejam libertados. De acordo com fontes do governo israelense alguns dos nomes incluídos na lista do Hamas estão fora de cogitação. (CBC)

Dina Boluarte deposta

 

O Congresso do Peru depôs, na madrugada desta sexta-feira, a presidente Dina Boluarte, de 63 anos, diante de uma grave crise de segurança no país. Como o cargo de vice está vago, o chefe do Parlamento, José Jerí, assumiu interinamente a presidência. O Peru tem eleições gerais marcadas para abril de 2026. (Globo)

Barroso aposentado

O ministro Luís Roberto Barroso, que até o mês passado presidia o Supremo Tribunal Federal, anunciou que vai se aposentar antecipadamente, oito anos antes da aposentadoria compulsória, hoje fixada aos 75 anos de idade. O ministro tem 67 anos e passou os últimos 12 no Supremo. Em um discurso emocionado, interrompido várias vezes pelas lágrimas, Barroso afirmou sentir orgulho de sua contribuição ao país e disse que sentirá falta do dia a dia na Corte. “Sinto que agora é hora de seguir outros rumos, nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta, sem a exposição pública”, declarou. Barroso deve permanecer mais alguns dias no STF, mas informou que a sessão desta quinta-feira foi a última de que participou como ministro. (CNN Brasil)

Barroso aposentado 2

Barroso participou ativamente de julgamentos importantes nos 12 anos em que esteve no STF. Foi relator de decisões de grande impacto social, como a validação das cotas raciais no serviço público, a garantia de transporte gratuito nas eleições e a adoção de medidas de proteção a povos indígenas durante a pandemia de Covid-19. (Globo)

Barroso aposentado 3

A saída antecipada de Barroso deve abrir uma disputa acirrada em Brasília para tentar influenciar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na escolha do novo ministro — ou ministra — do STF. A preferência do presidente recai sobre o advogado-geral da União, Jorge Messias, respaldado por praticamente todas as alas do PT. Mas no STF e em parte do Senado o nome favorito é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deve ter como principal articulador o ministro Alexandre de Moraes. Também é citado como possível candidato o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas. A interlocutores, Lula afirmou que pretende escolher o sucessor de Barroso assim que retornar da viagem que fará à Ásia no fim deste mês. (g1)

Fomepizol

O Brasil recebeu nesta quinta-feira um lote com 2.500 ampolas de fomepizol, principal antídoto para o tratamento de intoxicações por metanol, adquirido pelo Ministério da Saúde. Cerca de 1.500 ampolas serão distribuídas imediatamente, 288 delas apenas para São Paulo, estado mais afetado. Outras mil unidades ficarão guardadas em estoque. No Rio Grande do Sul, quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol estão em apuração, segundo informações do governo gaúcho. Uma quinta ocorrência foi descartada após exames complementares. (Folha e Correio Braziliense)

Deep web

Segundo levantamento da Kaspersky, vídeos falsos com rosto e voz clonados, que no ano passado custavam até US$ 20 mil na deep web, agora são oferecidos por US$ 50. Clonagens de voz sozinhas saem por apenas US$ 30. Mesmo sem garantia de funcionamento, esses serviços que utilizam inteligência artificial prometem ajustar timbre, emoção e sincronia labial para enganar com mais precisão. Essa maior oferta preocupa autoridades e a Polícia Civil de São Paulo, que recomenda atender ligações em silêncio e bloquear números desconhecidos. (UOL)

Tesla sob investigação

A Tesla está novamente sob investigação nos Estados Unidos, pois a agência de segurança viária NHTSA abriu um novo inquérito sobre mais de 2,8 milhões de veículos equipados com o software de direção autônoma FSD, após 58 incidentes de trânsito envolvendo o sistema, incluindo 14 colisões e 23 feridos. Os relatos envolvem carros da Tesla avançando o sinal vermelho e entrando na contramão ao ignorar placas de sentido proibido. (The Verge)

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(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

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Coluna Zona Franca

Coluna Zona Franca

                           Lula lidera todos os cenários

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro e segundo turno nas eleições presidenciais de 2026, mostra uma nova pesquisa de intenções de voto divulgada há pouco pela Genial/Quaest. Nos oito cenários testados para o primeiro turno, o presidente aparece à frente de todos os seus potenciais adversários. O ex-presidente Jair Bolsonaro (26%), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (21%) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (18%) são os nomes mais competitivos contra Lula no primeiro turno. Em todos os cenários de segundo turno, Lula mantém vantagem confortável. Suas intenções de voto variam entre 41% e 47%, e nenhum adversário reduz a diferença para menos de um dígito. (Meio)

 

Bichos escrotos

A Câmara dos Deputados derrubou, nesta quarta-feira (8), a medida provisória (MP) que previa o aumento de tributos e tinha como objetivo ampliar a arrecadação federal. A proposta nem chegou a ser analisada no mérito (conteúdo) da proposta. Antes disso, a maioria dos parlamentares — liderados por partidos do Centrão — aprovou a retirada da MP da pauta. O placar foi de 251 votos a 193. A medida provisória precisava ser votada pela Câmara e pelo Senado até esta quarta-feira para continuar em vigor, pois perde a validade nesta quinta (9). A Medida Provisória 1303 trata da tributação de investimentos financeiros, apostas e ativos virtuais.  Propunha a tributação de fundos exclusivos, apostas esportivas e criptoativos, além de regras mais rígidas para investimentos de alta renda e investidores estrangeiros. Confira como votou cada deputado. (UOL)

Bichos escrotos 2

Enquanto a Faria Lima comemorava, o governo lamentava a derrota. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, passou o dia no Congresso tentando reverter a iminente derrota. “Hoje ficou claro que a pequena parcela muito rica do país não admite que seus privilégios sejam tocados. Não querem pagar impostos como a maioria dos cidadãos”, disse ela. Mais cedo, já prevendo a derrota na Câmara, o presidente Lula classificou o fim da validade da MP como uma “pobreza de espírito” do Congresso. (g1)

Uma homenagem especial a todos os deputados federais que votaram contra o Brasil e contra a população brasileira.

Vitória do Tigrinho

“Independentemente do diagnóstico para a rejeição da MP, não há dúvida de que as bets saíram ganhando. O Tigrinho permanece firme e forte. Hoje, não há páreo para ele em Brasília.” (Malu Gaspar-Globo)

Israel e Hamas em paz

Após meses de impasse, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos — um avanço há muito aguardado que pode abrir caminho para o fim da guerra de dois anos na Faixa de Gaza. O presidente Donald Trump, que atuou como mediador do entendimento, anunciou o acordo em suas redes sociais, afirmando que ambas as partes aceitaram a primeira fase de seu plano, que inclui a retirada das tropas israelenses até uma linha previamente acordada. Catar, que participou das negociações, e o próprio Hamas também confirmaram, em comunicados separados, que o acordo permitirá a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Os detalhes do pacto ainda não foram divulgados, incluindo o cronograma e os termos exatos da troca, além da localização precisa da linha de retirada. “Este é um GRANDE dia para o mundo árabe e muçulmano, para Israel, para todas as nações vizinhas e para os Estados Unidos da América. Agradecemos aos mediadores do Catar, Egito e Turquia, que trabalharam conosco para tornar este evento histórico e sem precedentes possível”, declarou Trump em sua plataforma Truth Social. (New York Times)

Israel e Hamas em paz 2

Horas depois da postagem de Trump, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que convocará o gabinete de governo ainda hoje para aprovar o acordo de cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns. “Um grande dia para Israel. Amanhã convocarei o governo para aprovar o acordo e trazer todos os nossos preciosos reféns de volta para casa”, escreveu no X. A votação do acordo está prevista para o meio-dia (hora de Brasília). (Haaretz)

Israel e Hamas em paz 3

A expectativa é de que o cessar-fogo tenha início ainda hoje. Assim que as batalhas forem suspensas, o Hamas poderá recolher os corpos dos reféns mortos para que sejam devolvidos a Israel posteriormente. Atualmente, 48 reféns permanecem em Gaza, dos quais 20 são considerados vivos, de acordo com as informações repassadas às partes envolvidas. De acordo com esses negociadores, há a expectativa de que os reféns que ainda estão vivos possam voltar a Israel neste próximo sábado ou domingo. Haveria uma chance remota de que alguns deles possam ser libertados ainda hoje. (Times of Israel)

Israel e Hamas em paz 4

Enquanto cidadãos israelenses foram às ruas comemorar o anúncio do acordo e a expectativa de libertação dos reféns, o líder da oposição Yair Lapid defendeu que Trump receba o Nobel da Paz, que vai ser anunciado na sexta-feira. “Não há ninguém que mereça tanto esse prêmio e a gratidão eterna do povo de Israel”, disse. (Times of Israel)

Israel e Hamas em paz 5

O governo israelense, no entanto, avalia que o Hamas pode não conseguir encontrar e devolver todos os corpos dos reféns mortos em Gaza. As autoridades israelenses acreditam que o grupo palestino não sabe a localização exata ou não tem meios para recuperar os restos mortais de parte dos 28 reféns mortos que permanecem em Gaza. A estimativa é de que o número de corpos desaparecidos varia entre 7 e 15. As estimativas se baseiam em relatórios de inteligência israelense e em mensagens trocadas com o Hamas e mediadores internacionais durante sucessivas rodadas de negociação. (CNN)

Metanol

A crise das contaminações por metanol levou o Ministério da Justiça a determinar a suspensão da venda de destilados nas principais plataformas de comércio eletrônico. O Ministério notificou as plataformas Shopee, Enjoei, Mercado Livre, Amazon Brasil, Magazine Luiza, Casas Bahia, Americanas, Zé Delivery e Carrefour para que suspendam a venda de bebidas destiladas em seus sites e aplicativos. A determinação inclui a retirada temporária de anúncios e produtos e a revisão dos mecanismos internos de controle. As empresas também devem retirar os anúncios de lacres, tampas, selos e garrafas não colecionáveis, itens frequentemente usados em esquemas de falsificação de bebidas e vendidos livremente na internet. As plataformas terão 24 horas, a partir da notificação, para se adequar. (Globo)

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O Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo afirma que o metanol encontrado em bebidas apreendidas no estado foi adicionado, não sendo resultado do processo natural de destilação. De acordo com o último balanço divulgado na terça-feira pelo governo estadual, o total de casos confirmados de intoxicação chegou a 18, incluindo três mortes, e outros 158 estão em investigação, entre eles, sete óbitos. (Metrópoles)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de n

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Coluna Zona Franca

Na Quaest só dá Lula

Decididamente a popularidade de Lula mudou da água pro vinho (obrigado, Eduardo Bolsonaro). Graças ao “apoio” de Trump, o presidente Lula está cada vez mais perto da reeleição. Se a um ano das eleições ele já mostra vitalidade, imagina quando estiver próxima a campanha eleitoral. A coluna já havia antecipado que a taxação esdrúxula contra o Brasil seria tiro de bazuca nos pés dos Estados Unidos e que essa ação levaria à reeleição de Lula. E parece que vai ser no primeiro turno. A conferir.

Na Quaest só dá Lula 2

A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) aponta que a aprovação e a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltaram a se igualar após nove meses de diferença entre os dois indicadores. O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, revela que 48% dos entrevistados aprovam a atual gestão, enquanto 49% desaprovam.

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Segundo o g1, esta é a primeira vez desde janeiro de 2025 que há equilíbrio entre os índices. No início do ano, 49% reprovavam o governo e 47% aprovavam. Desde então, os números oscilaram, com pico negativo em maio, quando a desaprovação alcançou 57% contra 40% de aprovação. O resultado atual representa o melhor desempenho de Lula em 2025.

                                    Lula saiu mais forte

Quase metade dos brasileiros avalia que o presidente Lula saiu politicamente fortalecido após o encontro com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, durante a Assembleia Geral da ONU. O levantamento foi feito antes da videoconferência entre os dois líderes, realizada na última segunda-feira (6). Segundo o levantamento, 49% dos entrevistados afirmam que Lula ficou “mais forte” após a aproximação com Trump, enquanto 27% acreditam que ele saiu “mais fraco”. Outros 10% dizem que sua posição política permaneceu a mesma, e 14% não souberam responder.

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Pesquisa Genial/Quaest. Foto: Reprodução

Entre os que se identificam com a esquerda, a percepção positiva é majoritária: 78% dos lulistas e 75% dos eleitores de esquerda dizem que o petista ganhou força. Já entre bolsonaristas e eleitores de direita, 51% e 48%, respectivamente, consideram que Lula perdeu força. Entre os que não têm posição ideológica definida, 44% afirmam que o presidente se fortaleceu.

Expectativas sobre a relação entre Lula e Trump

A pesquisa também revela que 51% dos brasileiros acreditam que Lula e Trump “vão se dar bem” ao iniciarem uma relação mais próxima. Outros 36% avaliam que o relacionamento será conflituoso, e 13% não souberam opinar. Além disso, 65% defendem que Lula mantenha uma postura amigável em relação ao republicano, enquanto 25% preferem uma postura “mais dura”.

Discurso na ONU e próximos passos

O levantamento aponta ainda que 52% dos entrevistados consideraram bom o discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU, contra 34% que o classificaram como ruim. No pronunciamento, o presidente afirmou que as instituições brasileiras estão “sob um ataque sem precedentes” de nações estrangeiras e reforçou: “Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela.”

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Pesquisa Genial/Quaest. Foto: Reprodução

Durante a conversa com Trump, que durou cerca de 30 minutos, Lula pediu o fim da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros e o encerramento das sanções impostas a autoridades do país. O americano elogiou o telefonema e disse ter sido um “ótimo diálogo”. Entre os entrevistados, 46% acreditam que Lula deve buscar um novo encontro com Trump em breve, enquanto 44% preferem uma postura mais cautelosa.

Era sol que me faltava

Para bagunçar a disputa pelas duas vagas de senador da República pelo estado de Rondônia, acaba de mudar o domicílio eleitoral para Ariquemes, o ex-deputado federal Cabo Daciolo (Republicanos). Entre polêmico e caricato, Cabo Daciolo pode até não se eleger (mais provável), mas vai dar trabalho.

Aprovada MP alternativa ao IOF

Foi por pouco. A medida provisória que redefine a tributação sobre investimentos e apostas foi aprovada na comissão mista do Congresso por apenas um voto de diferença, após uma série de concessões do governo. O texto precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado ainda hoje para não perder a validade. Entre os principais recuos, o governo manteve a isenção para uma série de títulos considerados estratégicos para o financiamento da economia, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs. Também foram preservadas as regras atuais dos fundos imobiliários e do Fiagro, mantendo isenções sobre rendimentos e ganhos de capital. No caso das apostas esportivas, o governo desistiu de elevar a contribuição das operadoras de 12% para 18%, e incluiu dispositivos para regularização de ativos não declarados no exterior, com cobrança de 15% de imposto e 15% de multa. A MP também eleva de 9% para 15% a CSLL das fintechs, uma das medidas que permaneceu no texto, e prevê medidas de compensação fiscal com potencial de arrecadação revisado para R$ 17 bilhões, abaixo dos R$ 20 bilhões inicialmente projetados. O relator Carlos Zarattini (PT-SP) chegou a estimar R$ 35 bilhões entre arrecadação e redução de despesas, mas reconheceu que as concessões foram necessárias para viabilizar a aprovação. (UOL e Folha)

Aprovada MP alternativa ao IOF 2

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava confiante de que a proposta seria aprovada no Congresso após os diversos recuos do governo. Haddad reconheceu que as alterações na MP reduzirão em R$ 3 bilhões a arrecadação prevista para o ano que vem. No entanto, o ministro afirmou que a perda será compensada pela tributação retroativa de 30% sobre empresas de apostas. O texto estabelece que a base de cálculo será o valor do ativo em reais em 31 de dezembro de 2024, com cobrança de 15% de Imposto de Renda e multa de 100% sobre o valor apurado. (Valor)

Derrota da oposição bolsonarista

A aprovação da MP do IOF não foi a única derrota da oposição bolsonarista. A pesquisa Genial/Quaest de outubro divulgada agora há pouco trouxe notícias ainda mais amargas para o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o levantamento, 44% dos brasileiros são contra um projeto que anistie Bolsonaro e os responsáveis pelos atos golpistas após as eleições de 2022. O levantamento mostra que a rejeição a um projeto de lei que reveja as penas dos condenados, como ficou conhecido o PL da dosimetria, enfrenta ainda mais rejeição popular, com 52% dos ouvidos afirmando que as penas foram justas. A pesquisa também mostrou que a avaliação do governo Lula segue crescendo, com 48% de aprovação e 49% de desaprovação. Um cenário bem diferente de seis meses atrás, quando o governo Lula era aprovado por apenas 40% da população. (Meio)

Flopou de verde amarelo

Sem apoio no Congresso e com a Casa Branca se afastando cada vez mais de Jair Bolsonaro, aliados do ex-presidente foram às ruas nesta terça para pedir a votação do PL da Anistia. Em Brasília, o pastor Silas Malafaia, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, tentou mobilizar apoio popular, mas teve pouco sucesso. No Congresso, o projeto de lei que previa a redução das penas também perde força. Segundo parlamentares, na melhor das hipóteses, a pena de Bolsonaro poderia ser reduzida de 27 anos para 21 anos. (Folha)

Boas notícias

Já o Planalto vive um raro momentos de boas notícias. Depois de aprovar por unanimidade na Câmara o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, a expectativa do governo é de que o texto passará sem sobressaltos no Senado. Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), escolheu o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para ser o relator do projeto na Casa. Aliado de longa data do governo, Renan disse acreditar que em 30 dias o texto será enviado para a sanção do presidente Lula. (g1)

Renan X Arthur Lira 

Mas a indicação de Renan foi mal recebida na Câmara, revela o Painel, por conta de suas críticas ao projeto aprovado pelos deputados. O pano de fundo seria a política alagoana, já que o texto foi relatado na Câmara por Arthur Lira (PP-AL), adversário figadal do senador. (Folha)

Dudu no mundo da lua

O Zero Três parece se mover num tabuleiro em que só ele ainda acredita que está jogando. Ele coleciona distâncias — do Congresso, do PL, dos aliados e, agora, até de Donald Trump. A direita está em guerra interna: Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira, Tarcísio e Michelle Bolsonaro disputam o rumo do bolsonarismo enquanto Eduardo tenta manter viva a chama ideológica de Olavo de Carvalho — mas, no fim, em escala nacional, pode estar falando sozinho. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)

Precipício econômico

Um dia após o presidente Javier Milei subir em um palco de Buenos Aires para apresentar seus dotes musicais, a Argentina parece ter dado mais um passo em direção a um precipício econômico. Sob forte ataque especulativo, o país decidiu colocar os poucos dólares que tem em caixa na tentativa de segurar a desvalorização do Peso. A estimativa é de que o Banco Central do país não disponha mais do que US$ 700 milhões em reservas líquidas, volume considerado crítico para um país que depende de moeda estrangeira para importar combustíveis, pagar dívidas e estabilizar o câmbio. (InfoMoney)

Darcy Ribeiro

Quem é o brasileiro? A pergunta que moveu Darcy Ribeiro, antropólogo e grande defensor de um Brasil justo e plural, continua viva à beira-mar, em Cordeirinho. No Museu Casa Darcy Ribeiro, construído pela Prefeitura de Maricá, por meio da CODEMAR e sob gestão do Instituto Circomum, sua obra ganha forma. Com projeto de Oscar Niemeyer e curadoria de Gringo Cardia, o espaço oferece exposições interativas e atividades que convidam o visitante a revisitar suas raízes. Foi lá que Pedro Doria e Yasmim Restum filmaram Quem é o Brasileiro?, nova série de vídeos do Meio em parceria com a Casa Darcy Ribeiro. Assista ao episódio de estreia em no YouTube e planeje sua visita em casadarcyribeiro.org.br.

Metanol

Antídoto mais eficaz do que o etanol farmacêutico para tratar intoxicação por metanol, o fomepizol deve chegar ao Brasil ainda nesta semana, mas não será vendido em farmácias, informou a representante da farmacêutica japonesa responsável por fornecer o medicamento ao Brasil. De uso estritamente hospitalar, 2.500 ampolas do fármaco serão importadas dos Estados Unidos em caráter emergencial e outras 100 unidades chegam como doação da empresa, com distribuição pelo Ministério da Saúde. O envio ainda depende de trâmites burocráticos. (g1)

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Após o Ministério da Saúde descartar uma intoxicação por metanol pelo rapper Hungria, o cantor divulgou um novo exame que demonstra concentração tóxica para o produto químico no organismo. A equipe de Hungria disse aguardar os exames de contraprova. A pasta informou que não recebeu qualquer resultado oficial do teste. (Metrópoles)

Metanol 3

Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que a Polícia Federal investiga se as bebidas alcoólicas foram adulteradas com o metanol abandonado após uma operação contra a infiltração do crime organizado em postos de combustíveis e no setor financeiro. A PF não descarta nenhuma hipótese, incluindo associação criminosa, apesar de não mencionar suspeita contra alguma facção específica. (Folha)

Bicho escroto

Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferiu brincar com a situação, ao dizer que não conhece bem as marcas de bebidas adulteradas por não consumi-las. “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. E a minha é normal [com açúcar]”, disse, após encontro com representantes dos principais fabricantes de bebidas do país. Diante da má repercussão, ele mais tarde se desculpou. (g1), com charge de Orlando.

Prêmio Jabuti 2025

Cerimônia da 66ª edição do Prêmio Jabuti será em novembroA Câmara Brasileira do Livro divulgou a lista dos cinco finalistas de cada uma das 23 categorias do Prêmio Jabuti 2025 com uma forte predominância masculina. Todos os indicados à categoria de romance literário, umas das mais prestigiadas, são homens: Alberto Mussa, Chico Buarque, Jeferson Tenório, Marcelino Freire e Tony Bellotto. Também não há mulheres concorrendo a romancista estreante, crônica e negócios. A cerimônia de premiação ocorre no próximo dia 27 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em comemoração ao título da cidade como Capital Mundial do Livro pela Unesco. Ana Maria Machado será a personalidade literária homenageada da noite. (Folha)

Tiny Desk Concert

A primeira edição brasileira do programa Tiny Desk Concert estreia nesta quarta-feira com apresentação do piseiro de João Gomes. A gravação reuniu cerca de 40 pessoas no escritório do Google, em São Paulo, no dia 22 de setembro. O repertório incluiu os sucessos Dengo, Meu Pedaço de Pecado e Eu Tenho a Senha, música que o tornou conhecido nacionalmente em 2021. A equipe do Tiny Desk Brasil gravou outros nove shows para duas temporadas do programa, que terá cinco episódios cada. Os próximos convidados ainda não foram divulgados. A versão americana do programa já contou com nomes como Adele, Usher, Justin Bieber, Dua Lipa e Milton Nascimento. (g1)

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Coluna Zona Franca

Lula amplia apoio popular e recupera confiança, aponta pesquisa Genial/Quaest

Nova sondagem mostra alta na aprovação do governo e redução da rejeição, com avanços em todas as regiões do país

A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a crescer e atingiu novo patamar, de acordo com pesquisa Genial/Quaest realizada entre 2 e 5 de outubro de 2025. O levantamento, divulgado com exclusividade pelo Blog do Esmael, indica que 48% dos brasileiros avaliam positivamente a gestão, contra 49% que desaprovam e 3% que não souberam ou preferiram não responder.

Segundo o Blog do Esmael, os números confirmam uma recuperação consistente da popularidade presidencial, após meses de instabilidade entre o fim de 2024 e o primeiro semestre de 2025. Em relação à pesquisa anterior, de 18 de setembro, a aprovação subiu dois pontos percentuais, enquanto a desaprovação caiu na mesma proporção, reduzindo a diferença ao menor nível do ano.

Crescimento sustentado por economia e políticas sociais

A sondagem ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios brasileiros e apresenta margem de erro de dois pontos percentuais. Entre os destaques, a aprovação ao governo é mais elevada entre mulheres, nordestinos e beneficiários do Bolsa Família — neste último grupo, o índice supera 70%.

Especialistas avaliam que a retomada de programas sociais, o reajuste do salário mínimo, a queda no preço dos alimentos e novas políticas habitacionais tiveram impacto direto na melhora da imagem presidencial. Além disso, a percepção de que a economia voltou a apresentar sinais de recuperação, com ampliação do crédito e redução do desemprego, fortaleceu a confiança no governo.

Apoio em diferentes regiões e segmentos políticos

O Nordeste permanece como principal reduto lulista, mas também foram registradas oscilações positivas no Sul e redução da rejeição no Sudeste. O estudo ainda mostra que Lula mantém ampla maioria entre eleitores de esquerda e simpatizantes históricos, mas também avança entre os que não se identificam com nenhum campo político específico.

Esse movimento, segundo a análise, estaria ligado ao tom mais conciliador adotado pelo presidente nas últimas semanas, em meio a disputas políticas com a oposição de extrema direita e críticas da mídia tradicional.

Capital político

A pesquisa reforça a ideia de que Lula recupera seu capital político com base no fortalecimento das políticas sociais e no diálogo institucional. Para especialistas, o atual cenário indica que o governo atravessa uma fase de estabilidade, com respaldo popular crescente mesmo diante de ataques da velha mídia e da oposição.

O levantamento da Genial/Quaest sinaliza que, ao reconectar-se com sua base histórica e ampliar a confiança junto a setores indecisos, o presidente consegue consolidar uma retomada de imagem e apoio político em um momento estratégico de sua gestão.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Neguinho da Beija-Flor é do PL 

O sambista Neguinho da Beija-Flor, um dos maiores nomes do carnaval carioca, está sendo cotado pelo PT para disputar uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro em 2026. O detalhe curioso é que o intérprete, símbolo da Beija-Flor de Nilópolis, é filiado desde 2013 ao PL — partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo certidão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sua filiação à legenda consta como “regular”. Com informações do blog de Ancelmo Gois, do Globo.

Caos na extrema-direita

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou neste domingo (5) que a direita brasileira vive um momento de caos e desunião, marcado por disputas internas e ausência de um projeto nacional. A declaração foi feita em uma publicação nas redes sociais, analisando o embate entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o senador Ciro Nogueira. De acordo com o ministro, a “ofensiva resposta de Caiado a Ciro Nogueira mostra a divisão da direita bolsonarista”. Segundo Renan Filho, os projetos pessoais dos que se imaginam sucessores do presidente Lula — como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior e o próprio Caiado — “se chocam e revelam o óbvio: nenhum deles tem projeto nacional”. (Do Brasil 247)

Caos na extrema-direita 2

“Parece um grupo abatido por uma mesma síndrome: a Bolsonaro-dependência”, escreveu o ministro, numa crítica direta à incapacidade do campo conservador de se renovar fora da sombra do ex-presidente. Renan Filho destacou que a ascensão do presidente Lula, impulsionada por medidas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, a defesa da justiça tributária e a reafirmação da soberania nacional, intensificou o desespero entre os adversários. (Do Brasil 247)

Sargento Pincel

Por essa o deputado federal coronel Chrisostomo (PL-RO) não esperava. O falastrão finalmente recebeu um apelido que pegou: Sargento Pincel! Na semana passada ele tentou lacrar na CPMI do INSS e se deu mal. Ao tentar confrontar o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Chris recebeu uma resposta que gerou gargalhadas. No lado direito da foto, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) racha de rir. Risos.

Crise do metanol

A crise de intoxicações por metanol, já com 209 casos investigados e 16 confirmados, expôs a vulnerabilidade da cadeia de bebidas alcoólicas no Brasil. O descarte irregular de garrafas, vendidas até por R$ 1 na internet, alimenta a falsificação e a produção clandestina. Falhas de fiscalização e a atuação de distribuidores “paralelos” também ampliam o risco, já que muitos bares compram produtos sem nota fiscal, atraídos por preços muito abaixo do mercado. O setor ilícito de bebidas movimenta R$ 62 bilhões por ano no país. (Globo)

AGU notifica Meta

A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou no domingo a Meta para que a plataforma tome medidas imediatas de bloqueio e remoção de conteúdos e grupos que promovem a venda ilegal de garrafas, lacres, tampas e rótulos de bebidas alcoólicas. A notificação foi feita por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD). (Metrópoles)

Metanol in Rio

Enquanto o Rio de Janeiro investiga uma primeira suspeita de intoxicação por metanol, a prefeitura carioca apreendeu 401 garrafas de bebidas destiladas de ambulantes ilegais nas praias das zonas Sul e Sudoeste. A ação fez parte da Operação Verão, realizada de sexta-feira a domingo. (Globo)

Alexandre Padilha

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), participou no sábado de uma videochamada com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e representantes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que apresentaram tecnologias que detectam metanol em bebidas: um canudo que muda de cor em contato com a substância e um laser infravermelho. (Correio Braziliense)

Hungria

O rapper Hungria, de 34 anos, recebeu alta médica no domingo, após ser internado na última quinta-feira no hospital DF Star, em Brasília. Ainda não se sabe se Hungria foi, de fato, intoxicado por metanol ao consumir bebidas adulteradas. O resultado dos exames deve ser divulgado nos próximos dias. (Infomoney)

Um drink para o inferno
Orlando Pedroso

Enem dos concursos

O Concurso Nacional Unificado (CNU), também conhecido como “Enem dos concursos”, começou a edição de 2025 no domingo e levou 760 mil candidatos a disputarem 3.652 vagas em 32 órgãos do governo federal. A avaliação é o maior concurso público do país e é feita em duas etapas. A primeira, a prova objetiva aplicada nesse domingo, terá resultado divulgado em 12 de novembro. Quem for aprovado nessa fase fará a prova discursiva no dia 7 de dezembro de 2025. Para a segunda etapa, serão convocados nove candidatos por cada vaga. Os resultados finais do CNU serão publicados no início do próximo ano. (Agência Brasil)

Nobel de Medicina

O prêmio Nobel de Medicina de 2025 foi para os americanos Mary Brunkow e Fred Ramsdell e o japonês Shimon Sakagushi por suas pesquisas sobre imunotolerância periférica, mecanismo pelo qual o sistema imunológico é impedido de atacar o próprio organismo. A escolha foi anunciada ao vivo nesta manhã pela Assembleia Nobel do Instituto Karolinska, responsável pela premiação. Este foi o primeiro Nobel de 2025. Amanhã, às 6h45, horário de Brasília, será divulgado o Nobel de Física; na quarta-feira, no mesmo horário, será a vez de Química. O Nobel de Literatura será anunciado às 8h de quinta-feira, e o cobiçado Nobel da Paz será conhecido às 6h de sexta. A lista termina na segunda-feira, às 6h45, como no prêmio para Ciências Econômicas. (The Nobel Prize)

Gaza

Nesta terça-feira, a guerra em Gaza completa dois anos. A proposta de Donald Trump para finalizar o conflito já foi aceita por Israel, segundo publicação do presidente americano na sua rede Truth Social. Trump disse que o Hamas será “completamente obliterado” se não entregar o poder em Gaza no pós-guerra e que a proposta dele é um “ótimo acordo para Israel e para todo o mundo árabe”. O Hamas declarou no domingo que quer alcançar um acordo e começar a troca de prisioneiros imediatamente. Na noite de sábado, manifestações em Tel Aviv e Jerusalém pediram o fim do conflito. O plano dos Estados Unidos prevê um governo internacional temporário, que seria chamado de Conselho de Paz, chefiado e presidido por Trump, com outros membros e chefes de Estado a serem anunciados, incluindo o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair. Apesar das negociações, as bombas continuaram atingindo Gaza, e o porta-voz da Defesa Civil local informou que 57 pessoas morreram nos bombardeios de sábado. (g1)

Trump X Democratas

Em solo americano, a batalha entre Trump e os estados liderados pelos democratas se intensificou no fim de semana. Uma juíza federal do Oregon ordenou a suspensão do plano do presidente de enviar tropas federais para a cidade de Portland, e a Casa Branca bancou a ida de centenas de membros da Guarda Nacional para Chicago, no Michigan. Ambas as cidades têm sido cenários de protestos contra as autoridades federais que estão implementando a agenda anti-imigração de Trump. O governo encara essas manifestações como “violentas, realizadas por terroristas domésticos”. (CNN Brasil)

Caiado X Ciro Nogueira

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), reagiu após ser excluído por Ciro Nogueira (PP-PI) da lista de presidenciáveis apoiados por Jair Bolsonaro para 2026. Em entrevista, o senador citou apenas Tarcísio de Freitas (SP) e Ratinho Jr. (PR) como nomes da direita. Caiado criticou a postura de Nogueira, acusando-o de “ansiedade vergonhosa” para se viabilizar como vice de Tarcísio e chamou o senador de “inexpressivo”. (UOL)

Contraponto

Um grupo de ativistas brasileiros passou dez dias nos EUA para contrapor a narrativa que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vem construindo há meses junto a aliados no governo americano. Em missão organizada pelo Washington Brazil Office (WBO), a comitiva cumpriu uma agenda de encontros em Nova York e Washington e reuniu 19 organizações. A socióloga Gisele Agnelli, que integrou a missão como porta-voz da Rede pela Soberania — coalizão criada após a ofensiva de Trump —, diz ter levado “a indignação da sociedade civil com os ataques americanos ao Brasil”. (Valor)

Alexandre Frota cassado 

O ex-deputado federal Alexandre Frota, que era vereador na cidade de Cotia, São Paulo, teve o mandato cassado pela Câmara Municipal da cidade. Frota, do PDT, foi condenado em um processo por calúnia e difamação movido pelo ex-deputado federal Jean Wyllys, na época PSOL e hoje filiado ao PT. Em abril de 2017, Frota publicou em suas redes uma foto de Wyllys atribuindo-lhe a frase: “A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal (sic), anormal é o seu preconceito”. Na ação judicial, ficou provado que a frase jamais foi dita por Wyllys. (Folha)

Toni Garrido

O cantor Toni Garrido provocou polêmica na noite de sábado, durante o programa Altas Horas, ao alterar a letra de Girassol (Spotify), lançada há 25 anos, quando ele liderava o Cidade Negra. No trecho “Já que pra ser homem tem que ter / a grandeza de um menino, de um menino”, Toni cantou “de uma menina, de uma menina”. Segundo o artista, ele passou a considerar a letra “hétero machista top, horrível”, mas fãs reagiram nas redes, afirmando que Toni segue “uma militância errada” e ironizando que deveria trocar o título da canção para “margarida”, embora outros defendessem a inclusão do elemento feminino. Seus antigos colegas no Cidade Negra, coautores da música, ainda não se manifestaram. (Globo)

“Diddy”

Sean “Diddy” Combs recebeu a sentença de quatro anos e dois meses de prisão, na última sexta-feira, depois de ser considerado culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição. Ele já cumpriu 12 meses de prisão, que contam para sua pena. No julgamento, Combs foi absolvido de acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão. Além dos 50 meses de prisão, o cantor e produtor também deve pagar uma multa de US$ 500 mil e cumprir cinco anos de liberdade supervisionada. Os promotores federais haviam solicitado uma pena de 11 anos de reclusão, enquanto a defesa pedia apenas 14 meses. (Variety)

Supercomputador

O Brasil tem agora um novo supercomputador, seis vezes mais rápido no processamento de dados, que promete ampliar a precisão do prognóstico do clima. A máquina indica a hora e o minuto em que os eventos climáticos devem ocorrer. Essa tecnologia será usada para antecipar desastres e orientar decisões em setores como energia, agricultura e saúde. O equipamento foi adquirido em 2024, com um investimento de R$ 200 milhões, e está em fase de testes no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), em Cachoeira Paulista, município de São Paulo. (g1)

Supercomputador 2

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, disse acreditar que os data centers gigantes poderão ser construídos no espaço dentro de 10 a 20 anos. Em evento na Itália, ele pontuou que a demanda crescente por inteligência artificial e computação em nuvem tornará inevitável buscar alternativas à infraestrutura terrestre, limitada por custos e energia. No espaço, segundo Bezos, data centers teriam acesso ilimitado à energia solar, sem nuvens ou clima, e poderiam se tornar mais baratos do que os da Terra em algumas décadas. O bilionário reconhece os desafios de manutenção e lançamentos de foguetes, mas os vê como obstáculos superáveis, inserindo a ideia no movimento mais amplo da industrialização espacial. (Techzine)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Rueda pediu pagamentos de R$ 600 mil para jato que PF apura ser dele

Pagamentos foram da seguradora de Luciano Bivar para aeronave citada em investigação da PF

No fim de 2022, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, demandou três pagamentos de R$ 200 mil cada para custear voos em um jatinho Cessna Citation Excel. A aeronave, avaliada em R$ 23,9 milhões, é uma das quatro que a Polícia Federal (PF) investiga se seriam de Rueda, embora estejam registradas em nome de terceiros.

O jato Cessna Citation PR-LPGA aeronave em questão é o jato Cessna Citation modelo XL-560, de matrícula PR-LPG. A coluna teve acesso aos recibos e comprovantes de transferências eletrônicas (TED) dos pagamentos.

Trata-se da primeira ligação documental entre Rueda e o avião. Os três repasses foram feitos em agosto, setembro e outubro de 2022, durante as eleições gerais daquele ano.

Os valores foram pagos pela Excelsior Seguros, empresa do deputado Luciano Bivar (União-PE), à empresa Rico Taxi Aéreo, de Manaus, que operava o jato à época.

Naquele momento, Bivar havia confiado a Rueda o controle do partido e de seus negócios. Os dois romperam e hoje são inimigos declarados.

Procurado, Bivar confirmou a emissão das notas fiscais e disse que não comenta mais sobre Rueda, a quem chama de “mentiroso contumaz”. Rueda não se manifestou. Os pagamentos eram solicitados à sra. Silvânia, secretária de Bivar.

A coluna enviou as notas fiscais à Rico Táxi Aéreo, que afirmou não comentar. “As informações de nossos clientes, incluindo detalhes sobre voos realizados, são de natureza confidencial e sigilosa” (leia mais abaixo).

Segundo relatos de cinco pessoas à coluna, Rueda dizia que o avião era de sua propriedade em sociedade com o empresário Alessandro Bronze, de Manaus, e o utilizava para reuniões partidárias. Bronze, que era o dono formal do jato PR-LPG na época, nega ter sociedade com Rueda na aeronave.

Bronze se aproximou de Rueda em 2021. Foi encarregado de convencê-lo a apoiar a reeleição do governador do Amazonas, Wilson Lima. Após encontros frequentes em São Paulo, Rueda retirou o apoio do partido à candidatura de Amazonino Mendes e entregou a sigla no estado ao grupo de Wilson Lima.

Com influência nas áreas de portos, educação e saúde no governo de Lima, Bronze se tornou um dos aliados mais próximos de Rueda.

Como mostrou a coluna, o Cessna Citation PR-LPG é uma das quatro aeronaves investigadas pela PF no âmbito da Operação Tank, deflagrada em 28 de agosto, que apura a possível infiltração da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.

Os pagamentos foram feitos pela Excelsior Seguros, de Bivar, à Rico Táxi Aéreo, uma das principais empresas de aviação privada do Amazonas. Uma das notas fiscais menciona a matrícula PR-LPG da aeronave; as outras duas citam apenas o modelo (Cessna Citation XL).

De acordo com registros da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o jato pertencia, no fim de 2022, a Alessandro Bronze, por meio da empresa DCBR Participações LTDA, e também a Francisco Willame Santiago, empresário dono de uma rede de farmácias em Fortaleza (CE).

De julho de 2022 a março deste ano, o Cessna Citation PR-LPG foi operado pela Rico Táxi Aéreo. O aluguel básico pago pela operadora era de R$ 60 mil mensais.

Em março, Bronze e Santiago venderam a aeronave à empresa Magic Aviation, presidida pelo contador Bruno Ferreira Vicente de Queiroz. Como mostrou a coluna, Queiroz também é responsável por outra empresa que controla uma aeronave usada por Rueda.

Ainda em março, o Cessna Citation deixou a gestão da Rico e passou a ser operado pela Transportes Aéreos Piracicaba (TAP) – sem relação com a companhia aérea portuguesa.

A partir da TAP, o jato entrou na mira da PF. Em depoimento, o ex-piloto da empresa Mauro Caputti Mattosinho relatou que seu ex-chefe, Epaminondas Chenu, mencionava Rueda como chefe de um grupo que “tinha muito dinheiro e precisava gastar” na compra de aeronaves.

Procurada novamente, a Rico reiterou que não comentaria. “A proteção dos dados e da privacidade de quem utiliza nossos serviços é prioridade fundamental para nossa empresa. Por essa razão, não estamos autorizados a divulgar ou confirmar quaisquer informações sobre nossos serviços”, afirmou.

Alessandro Bronze disse que nunca foi sócio de Rueda em aeronaves. “Comprei em um processo judicial, no qual a aeronave estava bloqueada, e depois foi vendida. Nunca fui sócio dele”, declarou.

Metropoles

A fome também é professora

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O Brasil tem um presidente que passou fome – eleito pela terceira vez – e que teima em tentar tirar o país do mapa da fome. Poderíamos pensar em José Mujica, no Uruguai, também.

A história se mostrou verdadeira para Carolina de Jesus, em Quarto de despejo, quando ela nos avisava desse fato nos anos 1950:

“O que eu aviso aos pretendentes à política, é que o povo não tolera fome. É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la”.

“O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora”.

“Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças” (p. 29).

Mas a história do Brasil seria impiedosa na página seguinte, afinal, pouco mudou no dia 13 de maio:

“Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia em que comemoramos a libertação dos escravos”.

“A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro vou comprar arroz e linguiça” (p. 30).

O que dói na alma dos conscientes é a conclusão desse 13 de maio:

“A Vera voltou a pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetáculo”.

“Era 9 horas da noite quando comemos”.

E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!” (p. 32).

Não é todo dia que temos esperança, alegrias, recompensas de qualquer natureza. Muitas vezes somos apenas despejados do mundo das atenções.

“O mundo das aves deve ser melhor do que dos favelados, que deitam e não dormem porque deitam-se sem comer”.

“Eu estou começando a perder o interesse pela existência. Começo a revoltar. E a minha revolta é justa” (p. 35).

O que salvou Carolina de Jesus foi ela mesma:

Todos têm um ideal. O meu é gostar de ler” (p.26).

Todos os secretários de educação, ministros, deveriam ser obrigados a ler sobre o Brasil. Começando por este:

CAROLINA Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014.

Operação Papai Noel: ex-chefe de gabinete tinha que devolver R$ 25 mil todo mês em Rondônia

De acordo com a denúncia protocolada no Ministério Público, o dinheiro era entregue ao marido da parlamentar

Fontes do blog Entrelinhas dizem que uma operação deve acontecer a qualquer momento, e que nos corredores do poder todo mundo já sabe da rachadinha

A ex-chefe de gabinete de uma parlamentar denunciou ao Ministério Público de Rondônia um esquema de rachadinha. Na verdade, é uma rachadona. O contracheque mostra uma remuneração líquida de R$ 29.243,81, e na denúncia a ex-servidora disse que era obrigada a devolver R$ 25 mil ao marido da parlamentar, todo mês.

A ex-chefe de gabinete denunciou que precisava devolver R$ 25 mil todo mês

Há mais coisas na denúncia apresentada ao MPE. Consta, também, que o marido da parlamentar usa o gabinete como uma espécie de escritório. Ele é advogado e atende clientes no local. Parece que ela mistura o interesse público com o privado.

Há mais coisas. O marido da parlamentar daria coices igual a um cavalo xucro. A falta de educação com os servidores do gabinete seria uma das suas principais características.

A ex-chefe de gabinete teria dito no MPE que era ameaçada pelo marido da parlamentar se atrasasse o repasse do dinheiro da rachadona. E ela tinha que trazer em dinheiro. Nada de transferência bancária, para não deixar rastros.

 

A equipe do Entrelinhas não conseguiu cópia das provas que ela apresentou ao Ministério Público, porque o assunto se espalhou e no gabinete o povo está assustado. Nos corredores, tudo mundo sabe o que está acontecendo.

Alguns dizem que a parlamentar vai fugir para a Bolívia, mas outros garantem que ela é muita cara de pau e vai ficar apresentando desculpas esfarrapadas.

Abaixo, o contracheque.

Juiz dá cinco dias para Ratinho se retratar sobre acusações contra Chico Buarque

O cantor e compositor Chico Buarque abriu um processo contra o apresentador Ratinho após declarações feitas em seu programa de rádio, em setembro, nas quais sugeriu que artistas com posição política progressista, como Chico Buarque e Caetano Veloso, se beneficiariam de recursos da Lei Rouanet.

A coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo informa que o juiz Victor Agustin Cunha Jaccoud Diz Torres, da 41ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou que Ratinho, além do youtuber Thiago Asmar (do canal Pilhado) e da suplente de vereadora de Teresina Samantha Cavalca (PP), têm cinco dias para apresentar provas das acusações ou se retratar publicamente. Caso não o façam, poderão responder por crime de desobediência.

Declarações e repercussão

Em 15 de setembro, durante transmissão na Massa FM, rádio de sua propriedade, Ratinho afirmou:

“Rico de esquerda é fácil. Chico Buarque ser de esquerda é fácil. Bebe champanhe, come caviar. O Caetano Veloso ser de esquerda é fácil, come caviar, mora no Rio de Janeiro, pega dinheiro da Lei Rouanet, aí é fácil”.

A fala viralizou dias depois, quando Chico e Caetano participaram de um grande ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, contra a PEC da Blindagem e contra a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.

Ação judicial

Na ação, Chico pede indenização de R$ 50 mil de cada réu. Os advogados João Tancredo e Maria Isabel Tancredo sustentam que as declarações configuram “desinformação” e ferem a honra do cantor:

“Chico jamais recebeu qualquer dinheiro oriundo de verba pública, de qualquer natureza. (…) Não existe o direito de mentir – em especial para violar a honra e ferir a reputação de terceiros”, diz o texto protocolado na Justiça.

Até o fechamento da matéria, Ratinho e Thiago Asmar não haviam se manifestado. Já Samantha Cavalca declarou que não tinha conhecimento da ação:

“Estou à disposição para esclarecer tudo o que for necessário ao Poder Judiciário. O compositor de ‘Cálice’ tá querendo me calar? Típico da esquerda caviar que se diz a favor da democracia e adora censurar quem não pensa como eles.”

Protestos no Rio e em outras capitais

O ato em Copacabana reuniu Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que dividiram o palco com Ivan Lins, Paulinho da Viola, Frejat, Lenine, Geraldo Azevedo, Jorge Vercillo, Maria Gadú, Marina Sena e o conjunto Os Garotin. Entre as músicas interpretadas, Chico cantou “Cálice” ao lado de Gil, além de “Samba do Grande Amor” em trio com Djavan.

Enquanto isso, outras manifestações contra a PEC ocorreram em cidades como Salvador, Brasília e Belo Horizonte, com a participação de artistas como Wagner Moura, Daniela Mercury, Chico César e Fernanda Takai.

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Do Brasil 247

“Isenção do IR beneficia 187 milhões de brasileiros”, diz ministro Wellington Dias

Segundo o ministro do Desenvolvimento Social, medida é um “passo largo para menos desigualdade” e terá impacto direto no índice de Gini

A aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda foi celebrada pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias. Em declaração pública, o ministro destacou que a medida vai beneficiar diretamente cerca de 187 milhões de brasileiros, especialmente trabalhadores de baixa e média renda.

“Quem ganha até 5 mil reais, e é claro, beneficia diretamente cerca de 87% do povo brasileiro. Estou falando de professores, falando de empregados do setor privado, pequenos autônomos, pequenos negócios, alguns executivos, ou seja, tendo a isenção até 7 mil reais tem desconto e até 5 mil reais isento de Imposto de Renda, projeto que traz menos desigualdade”, afirmou o ministro.

Dias ressaltou que a iniciativa do governo, conduzida pelo presidente Lula e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, representa um marco no combate às desigualdades no país. “Essa iniciativa do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad é também colocar o Brasil ao lado do povo, para um Brasil que é uma grande potência, país com capacidade de crescimento extraordinária, mas um país com muita desigualdade. E aqui é passo largo para menos desigualdade, junto com o povo do Bolsa Família, do Cadastro Único, que estão saindo da pobreza para o trabalho, para os pequenos negócios”, disse.

O ministro reforçou ainda que o impacto da isenção será sentido de forma imediata nos indicadores sociais e econômicos do país. “É passo largo para menos desigualdade. Você vai ver já nas medições do índice Gini”, declarou.

 

Do Brasil 247

Música preta

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Não é contra brancos
– só não é de brancos
– é Música preta

É o rock não branco
– é blues
– é jazz

Cabem brancos e pretos
– mss, não é Música branca

É Música preta da África

É rock sem colonizador
– branco
– ou amortizado

É rock de preto
– emancipador
(Emancipa a dor)

Mas, cante branco ou preto
– só um se eterniza
(É o não colonizador)

Deixe essa dor
– desvalor

Veja o amor
Em cores
– são muitos amores

(Uma música preta não é contra brancos, só não é de brancos, porque é uma música preta)

(Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista. E pra isso acontecer, obrigatoriamente, precisa ter uma relação não-branca)

Vinício Carrilho Martinez

O Bom Senso do senso comum

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Sem nenhum trocadilho, diremos que é fato, realidade à vista, verdade eloquente, “prova provada”, que o senso comum carrega como seus o fatalismo, o dogmatismo e uma certa (bastante anunciada) irracionalidade.

Há uma expressão popular que serve como luva para exemplificar isso e nos diz assim – como recomendação magnânima, cheia de entusiasmo: “Vamos deixar como está, para ver como fica”. Desse modo, não há muita escapatória, pois “tudo será como antes, no quartel de Abrantes”.

Não há escapatória porque não há divergência, e quando é imóvel o Princípio do Contraditório (a liberdade de contradizer) não há possibilidades, rupturas. Tudo fica inerte frente à apatia e ao imobilismo.

Seria, portanto, o mais básico senso comum, o próprio “senso comum do senso comum”. O dogma (na forma da coação irresistível), neste caso, atende à convocação da total indiferença e aceitação acrítica e inerte de um estado de coisas, sempre se motivando pelo desprezo às alternativas.

Por outro lado, em um sentido reverso, contraditório, observamos o que as pessoas comuns chamam de “sabedoria popular”. É como se ocorresse um aprendizado em cascata, em virtude de não se duvidar (obviamente) da lógica que dirige a correspondência entre os fatos, as atitudes e as consequências (igualmente presumíveis e esperadas).

Nesta linha de observação do óbvio é por onde se modela a “sabedoria popular” ou, como dissemos no título, é o caminho por onde transita (e se comunica) o Bom Senso do senso comum. E há uma expressão popular poderosa, em clareza, para nos guiar neste trânsito, quando assegura que: “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.

Essa “sabedoria popular” (Bom Senso do senso comum) não está reivindicando para si o dogma presente em alguma suposta Lei de Eterno Retorno (tipo: “aqui se faz, aqui se paga”), mas sim, está clamando a fim de que nossa consciência também transite, para ser irrigada pelo Princípio da Isonomia; afinal, Chico é tão humano quanto Francisco.

Em decorrência dessa pressuposição bastante óbvia, indubitável (Chico e Francisco são humanos), ainda podemos justapor outro baluarte da lógica humanista: o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Não há razão sustentável, suportável do “ponto de vista humano” para que Chico e Francisco sejam tratados como seres tão distintos a ponto de apenas um conhecer a igualdade e a dignidade.

Se Chico e Francisco são desiguais por motivação econômica, social, política, então, também recomenda a lógica do senso comum, que se aplique a equidade. Que se desentorte a balança da Justiça, que Chico e Francisco tenham as mesmas condições. De outro modo só haverá injustiça.

Indo um pouco mais além, ainda podemos encontrar dois princípios num só cursor: logo no início do caput, o começo do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 assevera que “todos são iguais perante a lei…”. Pois bem, a sabedoria popular veria que temos aí um notável combo, “dois em um”, uma síntese em que estão perfeitamente alinhados os dois princípios essenciais à vida comum na seara pública. Vejamos que afirmar que “todos são iguais” implica na igualdade, na isonomia que ressaltamos (Chico e Francisco são iguais em humanidade); e, em complemento, conclui-se (“perante a lei”) com o Princípio da Legalidade.

Isso também nos conforta, porque o Bom Senso do senso comum é o que deveria nos guiar como pressuposto da lógica comum e da mais simples Ética de convivência. E o povo brasileiro é notável quando se trata de conviver e sobreviver mesmo aterrado nas piores dificuldades, obstáculos e contradições. No Brasil, em muitos momentos, sobreviver já era (é) símbolo e sintoma da mais forte resistência política e popular.

O senso comum do bom senso

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Vinício Carrilho Martinez

Inicialmente, digamos que o Bom Senso é o senso comum em um bom andamento, num rumo lógico, presumível e deduzível.

O senso comum também nos diz que é possível fazer do limão (um problema azedo), uma bela limonada. De fato, é verdade. Esse texto é uma demonstração desse acerto.

Mas, então, seria possível reunir na mesma frase o senso comum e o Bom Senso, sem separá-los? Seria possível essa junção, sem que haja uma distinção entre os termos, ou melhor, a fim de que se complementem e construam um “novo” sentido, com outro significado complementar e que dependa (esse significado “novo”), exatamente, dessa junção em uma nova formulação?

Vejamos o que já sabemos:

  • Por senso comum, comumente, entendemos algo superficial, “comum” às primeiras impressões, comum às ponderações imediatas, sem agregar reflexões ou valores substantivos. Algo semelhante aos ditados populares (não todos), aos dizeres costumeiros do dia-a-dia e sem profundidade.
  • Já o Bom Senso, é o que pensamos ou queremos, deveria ser um pensamento – ou conjunto de pensamentos – para além do imediatismo, que não fosse um moto-contínuo, um simples reflexo ou reprodução sistemática daquilo que fazemos e, sequer, pensamos ao fazer.

 

Assim, o senso comum seria algo parecido com respostas prontas, automatizadas, e o Bom Senso nos remete a um pensamento mais investigativo, alinhado com nossos próprios pensamentos mais introspectivos (reflexões) e ações. Portanto, seria uma forma posterior (superior) daquele pensamento inicial, meio autônomo, obediente às necessidades ou de acordo com a prontidão do dia-a-dia – o Bom Senso seria mais analítico, reflexivo, investigativo. Mais ou menos comum a quem prefere colher provas e não somente evidências.

Então, se se parecem com expressões que não podem ser associadas, se (aparentemente) são bastante repelentes – e antes disso, se são expressões que nos impelem a pensar que o Bom Senso seria uma superação, transformação do senso comum –, como associar ambas num só contexto, num outro sentido um tanto inusual, não tão comum assim?

Este outro sentido – e veremos que é apenas a partir dele que o Bom Senso pode ser analisado – nos diz, precisamente, que, antes de tudo, de qualquer pretensão analítica, crítica, propositiva, é preciso, necessário (como uma fase obrigatória do pensamento lógico-dedutivo) vermos, pensarmos e retermos o que é óbvio.

No nosso caso, esse óbvio – antes de qualquer criticidade pretendida – nos diz (com toda a força pretendida pelo Bom Senso) que devemos observar com a máxima atenção “o senso comum do Bom Senso”. E qual seria esse “senso comum do Bom Senso”?

É aquele imperativo lógico (racional) que nos orienta a não cometer tantos erros, a não “resolver” um malfeito com o Mal Maior, a prestarmos atenção redobrada aos detalhes efetivamente significativos.

Num português claro, o “senso comum do Bom Senso” nos recomenda pensar duas vezes antes de agir, a preferir se calar e a não se pronunciar ou opinar sobre fatos acerca dos quais não temos domínio das informações relevantes.

Em suma, o “senso comum do Bom Senso” nos recomenda a não propor ou fazer besteiras.

Porém, neste momento, curiosamente, já teríamos uma reviravolta, um salto qualitativo no andar das coisas, pois, já não se falaria mais em “senso comum do Bom Senso”, mas sim de um “Bom Senso do senso crítico”: o Bom Senso que é o senso comum (a atenção ao óbvio) aplicado de modo crítico.

A partir desse prisma da ultrapassagem ou transformação do senso comum, em uma reflexão que não se desvincula dos fatos, das obviedades e da lógica aplicada a tudo, estaríamos pensando, refletindo, que as diferenças (sempre salutares) não podem ser confundidas com as desigualdades – sendo essas as condicionantes da realidade brasileira que necessitam com urgência de profunda transformação, com a melhor resolução possível.

Isto demonstraria, traria, o resultado de um pensamento crítico já posto em ação e sempre observado, reavaliado, pelo Bom Senso. Por sua vez, todo esse percurso, movimento de transformação, e não deixa de ser bastante óbvio, pertence ao mundo do senso comum.

Num princípio técnico, teórico, corresponderia a dizermos que “quem pode o mais, pode o menos”. Ou é obrigado, pela lógica, a isso.

O exemplo concreto é o da pessoa adulta, emancipada, capaz de trabalhar e de produzir, e que, em sendo assim, apta a cuidar de si, “pode o mais”; dessa forma, portanto, é essa pessoa obrigada a “cuidar do menos” (entre aspas), isto é, a zelar e cuidar de idosos ou crianças que estejam sob os seus cuidados.

Num último exercício concreto, podemos ver o senso comum dizer assim: tudo deve ser presumível e deduzível, ou seja, se a pessoa diz que vai para o Norte, presume-se que se alinhe corretamente em direção ao Norte e, logo, deduz-se, coerentemente, que tomou a direção oposta de quem vai para o Sul. Enquanto o Bom Senso nos alerta para não tomarmos “o dito pelo não dito”; afinal, ali na frente, esta mesma pessoa pode dar meia-volta e, sem que você veja, rumar para o Sul. Por fim, o senso crítico irá cravar que as situações, as ocorrências, as próprias pessoas e seus comportamentos não são uma via reta, sempre há idas e vindas nesse “caminho tortuoso” que é a Vida Comum do Homem Médio. De tudo o que vemos ou supomos saber, pouco ou quase nada, é preto e branco.

A foto esquecida do trabalhador amarrado em uma carvoaria do Maranhão e o elo com a Toyota

Relatórios oficiais, notas fiscais e entrevistas revelam a conexão entre um trabalhador agredido em carvoaria do Maranhão e um grupo siderúrgico que já forneceu ferro-gusa a plantas industriais nos Estados Unidos da maior fabricante de carros do mundo: a Toyota

DO MARANHÃO — Era madrugada quando Davi* voltou ao alojamento da carvoaria onde trabalhava, em Mirador, no interior do Maranhão. Na folga, bebeu em um bar nas proximidades da Terra Indígena Cana Brava e voltou alterado. Derrubou cadeiras, fez barulho, acordou os demais trabalhadores, inclusive o encarregado.

O que se seguiu foi brutal.

“Ele [o gerente da carvoaria] arriou um murro na cara do rapaz, bateu a cabeça dele contra a pilastra e começou a espancá-lo com um cabo de vassoura”, descreve um trabalhador que afirma ter testemunhado a cena.

O agressor teria então amarrado as mãos de Davi por trás das costas e o imobilizado diante dos colegas. Depois disso, teria fotografado a vítima e passado a exibir as imagens como prova de autoridade. “Ele dizia que ali era do jeito dele ou não era”, conta a testemunha.

Os retratos e os depoimentos estão registrados no relatório da Operação nº 216, realizada por auditores fiscais do Ministério do Trabalho em julho de 2021, na área rural de Mirador. Ao fim da inspeção, 11 trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de escravo.

Depois daquele episódio, o gerente teria inclusive percorrido outras carvoarias, “mostrando as imagens e intimidando os trabalhadores com palavras ameaçadoras”, de acordo com declarações de outros funcionários citadas no relatório dos auditores fiscais.

O responsável pelo negócio, segundo o MTE, seria Sirlei Martins Amaral, o “Ferinha” — incluído diversas vezes na chamada Lista Suja do trabalho escravo, cadastro oficial do governo federal que torna públicos os dados de empregadores responsabilizados por auditores fiscais.

A cena de violência, o clima de medo e a rotina de exaustão nos fornos de carvão, narrados no relatório dos fiscais do governo federal, revelam mais do que violência pontual. Fazem parte de uma cadeia produtiva conectada ao mercado internacional e à maior fabricante de automóveis do mundo: a Toyota.

A montadora japonesa vendeu 10,8 milhões de carros em 2024, uma leve queda em relação ao ano anterior, mas suficiente para manter pelo quinto ano consecutivo o título de maior fabricante de automóveis do mundo, superando a alemã Volkswagen.

 

Entre as carvoarias de Ferinha e a multinacional japonesa está a Viena, siderúrgica com uma planta industrial em Sete Lagoas (MG) e outra em Açailândia, no oeste do Maranhão. A empresa é a maior compradora de carvão vegetal da região — inclusive o produzido no estabelecimento onde ocorreu o caso registrado em fotografia. A denúncia da agressão foi formalmente encaminhada à polícia e ao Ministério Público, mas não chegou a ser investigada.

Repórter Brasil percorreu essa parte da Amazônia para contar a história de Davi, o trabalhador fotografado espancado e amarrado, e ligar os pontos das conexões comerciais internacionais reveladas pela imagem esquecida em um relatório de 177 páginas.

Carvoaria na área rural de Grajaú, no Maranhão. Reportagem mostra a história de um trabalhador amarrado e espancado em uma carvoaria, que fornece carvão para a Siderúrgica Viena, em Açailândia. Casos de trabalho análogo à escravidão são recorrentes entre os fornecedores da Viena, que é investigada pelo Ministério Público do Trabalho. A Viena é uma das fornecedores de gusa para indústrias da Europa e Estados Unidos, incluindo uma fábrica da Toyota nos EUA. Foto de João Laet / Repórter Brasil
Carvoaria na área rural de Grajaú, no Maranhão. Trabalhadores são cotidianamente expostos a altas temperaturas e a contato com fuligem, em jornadas extenuantes (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Siderúrgica brasileira exportou ferro-gusa para a Toyota nos Estados Unidos

Ao pisar em uma carvoaria, no centro-sul do Maranhão, em poucos minutos, os olhos arderam com a fumaça. A fuligem cobria o chão e os rostos dos trabalhadores. Um deles, com o corpo enegrecido pelo carvão, definiu: “É trabalho duro. Mas é o que tem por aqui”.

O carvão produzido nos empreendimentos associados a Ferinha abasteciam a Viena Siderúrgica. Situada no polo industrial de Açailândia, a unidade é uma das 40 maiores do Brasil. A usina utiliza o carvão vegetal para transformar o minério de ferro em ferro-gusa, uma liga metálica com várias aplicações, inclusive na indústria automotiva. Segundo a própria Viena, 80% da produção da empresa têm como destino o mercado norte-americano.

Foto da siderurgica Viena, em Açailândia. Reportagem mostra a história de um trabalhador amarrado e espancado em uma carvoaria, que fornece carvão para a Siderúrgica Viena, em Açailândia. Casos de trabalho análogo à escravidão são recorrentes entre os fornecedores da Viena, que é investigada pelo Ministério Público do Trabalho. A Viena é uma das fornecedores de gusa para indústrias da Europa e Estados Unidos, incluindo uma fábrica da Toyota nos EUA. Foto de João Laet / Repórter Brasil
Vista aérea da siderúrgica Viena, em Açailândia, Maranhão (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Repórter Brasil consultou informações oficiais alfandegárias e portuárias. Os dados mostram que a Toyota dos Estados Unidos aparece entre os clientes da Viena.

Ao menos quatro embarques, totalizando 8 mil toneladas de ferro-gusa produzidos pela siderúrgica, foram consignados à montadora, de fevereiro a setembro de 2022. As vendas ocorreram no ano seguinte ao episódio fotografado na carvoaria.

A Repórter Brasil questionou a Viena sobre a origem das cargas exportadas para a Toyota dos Estados Unidos: Sete Lagoas ou Açailândia. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa disse que não poderia revelar a informação porque “os acordos comerciais da siderúrgica com clientes ou ex-clientes são confidenciais”.

Mapa do Ferro-gusa na Amazônia
(Arte: Rodrigo Bento/Repórter Brasil)

O que dizem os envolvidos no caso

Em nota, a assessoria da montadora japonesa no Brasil diz que “suas operações são independentes de outras unidades da Toyota ao redor do mundo e, portanto, não possui ingerência sobre o quadro de fornecedores da Toyota Motor North America (TMNA)”. Procurada diversas vezes, a Toyota dos Estados Unidos chegou a pedir uma extensão de prazo para se manifestar, mas não respondeu às perguntas enviadas pela Repórter Brasil.

Já a Viena Siderúrgica afirma que “repudia qualquer prática de exploração de trabalhadores e não compactua com fornecedores que descumpram a legislação”. A empresa destaca que a relação comercial com unidades ligadas a Sirlei Martins Amaral ocorreu “apenas com plantas licenciadas pelos órgãos competentes” e que, tão logo tomou conhecimento das fiscalizações, descredenciou os fornecedores.

Também em nota, a defesa de Sirlei Martins Amaral, o Ferinha, sustenta que o cliente “nunca compactuou com tais práticas” e que “não há qualquer condenação criminal contra o Sr. Amaral”. O texto informa ainda que a carvoaria autuada pelos auditores fiscais, onde o trabalhador foi espancado e amarrado, teria sido desativada. Outros trechos da nota dos advogados serão citados ao longo da reportagem.

Os posicionamentos da Toyota, da Viena e dos advogados de Ferinha podem ser lidos na íntegra neste link.

Sediada em Açailândia, a siderúrgica Viena afirma ter descredenciada o fornecedor de carvão autuado por fiscais do Ministério do Trabalho (Foto: João Laet/Repórter Brasil)
Sediada em Açailândia, a siderúrgica Viena afirma ter descredenciado o fornecedor de carvão autuado por fiscais do Ministério do Trabalho (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

MPT discute Termo de Ajustamento de Conduta com siderúrgica

A estrutura montada por Ferinha para operar suas carvoarias no Maranhão era deliberadamente complexa, de acordo com um relatório do MPT (Ministério Público do Trabalho).

Várias empresas funcionariam em sincronia. Elas seriam diferentes apenas no papel: cada uma com CNPJ e endereço próprios. Na prática, porém, contariam com os mesmos trabalhadores, os mesmos encarregados, a mesma madeira e os mesmos fornos.

“Constatei, por meio dos relatos de trabalhadores e encarregados, que toda a produção do Ferinha era destinada à siderúrgica Viena”, afirma o procurador do MPT, Luciano Aragão Santos.

Santos conduziu uma investigação sobre trabalho análogo ao de escravo em carvoarias no Maranhão que resultou na abertura de um inquérito contra a Viena. Além dos depoimentos, o caso reúne notas fiscais e recibos que comprovam a relação comercial entre as carvoarias e a empresa.

Minério transportado por ferrovia da Vale é misturado com carvão vegetal para dar origem ao ferro-gusa, liga metálica com diversas aplicações (Foto: João Laet/Repórter Brasil)
Minério transportado por ferrovia da Vale é misturado com carvão vegetal para dar origem ao ferro-gusa, liga metálica com diversas aplicações (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Segundo o procurador, a Viena exercia controle sobre a qualidade do carvão produzido e também fixava os preços de compra. Santos participou de diversas forças-tarefa em propriedades ligadas a Ferinha, onde teria constatado trabalhadores submetidos a jornadas exaustivas e condições degradantes — o que, segundo o artigo 149 do Código Penal brasileiro, pode caracterizar uma situação de trabalho análogo à escravidão.

O Ministério Público do Trabalho propôs à siderúrgica um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), em fase final de negociação. Entre as medidas sugeridas no acordo, está a adoção de diligência em direitos humanos — processo pelo qual a empresa deve identificar, prevenir e corrigir riscos de violações, como o trabalho escravo, em sua cadeia produtiva. O TAC também prevê a reparação econômica das vítimas já identificadas, além da implementação de mecanismos eficazes de rastreamento da produção de carvão.

Apesar de não submeterem seus próprios empregados diretos a violações trabalhistas, as siderúrgicas “lucram e tiram proveito da superexploração do trabalho humano em carvoarias que produzem os insumos necessários à sua atividade”, escreveu Santos no relatório de investigação – parte do projeto Reação em Cadeia do MPT.

Ferinha é um nome conhecido entre auditores fiscais e procuradores do trabalho. Em pelo menos sete operações desde 2015, ele aparece vinculado a carvoarias denunciadas por trabalho escravo, ausência de equipamentos de proteção individual, alojamentos insalubres e jornadas exaustivas.

Diante da reincidência, ficou preso menos de um mês, a pedido do Ministério Público Federal, em novembro de 2022. Sua defesa conseguiu converter a prisão preventiva em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Quatro meses depois, o juiz federal de Balsas (MA) Cláudio Cezar Cavalcantes revogou as medidas e determinou a retirada do equipamento. O processo foi arquivado em agosto de 2023.

Ao todo, quatro empresas das quais Ferinha foi sócio acumulam 19 autuações por infrações ambientais, aplicadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). Somam R$ 37,7 milhões em multas, relacionadas a desmatamento ilegal e uso de madeira nativa sem licença.

Em nota, a defesa de Ferinha afirma que a prisão preventiva de 2022 foi revogada e que o processo acabou arquivado “justamente por inexistirem provas que sustentam a acusação”. Também argumenta que as multas ambientais aplicadas pelo Ibama estão em fase recursal e não configuram condenações definitivas.

Ferinha continua com dois CNPJs de carvoarias ativos: uma em Araguatins (TO) e outra em Grajaú (MA), segundo a Receita Federal. Outras seis carvoarias constam da base de dados da Receita, mas são consideradas inaptas.

Paisagem da cidade de Açailândia, próximo a comunidade Pequiá de Baixo. Reportagem mostra a história de um trabalhador amarrado e espancado em uma carvoaria, que fornece carvão para a Siderúrgica Viena, em Açailândia. Casos de trabalho análogo à escravidão são recorrentes entre os fornecedores da Viena, que é investigada pelo Ministério Público do Trabalho. A Viena é uma das fornecedores de gusa para indústrias da Europa e Estados Unidos, incluindo uma fábrica da Toyota nos EUA. Foto de João Laet / Repórter Brasil
Quatro empresas das quais Ferinha foi sócio acumulam 19 autuações e R$ 37,7 milhões em multas por infrações ambientais, aplicadas pelo Ibama (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Ferinha e suas empresas já foram incluídos na chamada Lista Suja do trabalho escravo em pelo menos cinco oportunidades — a última foi em abril deste ano. Os dados dos empregadores são incluídos após defesa em duas instâncias administrativas. Apesar de não gerar bloqueios comerciais ou financeiros de forma automática, o cadastro do governo federal tem sido usado por bancos e empresas para fins de gerenciamento de risco.

Os advogados afirmam que a inclusão de Ferinha na Lista Suja está sendo contestada na Justiça, “pois viola direitos fundamentais, notadamente o devido processo legal, a ampla defesa e a presunção de inocência”.

‘A siderúrgica dita as regras’

No papel, a Siderúrgica Viena é somente uma compradora do carvão vegetal. Mas os relatórios de fiscalização e a investigação do Ministério Público do Trabalho apontam para outra direção: a siderúrgica agiria como se fosse a dona de fato das carvoarias.

Segundo o MPT, técnicos da usina visitam os fornos, determinam o padrão de qualidade do carvão, aplicam multas em caso de “munha” (pó) excessiva e cobram metas de produtividade. Quando algo foge ao padrão, enviam notificações diretamente a Ferinha. “Eles mandam em tudo. Até no jeito de empilhar a tora”, relatou um encarregado ouvido pela fiscalização.

Segundo relatório do MPT, Viena exercia controle sobre a qualidade do carvão produzido e também fixava os preços de compra (Foto: João Laet/Repórter Brasil)
Segundo relatório do MPT, Viena exercia controle sobre a qualidade do carvão produzido e também fixava os preços de compra (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Notas fiscais obtidas pela fiscalização e incluídas no relatório do MPT comprovam a ligação direta entre os fornos de Ferinha e a linha de produção da Viena. “Em todas as carvoarias em que eu fiz resgate (de trabalhadores em condições análogas às de escravo), a Viena está na ponta da cadeia”, afirma o auditor fiscal do Trabalho Ivano Sampaio.

O ferro-gusa produzido pela Viena tem como insumo o minério de ferro extraído das minas da Vale em Carajás, no sudeste do Pará. A Viena, assim como todas as plantas industriais do pólo siderúrgico da região, também depende da estrada de ferro e do porto de São Luís (MA), ambos operados pela mineradora.

Em 2007, a companhia chegou a suspender temporariamente o fornecimento de minério a quatro usinas por descumprimento de normas ambientais e trabalhistas, mas a Viena não foi afetada.

Procurada, a assessoria de imprensa da Vale respondeu em nota que “as relações comerciais estabelecidas entre as partes são regidas por cláusulas contratuais que contemplam claros compromissos no que se refere aos direitos humanos”. O texto afirma ainda que “o descumprimento comprovado de tais obrigações resultará na rescisão motivada dos contratos”. Leia aqui a íntegra da nota da Vale.

Reportagem mostra a história de um trabalhador amarrado e espancado em uma carvoaria, que fornece carvão para a Siderúrgica Viena, em Açailândia. Casos de trabalho análogo à escravidão são recorrentes entre os fornecedores da Viena, que é investigada pelo Ministério Público do Trabalho. A Viena é uma das fornecedores de gusa para indústrias da Europa e Estados Unidos, incluindo uma fábrica da Toyota nos EUA. Foto de João Laet / Repórter Brasil
Ferro-gusa produzido pela Viena no Maranhão tem como insumo o minério extraído das minas da Vale em Carajás, no Pará (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

‘À noite tem perigo de cobra pegar’

A Repórter Brasil esteve em duas carvoarias no centro-sul do Maranhão, região onde ficava a unidade de Ferinha em que foi tirada a foto de Davi. A estrada de terra estreita e esburacada dá acesso a áreas isoladas no meio da mata, onde baterias de fornos circulares queimam sem parar.

O cheiro de carvão impregna o ar. A fuligem cobre o chão e todas as estruturas. Os trabalhadores que operam os fornos têm os rostos cobertos de poeira preta. Usam botas, capacetes mal ajambrados nas cabeças, calças rasgadas e camisas molhadas de suor. Dormem em alojamentos improvisados, a poucos metros das chamas e perto da fumaça e da fuligem.

A produção segue o mesmo ciclo: toras de madeira nativa, cortadas em áreas abertas para pastagem ou plantio de soja, são transportadas em carroças (chamadas de cambonas) até os fornos. Empilhadas à mão, são queimadas e depois resfriadas, peneiradas e ensacadas. Cada trabalhador é responsável por diversas etapas.

“O maior risco é a fumaça nos olhos da gente. À noite também tem perigo de cobra pegar. Eu vou sempre com uma lanternazinha, mas é um perigo”, conta José Vagner Coelho Souza, de 53 anos, um dos milhares de trabalhadores já resgatados por auditores fiscais do governo federal de condições análogas às de escravo no Maranhão.

Souza é morador de um distrito na zona rural de Grajaú. Foi encontrado pela fiscalização trabalhando em jornada exaustiva, sem descanso. Começava o turno antes das cinco da manhã e seguia até depois da meia-noite, cuidando dos fornos. “A gente trabalha na esperança de juntar um dinheirinho, mas é só engano”, afirma.

A fala de Souza ecoa nas estatísticas. O Maranhão é o terceiro estado com maior número de operações de resgate de trabalhadores de condições análogas às de escravo no Brasil — foram 251 fiscalizações desde 1995, somando 3.799 pessoas resgatadas.

“O maior risco é a fumaça nos olhos da gente. À noite também tem perigo de cobra pegar. Eu vou sempre com uma lanternazinha, mas é um perigo”, diz um trabalhador de uma carvoaria no Maranhão (Foto: João Laet/Repórter Brasil)
“O maior risco é a fumaça nos olhos da gente”, diz um trabalhador de uma carvoaria no Maranhão (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Boa parte dos casos está ligado à cadeia do carvão vegetal. Os fornos seguem sendo reerguidos, ainda que as empresas mudem de nome. Os trabalhadores, muitas vezes os mesmos, voltam poucos meses depois do resgate.

“O que a gente consegue perceber é que, geralmente, as pessoas que são colocadas nessa posição, ou que são submetidas a essas condições, são pessoas que vêm de uma vulnerabilidade social muito grande”, afirma​ a advogada Morgana Meirelles, do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Carmem Bascarán, em Açailândia.

“É um ciclo perverso. São resgatados e, meses depois, o mesmo trabalhador retorna. Sem educação, sem assistência, sem inserção produtiva. É a omissão do Estado que empurra de volta para a mesma exploração”, complementa.

A reincidência também aflige o agente da CPT (Comissão Pastoral da Terra) Raniere da Conceição. “As comunidades não têm garantia de permanência no campo. Sem política fundiária, migram ou acabam aceitando essas condições degradantes. Isso não é escolha. É ausência de opção”​, avalia.

A informalidade é comum. A cada denúncia, parte dos trabalhadores some no mato. Em uma das operações, um trabalhador relatou ter sido orientado pelo chefe a se esconder ao ver o carro da fiscalização: “Mandou a gente correr e voltar só depois que eles fossem embora.”

“A cadeia é global. O impacto é local. E quem consome esse produto também precisa entender que está comprando algo produzido com sofrimento e violação de direitos”, afirma o coordenador da ONG Justiça nos Trilhos, Mikael Carvalho, que vive em Açailândia.

Ferrovia de Carajás, que transporta o ferro gusa até o porto do Maranhão. Reportagem mostra a história de um trabalhador amarrado e espancado em uma carvoaria, que fornece carvão para a Siderúrgica Viena, em Açailândia. Casos de trabalho análogo à escravidão são recorrentes entre os fornecedores da Viena, que é investigada pelo Ministério Público do Trabalho. A Viena é uma das fornecedores de gusa para indústrias da Europa e Estados Unidos, incluindo uma fábrica da Toyota nos EUA. Foto de João Laet / Repórter Brasil
Estrada de Ferro Carajás, da Vale, transporta o ferro-gusa até o porto de São Luís, no Maranhão, de onde é exportado para diversos países (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

“Olha isso… A situação que fizeram com meu filho”

Repórter Brasil localizou os pais de Davi, o trabalhador espancado e fotografado, em um sítio na zona rural de Grajaú. Vivem em uma casa simples de madeira, cercada por roça e árvores, às margens do rio Grajaú. O pai carrega no rosto os traços de quem também foi carbonizador. Trabalhou por dezoito meses em fornos, como aqueles operados pelo filho. Conhece o calor da queima do carvão.

“Ele nunca falou muito. Mas eu sou ciente do que aconteceu. Ele tem medo de contar”, diz. O filho, segundo ele, ainda trabalha em carvoarias da região. Recusou-se a conceder entrevista. Disse para os pais que prefere esquecer.

A mãe soube da agressão, mas nunca tinha visto a imagem. Quando a reportagem mostrou a foto de Davi amarrado pelas costas, ela silenciou por segundos antes de falar: “Olha isso… A situação que fizeram com meu filho”, disse com a voz embargada pelo choro.

MPT propôs um Termo Ajustamento de Conduta à Viena. Medidas preveem que a empresa deve identificar, prevenir e corrigir riscos de violações em fornecedores (Foto: João Laet/Repórter Brasil)
MPT propôs um Termo Ajustamento de Conduta à Viena. Medidas preveem que a empresa identifique, previna e corrija riscos de violações em fornecedores (Foto: João Laet/Repórter Brasil)

Os pais tentaram convencer o filho a deixar o trabalho nas carvoarias. Ofereceram moradia, apoio, uma nova tentativa. Mas ele preferiu ficar. O medo, dizem, é maior que a vontade. “Ele está calado. Mas, se quiser correr atrás, eu apoio. É meu filho”, diz o pai.

A agressão a Davi nunca foi formalmente denunciada à Justiça e ficou registrada apenas no relatório da fiscalização trabalhista. A empresa não comunicou o fato. O encarregado foi afastado, mas a carvoaria seguiu produzindo.

A Viena continuou vendendo ferro-gusa para a maior fabricante de automóveis do mundo, a Toyota.

Quatro anos depois da agressão fotografada, Davi voltou a ser resgatado em uma operação do Ministério do Trabalho — desta vez entre 49 trabalhadores em condições análogas à de escravidão em outra carvoaria, no município de Benedito Leite, sul do Maranhão.

*o nome verdadeiro do trabalhador foi ocultado para preservar sua identidade

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O que é Educação para além da exceção[1]

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Vinício Carrilho Martinez

O que podemos entender por Educação para além da exceção?

Como nos disse Paulo Freire acerca da autonomia e da emancipação, trata-se de um “que fazer”, uma intencionalidade a partir de uma realidade: “… é esclarecer e iluminar a ação, de um lado, quanto à sua relação com os dados objetivos que a provocam; de outro, no que diz respeito às finalidades da própria ação”[2].

Entendemos que se trata de um conjunto de ações, medidas, técnicas, conhecimentos, estratégias, interações, mudanças individuais e sociais, que:

  • Desnaturalizem o “apreço” individual, social, político, cultural, institucional pelos meios, mecanismos, lógicas e estruturas baseadas na exceção (e exclusão) e que possam aprimorar as excepcionalidades inclusivas necessárias (discrímen).
  • Revigorem, orientem ou até mesmo controlem “anormalidades, exceções desumanizadoras” na arena política[3], social, cultural, institucional. Sem contar que se espelha um paradoxo entre realidade e falsificação dos fatos, com os aportes crescentes em Fake News e que isto nos impõem, cada vez mais, investir em conteúdo, capacidade de reflexão crítica, como suportes de uma Educação científica, filosófica, sociológica.
  • Que nos ensine as principais diferenças entre liberdade (responsabilidade), autonomia (com auditoria, para não desembocar na autocracia) e a própria emancipação (um ato de reconhecimento coletivo, com independência e afirmação)[4].
  • Aprimorem o conhecimento técnico e político, teórico e conceitual, no tocante à verificação de diferenciações que são essenciais, não-superficiais, como verificamos na distância prática e operacional entre a exceção e a excepcionalidade.
    • É perfeitamente possível e necessário algum aprofundamento quanto à Institucionalidade que proteja o Estado Democrático de Direito e exclua o Estado de Exceção. Em relação às assim denominadas técnicas de Estado, será que invariavelmente a mesma Institucionalidade se aplica a ambos os tipos de Estado?
    • O exemplo mais simples se refere ao próprio looping da exceção, pois mesmo que se considere (incorretamente) o prolongamento de uma medida de exceção (intervenção federal, GLO e outras) essa prorrogação obedecerá aos critérios normativos democráticos ditados na Constituição Federal de 1988, ao passo que – a exemplo de El Salvador –, no Estado de Exceção (descompromissado constitucionalmente) a negação da normalidade decorre puramente de outra exceção e não da regra democrática balizadora de sua necessidade e oportunidade.
  • Consigam dissuadir, em graus de diferenciação substancial, legalidade e legitimidade.
  • Jamais consintam com “a ‘normalização’ de tramas para qualquer arquitetura de golpe”.
  • Sejam capazes de apreender, muito mais na prática do que no âmbito escolar, que os princípios gerais são muito mais óbvios do que decantam as inúmeras declarações, visto que estão na vida social – e ainda que não se comuniquem de maneira muito republicana.
  • Constituam uma vontade política (“fazer-se política”) tanto quanto fortaleçam a vontade constitucional[5].
  • Não permitam uma apropriação das “quatro linhas da Constituição” a fim de se promover a violência social, a tortura, os negacionismos, as irracionalidades sociais e culturais, que tentem militarizar a sociedade e destruir o Estado Laico.

 

É claro o fato de que, o que está além do normal é excepcional, o que está além ou aquém da regra é exceção. Toda excepcionalidade é uma exceção, mas a excepcionalidade não é uma “exceção à regra”.

Também entendemos que se trata de uma educação antirracista, antifascista. Ou, sumariamente, retomando um breve receituário, entendemos que é nossa obrigação enquanto educadores e educadoras:

  • Não naturalizar, normalizar, a imposição de qualquer Princípio de hierarquização – ainda que, em alguns casos, seja esse princípio uma excepcionalidade, por ocorrência de alguma relação de necessidade.
  • Analisar, compreender, difundir a essência da Constituição Federal de 1988 (cláusulas pétreas), na formação de uma Educação Constitucional lastreada na compreensão do Estado Democrático de Direito e na defesa dos direitos fundamentais[6].
  • Propor a civilidade, enfatizar a educação antifascista, antirracista, como fomento da educação que favoreça a inclusão, a autonomia, a participação política.

 

Trata-se, assim, de uma Educação para além da exceção e da não aceitação de normalidade dessa exceção. Pelo contrário, entende-a como anormalidade, que não pode se concretizar como simples fato de aceitação ou adesão – nem nas ações políticas, nem nas subjetividades. Uma Educação que rompe, extrapola, os limites do capital; que, na atualidade, não se condiciona à condição disruptiva da própria Política.  Uma Educação que reflita, afinal, criticamente sobre a “normalização da exceção”. O desenho é de uma Educação Política após Auschwitz – não esquecendo, certamente, do “holocausto palestino” produzido pelo Estado Sionista de Israel. É, então, uma Educação após Auschwitz, e também depois de Gaza; portanto, pode ser vista como uma Educação em direitos humanos.

É com esse intuito que frisamos a necessidade a Educação para além do capital, em concomitância à Educação em direitos humanos. Do mesmo modo enfatizamos a urgência de uma Sociologia Política da Educação que combata a “normalização da exceção” – de certa forma sem precedentes –, e, assim, veja-se mais claramente vislumbres de uma Educação para além da exceção. Daí a importância de vermos um pouco do Estado Moderno atual, e de Brasil, com o intuito mais específico de ressaltarmos características que dificultam nossa própria compreensão do que seja a “normalização da exceção” e, obviamente, nos distanciam (em certo efeito da dissonância com os fatos) do objetivo central que é a Educação para além da exceção. Isto se reforça mediante a possibilidade efetiva de uma “normalização da exceção”: a própria permanência do Estado de Exceção no século XXI. O que nos traz de volta o “o que fazer”.

Desse modo, uma das questões mais prementes, assustadoramente atualizadas enquanto forma de naturalização da exceção, refere-se à aceitação, integração e convivência com a violência. Numa metáfora é como se vivêssemos em meio às cavernas, numa “luta de todos contra todos” e contra si mesmos, impondo-nos com naturalidade os campos de morte. No exemplo do Congresso Nacional, que considera “normal” crianças conviverem em estandes de tiros, vemos essa clareza política – um natural tirocínio congressual brasileiro, no ápice negativo da inteligência social[7].

Nossos exemplos, no entanto, vêm de fora. Com essas observações, percebemos com clareza meridiana que já subimos vários degraus na escala da Banalização do Mal (Fascismo recalcitrante): da naturalização das exceções (toda regra é feita para ser violada, por narrativas e ações políticas) à totalidade da naturalização da excrescência letal[8].

Temos que considerar o culto à violência – bem posicionado no coração do Fascismo – quando investigamos e tratamos do ensino militar (ou militarizado) no interior da escola pública. O conjunto nos interpela no sentido da ordem unida para servir e combater, mas combater quem, o povo brasileiro?

Além disso, como característica brasileira, de certo modo, há uma corrida dos ratos que se aninha no miolo do Estado Rentista – a versão pós-moderna do Estado Burguês, e que o configura de maneira muito diversa daquela desenhada nos séculos precedentes. No país dos juros altos (renda fixa), quando estes caem, a manada volta para a bolsa (renda variável) e compra os mesmos papéis que vendeu (barato), com ágio de 40, 50, 100%. A especulação não começa na B3, ela termina na bolsa de valores. Aliás, a Bolsa de valores tem seus próprios papéis, à venda no mercado (ticket B3SA3).

Esses componentes são oportunos manter em vista, especialmente, quando avançamos um pouco nas referências críticas à educação financeira na escola pública. Como explicar que o Estado Rentista é o maior beneficiário da especulação financeira? E que, avesso aos direitos sociais – como seria favorável, se fosse um Estado Social –, é o rentismo quem paga as maiores políticas públicas?

É sob essas premissas que insistimos em uma reorientação de conteúdo para algumas abordagens na escola pública, no sentido expresso de que devemos educar (e aprender) a estranhar as formas de exceção, e mais decisivamente a fim de que as exceções não sejam tratadas com naturalidade, como se, de fato, o correto, o regular, o “normal”, fosse crer que a “exceção é a regra”.

Por óbvio que não é, uma vez que é a exceção à lógica, ao pressuposto, ou seja, à regularidade e, assim, a exceção deve ser abordada como a última possibilidade e sempre de acordo com a legitimidade avocada a fim de se agir de “forma não-regular”[9].

A exceção não é, propriamente, irregular porque é, em geral, prevista na própria regra; porém, daí não se conclui que a exceção possa/deva adquirir o lugar, o espaço de proeminência da mesma regra que a guia. Efetivamente, a exceção é uma deformidade da regra e que orbita algum sentido da regra, e assim deve ser entendida, aplicada, como último recurso legítimo de ação prática.

De forma alguma a exceção pode ser “normalizada”, como se o “novo normal” recaísse na aceitação, adesão à “normalização da exceção”. A regra contém e acomoda, molda a exceção, e essa é a regra construída pela dominação racional legal[10]; contudo, subvertemos até mesmo esse paradigma da sociedade moderna construindo uma racionalidade (uma compreensão dos pressupostos e dos fatos) em que “a exceção predomina e submete a regra”. Por isso, há o predomínio (como dominus) das exceções no campo da normalidade, da regularidade. A previsibilidade passou a ser ditada pelas exceções.

Por mais paradoxal que seja, é desse modo que podemos entender porque vigoram os discursos sociais/políticos afirmativos de que “o direito de liberdade supõe, inclusive (ou especialmente), a possibilidade de se defender o fim da liberdade” – ou, em seu complemento, o uso/abusivo da democracia preconizando-se a limitação ou o fim da mesma democracia que assegurou o direito de tecer críticas à democracia.

Neste mesmo sentido corrosivo dos significados, os instrumentos hegemônicos de poder, a grande mídia e as Fake News constroem ou asseguram uma compreensão corrosiva, disruptiva, em que as emergências sociais/ambientais – via de regra passíveis de serem enfrentadas por meio do Estado de Emergência Ambiental (um conjunto que, evidentemente, acomoda-se nos preceitos legítimos do Estado Ambiental) – sejam tratados corriqueiramente como se o aludido Estado de Emergência pudesse ser instrumentalizado para fins de restrição incontida de direitos políticos[11].

Isto é, em face do uso disruptivo da lógica de legitimação, o remédio jurídico com fins a sustentar os níveis mínimos de sociabilidade e condições de vida acaba por ser manipulado sob a forma de instrumento autoritário, autocrático, antagônico à própria inteligência social que deveria guarnecer. Não haveria exagero, portanto, na afirmação de que, com a normalização da exceção, a concepção, a racionalidade, envolta na dominação racional-legal se subverteu (ou chegou ao ápice preditivo?) no instrumento de controle social disjuntivo de sociabilidade: da dominação racional-legal à prevalência do dominus (o poder que se exercia sobre o Homo sacer ora se exerce sobre o Homem Médio em sua Vida Comum: ambos alienados, cada um a seu tempo, das “condições normais do animal político”).

É certo que este conteúdo é relativamente disperso e de não-muito fácil apreensão; no entanto, como possibilidade real de se averiguar e avaliar o quão é prejudicial a adesão simplificada às “regras da exceção” é necessário que seja explorado na educação pública.

Foi com este intuito, resumidamente, que abordamos a necessidade de se romper a lógica opressiva do sistema rentista – ainda que o Estado brasileiro seja o principal beneficiário, com extensão das políticas públicas assim financiadas –, indicando-nos a necessidade de sermos atentos e atuantes na preservação e aprofundamento dos direitos humanos fundamentais.

Esta lógica, que em nada é simples – apesar de seus efeitos serem corriqueiros – está no miolo do desafio de se (e)levar a discussão proposta de uma Educação para além da exceção, e que contribuímos de forma mais direta sob a forma de uma Educação antissionista e atenta, sobremaneira, ao antissemitismo: visto que ambas andam ladeadas no século XXI. Esses parâmetros seguem nossa definição de uma Educação após Auschwitz, e depois de Gaza. Por fim, toda a discussão foi laureada com uma perspectiva em especial da exceção, a do Estado de Exceção, que por tendência tende a ser normalizado como instrumento abusivo/disruptivo da Política, sob a alegação de um suposto controle social. Essas são as formas de exceções que entendemos mais visíveis e mais atuantes no plano social, político, cultural, e menos especulativas ou filosóficas.

De certo modo, nosso esforço aqui resumido nem mesmo se adequaria a uma construção conceitual, mormente se observarmos como procedeu Agamben[12]. Indicamos algumas bases diretivas do “que fazer”, em termos de edificação ou aprimoramento de uma Educação depois de Gaza, momento em que também retomamos alguns lastros conceituais sobre a clássica Educação Política. Por fim, retornamos ao princípio ativo do “fazer-se política” – portanto, não apenas como “remédio político-jurídico” – e com o objetivo destacado de combater a “naturalização da exceção” e aprimorar a perspectiva da Consciência que é a consciência acerca da consciência política – e isto, em Paulo Freire[13], por óbvio, corresponde à autoconsciência, autocrítica, autogoverno, autogestão.

Quando lembramos que o 8 de janeiro de 2023 foi um marco simbólico na luta pela democracia, reforçamos a certeza na necessidade de uma Educação Política vinculada à luta pelos direitos de cidadania e de combate a todas as formas de exceção, racistas e de cunho fascista.

De modo muito claro, a Educação para além da exceção envolveria a obrigação moral/social de aprofundarmos os conteúdos sobre a democracia, a cidadania, os direitos humanos fundamentais, precipuamente, para que golpes, quarteladas, motins e insurgências civis e militares contra o Estado Democrático de Direito não fossem aceitas com anuência e passividade. Por mais que haja limites cruéis na realidade brasileira racista, misógina, excludente, não é com a abolição da natureza jurídica (dignidade humana) do Estado Democrático de Direito que traremos pacificação social, Justiça Social, legitimidade do controle social.

Em linha paralela, desde antes de 2016, aprendemos no Brasil que aquilo que se denominava como campo fértil para o florescimento da Inteligência Coletiva – mais ainda se pensarmos na educação dos jovens – sucumbiu diante das redes antissociais abertas ao autoritarismo e à autocracia. Portanto, nada mais distante da Inteligência Coletiva do que as atuais redes antissociais – a própria ideia de rede, como embrionária de uma cidadania e democracia virtual não passa de um sonho esquecido[14] pelos algoritmos de manipulação da vontade popular.

Quando pensamos que, em 2018, o Fascismo foi guindado ao poder por meio do voto, temos outra certeza: o quanto precisamos avançar em todas as frentes de Educação para além da exceção – visto que, culturalmente, a exceptio nas formas mais brutais de exclusão tornou-se regra pela via eleitoral. O uso extensivo das redes antissociais e das Fake News não conheceu trégua e isso nos reforça a consciência de que a educação digital precisa incorporar os conteúdos da exceção (as sutilezas que confirmam a exceção como regra). As discussões em torno do assim chamado Estado-plataforma, como atualização pós-moderna do Estado Burguês, é outra clareza conceitual que não pode ser desprezada neste quarto de século XXI.

Desse modo, retomamos a Educação para além da exceção, especialmente quando a exceção se encontra entranhada na própria regra que deveria aboli-la ou ao menos servir-lhe de controle rígido e efetivo. Juridicamente, já tivemos o alcance do “crime de vadiagem”, num país imerso em pobreza e negação de direitos fundamentais como coroamento de institucionalidades de uma República que só prestava contas aos antigos senhores de escravos. Hoje, temos a “imposição legal” da uberização, terceirização massiva, pejotização que, na prática, remoeram em desuso o art. 7º da Constituição Federal de 1988. Portanto, neste sentido amplo, o pensamento escravista continua ditando fortemente as regras, e não só a partir do Golpe de Estado de 2016, e é neste sentido que concluiremos nossas premissas da Educação para além da exceção, a fim de que, ao menos como vir a ser, a justiça histórica faça parte da consciência política dos jovens, mais ainda porque um dia terão o próprio condão da história. E esse é o nosso manifesto, por uma Educação para além da exceção e para que a justiça histórica, notadamente contra o pensamento escravista, não seja somente uma justiça poética.

 

[1] Esse texto corresponde a algumas passagens da conclusão, um tipo de memorial apresentado na defesa de tese de titularidade na UFSCar/SP, no dia 30/07/2025: https://www.youtube.com/live/LTTzeX_TfWw.

[2] Freire, op. cit., 1985, p. 42 – grifo nosso.

[3] BRIGIDO, Carolina. TSE vai exigir de campanhas declaração sobre uso de inteligência artificial. UOL, São Paulo, 26 fev. 2024. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/carolina-brigido/2024/02/26/tse-vai-exigir-de-campanhas-declaracao-sobre-uso-de-inteligencia-artificial.htm. Acesso em: 26 fev. 2024.

[4] No entanto, há uma diferença de estágio: a autonomia está para a liberdade, tanto quanto a emancipação está para a independência.

[5] “Vê-se, pois, que a realização da democracia é proporcional ao grau de efetivação dos valores encampados pelos princípios constitucionais e ao nível da seriedade com o qual a Constituição venha a ser tratada. Não basta aos governantes e às pessoas, em geral, em uma democracia, a mera vontade de poder; é indispensável que tenham efetiva vontade de constituição, consoante ensina Konrad Hesse” (GOMES, Sérgio Alves. Hermenêutica Jurídica e Constituição no Estado de Direito Democrático. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 26).

[6] “Portanto, para que a Constituição mantenha a sua validade, a aplicação de fato de suas normas, dois elementos são fundamentais: a força política e o fim político. Esses elementos concorrem para a obtenção da aprovação das normas escritas e a eleição dos fins políticos que mantêm e completam a base de sustentação adequada das diversas forças políticas que atuam na comunidade por ela organizada” (COSTA, Maria Isabel Pereira da. Jurisdição Constitucional no Estado Democrático de Direito. Porto Alegre: Síntese, 2003, p. 69).

[7] PEREIRA, Felipe. Deputados adiam votação de proposta para vetar crianças em clubes de tiro. UOL, São Paulo, 21 dez. 2023. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/12/21/comissao-da-camara-rejeita-projeto-que-proibe-pratica-de-tiros-por-criancas.htm. Acesso em: 22 dez. 2023.

[8] ITAQUERA EM NOTÍCIAS. Alunos naturalizam sons de tiros em escola nos EUA ao lado de campo de disparos. Itaquera em Notícias, [S.l.], 2024. Disponível em: https://itaqueraemnoticias.com.br/noticia/66836/alunos-naturalizam-sons-de-tiros-em-escola-nos-eua-ao-lado-de-campo-de-disparos. Acesso em: 22 dez. 2023.

[9] Daí a diferenciação fulcral entre exceção/exclusão (exceptio, faschio) e excepcionalidade (discrímen: políticas de inclusão).

[10] MARTINEZ, Vinício Carrilho. Estado de Exceção e Modernidade Tardia: da dominação racional à legitimidade (anti) democrática. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. UNESP/Marília, SP: [s.n.], 2010, 410 páginas.

[11] Não é incomum que o Estado de Emergência Ambiental se converta em Estado de Emergência Política – sempre aleando-se “razões humanitárias”.

[12] AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

[13] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

[14] MARTINEZ, Vinício Carrilho. A rede dos cidadãos: a política na Internet. 2001. Tese (Doutorado em Educação)- Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP), São Paulo, 2001.

Lula celebra 95 anos do MEC com caminhada e alfineta Bolsonaro

Prestes a completar 80 anos, presidente ironizou motociatas de seu antecessor e dedicou medalha simbólica a educadores.

O presidente Lula (PT) participou, na manhã deste domingo (28), da Corrida e Caminhada MEC 95 anos, realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento reuniu cerca de 6 mil participantes e marcou as comemorações pelo aniversário do Ministério da Educação (MEC). Durante o percurso de 3 km, que fez ao lado da primeira-dama Janja Lula da Silva e de ministros de Estado, Lula aproveitou para alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro ao destacar a importância da educação como instrumento de soberania nacional.

“Não tem motociata, não tem pornochanchada, tem caminhada. Caminhada de educadores”, ironizou Lula, em referência às motociatas promovidas por Bolsonaro durante seu governo. O presidente completará 80 anos em 27 de outubro.

 

Educação como soberania nacional

No discurso ao final do trajeto, o presidente reforçou a defesa da educação como fundamento da soberania brasileira:

“Nós temos consciência que é através da educação, da creche à universidade, da alfabetização ao curso de engenharia, que a gente vai tornar o Brasil soberano, para nunca mais ninguém dar palpite sobre o Brasil.”

A fala foi ecoada dias depois do pronunciamento de Lula na Assembleia Geral da ONU, quando também destacou a soberania nacional, e após uma breve conversa com o presidente norte-americano Donald Trump.

Medalha simbólica para educadores

Após completar a caminhada, Lula dedicou a medalha de participação a todos os profissionais da educação:

“São medalhas para todos os professores de todos os graus de ensino nessa República Federativa do Brasil. Professores e professoras, funcionários das escolas que trabalham dia e noite para que a gente possa sair do analfabetismo que a gente encontrou nesse país, com praticamente 68% da população com o ensino fundamental mal concluído.”

Ele acrescentou que a transformação do país não pode se limitar à área econômica: “A nossa revolução é muito grande. Ela não é só na comida, não é só no emprego, não é só no salário. Ela tem que ser na educação”.

Evento coletivo

A corrida e caminhada foi uma iniciativa dos próprios trabalhadores do MEC, que participaram de uma pesquisa interna para definir como desejavam comemorar o aniversário da pasta. Além do percurso de 3 km para caminhada, também houve provas de 5 km e 10 km para corredores amadores e paratletas.

Participaram do ato, além de Lula e Janja, os ministros Camilo Santana (Educação), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Saúde), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Também estiveram presentes o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o presidente do PT, Edinho Silva, entre outras lideranças governistas.

Congresso em Foco

EDUCAÇÃO PARA A EMANCIPAÇÃO

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Por Vinicio Carrilho

– e para a autonomia

Este texto tem um formato diferente, com o uso de poucas notas de rodapé e com as questões sob debate demarcadas como títulos entre uma citação direta e outra. Na verdade, pela lógica simples, a educação para a autonomia exige a emancipação. Sob o judice da opressão ninguém é livre, ninguém toma decisão alguma – como vemos numa aproximação simples ao suposto ao termo:

1. EMANCIPAÇÃO – retirar o jugo

2. EMANCIPAÇÃO POLÍTICA – participar de instâncias de decisão

A lógica, então, nos exige ter na emancipação o ponto de partida, a essencialidade da ação, pois, sob a opressão, não há formas legítimas de regulação, normalização (normatização), dominação. Sob a opressão vigora a prescrição. Neste sentido, a Autoeducação Política para a descompressão nos exige a proscrição de todas as formas autoritárias, autocráticas, de negação da emancipação e da autonomia. Em seu livro Peda9gogia da Autonomia, Paulo Freire (2021) nos confere, logo pelo índice, 29 lições básicas de quem se aventura pela educação não-opressiva, ou seja, que seja devotado/a à descompressão das pessoas. Para efeito didático, vamos listar o índice para em seguida promovermos um diálogo com o livro, publicado em 1996.

1. Ensinar exige rigorosidade metódica

2. Ensinar exige pesquisa

3. Ensinar exige respeito aos saberes dos/as educandos/as

4. Ensinar exige criticidade

5. Ensinar exige estética e ética

6. Ensinar exige a corporificação das palavras pelo exemplo

7. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação

8. Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática

9. Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural

10. Ensinar não é transferir conhecimento

11. Ensinar exige consciência do inacabamento

12. Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado

13. Ensinar exige respeito à autonomia do ser do/a educando/a

14. Ensinar exige Bom Senso

15. Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos/as educadores/as

16. Ensinar exige apreensão da realidade

17. Ensinar exige alegria e esperança

18. Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível

19. Ensinar exige curiosidade

20. Ensinar é uma especificidade humana

21. Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade

22. Ensinar exige comprometimento

23. Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo

24. Ensinar exige liberdade e autoridade

25. Ensinar exige tomada consciente de decisões

26. Ensinar exige saber escutar

27. Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica

28. Ensinar exige disponibilidade para o diálogo

29. Ensinar exige querer bem aos/às educandos/as

Não devemos nos escusar, esquecer, sermos complacentes com a negação dessas ações:

Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender com o diferente, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusa-lo do que não fez, são obrigações a cujo cumprimento devemos humildade, mas perseverantemente, nos dedicar .

Lembrando que neste livro Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire considera já instituída (filosoficamente) a lição compromissada no seu Pedagogia do Oprimido (Freire, 2022). Daí, portanto, falar em autonomia, como se a emancipação fosse um “dado filosófico” reconhecido, aceito, ou ao menos já estivesse compreensível. Esta é, por assim dizer, a consciência primária que precisamos reter se entendemos que a educação é um processo de reflexão e de ação (práxis) – como educação crítica para a práxis, e que, por sua vez, é composta de reflexão e de ação.

O alerta que se fazia no final do século XX, para as investidas do capital no próprio discurso da autonomia, mostraram-se proféticos: do individualismo à dessocialização – em que se fratura até mesmo a consciência primária –, hoje, sob a batuta das redes antissociais, da total precarização do trabalho (uberização), o nível da consciência se parece com o “cada um por si, e salve-se quem puder”. Naturalizou-se a desumanização, como fluxo da “naturalização da exceção”, sem mais combater, inversamente, as práticas da desumanização, exploração: o que nos obriga celeremente a uma Educação para além da exceção. E quando, na verdade, requeria-se emancipação e autonomia para se fortalecer a interação social: “Para tal, o saber-fazer da autorreflexão crítica e o saber-ser da sabedoria exercitados, permanentemente, podem nos ajudar a fazer a necessária leitura crítica das verdadeiras causas da degradação humana e da razão de ser do discurso fatalista da globalização .

A revolta e a indignação contra a negação da dignidade humana não podem justificar qualquer forma de sectarismo e de terrorismo.

Daí a crítica permanentemente presente em mim à malvadez neoliberal, ao cinismo de sua ideologia fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e à utopia. Daí o tom de raiva, legítima raiva, que envolve o meu discurso quando me refiro às injustiças a que são submetidos os esfarrapados do mundo […] O meu ponto de vista é o dos “condenados da Terra”, o dos excluídos. .

A Ética condena o materialismo ingênuo, o dogmatismo, a incoerência (Debrun, 2001), o farisaísmo, o sectarismo, a hipocrisia, tanto quanto combate o cinismo, oportunismo, golpismo.

E é no domínio da decisão, da avaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a necessidade da ética e se impõem a responsabilidade.

A crítica é “natural”, não tem limitação se for honesta (também gentil). Lembrando-se que não se debate com fascistas, mas sempre sobre o Fascismo.

De uma coisa qualquer texto necessita: que o leitor ou a leitora a ele se entregue de forma crítica, crescentemente curiosa e criativa.

Só ensina quem aprende, pois, quem forma se reforma.

É preciso que […] desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma, ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado […] Não há docência sem discência […] Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender […] É por isso que, do ponto de vista gramatical, o verbo ensinar é um verbo transitivo relativo. Verbo que pede um objeto direto – alguma coisa – e um objeto indireto – a alguém […] Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa, e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar .

O “objeto” ensinado leva consigo o sujeito – que aprende, porque apreende.

Neste caso, é a força criadora do aprender de que fazem parte a comparação, a repetição, a constatação, a dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita, que supera os efeitos negativos do falso ensinar. Esta é uma das significativas vantagens dos seres humanos – a de se terem tornado capazes de ir mais além de seus condicionantes .

Ensinar exige rigorosidade metódica.

Educadores/as progressistas precisam estudar, inclusive o que é democracia.

Uma de suas tarefas primordiais é trabalhar com os educandos a rigorosidade metódica com que devem se “aproximar” dos objetos cognoscíveis […] nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Só assim podemos falar realmente de saber ensinado, em que o objeto ensinado é apreendido na sua razão de ser e, portanto, apreendido pelos educandos .

O intelectualismo e o papagaio de piratas recitador nada agregam ao sentido do mundo a ser transformado.

O intelectual memorizador, que lê horas a fio, domesticando-se ao texto, temeroso de arriscar-se, fala de suas leituras quase como se estivesse recitando-as de memória […] Fala bonito de dialética mas pensa mecanicistamente. Pensa errado. É como se os livros todos a cuja leitura dedica tempo farto nada devessem ter com a realidade de seu mundo .

Não se faz Ciência sem afrontar o paradigma – só reprodutivismo.

Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez velho e de “dispõe” a ser ultrapassado por outro amanhã […] Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o em que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente .

Ensinar exige pesquisa.

Se não há Ciência sem crítica, é óbvio, não pode haver Ciência sem pesquisa. Não há conhecimento sem pesquisa, não há educação sem pesquisa.

Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo […] Pensar certo, em termos críticos, é uma exigência que os momentos do ciclo gnosiológico vão pondo à curiosidade que, tornando-se mais e mais metodicamente rigorosa, transita da ingenuidade para o que venho chamando “curiosidade epistemológica” […] Pensar certo, do ponto de vista do professor, tanto implica o respeito ao senso comum no processo de sua necessária superação quanto o respeito e o estímulo à capacidade criadora do educando.

Ensinar exige respeito aos saberes dos/as educandos/as .

Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na prática comunitária –, mas, também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos […] É pergunta de subversivo, dizem certos defensores da democracia. Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é muito maior com a morte do que com a vida? .

Ensinar exige criticidade.

A criticidade se desenvolve com a curiosidade e essa é provocadora da criatividade. Elementos esses que, por sua vez, juntam-se ao método da Intuição.

A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta, faz parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos .

Trata-se da curiosidade crítica de quem procura o sentido não-legitimado, para muda-lo, significado espalhado pelo mundo dos tempos pós-modernos do século XXI, mas sem se ver domesticado pela globalização dos meios tecnológicos que promovem a fuga do humano (desumanização). Como se dizia antigamente, a curiosidade crítica nos protege do “fetiche tecnológico” – que não deixa de ser um adiantado “fetiche da mercadoria”.

Curiosidade com que podemos nos defender de “irracionalismos” decorrentes do ou produzidos por certo excesso de “racionalidade” de nosso tempo altamente tecnologizado […] é consideração de que, de um lado, não diviniza a tecnologia, mas, de outro, não a diaboliza .

Desse modo, vê-se que o contrário/antagônico ao positivismo (ou sectarismo) não é o subjetivismo, é a subjetividade que não cede aos ameaços ou negações provindas de todas as formas de prescrição (negação ou afirmação da exceção). O contrário do positivismo que segrega sujeito e objeto – objetificando-se o saber-fazer – é a proscrição da prescrição na fase em que se alinham o saber-fazer e o “fazer-se política”. A atenção maior, primordial, neste caso, seria atentarmos para o fato de que sem emancipação não há autonomia responsável, integral – e sem isso somos condenados a todas as formas obscuras de opressão, exclusão, exceção.

Na metáfora da submersão à emersão, a emancipação subjetiva é aquela que corresponde à Autoeducação política para a descompressão, enquanto atua o indivíduo que se reconhece como sujeito da história, ao ser apresentado à história feita e sendo feita, e ao fazê-la, enquanto faz parte. É interessante notar que a história, enquanto passado, é presente, uma vez que as condições reais de existência são dadas, tanto quanto podem ser modificadas.

Portanto, como sujeito da história – de sua história, tanto quanto lhe é possível ser –, o sujeito da Autoeducação política para a descompressão é parte e é um agente atuante da transformação.

É dessa passagem da imersão à emersão, do senso comum ao Bom Senso (senso crítico), que o indivíduo – muitas vezes isolado na sua própria negação – vai gradativamente “tomando para si” a compreensão, o entendimento dos fatos, das situações, das causas e dos efeitos, e os transformando em conhecimento: vemos aqui, ainda, a transformação das informações parceladas (até então) do meio, de si, dos demais, em conhecimento de si e dos outros (da realidade).

É esse conhecimento que será posto à prova, no realismo político, ao se defrontar este sujeito com o indivíduo que agora não quer mais ser, bem como diante das condições objetivas que passam a ser parte da luta que empreende, a fim de se confrontar a compressão individual, social, política, moral, econômica, cultural, ambiental (societal), e, nesta mesma luta política, almejar a emancipação subjetiva e objetiva. Nesta fase, é possível visualizar como o sujeito transplanta o indivíduo (que fora, e como espelho de muitos que ainda são), ao passo em que labora e revoluciona o Bom Senso em senso crítico (aplicado a si, na autocrítica, e na realidade objetiva).

Não é difícil perceber que essa práxis (reflexão/ação) também comporta dois movimentos, duas parcelas justapostas, entre a subjetividade e as condições objetivas.

Quando se dissociam emancipação e autonomia, autônomo é o Uber e o consumidor dedicado ao clique do celular, por exemplo. Porém, não são emancipados em nada, um não tem direito algum, o outro consome por compulsão.

Referências

Debrun, Michel. Gramsci: filosofia, política e Bom Senso. Campinas/SP, Editora da Unicamp, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.

OLIVEIRA, Edna Castro. Prefácio. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021.

Planalto vê semana vitoriosa, com participação histórica de Lula na ONU e aceno de Trump

Governo destaca defesa da soberania e aproximação, sem concessões, com Donald Trump, presidente dos EUA

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera “vitoriosa” a participação do presidente na 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York. De acordo com integrantes do Palácio do Planalto, o discurso do chefe do Executivo brasileiro foi recebido de forma positiva por líderes internacionais, especialmente pela ênfase na soberania nacional.

Segundo o Metrópoles, a análise interna é de que esta foi a participação mais bem-sucedida de Lula em suas dez presenças na Assembleia da ONU. O discurso de abertura foi marcado por críticas ao enfraquecimento do multilateralismo, à violência contra civis em conflitos e por uma defesa contundente do combate à pobreza global.

Defesa do multilateralismo e críticas a Israel

Na tribuna da ONU, Lula destacou que o sistema de comércio multilateral sofreu retrocessos e criticou medidas unilaterais que, em suas palavras, “transformam em letra morta princípios basilares como a cláusula de Nação Mais Favorecida”. Ele também condenou as ações militares de Israel na Faixa de Gaza:

“Absolutamente nada justifica o genocídio em curso em Gaza. […] Em Gaza a fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente”, declarou.

Aproximação com Trump sem concessões

Apesar do tom firme adotado, Lula recebeu um gesto de abertura de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, que o convidou para um encontro. O republicano comentou:

“Tivemos, pelo menos por uns 39 segundos, uma química excelente. É um bom sinal. Na verdade, concordamos em nos encontrar na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos”.No Planalto, a avaliação é que a aproximação com Washington não exige concessões unilaterais. Lula, por sua vez, afirmou que não existem temas proibidos na mesa de negociações, mas ressaltou que a democracia e a soberania do Brasil são inegociáveis.

Tarifas e Lei da Reciprocidade

O encontro ocorre em meio a tensões comerciais. Trump impôs tarifa de 50% sobre determinados produtos brasileiros, medida que justificou como resposta ao que chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Para reagir, Lula sinalizou que poderá acionar a Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar medidas equivalentes em resposta a sanções ou barreiras comerciais impostas por outros países.

Próximos passos

Embora Trump tenha mencionado que a reunião com Lula ocorreria já na próxima semana, auxiliares do Planalto tratam o cenário com cautela. A expectativa em Brasília é que o primeiro contato seja realizado por telefone, enquanto um encontro presencial poderá ser agendado posteriormente, conforme a evolução das conversas bilaterais.

Brasil 247

Coluna Zona Franca

Aprovação do governo Lula

As manobras no Parlamento para tentar blindar deputados e senadores de investigações e, de alguma forma, anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro estão fortalecendo a aprovação popular do governo do presidente Lula. Neste mês de setembro, o governo teve a aprovação de 50% dos brasileiros, de acordo com levantamento do instituto Pulso Brasil/Ipespe divulgado nesta quinta-feira. O índice ultrapassa, pela primeira vez no ano, a desaprovação, que caiu para 48%. A pesquisa ouviu 2.500 pessoas entre 19 e 22 de setembro, com margem de erro de dois pontos percentuais, e foi capaz de captar os impactos da aprovação, na Câmara, da PEC da Blindagem e da aprovação da urgência do PL da Anistia. Em julho, a rejeição ao governo era maioria, com 51%. O estudo ainda não captou a repercussão da troca de afagos entre Lula e Donald Trump na Assembleia Geral da ONU. Enquanto o Planalto ganhou fôlego, o Congresso saiu arranhado: sete em cada dez brasileiros desaprovam a atuação da Câmara. O Senado, por sua vez, manteve índices relativamente estáveis: 26% de aprovação e 59% de reprovação. (Valor)

Renan Filho com 59%

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "RENAN FILHO com 59%"Quem está voando faltando um ano para as eleições de 2026 é o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL). Renan Filho estaria praticamente isolado na corrida pelo governo de Alagoas. A recente pesquisa do Real Time Big Data reforça a leitura de que Renan Filho surge como o candidato mais forte ao governo de Alagoas, caso decida entrar na disputa. Para o estrategista político Ricardinho Santa Ritta, o ex-governador tem uma condição rara: é o único nome que não tem nada a perder. Segundo Santa Ritta, o campo governista concentra-se inteiramente em torno dele, o que confirma ainda mais a certeza de candidatura: “O lado do governo, para manter o status que tem somente um nome: Renan Filho. Isso confirma ainda mais que ele será candidato”, resume.

 Renan Filho com 59% 2

Outro ponto destacado é a rejeição. Renan aparece como o menos rejeitado entre todos os possíveis candidato, considerada uma surpresa positiva: “Ele lidera todas as intenções de voto, sempre próximo dos 50%. É um nome consolidado. E, tendo a menor rejeição, é o favoritíssimo.” No Senado, o senador Renan Calheiros também mantém vantagem em todos os cenários. Apenas em uma eventual candidatura de JHC à Casa Alta ele apareceria atrás. Mesmo assim, Santa Ritta avalia que o favoritismo do senador se mantém porque, nesse caso, Renan Filho estaria praticamente isolado na corrida pelo governo, concentrando a força eleitoral da família na própria campanha e liberando apoios ao pai. A candidatura de Renan Filho ao governo reforçaria ainda mais as chances da reeleição de Renan Calheiros ao Senado, consolidando um cenário de força inédita do grupo político. (Fonte: Blog de Edivaldo  Junior)

Reunião de Lula e Trump

Antes do encontro histórico na Assembleia-Geral da ONU, no dia 23 de setembro, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump já tinham suas equipes em contato. Segundo revelou o Estadão, diplomatas e ministros dos dois países conduziram reuniões secretas para pavimentar a aproximação entre Brasil e Estados Unidos, contrariando a narrativa oficial de um encontro “de surpresa”.

Reunião de Lula e Trump 2

De acordo com a apuração, a operação diplomática envolveu diretamente o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Em 11 de setembro, Alckmin conversou por videoconferência com Jamieson Greer, representante comercial dos EUA. Poucos dias depois, Vieira recebeu no Rio de Janeiro Richard Grenell, enviado especial da Casa Branca, em encontro sem registros oficiais.

Reunião de Lula e Trump 3

As negociações, realizadas em sigilo absoluto, sofreram tentativas de sabotagem de grupos bolsonaristas nos EUA, liderados pelo deputado Eduardo Bolsonaro em articulação com o movimento MAGA. Apesar da pressão, ambos os governos mantiveram a linha de diálogo, conscientes de que a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, a 27 anos de prisão, havia mudado o cenário político.

Reunião de Lula e Trump 4

Na sede da ONU, Trump chegou mais cedo e acompanhou o discurso de Lula em defesa da soberania nacional. Minutos depois, os dois se cruzaram em uma sala reservada e trocaram cumprimentos. “Encontrei Lula e nos abraçamos. Eu gostei dele, e ele gostou de mim. Vamos nos encontrar na semana que vem”, declarou Trump após o encontro, em tom cordial, ainda que tenha reiterado críticas à condenação de Bolsonaro.

Reunião de Lula e Trump 5

Apesar das promessas de um encontro na próxima semana, até agora as equipes diplomáticas de Brasil e Estados Unidos ainda não definiram uma data ou mesmo a pauta de uma conversa entre Lula e Trump. A expectativa era de que a chancelaria dos dois países iniciasse tratativas imediatamente após o encontro cordial entre os dois presidentes, mas até esta quinta-feira não houve qualquer contato. Apesar do otimismo no Planalto, o Itamaraty tem recomendado cautela e lembrado que Trump é imprevisível e que o gesto de aproximação não pode ser aceito “pelo valor de face”. A expectativa dos diplomatas brasileiros é de que as tratativas comecem a andar o mais rápido possível, para que a conversa ocorra, de fato, na próxima semana. (g1)

Encontros-Marcelo Martinez

 

Deu no que deu

Pode ser uma imagem de ‎2 pessoas e ‎texto que diz "‎LILIE Mônica Berga... @monicabergamo Bolsonaro pede que Eduardo feche a boca para não prejudicá-lo, mas filho intensifica ataques: 4 @dilulas ل J@dilula6 "VTNC SEU INGRATO DO CARALHO! Me fudendo aqui! Vc ainda te ajuda a se fuder لهى‎"‎‎Logo no primeiro dia em que Trump anunciou a taxação sobre o Brasil, a mando de Eduardo Bolsonaro, esta coluna sacramentou: Trump (Bolsonaro) acaba de reeleger Lula no primeiro turno. A coluna também prevê a “expulsão” de Eduardo Bolsonaro dos Estados Unidos. Pois bem. Lula, graças à Trump, recuperou a popularidade e caminha prá reeleição. E Eduardo Bolsonaro está vivendo a pior fase da vida dele, desacreditado, fora do Brasil sem poder voltar e, sendo calado pelo pai, que só se prejudicou com essa traição à Pátria. Chega a dar pena ver o filho de Bolsonaro insistindo em sanções contra o Brasil, mesmo com Trump se declarando apaixonado por Lula.

Deu no que deu 2

Eduardo Bolsonaro decidiu dobrar a aposta. Em um encontro em Miami com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o deputado afirmou que sua atuação para que o governo de Donald Trump aplique sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras só vai aumentar caso o Congresso aprove um projeto que não conceda anistia absoluta ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Eduardo estava acompanhado do blogueiro Paulo Figueiredo, seu parceiro na articulação junto a autoridades americanas. (Globo)

Deu no que deu 3

No Congresso, líderes do Centrão demonstram irritação com Eduardo Bolsonaro e avaliam que o deputado pode implodir o acordo em construção para reduzir as penas dos condenados pelos atos golpistas. No X, o filho 03 de Bolsonaro disse estar disposto a ir às últimas consequências para garantir a anistia ao pai. “Será vitória ou vingança, mas não haverá submissão”, escreveu. (g1)

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O Centrão não é o único irritado. Segundo Malu Gaspar, Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, tem pedido a interlocutores que o visitam para convencerem Eduardo a baixar o tom da beligerância. Seu maior temor é que a troca de farpas entre o filho e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, faça o partido afrouxar o empenho pela anistia e inviabilize a inclusão de um nome da família na chapa presidencial para o ano que vem. (Globo)

Não vai, não

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, chapéu e texto que diz "MAKE ΑΝΖΔΗΟ GREAT AGAIN AMERICA"A coluna já havia previsto há semanas que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não deixaria uma reeleição certa para uma aventura rumo ao Palácio do Planalto. Ele é bolsonarista mas não é bobo. Em condições normais, ninguém vence Lula. Se o presidente estiver bem de saúde, será candidato e será reeleito.

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Tarcísio de Freitas tem dito em conversas reservadas que não pretende disputar a Presidência da República em 2026. Segundo interlocutores, ele demonstra forte convicção de que ficará fora da corrida presidencial diante de um cenário de fragmentação da direita. A avaliação de Tarcísio é que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na articulação das sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil contribuiu para dividir ainda mais o campo conservador. Ele tem atribuído a essa movimentação a recuperação da aprovação do presidente Lula, que até junho enfrentava desgaste e queda de popularidade.

Câmara desiste de votar anistia

O futuro do projeto de lei da anistia, que busca reduzir as penas de condenados por atos golpistas, parece estar subindo no telhado. O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), reconheceu que a votação, antes prevista para a próxima terça-feira, dificilmente ocorrerá. Desde que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou a PEC da Blindagem e a proposta foi arquivada de vez pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), os esforços de Paulinho em buscar consenso no Parlamento não têm tido muito sucesso. A indefinição cresceu ainda mais depois do cancelamento de uma reunião marcada com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Alcolumbre. Oficialmente, a ausência foi justificada por um compromisso de Alcolumbre com o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso. Nos bastidores, porém, está claro que o clima entre os dois presidentes azedou de vez depois que a PEC da Blindagem, aprovada com folga na Câmara na semana anterior, foi sumariamente enterrada no Senado. Paulinho, por sua vez, tenta recompor apoio. Ele prevê encontros com PSD e PCdoB e negocia com o Senado para aproximar o texto do entendimento do Supremo. Mesmo assim, a proposta, apresentada como uma “anistia restrita”, segue sem base consolidada e enfrenta resistências para avançar no Congresso. (CNN Brasil)

Alcolumbre X Hugo Motta 

Apesar de ter se sentido traído por Alcolumbre e visto seu poder ser ainda mais enfraquecido como presidente da Câmara, Hugo Motta tratou de minimizar a derrota que amargou nesta semana com o arquivamento da PEC da Blindagem no Senado. Publicamente, o deputado paraibano disse respeitar o presidente do Senado e afirmou ser normal que as duas casas discordem em algumas pautas. “Bola pra frente. A Câmara cumpriu seu papel, aprovou a PEC, e o Senado entendeu que ela não deveria seguir. Vivemos em um sistema bicameral, e cabe respeitar a decisão”, disse Motta. Segundo o presidente da Câmara, ainda não há clima definido para a votação. “Preciso de mais tempo para entender o sentimento da Casa. O relator não conversou com todos os partidos, e eu também não dialoguei com todos os líderes”, afirmou. (g1)

Alcolumbre X Hugo Motta 2

Hugo Motta, no entanto, disse que o impasse em torno do projeto de anistia, também conhecido como o PL da Dosimetria, não terá impacto sobre a votação da reforma do Imposto de Renda, prevista para a próxima quarta-feira. A proposta amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil mensais e é uma das prioridades do governo neste semestre. A hipótese de ligação entre os dois temas surgiu após declarações de Paulinho da Força, que, após reunião com a bancada do PT, sugeriu que a análise do projeto de anistia poderia influenciar o calendário da reforma do IR. Motta refutou a leitura: “Garanto a pauta do IR para quarta-feira. Não há vinculação dessa pauta com nenhuma outra. A matéria está madura”, disse. (Valor)

TikTok nos Estados Unidos

O presidente Donald Trump assinou nesta quinta-feira uma ordem executiva que aprova um acordo para manter o TikTok nos Estados Unidos, em uma transação avaliada em US$ 14 bilhões, segundo o vice-presidente JD Vance. Os termos, que ainda precisam ser aprovados pela China, incluem uma nova joint venture, que supervisionará os negócios do TikTok nos EUA, com a ByteDance mantendo menos de 20% de participação. Oracle, Silver Lake e o fundo de investimento MGX, sediado em Abu Dhabi, serão os principais investidores, controlando uma participação de aproximadamente 45% da companhia. Trump afirma que o presidente chinês, Xi Jinping, deu sinal verde para o acordo. (CNBC)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

CPMI do INSS pede prisão preventiva e quebra de sigilo de Nelson Wilians, Cidadão Honorário de Rondônia

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aprovou, nesta quarta-feira (25) a quebra de sigilo e o pedido de prisão preventiva do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues.

Alvo de operação da PF (Polícia Federal), Wilians já teve pedido de prisão feito pela corporação, mas a solicitação não foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido aprovado pela comissão agora deverá ser encaminhado à Corte.

Em 12 de setembro, Wilians foi alvo de buscas e apreensões da PF, em São Paulo, como parte da investigação que apura fraudes no INSS.

Ele prestou depoimento à CPMI na semana passada. Em sua oitiva, se recusou a fazer o compromisso de dizer a verdade e não respondeu a maioria das perguntas dos parlamentares. Ele negou ter qualquer relação com o esquema de fraudes em benefícios.

A comissão aprovou nesta manhã a quebra do sigilo bancário e fiscal de Wilians, além de pedidos de RIFs (relatórios de inteligência financeira) ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Outros requerimentos também foram votados, dentre eles a convocação de pessoas ligadas a associações e empresas que estariam envolvidas no esquema de fraudes do INSS. Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais) foi alvo de sete requerimentos.

Também foi convocado José Laudenor, empresário apontado como sócio do ex-ministro José Carlos Oliveira. Servidor de carreira do INSS, o ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) foi ouvido na CPMI em 11 de setembro.

Outro requerimento que recebeu aval dos congressistas foi uma solicitação ao presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Ricardo Andrade Saadi, para o envio do relatório completo de análise financeira da Operação Sem Desconto, da PF.

Projeto de lei

O colegiado também debateu uma minuta de projeto de lei, que ainda será formalmente apresentado no Senado. Ainda não há, porém, consenso sobre o texto e a votação desse item deve ser realizada posteriormente.

A proposta reforça a autonomia da CPMI e esclarece que as investigações das comissões de inquérito não estão subordinadas às apurações conduzidas pelo Judiciário e pelo Ministério Público.

Também estabelece que a comissão poderá recorrer “contra decisões judiciais, inclusive monocráticas prolatadas em sede de habeas corpus e mandado de segurança”.

O projeto foi sugerido após a insatisfação dos parlamentares com decisões de ministros do STF que garantiram habeas corpus para testemunhas convocadas pela CPMI.

Pelo texto, quando pessoa intimada que não comparecer “sem justo motivo”, a comissão poderá requisitar diretamente à autoridade policial ou ao órgão de Polícia Legislativa sua condução coercitiva.

Se a falta não for justificada, o depoente estará sujeito ao pagamento de multa no valor de um a dez salários mínimos, a critério do presidente da CPI, além da responsabilização pelo pagamento das custas da diligência e de outras sanções civis e penais.

A multa ainda poderá ser majorada em até dez vezes, “a depender da capacidade econômica do depoente”

CNN BR

Coluna Zona Franca

Ficha Limpa

A Lei da Ficha Limpa e os tratados internacionaisSó temos tres dias para impedir que a Ficha Limpa seja destruída! O presidente Lula tem apenas até segunda-feira para vetar ou sancionar o texto. Não podemos permitir esse absurdo! O Projeto que pode antecipar a volta de corruptos ao poder foi aprovado no Senado. Agora, a decisão está com o presidente Lula. Temos poucos dias e precisamos pressionar o presidente agora pedindo que ele honre o legado da Lei da Ficha Limpa e vete integralmente esse absurdo. Veta, Lula. A Ficha Limpa foi uma das maiores conquistas do povo brasileiro: 2 milhões de nós fizemos a nossa voz valer contra a corrupção e outros crimes cometidos por políticos. Não podemos deixar que esse mal que nos ronda ameace a nossa democracia mais uma vez. Juntos, podemos dar um recado claro ao Congresso e aos oportunistas.

Ficha Limpa 2

PROTEJAM A FICHA LIMPA Os nossos parlamentares estão perdendo qualquer vergonha na cara. O Senado aprovou o projeto que pode alterar a Lei da Ficha Limpa, fazendo com que políticos condenados por corrupção, envolvimento com crime organizado e até golpes de Estado possam voltar ao poder mais rápido. Parlamentares fizeram uma verdadeira campanha pela aprovação deste projeto, provavelmente pensando em se beneficiarem no futuro. Mas se agirmos rápido e formos muitos, demonstraremos ao presidente Lula que ele tem o apoio popular de que precisa para vetar esse atraso. No último final de semana, nós, brasileiros, fomos em massa às ruas contra a bandidagem. Agora, vamos continuar mostrando que estamos do lado da justiça e da transparência.

Chantagem

Melhor exemplo de chantagem não há. O relator do projeto da anistia, Paulinho da Força (SSD-SP) , afirmou que se a proposta de perdão aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro não for votada na próxima terça-feira (30), o texto que amplia a isenção do Imposto de Renda corre risco de não ser votado na quarta-feira (1º). A manifestação ocorreu após reunião com a bancada do PT na Câmara. “Ainda tenho uma série de conversas, ainda vou acertar isso com o presidente Hugo Motta de votação. Mas tudo levar a crer que o texto será votado na terça. Acho, inclusive, que se não votar não votamos IR”, disse a jornalistas.

Senado enterra PEC da Blindagem

Ainda sob o impacto das manifestações populares que tomaram as principais capitais do país no domingo, o Senado Federal enterrou de vez a chamada PEC da Blindagem. O texto, aprovado com folga na Câmara dos Deputados há uma semana, foi rejeitado por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ainda havia a expectativa de que a proposta fosse ao plenário para votação, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), descartou essa possibilidade, afirmando que o regimento da Casa não permitia tal situação e poderia abrir precedentes perigosos. Com isso, Alcolumbre simplesmente arquivou o projeto e frustrou, ao menos por enquanto, o desejo dos muitos parlamentares que apoiaram a PEC em ter a prerrogativa de permitir ou não que o STF investigue deputados e senadores acusados de ações criminosas. “Cumprimos o que manda o regimento, sem atropelos, sem disse me disse, sem invenções”, disse o presidente do Senado. Ao final, a proposta, para lá de polêmica, morreu no colo da Câmara e, em especial, do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e de seu padrinho no cargo, Arthur Lira (PP-AL). (g1)

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Com a derrota praticamente decretada de véspera, senadores do PL ainda tentaram encontrar um jeitinho para salvar algum ponto da PEC. Sérgio Moro (PL-PR) apresentou uma proposta de substituição do texto original, mas foi derrotado. Ao final, todos os senadores do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro deram o braço a torcer e votaram para que a PEC fosse rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, derrubando assim a proposta apoiada pelos 83 deputados do partido na Câmara que haviam aprovado o texto. (UOL)

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Na Câmara, conta Vera Magalhães, há um clima de revolta, com Alcolumbre sendo acusado de traição. Segundo deputados, o senador participou das costurar para aprovar PEC vinculada à transformação da anistia aos golpistas condenados pelo STF em redução das penas. Agora, dizem, deixa o ônus das medidas impopulares com a Câmara, que promete “dar o troco” em projetos que chegarem do Senado. (Globo)

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Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "c G Derrotamos a PEC DA BLINDAGEM!"Sem velório, a PEC da Bandidagem foi enterrada ontem. E um dos vencedores foi o senador Confúcio Moura. Ele foi o único parlamentar de Rondônia a se posicionar contra, sendo criticado por bolsonaristas rondonienses. Sem medo de ser alvo de ataques, Confúcio Moura manteve firme e venceu. “Hoje foi um dia histórico no Senado: sepultamos de vez a proposta que tentava aumentar privilégios e dificultar a ação da Justiça contra parlamentares. Defendi desde o início que a política precisa de transparência e responsabilidade, não de blindagem. Vitória da democracia, vitória do povo brasileiro“.

Tarcísio apoia anistia de Bolsonaro

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esperou a chamada PEC da Blindagem estar morta para criticar a proposta, que teve como um dos principais artífices na Câmara deputados de seu próprio partido. Tarcísio afirmou que a PEC era uma “distorção” e que as manifestações de domingo eram reflexo da desconexão do Congresso com a população. O governador, no entanto, evitou apontar o projeto de lei que prevê a anistia do ex-presidente Bolsonaro como fonte de insatisfação popular. “Sempre acreditei que o projeto de lei (da anistia) pode representar aquilo que a gente espera: uma paz dialogada”, disse ele. (Valor)

Tarcísio ou Michelle?

Tarcísio segue trabalhando para ser o candidato da oposição nas eleições de 2026 e espera ser ungido como o sucessor de Bolsonaro, mesmo diante dos conflitos internos no clã. De acordo com interlocutores do ex-presidente e do governador, líderes do PP e do União Brasil teriam fechado um acordo para que Bolsonaro declare apoio a Tarcísio na corrida presidencial. A tarefa, porém, não é simples. Nesta terça-feira, Eduardo Bolsonaro se declarou candidato à Presidência caso seu pai não possa concorrer no ano que vem. Horas depois, a esposa do ex-presidente, Michelle, concedeu uma entrevista ao jornal inglês The Telegraph, dizendo que, “se for a vontade de Deus”, ela pode ser a candidata conservadora contra o presidente Lula em 2026. (Metrópoles e The Telegraph)

Presidente EAD

Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro quer ser o primeiro presidente EAD da história do Brasil. Dudu ainda acha que tem salvação. Não tem. Será condenado e preso por atentar no exterior contra as instituições brasileiras. Se colocar os pés no Brasil será preso.

A terra é redonda

Zanin e MoroUma prova de que os filósofos estavam certos e os bolsonaristas errados. A terra é mesmo redonda. E em filmes e novelas, tudo é possível, mas na política a ficção fica no chinelo. Há sete anos Lula estava preso, Sérgio Moro era o juiz e o advogado de defesa, era Cristiano Zanin. Agora Lula é presidente e Zanin é o ministro quem vai julgar Sérgio Moro.

A terra é redonda 2

A 1ª Turma do STF vai julgar, a partir de 3 de outubro, os embargos de declaração apresentados pelo senador Sergio Moro em ação penal por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. A relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, marcou o início do julgamento em sessão virtual. O colegiado é presidido atualmente pelo ministro Cristiano Zanin, ex-advogado do presidente Lula que defendeu o petista em processos nos quais Moro atuou como juiz durante a Operação Lava Jato. Dois dias antes do início do julgamento, Zanin passará a presidência da 1ª Turma para o ministro Flávio Dino, ex-ministro da Justiça de Lula, que também já teve embates com Moro no passado. (Metropoles)

Lula e Trump

Em meio a tensões diplomáticas com Washington, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende se reunir o mais breve possível com o presidente americano Donald Trump para tentar encerrar o mal-estar entre Brasil e Estados Unidos. O petista destacou que, como as duas maiores economias do continente, é preciso encontrar uma pacificação e disse estar “otimista” quanto a uma aproximação com o presidente dos EUA. “Se somos as duas maiores economias e os dois maiores países do continente, não há por que viver em conflito”, disse Lula em uma entrevista coletiva na sede da ONU. Foi a primeira manifestação do presidente brasileiro desde o encontro que teve com Trump na véspera, nos bastidores da Assembleia Geral. Lula disse ter concordado com o presidente americano sobre os dois terem tido uma boa química quando se abraçaram. “Aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu. Fiquei feliz quando ele disse que pintou uma química boa entre nós.” Lula afirmou esperar uma conversa “civilizada”, sem espaço para brincadeiras, e garantiu que tratará Trump com o respeito que merece como presidente dos Estados Unidos, na expectativa de receber o mesmo tratamento. Ele também disse estar disposto a discutir qualquer tema colocado pelo republicano: “Não tem limite a nossa conversa. Vamos colocar na mesa tudo o que precisar ser discutido.” (CNN Brasil)

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Na melhor das hipóteses para Bolsonaro, Trump conversará com Lula e nada acontecerá. Porque piorar, não vai piorar. Mesmo que os americanos imponham mais sanções, isso já estava na conta de todo mundo. Agora, se Trump melhorar só um pouquinho a relação com o Brasil, Bolsonaro se ferra muito. Porque, hoje, o único aliado real que o ex-presidente tem é Donald Trump. Se perdê-lo, acabou. A análise é de Pedro Doria. (YouTube)

O bode na sala

Muitos estão criticando Lula por já não ter aproveitado e conversado de vez com Trump nos Estados Unidos. Calma, calabreso. Quem colocou o bode na sala foi Trump. A pressa é dele. Foram os Estados Unidos os mais prejudicados com a taxação. Ele que tire o bode da sala. Lula está a cavaleiro nesse imbróglio.

Lula e Zelensky

Imagem colorida mostra Lula e Zelensky - MetrópolesLula usou o dia para finalmente se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em um muito adiado encontro entre os dois presidentes. Zelensky saiu da reunião animado e afirmou que Lula demonstrou disposição de “fazer tudo ao seu alcance” para aproximar Kiev de um cessar-fogo. “É bom que haja sinais do Brasil, do presidente e de sua equipe, de que apoiam, antes de tudo, a paz para o povo ucraniano”, disse o presidente da Ucrânia. O aceno ocorre um dia depois de Lula reiterar na ONU que não há saída militar para o conflito e defender a diplomacia como caminho para a paz entre Rússia e Ucrânia. (Globo)

Eduardo Bolsonaro sendo cobrado

Enquanto tenta minimizar a aproximação entre os presidentes Donald Trump e LulaEduardo Bolsonaro (PL-RJ) está sendo cobrado pela Câmara dos Deputados por quatro faltas injustificadas em março deste ano, quando ele já estava nos Estados Unidos. Ao todo, Eduardo deve R$ 13,9 mil porque faltou às sessões antes de pedir a licença sem remuneração. Como não pagou, a Câmara iniciou os procedimentos para incluir o parlamentar no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). Segundo a Câmara, ele também poderá ser inscrito posteriormente na Dívida Ativa da União. (g1)

Paracetamol e Tylenol 

Donald Trump resolveu transformar o paracetamol no novo vilão da vez. Ao associar o uso do Tylenol na gravidez ao aumento do autismo — sem provas científicas —, espalhou pânico entre gestantes e alimentou grupos negacionistas. Antes a culpa era da vacina, agora é do analgésico mais seguro indicado por médicos no mundo todo. O resultado? Mulheres assombradas pela dor e pelo medo, enquanto políticos fazem da ciência um palanque. Confira a opinião de Mariliz Pereira Jorge no programa De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)

Consumo de álcool entre adolescentes

Uma pesquisa da Unifesp, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, indica um crescimento no consumo de álcool entre adolescentes e do número de brasileiros que enfrentam um transtorno por uso abusivo. Após cair quase pela metade o percentual de adolescentes com algum transtorno alcoólico, chegando a 4,6% em 2012, o índice voltou a subir em 2023, atingindo 5,7%. A cerveja é a bebida mais associada a consumo de risco e transtorno por uso de álcool. Na população em geral, a queda no consumo foi de 5,2 pontos percentuais. O levantamento foi feito com 16.608 participantes de 14 anos ou mais de todas as regiões do país. (g1)

Celulares nas escolas

Após a proibição dos celulares nas escolas, 78% dos alunos relataram maior interação presencial com amigos e 75% disseram sentir menor pressão para estarem online, segundo uma pesquisa realizada por um centro de estudos de Stanford. O levantamento mostra ainda que 41% perceberam menos brigas ou mensagens maldosas na internet entre alunos. Os professores também notaram diferença, sendo que 63% deles relatam melhora no comportamento dos alunos e 74% dizem que os jovens têm prestado mais atenção nas aulas. Mas a implementação ainda é um desafio no Ensino Médio, no qual 55% disseram usar o telefone escondido e 47% afirmam que ignoram o banimento. (Globo)

Quem é o político de Rondônia?

A pergunta que não quer calar. Quem é o parlamentar federal de Rondônia (temos 11) que está envolvido com a Rueda Linhas Aéreas? O nome do presidente nacional do União Brasil, o advogado Antonio Rueda, apareceu nas apurações da Operação Tank, deflagrada pela Polícia Federal como desdobramento da Operação Carbono Oculto. A investigação mira infiltrações em setores estratégicos da economia, incluindo combustíveis, finanças e transporte aéreo. Fontes do Blog Entrelinhas contaram que Rueda teria comprado três dos cinco aviões da TAP em nome de um político de Rondônia. A Polícia Federal apura se o financiamento das aeronaves está sendo paga com dinheiro do PCC. Um político de Rondônia teria emprestado o nome para Rueda financiar os aviões em troca de poder político.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Quem é o político de Rondônia o testa de ferro da Rueda Linhas Aéreas?

O nome do presidente nacional do União Brasil, o advogado Antonio Rueda, apareceu nas apurações da Operação Tank, deflagrada pela Polícia Federal como desdobramento da Operação Carbono Oculto. A investigação mira infiltrações em setores estratégicos da economia, incluindo combustíveis, finanças e transporte aéreo.

Fontes do Blog Entrelinhas explicaram que Rueda teria comprado três dos cinco aviões da TAP em nome de um político de Rondônia. A Polícia Federal apura se o financiamento das aeronaves está sendo paga com dinheiro do PCC. O político de Rondônia, que pode ser considerado um político profissional, nunca mexeu com pó nem com crime organizado. Ele teria emprestado o nome para Rueda financiar os aviões em troca de poder político.

Segundo depoimento prestado pelo piloto Mauro Caputti Mattosinho, que trabalhou na empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), Rueda seria sócio oculto da companhia, usada em diversas ocasiões por figuras envolvidas nas operações investigadas. O piloto afirmou que o dono da TAP, Epaminondas Chenu, mencionava que o dirigente partidário liderava um grupo “com muito dinheiro que precisava gastar” na compra de aeronaves.

Aviões avaliados em mais de R$ 60 milhões

De acordo com registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ao menos quatro aeronaves estariam vinculadas a Rueda, embora registradas em nome de terceiros. Juntas, elas somam valor superior a R$ 60,4 milhões.

Estrutura empresarial e supostos laranjas

Os documentos revelam que parte das aeronaves passou por empresas ligadas a Bruno Queiroz, contador de 37 anos, natural de Fortaleza e residente em São Paulo. Ele figura como dirigente de companhias como a Magic Aviation, a Bariloche Participações S.A. (com capital social de R$ 110 milhões) e a Rovaniemi Participações S.A.

Todas as aeronaves atribuídas a Rueda são operadas pela Transportes Aéreos Piracicaba (TAP), empresa também usada por Roberto Augusto Leme, conhecido como Beto Louco, investigado em operações ligadas a organizações criminosas.

Uso político e suspeitas de financiamento

O Blog Entrelinhas revelou que Rueda teria adquirido três das cinco aeronaves da TAP em nome de políticos de Rondônia, que teriam “emprestado o nome” para formalizar a compra em troca de influência política. A Polícia Federal investiga se o financiamento das aeronaves foi realizado com recursos de origem suspeita.

A suspeita se intensificou após dois chefes da facção investigada terem escapado em aviões da TAP, e também por indícios de que empresas de transporte terrestre em Rondônia poderiam estar sendo usadas para movimentações financeiras suspeitas.

Defesa

Antonio Rueda negou qualquer envolvimento com o caso. Em nota, declarou:

“Meu nome foi suscitado em um contexto absolutamente infundado. Estou sendo vítima de uma campanha difamatória.”

O presidente do União Brasil afirmou ainda que tomará medidas judiciais para resguardar sua imagem.

Próximos passos

Até o momento, a única referência direta a Rueda consta no depoimento do piloto Mattosinho. A PF avalia se abrirá uma nova frente de investigação contra o dirigente partidário, caso surjam evidências adicionais sobre sua participação nas operações societárias e financeiras relacionadas ao transporte aéreo.

Fonte: Rondoniaovivo.com e Blog Entrelinhas

Empresários brasileiros ajudaram a pavimentar aceno de Trump a Lula

Grandes empresários brasileiros desempenharam um papel central para reduzir as tensões entre os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, e abrir espaço para o gesto de aproximação feito pelo republicano ao petista durante a Assembleia-Geral da ONU. A reportagem foi publicada pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira (23). Segundo o jornal, os dois líderes devem se reunir na próxima semana.

De acordo com interlocutores que acompanharam as negociações, empresas como Embraer — da qual o governo brasileiro é acionista — e JBS, controlada pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, foram decisivas para fortalecer dentro da administração Trump o grupo que defende uma relação bilateral voltada ao comércio, em vez de pressões políticas. Esse bloco tem representantes no Escritório de Comércio dos EUA, chefiado por Jamieson Greer, e no Departamento de Comércio, sob comando de Howard Lutnick. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, também manifestou preocupação com os impactos que sanções contra bancos brasileiros poderiam causar ao sistema financeiro.

Disputa interna no governo Trump

A postura defendida pelos empresários e por setores ligados ao comércio se contrapôs à linha dura de integrantes do Departamento de Estado e do ex-assessor Jason Miller, que defendem condicionar a relação bilateral ao julgamento de Jair Bolsonaro, visto por eles como peça-chave. Esse grupo pressionava por uma estratégia de máxima hostilidade em relação ao Brasil.

Nos encontros com autoridades americanas, representantes do empresariado brasileiro apresentaram argumentos de impacto direto no cotidiano dos EUA. O principal deles foi que sobretaxas sobre produtos brasileiros, como café e carne, encareceriam a vida dos consumidores americanos. Também ressaltaram que medidas punitivas poderiam, paradoxalmente, fortalecer politicamente Lula — resultado oposto ao que desejava Washington. Outro ponto colocado foi a impossibilidade de reabilitar politicamente Bolsonaro, já que o Supremo Tribunal Federal condenou o ex-presidente mesmo diante das pressões vindas dos EUA.

Missões empresariais em Washington

Na semana de 11 de setembro, uma comitiva de peso esteve em Washington para tratar das tarifas. Participaram Joesley Batista, João Camargo (presidente do conselho da Esfera Brasil) e Carlos Sanchez, da EMS, entre outros. Eles se reuniram com parlamentares republicanos, como Maria Elvira Salazar — deputada próxima do secretário de Estado Marco Rubio —, além de integrantes da equipe de Trump. O grupo também manteve encontro com Susie Willes, chefe de gabinete e uma das assessoras mais próximas do presidente americano.

Poucos dias antes, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) já havia realizado conversas no Departamento de Comércio e no Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), além de encontro com o vice-secretário de Estado, Christopher Landau. Em paralelo, empresários acionaram escritórios de lobby em Washington para ampliar o alcance das tratativas.

Resultados práticos e sinal de aproximação

A pressão do setor privado e a atuação diplomática do governo Lula mostraram efeito quando Trump anunciou, em 22 de setembro, uma nova rodada de sanções contra o Brasil. Embora nomes como Viviane Barci — esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes — e o advogado-geral da União, Jorge Messias, tenham sido incluídos na lista de punições, não houve imposição de novas tarifas comerciais. Pelo contrário, há expectativa de que a carne brasileira seja incluída na lista de isenções do tarifaço de 50%.

Segundo o chanceler Mauro Vieira, essa reabertura de canais permitiu discutir um contato direto entre Lula e Trump. O presidente dos Estados Unidos chegou a sinalizar em agosto a possibilidade de uma ligação telefônica, mas o Planalto optou por aguardar a Assembleia-Geral da ONU. O encontro rápido entre os dois em Nova York, ainda que de menos de um minuto, levou ao agendamento de uma reunião virtual para a próxima semana. Caso se confirme, será o primeiro diálogo formal entre Lula e Trump e pode redesenhar a negociação sobre as sobretaxas impostas aos produtos brasileiros.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Trump perdeu

Sim. Trump perdeu e Lula venceu (mais uma). Doravante, Lula tem que se preparar para receber o troféu “Chefe de Estado do Ano”, das mãos do perdedor. Não temais, Lula. Trump sentiu e cedeu. Os Estados Unidos perderam muito com o tarifaço contra o Brasil. A pressão foi grande sobre ele. Pior de tudo é ter que engolir em seco o fato de ter sido enganado por Eduardo Bolsonaro. Resta ao chefe de estado dos EUA banir o traidor da Pátria brasileira.

Trump em ‘química’ com Lula

A inesperada demonstração de afeto do presidente americano Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pegou de surpresa tanto a Casa Branca quanto o Planalto. A expectativa entre assessores palacianos e diplomatas era de que Lula e Trump trocassem apenas um frio aperto de mão nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, aberta pelo brasileiro e seguida pelo discurso do americano. Mas o abraço, seguido de um convite para conversar na próxima semana, foi uma demonstração de aproximação muito maior do que esperava o mais otimista dos diplomatas brasileiros. Após o fim do discurso de Trump, funcionários dos dois governos iniciaram imediatamente as negociações para a conversa. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, disse que muito provavelmente Trump e Lula vão conversar por telefone ou videoconferência. Vieira confirmou que Lula enviou um convite para que Trump venha à COP 30 em novembro. O que ele não disse, no entanto, é que o Itamaraty e assessores de Lula preferem que o encontro não seja presencial, por temerem que o presidente americano possa constranger o presidente brasileiro, como fez com os mandatários da Ucrânia e da África do Sul no Salão Oval da Casa Branca. (CNN Brasil)

Trump em ‘química’ com Lula 2

A reação de Trump ao encontrar Lula após o discurso do brasileiro na abertura da Assembleia Geral da ONU surpreendeu também integrantes da diplomacia americana. Eles ficaram ainda mais surpresos ao ouvir o presidente americano elogiando Lula durante seu discurso, de forma improvisada. A porta-voz do Departamento de Estado, Amanda Robertson, disse que nada disso estava programado. “Foi tudo espontâneo, não estava planejado”, afirmou. (g1)

Trump em ‘química’ com Lula 3

A aproximação entre Trump e Lula, após meses de troca de farpas, acusações e sanções aplicadas por Washington, é resultado também dos esforços de empresários brasileiros e americanos que defendem uma relação mais pragmática entre os dois países. De acordo com interlocutores que trabalham pela reaproximação, empresas como a Embraer e a JBS, que têm operações nos Estados Unidos, ajudaram a abrir o caminho para o abraço desta terça-feira. Eles encontraram apoio no Departamento de Comércio e no Tesouro americano, órgãos preocupados com os impactos do tarifaço imposto ao Brasil na economia dos EUA. (Folha)

O estadista

Na ONU, Lula falou como estadista: defendeu a democracia, a soberania brasileira, condenou o massacre em Gaza e foi aplaudido cinco vezes. Trump, no mesmo palco, improvisou ataques, ironizou a ONU, citou o Brasil com condescendência e reafirmou tarifas duras. Aos 80 anos, a organização virou palco de um contraste histórico entre multilateralismo e autoritarismo, avalia Flávia Tavares na coluna Cá Entre Nós. (YouTube)

O estadista 2

No discurso em que elogiou Lula, Trump não citou uma só vez o nome de Jair Bolsonaro, para desespero dos apoiadores do ex-presidente, que esperavam que as pressões americanas pudessem resultar em uma anistia. Para piorar, nesta terça-feira o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), rejeitou a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para ser o líder da minoria, em mais uma tentativa de salvar o mandato do filho de Jair Bolsonaro. Logo depois, o Conselho de Ética da Câmara instaurou um processo que pode levar à cassação de Eduardo por conta de sua atuação junto a autoridades americanas para sancionar o Brasil e autoridades brasileiras, como o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Denunciado pela Procuradoria-Geral da República por coação, Eduardo Bolsonaro segue sendo procurado por oficiais de Justiça para ser intimado. (Globo)

Bolsonaristas sentem o golpe

Apesar do esforço de setores da direita em minimizar o gesto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez um aceno público a Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na ONU, a avaliação entre lideranças bolsonaristas é de que o episódio fortaleceu o presidente brasileiro. A informação foi revelada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Segundo aliados de Jair Bolsonaro, Lula conseguiu sair como o grande vencedor do embate com o governo norte-americano ao demonstrar serenidade e firmeza política. Já Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que vinham articulando sanções contra o Brasil, aparecem como os maiores derrotados nesse cenário. (Do Brasil 247)

Arrebentou o Eduardo

Uma liderança bolsonarista ouvida pela Folha foi categórica: caso Lula avance em um acordo comercial com Trump, “arrebenta de vez o Eduardo”. O raciocínio é de que o presidente brasileiro soube usar a narrativa da perseguição, reforçar o discurso da soberania nacional e se beneficiar do aumento da tensão política nos Estados Unidos.

Ah, coitado

Eduardo Bolsonaro escolheu justamente esta terça-feira, nada auspiciosa para sua família, para declarar que, se seu pai não puder concorrer às eleições de 2026, ele será o candidato à Presidência da República em nome do clã. “Eu sou, na impossibilidade de Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República; por isso que o sistema corre e se apressa para tentar me condenar em algum colegiado, que seja na Primeira Turma do STF, para tentar me deixar inelegível”, disse ele, dos Estados Unidos. (Metrópoles)

PEC da Blindagem

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) apresentou nesta terça-feira parecer contra a PEC da Blindagem, proposta que condiciona a abertura de processos criminais contra deputados e senadores à autorização do Congresso. No relatório, o parlamentar classificou o texto como inconstitucional e disse que ele abre caminho para a impunidade de políticos eleitos. “A medida que se apresenta como defesa do Parlamento, na verdade mina sua legitimidade, transformando-o em refúgio para criminosos de toda ordem”, escreveu Vieira. A proposta foi aprovada na Câmara e está em análise na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, com votação prevista para hoje. (Estadão)

PEC da Blindagem 2

Senadores da oposição ainda tentam salvar a chamada PEC da Blindagem, que, ao que tudo indica, será enterrada pelo Senado. O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) apresentou uma emenda para alterar o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), já aprovada na Câmara. A sugestão protocolada por Moro prevê que a Câmara dos Deputados e o Senado só precisariam autorizar investigações quando se tratar de crimes contra a honra ou de acusações relacionadas exclusivamente a opiniões, palavras e votos de parlamentares. (Valor)

Guilherme Boulos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nomear o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência, em substituição a Márcio Macêdo (PT). A mudança será oficializada após a viagem de Lula aos Estados Unidos, segundo interlocutores do governo. Lula comunicou a decisão a ministros e dirigentes petistas no fim de semana. Macêdo deve deixar o cargo para disputar uma vaga de deputado federal em 2026, com apoio do PT de Sergipe. (Folha)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Consciência é a consciência da consciência

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Vinício Carrilho Martinez

Ao contrário da “bancária”, a educação problematizadora, respondendo à essência do ser da consciência, que é a sua intencionalidade, nega os comunicados e existencia a comunicação. Identifica-se com o próprio da consciência que é sempre ser consciência de, não apenas quando se intenciona a objetos, mas também quando se volta sobre si mesma […] Cisão em que a consciência é consciência de consciência […] Como situação gnosiológica, em que o objeto cognoscível, em lugar de ser término do ato cognoscente de um sujeito, é o mediatizador de sujeitos cognoscentes, educador, de um lado, educandos de outro, a educação problematizadora coloca, desde logo, a exigência da superação da contradição educador-educandos (Freire, 2022, p. 94 – grifo nosso)[1].

A hominização, o processo de formação da humanidade não é somente uma reunião de conhecimentos, saberes, técnicas, fabricações (apesar de serem essenciais), mas, sim, de uma somatória de tudo isso com a capacidade de pensar isso tudo: gnosiologia, epistemologia. “Quais são as condições em que se dá a construção do conhecimento” – os estágios do conhecimento por meio do próprio processo de construção desse mesmo conhecimento –, e fazendo-se uso do raciocínio lógico-dedutivo. Refere-se mais ao como, porém, a consciência sempre é preditiva dos fins, dos objetivos. Hoje, somos mergulhados e performados pela tecnologia, sem, no entanto, sabermos efetivamente que a técnica é que é embrionária, como origem e essencialidade do Humano, assim como a política.

Desse modo, a consciência, em si, não explica muito. Pode-se ter consciência do crime, do abuso e até de sua apologia. O criminoso contumaz tem consciência de seus atos. Uma vez que está ciente dos seus atos. Por isso é preciso uma “consciência da consciência”, ou seja, ser e estar ciente (pensar, refletir) sobre o que se faz. Todavia, isso também não é suficiente, pois, os psicopatas são conscientes dos seus atos e do engenho necessário para cometê-los: escolhem os meios os com precisão racional. A premeditação desses atos equivaleria a “serem conscientes do que fazem para realizarem suas intenções”. Os nazistas são um exemplo claro. A maioria desses tipos, inclusive, tem consciência da responsabilidade dos seus atos: o crime de pistolagem é um tipo desses, até porque esses indivíduos se orgulham dos feitos e se vangloriam nas confissões. O que nos leva a pensar que a “consciência da consciência, que sabe ser consciente” deve estar depositada no início do processo, no “como” se faz essa construção, e nos fins: nos porquês, nos objetivos. Não seria exatamente uma adequação entre meios e fins e sim uma previsão processual de como chegar a um resultado consensual e satisfatório.

A construção do processo de conhecimento da “consciência que é ciente de sua consciência” deve reunir metodologia (como fazer?), gnosiologia (em que condições se dá a cognição?), epistemologia (conhecimento construído para que?) e, o mais importante, a teleologia: o horizonte do humanismo, da dignidade humana. Daí a dificuldade em se transformar o senso comum em Bom Senso[2].

[1] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.

[2] Fizemos uma ficha de leitura com base nesse texto de Paulo Freire, para uso na graduação, em licenciaturas. O espaço em branco sugere que cada um/a faça sua reflexão (Autoeducação).

Trump anuncia encontro com Lula na semana que vem

Presidente dos EUA elogiou o presidente brasileiro e disse ter conversado com Lula: “química excelente”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surpreendeu ao anunciar nesta terça-feira (23), durante seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que terá um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima semana. O mandatário norte-americano disse ter trocado rápidas palavras com Lula antes de entrar no plenário e relatou que a conversa foi marcada por uma “química excelente”.

“Encontrei o líder do Brasil ao entrar aqui e nós nos abraçamos. As pessoas ficaram surpresas. Conversamos por cerca de 20 segundos e concordamos em nos reunir na próxima semana. Ele parece um homem muito agradável, e eu gosto dele e ele gosta de mim. Foi uma química excelente, um bom sinal”, afirmou Trump, arrancando comentários nos corredores da ONU.

Um raro elogio em meio a críticas

Apesar do tom elogioso, Trump não poupou críticas ao Brasil em outros trechos de seu pronunciamento. Segundo ele, o país “vai mal e continuará indo mal se não trabalhar em conjunto com os Estados Unidos”. O presidente americano mencionou tarifas impostas contra produtos brasileiros, justificando-as como defesa da soberania e da economia norte-americana.

“No passado, o Brasil tarifou nosso país de forma muito injusta. Por isso, temos tarifas de volta. Como presidente, defendo a soberania e os direitos dos cidadãos americanos. Lamento dizer que o Brasil está indo mal e vai continuar indo mal. Eles só irão bem se trabalharem conosco”, declarou.

Autoexaltação e ataques à ONU

O discurso de Trump, que durou mais de 40 minutos — muito acima do limite de 15 minutos estabelecido pela organização —, começou com uma série de autoelogios à sua gestão. O presidente afirmou que os Estados Unidos vivem uma “idade dourada” sob sua liderança, com economia em recuperação e recordes nos mercados financeiros.

Ele também ironizou a própria ONU, reclamando do teleprompter e questionando o papel da instituição. “O que é a ONU? Para o que serve? Só vejo cartas com palavras fortes que não resolvem guerras. São palavras vazias”, disse.

Questões globais: guerras, Palestina e Rússia

Trump se atribuiu o mérito de “ter encerrado sete guerras”, em referência a conflitos na Ásia e no Oriente Médio, e lamentou que a ONU não tivesse cumprido esse papel. Também criticou países que reconheceram recentemente o Estado palestino, alegando que tal decisão significaria “premiar o Hamas” pelos ataques de outubro de 2023.

Sobre a guerra na Ucrânia, acusou países da OTAN de financiarem indiretamente a Rússia ao manterem a importação de energia e commodities russas. “Estão comprando petróleo e gás da Rússia enquanto lutam contra a Rússia. É embaraçoso”, disse, prometendo novas tarifas caso não haja acordo de paz.

Imigração, América Latina e mudança climática

Como em discursos anteriores, Trump concentrou ataques à imigração, afirmando que a Europa está sendo “invadida” por imigrantes ilegais e acusando a ONU de “financiar invasões”. “Seus países estão indo para o inferno”, disparou.

Na América Latina, voltou a prometer medidas contra a Venezuela, dizendo que vai “acabar com as redes de tráfico lideradas por Nicolás Maduro”.

O presidente também atacou frontalmente a agenda climática da ONU, chamando as energias renováveis de “piada” e negando a gravidade da crise climática. “Se não se afastarem da falácia da energia verde, seus países vão falhar. A catástrofe do clima é falsa”, disse.

Expectativa para encontro com Lula

O anúncio do encontro entre Trump e Lula adiciona um novo elemento à relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos, marcada por tensões recentes em torno de tarifas, comércio e soberania. Embora o presidente norte-americano tenha feito críticas duras ao Brasil, o tom conciliador ao mencionar a conversa com Lula sugere uma tentativa de aproximação política.

Diplomatas brasileiros presentes em Nova York avaliam que a reunião poderá abrir espaço para negociações comerciais e, eventualmente, para um redesenho do diálogo entre os dois países. Até o momento, o Palácio do Planalto não confirmou oficialmente a data e o local do encontro.

Com elogios inesperados, críticas contundentes e promessas de ajustes econômicos, Trump conseguiu colocar a relação com o Brasil no centro do debate internacional e aumentou a expectativa sobre os desdobramentos da reunião com Lula na próxima semana.

Do Brasil 247

Na ONU, Lula afirma que Israel comete um genocídio contra o povo palestino

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou, nesta segunda-feira (22), a qualificar a guerra de Israel contra a Palestina como um “genocídio”, desta vez diante de uma série de líderes mundiais, durante uma sessão das Nações Unidas sobre a questão nos territórios ocupados, em Nova York, nos EUA.

Em seu discurso, Lula defendeu a chamada solução de dois Estados e afirmou que o conflito é o maior símbolo dos desafios atuais enfrentados pelo sistema multilateral.

Nesse sentido, Lula defendeu uma ampliação dos poderes da Assembleia Geral das Nações Unidas e criticou o que chamou de “tirania do veto” no Conselho de Segurança.

Lula também reforçou o caráter ilegal da ocupação dos territórios palestinos por Israel, criticou a “limpeza étnica assistida em tempo real” e pediu o “empoderamento” da Autoridade Palestina.

O presidente ainda criticou duramente o movimento palestino Hamas pelos “atos terroristas” cometidos em 7 de outubro de 2023, após os quais Israel lançou uma “injustificável” resposta militar, segundo Lula.

“Não há palavra mais adequada do que genocídio”, disse Lula, ao referir-se às ações de Israel, acrescentando que “tanto Israel quanto Palestina têm o direito de existir”.

Brasil 247

Padaria Iracema é investigada por elo com PCC e multada por 14 infrações trabalhistas

Auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego identificaram violações como jornadas sem descanso, horas extras excessivas e salários diferentes para a mesma função. MPSP aponta que Padaria Iracema faz parte de esquema para lavagem de dinheiro de facção paulista

Ponto conhecido de frequentadores de Santa Cecília e Barra Funda, bairros centrais da capital paulista, a Padaria Iracema causou espanto entre clientes ao ter seu nome mencionado como uma possível lavanderia de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital). O caso veio à tona na Operação Carbono Oculto, deflagrada no final de agosto.

Os problemas associados à padaria, que conta com cerca de 160 funcionários e funciona 24 horas por dia, não param por aí. Entre janeiro e maio deste ano, o estabelecimento foi alvo de uma ampla fiscalização do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

A operação constatou uma gama de irregularidades, como horas extras acima do limite permitido, expedientes aos domingos sem as devidas folgas e pagamento de salários diferentes para pessoas com as mesmas funções. No total, 14 autos de infração foram lavrados pelos auditores fiscais.

A relação com o PCC é apontada pelo MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) no âmbito da Carbono Oculto, realizada em conjunto com autoridades federais. O inquérito revela a infiltração do crime organizado em toda a cadeia de produção e adulteração de combustíveis, além de fraudes fiscais e uso de fintechs e empresas de outros setores, como padarias, para ocultação de patrimônio ilegal.

Oito meses antes, auditores fiscais do Ministério do Trabalho já tinham a impressão de que algo estranho acontecia na Iracema. “O silêncio dos trabalhadores no momento da fiscalização é algo normal, mas nos corredores a gente sentiu um clima um pouco árido, um pouco pesado, um pouco diferente do que a gente encontrava normalmente nas empresas”, disse à Repórter Brasil um dos auditores fiscais.

Padaria tem como sócia moradora de Sergipe que recebe Bolsa Família

No total, a fiscalização gerou 14 autos de infração por violações trabalhistas. Para os auditores, isso demonstra um “diagnóstico de condições graves”.

Os documentos obtidos pela Repórter Brasil são referentes a dois CNPJs vinculados à padaria: Iracema da Angélica Pães e Doces Ltda. e Confeitaria e Rotisseria Iracema Ltda.

Desde 2023, ambas têm como sócia Maria Edenize Gomes, moradora de Santo Amaro de Brotas, em Sergipe. O município tem pouco mais de 11 mil habitantes, segundo o Censo de 2022. A mulher é vizinha de outra pessoa já apontada em operações anteriores como agente de ocultação de bens do PCC. Para os investigadores da Operação Carbono Oculto, Maria é uma possível “laranja”.

Também em 2023, o empresário Tharek Majide Bannout, um dos principais alvos da operação e dono de várias empresas de combustíveis ligadas ao PCC, segundo o MP, abriu um CNPJ no mesmo endereço da padaria, com nome semelhante ao do estabelecimento: Nova Iracema Pães e Doces Ltda.

Apuração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta indícios de Maria Edenize Gomes seria "laranja" para ocultação de propriedade (Imagem: Reprodução)
Apuração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta indícios de Maria Edenize Gomes seria “laranja” para ocultação de propriedade (Imagem: Reprodução)

Em consulta ao Portal da Transparência do governo federal, a Repórter Brasil identificou pelo número do CPF de Maria Edenize Gomes benefícios sociais atrelados ao seu nome, como Bolsa Família (desde 2013), Auxílio Brasil (2021-2023) e Auxílio Emergencial (2020-2021).

Para os investigadores, o perfil de Maria Edenize Gomes é incompatível com o de uma sócia de um empreendimento  com cerca de 160 funcionários. Seu nome aparece também ligado a outras empresas. A reportagem tentou contato com Maria Edenize Gomes, mas até a publicação desta matéria ela não havia sido localizada.

Repórter Brasil apurou com fontes do MTE e do MPSP que o fato de a fiscalização trabalhista e a investigação criminal terem ocorrido no mesmo ano foi uma coincidência.

O nome de Maria Edenize Gomes aparece em cadastro oficial do governo federal de benefícios sociais; perfil destoa de sócia de estabelecimento com mais de uma centena de empregados (Imagem: Reprodução)
O nome de Maria Edenize Gomes aparece em cadastro oficial do governo federal de benefícios sociais; perfil destoa de sócia de estabelecimento com mais de uma centena de empregados (Imagem: Reprodução)

A abertura de vários CNPJs dificulta a fiscalização, tanto para o MPSP quanto para os auditores.  “Ficaria um rastro de débitos trabalhistas, que não poderiam ser cobrados nunca, à medida que eles fossem desativando os CNPJs”, explicou um auditor.

A estimativa é de que a padaria terá de pagar cerca de R$ 200 mil em encargos trabalhistas, somando os débitos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e multas em relação aos dois CNPJs alvo da fiscalização.

Em um dos casos, já houve uma condenação em âmbito administrativo no dia 20 de maio referente a um dos CNPJs, já que a padaria não apresentou defesa. O estabelecimento deixou de entregar documentos pedidos pela Superintendência Regional do Trabalho e não regularizou o pagamento de FGTS e rescisões.

A reportagem verificou que os demais processos administrativos, abertos para cada um dos 14 autos de infração, estão em andamento na Secretaria de Inspeção do Trabalho. A Repórter Brasil procurou a padaria por número de WhatsApp, mas o funcionário que respondeu a mensagem disse não saber quem poderia representá-la.

Em documentos da Junta Comercial do Estado de São Paulo, Maria Edenize Gomes aparece como sócia e administradora da padaria Iracema (Imagem: Reprodução)
Em documentos da Junta Comercial do Estado de São Paulo, Maria Edenize Gomes aparece como sócia e administradora da padaria Iracema (Imagem: Reprodução)

Alta rotatividade de funcionários chamou atenção de auditores fiscais

De acordo com um dos autos, a padaria apresentava grande rotatividade de funcionários. Entre janeiro de 2023 e maio de 2025, ocorreram 292 demissões. A maioria dos dispensados (72%) tinha um ano de empresa e foram desligados sem justa causa. As multas rescisórias, no entanto, não chegaram a ser pagas. Para os auditores, esse é um indício de “assédio estrutural”.

No momento das inspeções, a padaria informava ter de 158 a 161 trabalhadores. Pela análise do sistema de pontos eletrônicos, a fiscalização apontou que funcionários estavam fazendo hora extra acima das duas horas a mais permitidas por lei, sem qualquer justificativa, e sem descanso semanal remunerado. Uma funcionária chegou a trabalhar 12 dias diretos, sem folga.

Os auditores identificaram um homem que trabalhou nove domingos seguidos e uma mulher que atuou por sete sequenciais, entre janeiro e março, o que desrespeita a regra de revezamento de escala quinzenal

No caso de trabalhadoras que eram mães, também foram constatadas irregularidades. Uma funcionária que havia retornado da licença maternidade em dezembro de 2024 não contava com os dois descansos especiais de meia hora durante a jornada para amamentar o filho. O auto de infração informa que não foi constatado local adequado para amamentação nem pagamento de auxílio-creche.

Além disso, os auditores apontam que a padaria não tinha plano de carreira ou de cargos e salários que fosse transparente e com informações objetivas, já que havia diferença de remuneração entre pessoas que atuavam na mesma função. Em entrevistas por meio de formulário eletrônico e anônimo, a maioria dos empregados respondeu que não sabia como funcionava a escalação dos cargos nem os critérios de promoção.

Os autos mostram ainda que não havia comissão interna para prevenir acidentes de trabalhos, nem campanhas para combater o assédio sexual e outras formas de violência.

Apesar dos problemas, a fiscalização não chegou a interditar a padaria. Durante as visitas, não verificou situação de grave e iminente risco aos funcionários.

Repórter Brasil procurou o Ministério Público do Trabalho para saber se alguma ação foi impetrada em relação às infrações, mas não houve retorno.

Também pedimos entrevista ao MPSP, mas a assessoria do órgão disse que os promotores responsáveis pela Operação Carbono Oculto não estão dando entrevistas, já que o processo corre sob segredo de justiça.

Repórter Brasil

NÃO É MENOR: ANDI e organizações parceiras lançam campanha para combater termo que estigmatiza crianças e adolescentes

Brasília, 22 de setembro de 2025 — A ANDI – Comunicação e Direitos, em parceria com o Coletivo Colo, tendo ainda a colaboração de Abej, Abraji, FENAJ, Jeduca e SBPJor, lança a campanha #NãoÉMenor, uma iniciativa nacional para desconstruir o uso inadequado do termo “menor” na mídia, em espaços públicos e no cotidiano ao se referir a crianças e adolescentes. A palavra, além de incorreta, carrega uma herança histórica de estigmatização e criminalização da infância e juventude no Brasil, que contraria a doutrina da proteção integral consagrada pela Constituição Federal e prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“A linguagem que usamos revela e molda nossa visão sobre infância e adolescência. Abandonar termos que estigmatizam é um gesto simples — mas essencial — para garantir que meninos e meninas sejam reconhecidos e protegidos como sujeitos de direitos”, assinala Miriam Pragita, diretora-executiva da ANDI.

O objetivo da campanha é conscientizar jornalistas, comunicadores, educadores, estudantes e famílias sobre os impactos negativos do termo e estimular a adoção de uma linguagem mais respeitosa com as crianças e adolescentes e alinhada à legislação brasileira.

Uma herança do passado que precisa ser superada

O emprego do termo “menor” traz como resquício o antigo Código de Menores, que institucionalizou respostas punitivas e classificatórias a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. A Constituição Federal de 1988 e a promulgação do ECA, em vigor desde 1990, romperam com essa lógica e instituíram a doutrina da proteção integral, reconhecendo esse grupo como sujeitos de direitos, cidadãos plenos e pessoas em desenvolvimento, com prioridade absoluta de proteção por parte da família, da sociedade e do Estado.

Apesar disso, o uso persistente do termo pela imprensa, no discurso público e na linguagem cotidiana continua a reforçar preconceitos, desumanizando meninos e meninas e alimentando estigmas sociais; naturaliza violações e contribui para a redução de direitos — impactando percepção pública, decisões institucionais e práticas cotidianas.

Linguagem que respeita e inclui, comunicação que transforma

A substituição de “menor” por termos precisos e respeitosos é simples e necessária. A língua portuguesa dispõe de opções que respeitam a individualidade e a dignidade das pessoas com menos de 18 anos e que alinham a comunicação à proteção legal prevista no ECA. Recomenda-se o uso de palavras como criança, adolescente, menino, menina, jovem, estudante, conforme o contexto.

A escolha da palavra certa impacta percepções e resulta diretamente na forma como políticas públicas, coberturas jornalísticas e relações sociais tratam as realidades de crianças e adolescentes. Uma linguagem cuidadosa contribui para a autoestima, a visibilidade e a efetivação dos direitos de meninos e meninas.

“Convocamos a imprensa, educadores e toda a sociedade a adotar práticas comunicacionais que respeitem a dignidade das crianças e dos adolescentes. Revisar títulos e optar por termos corretos é uma contribuição concreta para a garantia de direitos”, afirma Ana Potyara, diretora administrativa-financeira da ANDI.

Convite à adesão

A ANDI e as entidades parceiras Abej, Abraji, Coletivo Colo, FENAJ, Jeduca e SBPJor convidam profissionais da imprensa, comunicadores, estudantes de comunicação e direito, educadores, formadores de opinião, famílias e toda a sociedade civil a aderir à campanha #NãoÉMenor.

Ao adotar termos corretos, difundir a mensagem e abrir espaços de debate — além de ações práticas como compartilhar conteúdos, aplicar o selo oficial e produzir materiais de divulgação — cada pessoa e instituição contribui para transformar práticas jornalísticas, comunicacionais e sociais que ainda reproduzem estigmas.

Sua participação é essencial para que essa mudança de linguagem reverbere em políticas públicas, nas rotinas das redações e práticas jornalísticas e nos demais ambientes comunicacionais, fortalecendo o respeito e a proteção às crianças e aos adolescentes.

Palavras importam. Respeito também. Vamos juntos mudar essa história!

Para conhecer mais sobre a campanha e acessar os materiais, visite: http://bit.ly/NÃOÉMENOR

A campanha é uma iniciativa da ANDI, em parceria com o Coletivo de Jornalismo Infantojuvenil (Colo), e apoio estratégico da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), da Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) e da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor).

Sobre a ANDI
A ANDI é uma organização da sociedade civil com mais de 30 anos de atuação em defesa dos direitos da infância e da adolescência, com foco em comunicação, mídia e políticas públicas. Dedicada à promoção de uma comunicação responsável sobre crianças e adolescentes, articula jornalistas, pesquisadores, organizações e poderes públicos para promover coberturas e práticas mais éticas, inclusivas e alinhadas aos direitos humanos.

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Motta admite desgaste político

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrentou no domingo (21) manifestações massivas, as maiores em mais de uma década, contra a direita e o centrão em diversas capitais do país. Segundo a coluna da jornalista Daniela Lima, do UOL, apesar da pressão popular, aliados afirmam que Motta tentou transmitir tranquilidade. Segundo interlocutores, ele já havia admitido que pagaria um “preço público” pelas decisões tomadas na Casa.

Desgaste calculado em prol da base interna

Na reunião de líderes que definiu a votação da PEC da Blindagem e da urgência do projeto de anistia, Motta deixou claro que sabia das críticas. “É o que a maioria quer? Eu pago o preço, mas preciso que depois a Casa ande, que funcione, que tenha uma pauta que fale pra fora”, relatou um auxiliar.

João Pessoa pede não-reeleição de Motta

Na capital paraibana, João Pessoa, onde está a principal base eleitoral do parlamentar, os manifestantes foram diretos: pediram sua não-reeleição. Para um amigo próximo, a reação já reflete o clima de pré-campanha. “É preciso entender que entramos numa dinâmica já de pré-eleição, né?”, disse. O aliado ainda destacou que Motta constrói seu projeto político na Paraíba em aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Do Brasil 247)

A força das manifestações

As gigantescas manifestações realizadas neste domingo (21) em diversas cidades brasileiras marcaram, segundo o presidente nacional do PT, Edinho Silva, uma “data histórica” para a luta social no país. Em declaração, Edinho afirmou que a mobilização popular deu visibilidade à indignação do povo brasileiro e deixou claro que a política precisa se reconectar com as demandas reais da sociedade. “O Congresso Nacional tem que pautar: a isenção do imposto de renda para os trabalhadores assalariados, a redução da jornada de trabalho, a segurança pública, debater medidas para o fim das filas na saúde pública, a universalização da educação integral e a tarifa zero para o transporte público”, disse.

A força das manifestações 2

Pode ser uma imagem de 5 pessoas, clarinete, violão, trompete e multidãoCom apoio de artistas, a esquerda mobilizou milhares de pessoas em atos em São Paulo e no Rio de Janeiro contra a anistia e a PEC da Blindagem, neste domingo (21). As manifestações foram impulsionadas pela presença de artistas, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan e Gilberto Gil, no Rio de Janeiro, e Daniela Mercury e Wagner Moura, em Salvador.

A força das manifestações 3

No trio na orla da Praia de Copacabana, Chico e Gil cantaram juntos a música “Cálice”, lançada em 1978 e que se tornou um hino da oposição à então vigente ditadura militar. Na Bahia, Daniela Mercury disse que a anistia a condenados pelo 8 de Janeiro e casos correlatos e a PEC da Blindagem geram “constrangimento e indignação”, enquanto Wagner Moura foi aplaudido em meio a um coro de “sem anistia” após dizer que a “extrema direita não se cria” no estado. Os atos deste domingo também tiveram destaques para pautas de interesse do governo Lula (PT), como o projeto de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (IRPF).

Anistia light-Spacca

 

A força das manifestações 4

“Hoje, nas ruas do Brasil, nós estamos decretando que a PEC da Bandidagem está enterrada. Mais do que isso: é uma virada de jogo para a gente impor nossas pautas, [como] a isenção do Imposto de Renda, a PEC [pelo fim da escala] 6×1”, afirmou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), em ato em Brasília. “Nós vamos apresentar exigências. Essa mobilização é um recado para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB)”, declarou o também deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), antes de discursar em ato em São Paulo. (Do Brasil 247)

A força das manifestações 5

Uma das imagens mais marcantes do ato na Avenida Paulista foi a abertura de uma imensa bandeira do Brasil pela multidão, em contraponto à bandeira dos Estados Unidos estendida pelos bolsonarista no mesmo local há duas semana. (Poder360)

Votação da PEC da Bandidagem

Em meio aos protestos, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou à GloboNews que pretende pautar a votação da PEC na próxima reunião do colegiado, prevista para quarta-feira. “[Vou pautar] para sepultar de vez esse assunto no Senado”, disse. O relator da proposta, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já disse que seu parecer será pela rejeição da PEC que busca proteger parlamentares contra a abertura de processos penais no Supremo Tribunal Federal (STF). (g1)

Votação da PEC da Bandidagem 2

Reforçando a previsão de Alencar, um levantamento do Globo indica que a PEC não deve passar nem mesmo da CCJ. Dos 27 integrantes do colegiado, 17 responderam que votarão contra, ante três a favor. Outros sete não quiseram antecipar a posição. Ainda que a proposta chegasse ao plenário, o levantamento aponta que seria derrubada, já que 46 dos 81 senadores se declaram contrários à medida. Seis afirmam ser favoráveis, outros seis disseram ainda não saber como votarão e os demais não responderam. (Globo)

Engajamento

Nas redes sociais e aplicativos de mensagens, as manifestações da esquerda ultrapassaram o engajamento dos atos de 7 de setembro convocados pelo bolsonarismo. Segundo monitoramento em tempo real realizado pela Palver, a cada 100 mil mensagens trocadas, cerca de 865 faziam referência ao protesto do dia 21, contra 724 durante as mobilizações da direita duas semanas antes. O levantamento mostrou ainda que figuras do governo não tiveram protagonismo entre as mensagens trocadas. (Folha)

Aliados de Jair Bolsonaro se assustaram

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "ንዮሔበአቲቲትች AMTONIDACAVERNA DACAVERNA Bela Megale @fonahang(feat. Exclusivo para assinantes Tamanho de manifestações contra PEC da Blindagem e anistia assusta bolsonaristas Por Bela Megale 21/09/2025 18h03 Atualizado agora"“A ordem é minimizar, mas, em reservado, aliados de Jair Bolsonaro — de dentro e de fora do Congresso — afirmam que se assustaram com o tamanho das manifestações deste domingo”. (Bela Megale-Globo)

Aliados de Jair Bolsonaro se assustaram 2

“A ideia de atrelar a tramitação da anistia à blindagem foi, nas palavras de um aliado de Bolsonaro, um tiro no pé, pois deixou de herança o desgaste de tentar aprovar duas medidas amplamente impopulares, além do carimbo de que a direita patrocinou o movimento de blindagem a parlamentares.” (Andréia Sadi-g1)

                             

Lula in Nova York

O presidente Lula desembarcou neste domingo em Nova York, onde vai discursar na abertura do debate de líderes da Assembleia Geral ONU, na terça-feira. Esta é a primeira viagem de Lula aos EUA desde que o presidente americano, Donald Trump, impôs uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros no país. No discurso, Lula deve abordar temas como soberania, democracia, multilateralismo, mudanças climáticas e a guerra em Gaza. (g1)

Estado palestino

A situação de Gaza, aliás, deve ser um dos pontos centrais do encontro. Neste domingo, véspera da reunião anual, Grã-Bretanha, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o estado palestino, aumentando a pressão sobre Israel para aliviar a crise humanitária na região e colocando três grandes aliados americanos em desacordo com o governo Trump. Mais tarde, Portugal também confirmou seu reconhecimento da Palestina. A França, que também já anunciou a intenção, prometeu votar pelo reconhecimento na ONU esta semana, juntando-se a cerca de 150 membros do órgão que já fizeram o mesmo. (New York Times)

Charlie Kirk

Seguidores de Charlie Kirk e líderes conservadores lotaram o State Farm, em Glendale, Arizona, para o funeral do influenciador assassinado. Usando gravatas vermelhas, estampas de bandeiras e todo tipo de produtos MAGA, dezenas de milhares de apoiadores formaram fila na entrada antes mesmo do sol nascer. Oradores religiosos e políticos – incluindo o presidente americano Donald Trump e o vice JD Vance – discursaram para a multidão. Celebridades conservadoras também se juntaram à multidão que vibrava e chorava, em um evento que visava celebrar Kirk e insuflar um movimento político em seu nome. (NYT)

Erosão costeira 

Pode ser uma imagem de água e praiaO Brasil perdeu cerca de 15% da faixa de areia em praias nos últimos 30 anos. O principal motivo para a redução é a erosão costeira – um processo natural que tem sido agravado pelas mudanças climáticas provocadas pela ação humana. O excesso de construções nas orlas atrapalha o equilíbrio do mar, que muda a quantidade de bancos de areia que produz, fazendo com que a praia perca sua capacidade de se recuperar. A faixa de areia atua como barreira natural contra o avanço do oceano. Sem ela, aumenta o risco de inundações. Na foto deste articulista, a erosão derruba muro de contenção na praia da Sereia, no litoral norte de Alagoas.  (g1)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Educação Política[1]

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 Vinício Carrilho Martinez (*)

Inicialmente é preciso desatacar que o Bom Senso é acionado pelo adjetivo “bom” e que “tem as qualidades adequadas à sua natureza ou função’: ‘benévolo, bondoso, benigno’ – abonado, abono, bonificação”[2]: ao passo que o senso comum remete a um senso apenas “comum”, trivial.

A consciência primária do senso comum (praticamente limitada à socialização primária: “o que aprendemos em casa, na infância”) nos leva a tomar água quando temos sede, mas a consciência em estágio superior (uma consciência acerca da própria consciência) nos inclina a tomar água mesmo sem sede: no âmago do Bom Senso, o conhecimento adverte que isso evita problemas renais.

Também é possível dizer que, enquanto o senso comum se aplica ao pré-conceito (o “dado-dado”, em sua superfície), aquilo que desconhecemos (o que pesamos que sabemos, antes de sabermos), o que está posto antes (pré) e que antecede ao conhecimento (o conceito em si), o Bom Senso nos exigiria exatamente o contrário, isto é, um aprendizado, uma superação, o aprofundamento (desvelamento das aparências), a busca pela substância (essência ou conceito). Estaríamos passando do juízo de valor (pré-conceito) ao juízo de realidade (conceitual por definição).

A superação de um, em outro, formaria as referências da Massa Crítica, e, se o processo se intensifica, com o amadurecimento, aprofundamento, da análise crítica, seja sobre as relações sociais, seja em virtude da reavaliação, do cenário político, econômico, revendo-se o próprio “fazer-se política”, o indivíduo se transforma em sujeito (da passividade à militância) e, concomitantemente, às mudanças constituídas em sua realidade. É o que se denomina de senso crítico.

Em outra exemplificação, o senso comum nos recomenda não avançar diante do sinal vermelho, seja no trânsito seja numa relação ou no saldo da conta bancária; no entanto, o Bom Senso nos diz para avançarmos um sinal vermelho se estivermos num cruzamento, numa madrugada, em local ermo, e sem nenhum veículo à frente. Como nos ensinou Paulo Freire:

Na verdade, a curiosidade ingênua que, “desarmada”, está associada ao saber do senso comum, é a mesma curiosidade que, criticizando-se, aproxima-se de forma cada vez mais metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica. Muda de qualidade mas não de essência[3].

 

Sem um objetivo crítico (ponto de partida do senso crítico), o objeto criticizavel nunca será cognoscível, posto que não avançaremos na sua análise, no entendimento que nos (e)leve à condição de superação do nível auferido pela Massa Crítica (racionalidade, conhecimento, lógica) – ou seja, sem o conhecimento que, obviamente, já configure a própria implicação do senso comum superado na forma do Bom Senso, não há Massa Crítica.

A passagem do senso comum ao Bom Senso exigira um certo nível de distinção, de verificação da realidade, da essência, uma “superação”, ou, de modo semelhante, podemos dizer que enquanto o “aprender” está para o senso comum (em sua superação), o “apreender[4]” (apropriar-se, tornar orgânico) está para o Bom Senso. Por isso o Bom Senso estaria para a práxis (reflexão/ação), enquanto o senso comum estaria, digamos, para as práticas sociais e seus costumes.

Se há ou deve haver um “saber-fazer” em cada atividade artística, laborativa, prática, política, sob o Bom Senso que se espera de uma consciência que ultrapassou os níveis primários (praticamente reativos), o mesmo “saber-fazer” será condicionado à nossa capacidade de apreensão: tomando tal conhecimento para nós, internalizando-o, será um princípio ativo dali em diante[5].

Esta é a ideia de apreender, ser ou tornar orgânico, no plano individual, ao passo que, para a classe social, exige-se uma consciência amplificada por toda a classe social, como uma forma de sustentar um substrato comum e generalizado. Esta passagem do individual à classe social tanto exemplifica a grandeza da superação exigida, quanto permite que vejamos a Autoeducação Política em andamento.

Se o senso comum nos diz que é preciso lutar sempre por nossos direitos, o Bom Senso nos inclina a lutar pelos direitos sociais, trabalhistas, pelo meio ambiente e assim, de algum modo, nos ligarmos a movimentos sociais que partilham do Princípio Civilizatório. Do mesmo modo, o Bom Senso nos leva a refletir quando devemos avançar, parar e até recuar, no cenário político.

Marx e Engels[6] trariam a superação da consciência de classe em si em razão da necessária e obrigatória “consciência de classe para si”. O Bom Senso nos demonstraria que agir em conjunto nos traria melhor sorte no resultado – e quanto maior o conjunto (do mutirão à multidão) melhor. No senso comum popular equivale a dizer que “andorinha sozinha não faz verão”.

Pensemos agora num aspecto mais prosaico: senso comum é aprender com os próprios erros. Correto? E Bom Senso seria aprender com os erros dos outros, evitando-se que fossem seus, nossos, meus erros.

Se sou criança e coloco o dedo na tomada e tomo choque, o lógico seria aprender com o que fiz de errado e não fazer mais; porém, posso me antecipar e apenas observar outra criança fazer isso e ver que não gostou da experiência: se usasse o Bom Senso (aprender com os erros dos outros) não passaria por tal situação – mesmo que tivesse curiosidade.

Quando adultos, podemos aprender com os outros (apreender uma valiosa lição) e assim nos distanciamos dos erros alheios, que, aliás, podem ocasionar punições mais severas, como na culpa (involuntária, mas predizível) e no dolo (intencional). As penas aqui são diferentes, maiores para o dolo.

O Bom Senso se anteciparia ou diminuiria o impacto da autocrítica, pois que evitaríamos alguns erros. Afinal, aprender com os erros dos outros tem uma forte ligação com a prudência, cautela ou prevenção. O que é uma virtude individual, tanto quanto é política e jurídica – podendo ser institucional.

No âmbito jurídico, por exemplo, há legislações de proteção de dados e de Inteligência Artificial, regulatórias de questões tecnológicas e que não trazem conceitos técnicos específicos, uma vez que a tecnologia avança muito rápido. Procura-se atentar mais especificamente aos Princípios Jurídicos, pensando na prevenção (proteção dos dados, meio ambiente) antes que o ilícito se instale.

Se fosse possível antecipar uma breve conclusão, diria que o senso comum está para a “consciência de classe em si”, enquanto o Bom Senso está para a “consciência de classe para si”.

A consciência de classe limitada, inicial, forjada pela experimentação empírica, prefigurada pela experiência local de um determinado “chão de fábrica” (pouco mais do que prescritiva), transforma-se em consciência de classe ampliada, orgânica, comunicando-se amplamente com outras “consciências de classe de um chão de fábrica específico”. É esta passagem que nos leva, enquanto classe social, a rejeitar as formas de sujeição, objetificação (coisificação) e, portanto, permite-nos negar, combater, anular (proscrever, banir) a opressão: também por isso seria uma “proscrição da prescrição”[7].

É como se disséssemos que a consciência de classe se amplia, metamorfoseia-se em sua substância política, reflexiva, propositiva, indo ao encontro do humano genérico. A quantidade crescente de chãos de fábrica, mas ainda isolados, muda de substância e se sintetiza em outra qualidade política, organizacional.

Historicamente, ao menos até o século XX, da consciência de classe limítrofe se encaminhou politicamente a uma consciência de classe ampliada (se comparada ao século XIX). No século XXI (precarização total, uberização) houve uma redução nessa amplitude, no âmbito da identificação política de classe e, portanto, uma retração na expansão da consciência de classe dos subalternos: suportando-se níveis semelhantes ao escravismo, além da coabitação com o proselitismo da expressão “trabalho análogo à escravidão”. Quem sente a pauperização ou a escravização não a sente pela metade – ou metaforicamente –, mas sim em sua plenitude.

Esta análise acerca da “consciência de classe para si” expressaria uma abordagem do tema sob a ação do senso crítico: ainda que limitada pelo objetivo desse texto, é uma análise muito superior à consciência primária, rarefeita na socialização primária e também é superior à consciência de classe em si.

Podemos avançar com uma síntese que traria o senso comum limitado aos afazeres, à sobrevivência[8]. Sob a ação do senso crítico, o saber-fazer não mais estaria distante do “fazer-se política” e esta combinação entre conhecimento, investigação, reflexão/ação (práxis) transformaria não só o indivíduo (a “mônada isolada”, uberizada) como (ainda mais) a realidade opressiva que assim o conforma. Se este fluxo de aprofundamento do conhecimento e da ação se evidencia, mesmo em tempos mais acirrados no embate político, ideológico, em que prosperam as distopias, é possível verificarmos a transformação da massa bruta em Massa Crítica.

Nós nos politizamos à medida em que agimos politicamente nos vários sentidos e segmentos que formam nossas vidas. O “fazer-se política”, no bojo do senso crítico, exige o amadurecimento intelectual, a fim de que a análise política não seja desvirtuada, mutilada pelo fundamentalismo, sectarismo, ou limitada ao “agir por agir”. Neste último caso, as consequências são ainda mais graves, pois, um dos motes do Fascismo é exatamente esse: “a ação pela ação”.

Em outras palavras, a práxis que serve à emancipação é acondicionada por dupla força: reflexão (investigação, estudo, aprendizagem conceitual) e ação (radical, revolucionária das piores raízes sociais que prescrevem a sujeição). Somente a práxis (reflexão/ação) pode proscrever a prescrição.

Portanto, senso comum é aprender com nossos próprios erros, nos tornando mais preparados para o que possa advir de nossa caminhada. E Bom Senso é aprender com os erros dos outros, para não se passar pelos mesmos problemas, dissabores (apreender). Cada um a seu modo, o senso comum sendo restrito e imediatista, os dois sentidos nos trazem sabedoria e conhecimento.

Em muitas circunstâncias, o senso comum nos recomenda a “deixar como está, para ver como é que fica”; entretanto, como diz o ditado popular (Bom Senso), do interior do Piauí, “a desgraça do pau verde é ter o seco encostado. Vem o fogo, dá no seco e deixa o verde sapecado”. É a sabedoria popular alertando para os cuidados em termos companhias inadequadas.

Uma das definições mais aceitas sobre o que é política – quais seus elementos de constituição, seus meios e fins – nos remete à ideia de decisão. Desse modo, faz política quem decide.

Sem emancipação e autonomia (bem como a fruição da liberdade) é fácil admitir que não se decide sobre nada – apenas segue-se um protocolo ou ordens alheias, ditas superiores, seguindo-se a heteronomia.

Ora, a obediência à hierarquia e a imposição por meio da heteronomia anulam ou retraem, precisamente, a autonomia – porque não se age em virtude das próprias regras ou se está sob regras nas quais não se teve grande “envolvimento e participação política” nos momentos de seu feitio e realização.

Neste sentido ainda deveríamos acrescentar a consciência política, dos próprios atos e acerca do objeto a ser deliberado, da configuração de forças políticas que gerem o coletivo em que se vota ou delibera, e, é claro, das finalidades políticas propostas: os objetivos que se encontram no interior do objeto de deliberação política.

Do ponto de vista da principiologia política, acenam – neste amplo cenário – os princípios da racionalidade, da proporcionalidade, da razoabilidade. E o consequencialismo, isto é, as consequências políticas, individuais e coletivas, vindouras de tais decisões, advém do próprio exercício da autonomia naquele momento.

Afinal, só age com autonomia (que não seja limitada ao exercício do “direito de propriedade”, da liberdade sem limitações) quem não se opõe à emancipação (livre da subjugação, do fanatismo, do irracionalismo, do negacionismo).

E, ainda neste segmento, comporta dizer que essa racionalidade política se aplica de modo prático à avaliação dos próprios atos e dos movimentos políticos (partidos políticos, agremiações, associações, organismos coletivos) em que se esteja envolvido (daí a obrigação do “envolvimento político”). Tais escolhas políticas nos conduziriam ao Bom Senso, à avaliação política razoável (racionalidade política) sobre a realidade política e a aplicação prática dessa mesma racionalidade empregada (razoabilidade, proporcionalidade). Este entendimento político pode corresponder à responsabilidade política (a partir das consequências políticas predizíveis).

O “envolvimento político” é condizente com a ideia de participação política. Envolver-se para participar: há uma pequena/grande diferença neste caso, uma vez que alguns indivíduos participam desde o início com experiência política e consciência, mesmo (ou sobretudo) em situações políticas novas, e outros se apresentam em estágio inicial de sua aprendizagem política.

Essas considerações permitem visualizar a “maturidade política” existente (ou não). Tanto quanto a restrição ou a ampliação da análise racional acerca da política, do seu funcionamento mais específico, de uma Sociologia Política, a capacidade de elaborar ou de apreender significados políticos, tudo isso nos remete à consciência política – enquanto reflexão política e práxis (transformação política). Por isso, alguns/algumas têm mais clareza política (outro elemento da lógica política) e outros/outras seguem atuantes a ideologias, aparências, visões deturpadas da seara política em que estejam envolvido/as.

Neste momento em que já chegamos, ainda que muitas referências sejam ausentes ou estejam apenas mencionadas, temos como tratar da “participação política”. É claro que fascistas, nazistas, racistas também participam e ativamente da política. No entanto, não é disso que tratamos aqui, uma vez que a racionalidade constante no Bom Senso (de quem assim age e decide de forma emancipada) tem por pressuposto e consequência a emancipação política e a dignidade humana. Esta é a única ação política validável: confluente à condição humana, ao “fazer-se política” em virtude da emancipação, e este é o ponto central, posto que a emancipação é superposta e muito superior à autonomia (que pode ser do tipo pós-moderno: fragmentação política, desconexão política).

Dito de outro modo, podemos advertir que se há, portanto, fruição da emancipação, então, está em vigor a dignidade humana: libertária, autonomista, emancipatória. Por isso, a guia da participação e da ação política é a dignidade humana. Pois, a dignidade humana condiciona, porquanto seja o pressuposto da condição humana, a própria emancipação. A dignidade humana é o fim, a emancipação é o meio. Este é o prisma da Educação para além da exceção.

A participação política que tratamos aqui, já subentendida claramente, visa a emancipação e tem por fundamento a condição humana, o respeito integral aos Direitos Humanos, aos direitos fundamentais, à Constituição Federal de 1988, ao Estado Democrático de Direito (República, federação e democracia). Fora desse escopo, como dito, não se reconhece a emancipação e somente se visualiza uma “participação política” distorcida, corrompida, dissociada da socialização, interação social.

O que tratamos, inclusive como Princípio da Participação Política, tem fundamentos políticos e pressupostos humanistas bem diferentes. É claro que não cabe idealismo, ingenuidade, proselitismo de militância adstrita à conquista de simpatia ou de poder político.

Trata-se, como restou claro desde o início, que a emancipação é o chão firme (mesmo que também seja uma bússola política, moral), por onde se enfileira a autonomia (ação e decisão) e sob as condições políticas em que a dignidade humana é uma busca racional. Ou é assim, em que pese a realidade política seja catastrófica, ou há sucumbência (destruição política) mediante a negação da própria Política (Polis).

Agora seguindo maiúscula, a Política se impõe, porque, no espaço público em que estamos e nos constituímos, realisticamente, nossas ações, reflexões políticas e decisões políticas não podem negar os direitos de participação política de quem mais queira intervir se e quando apresentarem-se dentro do mesmo prisma da dignidade humana. As posições políticas, as visões de mundo, as seleções políticas e as escolhas impostas podem e devem variar (pluralismo político), porém, nunca será móvel a certeza do caminho e do objetivo final: a emancipação política e a negação da exceção embrutecedora.

Assim, por fim, podemos/devemos pensar que em todo lugar, todos os dias, a qualquer hora – individualmente ou coletivamente –, nós temos a obrigação política e moral (bússola moral constitutiva da dignidade humana) de aplicarmos os princípios da realidade política, do envolvimento político e da participação política consequente, racional, sobre os fins e meios que sejam de inteiro valor humano.

Isto é realismo político, não é fantasia, é a racionalidade política alinhada com a Utopia – o desejo de construção de novos patamares das atividades e das relações políticas. É uma tática política, que também implica em avaliar e retroceder, para melhor avançar – ou primeiro recuperar, garantir ou consolidar, para, em seguida, novamente, requerer, fazer-se a luta política, expandir e aprofundar.

No cálculo político – selecionar, escolher, aplicar os meios aos fins –, a estratégia política deve equacionar a racionalidade aplicada à adequação política de meios (validáveis pela Ética, sendo justos) e fins: universais, justificados no universo da dignidade humana. O que é tolerável, o fanatismo religioso ou a promoção de formas de sociabilidade política livres, justas, igualitárias?

A convivialidade política, ainda mais quando envolta na sobrevivência política coletiva, da democracia, tem uma única opção: escolher de forma inquestionável a tolerância política que exclua todas as formas de intolerância política, fanatismo, obscurantismo (aplicando-se o sistema do banótico: banimento). Isso nos leva ao início: racionalidade, razoabilidade, proporcionalidade, em que se tem como objetivo claro a dignidade humana. E também à ideia de que, em face da prevalência da dignidade humana, o banimento político não só é viável, como é uma imposição lógica.

Se o senso comum acerta ao dizer que “a cada escolha há uma renúncia”, é preciso ter a clareza meridiana do Bom Senso, no sentido de que escolhas pelo viés do fanatismo, obscurantismo, negacionismo, Fascismo, impõem a renúncia da humanidade e da própria racionalidade. E a esses e a essas nós demos impor a exclusão política (a suspensão dos direitos políticos é um exemplo da constitucionalidade política emancipatória).

[1] Esse texto reúne os apêndices E e F, da tese de titularidade defendida na UFSCar, em 30/07/2025, com o amplo tema da Educação para além da exceção.

[2] CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa. 4. ed. Rio de Janeiro, Lexikon, 2010.

[3] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021.

[4] “Trazer para si”.

[5] FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler – em três artigos que se completam. São Paulo: Editora Autores Associados, 1986.

[6] MARX, Karl. Manuscritos económico-filosóficos. Lisboa: Edições 70, 1989.

[7] Tornando-se proscritas (banidas) as prescrições (determinações) das formas opressivas de nossas vidas.

[8] O senso comum está para a consciência primária, assim como o Bom Senso está para a “consciência da consciência” e, por sua vez, o senso crítico nos explicaria que a “consciência é a consciência da consciência”.

(*) Vinício Carrilho Martinez

Protestos contra PEC da Blindagem tomam ruas neste domingo

Mobilizações organizadas por frentes de esquerda devem reunir milhares em 33 cidades neste domingo (21).

Movimentos sociais de esquerda convocaram manifestações em todo o país para este domingo (21), em reação à aprovação da chamada PEC da Blindagem e à tramitação em regime de urgência do projeto da anistia no Congresso Nacional.

Os atos, organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao Psol e ao PT, devem ocorrer em pelo menos 33 cidades, incluindo 22 capitais. Entre os grupos envolvidos estão o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

 

A convocação acontece em meio a uma forte reação popular contra deputados que votaram a favor da PEC, medida criticada por muitos como um enfraquecimento da transparência. Internautas têm cobrado representantes e condenam a proposta como contrária ao interesse do povo.

Os parlamentares que apoiaram a medida alegam que a decisão fez parte de um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), numa tentativa de barrar o avanço do projeto de anistia. No entanto, no dia seguinte, a urgência para a votação da proposta foi aprovada.

As mobilizações também contarão com apresentações artísticas. No Rio de Janeiro, a manifestação será na praia de Copacabana, a partir das 14h, e contará com um show gratuito de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Também sobem ao palco Djavan, Marina Sena, Maria Gadú e o grupo Os Garotin.

As mobilizações ocorrem em resposta à proposta que dificulta o avanço de processos criminais contra deputados e senadores, e prevê votações secretas sobre autorizações da Justiça.

Além do Rio, atos estão programados em outras capitais do país. Em Salvador, Daniela Mercury se apresenta durante a manifestação, enquanto Simone é a atração confirmada em Maceió. Em São Paulo, a concentração ocorrerá no MASP, na avenida Paulista, no mesmo horário.

Veja onde acontecem as manifestações:

Norte

 

  • Manaus (AM): Av. Getúlio Vargas, às 8h
  • Macapá (AP): Teatro das Bacabeiras, às 16h
  • Belém (PA): Praça da República, às 9h
  • Porto Velho (RO): Complexo Madeira Mamoré, às 16h

Nordeste

 

  • Maceió (AL): Sete Coqueiros, na praia do Pajuçara, às 9h
  • Salvador (BA): Morro do Cristo, às 9h
  • Fortaleza (CE): Estátua de Iracema Guardiã, às 15h30
  • João Pessoa (PB): Busto do Tamandaré, às 9h
  • Recife (PE): Rua da Aurora, às 14h
  • Natal (RN): Ferreira Costa, às 9h
  • Aracaju (SE): Praia da Cinelândia, às 16h

Centro-Oeste

 

  • Brasília (DF): Museu Nacional, às 9h
  • Goiânia (GO): Praça Universitária, às 16h
  • Campo Grande (MS): 14 de Julho com Afonso Pena, às 8h
  • Cuiabá (MT): Praça Alencastro, às 14h

Sudeste

  • Vitória (ES): Assembleia Legislativa, às 15h
  • Belo Horizonte (MG): Praça Raul Soares, às 9h
  • Alfenas (MG): Praça do Coliseu, às 10h
  • Juiz de Fora (MG): Praça da Estação, às 10h
  • Serra do Cipó (MG): Praça Santana do Riacho, às 10h
  • Uberaba (MG): Feira da Abadia, às 10h30
  • Uberlândia (MG): Feira Livre do Bairro Luizote, às 9h
  • Rio de Janeiro (RJ): Posto 5 de Copacabana, às 14h
  • São Paulo (SP): MASP, às 14h
  • Bauru (SP): Vitória Régia, às 16h
  • Ribeirão Preto (SP): Praça Spadoni, às 15h30
  • Santos (SP): Praça da Cidadania, às 16h

Sul

  • Curitiba (PR): Boca Maldita, às 14h
  • Porto Alegre (RS): Redenção, às 14h
  • Florianópolis (SC): Ponte Hercílio Luz, às 13h
  • Itajaí (SC): Praça do Centro de Eventos, às 14h
  • Jaraguá do Sul (SC): Praça da Meia Luz, às 14h
  • Joinville (SC): Praça da Bandeira, às 14h

Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque irão se apresentar em ato no Rio de Janeiro contra a PEC da Bandidagem

Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque irão se apresentar em ato no Rio de Janeiro contra a PEC da Bandidagem

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Neste domingo (21), a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, será palco de um ato histórico que reúne alguns dos maiores nomes da música popular brasileira.
Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e outros artistas se apresentam juntos em protesto contra a PEC da Blindagem, apelidada de “PEC da Bandidagem”, e contra o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O evento começa às 14h, no Posto 5, e contará com apresentações musicais em um trio elétrico.
Pode ser uma imagem de ‎3 pessoas, instrumento musical e ‎texto que diz "‎RIO DE JANEIRO NAS RUAS גגם MUSICAL CONFIRMADO حيدسيد SEM ANISTIA I/|/ PEC DA BANDIDAGEM NÃO CONFIRMADO CHICO BUARQUE CONFIRMADO ETAN VELOSO CONFIRMADO GILBERTO GIL‎"‎‎A PEC da Blindagem, já aprovada na Câmara, dificulta a abertura de processos criminais contra parlamentares e traz de volta o voto secreto em casos de autorização para julgamento. A medida representa um retrocesso e enfraquece a responsabilização política.
Já o projeto de anistia busca perdoar os envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, um grave risco para a democracia.
O protesto no Rio faz parte de uma onda nacional, com atos programados em diversas capitais, como São Paulo, Brasília, Recife, Belo Horizonte, Rio Grande do Norte, Porto Velho e Manaus, ampliando o alcance da manifestação.
Com a união de quatro lendas da música brasileira, o ato-show em Copacabana promete marcar a história como um grito coletivo em defesa da democracia e contra a impunidade.
Porto Velho
Em sintonia com as mobilizações nacionais, o PT de Porto Velho convoca a militância, os movimentos sociais e toda a população a participar do ato público “Povo nas Ruas contra a Anistia!”, que será realizado no domingo, dia 21/09, às 16h, na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "MANIFESTAÇÃO CONTRA A PEC DA BLINDAGEM E SEM ANISTIA PARA GOLPISTAS 16h 21/09 COMPLEXO MADEIRA MAMORÉ PT Com ComoPT,PortoVelho o PT, Porto Velho volta α sorrir. Siga: @ptpvhoficial"

Quatro ministros votam para que só STF autorize buscas no Congresso

Moraes, Gilmar e Dino acompanham Zanin; medida se estende a apartamentos funcionais.

“Ainda que a investigação não tenha como alvo direto o parlamentar, a apreensão de documentos, ou aparelhos eletrônicos dentro do Congresso, ou em imóvel funcional de parlamentar repercute, mesmo que indiretamente, sobre o desempenho da atividade parlamentar”, afirma Zanin no relatório.

Para o ministro, embora as competências do STF não se estendam aos servidores do Congresso, trata-se do “local de trabalho ou de moradia de autoridades detentoras de foro especial”. O voto, segundo ele, delibera para “proteger não a pessoa em si, mas a função pública que ela exerce”.

Moraes concordou: “Com isso não se pretende o estabelecimento de prerrogativa de foro em favor de locais ou bens determinados, mas tão-somente o absoluto respeito ao princípio do juíz natural e ao devido processo legal”. Gilmar Mendes e Flávio Dino não publicaram seus votos.

Demais ministros podem se manifestar até a próxima sexta-feira (26). O julgamento forma maioria se outros dois magistrados acompanharem Zanin.

Leia a íntegra do voto do relator.

Congresso em Foco

Deputado nega, mas aparece entre apoiadores da PEC da Blindagem

Mauro Benevides (PDT-CE) afirma em vídeo que rejeitou a proposta, mas dados oficiais mostram que ele só se opôs à votação secreta.

Apesar de ter afirmado nas redes sociais que votou contra a PEC 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, o deputado Mauro Benevides (PDT-CE) apoiou a proposta no Plenário. O parlamentar, na verdade, se posicionou contra apenas o dispositivo que previa votação secreta para autorizar a abertura de processos contra deputados e senadores.

“A verdade sobre a PEC da Blindagem é que votei contra. O que existiu, objetivamente, foi que, na primeira versão, havia apenas a garantia de fala na tribuna e a vedação de interferência do Supremo Tribunal Federal nas críticas feitas por parlamentares, além da exclusão de crimes hediondos, inafiançáveis, tirando tudo. (…) Portanto, nós votamos contra. Eu e mais 131 deputados votamos contra, apesar de ela ter sido aprovada com 311 votos”, justificou Benevides em vídeo publicado na quarta-feira (17).

 

 

Apesar da declaração, o nome de Mauro Benevides aparece entre os 344 deputados que, na noite de terça-feira (16), votaram a favor da proposta principal, que condiciona a abertura de ações penais contra parlamentares à autorização das duas Casas do Congresso.

O ponto rejeitado pelo deputado foi a tentativa de incluir, no texto, a exigência de votação secreta para essa autorização. Essa medida acabou derrubada por falta de quórum: recebeu 296 votos, mas eram necessários 308 para sua aprovação.

Registros de votação do deputado Mauro Benevides sobre a PEC da Blindagem.

Registros de votação do deputado Mauro Benevides sobre a PEC da Blindagem.Reprodução/Câmara dos Deputados

Em vídeo, Pedro Campos diz que errou ao apoiar PEC da Blindagem

 

O deputado do PSB afirmou ter tentado barrar pontos abusivos da PEC, mas admitiu fracasso de estratégia do partido.

O deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) se posicionou publicamente sobre a votação da PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na terça-feira (16) em dois turnos, com o apoio de 353 parlamentares, incluindo o dele.

Em pronunciamento divulgado nas redes sociais, o deputado explicou que desde a aprovação vem recebendo inúmeras mensagens de apoiadores questionando seu voto, o que, segundo o deputado motivou a escolha de tornar pública sua justificativa.

 

 

“Nos últimos dias, tenho recebido milhares de mensagens de pessoas questionando minha posição sobre a PEC da Blindagem. Em respeito aos meus eleitores e a todos os brasileiros, especialmente aqueles que acompanham e confiam no nosso trabalho, decidi vir aqui expor, de forma simples e direta, qual é a minha posição”, declarou.

O parlamentar afirmou que a bancada do PSB tentou retirar pontos considerados excessivos do texto, mas a dinâmica da votação acabou alterando a estratégia. “Tentamos retirado da PEC absurdos como a Polícia Federal precisar de autorização para investigar parlamentares ou para realizar busca e apreensão. E, além disso, caminhávamos para derrotar a anistia. A votação da PEC foi iniciada com essa discussão ainda em andamento”, afirmou.

Ele explicou que, como líder da bancada, optou por apoiar o adiamento do debate em busca de tempo para negociação.

“Por isso, como líder da bancada, ouvindo os parlamentares, decidimos votar pelo aviamento da discussão para ganhar tempo. E também, contra o voto secreto, contra o foro privilegiado para presidente nacional e partido. Nos demais pontos, a bancada votou dividido. Eu, junto com a maioria, votamos a favor. Numa tentativa de manter abertas pontes para que fosse derrubada a anistia e para que a pauta do governo, a pauta do povo brasileiro, avançasse aqui nessa Casa”, explicou Campos.

No entanto, o deputado admitiu que a estratégia fracassou: “A PEC passou do jeito que nós não queríamos, inclusive com a manobra para voltar o voto secreto que nós já tínhamos derrubado em votação. Por isso, tenho a humildade em reconhecer que não escolhemos o melhor caminho e saímos derrotados.”

O parlamentar informou ainda que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar o resultado. “Na votação da PEC e na votação da anistia, pela forma como foi conduzida a manobra na PEC e a votação da anistia, eu estou entrando com o mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal para que anule a votação e a manobra que foi feita para a volta do voto secreto.”

Campos também disse compreender as críticas que recebeu de seus eleitores e reafirmou seu compromisso com a transparência: “Quero reforçar que todas as críticas que eu recebi são legítimas. Até porque o meu compromisso é com o povo brasileiro. E é assim que a gente tem conduzido o nosso mandato. Foi assim quando eu votei pela prisão de Chiquinho Brazão, pela continuidade do julgamento de Ramagem e de Bolsonaro e em todas as vezes que as pautas importantes para o povo brasileiro foram votadas aqui no Plenário da Câmara. Nós vamos seguir assim, com humildade, com coragem.”

Congresso em Foco

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

“Projeto de lei da dosimetria”: a anistia que tem os golpistas Temer e Aécio como padrinhos

O nome oficial é Projeto de Lei da Dosimetria, mas ninguém tem o direito de se enganar: trata-se de uma manobra para anistiar Jair Bolsonaro e os demais condenados por atos golpistas. O eufemismo esconde o verdadeiro objetivo — apagar crimes de 8 de janeiro e reabilitar politicamente os responsáveis pela tentativa de golpe. Michel Temer assumiu o papel de fiador dessa articulação. O ex-presidente, conhecido por sua “habilidade” em operar nos bastidores, aconselhou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), a procurar o STF e o governo Lula em busca de um grande acordo nacional. Motta confirmou a conversa e ainda tratou Temer como “um grande conselheiro” e homem “comprometido com a pacificação do Brasil”. (Diario do Centro do Mundo)

Anistia ampla está superada

Os bolsonaristas mais aguerridos já esperavam, mas não esconderam a decepção ao verem o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) ser escolhido como relator do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos golpistas que se seguiram às eleições de 2022. Como previsto pelas alas menos radicais do Centrão, que apoiaram a aprovação do requerimento de urgência, Paulinho descartou uma anistia ampla e irrestrita, como consta no PL original do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), afirmando que a ideia “estava superada”, e disse que só apresentará uma nova proposta quando conseguir consenso no Congresso. Ele também afirmou estar aberto a conversar com o Supremo Tribunal Federal (STF) se houver, em suas palavras, algum atrito no decorrer da elaboração do texto. “Quero fazer um relatório que possa tentar agradar a todos. Como agradar a todos não é simples, vou buscar agradar a maioria e pacificar o país”, disse. O deputado foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por seu bom trânsito entre diferentes correntes no Congresso e, em especial, pela relação pessoal com o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em diferentes momentos, Paulinho rasgou elogios a Moraes, a quem classificou como um “defensor da democracia”. (Globo)

Anistia ampla está superada 2

É exatamente essa relação pessoal entre Paulinho e Moraes que gera desconfiança entre os bolsonaristas. Apesar de ainda não fazerem ataques públicos à escolha, deputados do PL afirmaram que tentarão convencer Paulinho a incluir uma anistia ampla a todos os condenados pelos atos, principalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Nós vamos ver se a Câmara vai decidir votar uma anistia que não é anistia ou se ela realmente quer pacificar o Brasil”, disse o deputado Zé Trovão (PL-SC), afirmando que os bolsonaristas irão lutar pela anistia a Bolsonaro. Líderes do PL têm rejeitado a ideia de apenas reduzir as penas dos condenados. Pelas redes sociais, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o Legislativo não pode reduzir penas de condenados. “A redução de pena é atribuição exclusiva do Poder Judiciário”, publicou. (Folha)

Anistia ampla está superada 3

Paulinho começou articulações abertamente tão logo assumiu a relatoria. Na noite de quinta-feira, ele se reuniu com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) na casa de Temer, e os três conversaram por vídeo com Motta. Após o encontro, o ex-presidente reforçou a mudança de foco para o tamanho das penas e ressaltou o diálogo. “Evidentemente, já conversamos um pouco aqui, é de comum acordo com o STF, com o Executivo, numa espécie de pacto republicano, digamos assim, especialmente com esta denominação de PL da Dosimetria, portanto uma nova dosagem das penas. Acho que pode produzir um resultado muito positivo”, disse Temer. (Poder360)

PEC da Blindagem

Enquanto a Câmara se mobiliza para discutir o projeto de lei sobre a anistia dos envolvidos na trama golpista, no Senado as atenções estão voltadas para a PEC da Blindagem, aprovado com folga em dois turnos esta semana. Ao contrário do que aconteceu na Câmara, que votou a proposta a toque de caixa, no Senado o projeto terá sua tramitação em ritmo normal. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, encaminhou a PEC diretamente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após a Câmara enviar o texto. Alcolumbre tem demonstrado incômodo com o processo acelerado imposto por Hugo Motta. A interlocutores, ele disse que o presidente da Câmara só o procurou três horas após a aprovação do texto e não consultou os senadores a respeito da proposta para lá de polêmica de blindar os parlamentares de investigações criminais. “Motta agiu sozinho”, diz um senador próximo a Alcolumbre. (g1)

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A polêmica sobre a PEC da Blindagem atravessou a Praça dos Três Poderes e chegou ao STF. Após ação protocolada pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), o ministro Dias Toffoli determinou que a Câmara explique os trâmites que levaram à aprovação relâmpago da proposta de emenda à Constituição. Kim Kataguiri solicita ao Supremo a suspensão da tramitação da PEC no Parlamento por meio de liminar. Dias Toffoli deu prazo de 10 dias para manifestação da Câmara e só deve se pronunciar após receber as explicações. (CNN Brasil)

PEC da Blindagem 3

E o presidente Lula criticou abertamente a aprovação da PEC da Blindagem, dizendo que não é “uma coisa séria”. “Nós temos de garantir prerrogativa de vida para o povo”, disse, em discurso em evento do Novo PAC no Palácio do Planalto. Lula teria ficado constrangido com os votos de deputados petistas em favor da PEC. (UOL)

Nobres colegas

Marcelo Martinez

União Brasil

Após ajudar a aplicar duas derrotas acachapantes ao Planalto nesta semana, o União Brasil decidiu antecipar sua saída do governo federal, prevista originalmente para o final do mês. O partido determinou que todos os integrantes com cargos na Esplanada deixem o Executivo em até 24 horas, sob pena de punição. A decisão teria sido motivada por informações de que a Polícia Federal estaria investigando indícios de que o presidente do União, Antonio Rueda, seria dono oculto de jatos executivos usados para transportar empresários ligados ao PCC. Em nota, a executiva do partido afirmou que “causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo federal”. (Metrópoles)

Visto para Alexandre Padilha

Depois de muito suspense, os Estados Unidos finalmente concederam visto de entrada para que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participe de reuniões sobre saúde que acontecem em paralelo à Assembleia Geral da ONU, programada para começar no próximo dia 23. Padilha teve seu visto de turista cancelado pela Casa Branca por conta de seu envolvimento no Programa Mais Médicos, iniciado há mais de uma década. Havia temor de que Washington não concedesse o visto ao ministro, o que contraria os acordos internacionais firmados desde a criação da ONU, em 1947. O visto, no entanto, veio com restrições severas de movimentação. O ministro só poderá se deslocar entre seu hotel e a sede da ONU, e poderá caminhar a uma distância máxima de cinco quarteirões de onde estiver hospedado. (Globo)

Derrubar o tarifaço de 50%

Enquanto isso, nos Estados Unidos, um grupo de senadores Democratas e Republicanos apresentou projeto de lei para derrubar o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump. O projeto será analisado e votado pelo Senado. Os parlamentares afirmam que a decisão de Trump é ilegal e contribui para o aumento da inflação no país. “Uma guerra comercial com o Brasil aumentaria os custos para os americanos, prejudicaria as economias americana e brasileira e aproximaria o Brasil da China”, disseram os senadores em comunicado conjunto. (Estadão)

Pré-hipertensão

Uma nova diretriz elaborada por três sociedades médicas passa a enquadrar como pré-hipertensão a pressão arterial entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9. O documento foi divulgado nesta quinta-feira no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia pelas Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC), Nefrologia (SBN) e Hipertensão (SBH). A reclassificação tem como objetivo reforçar a prevenção antes que a doença se instale no paciente. Os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida e até receitar medicamentos, dependendo do risco. A diretriz acompanha o padrão europeu divulgado em 2024. (CNN Brasil)

O Cidadão Honorário

Versão brasileira, Herbert Richers. Numa distribuição ALE Filmes. Mais uma superprodução do anedotário da política rondoniense. O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Alex Redano ( Republicanos), concedeu no mês passado, o título de Cidadão Honorário para o ilustre e milionário advogado paranaense, Nelson Wilians, fundador e CEO do NWADV, o que é considerado o maior escritório de advocacia da América Latina. Conhecido pelo seu estilo de vida luxuoso e pelo livro “Loucura, Não”, ele se tornou uma figura pública influente, mas também foi alvo de investigações da Polícia Federal e do COAF por movimentar R$ 4,3 bilhões em transações atípicas, supostamente ligadas a fraudes no INSS. 

O Cidadão Honorário 2

De testemunha a suspeito, confira como foi o depoimento de Nelson Wilians na CPMI do INSSUm exemplo de sucesso profissional. Só que não. Sob o fantástico patrimônio avaliado em bilhões, esconde possíveis envolvimentos em desvios de recursos da aposentadoria de velhinhos junto ao INSS. Ontem ele foi ouvido pela CPMI do INSS, mas nada falou. Não respondeu a praticamente nenhuma pergunta, ancorado em habeas corpus dado pelo ministro Nunes Marques, do STF, e na garantia constitucional de não produzir provas contra si mesmo. O silêncio dele aumentou as suspeitas sobre seu envolvimento no escândalo de bilhões.

O Cidadão Honorário 3

Até 2020, conforme apurou a Polícia Federal, o escritório de Willians tinha um contrato com a Geap (plano de saúde especializado em servidores públicos). Até abril daquele ano, houve uma movimentação atípica de R$ 16 milhões, conforme detectou o Coaf. Em seguida, o INSS firmou um acordo com a Ambec, uma das entidades que mais desviou recursos. “Nesse momento, o diretor de Benefícios, que firmou o acordo, era José Carlos Oliveira. E a Ambec tem um salto de 3 para 650 mil associados no intervalo de um ano. E consta que nesse período o escritório de Willians advogava para a Ambec”. Nelson Willians foi apoiador de primeira hora da candidatura de Jair Bolsonaro, em 2018, inclusive assinando manifesto a favor do agora condenado por tentativa de golpe de estado.

Cleitinho X Willians

Nenhuma descrição de foto disponível.O senador Cleitinho (Republicanos-MG), não poupou críticas ao advogado. Mesmo sendo bolsonarista, Cleitinho botou Nelson Wilians contra a parede. Cleitinho fez um apelo pessoal a Wilians para que respondesse diretamente sobre a origem lícita de seu vasto patrimônio, pedindo um “sim ou não” e criticando o STF por não ter permitido a prisão do advogado. Cleitinho exibiu imagens de carros de luxo e a presença de Wilians com o ministro Zanin (STF), sugerindo que Wilians “está fazendo todo mundo aqui [CPMI] de bobo”. O senador Marcos Rogério (PL-RO), que faz parte da CPMI do INSS, nada perguntou.

Rogério Correia X Nelson Wilians

Nenhuma descrição de foto disponível.O senador Rogério Correia (PT-MG), enfatizou que Nelson Wilians tem muitas relações políticas, que poderiam blindá-lo de denúncias. “Deu até um fusca de colecionador ao governador do DF, Ibaneis Rocha. Até Bia Kicis e o senador Izalci, ambos do PL-DF, retiraram o requerimento para ouvir o advogado”, disse Correia.

Chrisostomo X Nelson Wilians

Nenhuma descrição de foto disponível.Até o ultra bolsonarista trumpista deputado coronel Chrisostomo (PL-RO), tirou uma casquinha. “O senhor Nelson Wilians, famoso por expor sua vida de luxo nas redes sociais, amigo e sócio de Maurício Camisotti, suspeitos de realizar entre eles transações no valor R$ 4,3 bilhões, zombou desta CPMI ao vir com deboche! Aposentados foram roubados com este dinheiro!!!!

Perguntinha

Será que algum deputado estadual de Rondônia vai propor a revogação do título de Cidadão Honorário ao advogado Nelson Wilians?

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Indústria alagoana se conecta ao futuro com Jornada Nacional de Inovação em Maceió

A Jornada Nacional de Inovação da Indústria, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), desembarca em Maceió (AL), na próxima terça-feira (23). O evento reunirá lideranças locais para debater a transição ecológica e digital, com foco em soluções regionais capazes de alcançar escala nacional.

O encontro será realizado na Casa da Indústria Napoleão Barbosa, no bairro do Farol. Até março de 2026, a Jornada passará pelas 27 Unidades da Federação e será concluída no 11º Congresso de Inovação da Indústria, em São Paulo.

Para o assessor de Sustentabilidade Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), Júlio Zorzal, o evento é estratégico: “Alagoas será um dos primeiros estados do Nordeste a receber a Jornada Nacional de Inovação da Indústria. A Jornada conecta empresas, startups, universidades, governos e investidores, fortalecendo o ecossistema de inovação de Alagoas e preparando o estado para a economia do futuro”, destaca Zorzal.

Jornada Nacional de Inovação da Indústria: etapa de Maceió

A programação contará com painéis sobre os desafios e oportunidades da indústria alagoana, com a participação de empresas como Nosso Mangue, Cooperativa Pindorama, Veolia/Braskem (na área de transição ecológica) e Hand Talk, Telesil e Solar Coca-Cola (em transformação digital).

Também serão realizados workshops sobre acesso a recursos financeiros para inovação, com orientações sobre editais, linhas de financiamento e estratégias para estruturar projetos em empresas de diferentes portes.

A Jornada Nacional de Inovação está percorrendo o Brasil em busca das melhores práticas em soluções tecnológicas e sustentáveis, que serão apresentadas no Congresso Nacional de Inovação, em março de 2026, em São Paulo. A agenda completa dos eventos pode ser conferida no site oficial.

Fonte: Brasil 61

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Quaest aponta reeleição de Lula no 1º turno

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (18) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com chances de vencer as eleições de 2026 já no primeiro turno, indica o diretor do instituto, Felipe Nunes. O levantamento ouviu 2.004 eleitores em todo o país, tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Segundo Nunes, nas simulações em que a direita lança múltiplos candidatos, Lula atinge entre 40% e 43% das intenções de voto. “Nos cenários em que a direita radical lança Eduardo Bolsonaro ao lado de outro nome da oposição, Lula passa a ter chances de vencer já no 1º turno”, escreveu o cientista político em postagem nas redes sociais.

Quaest aponta reeleição de Lula no 1º turno 2

No primeiro turno, Lula aparece com percentuais entre 32% e 35%. Jair Bolsonaro, inelegível, chega a 24%. Entre os outros nomes mais competitivos estão Michelle Bolsonaro (18%) e Tarcísio de Freitas (17%). Eduardo Bolsonaro, segundo a pesquisa, seria o menos viável do clã, com apenas 14%. (Do Brasil 247)

Rueda rodou

Ora quem diria. Para quem foi criada a PEC da Bandidagem. Para proteger políticos corruptos, incluindo presidentes de partidos como Antônio Rueda, do União Brasil-UPr. Pois ele acaba de rodar. O nome dele teria aparecido nas investigações da Operação Carbono Oculto, que investiga a infiltração da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores financeiro e de combustíveis. Segundo apurou o Metrópoles, a Polícia Federal (PF) investiga a informação de que Rueda seria dono oculto de jatos executivos, que estão formalmente em nome de terceiros e de fundos de investimento.

Rueda rodou 2

As aeronaves são operadas pela empresa Táxi Aéreo Piracicaba (TAP), a mesma que seria usada por dois dos principais investigados na Carbono Oculto: Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, dono da refinaria Copape. A Táxi Aéreo Piracicaba é uma empresa conhecida no mercado da aviação privada e já prestou serviço para vários políticos com mandato.

Rueda rodou 3

O curioso é que desde a posse de Lula em janeiro de 2023, investigações do Ministério Público com a PF liberada, desnudaram centenas de casos de corrupção envolvendo a direita (gente de bem, Deus, Pátria e Família). Inclusive envolvendo o PCC. Por isso os bolsonaristas querem tanto anistia e blindagem de políticos.

Nikolas Ferreira: “Sim, queremos ser blindados”

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e textoNa cara de pau o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), disse que a PEC é uma forma de buscar proteger políticos que, segundo ele, estão sofrendo “perseguição política” e que a oposição vota contra por já estar “protegida”. “Sim. Queremos ser blindados mesmo de um STF que age como agente político contra membros dessa casa, abrindo inquéritos, fazendo busca e apreensão por palavras. Agora, sabe por que eles não querem essa blindagem? Porque eles já são blindados. Eles são blindados, podem xingar os seus opositores de nazistas, de fascistas, podem fazer fake news durante a época das eleições, eles podem fazer rachadinha. É claro que eles não vão defender a PEC da blindagem porque eles já são blindados agora”, disse Nikolas, esquecendo-se que ele tem um primo preso por tráfico e que apoiou a tentativa de golpe de estado.

Carta de advertência

Os dois deputados alagoanos da bancada do MDB, incluindo o líder do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões e Rafael Brito, receberam quarta-feira nesta (17) uma carta de advertência do diretório alagoano da legenda, presidida por Renan CalheirosBulhões e Brito votaram a favor da chamada PEC da blindagem, que torna praticamente impossível investigar e condenar deputados e senadores que cometam algum tipo de crime. A proposta foi aprovada pela Câmara na noite de terça (16) e manhã de quarta (17), pela maioria dos deputados. (Política Alagoana)

Urgência para anistia a golpistas

Um dia depois de aprovar a PEC da Blindagem, a Câmara dos Deputados aplicou mais uma derrota ao governo e aprovou de maneira folgada o requerimento de urgência para o projeto de lei que prevê anistia a todos os envolvidos nos atos golpistas após a eleição de 2022. Na prática, a decisão dos deputados acelera a tramitação do projeto, que não precisará mais passar pelas comissões da Câmara antes de ir ao plenário. O pedido de urgência foi aprovado por 311 votos a 163. Ao anunciar a decisão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que nomeará um relator, responsável por conduzir a discussão e apresentar um texto que conte com o apoio da maioria da Casa. O texto base, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), prevê anistia a todos que tenham participado de manifestações de caráter político ou eleitoral entre 30 de outubro de 2022 e a entrada em vigor da lei, incluindo pessoas que apoiaram os atos por meio de contribuições financeiras, doações, apoio logístico, prestação de serviços ou publicações em redes sociais. A expectativa é de que o texto original seja modificado pelo relator e apresente uma proposta mais próxima de uma redução das penas do que de uma anistia propriamente dita. (UOL)

Urgência para anistia a golpistas 2

Voto a voto. O PL de Bolsonaro entregou 85 votos favoráveis, com todos os seus deputados presentes votando ‘sim’. O apoio foi quase unânime no Republicanos, com 40 dos 41 deputados votando a favor, e no PP, que registrou 43 votos pela urgência e apenas 6 contrários. O PT, partido do presidente Lula, foi contra a proposta, com seus 66 deputados presentes votando contra a urgência. Os deputados do PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e Rede presentes também votaram “não” em totalidade pela urgência. Veja como cada deputado votou na sessão que aprovou a urgência para o projeto de lei da anistia. (g1)

Texto alternativo à anistia ampla

A Folha afirma que partidos do Centrão, sob a liderança de Motta, fecharam um acordo com ministros do STF para votar um texto alternativo à anistia ampla e irrestrita que bolsonaristas querem levar ao plenário. De acordo com a reportagem, o acordo prevê a redução de penas pelos atos golpistas e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpra sua sentença desde o início em regime domiciliar. Em contrapartida, o texto não trará a possibilidade de qualquer perdão aos crimes julgados pelo Supremo. Ministros do STF e líderes do Centrão negam o acordo. (Folha)

Votação secreta

Em outra manobra do Centrão, a Câmara reintroduziu na PEC da Blindagem a votação secreta para autorizar a abertura de investigação contra parlamentares, que havia sido derrubada na madrugada de ontem. A proposta foi aprovada por 314 votos a 168, e partidos de esquerda falam em recorrer ao STF. A PEC seguiu para o Senado, onde enfrenta forte resistência. (UOL)

Lula vetará anistia ampla e irrestrita

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que vetará uma anistia ampla e irrestrita. “Se viesse pra eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria”, disse Lula. Ele criticou a aprovação da PEC da Blindagem, mas buscou se esquivar das alegações de que tenta interferir, ainda que sem sucesso, nas decisões do Parlamento. “O presidente da República não se mete numa coisa do Congresso Nacional. Se os partidos políticos entenderem que é preciso dar anistia e votar a anistia, isso é um problema do Congresso”, disse Lula, para em seguida negar ter comemorado a condenação de Bolsonaro. (BBC Brasil)

                                      Peixe morre pela boca

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e o Salão OvalO ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com lesões de pele com células cancerígenas, de acordo com o médico Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica do Hospital DF Star. Ele havia sido internado na terça-feira com uma crise aguda de soluços e vômitos. As lesões cancerígenas já foram retiradas e estavam localizadas no braço e no tórax do ex-presidente. Bolsonaro não precisará de tratamento complementar, apenas acompanhamento. Num passado não tão distante, Bolsonaro jogou praga para que Dilma morresse de câncer. É a tal Lei do Retorno. Implacável contra o “imorrível”. (UOL)

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Jair Bolsonaro chegou a ficar “quase 10 segundos sem respirar” antes de passar a noite internado em um hospital de Brasília, conforme disse um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi liberado nesta quarta-feira, 17, mas a situação fez internautas relembrarem um dos momentos marcantes na carreira política de Bolsonaro: quando, durante a pandemia de Covid-19, ele imitou pessoas ficando sem ar devido a doença. Alguém com pena desse traste?

Lula venceria o segundo em todos os cenários

Se a eleição presidencial de 2026 fosse hoje, o presidente Lula (PT) chegaria na frente no primeiro turno e venceria o segundo em todos os cenários, segundo pesquisa Genial/Quaest (íntegra) divulgada nesta manhã. No primeiro turno, a menor vantagem de Lula, 32% a 24%, é contra Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. Quando o candidato da direita é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente lidera por 35% a 17%. No segundo turno, a menor vantagem de Lula seria contra Ciro Gomes (PDT), 40% a 33%, com 24% de brancos e nulos. Contra Tarcísio, o presidente venceria por 43% a 35%, com 19% de brancos e nulos. A pesquisa mostra um desgaste dos líderes dos dois campos, com 59% dizendo que Lula não deve se candidatar e 76% avaliando que Bolsonaro deve apoiar logo outro nome. (Meio)

Taxa de juros EUA 

Depois de muita pressão do presidente americano Donald Trump e impactado pelos números cada vez piores na criação de empregos, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, reduziu a taxa de juros básica do país em 0,25 ponto percentual. Agora, a taxa de juros dos EUA está em uma faixa de 4% a 4,25%. Este é o primeiro corte que o Fed realiza desde que Trump tomou posse em janeiro deste ano. Ao longo de seus oito meses de mandato, Donald Trump pressionou de todas as maneiras o banco central para que fizesse um corte nos juros, que, para ele, são injustificáveis. Trump ameaçou diversas vezes demitir o presidente do Fed, Jerome Powell, e chegou a destituir uma das diretoras do banco, que se mantém no cargo por decisão da Justiça. Ao final, o Fed considerou que a desaceleração no mercado de trabalho americano é mais importante para a saúde da economia do que a persistente inflação, que corre o risco de aumentar com o tarifaço global imposto por Trump. Na entrevista coletiva após a decisão, Powell afirmou que o baixo número na criação de novos empregos impactou a decisão dos diretores, que projetam ainda mais duas reduções nos juros até o final deste ano. A decisão desta quarta-feira foi quase unânime. Stephen Miran, o único entre os 12 diretores do Fed indicado por Donald Trump, tentou aplicar um corte de 0,5 ponto, mas foi voto vencido. (CNN)

Taxa de juros Brasil

Por aqui, os diretores do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) optaram por uma decisão mais conservadora e mantiveram a Selic, a taxa básica de juros, em 15%, o patamar mais alto em 19 anos. Cá, como lá, as altas taxas de juros foram motivo de críticas do presidente da República, ao menos quando o presidente do BC não era um aliado político do Planalto. Com a saída de Roberto Campos Neto e a entrada de Gabriel Galípolo, as críticas de Lula arrefeceram, mesmo sem que a taxa sofresse qualquer alteração. A decisão do Copom foi unânime, e a justificativa foi baseada nas instabilidades externas e na taxa de inflação, que segue acima da meta. A expectativa é de que a taxa de juros permaneça no mesmo patamar pelo menos até o início de 2026. (g1)

Florestas plantadas

As florestas plantadas podem ganhar novos usos, além da produção de madeira e celulose. Uma de suas matérias-primas é a celulose microfibrilada, fibras extremamente finas retiradas, principalmente, de eucalipto e pinus, que já são aplicadas como uma alternativa ao plástico. Esse material também tem sido usado na produção de papéis, embalagens, álcool em gel e alguns revestimentos. Diferentemente das florestas nativas ou naturais, as florestas plantadas são áreas cultivadas com foco econômico. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Brasil tem aproximadamente 10,5 milhões de hectares de florestas plantadas. (UOL)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Coluna Zona Franca

Lula lidera todos os cenários para 2026, diz pesquisa Atlas

Disputa com Tarcísio no segundo turno seria a mais desafiadora para o presidente

A pesquisa Latam Pulse Brasil, realizada pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg entre 10 e 14 de setembro, indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de disputa para as eleições de 2026, tanto no primeiro quanto no segundo turno. O levantamento ouviu 7.291 eleitores em todo o país e tem margem de erro de um ponto percentual, com 95% de nível de confiança.

De acordo com os dados, Lula aparece numericamente à frente mesmo em confrontos contra os nomes mais competitivos da direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Michelle Bolsonaro, que surge como alternativa à impossibilidade de Jair Bolsonaro concorrer em razão das condenações no Supremo Tribunal Federal.

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Primeiro turno: Lula lidera

Se as eleições ocorressem hoje e repetissem o quadro de 2022, Lula teria 48,1% das intenções de voto, contra 42,1% de Jair Bolsonaro. Ciro Gomes e Simone Tebet aparecem com 2,7% cada, e os demais candidatos não alcançam 2%.

Em um cenário alternativo contra Tarcísio de Freitas, Lula também mantém a dianteira, com 48,2%, contra 30,4% do governador paulista. Nesse quadro, os demais concorrentes — como Ciro Gomes, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Eduardo Leite — ficam abaixo de 5%.

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A vantagem de Lula é ainda maior quando o adversário direto é Michelle Bolsonaro: o presidente atinge 50,2% das intenções de voto, contra 33% da ex-primeira-dama.

Segundo turno: vantagem consolidada

Nos cenários de segundo turno testados, Lula também lidera com folga. O levantamento mostra o presidente vencendo Tarcísio de Freitas por 50,6% a 45,2%, Michelle Bolsonaro por 51,9% a 44,6% e Jair Bolsonaro por 51,8% a 47,4%.

A diferença aumenta em disputas contra outros nomes da direita: Lula venceria Romeu Zema por 51,1% a 37%, Ronaldo Caiado por 51,7% a 32,6% e Eduardo Leite por 52,6% a 34,8%. Em todas as simulações, o petista mantém uma margem de pelo menos 4 pontos percentuais, consolidando sua posição como favorito para 2026.

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Numa reedição contra Jair Bolsonaro, Lula teria 51,8% contra 44,8%. O petista também venceria Romeu Zema (51,4% a 36,7%), Ronaldo Caiado (51,7% a 34%), Ratinho Júnior (51,6% a 34,9%) e Eduardo Leite (49,9% a 22,5%).

O levantamento ouviu 7.291 brasileiros entre os dias 10 e 14 de setembro, por recrutamento digital aleatório (online). A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Implicações políticas

O resultado reforça a resiliência de Lula no cenário eleitoral, apesar do ambiente político polarizado e da avaliação dividida de seu governo. Segundo o mesmo relatório, a aprovação do presidente segue em 50,8%, contra 48,3% de desaprovação.

Ao mesmo tempo, a pesquisa evidencia a dificuldade da direita em consolidar um nome alternativo. Embora Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro apareçam como opções viáveis, nenhum deles consegue ultrapassar o patamar de 33% no primeiro turno, nem reduzir a desvantagem no segundo.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

PEC da bandidagem

A aprovação da PEC da Blindagem no primeiro turno significa muito mais do que uma mudança regimental. Ela expressa o projeto de transformar o Parlamento em uma casta corporativa acima da lei, onde deputados e presidentes de partidos se protegem em corpo fechado e deixam de responder como cidadãos comuns. O que está em disputa é a essência da democracia: a igualdade de todos perante a lei e o direito da sociedade de fiscalizar seus representantes. Ao escolherem a blindagem, parte dos parlamentares reafirma uma lógica histórica no Brasil — a de elites políticas que se preservam em detrimento do povo. A vitória no primeiro turno revela a força desse interesse corporativo. Mas também deixa claro qual será a linha divisória da história: de um lado, os que querem transformar a política em abrigo de impunidade; de outro, os que resistem para que a democracia não seja sequestrada por uma casta. (Erika Kokay)

A chamada PEC da Blindagem (bandidagem), é uma Proposta de Emenda à Constituição que dificulta a abertura de processos judiciais contra parlamentares. O placar foi de 353 a 134 no primeiro turno e 344 a 133 no segundo. Congressistas continuam a ser julgados exclusivamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e a prisão só poderá ocorrer em flagrante de crimes inafiançáveis, como racismo, tortura, terrorismo ou tráfico de drogas. Nesses casos, os autos devem ser enviados em até 24 horas ao STF e à Casa Legislativa, que decidirá, por maioria absoluta, se mantém a prisão. Se a licença for negada, a detenção fica suspensa enquanto durar o mandato. A justificativa é retomar o modelo adotado pela Constituição de 1988, mas os deputados ampliaram o leque de proteção, incluindo a extensão aos presidentes de partido do foro privilegiado no STF e a votação secreta para autorizar a prisão de parlamentares. Um destaque, aprovado na madrugada, derrubou o voto secreto também para permitir a abertura de processo.  Confira como votou cada deputado nos dois turnos. (Poder360) e (g1)

PEC da bandidagem 4

A PEC da Blindagem, entretanto, pode não ir muito longe. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), garantiu nesta terça-feira que a PEC da blindagem “não passará no Senado de jeito nenhum”. Alencar criticou a proposta e destacou sua impopularidade, ressaltando que a aprovação seria difícil às vésperas de um ano eleitoral. Segundo Míriam Leitão, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) foi na mesma linha. “Não há 49 senadores dispostos a colocar a digital nisso”, disse. Mas as pressões são grandes. Entre os possíveis beneficiados pela PEC estão os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por tentar obstruir o julgamento do pai, e Elmar Nascimento (União-BA), suspeito de desvio de emendas parlamentares. (g1 e Globo)

PEC da bandidagem 5

A nova versão do projeto da PEC da Blindagem cria brechas para ampliar o foro privilegiado de deputados e senadores e introduz proteção também na esfera cível, impedindo juízes de instâncias inferiores de bloquear bens ou salários de congressistas suspeitos de corrupção. Essa é uma blindagem maior do que a vigente até 2001, derrubada pelo Congresso na época devido ao histórico de impunidade de parlamentares envolvidos em irregularidades. (Folha)

PEC da bandidagem 6

Orlando

Sem anistia

Sem conseguir aprovar um projeto de anistia ampla, a oposição busca alternativas para evitar a perda de mandato do deputado Eduardo Bolsonaro, que vive nos Estados Unidos desde março. A mais recente foi sua nomeação como líder da minoria na Câmara. Aliados argumentam que líderes de bancadas podem ter ausências abonadas quando em missão oficial no exterior. A licença de Eduardo expirou em agosto e, desde então, suas faltas vêm sendo contabilizadas. Pelo regimento da Casa, o parlamentar que se ausenta em mais de um terço das sessões pode perder o mandato. (CNN Brasil)

Brasileiros apoiam BRICS

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (17) revela que a maioria dos brasileiros aprova a defesa da aliança comercial do Brasil com os países do BRICS. Segundo os dados, 53% consideram correta a posição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto 29% a desaprovam e 18% não souberam ou preferiram não responder. O levantamento, conduzido pela Quaest e divulgado pelo diretor Felipe Nunes em suas redes sociais, também aponta que 64% apoiam a ênfase do governo na soberania nacional frente aos Estados Unidos.

Bolsonaro internado

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado na tarde desta terça-feira em um hospital de Brasília após crise de soluços, vômitos e queda de pressão. Segundo a defesa, ele precisou de atendimento emergencial. Médicos de São Paulo que o acompanham viajaram à capital para avaliar seu estado de saúde. Bolsonaro passou a noite internado no hospital DF Star e ainda não há previsão de alta. (g1)

Possibilidade de fuga 

Está sim em curso uma operação pra “retirar” Bolsonaro do Brasil. Basta a gente imaginar o que eles devem estar pensando e arquitetando nas reuniões secretas. Uma fuga hospitalar é a cara da mentalidade bolsonarista e trumpista.

Pesquisa Genial/Quaest

O Brasil passou por uma tentativa de golpe de Estado na opinião de 55% dos entrevistados na pesquisa Genial/Quaest divulgada há pouco. Além disso, 54% avaliam que Jair Bolsonaro participou da trama golpista. Segundo o levantamento (íntegra), entretanto, 49% consideraram exagerada a pena de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente, contra 35% que a veem como justa e 12% para as quais foi branda. Já a avaliação do governo Lula ficou estável mês passado: 51% de desaprovação, 46% de aprovação, enquanto 3% que não souberam responder. Outra pesquisa Genial/Quaest (íntegra), divulgada na terça-feira, mostra que a proposta de anistia divide o país: 41% são contra qualquer espécie de perdão aos golpistas, 36% apoiam benefício que inclua Bolsonaro e 10% querem que a medida só atinja os participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023. (Meio)

Israel cometeu genocídio

Uma investigação independente da ONU concluiu que Israel cometeu genocídio contra palestinos em Gaza e que líderes israelenses incitam o crime. O relatório, elaborado pelo Conselho de Direitos Humanos, classificou a conclusão como a “constatação mais contundente já feita pela ONU”. A comissão aponta quatro atos genocidas desde 7 de outubro de 2023: assassinatos de palestinos, imposição de sofrimento físico e mental, criação de condições de vida voltadas à destruição parcial ou total do grupo e medidas para impedir nascimentos. Enquanto o relatório era divulgado, forças israelenses lançaram novos ataques terrestres contra o que restou da cidade de Gaza, forçando dezenas de milhares a fugir novamente para o sul do enclave. Mais de 100 pessoas morreram nesta terça-feira. (CNN)

Pena de morte

Promotores americanos anunciaram que vão pedir a pena de morte para Tyler Robinson, de 22 anos, acusado de assassinar o ativista político de extrema direita Charlie Kirk. Segundo a acusação, o crime foi planejado dias antes, e o próprio Robinson revelou a motivação em mensagens enviadas a familiares e amigos. Em testos reproduzidos na denúncia, Robinson disse que pretendia manter o ataque em segredo “até morrer de velhice” e justificou a ação afirmando: “Alguns ódios não podem ser negociados.” (New York Times)

Extrema direita

O assassinato de Charlie Kirk expõe muito mais do que a tragédia em si: revela um ecossistema de radicalização difusa, em que símbolos contraditórios, ironia e violência digital se misturam. O que já se sabe sobre o atirador Tyler Robinson e a forma como a extrema direita explora politicamente o caso ressaltam por que entender esse episódio é crucial para repensarmos a necessidade de lideranças mais responsáveis. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)

O Julgamento do Século

A democracia brasileiranunca foi garantida: foi construída, conquistada e, recentemente, desafiada. Pela primeira vez, os responsáveis por uma tentativa de golpe enfrentam consequências reais. Para impedir que isso se repita no futuro, é preciso conhecer a história. O Julgamento do Século, documentário original do Meio, mostra com precisão e clareza como a trama golpista se desenrolou e suas consequências. Assista agora em nosso streaming.

 Camada de ozônio

Responsável por proteger a Terra da radiação solar ultravioleta, a camada de ozônio apresentou sinais robustos de recuperação no ano passado, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta terça-feira. Os dados sugerem que o buraco observado sobre a Antártida foi menor do que a média registrada entre 2003 e 2022, com alguns dos níveis mais altos de ozônio em décadas. Desde a adoção da Convenção de Viena e do Protocolo de Montreal, há quatro décadas, o uso de clorofluorocarbonos (CFCs) caiu rapidamente em todo o mundo, sendo que mais de 99% das substâncias nocivas à camada foram eliminadas. (g1)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

“Brasil mais forte”, diz Lula sobre desemprego na mínima histórica

País registra menor taxa de desocupação desde 2012, com avanço do emprego formal e alta na renda média

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou nesta terça-feira (16) a divulgação dos novos dados do mercado de trabalho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em publicação nas redes sociais, Lula destacou a queda no desemprego e os avanços em diferentes indicadores: “Desemprego em queda, na mínima histórica. Recorde de empregos com carteira assinada. Aumento de renda. Dados que mostram um Brasil mais forte. Bom dia a todos”.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE, a taxa de desocupação caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho de 2025, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O resultado representa 6,1 milhões de pessoas sem trabalho, o menor contingente desde o fim de 2013.

Recordes no emprego e avanço da ocupação

De acordo com o levantamento, a população ocupada chegou a 102,4 milhões de trabalhadores, um recorde histórico, com taxa de ocupação de 58,8%. O número de empregados com carteira assinada também alcançou marca inédita, somando 39,1 milhões de pessoas.

Para o analista do IBGE William Kratochwill, os números reforçam a recuperação da economia: “Esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”.

A população fora da força de trabalho manteve-se estável em 65,6 milhões, enquanto o número de desalentados — aqueles que desistiram de procurar emprego — caiu para 2,7 milhões, uma queda de 11% em relação ao trimestre anterior.

Setores que impulsionaram a geração de vagas

O crescimento da ocupação foi puxado por setores estratégicos. A agropecuária abriu 206 mil postos, enquanto as áreas de informação, comunicação, atividades financeiras e administrativas somaram 260 mil. Já administração pública, saúde e educação foram responsáveis pela criação de 522 mil empregos.

Em relação ao mesmo trimestre de 2024, também houve avanço em comércio, indústria, transporte e serviços.

Informalidade em queda e renda em alta

A taxa de informalidade recuou para 37,8%, abaixo dos 38,7% registrados no ano anterior. Apesar disso, o contingente de trabalhadores informais chegou a 38,8 milhões, levemente acima do trimestre anterior. O destaque ficou para o emprego formal no setor privado, que cresceu de forma mais expressiva.

O número de trabalhadores por conta própria bateu recorde, atingindo 25,9 milhões de brasileiros, enquanto os empregados sem carteira assinada permaneceram estáveis em 13,5 milhões.

No campo da renda, a massa de rendimento médio real chegou a R$ 352,3 bilhões, maior valor já registrado, com alta de 2,5% frente ao trimestre anterior e 6,4% em relação a 2024. O rendimento médio mensal dos trabalhadores foi de R$ 3.484, representando aumento de 1,3% no trimestre e 3,8% em um ano.

Avaliação do IBGE

William Kratochwill avaliou que os indicadores confirmam um momento de destaque para o mercado de trabalho: “Os indicadores do mercado de trabalho estão atingindo patamares de destaque, com as medidas de subutilização em patamares mínimos ou próximos do mínimo. No entanto, os rendimentos apresentaram variações marginais, salvo para os militares e funcionários públicos estatutários, o que contribuiu para o aumento do rendimento médio no país”.

A PNAD Contínua, que serve como principal ferramenta de monitoramento da força de trabalho no Brasil, entrevistou mais de 211 mil domicílios em todo o território nacional. O resultado consolida a tendência de queda do desemprego e reforça o crescimento do emprego formal, sustentado pela recuperação econômica e pela expansão de diversos setores.

Do Brasil 247 e

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Super Quarta

Amanhã, a chamada “Super Quarta” acontece, com decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos e será especialmente importante para a renda fixa. Por aqui, o Banco Central deve manter a Selic em 15%, mas há expectativa de corte a partir de 2026. Isso torna os papéis prefixados ainda mais atrativos, já que permitem travar taxas de dois dígitos antes da virada no ciclo. Já nos EUA, o Federal Reserve deve anunciar o primeiro corte desde 2024, o que reduziria os retornos nominais da renda fixa por lá. Ainda assim, a segurança dos Treasuries e o fortalecimento do dólar podem atrair quem busca proteção cambial. (Money Times)

Mercado em festa: Fed corta juros

Os mercados globais iniciaram a semana em tom positivo, com destaque para os futuros de ações nos EUA, que avançaram após novos recordes do S&P 500 e do Nasdaq na véspera. O otimismo é sustentado principalmente pela expectativa de que o Federal Reserve anuncie, na quarta-feira, o primeiro corte de juros em nove meses — um movimento de 25 pontos-base já amplamente precificado. O entusiasmo também se apoia em avanços nas negociações comerciais entre EUA e China e no bom desempenho de setores como energia e materiais, beneficiados pela alta das commodities. Ainda assim, o foco dos investidores está menos no corte em si e mais nos sinais que Jerome Powell trará sobre o ritmo de flexibilização até 2026, já que o mercado precifica mais de 1 ponto percentual em cortes cumulativos. Enquanto isso, os reflexos se espalham para outras regiões. Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, acompanhando o humor positivo de Wall Street, com exceção de Hong Kong. Já na Europa, o tom foi mais cauteloso: os índices recuaram levemente, pressionados por dados econômicos mistos e pela proximidade das decisões do Banco da Inglaterra e do próprio Fed. O mercado britânico, em especial, aguarda sinais sobre o rumo da política monetária, diante de uma inflação ainda elevada e de um mercado de trabalho em enfraquecimento. No pano de fundo, a questão geopolítica permanece presente, com investigações regulatórias na China envolvendo a Nvidia e a visita de Donald Trump ao Reino Unido, adicionando mais nuances à semana já marcada pela “Super Quarta” para os bancos centrais. (Empiricus)

Desemprego cai a 5,6%

Lula e trabalhador nas obras da Avenida Prefeito Newton Cardoso, Contagem (MG)A taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho de 2025, o menor índice da série histórica iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). De acordo com o levantamento, o número de pessoas desocupadas recuou para 6,1 milhões, menor contingente desde o fim de 2013. Já a população ocupada alcançou 102,4 milhões de trabalhadores, um novo recorde histórico, com taxa de ocupação de 58,8%. O total de empregados com carteira assinada também atingiu marca inédita, chegando a 39,1 milhões.

Jovem Klan será fechada

O MPF (Ministério Público Federal) afirmou que a Jovem Pan é “indigna” das concessões de rádio que detém, nas alegações finais da ação civil pública na Justiça Federal de São Paulo na qual pede o cancelamento das outorgas da empresa.

O que aconteceu

MPF quer cancelamento das três outorgas da rádio da marca. Além disso, o órgão solicita à Justiça que a Jovem Pan seja condenada a pagar uma indenização de R$ 13,4 milhões por danos morais coletivos, por supostos abusos cometidos na cobertura jornalística ao longo de 2022, ano das últimas eleições presidenciais. A ação foi iniciada em junho de 2023, e o processo corre na 6ª Vara Cível Federal de São Paulo.  (Uol Noticias)

EUA voltam a ameaçar o Brasil

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, voltou a ameaçar o Brasil com novas sanções em represália ao que o governo dos EUA chama de uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão na última semana pela Primeira Turma do STF. Em entrevista à rede Fox News, o secretário não detalhou quais medidas seriam adotadas contra o governo brasileiro, mas disse que serão anunciadas “nos próximos dias”. Rubio voltou a criticar os ministros do STF, a quem classificou como “ativistas” e acusou de tentar punir cidadãos americanos por meio de medidas “extraterritoriais”. (g1)

EUA voltam a ameaçar o Brasil 2

Enquanto Rubio disparava ameaças ao Brasil em uma das principais redes de televisão dos Estados Unidos, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, usou o X para criticar a condenação de Bolsonaro. Na tarde desta segunda-feira, Leavitt republicou um texto da colunista do Wall Street Journal Mary Anastasia O’Grady que acusa o STF de praticar “lawfare” (guerra jurídica) contra Bolsonaro. (UOL e WSJ)

Assembleia Geral da ONU

O Planalto já esperava uma reação de Washington, mas não contava com a possibilidade de os americanos dificultarem a ida da delegação brasileira para a Assembleia Geral da ONU, marcada para ocorrer em Nova York a partir do dia 23 de setembro. Até o momento, diversos integrantes da delegação ainda não receberam seus vistos, incluindo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. De acordo com a legislação vigente, os Estados Unidos são obrigados a conceder vistos de entrada às delegações de todos os países membros da ONU. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a discursar na Assembleia Geral. (Folha)

Assembleia Geral da ONU 2

O Brasil apresentou um protesto formal na ONU contra a demora dos Estados Unidos em emitir os vistos para a delegação brasileira e ameaçou tomar medidas legais para garantir a presença de todos os integrantes da missão na Assembleia Geral. A reclamação ocorreu na última sexta-feira, durante uma reunião que discutia a decisão dos EUA de impedir que representantes palestinos participassem da principal reunião anual da ONU. “Temos a indicação do governo americano de que os vistos que ainda não foram concedidos estão em vias de processamento”, disse, de forma diplomática, o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas. (Globo)

Assembleia Geral da ONU 2

A ONU se disse preocupada com a demora dos Estados Unidos em emitir os vistos da delegação brasileira que participará da Assembleia Geral. Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a lentidão provoca temores de que o acordo firmado em 1947, na criação da entidade, seja desrespeitado. “Esperamos que os vistos sejam entregues, como enfatizamos no caso da delegação palestina”, disse ela. (Estadão)

Emendas Pix

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, suspendeu os repasses das chamadas emendas Pix para nove municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Roraima, Bahia e Amapá por indícios de crimes. Dino também determinou que a Controladoria-Geral da União envie à Polícia Federal relatórios sobre possíveis irregularidades. A decisão de Flávio Dino está baseada em um relatório da CGU que apontou que, dos dez municípios que mais receberam emendas Pix entre 2020 e 2024, apenas um (São Paulo) cumpriu os requisitos básicos de rastreabilidade e transparência estabelecidos pelo STF. Nesta segunda-feira, o governo federal liberou R$ 2,3 bilhões para o pagamento das emendas Pix, o maior valor do ano. (g1)

Voltou atrás

Alvo de críticas pesadas dos bolsonaristas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, voltou atrás e negou nesta segunda-feira que tivesse havido planejamento de um golpe de Estado em 2022. No sábado, durante evento em São Paulo, ele havia admitido os planos por parte de Jair Bolsonaro e disse que a decisão do STF “tinha de ser respeitada”, o que foi interpretado como um sinal de que o próprio partido estava abandonando o ex-presidente. “O que eu quis dizer é que existia uma minuta, todo mundo sabia da minuta, mas nunca se discutiu golpe”, alegou Costa Neto. (g1)

Enquanto isso…

O decano do STF, ministro Gilmar Mendes, disse ver “incoerência” no voto do colega Luiz Fux, único integrante da Primeira Turma da Corte a defender a absolvição de Bolsonaro. “A meu ver, se não houve golpe [como alegou Fux], não deveria ter havido condenação. Condenar o Cid e o Braga Netto e deixar todos os demais de fora parece uma contradição nos próprios termos”, disse o decano. (Poder360)

Carteira Alternativa

O Congresso tem até o dia 8 de outubro para votar a Medida Provisória que muda a tributação de investimentos isentos como CRI, CRA e debêntures incentivadas. A proposta cria uma alíquota única de 17,5% para títulos já tributados e impõe 5% de IR sobre rendimentos antes isentos. Como a nova regra só vale para papéis emitidos a partir de 2026, os produtos lançados até 31 de dezembro de 2025 seguem com isenção até o vencimento. Por isso, o mercado acelerou as emissões, e investidores correram para aproveitar a janela. Além disso, mesmo com a MP, CRIs e CRAs ainda seriam vantajosos no sentido tributário frente a CDBs ou Tesouro Direto. E no aplicativo do PeerBR, por exemplo, há CRIs isentos como o Gran Vellas Wind (IPCA + 13,75% ao ano até 2029) e o Vilas do Palácio (CDI + 6,5% ao ano), que seguem atrativos agora e ainda relevantes em 2026. (PeerBR)

Carteira Alternativa 2

A fabricante de insumos biológicos, Solubio, antecipou em agosto o pagamento de dois CRAs emitidos em 2021 e 2023, desafiando a leitura comum no mercado de que vencimentos antecipados indicam inadimplência. A empresa afirmou que a medida reduziu custos e aumentou a eficiência. Inicialmente, a substituição dos títulos exigia aval de 90% dos credores, mas o impasse foi resolvido com o pré-pagamento. Especialistas ainda destacam que esse tipo de evento pode sinalizar até mesmo disciplina financeira, mas a regra geral ainda é de que descumprimentos contratuais motivam a antecipação. Por isso, investidores devem consultar os documentos da emissão para entender os riscos e direitos. (InfoMoney)

 

TikTok nos EUA

A poucos dias de um novo prazo para banir o TikTok nos EUA, Washington e Pequim chegaram a um acordo “estrutural” sobre o futuro da plataforma de vídeos curtos, segundo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. O acerto acontece após semanas de tensões e já foi confirmado indiretamente por Donald Trump, que publicou em sua rede que “um acordo também foi fechado sobre uma certa empresa que os jovens em nosso país queriam muito salvar”. A negociação acontece às vésperas de uma ligação entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, prevista para sexta-feira. O TikTok, banido em janeiro por lei federal e mantido em operação por ordens executivas, virou peça central na disputa comercial e tecnológica entre os dois países e ao menos por ora escapou de um novo bloqueio. (CNBC)

Israel é culpado de genocídio em Gaza

Uma comissão de inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que Israel cometeu genocídio contra palestinos na Faixa de Gaza. A denúncia consta em um relatório publicado nesta semana e divulgado, que indica que quatro dos cinco atos tipificados como genocidas no direito internacional foram praticados desde o início do genocídio em outubro de 2023. O número de civis mortos na Faixa de Gaza pode chegar a 680 mil pessoas, sendo cerca de 75% mulheres e crianças, declarou nesta segunda-feira (15) a relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese.

O cidadão Honorário convocado pela CPMI

Muito pertinente o título de Cidadão Honorário outorgado mês passado pela Assembleia Legislativa de Rondônia, ao advogado bilionário Nelson Wilians. Além de Nelson Wilians, o genocida Benjamin Netanyahu também foi agraciado com título de Cidadão Honorário de Rondônia porém, ainda não foi receber por estar ocupado matando crianças em Gaza.

O cidadão Honorário convocado pela CPMI

A edição de julho de 2024 da revista Forbes Brasil, estampou na capa o advogado. Fundado há 25 anos, o Nelson Wilians Advogados tem 29 filiais e representações em diversos países da América Latina, Ásia e Europa. Com mais de 16 mil clientes corporativos e cerca de 400 mil processos ativos, a banca se consolidou como uma referência no cenário jurídico brasileiro.

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Mas, porém, contudo, todavia, ele está sendo investigado por lavagem de dinheiro dos aposentados do INSS. Nelson Wilians será convocado pela CPMI do Senado para prestar esclarecimentos nesta quinta-feira (18). A informação foi anunciada na tarde desta segunda-feira (15), em entrevista coletiva, pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG).

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A convocação acontece após o não comparecimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores das fraudes, que deveria ter sido ouvido pela CPMI nesta segunda. Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha desobrigado Antunes de prestar esclarecimentos à comissão, sua presença havia sido acertada com a defesa e anunciada por Viana. Além de Wilians, que construiu um dos maiores impérios da advocacia empresarial no país e teve vários de seus bens apreendidos na operação da semana passada, outras cinco pessoas, consideradas testemunhas na investigação, também deverão ser ouvidas pela comissão.

O cidadão Honorário convocado pela CPMI 4

Alvo da operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e o empresário Maurício Camisotti, na última sexta-feira (12/9), o advogado Nelson Wilians doou R$ 10 mil para a campanha do senador Rogério Marinho (PL-RN), nas eleições de 2018.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

A UTOPIA E A SOBREVIVÊNCIA

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Criticar de qual forma ?

Se a crítica sadia não for aceita como indicativo para revisão comportamental então não estamos preparados para a coletividade.

Ao longo dos últimos tempos tenho feito várias observações sobre a atuação do campo progressista.

A política, como sempre, é um terreno fértil onde se reproduz oportunidades para os mais diversos modos de operar. Seja na religião, no futebol ou na esfera de poder. Nunca desvincula se direta ou indiretamente da política.

Para os que as9sumem mandatos eletivos sob a batuta de um partido progressista, estes sim precisam atentar para que seus atos não sejam destoando dos interesses coletivos, éticos e morais. Óbvio.

É neste sentido que tecemos nossas críticas e pelejamos para que sejamos minimamente compreendidos. Infelizmente temos visto eleitos no PSB, PDT e PT atuando de forma antagônica aos programas de seus partidos. Quando questionados sobre a postura logo partem para o vitimismo, imprimem discursos de contra ataque sem contudo buscar o que fundamenta as críticas.

Nos embates dentro de cada partido, sempre brota no rescaldo, a certeza de que a filosofia de resistência, a convicção ideológica e as práticas socialistas são os melhores ingredientes para o crescimento e a construção permanente. O respeito às diferentes formas de ver servem para ajustar, com clareza, exatamente onde estamos e para onde queremos ir.

Quando se levanta o muro da razão absoluta é porque não está seguro da própria verdade. A soma de ideias é o propósito do crescimento, da construção coletiva.

Cá entre nós…

O 17⁰ encontro estadual do PT/RO, espaço onde, teoricamente, seriam debatidos os diversos temas relativos à política nacional e estadual, limitou-se a discursos evasivos e subterfúgios, consumindo o sentimento de grandeza.

O vitimismo exacerbado, a falta de ética no ataque e a tese aprovada por votos (em dois turnos) refletiu o sentimento da militância de contracheque.

2026. Como será?

Ora, especialmente o PT que, em razão dos efeitos das políticas de Lula, deveria estar pilotando o movimento CAMINHADA ESPERANÇA, na verdade, guarda apenas a condição de coadjuvante!

Não terá forças para indicar nada além das chapas proporcionais…

Eu particularmente, fui ao encontro dia 06.09, com o espírito propositivo, de instituir grupos de trabalhos para atender aos interesses políticos para 2026.

Uma comissão mista abordando todos os pontos de um plano mínimo de governo.

Educação, saúde, infraestrutura, agricultura familiar e principalmente a pauta ambiental. É óbvio que uma composição com o senador Confúcio Moura vai precisar de muita força para superar os ataques anti ambientalistas que a direita prepara, eles abordarão a criação das reservas pelo então governador colocando os invasores como vítimas.

Precisamos fazer prevalecer a ideia de que a pauta ambiental não seja uma pauta de esquerda apenas. É sim, uma pauta do planeta, de sobrevivência da humanidade…

Precisamos mostrar a diferença entre os progressistas e os conservadores sobre política sociais. Especialmente naquilo que são pilares de uma reformulação social.

Saúde.

A BR 364 não pode continuar como corredor hospitalar onde toda semana temos profissionais e pacientes vitimados por acidentes graves. Havemos de propor soluções imediatas descentralizando as especialidades de média e alta complexidade no atendimento à população. Educação.

Precisamos refutar a ideia da militarização escolar. As unidades com este caráter nem sempre apresentam o melhor IDEB. Enquanto estado, precisamos investir em mais escolas técnicas (estilo Abaitará) melhorando o nível profissional como alternativa ao meio produtivo.

Quem sabe transformar o CENTRER/EMATER em uma universidade ou faculdade agrícola estadual, essa mesma instituição pode formar profissionais e prestar serviços de assistência técnica e pesquisa junto ao setor produtivo simultaneamente. Elevando a instituição em uma unidades de serviços e formação de mão de obras especializadas acabando com o ‘cabide eleitoreiro’ e a politicagem que consome grande parte do orçamento da SEAGRI.

A agricultura familiar carece de atenção especial. O alto volume de produtos que chegam à mesa do consumidor ainda vem de outros estados.

A transformação de produtos da agricultura precisa ser vista como coadjuvante ao progresso do estado. Vamos deixar de ser apenas produtores de matéria prima.

Também não basta distribuir equipamentos sem um programa efetivo que assegure o avanço do setor agrícola.

Não basta distribuir sementes sem garantir a transformação e mercado de seus derivados…

Como exemplo, as organizações rurais esforçam-se para implantar unidades de processamento de lácteos, no entanto os agentes do estado apresentam ‘N’ dificuldades a cada visita técnica e, acaba desestimulando os produtores. Então, enquanto o estado aperta o cerco contra pequenas iniciativas, utilizando questões sanitárias e etc… há uma complacência fiscal que isenta os grandes laticínios de impostos.

Pensar não é pecado…

O próximo governo (se for do campo progressista) deverá atender a linha programática. Ser pragmático e calçar-se pela eficiência. O programa de governos deve ser o principal instrumento para induzir o desenvolvimento. Portanto os auxiliares do governador não devem ser nomeados por amizades, por interesses partidários ou por compromissos alheios ao proposto.

A agenda de desenvolvimento precisa ser aberta e aprimorada sempre.

Quanto a isso, espero que os companheiros e companheiras que estiveram no 17⁰ encontro do PT/RO, percebam a dimensão de nossa tarefa, preocupando-se com o desenvolvimento de Rondônia e que, doravante, entendam qual a nossa real preocupação.

Olhar o passado pelo retrovisor…

Sim, como algo que nos ensina como devemos ou não fazer.

Exercitar a democracia Interna em um processo eleitoral é tarefa de todos nós. O desgaste pessoal, as infâmias, agressões verbais e ofensas, muitas sem provas devidas, só mostram o despreparo daqueles que buscam a qualquer custo editar seus objetivos.

Então como militante, no palacete ou na casinha de sapê sempre prezando pelo bom relacionamento, com respeito e dignidade, independente da corrente ou filosofia expressa.

Vejo com tristeza quando alguém tenta desqualificar o debate utilizando se de inverdades, fazendo apologia ao vitimismo. Tenho minha consciência tranquila e jamais me abateria diante de verbetes articulados por quem milita sem olhar para a grandeza das causas pelas quais nos fez estar aqui.

Construir o PT é tarefa cotidiana…

Os dirigentes dos movimentos sociais, lideranças, enfim, não há nenhum mais ou menos responsável, cada um em sua tarefa, de construir sempre os partidos do campo progressista como imaginária força de resistência. A mágica da utopia.

Se em algum momento necessitar o sacrifício da vida, se for pela causa, não exitarei. Afinal, para quem já chegou até aqui, já suportei tantas agruras… carimbar o passaporte para outras lutas é uma questão de honra.

O salário do obscurantismo é a tirania…

O calor da consciência constrói e tempera as asas da resistência …

Abraço.

Por:

Ciro Andrade.

Colaboração:

Joaquim Loureiro

Urupá-RO, 07.09,25

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Freire

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Autonomia, sem anemia

Para adultos, jovens e crianças
– veja se confere
– naquilo que te infere
(Crianças rimam com esperanças)

Freire da revolução
– da vontade emancipada
– de quem quer ter a fome extirpada

Freire da emancipação,
– da esperança no amor

Ensinar exige alegria e esperança
– da esperança sem tanta dor

É a autonomia do Bom Senso
– aquele incenso de sabedoria
– que a todos conviria

Freire que assim pensou e ensinou
Rigorosidade metódica
– mas que seja melódica

Ensinar exige pesquisa
– que resulte em ação

Ensinar exige risco, aceitação do povo e rejeição à discriminação
– exige amor no coração

Ensinar exige respeito aos saberes e às pessoas
– com coisas boas

Não é transferir conhecimento
– Ensinar exige consciência do inacabamento

Ensinar exige criticidade
– leveza e maestria

Ensinar exige pensar a prática
– sem maldade

Ensinar é exemplificar
– sem tudo o que nos esfria

Ensinar é aprender
– e isso é humano
Ensinar exige saber escutar
– antes de falar

Ensinar exige reconhecimento, identidade cultural
– suave, quase natural

Ensinar exige estética e ética
– do que é bom, belo e justo

Ensinar é descondicionar
– por isso é humildade, amor à humanidade
– apreender com a realidade

Ensinar exige curiosidade
– liberdade e autoridade
– segurança, competência e generosidade

Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível

Ensinar exige comprometimento
O mundo é uma instalação
– e educar é uma forma de intervenção no mundo
– aqui vai um requerimento

A Educação é ideologia
– mas, Ensinar exige consciência
– decisões equilibradas
– mentes em vigia

Ensinar exige querer bem
– um quero-quero, de bem-querer

Ensinar é um diálogo
– nossa vontade duplicada
– da verdade amada

Vinício Carrilho Martinez

Por pragmatismo, o agro precisa fazer sua autocrítica e apoiar Lula em 2026

Leonardo Attuch
Depois de sustentar o desastre bolsonarista, ruralistas precisam abrir os olhos para quem realmente fortalece o setor

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que acaba de ser condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, já é carta fora do baralho. Portanto, não há melhor momento para que o agronegócio brasileiro, que foi uma das bases de sustentação deste projeto político fracassado, faça uma autocrítica e passe a apoiar quem realmente fortalece o setor. Ele mesmo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao contrário do governo anterior, marcado por isolamento internacional e retórica vazia, Lula tem entregado resultados objetivos para os produtores rurais. A parceria estratégica com o presidente chinês Xi Jinping já se traduziu em um aumento de 31% das exportações de soja para a China em agosto, compensando a queda de vendas para os Estados Unidos, sufocadas pelo tarifaço de Donald Trump.

Além disso, o governo brasileiro tem atuado para abrir novos mercados, diversificando a pauta de exportações e ampliando as oportunidades de vendas externas. Outro marco foi o lançamento do maior Plano Safra da história, com volume recorde de crédito rural, que garante não apenas financiamento para custeio e investimento, mas também segurança para pequenos, médios e grandes produtores.

Não menos relevante foi a volta do BNDES ao setor, devolvendo aos agricultores um instrumento crucial de financiamento de longo prazo, que havia sido praticamente abandonado no período bolsonarista. Essas medidas combinam pragmatismo econômico com visão estratégica, fortalecendo a agricultura como motor do desenvolvimento nacional.

O preço do isolamento

Bolsonaro e seu provável sucessor Tarcisio de Freitas são adeptos de uma diplomacia de alinhamento cego a Washington. Com a chegada de Donald Trump ao poder, com a imposição de tarifas ao Brasil, não há caminho lógico e racional que não seja o apoio à reeleição de Lula em 2026.

Hoje, é justamente a diplomacia ativa de Lula que recoloca o Brasil como fornecedor confiável e parceiro preferencial da China e de outros grandes compradores globais.

Todos esses avanços políticos e econômicos coincidem com a maior safra da história do Brasil. Segundo a Conab, foram 350,2 milhões de toneladas de grãos colhidas em 2024/25, crescimento de 16,3% em relação ao ciclo anterior. A soja atingiu 171,5 milhões de toneladas, e o milho chegou a 139,7 milhões, ambos em níveis recordes.

Esses números mostram que o agro nunca esteve tão forte. Mas de nada adiantaria colher tanto se o Brasil não tivesse quem comprasse. E é aí que a liderança de Lula faz toda a diferença: garantir que a abundância do campo brasileiro se converta em riqueza nacional.

O agro precisa reconhecer: apoiar Bolsonaro foi um erro histórico. Se o setor deseja garantir prosperidade duradoura, é hora de se alinhar a quem realmente entrega resultados.

Por pragmatismo, por inteligência e por sobrevivência, a única escolha possível hoje é apoiar Lula. E nem é necessário ajoelhar no milho.

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

Do Brasil 247

DIREITO RAIVOSO

O oprimido de hoje não pode ser o opressor de amanhã

Paulo Freire

Ao homem bom, basta a consciência

Juiz Oliver W. Holmes Jr.

Do lado de cá, nós também confundimos muitas situações incomparáveis, incompatíveis, coisas insensatas, especialmente quando a bílis se ocupa da razão, com a ideologia se ocupando da emoção e da consciência (agora esvaziada de rigor e de clareza).

Por exemplo, confundimos o Direito com a raiva. E assim cremos que as pessoas e a realidade devem ser idênticas ao que pensamos. É claro que aplicamos o nosso próprio mapa moralista – e aqui ainda tem outra confusão: Moral não é moralismo. Menos ainda se o moralismo for raivoso ou beneplácito, em anistia à má fé e ao crime confesso, ou apenas pudico.

Não é difícil conhecer uma pessoa enraivecida porque a pena lavrada no 11 de setembro foi “só” de 27 anos e porque o indivíduo apenado, em seis anos, teria direito ao regime semiaberto.

A ideologia chegou tão longe neste caso que a raiva é o cursor do seu próprio pensamento: “o senso comum tem no manancial emotivo (a raiva) o principal guia de sua forte concepção de análise crítica” (sic).

E assim, como se vê do outro lado, a pessoa punitivista, mas seletiva, se esquece da generalidade da lei. Frise-se, a raiva, a ideologia, o moralismo não podem ser a baliza da dosimetria da pena. A técnica é construída para isso.

Fora dessa quadra, não há Direito. Somente o desejo maculado pelo sentimento bastante primário de vingança.

A subsunção deve ser a mesma para todos. No popular: “A lei que bate em Chico, bate em Francisco”.

Ou seja, tanto o rígido rigor da lei quanto os seus benefícios devem ser os mesmos – para o lado de lá, para o lado de cá.

Como fato e fator social, a lei (salvo situações excepcionais) deve responder à exterioridade, anterioridade, generalidade, universalidade.

Tecnicamente, chama-se de Efeito erga omnes.

Não há uma lei (LEP) para o lado de lá e outra para o lado de cá.

Além do mais, confunde-se a lei com a interpretação, aplicação, dessa mesma lei.

Pois bem, em resposta ao histriônico 8 de janeiro de 2023, o irônico 11 de setembro de 2025 não promoveu vingança pública; ao contrário disso, houve sim uma parcela de efetivação de “Justiça Histórica”, em acerto de contas com nosso passado nebuloso e com vistas ao futuro.

É importante saber que no Estado Democrático de Direito a condição profilática, pedagógica e preventiva da pena se manifesta diante do Princípio Teleológico.

Além disso, as condenações do 11 de setembro (em resposta ao 8 de janeiro), é imperioso dizer isso, devem ser vistas como marco histórico, político, cultural, social. Porém, são atos jurídicos e judiciais, e não fosse por tudo mais, devem sinalizar a fundamental importância de se apartar a ideologia (as tais narrativas, o partidarismo, a seletividade) de qualquer fundamento dirigido à possível análise interpretativa dos fatos sociais.

Neste exemplo concreto, deve-se separar o Direito da raiva. Sobretudo para que se tenha consciência (“tomando-se ciência”) de que Ideologia e Ciência (também na Ciência do Direito) são termos excludentes, antitéticos, opostos.

O Direito não pode ser fruto e refém do materialismo embrutecido, do cinismo amargurado, do sectarismo, do ilusionismo, do negacionismo, e muito menos do dogmatismo indizível e insensível.

 

Vinício Carrilho Martinez

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Entrou para a história

Doravante, após a inédita condenação de um ex-presidente por tentativa de golpe de estado, o nome de Jair Bolsonaro (PL) entra para a história como traidor da Pátria. Condenado a 27 anos e três meses de prisão, Bolsonaro chega ao fim após uma conturbada carreira política. Não voltará mais, apesar dos devaneios de quem acha que ele dará a volta por cima. Não vai. Ele está inelegível por oito anos, a contar após o cumprimento da pena. Ou seja, não será candidato pelos próximos 30 anos. Já era. Acabou.

Entrou para a história 2

Pode ser uma imagem de texto que diz "Que dia Magnitsky らこい"A sentença foi justa. Pelo tudo que Bolsonaro fez e desfez, foi merecido cada segundo de prisão. A saga de crimes de Bolsonaro começou na juventude dele. Ainda como soldado raso, culminando pelos atos anti democráticos no exercício da presidência da República. Pior de tudo é que ele levou de arrasto centenas de pessoas, presas e condenadas por segui-lo. Isso sem falar no fato de que ele envolveu os Estados Unidos na sanha criminosa, causando prejuízos bilionários e gerando desemprego. Pensando bem, 27 anos foi pouco. Caso de prisão perpétua.

Perdeu tudo

Pode ser uma imagem de ‎2 pessoas e ‎texto que diz "‎HERÓI BRASILEIRO ل TikTok @ vivoho) vivohojepoisoaman CHARLES COSTA Cármen Lúcia diz que Alexandre de Moraes será lembrado na história XANDÃO, 0 QUE SALVOU O BRASIL DO BOLSONARISMO MALIGNO.‎"‎‎A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou em R$ 30 milhões o valor mínimo de indenização a ser pago pelo ex-presidente Jair Bolsonaro  e outros sete aliados, condenados no julgamento da trama golpista. O montante foi estabelecido como reparação por danos morais coletivos causados à sociedade brasileira durante a tentativa de ruptura institucional.

Perdeu tudo 2

Também foi decidida a retirada da patente militar de Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército, e de quatro generais condenados por participação na trama golpista de 2023. O caso será enviado ao Superior Tribunal Militar (STM), que deverá avaliar a medida prevista no artigo 142 da Constituição.

Resumo da ópera

Bolsonaro se elegeu pelas urnas que condenou. Foi condenado por falas antidemocráticas, cujas provas ele mesmo produziu fartamente. Como um peixe, morreu pela boca.

Condenação de Bolsonaro vira meme

Internautas publicaram nesta 5ª feira (11.set.2025) diversos memes nas redes sociais sobre o condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro recebeu uma pena de 27 anos e 3 meses, que deve ser cumprida inicialmente em regime fechado. Quatro ministros consideraram o ex-presidente e outros 7 réus culpados –Alexandre de Moraes (relator); Flávio Dino; Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Na véspera, Luiz Fux teve posição divergente e defendeu a absolvição de Bolsonaro.…Poder360

Cármen Lúcia

O voto que condenou Bolsonaro vem de uma pessoa que representa tudo o que o bolsonarismo despreza. Cármen Lúcia é uma mulher de 70 anos, solteira, sem filhos, independente, bem-sucedida e respeitada, conta Mariliz Pereira Jorge na coluna De Tédio a Gente Não Morre.

Moraes nega visita de Scheid

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou que Valdemar Costa Neto, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o senador Rogério Marinho (PL-RN) e os deputados federais Altineu Côrtes (PL-RJ), Carol de Toni (PL-SC) e Bruno Scheid, vice-presidente do PL de Rondônia, tivessem acesso livre para visitar o ex-presidente.

Visitas liberadas

Porém, Moraes autorizou visitas específicas de parlamentares do PL a Bolsonaro. Os senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Marcos Rogério (PL-RO), o deputado Sanderson (PL-RS) podem ir à casa do ex-presidente na semana que vem, um em cada dia, lembrando que todos os carros que saírem do endereço serão revistados.

Depressão profunda

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "ESPECIAIS "Você é a falência do seu nome em vida", disse amigo a Fernando Collor"Fernando Collor de Mello está em depressão profunda. Amigos e associados próximos relatam que o ex-presidente, que se encontra em prisão domiciliar, aprofundou o quadro de saúde mental por questões pessoais. Com os negócios empresariais em desordem e sem um herdeiro político à altura do sobrenome, Collor teve sua realidade confrontada por um amigo, um grande empresário do setor imobiliário nacional. No desabafo, o empreiteiro foi afiado e direto: “você é a falência do seu nome em vida”. A frase, contudo, seria apenas o resumo dos gatilhos que agravam o quadro clínico de Fernando Collor. A falta de um herdeiro político, no entanto, também permitiu a expansão de outros clãs em Alagoas.

Traidor da Pátria

Pode ser uma imagem de 4 pessoas e textoUm coronel do Exército, que deveria honrar a farda e proteger o Brasil, absurdamente, age contra o próprio país. O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) voltou a protagonizar uma cena de submissão a interesses estrangeiros que coloca em xeque o próprio país que ele jurou defender como militar. Chrisostomo publicou um print do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, após a condenação de Bolsonaro. “Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas.” Antes já havia publicado outra ameaça dos Estados Unidos. O parlamentar ecoou com entusiasmo a declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que os Estados Unidos poderiam recorrer inclusive ao uso de “poder militar” para proteger a liberdade de expressão no Brasil, citando diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

O Cidadão Honorário

Após receber o título de Cidadão Honorário de Rondônia, o advogado Nelson Wilians foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (12/9), em sua residência e em seu escritório, em São Paulo, onde encontraram diversas obras de arte. A Polícia Federal (PF) prendeu, em Brasília, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e, em São Paulo, o empresário Maurício Camisotti, em mais uma fase da investigação sobre o esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas, revelado pelo Metrópoles. O esquema provocou um rombo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo a PF, a fraude era sustentada por associações que cadastravam beneficiários sem autorização, com assinaturas falsificadas, para justificar descontos mensais nos pagamentos do INSS. O dinheiro, então, era desviado para empresas ligadas ao grupo investigado

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Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Fux mais bolsonarista do que Bolsonaro

O voto de 13 horas do ministro Luiz Fux foi coerente para um bolsonarista. Foi mais advogado de Bolsonaro do que os próprios. E foi mais bolsonarista do que Bolsonaro. Nem o mais otimista dos bolsonaristas esperava que o voto do ministro fosse tão favorável ao ex-presidente Jair Bolsonaro e quase todos os demais réus julgados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que trata da trama golpista. Em uma leitura de mais de 12 horas (íntegra), Fux absolveu Bolsonaro de todas as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República. Ele também isentou de culpa os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. Fux condenou apenas o ex-ministro Walter Braga Netto e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, justamente o delator, formando maioria contra os dois.

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Pode ser uma imagem de texto que diz "BOM DiA, CARMEN LÚCIA PXEIRA"E mais: para o ministro, o processo deveria ser completamente anulado porque o STF não teria competência para julgar os acusados, que hoje não gozam de foro privilegiado. Segundo ele, Bolsonaro e os outros réus deveriam ser primeiramente julgados em primeira instância. O voto de Fux surpreendeu os próprios ministros do STF, que esperavam divergência apenas em questões preliminares, mas não no mérito, pois ele havia aceitado a denúncia contra Bolsonaro e condenado dezenas de acusados pelas depredações de 8 de janeiro de 2023. Na prática, Fux apenas concordou com o ministro relator Alexandre de Moraes quanto à validade da colaboração premiada de Cid. O julgamento será retomado hoje, às 14h, com o voto de Cármen Lúcia, que pode formar maioria para a condenação do ex-presidente. (g1)

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Pode ser uma imagem de 1 pessoaO voto de Fux representou uma guinada de 180 graus em relação a seus posicionamentos anteriores. As defesas de Bolsonaro e dos outros réus na trama golpista estavam exultantes no Supremo durante o voto de Fux. Além da absolvição, Fux seguiu as principais linhas de defesa apresentadas pelos advogados, em especial a de que o STF não tem competência para julgar o caso e de que não houve crime de golpe de Estado ou abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para o criminalista Celso Vilardi, que coordena a defesa de Bolsonaro, Fux “lavou a alma” dos acusados. (Estadão)

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Para os advogados de defesa, um dos pontos mais positivos do voto de Fux foi a citação que o ministro fez a acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Na visão da defesa, o fato de Fux mencionar o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966, e o Pacto de San José, de 1978, abre caminho para que uma possível condenação de Bolsonaro e dos demais réus seja contestada em cortes e instituições internacionais, como a OEA (Organização dos Estados Americanos). Para a defesa, Fux ainda abriu um caminho para que o julgamento seja contestado no próprio STF, já que ele considerou que o Supremo não tem competência para julgar os acusados. Os advogados lembraram a estratégia usada pelo hoje presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin, que conseguiu anular a condenação do presidente Lula com o mesmo argumento. (Folha)

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Pode ser uma arte pop de 2 pessoas e textoMas, de acordo com juristas e com a própria jurisprudência do STF, as coisas não são tão simples assim. Mesmo com o voto divergente de Fux, isso não significa que os caminhos para recursos por meio de “embargos infringentes” estejam abertos. Segundo a jurisprudência do Supremo, isso só seria possível se outro ministro votasse como Fux. Se o placar terminar em 3×2 para qualquer acusação contra qualquer um dos réus, aí sim se abre a possibilidade de uma revisão do julgamento. (Valor)

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Embora Fux tenha levantado a possibilidade de que o processo venha a ser anulado no futuro, citando o que aconteceu com a Lava-Jato, Malu Gaspar explica que isso depende de uma vitória da direita nas eleições de 2026. Tendo em vista o cronograma de aposentadoria dos ministros do STF, o próximo presidente irá indicar três novos integrantes para a Corte. Caso a direita conquiste o Planalto ou ao menos uma maioria sólida no Senado, a quem cabe aprovar a indicação, pode nomear para o Supremo ministros favoráveis à revisão do processo. (Globo)

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O voto do ministro ainda não havia chegado sequer à primeira terça parte e já era um dos principais assuntos da internet na manhã desta quarta-feira. Apoiadores de Bolsonaro viralizaram cortes da defesa oral de Fux e fizeram a hashtag “Somos todos Bolsonaro” chegar aos trending topics do X. Do outro lado, apoiadores do presidente Lula dispararam uma enxurrada de críticas ao ministro e levaram a hashtag “Crimes de Bolsonaro” também aos trending topics. (CNN Brasil)

Fux mais bolsonarista do que Bolsonaro 8

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, cabelo loiro e secador de cabelo“Quem já estava atento, por ofício ou por masoquismo, à jurisprudência penal do Supremo e escutou o ministro Luiz Fux votar deve ter se perguntado onde estava este Fux garantista antes. No STF é que não estava. Não cabe a ministros do Supremo mudar sua posição sobre a legalidade ou ilegalidade da conduta a depender do réu”. (Thiago Amparo-Folha)

Fux mais bolsonarista do que Bolsonaro 9

“Voto de Fux revela como era falso ‘acordo’ no STF para punir Bolsonaro e satisfaz parte da sociedade. A despeito de proclamar um voto supostamente técnico, o ministro deu voz a milhões de pessoas que pensam exatamente como ele se posicionou”. (Fabiano Lana-Estadão)

Procurou e achou

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "MAGA PROLETARIEI "Vale α pena ter 0 custo de algumas mortes por arma de fogo todos OS anos pra termos direito de manter e portar armas." S. Charlie Kirk (2023)."Ativista de extrema-direita que pregava ódio contra negros e disse que palestinos tinham que morrer de fome, morre durante discurso em universidade. Diversas pessoas registraram em vídeo o momento do atentado. Charlie Kirk, um dos mais ativos e proeminentes ativistas da extrema-direita americana, foi assassinado nesta quarta-feira enquanto participava de um evento conservador na Universidade de Utah Valley, no estado homônimo. Kirk discursava para centenas de pessoas no campus da universidade quando foi atingido por um tiro no pescoço. Ele chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não sobreviveu. Aliado de primeira hora de Donald Trump, Kirk era um defensor ferrenho do presidente americano, que decretou luto oficial até o próximo domingo e ordenou que todas as bandeiras do país fossem hasteadas a meio-mastro até lá. O assassinato de Kirk deve acirrar ainda mais os ânimos já exaltados entre Democratas e Republicanos. (CNN)

Procurou e achou 2

Toda morte deve ser lamentada. No caso de Charlie Kirk, temos um paradoxo irónico: é ele próprio a dizer para não lamentar a sua morte. Em 2023, Kirk afirmou que, embora as mortes por armas de fogo sejam trágicas, elas são um “preço” que se deve pagar para garantir o direito de um cidadão de ter armas. Enfim, o homem que aceitava mortes como preço da liberdade acabou virando um recibo dessa mesma liberdade. Ironia trágica.

Procurou e achou 3

Menos de seis meses antes de ser baleado e morto em uma palestra nos Estados Unidos, o ativista de extrema-direita Charlie Kirk fez um apelo direto a Donald Trump para punir o Brasil em razão das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações da colunista Mariana Sanches, do UOL.

Deflação

Pode ser uma imagem de texto que diz "PREÇOS EM QUEDA Café, frango e e carne ficam mais baratos no Brasil após tarifaços dos EUA"Com influência da queda nos preços dos grupos de habitação, alimentação e bebidas, o Brasil teve inflação negativa de 0,11% em agosto de 2025. O resultado é 0,37 ponto percentual abaixo do registrado em julho, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira, 10 de setembro. Esse é o primeiro índice negativo desde agosto de 2024 e o mais expressivo desde setembro de 2022. No acumulado de 2025, a inflação está em 3,15% e, em 12 meses, em 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados nos 12 meses anteriores.

Deflação 2

A queda foi influenciada principalmente pelos grupos Habitação (-0,90%), com destaque para a redução de 4,21% na energia elétrica residencial, e Alimentação e bebidas (-0,46%), além do grupo Transportes (-0,27%). Somados, esses três segmentos representaram impacto de -0,30 ponto percentual no índice geral. Segundo o IBGE, produtos de grande relevância no orçamento das famílias apresentaram redução de preços em agosto, como tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%). Nos combustíveis, a gasolina teve queda de 0,94%, o etanol recuou 0,82% e o gás veicular, 1,27%. Entre os demais grupos, registraram alta Educação (0,75%), com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,26%) e ensino fundamental (0,65%), Saúde e cuidados pessoais (0,54%), Vestuário (0,72%) e Despesas pessoais (0,40%).

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Petistas criticam e apontam as contradições do voto de Fux em julgamento de Bolsonaro

Fux votou pela condenação de 400 envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mas afastou a competência do STF para julgar Bolsonaro e outros líderes do golpe

Parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (10/9) para criticar o voto do ministro Luiz Fux no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Para os petistas, a posição do magistrado revela várias contradições e fragiliza a defesa da democracia no país.

O deputado Helder Salomão (PT-ES) lembrou que Fux, em julgamentos anteriores, não questionou a competência da Corte para analisar processos contra o presidente Lula, tampouco levantou dúvidas quando votou pela condenação de cerca de 400 pessoas envolvidas diretamente nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. “No entanto, ao julgar Bolsonaro e outros líderes acusados de arquitetar o golpe, o ministro declarou que o STF seria incompetente para o caso”, criticou.

“Para julgar os pequenos, pode; mas, para julgar os grandes, o Supremo não pode”, afirmou o parlamentar, ao comparar a disparidade entre as decisões. Ele ainda lembrou que, em 2021, Fux acompanhou decisões contra Lula sem questionar a jurisdição da Corte e, durante a Operação Lava Jato, manteve proximidade com posições defendidas pelo então juiz Sérgio Moro.

Para Helder Salomão, o julgamento de Bolsonaro é histórico e marcará não apenas a democracia brasileira, mas também um precedente internacional. “As provas são demolidoras. Os atos não foram isolados, eles se conectam desde 2021 e culminaram no 8 de janeiro. Não podemos tolerar crimes contra o Estado brasileiro”, disse. O deputado afirma que espera que a maioria do STF mantenha a condenação do ex-presidente e de seus aliados, reforçando que o Brasil não pode permitir a impunidade em crimes contra a democracia.

Condenação para o chefe do golpe

O deputado Vicentinho (PT-SP) além de apontar contradições do voto do ministro Fux, criticou a sua decisão de absolver o ex-presidente Bolsonaro em processos relacionados aos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o parlamentar, enquanto centenas de pessoas envolvidas nos atos foram condenadas, o “chefe do movimento” escapou de punição. “Como é que se absolve e não condena o líder que organizou todo esse movimento, inclusive a tentativa de assassinatos de autoridades brasileiras?”, questionou. Ele se referia a operação Punhal Verde e Amarelo que previa o assassinato do Presidente Lula, do ministro Alexandre de Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Leia mais – Em voto demolidor, Moraes defende condenação de Bolsonaro por liderar organização criminosa

Vicentinho elogiou ainda as Forças Armadas brasileiras por não aceitarem o golpe e por manterem o país sob controle civil e democrático. “Parabéns aos generais, brigadeiros e autoridades das forças armadas que disseram: o Brasil é dos brasileiros. Estamos aqui para defender o Brasil dos brasileiros”, concluiu.

“Bandido de estimação”

O deputado Paulão criticou a postura do ministro Luiz Fux, classificando seu voto como incoerente. “Ele votou pela condenação de todos os presos do 8 de janeiro e agora tenta salvar Bolsonaro, o chefe da organização criminosa. O ministro tem bandido de estimação, por isso o voto dele é incoerente”, afirmou.

Sem anistia para golpistas

A deputada Denise Pessôa (PT-RS) também apontou as contradições do voto do ministro Luiz Fux. “A gente sabe que o voto do ministro Fux, hoje, tem um monte de contradições, inclusive com posições próprias dele. A gente sabe que vai ser uma minoria dentro da votação do STF e sabemos que a justiça será feita nesta semana”, adiantou.

Para a deputada, os julgamentos representam uma resposta necessária do Estado brasileiro. Ela enfatizou que defender anistia para os envolvidos é “passar pano” para crimes contra a ordem democrática. “Não se tratou de vendedores de algodão-doce. Foram pessoas que destruíram patrimônio, invadiram o Congresso e tentaram implementar um golpe de Estado contra a democracia”, disse.

Pacificação só depois do julgamento

Para o deputado Flávio Nogueira (PT-PI), a democracia brasileira demonstra sua força diante do julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo ele, a repercussão internacional do processo reforça a imagem do Brasil como referência democrática nas Américas. “Este julgamento reafirma a máxima de que todos são iguais perante a lei”, declarou.

O parlamentar relembrou que a história política do país foi marcada por sucessivos golpes, civis e militares, e alertou que episódios como o do início de 2023 não podem ficar impunes. “Golpes deixam rastros de dor: famílias destroçadas, viúvas e órfãos de pais vivos, como aconteceu no regime militar que durou 21 anos”, lamentou.

Leia mais – Moraes: “A impunidade, a omissão e a covardia não são opções para a pacificação”

Flávio Nogueira também rechaçou a tese de anistia para envolvidos nos ataques. Para ele, o Congresso não tem competência de revisar decisões judiciais que já respeitam o devido processo legal e a ampla defesa. “Não há como justificar o injustificável: depredaram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. Tudo está registrado nas provas apresentadas pelo ministro Alexandre de Moraes”, reforçou.

O deputado concluiu que a verdadeira pacificação nacional só será alcançada quando os responsáveis forem julgados e condenados. “A democracia só se fortalece quando os criminosos são punidos”, completou.

 

Do site do PT na Câmara

Chrisóstomo e a contradição da farda: deputado militar de Rondônia é porta-voz de ameaças dos EUA ao Brasil

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) voltou a protagonizar uma cena de submissão a interesses estrangeiros que coloca em xeque o próprio país que ele jurou defender como militar. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar ecoou com entusiasmo a declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que os Estados Unidos poderiam recorrer inclusive ao uso de “poder militar” para proteger a liberdade de expressão no Brasil, citando diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na mesma coletiva, Leavitt destacou que o presidente Donald Trump considera a liberdade de expressão “a questão mais importante do nosso tempo” e que não hesitaria em mobilizar sanções econômicas ou instrumentos militares em nome dessa agenda. Em resposta, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, repudiou de forma categórica qualquer ameaça de intervenção: “O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”, disse a chancelaria, condenando a tentativa de “forças antidemocráticas” de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais.

Enquanto a diplomacia nacional trabalhava para afirmar a soberania do Brasil diante de declarações gravíssimas, Chrisóstomo preferiu celebrar o gesto de Trump. No material publicado em suas redes, o deputado destacou que os Estados Unidos colocam o Brasil como “prioridade global” e prometem “ações significativas em defesa da liberdade”. Na prática, o parlamentar endossou o que o próprio governo brasileiro classificou como ameaça à democracia e à integridade territorial do país.

A posição de Chrisóstomo não é um episódio isolado, mas parte de uma sequência de manifestações públicas que evidenciam sua devoção incondicional a Donald Trump.
Na segunda-feira, 08, em entrevista ao programa “A Voz do Povo”, da Rádio Caiari, apresentado por Arimar Souza de Sá, o parlamentar transmitiu ameaça dos EUA. Chrisóstomo ampliou as críticas e invocou a aplicação da Lei Global Magnitsky, alegando que sanções internacionais já atingem dez ministros do STF e seus familiares, com exceção de André Mendonça, “o bolsonarista”. Em suas palavras: “Por isso, os Estados Unidos, que é o país mais democrático do mundo, está de olho nisso e está apertando cerco contra todos os ministros do STF, e ele já mandou o recado, o único fora é o pastor lá. O bolsonarista, o juiz bolsonarista, o André Mendonça. Os outros 10, os Estados Unidos disse que vai dar atenção devida sobre os direitos humanos. Os 10, suas esposas, seus filhos, seus amigos, seus assessores, os Estados Unidos disse que vai apertar o cerco. Esse povo…”. Ele acrescentou, ao final, que bancos que não aderiram às determinações estariam sendo notificados e poderiam receber multas bilionárias.

O Rondônia Dinâmica, em texto veiculado no dia 7 de julho de 2025, apontou que o deputado chegou ao ponto de aplaudir sanções impostas contra a economia brasileira e de zombar da reação do governo ao anunciar reciprocidade. Na ocasião, o portal alertava: “falta muito pouco para que o deputado comemore eventual bombardeio no Brasil… com ele dentro”.

De lá para cá, o comportamento do parlamentar apenas confirmou o prognóstico. Em fevereiro, Chrisóstomo exaltou nas redes sociais a ideia de Trump assumir o controle da Faixa de Gaza após os conflitos com o Hamas, ignorando críticas internacionais de que a medida feria o direito internacional. Em julho, comemorou tarifas que atingiram exportações brasileiras de carne e aço. Agora, chega ao extremo de aplaudir publicamente a possibilidade de uso de força militar contra o Brasil.

A contradição é flagrante: o deputado se apresenta como patriota, exalta sua condição de coronel, mas na prática legitima que um país estrangeiro ameace o Brasil com sanções e violência armada. O que deveria ser motivo de indignação para qualquer representante eleito da República transforma-se, pelas mãos de Chrisóstomo, em motivo de propaganda pessoal.

O episódio reforça um padrão: em vez de defender interesses regionais e nacionais, Chrisóstomo tem pautado seu mandato como se fosse um representante informal de Donald Trump no Congresso. Seu alinhamento automático ao ex-presidente americano, ainda que isso signifique enfraquecer a soberania brasileira, expõe o distanciamento entre o discurso que dirige ao eleitorado e as consequências reais de suas atitudes.
Seja no silêncio diante de tarifas que prejudicam o agronegócio, seja na exaltação a declarações hostis à democracia, o deputado de Rondônia reafirma sua prioridade: é Trump! E, como já alertado, resta a dúvida perturbadora: até onde Chrisóstomo estaria disposto a aplaudir para manter essa devoção?

As informações são do site Rondônia Dinâmica

Ao vivo: STF retoma julgamento de Bolsonaro e “núcleo crucial” do golpe

Ministro Luiz Fux vota e 1ª Turma do Suprema pode formar maioria já nesta quarta

Nesta quarta-feira (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne para ouvir o voto do ministro Luiz Fux, no julgamento que envolve Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Diferentemente do que ocorreu na terça-feira (9), só haverá sessão nesta quarta pela manhã. Se o voto de Fux for breve, a ministra Cármen Lúcia também poderá já apresentar sua decisão.

Para os próximos dias, outras sessões já estão agendadas, com horários de 9h às 19h no dia 11, e 9h às 19h no dia 12 de setembro. Após o voto de Fux e de Cármen Lúcia, o ministro Cristiano Zanin será o último a se manifestar, seguindo a ordem de antiguidade no STF, uma vez que ele preside a Primeira Turma.

O julgamento será decidido por maioria de votos, com a condenação ou absolvição dos réus dependendo de três votos em uma mesma linha de pensamento. Caso haja divergências, pode haver propostas diferentes de penas e até mesmo a separação de réus em grupos distintos quanto aos crimes pelos quais são acusados. Em última instância, a pena será calculada em três fases: fixação da pena-base, avaliação de circunstâncias atenuantes ou agravantes e, por fim, verificação de eventuais causas de diminuição ou aumento da pena.

Os réus envolvidos neste processo enfrentam acusações graves, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. São eles: o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-presidente Jair Bolsonaro; o ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid; o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e o ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Os crimes pelos quais os réus são acusados incluem a tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Entre as acusações, destaca-se a tentativa de “depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”, o que configura um golpe de Estado. Além disso, a deterioração de bens protegidos por lei e o uso de violência e ameaça para destruir o patrimônio da União são elementos centrais das acusações.

Do Brasil 247

VIDEO ‘Corrupção no INSS existe há vários governos’, diz presidente da CPMI

“O que nós temos com muita clareza é que há uma quadrilha, ou talvez mais de uma, que existe no INSS há vários governos”, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI do INSS, nesta segunda-feira (8). A declaração foi feita durante reunião da CPMI que colheu depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.

O depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira (9) marcou mais uma disputa entre governo e oposição sobre qual gestão seria responsável pelas fraudes: a de Jair Bolsonaro ou a de Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a reunião, Lupi negou envolvimento no esquema e afirmou que não tinha dimensão do tamanho das fraudes no INSS.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que o compromisso da comissão não é com discursos político-partidários, mas sim com a verdade. Segundo ele, há convicção de que existe uma quadrilha atuando dentro do INSS há muito tempo, e que a CPI terá o papel de revelar todos os fatos

— A gente percebe o quanto as instituições falharam. As narrativas de cada lado querem imputar responsabilidade a um governo ou a outro. Se as informações já existiam há cinco anos, por que dois inquéritos da Polícia Federal foram arquivados? Por que providências não foram tomadas? São questões que nós queremos, ao longo dos depoimentos, responder à população  — afirmou.

Antes disso, no início da reunião, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) questionou a participação do senador Rogério Marinho (PL-RN) na CPMI, alegando conflito de interesse, já que Marinho foi secretário especial de Previdência Social entre 2019 e 2020, parte do período investigado pela comissão. Para Pimenta, o acesso do senador a documentos sigilosos comprometeria a imparcialidade da comissão.

Marinho rebateu, dizendo que não é investigado e acusou o governo de tentar excluí-lo por motivos políticos. O presidente da CPMI rejeitou o pedido de afastamento de Marinho, mas Pimenta anunciou que vai recorrer da decisão.

Acordos técnicos

Um tema recorrente nas perguntas do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e outros parlamentares foram os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). Lupi admitiu que os ACTs assinados entre o INSS e entidades privadas facilitaram a ocorrência de fraudes contra aposentados e pensionistas. Ele afirmou que os ACTs existem desde 1994, mas reconheceu que, nas gestões mais recentes, acabaram se tornando “porta de entrada para o desvio de bilhões de reais”.

— O que é o Acordo de Cooperação? É um acordo que o INSS faz para que essas entidades prestem serviço ao aposentado e, em troca, possam cobrar uma taxa. Algumas são devidas; a maioria, indevidamente, conforme está sendo provado.

Membros da CPMI, como a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), cobraram explicações sobre por que os ACTs não foram suspensos imediatamente ao início do atual governo.

— O senhor não sabe, o senhor não viu. Esse é o resumo. Por que o senhor não suspendeu imediatamente os ACTs em 2023?

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) destacou que os principais acordos com as entidades investigadas foram firmados ainda em 2020 e 2021, durante o governo Bolsonaro:

— Essa explosão de fraudes em 2023 é fruto dos acordos feitos entre 2021 e 2022.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) lembrou que o Ministério Público Federal já investigava o esquema desde 2019 e classificou o grupo envolvido como uma “quadrilha antiga” que se infiltrou no INSS com apoio de entidades de fachada:

— É uma quadrilha antiga. Isso começou a se intensificar a partir de 2018, 2019.

Por outro lado, o senador  Izalci Lucas (PL-DF) defendeu o ex-presidente e citou a Medida Provisória 871/2019, o chamado “pente-fino” em benefícios do INSS, como ação eficaz:

— Foi Bolsonaro quem estancou a corrupção que existia naquele momento. Foram mais de R$ 10 bilhões em economia.

Para o senador Jorge Seif (PL-SC), o ex-ministro Carlos Lupi finge desconhecimento, mas teria, no mínimo, prevaricado (deixado de praticar um ato que seria sua obrigação ou agir contrariamente à administração pública). O parlamentar destacou que o depoimento de Lupi entra em contradição com os relatos feitos anteriormente à CPMI pela defensora pública Patrícia Bettin Chaves e pela diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, que apontaram que as irregularidades foram comunicadas ao Ministério.

Fonte: Agência Senado

Movimentos

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Se a dialética coubesse numa imagem, haveria uma moça na capa de um livro com um vestido dourado e com fitas vermelhas. A moça emprestaria à gravura toda a sua miscigenação de cores.

Se a dialética coubesse numa visão urbana seria uma via de mão dupla, num ponto teríamos uma avenida, no outro, mal caberia uma rua estreita. Sinalizada, a via urbana deveria ser arborizada, mas, parecia apenas dirigida por sinais de pare e avance, vire à esquerda ou à direita. De um lado haveria arranha-céus ou até palácios e, na outra margem, veríamos o contraste de casas simples ou barracas nas esquinas. Bem iluminada, logo se veria um estoque de lombadas, cruzamentos e encruzilhadas escuras e silenciadas. Com amplo fluxo de dia ou de noite, não seria difícil imaginar que, numa extremidade, desembocaria num aeroporto em que decola a riqueza e, na outra ponta, pode-se dizer que nascia ali, tinha uma quebrada, palafitas, espigões de pobreza aguda.
Correndo em paralelo ou entrecruzada por pontes e viadutos, a via urbana também poderia ser vista do alto da passarela. Mas aí seria uma visão passiva.

Se a dialética fosse uma música, seria uma valsa ou um tango com inclinações de um lado ou de outro, com saltos, giros e rodopios, gestos breves, curtos e contidos, cortados por movimentos largos, espraiados e amplos.

Vinício Carrilho Martinez

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

“Sem anistia” no palco do The Town

O festival The Town, realizado neste 7 de Setembro no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, ganhou contornos políticos em meio às comemorações do Dia da Independência do Brasil. De acordo com reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, bandas nacionais e internacionais aproveitaram suas apresentações para criticar governos, parlamentares e defender pautas sociais, arrancando aplausos e gritos do público. O Green Day, atração principal da noite, foi um dos grupos mais incisivos. Billie Joe Armstrong, vocalista da banda, discursou diante da multidão: “Nós já estamos cheios desses políticos, desses bastardos fascistas. Então não queremos saber mais deles, não nesta noite, não no Dia da Independência”. Em outro momento, celebrou a data ao gritar repetidas vezes: “feliz Dia da Independência, Brasil”.

“Sem anistia” no palco do The Town 2

Mais cedo, foi a vez de Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, usar o palco como espaço de manifestação. Antes de cantar Que País É Este, ele ressaltou: “Essa música aqui é sobre a violência, a pobreza, a desigualdade brasileira. Música sobre a PEC da Impunidade que eles estão querendo aprovar no Congresso… Os nobres deputados, engravatados, falou?”. A fala faz referência à proposta de emenda à Constituição apresentada em 2021, conhecida como PEC da imunidade ou “PEC da blindagem”, que busca ampliar os limites da imunidade parlamentar. O tema voltou ao debate recentemente após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), designar relatoria para analisar medidas de proteção aos deputados contra o que consideram interferência do Judiciário. (Do Brasil 247)

7 de Setembro ou 4 de Julho?

Ontem o Brasil ficou estupefato com imagens de uma bandeira americana gigante em pleno dia de 7 de setembro, data em que se comemora a independência do Brasil. Um verdadeiro acinte, uma agressão à soberania brasileira. Imagina uma bandeira brasileira se inserir na festa do 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos? Seria queimada. Mas, no Brasil, ostentar acintosamente a bandeira norte-americana é motivo de orgulho para patriotarios. Esse ato antipatriotico é um recado à Donald Trump: “Pode invadir o Brasil e tomar posse”.

Soberania

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, durante o Desfile de 7 e Setembro (Ricardo Stuckert / PR)Já, em Brasília, o tema foi soberania. Às vésperas da provável condenação de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista, o presidente Lula (PT) participou neste domingo, 7, ao desfile do 7 de setembro, na Esplanada dos Ministérios. Ao lado de ministros, o governo explorou o mote “Brasil Soberano”. O governo estabeleceu três eixos para a celebração deste domingo, as temáticas “Brasil dos Brasileiros“, “Brasil do Futuro” e a COP30, conferência climática da ONU que será realizada em novembro, em Belém. No evento, antes do começo dos desfiles, foram distribuídos bonés com o tema Brasil Soberano, ao som de uma música gravada para o 7 de Setembro pela ministra Margareth Menezes (Cultura).

Soberania 2

Nenhuma descrição de foto disponível.O contraste com o pronunciamento oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 7 de setembro é evidente. Em rede nacional, Lula destacou a importância da soberania nacional e afirmou: “Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da no dssa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”. O presidente também criticou políticos que estimulam ataques contra o Brasil, como o deputado Eduardo Bolsonaro, qualificando-os como “traidores da pátria” que não serão perdoados pela História.

Tarcísio radicaliza ataque

Com o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) pela metade, seus apoiadores procuraram dar uma demonstração de força no 7 de Setembro com manifestações pela anistia em diversas cidades do país. De olho no espólio político do ex-presidente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixou a moderação de lado e elevou o tom contra o Supremo, em particular contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Na Avenida Paulista, em ato convocado pelo pastor Silas Malafaia, Tarcísio disse que “ninguém aguenta mais a tirania de Moraes”, chamou de “mentirosa” delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e afirmou que a “anistia tem que ser ampla”. Embora a data celebrasse a independência do Brasil, chamou a atenção uma enorme bandeira dos Estados Unidos estendida pelos manifestantes. De acordo com o Monitor do Debate Político do Cebrap, o ato na Paulista reuniu 42,7 mil manifestantes, 5 mil a mais que o protesto anterior da direita. (g1)

Tarcísio ignorado

Apesar da retórica inflamada, Tarcísio foi ignorado nos demais protestos bolsonaristas, em especial no Rio, onde a manifestação foi comandada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), filho mais velho do ex-presidente. Em seu discurso, ele cobrou dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um perdão amplo para os acusados de golpe. “Não existe meia anistia. Não dá para anistiar a Débora do Batom sem anistiar também o presidente Bolsonaro”, disse. (UOL)

Tarcísio ignorado 2

Tarcísio sabe que só será um candidato viável caso se mostre fiel ao bolsonarismo. Se em algum momento for colado na sua testa o rótulo de traidor, pode perder o apoio da chamada base dura do bolsonarismo. Quem gritou hoje ‘fora Moraes’ pode gritar ‘fora Tarcísio’ se for habilmente manipulado.” (Fabiano Lana-Estadão)

Gilmar Mendes 

“Lamentável.” Essa foi a forma como o decano do STF, Gilmar Mendes, classificou as afirmações de Tarcísio na Paulista, conta Igor Gadelha. “Não há no Brasil ‘ditadura da toga’, tampouco ministros agindo como tiranos”, disse Gilmar. “O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo”, completou. (Metrópoles)

Gleisi Hoffmann

Longe do burburinho das ruas, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou para a manhã de hoje uma reunião com os ministros de partidos de centro-direita e direita para discutir estratégias contra o movimento pela anistia no Congresso. (Folha)

O julgamento do século

A pedido de Alexandre de Moraes, o ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, marcou duas sessões extras para o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Como ambas acontecerão no dia 11, está mantida a previsão de que o veredito seja anunciado na próxima sexta-feira, dia 12. (CNN Brasil)

O julgamento do século 2

O julgamento será retomado amanhã com o voto de Moraes, relator do processo, e a previsão é que ele se estenda por todo o dia, com ênfase na defesa da democracia e das instituições. Ao longo dos últimos meses, os ministros da Primeira Turma têm dado indicações de como devem votar. A grande incógnita — e esperança dos advogados — é Luiz Fux, o terceiro a se manifestar. Embora tenha acompanhado Moraes nas condenações anteriores, ele tem divergido quanto às penas impostas e já questionou a delação do tenente-coronel Mauro Cid. (Globo)

Cenas de um julgamento-Spacca

 

Milei  derrotado

O presidente argentino Javier Milei sofreu um sério revés neste domingo com a vitória da oposição nas eleições legislativas da província de Buenos Aires, a mais populosa do país. O Partido Justicialista (peronista) obteve 46,93%, qualificando o governador da província, Axel Kicillof, como possível candidato presidencial em 2027. Já o La Libertada Avanza (LLA) de Milei ficou em segundo, com 33,83% dos votos. Apesar da derrota, o presidente afirmou que vai seguir com as reformas liberais na economia. (La Nación)

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

O fiasco do “Reaja Rondônia” e o recuo de Marcos Rogério

Por Samuel Costa

No último domingo, 7 de setembro, a extrema-direita de Rondônia protagonizou mais um vexame político. A manifestação “Reaja Rondônia”, realizada no Espaço Alternativo em Porto Velho, prometia ser um grande ato em defesa da anistia para golpistas e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, mas terminou como um retumbante fracasso. Nem 300 pessoas compareceram.

O clima era de velório: rostos abatidos, bandeiras sem energia e discursos esvaziados. Os autointitulados “patriotas” ficaram literalmente a ver navios. Nem mesmo os familiares e comissionados de vereadores, deputados estaduais, federais e senadores bolsonaristas tiveram coragem de aparecer para engrossar o coro. O esvaziamento escancarou a fadiga de um discurso que já não mobiliza a população.

Na prática, o ato serviu para mostrar que o verdadeiro “reagir” partiu do povo de Rondônia: reagiu não indo a um evento folclórico que tenta travestir de patriotismo a defesa de criminosos e golpistas condenados pela Justiça.

O fiasco teve impacto direto sobre o senador Marcos Rogério, principal representante do bolsonarismo no estado. Ele esperava transformar a data em trampolim para sua pré-candidatura ao Governo de Rondônia em 2026. O resultado foi o oposto: diante da vergonha pública e da falta de apoio, o senador teria jogado a toalha e desistido da disputa, admitindo, mesmo que silenciosamente, a perda de relevância política.

O 7 de setembro, que antes fora transformado pelo bolsonarismo em palanque de ódio, revelou-se agora um símbolo do declínio desse projeto autoritário. A população não compareceu porque entendeu que Rondônia precisa de soluções concretas saúde, educação, infraestrutura, segurança e não de discursos inflamados em defesa de golpistas.

No fim, o “Reaja Rondônia” ficará marcado não como um ato de força, mas como o ato final de um ciclo de ilusão política. E Marcos Rogério, ao sentir o peso do fiasco, sai menor do que entrou. A democracia, esta sim, saiu fortalecida.

Samuel Costa é rondoniense, professor, advogado e jornalista com especialidade de Ciência Política

Bolsonaro pede visita de Bruno Scheid, citado em inquérito com cheque da mãe dele

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para receber a visita de Bruno Scheid, vice-presidente do partido em Rondônia e pré-candidato ao Senado. A solicitação foi registrada pela defesa e direcionada ao ministro Alexandre de Moraes.

Os advogados argumentam que Scheid é uma das principais lideranças ligadas a Bolsonaro e mantém uma relação de amizade próxima com a família. No documento, destacam que a presença do dirigente seria relevante diante da dificuldade de Michelle Bolsonaro conciliar compromissos profissionais com os cuidados exigidos no período de prisão domiciliar.

Bruno Scheid já havia tentado visitar o ex-presidente, mas a solicitação anterior não havia sido analisada. Ele foi pré-candidato a deputado federal em 2022, mas não se elegeu. O pecuarista é apontado como responsável por captar recursos para a campanha de Bolsonaro junto ao setor ruralista.

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto por decisão de Moraes, que considerou descumprimento de medidas cautelares anteriores. Entre as restrições estão uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e a proibição de acessar redes sociais, regra que ele violou ao participar por videochamada de um ato pró-anistia em 3 de agosto.

Em junho, um cheque de R$ 150 mil, emitido por Aparecida Scheid — pecuarista e mãe de Bruno — foi apreendido pela Polícia Civil em um quarto de hotel usado por Elias Rezende, atual chefe da Casa Civil de Rondônia.

O documento apareceu no inquérito conduzido pela 1ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que investiga supostas irregularidades na contratação da empresa R&A Treinamento e Consultoria Ltda. para serviços de digitalização de documentos no Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A contratação foi feita durante a gestão do governador Marcos Rocha (União Brasil). O processo já soma mais de 700 páginas e apura indícios de associação criminosa, fraude em licitação e combinação prévia em certames públicos.

Embora não ligado diretamente ao contrato sob apuração, o cheque foi anexado à investigação. Em depoimento, Aparecida Scheid disse que conheceu Elias Rezende em 2018, durante a campanha de Marcos Rocha ao governo, e que ele costumava se hospedar em sua casa em Ji-Paraná quando viajava pelo interior.

Bruno Scheid entre Eduardo e Jair Bolsonaro

Segundo ela, Rezende pediu um empréstimo para terminar a construção de uma casa em Jaru. Sensibilizada, emitiu um cheque de R$ 150 mil, pré-datado para julho de 2020. O valor nunca foi compensado, porque sua empresa enfrentava restrições cadastrais.

A empresária também declarou ter pago R$ 160 mil em móveis planejados para a casa de Rezende, quando ele chefiava a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sedam). O gasto não foi reembolsado. Pouco depois, os dois se afastaram por divergências políticas: enquanto Marcos Rocha migrou para o União Brasil, ela permaneceu próxima do grupo de Bolsonaro.

O cheque foi datado de março de 2020, quando Rezende ainda estava na Sedam, mas Aparecida afirmou que ele já estava no DER. As datas não coincidem. A polícia registrou a inconsistência, mas não estabeleceu ligação direta com o inquérito principal.

O achado, porém, levantou dúvidas entre investigadores pela soma envolvida, pelo envolvimento de uma empresária do agro com um alto funcionário público e pela relação da família Scheid com Bolsonaro.

Enquanto isso, a contratação da R&A segue sob suspeita de direcionamento e fraude, e a investigação continua reunindo elementos contra Rezende e outros servidores.

Diario do Centro do Mundo

Fabiana Justus diz ter feito transplante pelo SUS: ‘Não foi dinheiro que comprou minha medula’

Explicação veio após a filha de Roberto Justus receber um comentário dizendo que “dinheiro muitas vezes compra a chance de viver, como foi o caso dela”

Fabiana Justus, de 38 anos, afirmou ter feito seu transplante de medula óssea pelo SUS. A declaração foi dada após a filha de Roberto Justus receber um comentário dizendo que “dinheiro muitas vezes compra a chance de viver, como foi o caso dela”. A influencer se irritou com a mensagem e se pronunciou por meio de seu Instagram, na quarta-feira (4).

“Tem gente que afirma coisas sem saber. Existe muita confusão sobre esse assunto, e acabam disseminando informações erradas. Isso é muito perigoso. Quando o médico põe o nome em um banco nacional para tentar encontrar um doador para seu paciente, ele também pode tentar colocar um banco internacional, global, para ter mais possibilidades de achar. E não precisa gastar dinheiro para isso. É feito pelo SUS”, explicou.

Fabiana, então, detalhou como se deu seu procedimento. “Meu transplante, o trajeto da medula nova de lá [de fora do Brasil] para cá, isso foi tudo feito pelo SUS. Não foi dinheiro que comprou minha medula. Sei que tenho acesso a médicos excelentes e não estou ignorando esse fato, mas cuidado com as informações que vocês disseminam por aí que não são corretas. E não tem fila de transplante de medula óssea”, afirmou.

PL da anistia prevê Bolsonaro elegível em 2026

A poucos dias do fim do julgamento da trama golpista que pode condenar Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão, aliados do ex-presidente correm para apresentar um projeto de lei no Congresso que conceda anistia a todos os envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Uma minuta do texto, preparada pelo PL, já está pronta e prevê o perdão a crimes cometidos via redes sociais, ofensas a instituições, apoio logístico e financeiro a protestos e ataques à soberania nacional. Na prática, isso significaria que Bolsonaro ficaria livre da prisão e voltaria a se tornar elegível para as eleições de 2026. O projeto, segundo deputados bolsonaristas, também isentaria o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, de responsabilidade por tentar convencer Donald Trump a sancionar o Brasil como forma de pressionar o Judiciário a não julgar Bolsonaro. (Globo)

Em meio ao tiroteio, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), agiu como de costume. Primeiro disse que não colocaria na pauta um projeto para anistiar Bolsonaro. Depois, com o tema ganhando força, deu sinais de que poderia rever a posição e chegou a se reunir com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para tratar da estratégia política sobre como pautar a proposta. Na quinta-feira, diante das reações negativas na imprensa e na opinião pública, Motta desconversou, afirmando que ouviria os favoráveis e contrários à proposta. Ao final, disse que não “há nada definido” sobre a questão. (UOL)

Enquanto o presidente da Câmara se protege sob o manto da ambiguidade, o governador paulista partiu para o tudo ou nada na busca pela anistia de Bolsonaro. Tarcísio de Freitas, que já havia feito um périplo por Brasília com apoio do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, uniu forças com o pastor Silas Malafaia nas articulações. Nesta quarta, Tarcísio recebeu Malafaia para um jantar no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e confirmou presença em protesto organizado pelo pastor em São Paulo a favor da anistia de Bolsonaro. Segundo o Painel, a minuta do projeto que beneficia o ex-presidente foi feita pelos advogados e influenciadores bolsonaristas Tiago Pavinatto e Flavia Ferronato em conjunto com “professores da USP” que preferem não ter seus nomes divulgados. (Folha)

Diante da pressão crescente no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu entrar pessoalmente na campanha do governo para impedir que o texto seja levado à votação. Lula aposta no apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para frear a ofensiva da oposição. Para isso, ofereceu a Alcolumbre manter no governo nomes indicados por ele para os ministérios das Comunicações e do Desenvolvimento Regional, além de superintendentes da Codevasf. O União Brasil, porém, decidiu deixar o governo e determinou que todos os integrantes do partido desocupem seus cargos na Esplanada até o fim do mês. (Estadão)

Em outra frente, o Planalto abriu o cofre para desmobilizar integrantes do centrão que possam se unir ao PL. Só nesta semana foram liberados quase R$ 2,5 bilhões em emendas parlamentares. O esforço do governo em empenhar essa fatia do orçamento acontece em meio ao desembarque de aliados e ao aumento das tensões em torno da anistia de Bolsonaro. (CNN Brasil)

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reagiu às investidas do governo para buscar uma aliança com Alcolumbre a fim de barrar a anistia. Segundo ele, o projeto que será apresentado pelo PL é “o mínimo do mínimo” a que a oposição está disposta a negociar. Sóstenes atacou o presidente do Senado, que defende um texto alternativo sem o perdão a Bolsonaro. “A atribuição do presidente do Senado é pautar, não discutir o texto”, disse. (Poder360)

Vera Magalhães: “O projeto de lei da anistia não apenas livra os praticantes do 8 de Janeiro, os responsáveis pelas milícias digitais, os investigados pela Abin paralela e os que estão sendo julgados pela trama golpista: tal como está redigido, o projeto é um convite para ataques futuros às instituições”. (O Globo)

Silvio Cascione: “O sucesso da empreitada de Tarcísio não depende da aprovação imediata de uma anistia ampla, que inclua Bolsonaro. Este cenário, inclusive, continua improvável. O alvo da ofensiva é outro: convencer o ex-presidente de que o governador, se eleito presidente, estará comprometido com a ‘conclusão do serviço'”. (Estadão)

“Estamos abertos à cooperação militar com a China”, diz Celso Amorim

Em visita a Pequim, no dia seguinte ao imponente desfile militar que celebrou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, manifestou o interesse do Brasil em aprofundar a cooperação com a China, incluindo a área militar. O comentário foi feito após a decisão inédita de enviar generais para servirem como adidos militares na embaixada brasileira em Pequim, uma ação que marca uma mudança significativa nas relações bilaterais. As informações são do jornal O Globo.

Amorim, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua agenda diplomática, explicou que a cooperação entre os dois países já existe em áreas como a espacial, mas com o envio de oficiais-generais para a embaixada na China, a parceria poderá se expandir para novos horizontes. “Quando o Exército resolve mandar um oficial-general como adido para cá, é porque tem uma disposição de intensificar a cooperação”, afirmou Amorim, destacando o simbolismo dessa ação como um passo importante na ampliação da relação entre as duas nações.

Essa movimentação ocorre em um contexto de estreitamento dos laços entre Brasil e China nos últimos anos, especialmente após o agravamento da guerra comercial iniciada pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para Amorim, o enfraquecimento do sistema multilateral global, promovido pelos Estados Unidos, tem levado os países a buscar alternativas para fortalecer a cooperação, e a China, como principal parceiro comercial do Brasil, torna-se essencial nesse processo. “É uma economia enorme, nosso principal parceiro comercial, essa cooperação se tornou mais importante”, afirmou o assessor.

Além disso, Amorim sublinhou que a cooperação não se limita ao comércio, mas inclui também investimentos e transferências de produção para o Brasil. “Comércio é importante, mas não é só comércio. É investimento com transferência de produção para o Brasil. E cooperação financeira também, que está sendo desenvolvida para enfrentar qualquer instabilidade”, declarou. Ele também destacou que o fortalecimento das relações com a China é visto com bons olhos por Pequim, que, segundo Amorim, compreende a importância dessa parceria.

Durante sua estada em Pequim, Amorim participou do jantar de gala oferecido pelo governo chinês, onde teve a oportunidade de conversar com o presidente Xi Jinping. Em sua conversa, Xi confirmou que participará da reunião do Brics, marcada para segunda-feira (8), por videoconferência, a fim de discutir maneiras de lidar com o aumento das tarifas comerciais impostas pelos EUA. Amorim também ressaltou a impossibilidade de um acordo comercial com os Estados Unidos, após um encontro em Washington, onde representantes da diplomacia americana confirmaram que as tarifas aplicadas ao Brasil têm motivação política. “É possível negociar, mas não é uma negociação econômica, é uma negociação política. Gente, é uma coisa muito assustadora”, disse Amorim, expressando sua preocupação com o rumo das negociações.

O assessor de Lula também alertou sobre os riscos de uma política de reciprocidade, que tem sido promovida pelos Estados Unidos. Para ele, esse modelo, semelhante ao sistema vigente entre as duas guerras mundiais, pode ter consequências devastadoras, como a depressão econômica e a escalada de tensões geopolíticas que culminaram no início da Segunda Guerra Mundial. “Essa ideia de reciprocidade era o regime que vigia no período entre guerras, e que, segundo muitos historiadores, contribuiu para o aprofundamento da depressão e, diretamente, também para o clima que levou à Segunda Guerra Mundial”, disse Amorim, ressaltando o perigo de uma repetição dessa dinâmica.

Amorim também se reuniu com o chanceler chinês Wang Yi, onde entregou uma carta do presidente Lula a Xi Jinping. Durante o encontro, discutiu temas como as guerras na Ucrânia e Gaza, o impacto do tarifaço e a nova Iniciativa de Governança Global proposta por Xi durante a última cúpula da Organização de Cooperação de Shanghai. Embora ainda não tenha se aprofundado nos detalhes da proposta, Amorim expressou apoio à ideia de reformar a governança global: “Falar em uma iniciativa de reforma da governança global é música para os nossos ouvidos, porque é o que nós temos defendido”, afirmou.

Ao ser questionado sobre o envio de navios de guerra dos Estados Unidos à costa da Venezuela, Amorim se mostrou cauteloso e não quis especular sobre possíveis ações do Brasil. No entanto, expressou sua preocupação com o impacto da presença militar americana na região. “O deslocamento de navios de guerra, inclusive de submarinos com capacidade nuclear, é preocupante. Muito preocupante. Não ajuda na boa relação entre a América Latina e os Estados Unidos, que é muito importante”, concluiu Amorim, reafirmando a importância de respeitar a América Latina e, em particular, a América do Sul, como uma região autônoma com suas próprias decisões.

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De traidor dos seus a traidor da Pátria

Por Ronald Pinto

A narrativa construída pelo governo de Jair Bolsonaro sempre foi a de um líder intransigente, um “mito” disposto a lutar até o fim contra o sistema. No entanto, uma análise crua dos fatos revela algo muito diferente: uma traição calculada contra os próprios seguidores que jurou defender, transformados em massa de manobra descartável de um projeto de poder fracassado.

O golpe estava marcado para 7 de setembro de 2021. A estratégia, audaciosa e autoritária, previa que, diante da exibição do poderio militar, Bolsonaro decretaria o fim do Supremo Tribunal Federal (STF) e das instituições democráticas. Para conter a previsível reação da sociedade, sua base no Congresso aprovou uma nova Lei Antiterrorismo, que substituía a antiga Lei de Segurança Nacional.

A peça-chave da duplicidade surgiu em 1º de setembro de 2021. Ao sancionar a lei, Bolsonaro vetou justamente os artigos que criminalizavam a desinformação em massa (fake news) e os ataques ao direito de manifestação. Por quê? A resposta é evidente: para garantir a sobrevivência do “Brasil Paralelo”, o ecossistema de mentiras que mantinha milhões de apoiadores fanatizados acreditando em uma guerra contra um “comunismo onipresente”. Ele não protegeu seus seguidores da desinformação; protegeu a própria desinformação que os mantinha sob seu controle.

Sem condições objetivas para o golpe naquela data, restou a Bolsonaro radicalizar na retórica. Diante de milhares na Avenida Paulista, declarou que não acataria “qualquer decisão” do ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “canalha”. Era uma incitação explícita: convocava seus seguidores a fazerem o que ele mesmo não ousava fazer — confrontar o STF.

Derrotado nas eleições de 2022 por Lula, a narrativa de fraude já estava pronta para ser usada como combustível. A estratégia passou a ser forçar uma intervenção militar, a chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO), apresentada como a “cara legal” do golpe. A interpretação distorcida do Artigo142 da Constituição foi vendida aos apoiadores como certeza de que os militares estariam ao lado do “mito”.

Em 8 de janeiro de 2023, centenas de fanáticos, convencidos de que estavam “salvando o Brasil do comunismo”, invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes. Acreditavam piamente ser a vanguarda de um golpe de Estado apoiado por Bolsonaro e pelos militares.

A armadilha era perfeita: criar o caos para forçar Lula a decretar a GLO, entregando o comando aos generais. Alertado, Lula não caiu no ardil. A reação rápida do Ministério da Justiça, sob liderança de Flávio Dino e Ricardo Capelli, evitou a consumação do golpe e garantiu a prisão dos invasores.

Quando perceberam que a tentativa fracassara, os líderes bolsonaristas se esquivaram. Tentaram convencer os que não estavam em Brasília de que o quebra-quebra teria sido promovido pela esquerda. Sem êxito, passaram a pressionar por Anistia no Congresso, tentando mais uma vez usar seus seguidores como escudo para proteger os verdadeiros articuladores.

Então veio a traição final. Frente a frente com os juízes que antes haviam atacado e caluniado, os mesmos líderes que incitaram a multidão com promessas de vitória passaram a chamá-los de “malucos” e “baderneiros”. Bolsonaro e seus generais, em desespero, começaram a acusar uns aos outros, abandonando os brasileiros que manipularam.
A ironia mais cruel foi jurídica: os invasores passaram a ser processados com base na própria Lei Antiterrorismo sancionada por Bolsonaro em 1º de setembro de 2021. A ferramenta criada para perseguir opositores acabou usada contra seus seguidores. Muitos, percebendo que foram usados como peões, aceitaram delações. Outros, ainda presos à ilusão, recusaram-se a negociar, esperando uma Anistia que nunca passou de mais uma manobra para livrar os líderes.

A traição de Bolsonaro é um caso clássico de populismo autoritário: criar uma realidade paralela, alimentar ódio e paranoia, e depois abandonar os fiéis à própria sorte quando o plano fracassa. Seus vetos à lei de fake news, suas incitações e sua fuga da responsabilidade comprovam que seus apoiadores foram sempre instrumentos descartáveis.

Agora, na derrota, a tentativa de envolver figuras como Donald Trump para atacar o STF confirma que o projeto de desestabilização contínua. Mas os soldados dessa guerra imaginária — cidadãos comuns que acreditaram no “mito” — já foram sacrificados, deixados para trás nas celas, com suas vidas destruídas, enquanto seus líderes negam qualquer responsabilidade. A história registrará não apenas a tentativa de golpe, mas também a profunda covardia e traição contra aqueles que mais confiaram nele.

Suspeito de ligação com CV, deputado TH Joias defendia temas de Segurança Pública na Alerj e destinou quase R$ 1 milhão para projeto da área

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Preso acusado de ligações com o Comando Vermelho, o, agora ex- deputado estadual Thiego Santos, o TH Joias, (ex-MDB), era visto frequentemente em agendas com autoridades da Segurança Pública, participava ativamente de debates da área na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e até apresentava projetos favoráveis à polícia. Segundo os investigadores, tudo isso não passava de uma tentativa dele em lavar sua imagem pública em detrimento à articulação nos bastidores em favor ao tráfico de drogas.

Segundo a investigação, TH Jóias utilizava o mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para favorecer o crime organizado. Ele é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, além de indicar a esposa de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão — apontado como traficante e também preso —, para um cargo parlamentar.

— O objetivo do parlamentar, desde que entrou, era para fora, para a sociedade, transparecer um parlamentar preocupado, ironicamente, com a segurança pública. Essa era a bandeira dele. E, obviamente, ele se aproveitou disso. Todo o evento e tudo ligado à segurança pública, ele queria colar a imagem dele e, nos bastidores, era um membro importante do Comando Vermelho — disse o delegado federal Fábio Galvão.

Quase R$ 1 milhão para o Segurança Presente

No final do ano passado, TH Joias destinou R$ 920 mil, cerca de um terço do valor disponível, em emendas impositivas para a instalação de uma base do Segurança Presente em Marechal Hermes, Zona Norte do Rio. O deputado postou vídeos com reuniões sobre o tema e, em um deles, agradeceu ao governador Cláudio Castro pelo atendimento ao pedido de expansão do programa.

Apesar de frequentar agendas de segurança, sua presença causava incômodo aos policiais. Sobretudo ao secretário de Polícia Civil Felipe Curi, que evitava aparecer próximo de TH Joias. Em 2017, Curi como delegado, liderou uma investigação que prendeu pela primeira vez o deputado. Já na Alerj, TH não compareceu na posse do secretário em 2024, inclusive.

No seu mandato, ele também reúne elogios enviados a policiais militares e ao 9º BPM (Rocha Miranda). TH apresentou um projeto para declarar o batalhão como “Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial” do Rio.

“É um símbolo de memória coletiva, disciplina, coragem e dedicação. Sua história se confunde com a trajetória de milhares de policiais militares que por ali passaram — homens e mulheres que, com bravura, protegeram e continuam a proteger a população. A relevância do batalhão para a vida da comunidade, não apenas na segurança pública, mas também no aspecto social e cultural, como referência de ordem, cidadania e compromisso”, escreveu ele na justificativa do projeto.

Extra Globo

Lula lança o “Gás do Povo”, que dará gás de cozinha de graça para mais de 15 milhões de famílias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz nesta quinta-feira (4) o lançamento oficial do programa Gás do Povo, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte (MG). A iniciativa, que promete beneficiar 15,5 milhões de famílias em todo o Brasil, visa garantir botijões de gás gratuitos para as famílias de baixa renda, totalizando cerca de 50 milhões de pessoas. O objetivo é combater a pobreza energética, aliviar o orçamento familiar e promover melhorias na saúde, especialmente para as mulheres que, até então, dependem de fontes de energia como lenha e álcool, que podem ser prejudiciais à saúde.

O programa, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se apresenta como um avanço significativo em termos de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar e o bem-estar social. “O Gás do Povo combate a pobreza energética, oferece alívio no orçamento das famílias mais vulneráveis e, ainda, protege a saúde, especialmente das mulheres e crianças, que utilizam lenha e outros materiais inflamáveis e tóxicos”, destacou Silveira. A implementação do programa ocorre em substituição ao Auxílio Gás, ampliando de forma considerável o número de beneficiários, com foco em uma distribuição mais eficiente e transparente do recurso.

Ao invés de fornecer uma ajuda financeira, o novo programa permitirá que cada família retire um botijão de gás nas revendedoras credenciadas pelo governo, facilitando o acesso e garantindo maior controle. Essa mudança visa garantir que o benefício chegue de maneira direta e eficaz aos beneficiários. Para as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda de até meio salário mínimo por pessoa, a distribuição será ajustada conforme o tamanho da família. Os valores dos botijões serão diferenciados regionalmente, levando em consideração as variações de preço de acordo com a localidade.

Com uma operação dinâmica e digitalizada, o programa permitirá que os beneficiários acessem o vale eletrônico por meio de aplicativo, cartão do programa ou cartão do Bolsa Família. Além disso, as revendedoras credenciadas terão identidade visual padronizada, facilitando a localização e garantindo o uso adequado do benefício. A região Nordeste, que concentra o maior número de famílias em situação de vulnerabilidade, será a principal beneficiada, com cerca de 7,1 milhões de famílias contempladas, seguida pelas regiões Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste.

Em termos de valores, o programa será integralmente financiado com recursos públicos, sem a necessidade de créditos adicionais. Para o ano de 2025, está prevista a destinação de mais de R$ 3,57 bilhões para a implementação do Gás do Povo, com uma projeção de R$ 5,1 bilhões para 2026. Esses investimentos garantem a continuidade e a ampliação do programa, assegurando sua sustentabilidade e a execução das metas.

Além de representar um avanço social, o Gás do Povo reforça o compromisso do Brasil com uma transição energética justa, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, particularmente no que se refere ao acesso universal a tecnologias limpas de cocção. A substituição da lenha pelo gás de cozinha visa também a redução de doenças respiratórias, um dos principais problemas de saúde pública relacionados à poluição gerada pela queima de biomassa.

Este programa não apenas aborda a questão da pobreza energética, mas também contribui para a saúde pública, oferecendo uma solução eficiente e sustentável para milhões de brasileiros.

Do Brasil 247

Deputado e delegado da PF são suspeitos de favorecer facção no Rio

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A Polícia Federal uniu-se à Polícia Civil e aos Ministérios Públicos Federal (MPF) e do Rio de Janeiro (MPRJ), quarta-feira, para prender suspeitos de atuarem como braço político da facção Comando Vermelho. Entre os alvos da Operação Zargun estão o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o “TH Joias” (MDB), um delegado da PF, policiais militares e um ex-secretário municipal e estadual.

O objetivo do cumprimento de 18 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão é desarticular uma organização criminosa ligada à cúpula de uma das maiores facções do Brasil, especializada no tráfico internacional de armas e drogas, corrupção de agentes públicos e lavagem de capitais.

Além do deputado TH Joias, a operação prendeu um dos acusados de chefiar o Comando Vermelho, Gabriel Dias de Oliveira, o “Índio do Lixão”, e assessor parlamentar do deputado preso, Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o “Dudu”, até o momento da publicação desta matéria.

Conhecido como joalheiros de famosos no Rio de Janeiro, o deputado TH Joias já produziu peças para artistas como o MC Poze do Rodo, que também já foi preso por suspeita de ter ligação com a facção Comando Vermelho.

Índio do Lixão é suspeito de chefiar o Comando Vermelho e de ter o deputado TH Joias no braço político da facção (Foto: Reprodução)

A investigação

A operação no âmbito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Rio de Janeiro (FICCO/RJ) foi autorizada pela Justiça Federal e Estadual. E obteve no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) o sequestro de R$ 40 milhões em bens e valores dos investigados.

Também há determinação judicial para afastar agentes públicos, suspender atividades de empresas envolvidas na lavagem de dinheiro e transferência emergencial para líderes da facção para presídios federais de segurança máxima.

“As investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares, ex-secretário municipal e estadual e um deputado estadual empossado em 2024. A organização infiltrava-se na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais”, detalhou a PF.

A Polícia Federal ainda informou que a operação integra esforços da Operação Redentor 2, voltada à implementação das diretrizes do STF no âmbito da ADPF 635, que visa ampliar o combate à criminalidade violenta no estado do Rio de Janeiro, com mais recursos humanos e materiais.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, segundo a PF.

Diario do Poder

MusicalizAI – música como hobby

Dois professores, Márlon Pessanha e Vinício Carrilho Martinez, e um
estudante da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Lucas Gama, têm
um projeto bastante inusitado de composição e divulgação de músicas: eles
produzem as letras e a Inteligência Artificial (IA), sob supervisão humana, faz a
musicalização indicada.

Pode-se dizer que tudo se iniciou de modo espontâneo e muito informal, um passatempo nas férias de final de 2024. Com o passar do tempo, a produção aumentou: hoje são 141 músicas postadas. De lá para cá houve alguma modificação: no início, as músicas eram publicadas diariamente no Youtube.

Com o trabalho universitário voltando à ativa, as publicações passaram a ser semanais. Como dizem os autores, até março de 2026 já há músicas programadas no canal do Youtube criado para este fim: MusicalizAI. O endereço para acesso direto é este:
https://www.youtube.com/@MusicalizAI

As letras não seguem um padrão fixo, tudo depende mais da disposição,
do ânimo, do estado de espírito, com que são produzidas. Os estilos são
variados e hoje também há outras parcerias de composição, separadamente ou
em associação com um dos responsáveis pelo projeto. Como há uma
predisposição de publicações garantida até março de 2026, não é difícil supor
que o projeto tende a perdurar por muito mais tempo.
A seguir, segue um bate-papo que fizemos com eles.

1. Esse projeto é profissional?
Não, o nosso projeto não é profissional. Ele funciona mais como uma
prática criativa e um hobby, voltado para a expressão artística e reflexão sobre
temas sociais ou outros temas inspirados em sentimentos e anseios. É um
processo humano, com uso de editores de áudio, de imagem, com
sensibilidade poética e musical, ainda que em parte a musicalização tenha
apoio da Inteligência Artificial.

2. É um hobby, como começou?

A ideia surgiu no segundo semestre de 2024. Já conversávamos há
algum tempo sobre musicalizar algumas letras, e eu, Márlon, sempre prometia
compor uma letra do Vinício, mas acabava faltando tempo. Em determinado
momento, resolvi utilizar a Inteligência Artificial para musicalizar uma dessas
letras e enviei para o Vinício, que gostou bastante. Desde o início, houve um
esforço conjunto para que a musicalização fosse o mais fiel possível à intenção
compositora da letra, respeitando tanto a minha perspectiva quanto a do
Vinício. Com o tempo, eu também comecei a preparar letras, e hoje elas são
produzidas por nós dois e, eventualmente, por convidados.

3. Vocês procuram relacionar com o trabalho regular que desenvolvem? É
possível destacar algumas músicas com um apelo de análise social. É
isso mesmo?
Algumas músicas têm apelo de análise social, tratando de questões que
nos cercam e que consideramos relevantes. Embora o projeto não seja uma
extensão direta do nosso trabalho regular, ele dialoga com nossos interesses e
com nossa atuação docente. Não é incomum que questões tratadas em sala de
aula nos inspirem, assim como não é incomum apresentarmos a letra e a
música em uma aula, para alguma discussão específica. Eu, Vinício, por
exemplo, inseri uma ou outra música em nota de rodapé na minha tese de
titularidade, na UFSCar.

4. O que esperam com esse trabalho?
Queremos explorar nossa criatividade, compartilhar reflexões sobre
temas sociais e livres, e criar produções musicais e visuais que expressem
essas ideias de forma artística. O projeto serve tanto para intensificar nossas
reflexões, quanto para estimular pensamento crítico e diálogo social.

5. Qual é o estilo definido, podemos dizer que há um?
Não temos um estilo musical único ou rígido. Cada música pode variar
em estilo, batida, instrumentos e tipo de voz, conforme a letra e o efeito
desejado, embora forneçamos diretrizes claras para que a Inteligência Artificial
musicalize de acordo com a nossa intenção.

6. Como produzem as músicas?
Compomos a letra com trabalho de intuição e criatividade
exclusivamente humanas. Em seguida, definimos e ajustamos letra, refrão,
estilo, instrumentos, batidas e tipo de voz, e enviamos essas instruções para a
Inteligência Artificial, que musicaliza a obra. Depois, fazemos a edição final,
ajustando áudio, inserindo sons ou falas específicas quando necessário (e
quase sempre é necessário, pois a IA é falha). Por último, é preparado o vídeo
para publicação. É utilizada a IA e editores de imagem para criar artes visuais
que se assemelham a capas de disco. Com essas imagens e a música, o vídeo
é gerado.

7. Vemos que há outras parcerias, como funciona isso?
Além de nós, outras pessoas podem contribuir com letras ou ideias.
Nesses casos, continuamos responsáveis pela musicalização e edição final,
garantindo que o produto siga a identidade do projeto.

8. Quais são as pessoas diretamente envolvidas?
As pessoas diretamente envolvidas somos nós, além de eventuais
colaboradores que participam com letras ou ideias.

9. Pensam em expandir os objetivos do trabalho, com músicos ou
bandas?
Neste momento já iniciamos alguns contatos, pois temos planos
concretos para expandir para músicos ou bandas. Contudo, não é fácil.

10. Quais seriam os próximos passos, metas, objetivos?
Pretendemos continuar com o investimento na produção das letras e das
músicas, explorar novos temas sociais ou criativos e refinar ainda mais nossa
musicalização e edição com o apoio da Inteligência Artificial. Queremos manter
o projeto ativo e criativo, por vezes crítico, e sempre buscando novas formas de
expressão. Até que tenhamos a parceria de bandas e artistas que tenham a
mesma inclinação que nós.

Agora, como convite especial dos autores, conheça o trabalho, acesse o
canal https://www.youtube.com/@MusicalizAI curta as músicas e envie para
alguém que também possa gostar.

AO VIVO Moraes: impunidade, covardia e omissão não são caminhos para pacificação

 

Ministro do Supremo Tribunal Federal fez declaração antes de início da leitura de relatório

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou, na abertura do julgamento que apura uma tentativa de golpe de Estado, nesta terça-feira (2), que impunidade, covardia e omissão não são caminhos para pacificação. 

“A história nos ensina que a impunidade não é espaço para pacificação. O caminho aparentemente mais fácil da impunidade deixa cicatrizes traumáticas e corrói a democracia, como demonstra o passado recente do Brasil”, disse Moraes.

O ministro realizou as declarações antes da leitura do relatório no julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 40 anos de prisão. Não há tempo limite para a leitura do documento por Moraes.

O procedimento foi iniciado com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, que apresenta uma síntese da ação penal. Na sequência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até duas horas para defender a denúncia apresentada ao Supremo.

Processo de votação

Após as sustentações, inicia-se a votação. O ministro Alexandre de Moraes será o primeiro a votar, pronunciando-se sobre o mérito do processo e decidindo pela condenação ou absolvição dos acusados, além de estabelecer eventuais penas. Em seguida, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin.

Caso a maioria dos ministros vote pela condenação, o colegiado deverá definir as penas para cada réu. Em caso de absolvição, o processo será encerrado sem necessidade de deliberação sobre penalidades.

Quem são os réus do núcleo 1?

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe conta com outros sete réus: 

    • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência); 
    • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro; 
    • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro; 
    • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro; 
    • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; 
    • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e 
    • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022. 

Por quais crimes os réus estão sendo acusados?

Bolsonaro e o outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles: 

  • Organização criminosa armada; 
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; 
  • Golpe de Estado; 
  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave; 
  • Deterioração de patrimônio tombado. 

A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão a ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. 

Cronograma do julgamento

Foram reservadas pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, cinco datas para o julgamento do núcleo crucial do plano de golpe. Veja:

  • 2 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
  • 3 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h (Extraordinária)
  • 9 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
  • 10 de setembro, quarta-feira, 9h às 12h (Extraordinária)
  • 12 de setembro, sexta-feira, 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Extraordinária)

CNN BR

Coluna Zona Franca

Eleições 2026

O estado de Minas Gerais poderá ter um rondoniense governador. Trata-se do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que terá apoio de Lula. Em evento na semana passada, Pacheco criticou o clã Bolsonaro por atentar contra a soberania brasileira. Pacheco aparece em primeiro contra qualquer adversário apoiado por Bolsonaro. Em entrevista à Itatiaia nesta sexta-feira (29), Lula disse que caso o senador Rodrigo Pachecose candidate ao governo de Minas Gerais em 2026, será eleito.”Eu tenho certeza que vamos ganhar o estado de Minas Gerais com o Pacheco, ele sabe disso. É só ele se dispor a ser candidato. Se ele for candidato, será o futuro governador de Minas Gerais. Espero que, dentro de poucos dias, a gente tenha essa definição”, declarou o chefe do Executivo. Nascido em Porto Velho (RO), em novembro de 1976, o parlamentar é advogado e especialista em direito penal. Foi o mais jovem conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entre os anos de 2013 e 2015. Herdeiro de empresas de transporte rodoviário no estado mineiro, Pacheco é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas)

Sem precedentes

O ministro da Fazenda, Fernando HaddadNa noite desde domingo (dia 31), ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez críticas à dificuldade de interlocução com o governo dos Estados Unidos para discutir o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros. Em entrevista ao Canal Livre, da Band, Haddad afirmou que o país segue disposto ao diálogo com os americanos. — Está muito centralizado numa pessoa só as decisões no governo americano, é um novo modo de governar que não tem precedente naquele país — afirmou Haddad, ponderando, porém, que a ação do empresariado americano no sentido de atenuar o impacto já foi percebida na lista de 694 exceções ao tarifaço a produtos do Brasil.

O julgamento de Bolsonaro

O Brasil vai acompanhar o começo do julgamento de Jair Bolsonaro e seus aliados. O Brasil começa a semana com todas as atenções voltadas para o Supremo Tribunal Federal. Nesta terça-feira terá início o julgamento da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. São oito os réus desse núcleo da acusação e cinco os juízes, mas os holofotes estarão concentrados em dois personagens centrais da política brasileira nos últimos anos: o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Entre os pontos que devem gerar debates entre os magistrados, estão a extensão da pena de Bolsonaro, a chamada dosimetria; a hipótese de que os crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito se absorvem e, portanto, devem ser contados como um só; e se o delator, o tenente-coronel Mauro Cid, pode ou não perder os benefícios acertados com a Polícia Federal por ter omitido fatos em seus depoimentos. Apesar das divergências, comuns na Corte Suprema, Moraes tem sido acompanhado pelos demais ministros da Primeira Turma em 95% dos processos criminais em que foi relator. Já Bolsonaro tem sido aconselhado por médicos e aliados a assistir ao julgamento de casa, onde cumpre prisão domiciliar. Em um país que, ao longo de sua história republicana, contabilizou nove golpes de Estado, o julgamento que começa amanhã, com militares no centro, é inédito. (Globo)

O julgamento de Bolsonaro 2

As defesas dos principais acusados — Bolsonaro incluído — criticam a forma como o relator, ministro Alexandre de Moraes, conduziu o processo desde a fase de investigação até o julgamento. Para os advogados, Moraes agiu de forma parcial e demorou a liberar a íntegra do material apreendido pela Polícia Federal, que que embasa a acusação, e que soma 75 terabytes de arquivos, áudios e documentos. O relator também teria acelerado demais a tramitação do processo e impedido a transmissão da acareação entre réus, prejudicando as defesas. (Folha)

O julgamento de Bolsonaro 3

Independentemente da sentença, prevista para 12 de setembro, o julgamento de Bolsonaro deve continuar a dominar o debate político no Brasil pelo menos até as eleições de 2026. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou a afirmar que, se eleito, concederá um indulto a Bolsonaro. “Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, ele disse ao Diário do Grande ABC. “Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça”, disse. Tarcísio negou que seja candidato à Presidência e reforçou o coro por anistia no Congresso. “Essa solução não é novidade, esteve presente em outros momentos do Brasil”, declarou, citando episódios desde revoltas do período colonial até o “movimento de 64”. (CNN Brasil)

O julgamento de Bolsonaro 4

“Fontes da administração Trump disseram reservadamente à coluna que acompanharão ‘de perto’ as audiências. Não só isso: afirmaram ainda que existe uma lista de opções em termos de ‘sanções e tarifas’ contra o Brasil que poderão ser acionadas pelo presidente Donald Trump em tempo real, conforme os ministros da primeira turma do STF indiquem qual será o destino do ex-presidente brasileiro”. (Mariana Sanches-UOL)

O julgamento de Bolsonaro 5

Enquanto observa de longe o julgamento de seu principal adversário político, o presidente Lula e seu governo lançaram uma nova campanha com tom patriótico e um novo slogan, “Governo do Brasil ao lado do povo brasileiro”. (Poder360)

Reforço na segurança 

Diante de novo pedido das forças de segurança, Moraes decidiu, no sábado, reforçar a segurança na casa de Bolsonaro. O ministro determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal realize vistorias em veículos, incluindo os porta-malas, que deixam a residência do ex-presidente, além do monitoramento presencial na área externa da residência, em razão da existência de “pontos cegos”. (g1)

PCC com Kassab

A investigação da Operação Carbono Oculto, a maior já realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), tem entre os nomes citados, Renan Cepeda Gonçalves, descrito como “pessoa chave na organização criminosa”. Ele é vinculado à Rede Boxter, grupo empresarial investigado por envolvimento direto com esquemas de lavagem de capitais do PCC. Cepeda costuma frequentar eventos com políticos em São Paulo. Aparece, por exemplo, em fotos com o Secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, e com o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Jorge Mussi. Os registros dos encontros foram publicados pelo pré-candidato a deputado estadual em São Paulo pelo PSD Matheus Serafim. Nas redes sociais, ele se refere a Cepeda como “grande amigo” e “irmão”. A foto foi excluída nesta semana logo após a operação. Cepeda , por sua vez, desativou o seu perfil no LinkedIn.

PCC enviou dinheiro a Ciro Nogueira

Pode ser uma imagem de ‎3 pessoas e ‎texto que diz "‎URGENTE! Testemunha afirma que acusados de chefiar esquema de corrupção COTPCC enviaram PROPINA ao senador bolsonarista Ciro Nogueira. O ex-ministro de Bolsonaro, recebeu uma sacola cheio de dinheiro enviado a ele por Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Louco". Fonte: ICL یع 足 fooView‎"‎‎O senador Ciro Nogueira (PP-PI) teria recebido uma “sacola de dinheiro” enviada por Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, apontados como líderes do PCC, segundo reportagem do ICL Notícias, publicada na noite deste domingo (31). Os dois são citados no escândalo financeiro ligado à Faria Lima revelado após a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal, deflagrada em 28 de agosto de 2025.

Ciro foi ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL). A propina estaria relacionada à defesa dos interesses dos suspeitos junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a projetos de lei que tramitam no Senado. Ciro Nogueira é presidente nacional do PP e cotado como possível vice na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a eleição presidencial de 2026.

É impressionante

As fintechs estiveram no centro da Operação Tai-Pan, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2024, que abalou a Faria Lima ao expor um suposto esquema de lavagem de dinheiro bilionário ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os presos esteve o capitão da Polícia Militar Diogo Costa Cangerana, apontado como responsável pela abertura de contas usadas pelo crime organizado. Ele foi solto em dezembro e reintegrado ao serviço ativo da PM. De acordo com o Estadão, Cangerana havia integrado 25 viagens oficiais do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos dois anos anteriores. O militar acompanhou deslocamentos estratégicos, como reuniões em Brasília com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — Luís Roberto Barroso e Luiz Fux —, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Não vai não

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que, se for eleito presidente da República em 2026, seu primeiro ato será conceder indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Podem esquecer. Se Tarcísio se eleger jamais concederá anistia à Bolsonaro. Se o fizer, seria obrigado a não disputar reeleição em 2030, para dar espaço para Bolsonaro. Por isso, Tarcísio não sairá candidato em 2026.

Golpe no Pix

Criminosos digitais atacaram o ambiente de transações do Pix e desviaram R$ 670 milhões de uma empresa responsável por conectar bancos ao sistema de pagamentos. Este é o segundo golpe do tipo registrado no Brasil em apenas dois meses, e o valor subtraído já ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão. O alvo desta vez foi a Sinqia, empresa de tecnologia que atua como intermediária entre instituições financeiras e o Banco Central. As investigações apontam que mais de 90% dos recursos desviados pertenciam ao HSBC, que perdeu R$ 630 milhões. Já a Sociedade de Crédito Direto Artta perdeu R$ 40 milhões. De acordo com as apurações, os criminosos foram contidos por mecanismos de defesa acionados pelo próprio Banco Central. O ataque ocorre exatamente dois meses depois de um desvio de mais de R$ 500 milhões contra a C&M, empresa que presta serviços semelhantes aos da Sinqia. (Globo e g1)

Energia e petróleo 

O Brasil está entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo, mas não depende tanto da commodity como outros países. A receita do setor representa 16% das exportações, contra 90% na Nigéria e mais de 70% no Catar e Noruega. O impacto sobre o PIB também é moderado, abaixo de 5%, mas o setor ainda é central para as contas públicas: em 2023, arrecadou mais de R$ 325 bilhões. Segundo o IBP, o Brasil é competitivo nos projetos offshore e está entre os melhores do mundo em custo-benefício e em volume potencial de recursos. Ao mesmo tempo, lidera em energia renovável, pois tem matriz elétrica limpa, gerando eólica e solar com um dos menores custos do mundo. O desafio, dizem especialistas, é equilibrar segurança energética e uma transição justa. (Além da Superfície)

Energia e petróleo 2

Mesmo com a expansão das energias renováveis, empresários e especialistas concordam que o Brasil seguirá explorando combustíveis fósseis. Durante o 24º Fórum Empresarial Lide, o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, lembrou que o país pode e deve avançar com petróleo e biocombustíveis em paralelo, enquanto David Zylbersztajn, ex-presidente da ANP, ressaltou que, historicamente, fontes energéticas coexistiram, com o carvão crescendo mesmo depois de o petróleo chegar ao topo. Roberto Gianetti, do Lide Comércio Exterior, destacou que a produção de petróleo brasileira hoje tem menor pegada de carbono, o que pode virar vantagem competitiva externa. (Poder360)

Verissimo

O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado, aos 88 anos, em Porto Alegre. Ele estava internado na UTI do Hospital Moinhos de Vento com pneumonia e enfrentava há anos complicações de saúde. Nos últimos tempos, balbuciava apenas algumas palavras em inglês, segundo a esposa, Lúcia Verissimo, com quem foi casado por 61 anos. Autor de mais de 70 livros e 5,6 milhões de exemplares vendidos, Verissimo criou personagens icônicos como Ed Mort e o Analista de Bagé e participou da criação de programas como TV Pirata e Comédias da Vida Privada. Também foi criador da tira As Cobras e músico, além de ter diversas outras facetas artísticas e políticas. (BBC)

Verissimo 2

Ainda no sábado, o corpo de Verissimo foi velado no Salão Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde leitores, amigos e familiares começaram a chegar por volta das 11h30 para a despedida. Às 18h, o corpo foi sepultado no Cemitério São Miguel e Almas. (g1)

Verissimo 3

E o presidente Lula decretou luto oficial de três dias em todo o país. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União no sábado. Em mensagem nas redes sociais, Lula classificou o escritor como “um dos maiores nomes de nossa literatura e do nosso jornalismo”. Destacou que ele era “dono de múltiplos talentos” e que, “como poucos, soube usar a ironia para denunciar a ditadura e o autoritarismo; e defender a democracia”. (CNN Brasil)

Menor número de queimadas

Agosto terminou com o menor número de queimadas já registrado para o mês desde o início da série histórica do Inpe, em 1998. Foram 17.943 focos, abaixo dos 20 mil pela primeira vez e 62% abaixo da média. O dado é atribuído a um alívio climático e ao reforço das ações de prevenção do governo, como a antecipação da contratação de brigadistas, o aumento da fiscalização e o uso de aeronaves. O Cerrado concentrou quase metade dos registros, enquanto a Amazônia respondeu por 22% e o Pantanal teve apenas 173 focos. O estado de alerta, no entanto, continua, já que setembro é um mês historicamente mais seco em algumas regiões. (Globo)

Morar perto de áreas verdes

Um estudo publicado no periódico Environmental International sugere que morar perto de áreas verdes antes e durante a gestação, assim como na primeira infância da criança, pode beneficiar o desenvolvimento cognitivo e ter um efeito protetor contra atrasos no desenvolvimento infantil. Pesquisadores de Harvard e outras instituições avaliaram dados de mais de 1,8 milhão de duplas de mães e filhos, entre os anos de 2001 e 2014. (Folha)

Roberto Kuppê (*)

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

Família alvo de operação contra o PCC tem conexões com bolsonarismo e com Kassab, chefão do PSD

A investigação da Operação Carbono Oculto, a maior já realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), identificou 19 postos de combustíveis ligados à facção, com atuação concentrada nos estados de São Paulo e Goiás. Segundo decisões judiciais que embasam a operação, a Receita Federal estima que mais de mil postos foram usados para lavar dinheiro do crime organizado, movimentando recursos em espécie ou via maquininhas de cartão.

Entre os nomes citados, Renan Cepeda Gonçalves é descrito como “pessoa chave na organização criminosa”. Ele é vinculado à Rede Boxter, grupo empresarial investigado por envolvimento direto com esquemas de lavagem de capitais do PCC.

Dos postos da rede Boxter, 23 pertenceram a Gabriel Cepeda Gonçalves e há “sinais claros de simulação e fraude”. O site O Bastidor escreveu sobre as conexões políticas da família Cepeda:

Um dos membros da família Cepeda, alvo de operação Carbono Oculto, que investiga esquema de fraudes com combustíveis associado ao PCC, o Primeiro Comando da Capital, costuma frequentar eventos com políticos em São Paulo.

Gabriel Cepeda, um dos citados nos relatórios do Ministério Público de São Paulo, aparece, por exemplo, em fotos com o Secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, e com o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Jorge Mussi.

Os registros dos encontros foram publicados pelo pré-candidato a deputado estadual em São Paulo pelo PSD Matheus Serafim. Nas redes sociais, ele se refere a Gabriel como “grande amigo” e “irmão”. A foto foi excluída nesta semana logo após a operação. Gabriel, por sua vez, desativou o seu perfil no LinkedIn.

Serafim é um dos elos de Gabriel com autoridades. Ex-lutador de MMA, esteve lotado no gabinete do deputado federal Mário Frias (PL-RJ) em 2023, segundo registros da Câmara. Também atuou como assessor Parlamentar e de Comissão na Assembleia Legislativa em São Paulo pelo Republicanos.

O ex-atleta tem bom trânsito entre políticos paulistas e do bolsonarismo. Costuma aparecer em eventos ligados à segurança pública e com represantes da área no setor público. Anunciou nesta semana ser pré-candidato a deputado estadual.

Ao Bastidor, ele disse que conheceu Gabriel há uns três anos e que o empresário chegou a patrociná-lo. Mantém relação de amizade desde então. Disse que a foto com Kassab foi tirada há algumas semanas e excluída após ser procurado por pessoas que questionaram o registro após a Carbono Oculto.

Depois de conversar com Gabriel, optou por apagar a foto do seu perfil no Instagram. Afirmou que desconhece o conteúdo das investigações e reforçou que Kassab também de nada sabia.

A atuação dos Cepeda

Segundo documentos que basearam a operação da última quinta-feira (28), a família Cepeda Gonçalves é apontada como peça central em um esquema de organização criminosa e lavagem de capitais, com suspeita de conexões com o PCC. A apuração indica que o grupo utilizava uma extensa rede de postos de combustíveis, articulada na Rede Boxter, para dissimular movimentações financeiras em larga escala.

Os autos, a que o Bastidor teve acesso, descrevem um núcleo familiar estruturado, formado por Renan, Gabriel, Natália e Natalício Pereira Gonçalves Filho. Cada integrante aparece em diferentes operações e empresas ligadas ao grupo.

A investigação também menciona a Operação Rei do Crime, deflagrada pela Polícia Federal, na qual integrantes da família foram presos sob acusação de utilizar a rede de combustíveis para lavar dinheiro e financiar atividades ilícitas ligadas ao PCC. O material ressalta que a ligação não se dá de forma difusa, mas como um esquema estruturado, no qual o núcleo familiar se apoiava mutuamente para manter canais de circulação de valores e expandir sua influência.

No dia 21 de fevereiro de 2025, o Bastidor revelou como a empresa Aslam Combustíveis Ltda, que pertence formalmente a Gabriel, conseguiu autorização da Secretária da Fazenda de São Paulo para atuar mesmo com as suspeitas sobre a família.

Contra o Bastidor, Gabriel recorreu à Justiça do Distrito Federal para retirar a matéria do ar e pediu indenização. Conseguiu em março. Ainda cabe recurso.

Diario do Centro do Mundo

Líderes do PCC alvos da PF enviaram sacola de dinheiro a Ciro Nogueira, diz testemunha

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) teria recebido uma “sacola de dinheiro” enviada por Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, apontados como líderes do PCC, segundo reportagem do ICL Notícias, publicada na noite deste domingo (31).

Os dois são citados no escândalo financeiro ligado à Faria Lima revelado após a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal, deflagrada em 28 de agosto de 2025. Ciro foi ministro da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL).

Uma testemunha afirmou em depoimento que a sacola se destinava ao senador. “Sim, ele falou que [a sacola com dinheiro] era para o Ciro Nogueira. Eles estavam indo encontrar o Ciro, em posse dessa sacola”, disse o depoente, de acordo com a reportagem assinada por Leandro Demori e Cesar Calejon.

A testemunha descreveu o objeto como “uma sacola de papelão” e “grampeada”, “de uma largura compatível com o tamanho de uma cédula”. Conforme o relato, o episódio teria ocorrido em agosto de 2024. O conteúdo foi apresentado às autoridades em depoimento.

Carros da Receita Federal enfileirados na rua
Registro da Operação Carbono Oculto – Divulgação

A propina estaria relacionada à defesa dos interesses dos suspeitos junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a projetos de lei que tramitam no Senado. A Operação Carbono Oculto investiga fraudes no setor de combustíveis e movimentações financeiras conectadas a integrantes do PCC.

Ciro Nogueira, presidente nacional do PP e cotado como possível vice na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a eleição presidencial de 2026, respondeu por meio de ofício encaminhado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. No documento, chamou o ICL de “site de pistoleiros”, disse sofrer perseguição política e informou que colocará seus sigilos à disposição da Justiça.

O senador também afirmou que disponibilizará os registros de entrada e saída do gabinete no Senado referentes ao período citado, com o objetivo de contestar a narrativa.

Imagem
Ofício de Ciro Nogueira encaminhado ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Renan Filho inaugura nova duplicação na BR-101 e avança no compromisso de entregar 100% da rodovia ampliada em Alagoas até 2026

Neste sábado (30), o ministro dos Transportes também autorizou a construção de acessos a aldeias indígenas e o início das obras em mais um trecho da estrada no estado

Mais segurança no trânsito e menos congestionamento para os alagoanos: esse é o resultado da entrega de mais um trecho duplicado da BR-101/AL, realizada neste sábado (30), pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, na cidade de São Sebastião (AL).

“Meu objetivo é terminar a duplicação da BR-101 toda em Alagoas. Tinha um trecho que estava inacabado há 10 anos e nós já entregamos, todos estão em obras e vamos entregar 100% da duplicação da BR-101 no ano que vem. Eu assumi um compromisso com o presidente Lula de, além de entregar os segmentos de Alagoas, resolver os trechos da rodovia na Bahia e Sergipe. Isso vai ser muito importante para o Nordeste”, detalhou Renan Filho.

Cerca de R$9,5 milhões foram investidos nos seis quilômetros de duplicação entregues neste sábado.

“Essa é uma obra de suma importância na prevenção de acidentes, já que essa região é muito movimentada, e irá beneficiar toda a população”, afirmou o prefeito de São Sebastião, Charles Nunes.

Durante o evento, o ministro dos Transportes também autorizou o início das obras em outros 8 quilômetros da rodovia e assinou a ordem de serviço para construção de duas passagens inferiores na BR-101, que irão garantir o acesso às aldeias Carapotó Plaki-o e Gulamdim.

“São duas obras relativamente pequenas para o percurso da estrada, mas obras mais caras, aproximadamente R$40 milhões. A gente entende a diversidade da nossa sociedade e conversa com todo mundo e o que os indígenas gostariam? Apenas de ter um governo que dialogasse com eles para ver como melhora a vida também das comunidades indígenas. E isso vem sendo feito, então é um dia de muita alegria”, comentou Renan Filho.

Infraestrutura para o povo

O Lote 6 da BR-101, onde está o segmento inaugurado neste sábado, possui 14 quilômetros de extensão e receberá, no total, R$101 milhões em melhorias como passarelas, viadutos, sistemas de drenagem, sinalização horizontal e vertical e barreiras de proteção. Obras que irão beneficiar cerca de 100 mil moradores e 2 mil famílias indígenas que vivem nas imediações da rodovia.

“Criou-se um Plano Básico Ambiental Indígena e isso está trazendo uma melhoria para a sociedade, para a comunidade indígena. As tratativas começaram antes de 2005, mas só agora, na gestão do ministro Renan Filho é que, de fato, o avião decolou”, comemorou Igor Herbert, representante das comunidades indígenas no Comitê Gestor da duplicação da BR-101/AL.

O empreendimento da BR-101 está entre os 10 projetos de Alagoas contemplados no Novo PAC. Desse total, nove são em rodovias e um em ferrovias, somando R$1,8 bilhão em investimentos previstos para o estado.

O trabalho do Governo Federal no estado é facilmente percebido por quem percorre as rodovias alagoanas: atualmente 87% das estradas são consideradas boas, frente a 75% em 2022, último ano do governo anterior, de acordo com o Índice de Condição da Manutenção (ICM) do DNIT.

Maresia e desenvolvimento

A BR-101 é a segunda estrada mais extensa do país, com mais de 4.849 quilômetros, conectando diversos estados ao longo do litoral brasileiro. Em Alagoas, a rodovia é considerada um dos principais eixos de integração regional, ligando cidades estratégicas e facilitando o escoamento da produção local para centros consumidores nacionais.

O aumento nos investimentos em eficiência logística promovido na gestão do ministro Renan Filho à frente da pasta dos Transportes tem reflexo direto na vida dos alagoanos.

Este ano o PIB de Alagoas deve alcançar R$96 bilhões, impulsionado por setores diretamente ligados aos modais de transporte. Os serviços, que representam 72% da meta, dependem da atividade turística e do acesso às praias pela BR-101/AL. A agropecuária e a indústria, cada uma com 14% de participação, também se beneficiam do escoamento de insumos, favorecendo a promoção de novos mercados e opções de comércio.

“Estamos em um momento de empregabilidade em alta, em baixa de desemprego. Ou seja, o estado está preparado para continuar avançando, para continuar entregando, para continuar se desenvolvendo, promovendo empregos e oportunidades. E nós vamos manter o estado de Alagoas nesse ciclo virtuoso”, concluiu o governador de Alagoas, Paulo Dantas.

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Assessoria Especial de Comunicação
Ministério dos Transportes

Cara de ralo diz que seu primeiro ato será indulto a Bolsonaro e que não confia na Justiça

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que, caso venha a ocupar a Presidência da República, seu primeiro ato seria conceder indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A afirmação foi feita em entrevista publicada nesta sexta-feira (29) pelo Diário do Grande ABC.

“Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado”, afirmou Tarcísio ao ser questionado sobre a possibilidade de conceder perdão judicial a Bolsonaro.

Apesar da fala, o governador reiterou que não tem planos de se candidatar em 2026. “Eu não sou candidato à Presidência, vou deixar isso bem claro. Todo governador de São Paulo é presidenciável, pelo tamanho do Estado, um Estado muito importante. Mas vamos pegar, na história recente, qual foi o governador de São Paulo que se tornou presidente da República: o último foi Jânio Quadros, e o penúltimo foi Washington Luís”, declarou.

Na entrevista, Tarcísio voltou a criticar o Judiciário, afirmando não acreditar em elementos para a condenação de Bolsonaro, que será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima terça-feira, por tentativa de golpe de Estado. “Infelizmente, hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto”, disse.

O governador também voltou a defender a anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos e ressaltou a importância do Congresso Nacional na construção de uma saída política. Tarcísio ainda cobrou que a Câmara dos Deputados avance no debate sobre a anistia, embora sem citar diretamente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Do Brasil 247

Sabíamos mas, não agimos…

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Por Ana Calorina Oliveira de Andrade (*)

A verdade perde pra mentira na política. Não porque ela esteja errada. Mas porque ela é… tímida. Ela demora pra aparecer, fala difícil e quando chega já tem três fake news circulando no grupo da família.

Enquanto isso, a mentira chega cedo, de chinelo, com áudio de dois minutos e legenda em caixa alta: “URGENTE!!! Veja o que eles não querem que você saiba!!!”

Em 2018, a direita prometeu “acabar com tudo isso aí” e conseguiu: acabou com o decoro, com o diálogo, com a compostura e, por pouco, quase levou junto a democracia.
Em 2022, vieram com a segunda temporada: Pix ia acabar, igreja ia ser fechada, criança ia receber mamadeira com ideologia. E teve quem acreditou. De novo.
A mentira se reinventou em forma de dancinha, vídeo curto e voz de robô apocalíptico.

E qual foi a resposta progressista?
Uma nota oficial, uma thread no Twitter e, claro, o velho bordão: “O bem vence o mal.”
Fofo. Mas na urna, não cola.

A extrema-direita não tem medo de ser ridícula. A esquerda, às vezes, tem medo de parecer firme. Fica preocupada em não ofender enquanto o outro lado tá organizando motociata com pauta golpista.

Porque se a gente seguir respondendo fake news com textão, ataque com afeto, e desinformação com silêncio, em breve vai ter gente votando com medo de uma terceira temporada da mamadeira mística e a gente assistindo, calado, tomando chá da tarde com Paulo Freire. Mas, vamos falar sério. Até Paulo Freire ficaria impaciente. Ele nunca defendeu uma pedagogia da omissão.

Ele ensinou que a educação liberta, sim mas só quando se posiciona. Quando é crítica. Quando enfrenta a opressão com clareza, firmeza e coragem. O problema não é citar Freire. É usá-lo como se fosse um mantra de paz interior, e não uma arma política.

A direita entendeu a regra do jogo. Sabe gritar, simplificar e manipular com uma agilidade que a esquerda ainda trata com desdém. A extrema-direita não tem medo de parecer grotesca. E a esquerda, às vezes, tem medo de parecer enfática. Enquanto a gente analisa, eles já postaram o vídeo. Enquanto a gente reflete, eles já elegeram o próximo.

A democracia não é negociável. Mas também não é garantida. E se a verdade continuar educada demais, com medo de disputar espaço, vai continuar perdendo com dignidade, sim. Mas perdendo.

Paulo Freire dizia: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” Então sejamos honestos: quem está construindo sentido hoje? Quem está ocupando as mentes e corações do povo com estratégia, presença e linguagem direta? A direita, com todas as suas mentiras. E a gente, ainda esperando que a consciência brote sozinha.

Ou a gente aprende a disputar narrativas com coragem, ou a história vai nos colocar como os que sabiam, mas não agiram.

(*) Ana Calorina Oliveira de Andrade
Acadêmica de Pedagogia – Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Aluna da escola Fé e Política – Diocese Ji-Paraná.
Urupá-RO, 1⁰.09.25

Nosso Renascimento

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Luz
Esperança
Buscas
Sonhos
Construções
– sem as tuas maldades
– agora enjauladas

Chegou a tua hora
Em verde e amarelo,
e vice-versa
– chegou a tua hora
– não pôde ir embora

Demorou
– alguém desistiu
– de tanto que se omitiu

Você implorou
– mas, aqui chegou,

(toma aqui teu castigo em vida – frente às tantas vidas que eliminou)

Você ignorou
– tantos pedidos, chamados,
– sempre ignorados

Mas, o castigo chegou
– com tanto papo, sem espaço
– pra sua esnobação papuda

(Alma escura, inimiga, impura, agora tua própria dor te saúda)

Seu tempo já era
– a Papuda te espera

Sem espaço
– sem vida
– sem glória
– nessa tua história
– massacrante de tantas vidas desgraçadas
(essa é a tua história … de mortes anunciadas)

Sem mais tempo a perder
– teus crimes sem fim
– agora, será tua dor

(Enfim)
– a pena longa é o teu cobrador

Vai lá, sem crédito
– amargar outra onda papuda,
– Tua pena é graúda
(dessa tua alma feia, maldosa, carrancuda)
– e tudo foi assim, te sobrou só o demérito

Não torturarás
– não matarás
– não roubarás
(Vidas, sonhos, respiros de ar…)

Nesse teu mar de lama
– vamos te desarmar
– nossa esperança irá desabrochar
– nossa luta irá animar

Hoje, acaba esse nosso drama
– agora respira, quem realmente ama

Como não festejar?

Vinício Carrilho Martinez

Nuvens

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Com tantas situações estranhas, conversas tortas, gente perdida, essa música do nordeste conta um pouco das lembranças reais, da vida que faz sentido.

Em tempos de enorme poluição das águas, dos ares, das mentes (poluídas por informações ruins, sem conteúdo e nem remetente), é importante parar e ouvir a si.

Ouvir as lembranças, os sentimentos, as imagens, os sons…antes que fujam.

Dar ouvidos a si é retomar uma conversa genuína, sem máscaras sociais, sem pudores de ocasião.

É uma conversa real, sem segredos, sem jogos, sem escapismos, sem enganos.

É uma conversa legítima, sem regras impostas, sem direitos ofendidos.

É uma conversa a dois, adulta, equiparada e amparada por todas as razões que saltam do coração.

É uma conversa de conversão, como nesta música, que irá te levar às nuvens mais altas da sua experiência e consciência.

Nem sempre são claras, nem sempre se alcança, mas sempre estão ali. Essas são nossas nuvens, diante do sol ou escondidas.

Essa música me faz pensar que Liberdade, Autonomia e Emancipação nascem gêmeas, mas, nessa ordem de surgimento, trazem experiências, tempo de história, consciências e responsabilidades graduais, diferentes, à medida em que surgem e se transformam.

Pois assim são as nuvens, altas e baixas, desenhando o humor, o clima, a água que carrega a vida ou as lágrimas que se salgam com as partidas.

Vinício Carrilho Martinez

Nikolas Ferreira abasteceu em postos ligados ao PCC

URGENTE: Acaba de chegar a informação de que Nikolas Ferreira (PL-MG) fraudou abastecimentos potencialmente realizados em postos ligados ao PCC, utilizando dinheiro publico. Nikolas Ferreira abasteceu o carro duas vezes, em São Gonçalo do Abaeté (MG) e Brasília (DF), com um intervalo de 105 minutos. r/brasil - Bomba, o Deputado Nikolas Ferreira além de estar divulgando seu livro e gastando dinheiro público ainda abasteceu com diesel seus carros movidos a álcool e gasolina. O modus operandi dessa turma é sempre o mesmo!E no passado, ele abasteceu no Rio de Janeiro com diesel seus carros movidos a álcool e gasolina, cujos postos estão sendo investigados por ligação a organização criminosas. Nikolas Ferreira abastece carro em BH estando em Brasília e abastece em Duque de Caxias um carro a gasolina com óleo diesel. Estranho, né?

Lula lamenta morte de Luis Fernando Veríssimo: “soube usar a ironia para denunciar a ditadura e o autoritarismo”

Escritor faleceu aos 88 anos e deixa legado de humor, crítica social e defesa da democracia

Escritor faleceu aos 88 anos; autor de “Analista de Bagé” e “Comédias da Vida Privada” deixa legado de humor, crítica social e defesa da democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou neste sábado (30) a morte do escritor e cronista Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos. “Luis Fernando Veríssimo, um dos maiores nomes de nossa literatura e nosso jornalismo, nos deixou hoje aos 88 anos de idade. Dono de múltiplos talentos, cultivou inúmeros leitores em todo o Brasil com suas crônicas, contos, quadrinhos e romances. Criou personagens inesquecíveis, a exemplo do Analista de Bagé, As Cobras e Ed Mort”, escreveu o presidente, ao lado da primeira-dama Janja, manifestando solidariedade à viúva, Lúcia Veríssimo, e familiares.

Luis Fernando Veríssimo consolidou-se como um dos escritores mais populares do país, conquistando leitores de diferentes gerações. Filho do também escritor Érico Veríssimo, estreou na imprensa nos anos 1960 e rapidamente se destacou pelo humor refinado e pela crítica social presente em suas crônicas e contos.

Entre suas criações mais conhecidas estão o irreverente Analista de Bagé, a série de tirinhas As Cobras e o detetive atrapalhado Ed Mort, personagens que marcaram a literatura e os quadrinhos nacionais. Sua capacidade de rir das contradições brasileiras também ganhou espaço na televisão, com a adaptação de Comédias da Vida Privada, sucesso exibido na TV Globo nos anos 1990.

Veríssimo utilizava a ironia não apenas como recurso literário, mas também como ferramenta de resistência política. Durante a ditadura militar, seus textos satíricos tornaram-se instrumentos de crítica ao autoritarismo. Até seus últimos anos, manteve-se fiel à defesa da democracia e das liberdades civis.

 

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca Especial de Sábado

Roberto Kuppê (*)

Xandão endurece monitoramento de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o reforço das medidas de monitoramento impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar. A decisão, assinada neste sábado (30), foi proferida no âmbito do Inquérito 4.995, que investiga o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP),mas trata especificamente das medidas de monitoramento impostas ao ex-presidente.

Xandão endurece monitoramento de Bolsonaro 2

De acordo com a decisão, a Polícia Penal do Distrito Federal deverá realizar inspeções diárias em todos os veículos que saírem da residência de Bolsonaro. As vistorias devem ser documentadas com a identificação de motoristas e passageiros. “Solicita-se autorização desta Corte para a realização de vistorias nos habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da residência do réu”, diz o ofício citado por Moraes. (Congresso em foco)

Risco de Bolsonaro pular muro

Quem conhece o DNA de Bolsonaro não dorme de touca. Toda vigilância é pouca. A PF elaborou um estudo de segurança sobre a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, e concluiu que ele poderia escapar do condomínio onde cumpre prisão domiciliar e chegar em poucos minutos à embaixada dos Estados Unidos, para onde pediria asilo. A informação foi revelada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (29).

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De acordo com o levantamento, feito com drones, a residência de Bolsonaro tem dois vizinhos laterais e três nos fundos. Policiais que fazem vigilância do lado de fora conseguiriam impedir uma tentativa de fuga pelos muros laterais, mas não teriam visibilidade caso ele optasse por pular os muros traseiros, que dão acesso ao jardim de casas vizinhas. Nesse cenário, o ex-presidente poderia se esconder em um carro de terceiros e sair pela portaria sem revista, já que os veículos não passam por inspeção. O uso de tornozeleira eletrônica, segundo a PF, também não impediria a fuga: a sede da diplomacia norte-americana fica a cerca de dez minutos do condomínio Solar de Brasília. A avaliação levou a corporação a pedir autorização para manter agentes dentro da casa de Bolsonaro 24 horas por dia. O objetivo seria eliminar qualquer possibilidade de evasão. (do Brasil 247)

Estranho

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "xico sá @xicosa As manchetes dizem que O PCC controla pelo menos 40 fundos bilionários na Faria Lima. Aí me ficou uma dúvida filosófica & existencial retumbante: 0 Crime controla 0 mercado financeiro ou 0 mercado financeiro controla 0 crime? A se pensar."Lula descobre o elo do PCC com a Farinha Lima e o deputado Nikonha“vou processar o Lula. Estranho, né? Pelo volume de operações, bilhões em investimentos, parece que era a Farinha Lima quem estava infiltrada no PCC.

Estranho 2

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) enviou na sexta-feira (28) uma notícia-crime para a PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Nikolas Ferreira (PL-MG) por disseminação de informações falsas sobre o sistema financeiro nacional e o favorecimento de lavagem de dinheiro.

Estranho 3

A iniciativa do parlamentar decorreu após repercussão da deflagração da megaoperação que atingiu a Faria Lima e algumas instituições do centro financeiro de São Paulo e do Brasil. O parlamentar cita na notícia-crime o vídeo gravado por Nikolas que viralizou nas redes sociais sobre as alterações na fiscalização sobre o Pix, que o governo pretendia fazer, mas abandonou a proposta. O vídeo publicado em 14 de janeiro no Instagram atingiu mais de 336 milhões de visualizações.

Estranho 4

São muitos os textos e falas que estabelecem algum tipo de conexão entre as atitudes de Nikolas Ferreira e os interesses do crime organizado. Mas não há como afirmar que o deputado da peruca tenha ligações com o PCC. Nada disso. Não se sabe de nenhuma prova que o incrimine. Até porque Nikolas sempre escapa de tentativas de incriminação. O que dá para dizer é que tudo o que ele fez, em janeiro, quando sabotou a tentativa da Receita de exigir informações básicas das movimentações financeiras das fintechs, favoreceu o crime organizado.

Não é só a Receita que faz essa relação, ao se manifestar agora sobre os ataques à norma soterrada pela gritaria e pelas fake news do bolsonarismo, em vídeos divulgados principalmente por Nikolas.Também não são apenas os jornalistas de esquerda que exploram essa conexão. Vinicius Torres Freire escreveu ontem na Folha: “A propaganda mentirosa das direitas, da bolsonarista em particular, acabou por derrubar a norma. Dizia, em suma, que o governo Lula queria espionar o Pix, armação destinada a facilitar uma fantasiosa cobrança de impostos sobre essas transações. Era um ataque destrutivo à possibilidade de debate e deliberação democrática”.

Engraçadinho

O deputado federal foragido Eduardo Bolsonaro (PL-SP), está pronto para ser contador de piadas de bares. Ele, pasmem senhores, quer continuar como deputado federal nos Estados Unidos, onde trabalha acintosamente contra o Brasil. É um cara de pau digno de um Bolsonaro. Esse não precisa nem fazer DNA. É filho mesmo do ex-presidente.

 

Centro policial em Manaus

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 29, que o governo federal iniciou uma ofensiva “sem volta” contra o crime organizado. Como parte desse esforço, Lula citou o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus (AM), que reunirá a Polícia Federal (PF) e forças de segurança de países amazônicos no enfrentamento ao tráfico de drogas, armas e contrabando na região.

Centro policial em Manaus 2

O dado concreto é que o governo começou a agir fortemente no combate ao crime organizado e não tem mais volta. Nós vamos inaugurar um centro de combate ao narcotráfico em Manaus, com polícias dos países amazônicos, para que a gente faça um combate severo ao tráfico de drogas e de armas. Ou fazemos isso, ou a gente não vai acabar com o problema”, declarou o presidente em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte (MG).

Centro policial em Manaus 3

A declaração ocorre um dia após a Operação “Carbono Oculto”, uma força-tarefa que cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão em empresas do setor de combustíveis e do mercado financeiro que têm atuação nesse segmento e são utilizadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A meta era desarticular a infiltração do crime organizado em negócios regulares da economia formal.

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Em junho deste ano, o CCPI Amazônia deu início às atividades com foco no combate a crimes ambientais e outras atividades ilícitas na região. A cerimônia contou com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

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CCPI Amazônia abriga departamentos e membros de forças de Segurança Pública nacionais e internacionais, sendo representantes dos nove Estados da Amazônia Legal Brasileira (Amazonas, Acre, Amapá, Pará, Tocantins, Rondônia, Roraima, Maranhão e Mato Grosso), assim como dos países que tem o bioma em seu território Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, França, devido à Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. (Revista Cenarium)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca Especial de Sábado

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Ponta do iceberg

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou nesta quinta-feira (28) que o governo federal pretende avançar em todos os níveis hierárquicos das organizações criminosas, após as grandes operações deflagradas em parceria com diversos órgãos públicos. Segundo Lewandowski, os resultados obtidos com as operações Quasar, Tank e Carbono Oculto representam apenas o início de uma estratégia mais ampla. “Descobrimos a ponta desse iceberg e vamos, agora, descobrir a base, quem está na base”, afirmou o ministro, ressaltando que o objetivo central é sufocar financeiramente o crime organizado e desarticular sua rede de apoio empresarial e financeira.

PCC na Faria Lima

Alvos centrais da megaoperação deflagrada nessa quinta-feira (28/8) contra um esquema bilionário de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, os donos da empresa Copape, Mohamad Hussein Mourad (foto em destaque) e Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”, são suspeitos de terem montado um esquema de arapongagem envolvendo campanas com policiais e até grampos telefônicos para espionar executivos da concorrente Raízen.

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A suspeita nasceu a partir de trocas de mensagens apreendidas em celulares de empresários ligados à Copape em investigações. Suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a empresa teve uma explosão em sua produção e distribuição de combustível em meio à pandemia e trava uma guerra com gigantes do setor, como a própria Raízen, do bilionário Rubens Ometto. (Metropoles)

Farinha Lima

Doravante, após grande descoberta da justiça brasileira, mais de 50 bilhões de reais envolvidos, é de bom senso andar armado ou com segurança na Faria Lima, agora conhecida como Farinha Lima. O crime organizado mudou dos morros para o maior centro financeiro do Brasil, o endereço mais caro da cidade de São Paulo, onde grifes, joalherias e revendas de Land Rover fazem a alegria de bilionários. Quem diria, hein? A Farinha Lima escolheu o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como seu candidato à presidência da República.

Fintechs

Quem não garante que o punguista Pablo Farçal não está envolvido? É bem possível que esteja. É a cara dele. E outra, as fintechs são utilizadas por golpistas comuns, aqueles que roubam aposentadorias do INSS e aplicam golpes pela Internet. Esse articulista que vos escreve caiu recentemente num golpe. Ao pagar uma compra o pix caiu numa dessas fintechs e sumiu.

Lula e Tarcísio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de puxar para o governo federal os créditos da investigação que desaguou na megaoperação batizada de “Carbono Oculto”, que ligou o PCC à Faria Lima em um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis e envolveu mais de 1,4 mil agentes estaduais e federais em dez estados do país. De acordo com Lula, a ação foi a “maior resposta ao crime organizado da nossa história até aqui”. O presidente também elogiou os órgãos federais envolvidos na investigação. “O trabalho integrado — iniciado com a criação, no Ministério da Justiça, do Núcleo de Combate ao Crime Organizado — permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro que sustenta essas práticas”, disse. Centralizar o combate ao crime organizado no governo federal é uma das propostas da PEC da Segurança Pública apresentada pelo governo federal ao Congresso. (Poder360)

Lula e Tarcísio 2

Lula buscou levar o protagonismo para o governo federal com dois objetivos. Um, mais claro, era mostrar à opinião pública que o Planalto combate o crime organizado de forma séria e estruturada. O outro, mais sutil, foi mandar um recado para o presidente americano Donald Trump, que, em sua escalada contra o país, tem dado a entender que Brasília atua, no mínimo, de maneira apática contra as organizações criminosas no Brasil, em especial o PCC. A administração Trump vem dando sinais de que pretende classificar as facções brasileiras como grupos terroristas, o que abriria espaço, ao menos nos Estados Unidos, para ações militares agressivas contra esses grupos. (Folha)

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Mais cedo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o da Fazenda, Fernando Haddad, promoveram uma entrevista coletiva em Brasília para explicar os detalhes da operação. Entenda o esquema aqui. (Meio)

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Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tentou também assumir a paternidade da operação, organizada de forma conjunta entre o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público paulista, o Ministério Público Federal e as polícias Federal e estadual. Logo pela manhã, Tarcísio publicou uma nota nas redes sociais parabenizando o serviço de inteligência do Gaeco e das polícias de São Paulo que, segundo ele, se “expandiu por todo o país”, sem citar os órgãos federais. (Veja)

Políticos usavam o esquema

De acordo com apuração de Lauro Jardim, a operação deflagrada nesta quinta-feira deve expandir seus alvos não apenas para outras facções criminosas, mas também para políticos que usavam o esquema montado na Faria Lima para lavar recursos ilícitos vindos de crimes de corrupção. Segundo o jornalista, a investigação deve revelar em breve que políticos que estão no comando de partidos ligados à direita e ao Centrão também participavam do esquema. (Globo)

Maiores facções criminosas do Brasil

A gigantesca operação escancarou o protagonismo do centro financeiro do país nas operações de uma das maiores facções criminosas do Brasil, com ramificações em quase 30 países ao redor do mundo. Os alvos das buscas da investigação mostram que a Faria Lima, região conhecida no mercado financeiro como o “Condado”, de fato concentrava a maior parte das fintechs envolvidas no esquema, que eram, em muitos casos, vizinhas de porta. Os responsáveis por lavar o dinheiro do PCC dividiam, muitas vezes, o mesmo endereço. Dez empresas envolvidas no esquema estão localizadas em um dos edifícios mais icônicos da Avenida Faria Lima, em São Paulo, o Birmann 32, um prédio de 25 andares que abriga o teatro B32 e a famosa baleia prateada. No edifício prateado localizado na Rua Joaquim Floriano, 100, outras 15 empresas investigadas dividem o mesmo endereço. (Metrópoles)

Maiores facções criminosas do Brasil 2

A Receita Federal identificou ao menos 40 fundos de investimento, a maior parte deles de multimercado e ativos imobiliários, no esquema de lavagem de dinheiro organizado por empresas financeiras que tinha como principal beneficiado o PCC. Dados da Receita mostram que esses fundos tinham patrimônio conjunto que superava os R$ 30 bilhões. Parte dos fundos era usado também para ocultar o patrimônio de criminosos ligados à facção com sede em São Paulo e com atuação em todo o país. Todos os fundos, diz a receita, são fechados e têm apenas um único cotista. Os fundos, mostra também a Receita, financiaram a compra de um terminal portuário, quatro usinas de álcool, 1,6 mil caminhões para transporte de combustível além de 100 imóveis pelo Brasil. (g1)

Instituições enquadradas

A operação vai impactar profundamente as principais instituições que operam no Brasil. Haddad havia antecipado que a partir desta sexta-feira a Receita Federal enquadraria as empresas de finanças que atuam no mercado digital como instituições financeiras regulares, a exemplo dos grandes bancos do país. A norma foi publicada nesta manhã no Diário Oficial da União. “Com isso, aumenta o potencial de fiscalização da Receita e a parceria da Receita com a Polícia Federal para chegar aos sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro que o crime organizado tem utilizado”, disse o ministro. Haddad acrescentou ainda que a Receita vai utilizar inteligência artificial para aprimorar a fiscalização contra essas empresas. (Valor e g1)

Instituições enquadradas 2

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que a revogação da instrução normativa que ampliava o monitoramento de operações financeiras, em janeiro, foi resultado do “maior ataque de mentiras e fake news da história da Receita”. O discurso de que haveria “taxação do Pix”, capitaneado nas redes pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), segundo Barreirinhas, não só inviabilizou a norma, como acabou beneficiando diretamente organizações criminosas envolvidas no esquema desbaratado ontem. (CNN Brasil)

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“O governo Lula viu na Operação Carbono Oculto a oportunidade ideal para enquadrar as fintechs sem ter de recuar, como ocorreu em janeiro. Há tempos a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cobravam do Ministério da Fazenda providências contra essas empresas, que não estão sob a supervisão do Banco Central nem da Receita Federal, e têm sido usadas para lavagem de dinheiro do crime organizado e até de bets irregulares”. (Vera Rosa-Estadão)

PCC e fintechs da Faria Lima

O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que o esquema de lavagem de dinheiro que une o PCC e fintechs da Faria Lima não era de uso exclusivo da facção criminosa. A expectativa é de que, com o aprofundamento das investigações, novos grupos que se beneficiavam do esquema venham à tona. (CNN Brasil)

Vazamento da operação

A Polícia Federal iniciou uma investigação própria para apurar suspeitas de que teria havido vazamento da operação. Dos 14 mandados de prisão emitidos pela Justiça, apenas seis foram cumpridos porque os alvos não foram encontrados. A suspeita é que ao menos parte deles tinha informação de que seria presa. (Neofeed)

Vazamento da operação 2

Entre eles estão Roberto Augusto Leme Silva, o Beto Louco, e Mohamad Hussein Mourad, o Primo, apontados como os verdadeiros donos do grupo de distribuição de combustíveis Aster/Cocape, ligado ao PCC e vetor principal no esquema desbaratado pelas investigações. Os dois não foram encontrados pela polícia e agora são considerados foragidos da Justiça. (Estadão)

Lei de Reciprocidade

O governo federal iniciou o processo que pode levar à aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos pela aplicação do tarifaço contra produtos brasileiros exportados para os americanos. O Ministério das Relações Exteriores informou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) que o Brasil iniciou as consultas e medidas para aplicar a legislação contra os EUA. A Camex tem 30 dias para avaliar se é possível a aplicação da lei. O Brasil vai notificar oficialmente o governo americano sobre o início do processo nesta sexta-feira. Entre as alternativas discutidas por especialistas dos setores de óleo e gás, farmacêutico e agrícola, está a suspensão de direitos de propriedade intelectual, o que poderia incluir a quebra de patentes de medicamentos e defensivos agrícolas. (g1)

Lei de Reciprocidade 2

“Integrantes do governo afirmaram que o início do processo deixa espaço para que os Estados Unidos se manifestem durante a investigação e também para que mantenham diálogos diplomáticos. O governo brasileiro tem repetido que não se recusa a negociar os termos comerciais”. (Jussara Freire-CNN Brasil)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Leia a versão Rondônia:

Coluna Zona Franca

PCC e Faria Lima: operação bilionária também vai investigar políticos

Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28) em oito estados, não mira apenas o crime organizado e seus tentáculos no setor de combustíveis e nas fintechs. O avanço das investigações também deve alcançar políticos de peso, alguns no topo de partidos do Centrão. A expectativa é de impacto direto em figuras graúdas da direita, que agora acompanham o caso com apreensão, conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.

De acordo com os investigadores, o megaesquema comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) movimentava toda a cadeia de combustíveis, desde a importação irregular de metanol até a adulteração e a comercialização em postos.

O produto, que entrava no Brasil pelo Porto de Paranaguá (PR), deveria ser entregue a empresas químicas e de biodiesel, mas era desviado para abastecer postos controlados pelo grupo. A Receita Federal aponta que cerca de mil postos vinculados ao esquema movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.

A operação cumpriu mais de 350 mandados de prisão, busca e apreensão em São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Além da logística de combustíveis, o núcleo financeiro chamou a atenção: a fintech BK Bank funcionava como um “banco paralelo”, movimentando valores em espécie de forma atípica. Apenas entre 2022 e 2023, foram registrados mais de 10,9 mil depósitos em dinheiro vivo, somando R$ 61 milhões.

Outro braço do esquema operava por meio de fundos de investimento na Faria Lima. Segundo a Receita, ao menos 40 fundos, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, foram usados para lavar e ocultar recursos ilícitos.

Diario do Centro do Mundo

Rogério Correia aciona PGR contra Nikolas por favorecer lavagem de dinheiro

Rogério Correia (PT-MG) cita repercussão de vídeo sobre PIX por favorecer brechas de controle do governo

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) enviou nesta quinta-feira (28) uma notícia-crime para a PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Nikolas Ferreira (PL-MG) por disseminação de informações falsas sobre o sistema financeiro nacional e o favorecimento de lavagem de dinheiro.

A iniciativa do parlamentar decorreu após repercussão da deflagração da megaoperação que atingiu a Faria Lima e algumas instituições do centro financeiro de São Paulo e do Brasil.

O parlamentar cita na notícia-crime o vídeo gravado por Nikolas que viralizou nas redes sociais sobre as alterações na fiscalização sobre o Pix, que o governo pretendia fazer, mas abandonou a proposta. O vídeo publicado em 14 de janeiro no Instagram atingiu mais de 336 milhões de visualizações, até a data desta quinta.

“Ao disseminar informações falsas com alcance de milhões de visualizações, o noticiado [Nikolas] possivelmente contribuiu de forma decisiva para criar brechas regulatórias e comportamentais que fragilizam os mecanismos de rastreamento digital”, diz Correia.

“Essa indução à desconfiança no sistema financeiro, aliada ao incentivo ao uso de dinheiro vivo, acaba beneficiando diretamente esquemas sofisticados que terceirizam a movimentação de recursos ilícitos para interpostas pessoas, empresas de fachada e plataformas digitais pouco reguladas”, prossegue.

Segundo o deputado petista, ao atacar os instrumentos de controle do governo, a narrativa de Nikolas fortalece a infraestrutura paralela do crime organizado e dificulta a atuação das autoridades.

O petista pede que a Procuradoria investigue os crimes de divulgação de informação falsa ou incompleta sobre instituições financeiras, lavagem de dinheiro, organização criminosa, associação ao tráfico de drogas. O deputado pede ainda que o vídeo seja apagado, quebras bancárias e telefones.

A CNN procurou a assessoria de imprensa do deputado Nikolas Ferreira e aguarda posicionamento.

CNN BR

Carta de uma acadêmica de pedagogia ao presidente Lula

Caro presidente Lula

Sou Ana Calorina, uma jovem do campo. Cresci indo aos eventos do Partido dos Trabalhadores, ouvindo discursos sobre justiça social, educação pública e futuro para a juventude. Vivi nos bastidores dos movimentos sociais, aplaudindo lideranças que falavam bonito e me fizeram acreditar que o Brasil estava mudando. Mas amadurecer, para mim, foi perceber que há uma distância enorme entre a fala e a prática. E é desse abismo que nasce essa carta.

Estudo Pedagogia na Universidade Federal de Rondônia. Não escolhi esse curso só por vocação, escolhi também por revolta. Porque sei, na pele, o que é estudar em uma escola pública tratada como custo. Porque vi a escola do meu território rural ser deixada para morrer. Porque fui criada dentro de uma estrutura física razoável, mas que não tinha importância política alguma. Que existia para constar, mas não para transformar.

A educação fundamental e média nas nossas regiões é gerida, muitas vezes, por pessoas que não compreendem e nem se esforçam para compreender os anseios da juventude. Tratam nossas escolas como despesas. Fecham unidades para “economizar recursos”, como se infância fosse gasto, como se o campo não tivesse direito à escola.

E enquanto isso acontece, o que se vê nos palanques, nas redes sociais e nas reuniões partidárias? Juventude sendo usada como bandeira. Como imagem. Como decoração estética para campanhas eleitorais. Lideranças que se dizem de esquerda se preocupam mais em manter cargos e prestígio do que em abrir espaços reais para a juventude. Nos querem apenas como símbolo não como sujeitos de decisão.

Essa juventude do campo e da cidade está sendo traída.

E a dor se aprofunda quando a gente chega à universidade e percebe que o abandono continua. Consegui entrar na UNIR, mas carrego comigo o peso de centenas de jovens que ficaram pelo caminho não por falta de inteligência, mas igualmente a mim, por questões econômicas, geográficas e políticas.

Aqui em Rondônia, no Campus de Ji-Paraná, sequer temos um Restaurante Universitário funcionando. Em pleno 2025.
A universidade pública precisa garantir mais do que acesso: precisa garantir permanência.

Estudo à noite, presidente. Volto tarde. E, muitas vezes, chego sem saber se vou conseguir comer algo no intervalo. E não sou exceção, sou retrato da regra. A maioria dos estudantes da UNIR enfrenta dificuldades semelhantes ou piores. E mesmo assim, o Estado finge que está tudo bem.

A ausência de RU é uma afronta. Muitos colegas chegam sem ter o que comer, dependendo de bicos ou da solidariedade alheia. Outros, assim como eu, moram em áreas rurais e precisam pagar transporte caríssimo para chegar ao campus. Há quem abandone a graduação por pura exaustão.

É um absurdo que se fale em “democratização do ensino superior” quando nem se oferece um prato de comida digno para quem está dentro da universidade. Quando não há alojamento, nem incentivo real à permanência.

E, mesmo assim, a imagem da juventude continua sendo usada. Somos a foto no folder da campanha. O vídeo no Instagram. O corpo no ato. Mas e nossa voz? Nossas necessidades reais? Nossos sonhos concretos?

Presidente, esta carta é um grito. Não um pedido gentil. Um grito daqueles que estudam com medo, com fome, com revolta e com esperança. Daqueles que não querem mais ser figurantes na política que diz nos representar.

E é por isso que, enquanto jovem do Norte, deixo aqui o meu apelo e exijo nosso direito:

A implantação imediata de Restaurantes Universitários em todos os Campus da UNIR, não só os escolhidos a dedo, com estrutura e funcionamento real;

Transporte público universitário subsidiado, com rotas que atendam as regiões distantes dos Campus especialmente para quem estuda à noite;

Alojamentos estudantis funcionais, com vagas para alunos que não têm condições de viver nas cidades onde estão as universidades;

Que o governo federal enfrente com seriedade, o fechamento de escolas no campo, entendendo a escola como um centro de vida comunitária e não como custo;

Que os movimentos sociais e partidos que se dizem da classe trabalhadora parem de nos usar e comecem a nos ouvir, de verdade.

Estudar, aqui, é resistir.
E resistir, para mim, virou destino. Mas não devia ser.

Presidente, o Norte existe. A juventude existe. E não vamos mais nos calar.

Ana Calorina Oliveira de Andrade.
Acadêmica de pedagogia
UNIR/RO.

Coluna Zona Franca

The Economist: Bolsonaro extremista

O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao centro das atenções internacionais ao estampar a capa da revista britânica The Economist desta semana. A publicação, que chega às bancas nesta quinta-feira (28), destaca o julgamento do brasileiro, previsto para começar no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2 de setembro. Retratado com o rosto pintado com as cores da bandeira nacional e usando um chapéu semelhante ao do extremista “viking do Capitólio”, símbolo da invasão ao Congresso estadunidense em 2021, Bolsonaro é apresentado como protagonista de uma crise que testará a resiliência democrática do Brasil. (Diario do Centro do Mundo).

Crime na Faria Lima

A Avenida Faria Lima, símbolo do mercado financeiro brasileiro, foi alvo de uma megaoperação policial nesta quinta-feira (28). Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a ação, batizada de Operação Carbono Oculto, é considerada a maior já realizada no país contra a infiltração do crime organizado na economia formal.

Crime na Faria Lima 2

Equipes com 1.400 agentes da Polícia Federal, Polícia Militar, Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), além de fiscais das Receitas Estadual e Federal, estiveram na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do país, e em outros 9 estados, onde cumpriram 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos. Eles são envolvidos no domínio de toda a cadeia produtiva da área de combustíveis, que teve partes capturadas pelo PCC. A Faria Lima concentrou 42 dos alvos – empresas, corretoras e fundos de investimentos – em cinco endereços. A principal instituição de pagamentos investigada, a BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas. As investigações apontam para crimes contra a ordem econômica, passando por adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro — inclusive do tráfico de drogas —, além de fraude fiscal e estelionato. As informações são de Marcelo Godoy. (Estadão)

Crime na Faria Lima 3

As autoridades apontam que a rede criminosa atuava em várias frentes: adulteração de combustíveis, crimes ambientais, fraudes fiscais, estelionato e, sobretudo, lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. O objetivo era dominar etapas da produção e distribuição de etanol, gasolina e diesel, utilizando empresas associadas a operadores financeiros suspeitos de atuar para Marcola, líder do PCC. (Brasil 247)

Financiam políticos

Com certeza esses criminosos financiam senadores e deputados federais. Não causa espanto que parlamentares defendem afrouxamento das leis para favorecer o crime organizado. A PEC da Blindagem que o diga.

PEC da Blindagem adiada

Foto: Lula Marques/Agência BrasilDepois de várias reuniões ao longo do dia e sem alcançar um consenso entre as lideranças partidárias, a Câmara dos Deputados decidiu adiar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que prevê que apenas o próprio Congresso pode autorizar a abertura de investigação sobre parlamentares. O acordo para votar a matéria havia sido costurado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) com oposição e Centrão para encerrar o motim bolsonarista e a ocupação do plenário. A PEC da Blindagem pretende não só restaurar as regras originais da Constituição de 1988, alteradas em 2001, mas ir além. O Blog do Camarotti teve acesso a uma versão do texto do projeto que foi apresentada aos líderes na noite de quarta-feira. Entre as principais mudanças, estão a exigência de autorização prévia da Câmara ou do Senado para que um inquérito ou qualquer investigação contra parlamentares seja aberto e para o recebimento de denúncia pela Justiça; a condenação criminal de deputados e senadores somente com voto favorável de dois terços dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); e novos requisitos para a prisão preventiva ou para a aplicação de medidas cautelares, que, além do aval de dois terços do STF, terá de ser submetida à deliberação do Congresso. (g1)

PEC da Blindagem adiada 2

O impasse entre os deputados foram dois pontos do texto. O primeiro foi justamente essa possibilidade de se sustar ou barrar a abertura de inquérito contra deputados e senadores. Esse seria um passo além do que estava previsto na Constituição, que definia a autorização prévia apenas para abertura de ação penal, mas a investigação poderia ser feita. A segunda discordância foi sobre a proposta para que a votação para decidir a autorização de investigações seja secreta. “Ainda bem que não houve consenso. A gente não acha correto algum tipo de autorização para investigar um deputado. A confusão foi grande”, disse o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara. (Estadão)

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“A consequência das mudanças é óbvia: um ‘liberou geral’ para todo tipo de desmando, já que abrir inquéritos contra deputados e senadores ficará praticamente impossível. Também não será surpresa se o crime organizado despejar todo o dinheiro que puder na campanha de 2026 para colocar seus integrantes no Congresso. A extrema direita, que se diz pela democracia e enche a boca para acusar Lula de bandido, sabe disso, mas finge que não vê. Os deputados de esquerda — que, diante dos microfones, chamam o pacote de salvo-conduto para os golpistas, mas nos corredores admitem que podem ajudar a aprová-lo — também sabem”. (Malu Gaspar-Globo)

TV 3.0

Brasília (DF), 27/08/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de assinatura do decreto que regulamenta a TV 3.0 no no Palácio do Planalto.. Foto: Lula Marques/Agência BrasilO presidente Lula assinou o decreto que oficializa a TV 3.0 no Brasil, que promete imagem mais nítida, som imersivo e integração com a internet. A tecnologia permitirá catálogo inicial de canais, conteúdos sob demanda, propagandas interativas e até compras pela tela. Segundo o Ministério das Comunicações, as primeiras transmissões começam até a Copa de 2026, em implantação gradual que pode durar até 15 anos. Usuários precisarão de conversores, hoje estimados em R$ 400. O projeto recebeu R$ 7,5 milhões em investimentos federais e prevê também uma plataforma pública para acesso a serviços do governo diretamente pela TV. (CNN Brasil)

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Os representantes de associações e entidades que representam o setor, destacaram em seus discursos que o atual modelo em vigor, o da TV Digital, também foi implantado pelo presidente Lula, no seu segundo governo. O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Basbaum, participou da cerimônia, representando a TV Brasil e o campo público neste novo modelo.

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Considerada “a televisão do futuro”, a TV 3.0 vai integrar os serviços de internet (broadband) à habitual transmissão de sons e imagens (broadcast), possibilitando o uso de aplicativos que permitirão aos telespectadores interagir com parte da programação e até mesmo fazer compras diretamente de seu televisor, abrindo novas possibilidades de geração de receitas às emissoras.

PL da Adultização

Já o Senado aprovou, em votação simbólica, o PL da Adultização, que tramitou em tempo recorde no Congresso após a divulgação de um vídeo produzido pelo influenciador digital Felca. O texto, que também tem sido chamado de “ECA Digital”, cria mecanismos de proteção a crianças e adolescentes na internet. Apenas quatro senadores da oposição registraram voto contrário. A proposta obriga plataformas a remover conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes após serem notificadas, sem necessidade de ordem judicial; a elevar os níveis de privacidade, de proteção de dados e de segurança de menores de idade; e estabelece mecanismos de controle parental. O projeto já havia sido aprovado na Câmara na semana passada e agora segue para sanção do presidente Lula. (Metrópoles)

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O texto foi aprovado de maneira simbólica, em que os senadores permanecem como se encontram e os contrários se manifestam. Se manifestaram contra a aprovação os senadores Carlos Portinho (PL-RJ), Eduardo Girão (Novo-CE), Jaime Bagatolli (PL-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS). (g1)

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Por que Jaime Bagatolli votou contra o PL da Adultização? O que mudou para se posicionar contra se na semana passada ele defendeu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de adultização de crianças por influenciadores e plataformas digitais? Hummm…

Vergonha

Imagem colorida do deputado Eduardo Bolsonaro participando de sessão da Câmara - MetrópolesÉ impressionante. Foragido desde março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a dar as caras no Congresso nesta quarta-feira, ainda que de maneira virtual. Eduardo tem dedicado seu tempo a tentar influenciar o governo americano a adotar sanções contra o Brasil na esperança de salvar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, da prisão. Ele discursou por 15 minutos na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O filho 03 do ex-presidente usou seu tempo para, mais uma vez, atacar o ministro do STF Alexandre de Moraes. (Veja)

Vergonha 2

Ao mesmo tempo, os filhos de Bolsonaro adotaram um tom mais radical e intensificaram críticas a aliados, sem nomeá-los, depois que parte do Centrão fez gestos públicos pela candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência. Carlos e Eduardo Bolsonaro atribuem a movimentação em prol de Tarcísio ao “sistema” e a chamam de oportunismo. Jair Renan fez coro. Somente Flávio Bolsonaro tem tido atitude mais discreta nas críticas. Parlamentares e dirigentes acreditam que a reação é uma tentativa de manter no clã o espólio eleitoral de Bolsonaro. (Folha)

Bolsonaro prefere Lula

Parece estranho, mas, não é. O clã Bolsonaro prefere a reeleição de Lula do que uma (improvável) vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Por que? Porque se Tarcísio vencer fatalmente concorrerá à reeleição em 2030, impedindo, em tese, uma candidatura verdadeiramente bolsonarista. Mesmo Tarcísio, em tese, eleito presidente conceder perdão à Jair Bolsonaro, esse teria dificuldade de disputar contra quem o perdoou.
Ao passo que, se Lula for reeleito, 2030 estaria livre para o bolsonarismo.

ra crimes contra a ordem econômica, passando por adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro — inclusive do tráfico de drogas —, além de fraude fiscal e estelionato. As informações são de Marcelo Godoy. (Estadão)

Já pode chamar Milei de ladrão?

O presidente da Argentina, Javier Milei, precisou ser retirado às pressas de uma caravana da qual participava na Grande Buenos Aires após sua comitiva ser atacada por manifestantes armados com pedras e garrafas. O incidente aconteceu em Lomas de Zamora, cidade localizada entre o centro da capital argentina e o Aeroporto Internacional de Ezeiza. Milei estava acompanhado por sua irmã, Karina Milei. Considerada braço direito do presidente argentino e uma das figuras mais poderosas da Casa Rosada, Karina está envolvida em um escândalo de pagamentos de propina a funcionários do alto escalão do governo. A ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, acusou apoiadores da ex-presidente Cristina Kirchner de organizarem o ataque contra Milei. (El Clarín)

Censo

Segundo nova estimativa do IBGE, o Brasil tem hoje 213,4 milhões de habitantes. O número considera os dados até 1º de julho e representa uma alta de 5,1% em relação ao Censo de 2022. São Paulo continua como o estado mais populoso, com 46 milhões de pessoas, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Roraima segue na lanterna, com menos de 739 mil habitantes, mas lidera o crescimento proporcional, com alta de 3%. A estimativa, que serve de base para repasses federais e cálculos econômicos, também reforça a previsão de que o país deve atingir seu pico populacional em 2041, com 220 milhões de pessoas, e então começar a encolher no ano seguinte, seis anos antes do que se previa até 2018. E o início deste movimento já pôde ser notado em 2023, quando o Brasil registrou o menor número de nascimentos desde 1976. (g1)

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Curitiba, a cidade branca que tem alergia a preto com mandato

(Por João Guató – Pasquim Cuiabano)
O The Guardian, jornalão britânico que não se vende por um café com pão de queijo no gabinete do governador, publicou em 13/08/25 uma matéria que fez Curitiba engasgar com seu capuccino gourmet: o deputado estadual Renato Freitas é, para a ‘capital europeia’ do Brasil, o que o alho é para o vampiro – presença insuportável e cheiro de perigo.
Renato não é só deputado. É negro, periférico, advogado, mestre em Direito e, o que mais irrita a aristocracia curitibana, tem cabelo ‘black power’ erguido como torre de resistência, usa camiseta de Malcolm X, bermuda, tênis e deixa o rap berrar nos fones como quem grita ‘tô aqui’ no plenário. No Guardian, resumiu o incômodo da elite com a delicadeza de um soco na boca:
‘Eu entro com tudo – e isso incomoda muita gente.’
A CURITIBA QUE ADORA UM BOI DE PINHÃO, MAS NÃO SUPORTA UM NEGRO DE PALANQUE
O Guardian abriu o baú: em 2016, Renato foi preso por ouvir rap alto. A PM, fiel à sua tradição de confundir cultura com contravenção, o espancou, humilhou e deixou nu no corredor da delegacia. Desde então, já foram 16 prisões. Nenhuma por roubo, corrupção ou estelionato – crimes preferidos de certos políticos ‘respeitáveis’ da província -, mas por contrariar o ‘dress code’ não escrito da cidade: branco, alinhado e calado.
PROCESSO, MEU AMOR
Na Assembleia Legislativa do Paraná, Renato coleciona tentativas de expulsão como político de centrão coleciona cargo comissionado. A última foi uma suspensão de 30 dias que durou menos que pastel de feira: a Justiça derrubou no mesmo dia, chamando a decisão de ‘equivocada’. Ainda assim, os colegas insistem no esporte olímpico local: caçar negro falante.
A DEMOCRACIA DE JARDIM BOTÂNICO
Curitiba adora posar de Londres tropical: ônibus pontual, jardim florido, feira orgânica e música clássica no parque. Mas basta um negro ocupar espaço de destaque pra cidade mostrar que, no fundo, é só mais uma metrópole com manual de etiqueta colonial. Querem progresso, mas sem misturar o salão com a senzala.
Renato não aceita o script e lembra: ‘É mais fácil ser presidente do Brasil do que prefeito de Curitiba.’
E, olhando o histórico da cidade, não é exagero – é estatística.
No fim das contas, o The Guardian fez o que boa parte da imprensa local não tem coragem (ou patrocinador que permita): mostrou que, atrás do cartão postal e do pinhão assado, existe um muro invisível pintado com a frase que Curitiba não admite em voz alta: ‘Negro aqui só se for pra servir o café.’

Tarcísio tenta aprovar PL que entrega terras públicas a latifundiários com até 90% de desconto

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Tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei nº 410 de 2025, enviado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A proposta altera três leis estaduais de regularização fundiária e, segundo parlamentares da oposição e movimentos populares, aprofunda o desmonte da política de reforma agrária no estado. O texto pode ser votado já nesta terça-feira (26).

Apresentado no dia 5 de maio, o projeto foi incluído pela primeira vez na ordem do dia da Alesp pouco mais de um mês depois, no dia 24 de junho. Se aprovado, autoriza a venda de até 720 mil hectares de terras públicas devolutas por valores até 90% abaixo do preço de mercado. As terras beneficiadas estão, em grande parte, na região do Pontal do Paranapanema, uma das mais devastadas ambientalmente do estado e alvo de histórica disputa fundiária.

O valor total das áreas chega a R$ 9,6 bilhões, mas apenas R$ 1,9 bilhão será arrecadado com as vendas — um desconto médio de 80%. Se o modelo anterior, estabelecido pela Lei nº 4.925/1985, ainda estivesse em vigor, o retorno para o estado seria de pelo menos R$ 4,8 bilhões.

Para o deputado Donato (PT), líder da oposição na Alesp, o trâmite acelerado visa impedir o debate e esvaziar a mobilização popular. “Essa tem sido uma prática recorrente do governo Tarcísio. Com o PL 410, a gente mais uma vez vê o uso do regime de urgência para esconder o conteúdo do projeto da sociedade”, avalia.

Na prática, o projeto de Tarcísio regulariza grandes propriedades rurais estabelecidas ilegalmente sobre terras públicas, reforçando a concentração fundiária e impedindo que essas áreas sejam destinadas à reforma agrária, à recomposição florestal ou à preservação ambiental. O impacto financeiro direto estimado com os descontos concedidos é de R$ 7,6 bilhões em renúncia do patrimônio público.

“Estamos diante de uma verdadeira legalização da grilagem”, afirma Gilmar Mauro, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo ele, além ferir as constituições Federal e do Estado de São Paulo, o projeto representa “uma entrega do patrimônio público para alguns latifundiários, puxas-sacos, financiadores da campanha do governador”.

A proposta altera marcos da regularização fundiária em vigor desde 2003, eliminando exigências ambientais, facilitando processos para grandes fazendeiros e reduzindo contrapartidas exigidas. O deputado estadual Donato ressalta que a medida tem claros beneficiários. “É evidente que esse projeto beneficia fazendeiros e aliados políticos do governador. A falta de transparência é total.”

Ao Brasil de Fato, a Secretaria de Agricultura da prefeitura de São Paulo disse que “o Projeto de Lei tem como objetivo modernizar e avançar na entrega de títulos rurais, levando dignidade e segurança jurídica para os produtores rurais de São Paulo, bem como garantindo o cumprimento da função social da propriedade, inclusive no aspecto ambiental”.

“A proposta prevê ainda garantir gratuidade a agricultores familiares, padronizar regras e prazos, e destinar recursos para a modernização dos trabalhos de regularização fundiária, principalmente em áreas voltadas para a agricultura familiar. Importante ressaltar que a iniciativa da proposta parte de análises técnicas da Fundação Itesp e da Procuradoria Geral do Estado”, prossegue a nota enviada pela assessoria de comunicação.

PL 410 altera leis fundiárias para favorecer grandes fazendas

A proposta enviada por Tarcísio de Freitas modifica três leis estaduais: a Lei nº 11.600/2003, que trata da regularização no Pontal do Paranapanema; a Lei nº 16.475/2017, que atinge os vales do Ribeira e Itapeva; e a mais recente, Lei nº 17.557/2022, sancionada ainda na gestão de Rodrigo Garcia (PSDB). Esta última instituiu o Programa Estadual de Regularização de Terras Devolutas e é considerada a base do modelo atual de privatização das terras públicas no estado.

O PL 410 permite a legalização de propriedades com mais de 2.500 hectares por meio de mecanismos jurídicos como o fracionamento em vários requerimentos individuais — o que burla o limite estabelecido no artigo 188 da Constituição Federal. Além disso, facilita a titulação mesmo na ausência de benfeitorias, reduzindo ainda mais os valores a serem pagos pelos requerentes.

“O que o governador Tarcísio está fazendo, na verdade, é uma grilagem sobre uma grilagem”, define Gilmar Mauro. Ele destaca que as terras em questão foram historicamente ocupadas de forma irregular e deveriam, por força da constituição estadual, ser destinadas à reforma agrária, à preservação ambiental ou a comunidades indígenas e quilombolas.

Outro ponto sensível é a dispensa de exigências ambientais. A proposta exclui prazos e condicionantes que antes exigiam o licenciamento ambiental em até 120 dias após a regularização, enfraquecendo a política de proteção ambiental. Também libera que medições e demarcações sejam feitas por empresas privadas, com posterior homologação do poder público.

Mauro argumenta que, ao invés de legalizar latifúndios estabelecidos ilegalmente, o estado deveria pensar em novos modelos de ocupação territorial. “Imagine um projeto para reflorestar 500 mil hectares no Pontal do Paranapanema, com agroecologia e assentamentos cooperativados. Isso poderia gerar emprego, comida e equilíbrio ambiental numa região devastada”, sugere.

A Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), responsável pelas políticas agrária e fundiária, não apresentou relatórios públicos sobre os impactos da Lei nº 17.557. Mesmo após questionamentos via Lei de Acesso à Informação, o governo estadual segue sem informar quantas áreas foram regularizadas, o valor arrecadado ou os beneficiários finais.

Donato também defende que o estado deve priorizar políticas públicas voltadas à democratização do acesso à terra: “É um projeto de muito atraso. Estamos desmontando qualquer possibilidade de reforma agrária no estado de São Paulo.”

Tarcísio reforça aliança com ruralistas e avança sobre terras públicas

Desde que assumiu o governo paulista, Tarcísio de Freitas tem mantido uma agenda alinhada ao agronegócio. Em setembro de 2023, participou pessoalmente da entrega de títulos fundiários a latifundiários em Presidente Prudente, em evento promovido pelo Itesp. A iniciativa foi viabilizada pela mesma Lei nº 17.557, hoje alvo de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF).

ADI nº 7.326 foi protocolada pelo PT e é relatada pela ministra Cármen Lúcia, que até agora não levou o processo ao plenário. A morosidade tem permitido que o governo paulista avance na entrega de terras públicas, segundo denúncia de parlamentares da oposição. A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) já se manifestaram favoráveis à inconstitucionalidade da norma.

Na ocasião da entrega dos títulos, foi revelado que sete das dez primeiras propriedades beneficiadas receberam descontos de até 90%. Os fazendeiros envolvidos acumulam processos, vínculos políticos e, em alguns casos, doações para campanhas eleitorais. Estima-se que os 10 mil hectares entregues na primeira leva representem um abatimento de mais de R$ 50 milhões.

O secretário estadual da Agricultura, Guilherme Piai, ex-diretor do Itesp, também foi flagrado em reunião com empresários do setor rural, orientando-os a protocolar os pedidos de regularização “enquanto a lei ainda estiver em vigor”.

Coluna Zona Franca

Eduardo Bolsonaro é um traidor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom contra o clã Bolsonaro nesta terça-feira (26), ao afirmar que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “é um traidor” e deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados “há muito tempo”. A declaração foi feita durante reunião com os 38 ministros de seu governo, no Palácio do Planalto, em Brasília, encontro que serviu para avaliar o andamento de projetos e planejar as entregas da gestão no período que antecede as eleições de 2026.

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Segundo Lula, o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo representa “uma das maiores traições que a pátria já sofreu”. Ele acusou o parlamentar de trabalhar contra os interesses nacionais. “Eduardo Bolsonaro deveria ter sido expulso da Câmara. Ele está insuflando outro Estado contra o Brasil. No campo da política, isso precisa ser enfrentado. Ele adotou os Estados Unidos como pátria, nega a sua pátria e tenta insuflar o ódio de alguns americanos contra o povo brasileiro”, afirmou. (Brasil 247)

Só piorou a situação

Mas parece que o saco de maldade de Eduardo Bolsonaro secou. Tentou de tudo para salvar o pai das masmorras, em vão. Nada conseguiu, só piorou a situação de Bolsonaro. É muita imbecilidade acreditar que lograria algum êxito. Há quem diga que Eduardo Bolsonaro está desacreditado na Casa Branca e que Trump já está de saco cheio dele. E apesar de tudo, o absurdo dos absurdos é o fato de que Eduardo Bolsonaro continua deputado federal e recebendo para trair o Brasil.

Segurança máxima

Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA poucos dias do início do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro (PL) a mais de 40 anos de prisão, a Procuradoria-Geral da República aceitou o pedido feito pela Polícia Federal de aumento na vigilância da casa do ex-presidente para evitar uma tentativa de fuga. Em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal, a PF solicitou autorização para que houvesse “reforço urgente e imediato do policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial de Jair Messias Bolsonaro, bem como a manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico”. A PGR se manifestou, recomendando que a polícia “destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas”. No pedido, a PF afirmou ter informações sobre “um perigo concreto” de que Bolsonaro possa tentar se refugiar na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília. A PF fez questão de frisar que a representação americana está a apenas 10 minutos de carro da casa do ex-presidente. Apesar disso, há pouca expectativa de que o PGR, Paulo Gonet, recomende que a prisão domiciliar de Bolsonaro seja convertida em preventiva, com o ex-presidente sendo enviado para uma cela na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. (CNN Brasil)

Trump é a esperança

O entorno de Bolsonaro dá como certa sua condenação no processo sobre tentativa de golpe de Estado. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que a última esperança dos bolsonaristas é que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, consiga intervir no julgamento da ação penal. “O Trump é a única saída que nós temos, não temos outra.” (g1)

Trump é a esperança 2

Bolsonaro, por sua vez, tem feito chegar a seus aliados que deseja estar presente nos quatro dias que estão reservados na 1ª Turma do STF para seu julgamento. De acordo com interlocutores, a ideia de comparecer é demonstrar força e refutar a percepção de que estaria acuado diante da previsão de condenação. (Folha)

Prisão de Bolsonaro é justa

É interessante demais a pesquisa Quaest que aponta que 55% acham que a prisão de Bolsonaro é justa. Entre o final de julho e o princípio de agosto, uma linha importante foi cruzada. Segundo Ideia, Quaest, Datafolha, Ipsos-Ipec e Atlas, Jair Bolsonaro não é mais o candidato mais forte da direita no segundo turno. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Sheik do Bitcoin

Empresas do pastor Silas Malafaia receberam cerca de R$ 30 milhões do empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik do Bitcoin, condenado a 56 anos de prisão por aplicar golpes milionários em milhares de investidores brasileiros. Os recursos foram investidos em uma empresa de marketing direto de Malafaia. O pastor confirmou a informação, mas afirmou que a sociedade com o estelionatário durou menos de um ano e foi encerrada antes de ele ser indiciado pelo Ministério Público Federal. (Metrópoles)

Fraudes no INSS

Depois de um novo sorteio a pedido da Procuradoria-Geral da República, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, enviou as investigações sobre fraudes nos descontos de benefícios no INSS para o gabinete do ministro André MendonçaPaulo Gonet contestou, na semana passada, a relatoria do ministro Dias Toffoli, que determinou em junho que todas as apurações da Polícia Federal sobre o tema fossem enviadas ao seu gabinete — isso depois de a PF informar que o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni apareciam nas investigações. Desde então, as investigações aguardam nova determinação do Supremo. Agora, Mendonça deve decidir se mantém todos os procedimentos no Supremo ou se envia parte deles a instâncias inferiores. (Folha)

CPMI do INSS

A CPMI que vai investigar os desvios no INSS tem sua primeira sessão nesta terça-feira e começa com 910 requerimentos à espera de análise. A maioria são para convocação de pessoas envolvidas no escândalo. Deputados federais do PT pedem para Jair Bolsonaro ser convocado. Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez requerimentos para convidar os ex-presidentes Dilma Rousseff, Michel Temer; e o presidente LulaAntônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, tem 15 pedidos para ser ouvido pela CPMI. (g1)

Reunião ministerial

O presidente Lula faz hoje uma reunião ministerial, a primeira desde janeiro, para alinhar o discurso do governo e as orientações sobre as prioridades no Congresso Nacional no segundo semestre, como o projeto de isenção do IR e a proposta de regulação das big techs. Quatro ministros devem falar no começo do encontro: Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda). (Folha)

Israel mata jornalistas

Israel matou mais cinco jornalistas na Faixa de Gaza nas proximidades de um hospital no Sul do enclave palestino. Três dos jornalistas foram mortos em um ataque conhecido como “double tap”, popularizado por grupos terroristas como a Al-Qaeda, o Estado Islâmico e o Talibã. A tática consiste em atacar áreas com muitas vítimas potenciais, aguardar a chegada de socorristas, paramédicos e jornalistas e, em seguida, realizar um novo ataque. Os repórteres e fotógrafos atuavam para as redes NBC News, Associated Press, Reuters e Al Jazeera e elevam para mais de 200 o número de jornalistas mortos na Faixa de Gaza, de acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras. (Guardian)

Brasil “rebaixado”

Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou que vai “rebaixar” as relações com o Brasil depois de o Itamaraty ter ignorado a indicação de um novo embaixador e que não vai submeter um novo nome para o cargo. O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse que não houve veto contra o indicado, e que a ausência de resposta é em reação ao tratamento recebido pelo ex-embaixador do Brasil, que teria sofrido uma “humilhação pública” em Israel, além do fato de o presidente Lula ser considerado “persona non grata” pelo país desde 2024. “Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo, que é uma barbaridade”, declarou Amorim. (g1)

Carteira Alternativa

Com a Selic a 15% e inflação acima da meta, investidores acabam por priorizar aplicações tradicionais, mas a expectativa de queda dos juros em 2026 pode reduzir retornos, e as debêntures ganham protagonismo como alternativa de segurança com rentabilidade. Em 2024, o crédito privado somou R$ 633,6 bilhões em captação, com R$ 381,4 bilhões em debêntures, um recorde; em 2025, só no primeiro semestre, o volume negociado já chegou a R$ 517 bilhões. Fundos de renda fixa e investidores pessoa física ampliaram presença, com destaque para as debêntures incentivadas, que atraíram quase R$ 50 bilhões. Além das emissões tradicionais, cresce a tokenização, que converte dívidas em ativos digitais fracionados em blockchain, reduz custos e amplia acesso ao varejo. Nesse cenário, o PeerBR permite a compra digital e fracionada desses ativos, democratizando o mercado e ampliando o financiamento a setores estratégicos. (Meio)

Investimento

O apetite por crédito privado segue intenso, e em agosto os spreads das debêntures de infraestrutura, ou seja, a diferença entre o retorno pago por ela e o retorno de um título público equivalente, caíram ao menor nível em cinco anos, segundo o BTG Pactual. A diferença em relação ao Tesouro IPCA+, por exemplo, encolheu para 14 pontos-base. Fundos de infraestrutura captaram mais de R$ 40 bilhões no ano, enquanto o varejo de alta renda aumentou alocações em 27% no primeiro semestre, somando R$ 6,4 bilhões. No mercado secundário, o volume médio diário de negociações chegou a R$ 2,9 bilhões até meados de agosto, alta de 24% sobre julho, com 35% concentrados em debêntures incentivadas. (Seu Dinheiro)

Investimento  2

As “caixinhas” ou “cofrinhos” de bancos digitais ajudaram a impulsionar os CDBs e fazer esse modelo de investimento superar a poupança no primeiro semestre de 2025. O apelo está na praticidade, divisão por objetivos e rentabilidade atrelada ou até superior ao CDI. Especialistas, no entanto, alertam para cinco armadilhas que muitas pessoas não se atentam. Entre elas, as regras de tributação, taxas de administração em fundos, exigências de movimentação para garantir rendimento maior, limites de aporte e liquidez não imediata. (Exame)

Jovens negros

Uma pesquisa da Fiocruz divulgada nesta segunda-feira revela que jovens negros representam 73% dos óbitos por causas externas no Brasil, como violências e acidentes. O estudo, realizado com dados do SUS e do IBGE entre 2022 e 2023, também mostra que jovens mulheres são as principais vítimas de agressões no Brasil e pessoas com deficiência representam um quinto das notificações de violências no SUS. (g1)

Medicamentos genéricos

A Anvisa publicou um edital que dá prioridade na avaliação de medicamentos genéricos ou similares do Ozempic e do Wegovy no Brasil. Além da semaglutida, princípio ativo desses produtos, a medida contempla remédios que contenham liraglutida, princípio do Saxenda. Eles fazem parte da classe de medicamentos análogos de GLP-1, usados para diabetes e obesidade. A patente da liraglutida expirou em março, enquanto a do Ozempic vence em março do próximo ano. A Anvisa também proibiu a manipulação desses remédios, permitindo a importação dos ingredientes farmacêuticos ativos apenas a Novo Nordisk, que desenvolveu as canetas. (Globo)

Cotidiano Digital

O Google sofreu uma derrota inédita na Justiça brasileira em um processo sobre publicidade infantil no YouTube. O TRF-6 determinou que a empresa exiba avisos contra conteúdos em que crianças promovam produtos ou que tenham anúncios direcionados a elas, além de criar um campo específico para denúncias. Esse caso começou em 2016, com inquérito do Ministério Público sobre o canal Bel para Meninas, e marca a mudança de entendimento jurídico em casos similares. (UOL)

Inteligência artificial

Segundo levantamento colaborativo Data Center Map, o Brasil tem menos de 200 dos mais de 10 mil data centers espalhados pelo mundo, e apenas dois capazes de suportar tarefas complexas como o treinamento de sistemas de inteligência artificial. Os EUA, em contraste, concentram quase 40% dos centros globais, com 22 polos de ponta. Além disso, um estudo da Universidade de Oxford alerta que a baixa infraestrutura digital limita a soberania nacional, já que 60% dos serviços digitais comprados no Brasil são processados em servidores americanos. (Folha)

Inteligência artificial 2

A xAI, startup de IA de Elon Musk, abriu um processo contra a Apple e a OpenAI em um tribunal federal do Texas, acusando as empresas de conspirar para restringir a concorrência no setor. Segundo a ação, a parceria que integrou o ChatGPT a iPhones, iPads e Macs “bloqueou mercados para manter monopólios”, além de ter supostamente reduzido a visibilidade dos aplicativos X e Grok na App Store. A OpenAI afirma que o processo segue “um padrão contínuo de assédio” por parte do bilionário. (Reuters)

Cultura

Wagner Moura volta aos palcos para uma temporada em Salvador, entre 3 e 12 de outubro, com Um Julgamento – Depois de Um Inimigo do Povo. A peça é baseada no clássico Um Inimigo do Povo, do dramaturgo norueguês Henrik IbsenWagner vai interpretar um médico que passa a ser perseguido pelas autoridades de uma pequena cidade após descobrir que a água da região está contaminada. A estreia ocorre antes de seu filme O Agente Secreto chegar aos cinemas, em 6 novembro. (Folha)

A extrema direita não apresenta nenhum projeto que signifique melhoria de vida da população. Muito pelo contrário, só destruição. Haja vista a ofensiva da bancada ruralista que avançou no Congresso, com a aprovação de dois projetos na CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado Federal: PL 1331/22 que regulamenta garimpo em terras indígenas, autorizando pesquisa e garimpagem por terceiros e O PDL 47/2025 que revoga o decreto 12.373/25 do Executivo, que regulamentou os poderes de polícia à Funai, na proteção dos territórios indígenas.

Cassação de Fernando Máximo

Após repercussão da denúncia do site Intercept Brasil, o advogado de Rondônia, Caetano Neto, disse sábado, 23, durante um programa de TV, que vai pedir essa semana cassação do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO). Segundo Intercept Brasil, a proposta que buscou afrouxar o projeto de lei que visa proteger crianças e adolescentes na internet, foi oficializada por Fernando Máximo mas metadados revelam que verdadeiro autor é executivo da Meta. Em vídeo, veja abaixo, o advogado Caetano Neto disse que vai pedir a cassação do parlamentar, por quebra de decoro parlamentar previsto no regime interno da Câmara Federal. Além desse, Fernando Máximo que é pré-candidato ao governo de Rondônia, tem outros BOs. É só sair candidato ao governo que as capivaras aparecem.

Cassação de Fernando Máximo 2

Fernando Máximo é líder nas pesquisas. No momento enfrentando problemas partidários. O União Brasil que se juntou ao Progressista e formou o União Progressista (UPr), já tem pré-candidato ao governo de Rondônia, Sérgio Gonçalves. Máximo deverá migrar para o PL de Marcos Rogério ou Podemos do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes.

Léo Moraes

Pode ser uma imagem de 3 pessoas, barba e texto que diz "GOSTARIADE DE TRABALHAR CONOSCO SAN SM novo RÃO DO PREGO ALĞUEM ACABOU ISMO PRECCISHO Aeae MUNICIPAL 1KAior DE CONSEGUIR"Por falar no prefeito, não é só ele que está se destacando. Quase todo o secretariado dele tem demonstrado eficiência. Destaque para Euma Tourinho(Gestão de Gastos Públicos)Bruno Holanda (EMDUR), Paulo Moraes Jr., Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), Jaime Gazola Filho (Semusa), Leonardo Pereira Leocadio (Semed) e Wagner Garcia de Freitas (Economia). Em especial, Paulo Moraes Jr, foto, tem se destacado sobremaneira, atuando com muito empenho.

Léo Moraes 2

Uma das mais recentes ações de Paulo Moraes Jr foi o 1º Feirão do Emprego e Empreendedorismo, que ultrapassou a marca de 10 mil inscrições. O Feirão foi promovido pela Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), em parceria com o Sine Municipal, instituições de capacitação profissional e empresas privadas de diversos segmentos.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

O erro de priorizar apenas as redes sociais na comunicação de um político

Por Alessandro Lubiana (*)

 

Comunicação pública exige estratégia multicanal, presença real e conexão com diferentes públicos

Num cenário cada vez mais dominado pelas redes sociais, é compreensível que muitos políticos concentrem esforços nesse ambiente digital. Afinal, trata-se de um canal direto, rápido e com grande poder de alcance. No entanto, restringir a comunicação institucional e pública apenas às plataformas sociais é um erro estratégico que pode custar caro.

A comunicação política vai muito além de likes, curtidas e compartilhamentos. Trata-se de um conjunto articulado de ações que envolvem todos os meios e veículos disponíveis. Cada canal tem sua função, seu alcance específico e sua maneira própria de criar vínculos com o público.

Rádio, televisão, imprensa escrita, boletins informativos, portais oficiais, eventos presenciais, assessoria de imprensa e até a comunicação comunitária — todos esses meios ainda têm espaço e relevância, especialmente em um país de dimensões continentais como o Brasil, onde a realidade das capitais é bem diferente da vivida no interior.

O marketing político, por sua vez, é uma ferramenta indispensável. Ele organiza a mensagem, ajuda a construir imagem e posiciona o político no imaginário social. Mas marketing não é tudo. Quando usado em excesso ou de forma descolada da realidade, pode transformar o político em um produto. E produtos têm prazo de validade.

O eleitor contemporâneo valoriza autenticidade. Quer saber quem é o político por trás do discurso, o que ele pensa, como age fora das câmeras e qual é sua relação com a comunidade que representa. Há uma busca pelo real, pelo humano — algo que o marketing sozinho não é capaz de oferecer.

É preciso equilíbrio. Uma comunicação eficaz é aquela que combina o alcance das redes sociais com a credibilidade da imprensa tradicional, a presença nos territórios com escuta ativa e ações concretas, e o discurso estratégico com coerência entre fala e prática.

Mais do que se comunicar, é preciso construir confiança. E essa se conquista com presença constante, responsabilidade institucional e, principalmente, verdade.

Fica a dica:

  1. Por que só as redes sociais não sustentam a imagem de um político
  2. A armadilha da comunicação digital exclusiva na política
  3. Redes sociais não bastam: o erro estratégico de muitos políticos
  4. Comunicação pública exige mais do que presença digital
  5. Político ou produto? Os limites do marketing nas redes
  6. Marketing demais estraga o político
  7. Político embalado não convence o eleitor
  8. O político que só aparece no Instagram já perdeu
  9. Redes sociais não elegem sozinhas — nem mantêm mandatos
  10. Quem só fala nas redes, deixa de ouvir nas ruas

Vamos refletir sobre esse assunto nas próximas colunas.

(*) Alessandro Lubiana, jornalista e especialista em Comunicação Institucional e Pública

AGU pede à PF investigação sobre fake news contra Banco do Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou à Polícia Federal (PF) pedido de abertura de investigação para apurar a divulgação de fake news envolvendo o Banco do Brasil.

No ofício, a AGU cita diversas publicações nas redes sociais que pedem aos correntistas do banco que retirem dinheiro das contas devido à aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras.

Na avaliação do órgão, as mensagens pretendem “gerar caos no Sistema Financeiro Nacional”.

“Observa-se uma ação articulada de disparo massivo de publicações que buscam aterrorizar a sociedade com a perspectiva iminente de um colapso no sistema”, diz a AGU.

Na petição enviada à PF, a AGU cita postagens dos deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para instigar a retirada de recursos do banco.

Lei Magnitsky

No mês passado, os Estados Unidos anunciaram sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, norma norte-americana que prevê a aplicação de restrições para quem é considerado violador de direitos humanos.

A lei prevê o bloqueio de contas bancárias, ativos e aplicações financeiras nos Estados Unidos, a proibição de transações com empresas americanas que estão no Brasil, além do impedimento de entrada no país.

Banco do Brasil

Na sexta-feira passada (22), o Banco do Brasil (BB) anunciou que tomaria ações judiciais após ataques bolsonaristas em redes sociais. Postagens com fake news sobre a existência de sanções estrangeiras e de bloqueio de ativos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) recomendam a retirada de recursos da instituição financeira.

Agência Brasil

Independência e soberania: PT convoca mobilização popular para 7 de setembro

A militância e dirigentes do Partido dos Trabalhadores estarão juntos com as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de centrais sindicais, partidos progressistas e movimentos sociais, na realização de uma mobilização popular nas comemorações do 7 de Setembro. Na data, atos e manifestações varrerão  diversas capitais e cidades em todo o país para defender o Brasil das ameaças à sua soberania.

O PT e as organizações e movimentos sociais envolvidos na ação “Povo independente é Povo Soberano” defendem  que, após mais de 200 anos da libertação do Brasil da dominação estrangeira, esse é um tempo que não pode voltar, e que a conquista da soberania deve ser sempre defendida por brasileiros e brasileiras, independentemente de diferenças ideológicas. Para o PT, é preciso reafirmar que o Brasil é de todos e todas e que a liberdade depende de democracia, justiça social, soberania e direitos para o povo.

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, fez um chamado à sociedade brasileira para que o 7 de Setembro seja um momento de conscientização com relação ao uso político das tarifas comerciais pelo governo norte-americano, numa ameaça à soberania do Brasil.

“O importante para nós é que possamos dialogar com a sociedade brasileira, com o que está em disputa no cenário nacional”, afirmou Edinho, no sábado (23). “Que o 7 de Setembro seja um momento de expressão e também um processo de conscientização. Infelizmente, o Brasil está sendo penalizado injustamente. As tarifas sempre foram utilizadas para equilibrar ações comerciais. Elas estão sendo usadas pelo governo Trump de forma autoritária, sem nenhum fundamento e por um viés político”.

A secretária nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, Lucinha Barbosa, também faz um chamamento à militância petista para participar dos atos em defesa da soberania nacional em 7 de setembro.

“Vamos fazer do 7 de setembro um grande ato, um grande marco na defesa da soberania nacional, na defesa do nosso país e na defesa, sobretudo, do governo do presidente Lula, do nosso governo e dos nossos governos estaduais, onde a gente está governando dentro da perspectiva e dessa linha do presidente Lula, que é a reconstrução do nosso país, mas principalmente na defesa do nosso solo e em defesa da democracia brasileira”, defendeu Lucinha. “Na nossa terra quem manda é o povo brasileiro, esse é o nosso grande lema do Grito dos Excluídos no dia 7. Brasil, quem manda é o povo brasileiro”, ressaltou.

Confira os locais e horários onde já estão confirmados atos e manifestações do “Povo independente é povo soberano!”

SALVADOR-BA

09h – Campo Grande

NATAL – RN

Concentração na Praça das Flores, Petrópolis.

SÃO PAULO – SP

09h – Praça da República

RECIFE – PE

09h – Concentração no Parque 13 de maio e percurso até a Praça do Carmo

PORTO ALEGRE – RS

14H – Ponte de Pedra, Largo dos Açorianos

RIO DE JANEIRO – RJ

09h – Rua Uruguaiana com Presidente Vargas,Centro

MINAS GERAIS – MG

Mobilização Centrais Sindicais

CAMPO GRANDE-MS

08h – Gritos dos Excluídos – Cruzamento das Ruas 13 de Maio com Rua Dom Aquino

PARAÍBA – PB

Reunião de Organização do Grito dos Excluídos – João Pessoa

ARACAJU-SE

09h – Praça da Catedral metropolitana

GOIANIA-GO

08H30 – Concentração será na Praça do Trabalhador e passeata às 09h pela Feira Hippie

AMAPÁ- AP

Avenida Cabral

SERGIPE-SE

Em meio ao desfile das escolas

SANTA CATARINA- SC

Reunião na CUT e Plenária para organizar a mobilização

CEARÁ -CE

08h – Praça da Paz

DISTRITO FEDERAL

10h – Praça Zumbi dos Palmares

BELÉM-PA

09h – Escadinha do Cais do Porto, seguindo em caminhada até a praça prefeitura de Belém

ESPÍRITO SANTO-ES

8h30 – Concentração na Praça Portal do Príncipe e encerramento na Praça João Clímaco, em frente ao Palácio Anchieta

Da Redação

 

Trump é “única saída” para Bolsonaro em 2026, diz Valdemar Costa Neto

Valdemar acusa “perseguição constante” a Bolsonaro e diz que Eduardo age por conta própria nos EUA

Durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (25), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, citou a atuação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “única saída” para manter Jair Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026. De acordo com ele, a relação entre Washington e o Judiciário brasileiro é uma guerra na qual Trump “não vai perder”.

“Já tenho bastante idade, mas nunca passei pelo que estou passando nesses 40 anos de política. É uma perseguição constante com o Bolsonaro. (…) O que eu acho é o seguinte, isso é uma guerra e eu não acho que o Trump vai perder essa guerra”, disse Valdemar.

O pronunciamento foi feito poucos dias após Bolsonaro ser indiciado pela PF por, junto ao seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), articular sanções contra autoridades brasileiras envolvidas na ação penal do golpe, na qual é réu, podendo configurar coação no curso do processo.

Entre as sanções obtidas, estão a revogação dos vistos de diversos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão do relator Alexandre de Moraes nas penalidades comerciais da Lei Magnitsky e as tarifas de 50% sobre itens brasileiros.

Valdemar negou a existência de coordenação entre Jair e Eduardo Bolsonaro a respeito da articulação na Casa Branca. “O Eduardo faz todas as coisas por conta própria. Ele não consulta o partido. Não estou me lamentando por isso. Ele está ajudando, faz a parte dele e faz o que ele devia fazer que é defender o pai dele”.

O dirigente também negou a acusação de golpe contra Bolsonaro. “Golpe não se dá com pedaço de pau e com baderneiros quebrando alguma coisa. Golpe é com metralhadora, com tanque, com aviões. Isso é golpe. Então eles querem classificar aquilo como golpe para poder ter um motivo para condenar o Bolsonaro”, acusou.

Congresso em Foco

 

VÍDEOS Advogado Caetano Neto vai pedir cassação do deputado federal Fernando Máximo

Após repercussão da denúncia do site Intercept Brasil, o advogado de Rondônia, Caetano Neto, disse sábado, 23, durante um programa de TV, que vai pedir essa semana cassação do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-RO). Segundo Intercept Brasil, a proposta que buscou afrouxar o projeto de lei que visa proteger crianças e adolescentes na internet, foi oficializada por Fernando Máximo mas metadados revelam que verdadeiro autor é executivo da Meta.

Os metadados dos arquivos disponibilizados no site da Câmara revelam que, das quatro emendas apresentadas por Máximo – todas a favor dos interesses das big techs –, duas foram criadas diretamente por Marconi Borges Machado, executivo que ocupa desde 2017 o cargo de gerente de políticas públicas na Meta.

Em vídeo, veja abaixo, o advogado Caetano Neto disse que vai pedir a cassação do parlamentar, por quebra de decoro parlamentar previsto no regime interno da Câmara Federal. Fernando Máximo é pré-candidato ao governo de Rondônia.

 

Deputado bolsonarista apresentou emenda feita por lobista da Meta para afrouxar lei que protege crianças na internet

PGR avalia neste segunda (25) defesa de Bolsonaro e pode pedir prisão imediata

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem até esta segunda-feira (25/8) para se manifestar no inquérito que envolve Jair Bolsonaro. A defesa do ex-presidente, protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (22/8), nega a existência de qualquer plano de fuga para a Argentina.

O caso é resultado de investigações da Polícia Federal, que indiciou Bolsonaro e seu filho Eduardo pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Segundo a PF, o ex-presidente tentou influenciar a Ação Penal nº 2668, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. Entre as evidências está uma minuta que sugeria urgência em um pedido de asilo ao presidente argentino Javier Milei.

Diante do relatório, o ministro Alexandre de Moraes concedeu 48 horas para que tanto a defesa quanto a PGR se manifestassem — prazo estendido até esta segunda-feira por conta do fim de semana.

ministro Alexandre de Moraes sério olhando pra frente sem olhar pra câmera
O ministro Alexandre de Moraes – Reprodução

Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprimento de medidas impostas pelo STF. A decisão foi motivada por sua participação, ainda que virtual, em manifestações de apoiadores, em que discursou publicamente. Caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, avaliar se as justificativas apresentadas são suficientes ou se há indícios de violação das restrições.

Se entender que houve descumprimento, Gonet poderá pedir a conversão imediata da medida em prisão preventiva, sem necessidade de aguardar o julgamento previsto para 2 de setembro.

Esse risco aumenta a pressão sobre a defesa, que sustenta não ter havido desrespeito às cautelares e afirma ter sido surpreendida pelo indiciamento. Os advogados destacam que cumprem os prazos fixados e insistem que as manifestações públicas não configuram infração às regras impostas.

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também se pronunciou e levantou dúvidas sobre a eficácia da vigilância no condomínio onde Bolsonaro está em prisão domiciliar. Para ele, a falta de controle externo poderia abrir espaço para uma eventual fuga à embaixada dos Estados Unidos, o que classificou como uma “cena humilhante”.

Kakay ressaltou que os fundamentos já justificariam a prisão preventiva, mas reconheceu que Moraes optou por uma medida mais moderada. Ele defende que cabe agora às autoridades reforçar a fiscalização para evitar novos desdobramentos.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

Quaest: 55% apoiam prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após o ministro Alexandre de Moraes apontar descumprimento reiterado das medidas cautelares

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (25), revela que a maioria dos brasileiros considera justa a prisão domiciliar do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme relatado pela CNN, o levantamento aponta que 55% dos entrevistados apoiam a decisão, enquanto 39% avaliam a medida como injusta. Outros 6% não souberam ou preferiram não responder.

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após Moraes apontar descumprimento reiterado das medidas cautelares. O magistrado apontou que o ex-presidente utilizou chamadas de vídeo para participar de manifestações, o que teria violado a restrição de uso de telefone celular, seja de forma direta ou por meio de terceiros.

O levantamento da Genial/Quaest ouviu 2.004 pessoas em entrevistas presenciais realizadas entre 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Do Brasil 247

A trama exposta: mensagens no celular de Bolsonaro revelam provas finais da ação da quadrilha para sancionar os brasileiros

As instituições brasileiras atravessam seu momento mais desafiador. A sociedade não pode mais tolerar ou minimizar crimes de tamanha magnitude

As mensagens extraídas do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro pela Polícia Federal e reveladas nesta semana não são apenas reveladoras: constituem a materialização de um projeto deliberado de subversão da ordem democrática e de sabotagem aos interesses nacionais em benefício pessoal. As conversas, travadas com seu filho, o deputado foragido Eduardo Bolsonaro, e com o autoproclamado “pastor” Silas Malafaia — qualificado em vida por Ricardo Boechat como “paspalhão” e “explorador da fé alheia” — expõem de forma incontornável a existência de uma organização criminosa dedicada a objetivos espúrios, cuja linguagem pútrida e métodos de bastidores agora emergem da investigação criminal.

Os diálogos recuperados vão muito além de meras conversas entre pai e filho sobre estratégias de defesa ou articulação política. Eles detalham, com clareza perturbadora, uma operação coordenada para acionar o governo dos Estados Unidos contra as instituições brasileiras, transformando a economia nacional em refém. As mensagens mostram que Bolsonaro e Eduardo instigaram deliberadamente Donald Trump a impor sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a aplicar tarifas punitivas de 50% sobre exportações brasileiras — as mais altas do planeta.

A trama, narrada em tempo real, tinha dois objetivos centrais. O primeiro: coagir o STF com ameaças de sanções pessoais via Lei Magnitsky, distorcida em seu propósito original, numa tentativa escandalosa de interferir no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. O segundo: usar o sofrimento econômico do Brasil — provocado pelas tarifas que eles mesmos articularam — como moeda de troca para obter anistia pessoal, numa chantagem explícita contra a nação.

O cinismo atinge o auge quando Eduardo Bolsonaro, dos Estados Unidos, orienta o pai a agradecer publicamente a Trump pelas medidas que prejudicam diretamente empresas e trabalhadores brasileiros, ao mesmo tempo em que, nos bastidores, defende o agravamento das sanções. Malafaia, por sua vez, surge como conselheiro de discurso, sugerindo transformar o ataque à economia nacional numa falsa “luta pela liberdade”.

As mensagens também revelam que Eduardo rejeitava qualquer anistia “light”, restrita a participantes secundários do golpe, defendendo proteção integral ao núcleo dirigente da conspiração. Outro dado explosivo é a menção a um novo plano de fuga pela Argentina, com pedido de asilo a Javier Milei.

O risco de evasão é evidente. Há indícios de reiterado descumprimento das medidas cautelares impostas pelo STF. Agora cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir sobre o pedido de prisão preventiva apresentado por Lindbergh Farias, líder do PT.

O que emerge dessas mensagens é a face mais crua de uma quadrilha que, após se apoderar do Estado, não hesitou em voltar-se contra seu próprio país para salvar a si mesma. A investigação da Polícia Federal desmontou peça por peça essa engrenagem criminosa. Resta ao sistema de Justiça responder à altura da gravidade dos fatos, impondo punição exemplar.

As instituições brasileiras atravessam seu momento mais desafiador. A sociedade não pode mais tolerar manobras que tentem normalizar ou minimizar crimes de tamanha magnitude. As mensagens são o retrato final da conspiração. A resposta do Estado precisa estar à altura da traição cometida contra a democracia e contra a economia do Brasil.

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Aprovado projeto do senador Marcos Rogério que acaba com poder de polícia da Funai

A Comissão de Direitos Humanos aprovou, na última quarta (20), projeto do senador Marcos Rogério (PL-RO) que susta o decreto do Executivo que regulamenta o poder de polícia da Funai. O texto segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça.

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), relator na Comissão de Assuntos Econômicos, afirmou que o Congresso não pode aceitar a criação de nova polícia por ato unilateral do presidente da República.

Já o senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu o decreto, ressaltando que ele atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal.

O poder de polícia da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi instituído em 1967 pela Lei 5.371, que criou a autarquia. De acordo com o texto, uma das finalidades da Funai é exercitar o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à proteção dos povos indígenas. Ocorre, no entanto, que tal dispositivo precisava ser regulamentado para ter eficácia. Ou seja, era necessária a edição de uma norma com critérios e procedimentos a serem adotados para orientar a aplicação da lei.

A regulamentação veio por meio do nº Decreto 12.373/2025 do Governo Federal, publicado em fevereiro, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o entendimento da corte, não é possível cumprir a obrigação constitucional de proteção das Terras Indígenas sem dispositivos que fortaleçam a atuação da Funai, entre eles a regulamentação do poder de polícia.

O decreto não inova, não amplia e não cria novas competências para Funai, apenas regulamenta previsão legal estabelecida desde 1967 e dá melhores condições para proteção das Terras Indígenas, que são bens da União. Ao definir como deve ser a execução do poder de polícia administrativo da Funai, a norma colabora com a segurança jurídica dos atos praticados pela autarquia.

A Funai destaca que a implementação do decreto ocorrerá de maneira gradual para a consolidação dos procedimentos e fluxos, que serão definidos por normativos internos. Além disso, os servidores da autarquia serão devidamente capacitados para o exercício do poder de polícia. A estrutura da Funai também passou por adequações para viabilizar a implementação do poder administrativo, que será exercido pela Diretoria de Proteção Territorial (DPT).

O que é poder de polícia?

O poder de polícia é uma atividade da administração pública que limita ou disciplina o exercício de direitos individuais em favor do interesse público. É um poder administrativo que limita atividades privadas para garantir, por exemplo, a saúde,  a segurança e o equilíbrio do meio ambiente. São exemplos do poder de polícia a fiscalização de estabelecimentos comerciais para assegurar o cumprimento de normas sanitárias; a aplicação de multas de trânsito; e a exigência de licenciamento ambiental para a realização de atividades e obras que podem prejudicar o meio ambiente.

No caso da Funai, o poder de polícia tem a finalidade de prevenir e evitar a violação ou ameaça a direitos dos povos indígenas, além de impedir invasões dos territórios tradicionais. Para isso, o decreto que regulamenta o poder administrativo permite à Funai restringir o acesso irregular de terceiros às terras indígenas, em caso de risco iminente aos direitos dos povos indígenas; solicitar a colaboração de órgãos e entidades públicas de controle e repressão; e executar medidas administrativas cautelares.

A regulamentação não interfere no direito de propriedade e nem afeta áreas privadas ou altera a produção rural legal, e está de acordo com a lei nº 14.701/2023. Apenas reforça a atuação da Funai exclusivamente dentro das terras indígenas para impedir invasões, grilagem, garimpo e outras atividades ilícitas.

Cooperação com órgãos de segurança

O decreto prevê que a Funai “pode solicitar aos órgãos de segurança pública, especialmente à Polícia Federal, às Forças Armadas e às forças auxiliares, a cooperação necessária à proteção das comunidades indígenas, da sua integridade física e moral e do seu patrimônio, quando as atividades necessárias a essa proteção forem próprias da competência dos órgãos de segurança pública.”

Assim, o dispositivo deixa claro que o poder de polícia administrativo da Funai não invade a competência dos órgãos de defesa ou segurança pública. Isso significa que o poder de polícia da Funai não se confunde com a atuação das polícias Federal, Civil ou Militar, por exemplo, que exercem atribuições exclusivas de órgãos de segurança pública.

Armamento

Vale destacar também que o poder de polícia administrativo da Funai não autoriza o porte de arma de fogo para servidores da autarquia. Para isso, é necessária autorização em lei e, por isso, o tema está sendo tratado no âmbito do Projeto de Lei  nº 2326/2022, em tramitação no Senado Federal.

A discussão prossegue na CCJ.

Com informações da assessoria de Comunicação/Funai

Dê uma trégua

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Vinício Carrilho Martinez (*)

(Há momentos em que pedimos trégua)
Há momentos em que a política cansa
Essa política, dos políticos que não cansam
– de fazer o Mal
(são feitos de gelo abissal)
– de enriquecer com o sofrimento
(até parece seu alimento)
– de entristecer com sua corrupção
(Há momentos em que pedimos trégua)
– dessa gente sem coração
(Há momentos em que pedimos trégua)
– aos que não se cansam de acumular maldades
– sem amor, são esses que só conhecem veleidades
(praticantes do sofrimento alheio, são ocos, sem recheio)
(Há momentos em que pedimos trégua)
– porque não aguentamos tanto desamor
– são tantas perdas, sem trégua, só dor
(Há momentos em que pedimos trégua)
– da vida com insolvência
– sem consciência, com pura sonolência
(Há momentos em que pedimos trégua)
– da política entre inimigos
– da vida cheia de perigos
(Há momentos em que pedimos trégua)
Diante das perdas
– das pessoas que amamos
– dos bichos que foram filhos
– da política entre amigos
Há momentos em que pedimos trégua
– é quando passamos a régua
……
Veja no abaixo link outro pedido de trégua:
https://www.youtube.com/watch?v=kYKv8r0_X_s&amp;lc=Ugw3I05PjgKnkVTgI_h4A aABAg.AMAf7JtWlldAMAwlPdW2KN

(*) Professor Titular da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.

Com brasileiros, Flotilha da Liberdade leva ajuda humanitária a Gaza

Primeira embarcação sairá de Barcelona em 31 de agosto

Com brasileiros a bordo, a Freedom Flotilla – ou Flotilha da Liberdade – fará nova investida em setembro para levar ajuda humanitária a Gaza, no Estado Palestino. O território, com acesso totalmente controlado por Israel, sofre oficialmente com fome, segundo a  Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). Dezenas de embarcações da flotilha partem de portos no Mar Mediterrâneo, com previsão de chegada a Gaza por volta do dia 13 de setembro. A primeira embarcação sairá de Barcelona, em 31 de agosto. As demais partirão, no dia 4 de setembro, de Túnis, na Tunísia, e de outros portos que ainda não foram divulgados.

Segundo a Freedom Flotilla Brasil e o Global Movement to Gaza Brasil, de 8 a 15 ativistas brasileiros estarão a bordo das embarcações. No total, participarão ativistas de 40 países.

“Nossos corações se solidarizam com o sofrimento do povo Palestino que vive ao primeiro genocídio amplamente televisionado. São centenas de milhares de palestinos feridos ou assassinados, e outros milhões afetados pela inanição, doenças e falta de atendimento médico deliberadamente causados pelo pelo regime sionista”, disseram as duas organizações em nota enviada à Agência Brasil.

“Nós organizamos a nossa indignação para atuar onde nossos governos falham. Estamos navegando com a solidariedade dos povos contra a cumplicidade e a impunidade que reinam no Brasil e no mundo”, acrescentaram.

Segundo as duas organizações, a intenção da ação é criar um corredor humanitário para o transporte de comida, água e medicamentos para o povo palestino. Eles pretendem também romper o controle israelense sobre Gaza: “romper, de maneira não violenta, o cerco ilegal imposto pelo regime de ocupação em Gaza, que limita ou proíbe o acesso de alimentos, água e medicamentos”.

“É necessária uma ação imediata para o fim do genocídio e o acesso de órgãos internacionais para alimentar o povo palestino”, destacam.

De acordo com a Freedom Flotilla Brasil e o Global Movement to Gaza Brasil, a missão tem garantias legais baseadas em medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça, que proíbem o bloqueio de entrada de ajuda humanitária à Gaza; resoluções do Conselho de Segurança da ONU, as quais garantem o acesso de ajuda humanitária à Gaza; e leis marítimas internacionais, que proíbem a interceptação de embarcações humanitárias em águas internacionais.

Em junho, uma embarcação da Flotilha da Liberdade que se dirigia a Gaza levando ajuda humanitária foi interceptada por Israel. Doze tripulantes, entre eles o brasileiros Thiago Ávila, foram presos em águas internacionais.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) publicou nota, na ocasião, classificando a interceptação do navio da Flotilha da Liberdade, por Israel, como um crime de guerra e pediu ao governo brasileiro a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Tel Aviv.

Conteúdo originalmente publicado em Agência Brasil

Em Goiás, ministro dos Transportes anuncia mais de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO e vistoria obras em ponte sobre o Rio Araguaia

Cerca de 86 mil goianos e tocantinenses serão diretamente beneficiados com as obras na rodovia; cerimônia aconteceu nesta sexta (22)

Espinha dorsal para o transporte de cargas e o turismo do Centro-Oeste e Norte do Brasil, a BR-153 terá um trecho estratégico – em Goiás e Tocantins – duplicado. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (22) pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, durante cerimônia na cidade de Rialma (GO).

“É um grande prazer estar aqui para iniciar a duplicação da BR-153. Nós estamos começando oficialmente hoje e só vamos parar quando essa obra encontrar a divisa de Goiás com o estado de Tocantins, 100% duplicada”, garantiu o ministro dos Transportes.

A Ecovias do Araguaia, concessionária que administra este segmento da rodovia, conhecida como Belém-Brasília, investiu R$500,8 milhões nas obras, que abrangem uma extensão de 53,44 quilômetros do lado goiano e 7 quilômetros no tocantinense.

No estado de Goiás, as melhorias ocorrerão nos trechos da estrada que passam por Rialma, Uruaçu, Campinorte e Rianápolis. Já em Tocantins, serão beneficiadas as cidades de Talismã, Alvorada e Figueirópolis. No total, cerca de 86 mil pessoas vivem nesses municípios, que terão 3.800 empregos, entre diretos e indiretos, gerados com as obras.

“É um momento muito sonhado por todos os moradores da região do Vale de São Patrício, por todos que trafegam por essa rodovia. Acreditamos que nossa região vai se desenvolver significativamente com isso”, celebrou o prefeito de Rialma, Lucas Chaves.

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Por dia 8 mil veículos, aproximadamente, circulam por este trecho da estrada. Até o fim do contrato de concessão, que tem duração de 35 anos, a Ecovias do Araguaia irá investir um total de R$9,3 bilhões em obras na região.

“Já registramos redução de acidentes e com a duplicação começando em força máxima, vamos salvar muitas vidas e trazer desenvolvimento local. Acreditamos na visão de longo prazo, uma visão de estruturar o país, de levar riqueza e desenvolvimento”, afirmou o diretor-presidente da Ecovias do Araguaia, Rui Klein.

A parceria de sucesso do Ministério dos Transportes com a iniciativa privada é fundamental para alavancar a infraestrutura de transportes brasileira. Entre os 16 leilões rodoviários promovidos pela pasta nos últimos 2 anos e 8 meses, 3 correspondem a rodovias que passam por Goiás.

Ao todo, foram garantidos mais de R$ 26 bilhões em investimentos, abrangendo 1.516,2 quilômetros de estradas, divididos entre a Rota Verde (BR-060/452/GO), a Rota dos Cristais (BR-040/GO/MG) e a Rota Agro (BR-060/364/GO/MT).

“O Brasil começou a conceder rodovia no final do século passado. De 1998 até 2022, executou em obras R$126 bilhões. Em 2023, 24 e nesses meses de 25, nós já contratamos investimentos da ordem de R$179 bilhões, mais do que tudo que foi investido em quase 25 anos de concessão”, detalhou Renan Filho.

Em novembro deste ano, mais um trecho goiano será concedido. A chamada Rota Sertaneja (BR-153/262/GO/MG) irá gerar cerca de R$10 bilhões em investimentos para mais de 500 quilômetros de rodovias, promovendo maior crescimento social e econômico para os goianos.

“Com essa concessão e essa modelagem inteligente, feita e liderada pelo ministro dos Transportes, estamos oferecendo uma solução para os problemas enfrentados ao longo da BR-153. Essa rodovia acabou ficando esquecida do ponto de vista da modernização da sua infraestrutura, eram investimentos que eram prometidos, mas não saíam do papel. Portanto, eu quero fazer esse registro histórico da importância deste momento”, destacou o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela.

Mais entrega

Polo do agronegócio brasileiro e um dos maiores produtores de grãos do país, especialmente soja e milho, Goiás receberá do Governo Federal R$396,7 milhões em investimentos nos transportes até o fim de 2025.

Entre as importantes entregas que irão acontecer ainda este ano, destaca-se a da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, que ligará Goiás a Mato Grosso. Cerca de 100 mil moradores da região serão beneficiados.

“No passado, o ministro da Infraestrutura poucas vezes teve a chance de financiar uma obra e depois voltar para inaugurar, as obras demoravam muito tempo. Mas hoje, com uma mudança de postura, nós estamos lançando obras e voltando para inaugurar, A gente tem agilizado o trabalho”, explicou o ministro dos Transportes.

Ainda na tarde desta sexta-feira, o ministro Renan Filho esteve na BR-080/GO e visitou as obras da ponte, que recebeu investimento de R$204 milhões do Governo Federal, via Novo PAC. A estrutura irá melhorar a segurança e fluidez do tráfego, além de se tornar um corredor estratégico para o escoamento da produção agrícola local. Isso sem contar o turismo, que também será diretamente beneficiado, já que a região atrai milhares de visitantes ao Rio Araguaia anualmente.

O investimento do Ministério dos Transportes em Goiás é facilmente percebido por quem percorre o estado: de acordo com o Índice de Conservação e Manutenção (ICM) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), 91% das rodovias goianas são consideradas boas atualmente. Em 2022, último ano do governo anterior, o índice era de 70%.

“Estamos levando infraestrutura para todas as regiões do Brasil, criando oportunidades para que as pessoas possam se desenvolver, independentemente de onde vivam. Isso é resultado de um governo que trabalha com visão, seriedade e atenção às demandas da população”, concluiu o ministro dos Transportes.

BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Ministério dos Transportes anuncia investimento de R$ 500 milhões em duplicações na BR-153/GO/TO, que beneficiará cerca de 86 mil pessoas. – Foto: Marcio Ferreira/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT
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Renan Filho visita obras da Ponte Luiz Alves, sobre o Rio Araguaia, na BR-080, que ligará Goiás a Mato Grosso. – Foto: Michel Corvello/MT

 

Assessoria Especial de Comunicação

Governo Lula entrega 400 unidades odontológicas móveis

O presidente Lula participou nessa quinta-feira (21/8), em Sorocaba (SP), da cerimônia de entrega de 400 Unidades Odontológicas Móveis (UOM) a 400 municípios brasileiros. O investimento, de R$ 152 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde), vai garantir atendimento odontológico a 1,4 milhão de pessoas em regiões rurais, comunidades indígenas, quilombolas, assentamentos e áreas urbanas vulneráveis.

A iniciativa marca a retomada, após dez anos, de uma das principais ações do programa Brasil Sorridente, considerado uma das maiores políticas públicas de saúde bucal do mundo.

Durante o seu discurso, Lula afirmou que “o Brasil sempre teve um problema crônico de falta de atenção às necessidades básicas do povo brasileiro. É muito fácil você ser governante para fazer um viaduto. Agora é muito difícil você ser governante para fazer aquilo que o povo tem necessidade prática, rápida e muito necessária. E a questão odontológica é uma delas”.

Ele lembrou sua experiência como sindicalista. “Eu não estou querendo ter prioridade, os dois têm que ser tratados como saúde pública. Por onde entra a comida e por onde sai o dejeto têm que ser tratados como questão de saúde pública”.

O presidente contou passagens da época em que o Brasil Sorridente foi criado e destacou sua importância para o povo brasileiro.

“As pessoas mais humildes desse país não querem ser tratadas com luxo, a gente quer ser tratada com respeito. E ter dente na boca”.

Na cerimônia, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também destacou o impacto da retomada do programa.

“Vocês sabem há quantos anos o Governo Federal não comprava uma Unidade Odontológica Móvel? Há 10 anos não se comprava uma unidade móvel. Teve que vir o presidente Lula para que o cuidado daquela pessoa, que às vezes tem vergonha ou não tem dinheiro para pegar um transporte, chegasse até ela. Graças ao presidente Lula, o Brasil voltou a sorrir”, disse.

Nas redes sociais, os senadores do PT celebraram a chegada das novas unidades em seus estados.

 

 

Confira a divisão das UOMs por Unidade Federativa

Unidade da Federação (UF) Quantidades de UOMs Investimento federal
Acre 5 R$ 1,89 milhão
Alagoas 14 R$ 5,31 milhões
Amapá 5 R$ 1,89 milhão
Amazonas 27 R$ 10,2 milhões
Bahia 54 R$ 20,51 milhões
Ceará 23 R$ 8,73 milhões
Distrito Federal 5 R$ 1,89 milhão
Espírito Santo 5 R$ 1,89 milhão
Goiás 13 R$ 4,93 milhões
Maranhão 39 R$ 14,81 milhões
Mato Grosso 8 R$ 3,03 milhões
Mato Grosso do Sul 6 R$ 2,27 milhões
Minas Gerais 30 R$ 11,39 milhões
Pará 43 R$ 16,33 milhões
Paraíba 12 R$ 4,55 milhões
Paraná 5 R$ 1,89 milhão
Pernambuco 32 R$ 12,15 milhões
Piauí 15 R$ 5,69 milhões
Rio de Janeiro 5 R$ 1,89 milhão
Rio Grande do Norte 10 R$ 3,79 milhões
Rio Grande do Sul 11 R$ 4,17 milhões
Rondônia 5 R$ 1,89 milhão
Roraima 5 R$ 1,89 milhão
Santa Catarina 5 R$ 1,89 milhão
São Paulo 5 R$ 1,89 milhão
Sergipe 8 R$ 3,03 milhões
Tocantins 5 R$ 1,89 milhão

Com informações da Agência PT de Notícias

Investigações da PF revelam “insanidade e irresponsabilidade” de Bolsonaro e filho, diz líder do PT

O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pela Polícia Federal, por coação no curso do processo, revela em ambos um “nível de insanidade e irresponsabilidade de tamanha gravidade que não pode ser normalizado, muito menos ignorado” pela sociedade brasileira. A avaliação é do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ).

As investigações da PF, que levaram ao indiciamento, ganharam força após uma representação apresentada por Lindbergh Farias no Supremo Tribunal Federal (STF), que originou o Inquérito nº 4995.

Ele observou que as mensagens de Eduardo Bolsonaro revelam “um padrão de desequilíbrio, agressividade e chantagem” que não pode ser tratado como “briga doméstica”. Para Lindbergh, quando filho ameaça, xinga e expõe o próprio pai, mostra ao país que não há limites éticos ou institucionais.” Para o líder do PT, trata-se de um “escândalo em família, mas com consequências para o Brasil inteiro”.

O comportamento anormal da família Bolsonaro, conforme mostram as gravações da PF, é um alerta para todos os segmentos da sociedade brasileira, avaliou Lindbergh. “É com esse tipo de comportamento que tentam chantagear a República. Gente que não respeita nem o núcleo familiar, quanto mais a Constituição, as instituições e o povo brasileiro”.

“O Brasil não pode se curvar a ameaças, pressões ou chantagens de quem vive de instabilidade e caos. É hora de reafirmar: nossas instituições são mais fortes que os surtos autoritários de qualquer clã. O país não será refém da alucinação de uma família em colapso.”

Bolsonaro fujão

Novos elementos encontrados pela PF, como mensagens em que Jair Bolsonaro discute a possibilidade de asilo político na Argentina, reforçam a gravidade das acusações. Lindbergh afirmou que essa ação “evidencia a intenção de Bolsonaro se evadir do alcance da Justiça brasileira” e é um “sinal inequívoco de quem tenta escapar das consequências jurídicas de seus próprios atos”.

Para o líder do PT, a tentativa de fuga de Bolsonaro para outro país legitima a decisão do ministro Alexandre de Moraes de pedir sua prisão domiciliar. “Ele sempre quis fugir. Alguém acredita que ele passou dois dias dormindo na embaixada da Hungria porque queria conhecer a embaixada da Hungria?”, questionou.

 

Traidor da pátria

Lindbergh também criticou a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde ele está há meses “conspirando contra o Brasil, em especial o STF”, a fim de livrar seu pai de uma possível condenação por articular um golpe de Estado entre 2022 e 8 de janeiro de 2023. A atuação da família Bolsonaro, para o líder petista, “atenta contra a independência da Justiça e busca intimidar instituições democráticas”.

O líder do PT classificou Jair e Eduardo Bolsonaro como “traidores da pátria” por apoiarem as sanções econômicas e comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. Ele ressaltou que pesquisas de opinião mostram que 71% da população rejeita a sabotagem de Trump. Segundo Lindbergh, as pesquisas revelam que 69% da população entende que Eduardo Bolsonaro está nos EUA em defesa dos interesses de sua família, e não do povo brasileiro. A ação coordenada entre bolsonaristas e a extrema-direita americana, de acordo com o deputado, configura crime de traição nacional.  Ele ressalvou que nos EUA,país idolatrado pelos bolsonaristas, há pena de morte por traição à pátria.

Lacaio de Trump 

O líder do PT também criticou o governador de São Paulo, capitão Tarcísio de Freitas (Republicanos), por ter dito que o Brasil deveria dar “umas vitórias” de presente a Trump. “Esse sujeito não tem condições de ser governador, imagine um presidente da República”, comentou Lindbergh, elogiando a postura do presidente Lula em defesa dos interesses nacionais.

O impacto financeiro das sanções de Trump, estimadas em R$ 40 bilhões, foi destacado pelo líder do PT. Ele mencionou que esse valor corresponde às despesas do programa “Brasil Soberano”, do governo Lula, que visa auxiliar empresas afetadas pelas sobretaxação de Trump, além de bancos brasileiros terem perdido nesta semana R$ 40 bilhões em valor de mercado devido às sanções.

O líder do PT denunciou como “traidores da pátria não só Jair e Eduardo Bolsonaro, mas todos os que, como ambos, apoiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas sanções econômicas e comerciais contra o Brasil.

As pesquisas mostram que 69% da população entende que Eduardo Bolsonaro está nos EUA em defesa dos interesses da família dele e contra os do povo brasileiro.

Lindbergh ressaltou que o impacto causado pela campanha de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em razão das sanções do governo dos Estados Unidos ao Brasil, passa de R$ 40 bilhões. Esse é o valor das despesas do governo Lula com o programa Brasil Soberano, que visa auxiliar empresas atingidas pelas tarifas impostas ao Brasil pelo presidente norte-americano. Nesta semana, bancos brasileiros perderam em valor de mercado R$ 40 bilhões, em função das sanções de Trump.

 

Redação PT na Câmara

Público elege Benedita da Silva entre melhores deputados da Câmara em 2025; veja lista

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A votação popular do Prêmio Congresso em Foco 2025 mobilizou um público recorde e bateu a marca de 2,8 milhões de votos válidos.

A votação popular do Prêmio Congresso em Foco 2025 mobilizou um público recorde e bateu a marca de 2,8 milhões de votos válidos, o maior número já registrado desde a criação da premiação. O resultado consolida o prêmio como uma das maiores expressões de engajamento cívico do país.

Para se ter uma ideia da dimensão, se os participantes  formassem um colégio eleitoral, ocupariam a 15ª posição no ranking nacional, à frente de Estados como Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Alagoas. O total de votos superou inclusive o número de eleitores do Amazonas (2.749.346).

Na categoria “Melhores na Câmara pela Votação Popular”, em que eleitores de todo o país escolhem, pela internet, os parlamentares que mais se destacaram no exercício do mandato, a deputada Benedita da Silva (RJ) foi a representante da bancada do PT a figurar entre os dez nomes mais votados.

Na categoria Melhores na Câmara pela Votação Popular, foram escolhidos:

  • Benedita da Silva (PT-RJ)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Duda Salabert (PDT-MG)
  • Erika Hilton (PSOL-SP)
  • Glauber Braga (PSOL-RJ)
  • Guilherme Boulos (PSOL-SP)
  • Luiza Erundina (PSOL-SP)
  • Nikolas Ferreira (PL-MG)
  • Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ)
  • Sâmia Bomfim (PSOL-SP)

PT no Senado

No Senado, o líder do Governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), foi eleito pelos jornalistas como um dos parlamentares “Mais Bem Avaliados”.

Pelo voto popular, Randolfe foi novamente reconhecido na categoria “Melhores do Senado”, ao lado do senador Fabiano Contarato (PT-ES).

A cerimônia de entrega aconteceu quarta-feira (20), no Teatro Nacional Claudio Santoro – Sala Martins Pena, em Brasília, com transmissão ao vivo pelos canais oficiais do Congresso em Foco.

Benedita Sousa da Silva Sampaio (Rio de Janeiro, 26 de abril de 1942) é uma servidora pública, professora, auxiliar de enfermagem, assistente social e política brasileira filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi a 52.ª governadora do Rio de Janeiro e atualmente é deputada federal (2023-2027). É esposa do ator Antônio Pitanga e madrasta da atriz Camila Pitanga e do ator Rocco Pitanga.

Mandatos de Benedita da Silva (na Câmara dos Deputados):

Deputado(a) Federal – (Constituinte), 1987-1991, RJ, PT , Dt. Posse: 01/02/1987; Deputado(a) Federal – (Congresso Revisor), 1991-1995, RJ, PT , Dt. Posse: 01/02/1991; Deputado(a) Federal – 2011-2015, RJ, PT, Dt. Posse: 01/02/2011; Deputado(a) Federal – 2015-2019, RJ, PT, Dt. Posse: 01/02/2015; Deputado(a) Federal – 2019-2023, RJ, PT, Dt. Posse: 01/02/2019; Deputado(a) Federal – 2023-2027, RJ, PT, Dt. Posse: 01/02/2023.

Fontes: A Democracia e Congresso em Foco

 

Coluna Zona Franca

Bolsonaro recebeu R$ 44,3 milhões

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu mais de R$ 30 milhões no período de um ano, entre março de 2023 e fevereiro de 2024. As informações são do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), segundo análise realizada pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura suspeita de coação no processo sobre a trama golpista. De acordo com a PF, as operações financeiras têm “suspeitas de serem ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos”. No entanto, o ex-presidente não foi indiciado neste crime. Praticamente todo o volume de recursos não permaneceu na conta de Bolsonaro. Boa parte do dinheiro foi transferida para sua mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e para os filhos do meio do ex-presidente, Eduardo e Carlos Bolsonaro. O Coaf também apontou que Carlos e Eduardo receberam mais de R$ 4 milhões cada em diferentes períodos entre 2023 e 2025. Assim como ocorreu com as contas do pai, os recursos também não ficaram nas contas deles. (Globo)

Bolsonaro recebeu R$ 44,3 milhões 2

Considerando o período até junho de 2025, Jair Bolsonaro recebeu cerca de R$ 44,3 milhões. De 20 de dezembro de 2024 a 5 de junho deste ano, quando Bolsonaro recebeu R$ 11,1 milhões. Nos quase dois anos cobertos pelo relatório, R$ 20,7 milhões vieram de transações em Pix — sendo que cerca de R$ 19,3 milhões foram enviados de março de 2023 a fevereiro de 2024. Do PL, em todo o período, segundo esses dados, foram R$ 1,1 milhão. (Folha)

Bolsonaro recebeu R$ 44,3 milhões 3

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "GLOBO ASSINE Marcos Palmeira: 'Bolsonaro representa tudo aquilo que há de pior no ser humano' FSICAPACINA. fSICA PAGINA CORAÇAOK CORAÇÃO 中 LULISTA 4E"O relatório do Coaf solicitado pela Polícia Federal aponta indícios de que Eduardo Bolsonaro usou a conta bancária de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, para tentar esconder recursos enviados por seu pai no período. Segundo a apuração, Eduardo recebeu sete transferências de R$ 111 mil do pai e uma oitava no valor de R$ 2 milhões. De acordo com a PF, Eduardo Bolsonaro “utilizou a conta bancária de sua esposa como forma de escamotear os valores encaminhados por seu genitor, utilizando como conta de passagem, com a finalidade de evitar possíveis bloqueios em sua própria conta”. (CNN Brasil)

Bolsonaro recebeu R$ 44,3 milhões 4

Entre os gastos de Bolsonaro identificados pela PF, um chamou a atenção dos investigadores. Enquanto movimentava milhões de reais em transferências para os filhos e a esposa, Bolsonaro fazia despesas mais modestas com a lotérica do irmão, Angelo Bolsonaro, em Eldorado (SP). Entre 2024 e 2025, Jair Bolsonaro fez 113 transferências para a lotérica, num total de R$ 70 mil — uma média de R$ 619 por envio. (UOL)

Prisão preventiva

Pode ser uma imagem de 6 pessoas e texto que diz "0 TIRO SAIU PELA CULATRA Sanção contra Moraes sela destino de Eduardo Bolsonaro no STF e não altera julgamento do ex-presidente RESPEITA o BRASIL"O ministro Alexandre de Moraes aguarda a manifestação da defesa de Jair Bolsonaro e da Procuradoria-Geral da República nesta sexta-feira. Só depois disso o ministro do STF deve decidir se mantém a prisão domiciliar do ex-presidente ou se a converte em prisão preventiva. Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente jamais descumpriu qualquer “medida cautelar previamente imposta”. O relatório da Polícia Federal entregue ao Supremo, no entanto, sustenta o contrário. (g1)

Cela especial

Por via das dúvidas, a Polícia Federal começou a preparar uma cela na Superintendência do Distrito Federal para a eventualidade de Bolsonaro ter a prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes. A carceragem da PF passa por uma pequena reforma para receber o ex-presidente caso a ordem de prisão seja confirmada. A cela é uma sala com banheiro reservado, cama, mesa de trabalho, cadeira e televisão, nos moldes da que abrigou o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da PF no Paraná, em Curitiba, em 2018 e 2019. (CNN Brasil)

Pai, vtnc

Pode ser uma imagem de 6 pessoas e textoPersonagem central das discussões violentas entre Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a defender o ex-presidente e a criticar a investigação da Polícia Federal, que expôs as intrigas e estratégias da família Bolsonaro. Segundo o governador paulista, as conversas reveladas não merecem comentários por se tratarem de “uma conversa entre pai e filho, que só interessa aos dois”. Tarcísio ainda afirmou que sua relação com Bolsonaro será de lealdade, amizade e gratidão. “Vou estar sempre do lado dele, sempre trabalhando para ajudar na medida do possível”, declarou. (g1)

Linguajar mundano

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "APÓS ACÃO DA PF, MALAFAIA LOTA IGREJA PARA ATACAR O MINISTRO 2.949 ALEXANDRE DE MORAES ESTRANHO SERIA SE FOSSE PARA ORAR."O auto intitulado “homem de Deus”, Silas Malafaia, preferiu palavras contra o ministro Alexandre de Moraes, mais apropriadas no submundo do crime. “Seu ditador desgraçado, Alexandre de Moraes, tu escolheu o cara errado!”, afirmou o pastor Silas Malafaia em resposta ao Ministro do STF que autorizou a Polícia federal e realizar busca e apreensão na casa dele.

Linguajar mundano 2

“Sou cristão, conheço os princípios cristãos. Até entendo as preferências do pastor Silas. Mas, não se pode obrigar a todo povo brasileiro aceitar por força ou por violência ” na marra” um candidato que perdeu uma eleição!! Vivemos numa democracia! Em outro momento, numa nova eleição outros candidatos poderão concorrer! Isso, se tornou chato, birrento e imaturo, repetir sobre a mesma questão. É como esquecer, que Deus levanta e derruba tronos. Não é necessário exaltação“, postou um internauta..

Lula: “eu tenho meia bonita”

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "LULA IRONIZA TORNOZELEIRA DE BOLSONARO E MOSTRA MEIAS TEMÁTICAS"O presidente Lula aproveitou um discurso em Sorocaba (SP) para ironizar a condição judicial de Jair Bolsonaro. Acompanhado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Lula retomou uma piada feita por Padilha para falar indiretamente sobre as medidas cautelares impostas ao ex-presidente.“Tem gente que tem tornozeleira, eu tenho meia bonita”, disse Lula. Ao descer de um carro oficial, ainda mostrou as meias coloridas que estava usando. (Metrópoles)

Gás de cozinha de graça

Enquanto o lado de lá atua para destruir a economia brasileira, do lado de cá é só alegria. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira que aprovou o envio ao Congresso Nacional de um projeto de lei para o governo federal distribuir gás de cozinha de graça para 15,5 milhões de famílias. “Ontem eu aprovei para mandar para o Congresso Nacional uma lei que vai distribuir gás de cozinha de graça para 15,5 milhões de famílias”, disse o presidente em discurso em Sorocaba (SP). Em sua fala, Lula lembrou da medida já em vigor para isentar do pagamento de energia elétrica consumidores de baixa renda que têm baixo consumo, e afirmou que a energia no país “está cara”.

Bebbiano estava certo

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Burguesia fede "O Brasil ainda vai enxergar quem são Bolsonaro e seus filhotes" Gustavo Bebianno em 2020 Bebianno"Antes de morrer, Gustavo Bebianno Rocha disse que um dia o Brasil conheceria de fato quem é Bolsonaro. Pelo andar da carruagem, o Brasil está descobrindo quem é de fato o ex-presidente. A esquerda já sabia. Bebianno exerceu o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro. Morreu na madrugada do dia 14 de março de 2020, em Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro, vitimado por um infarto fulminante.

Bebbiano estava certo 2

Bebbiano foi calado, silenciado, mas deixou o recado do que ele já sabia. Já conhecia bem tudo o que não presta dessa família maligna, que tentou se esconder atrás do cristianismo. Com um cristianismo falso, conseguiu enganar uma grande multidão. Mas ele deixou esse recado antes de sumir sem querer.

Pesquisa da Genial/Quaest

Nova pesquisa da Genial/Quaest mostra como está a corrida eleitoral nos estados a pouco mais de um ano das eleições de 2026. Em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) lidera com folga, mesmo em um cenário em que o candidato da oposição seja o vice-presidente e ex-governador do estado, Geraldo Alckmin (PSB). No Rio de Janeiro, o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), aparece como favorito absoluto para o Palácio Guanabara. Em Minas Gerais, o cenário é menos definido, mas aponta vantagem expressiva do senador Cleitinho (Republicanos) sobre Alexandre Kalil (sem partido). Na Bahia, ACM Neto (União) lidera as intenções de voto, mas é seguido de perto por Jerônimo Rodrigues (PT). No Paraná, o senador Sergio Moro (União) surge, por enquanto, com ampla liderança. A pesquisa também registrou a aprovação dos governadores que pretendem disputar a Presidência da República em 2026. Ronaldo Caiado (União) tem 88% de aprovação em Goiás; Ratinho Júnior (PSD), 84% no Paraná; Tarcísio de Freitas (Republicanos) é aprovado por 60% dos eleitores paulistas; e Romeu Zema (Novo) por 55% dos mineiros. (Meio)

João Campos tem 55% 

João Campos (PSB) Prefeito do RecifeO prefeito do Recife, João Campos (PSB), lidera com ampla vantagem a disputa pelo governo de Pernambuco em 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira (22) pela Folha de S. PauloCampos aparece com 55% das intenções de voto, contra 24% da governadora Raquel Lyra (PSD)Gilson Machado (PL) soma 6% e Eduardo Moura (Novo) tem 4%.

Brasil, o 2º maior destino de investimentos da China

Lula e Xi JinpingO Brasil se consolidou como o segundo país que mais recebeu investimentos diretos da China no primeiro semestre de 2025, atrás apenas da Indonésia, segundo dados do China Global Investment Tracker, plataforma mantida pelo think tank norte-americano American Enterprise Institute (AEI), divulgados pelo jornal O Globo. A movimentação reforça a estratégia chinesa de ampliar presença em mercados emergentes, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensifica barreiras comerciais contra o Brasil.

Menor área queimada

O mês de julho teve a menor área queimada no Brasil em sete anos, quando começaram as medições do Monitor do Fogo do MapBiomas, ao registrar uma redução de 40% em comparação com o mesmo mês de 2024. Foram queimados 748 mil hectares no mês passado, 510 mil hectares a menos do que no mesmo período do ano passado e menos do que os 1,01 milhão de hectares apontados no início da série histórica, em 2019. O Cerrado respondeu por 76% do total nacional (571 mil hectares), seguido pela Amazônia, com 143 mil hectares incendiados, uma queda de 65% em comparação com julho de 2024. (Globo)

Jovem senadora

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "ኢሳ atMa MGCKE KKE ® ด EU TÔ AQUI NO GABINETE COM A JOVEM SENADORA DE RONDÔNIA"O senador Confúcio Moura (MDB-RO) recebeu no gabinete dele em Brasília, a jovem senadora Laury Angelina Xavier Oliveira, do Colégio Tiradentes da Polícia Militar (CTPM VI), de Ji-Paraná. Ela foi a vencedora da etapa estadual do programa Jovem Senador 2025-2026. A estudante representou Rondônia na Capital federal, em uma iniciativa que visa incentivar a participação cidadã e o conhecimento do processo legislativo entre estudantes de todo o Brasil. Os jovens senadores, um de cada unidade da federação, estiveram reunidos em Brasília onde participaram da Semana de Vivência Legislativa, entre os dias 18 e 22 de agosto. A edição 2025-2026 do programa abordou o tema “Emergência Climática: pense no futuro, aja no presente”. O programa Jovem Senador, uma parceria entre o Senado Federal, o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e as Secretarias Estaduais de Educação, tem como objetivo estimular a reflexão dos estudantes sobre política, democracia e cidadania, além de proporcionar uma imersão no funcionamento do Poder Legislativo brasileiro.

Eleições 2026

COLIGADO COM O BOLSO: Irmão do prefeito recebeu mais de R$ 45 mil de salário em junho - TVC AmazôniaCalma, calabreso. Léo Moraes ao governo de Rondônia só em 2030. O Podemos do prefeito de Porto Velho, vai participar das eleições de 2026 em vários níveis. Até, possivelmente, numa disputa majoritária, ao governo do estado e ao Senado Federal. Tudo vai depender do deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) que poderá migrar para o Podemos. Para o Senado Federal, o atual prefeito de Vilhena, delegado Fiori, é um dos nomes. Irmão do prefeito, Paulo Moraes Júnior (foto) é nome certo para deputado estadual.

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Coluna Zona Franca

Trio Ternura

Os patriotas que se ajoelham para os Estados Unidos. A justiça não perdoa a quem tenta interferir na soberania do Brasil. A Polícia Federal (PF) concluiu as investigações e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais. Ainda na noite de quarta-feira, o pastor Silas Malafaia, apoiador de Bolsonaro, foi alvo de busca pessoal por parte da PF, após desembarcar no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), vindo de Lisboa, em Portugal. Mensagens de Whatsapp revelam a articulação entre os pastor e o ex-presidente para atacar ministros do STF. (g1)

Ouça os arquivos de áudio entre os envolvidos que estão no relatório. Leia a íntegra do relatório da Polícia Federal. (STF)

Trio Ternura 2

O ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou, na segunda-feira (18), após manifestação da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre representação da PF, a realização da operação contra Malafaia. Na decisão, Moraes também impôs medidas cautelares ao pastor como a proibição de trocar mensagens com Jair e Eduardo Bolsonaro, e de se ausentar do país com a determinação de cancelamento imediato do passaporte. Em julho, poucos dias após a apreensão do seu celular, o ex-presidente adquiriu um novo aparelho, ativou o chip e manteve diálogos com Malafaia, que o orientava sobre postagens em redes sociais. (Brasil de Fato)

Malafaia e Bolsonaro

O pastor Silas Malafaia (d) discursa durante ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)(e), na Avenida Paulista, na região centro-sul da cidade de São Paulo, na tarde deste domingo, 29 de junho de 2025. — Foto: Gabriel Silva/Estadão ConteúdoA PF encontrou registros de diversas conversas entre Malafaia e Bolsonaro a respeito dos meios para buscar a anistia do ex-presidente. Em uma delas, Malafaia diz que “seu filho é um babaca”, ao criticar a campanha que Eduardo Bolsonaro fazia nos Estados Unidos pelas sanções americanas ao Brasil. O pastor também dá conselhos sobre como o ex-presidente e seu outro filho, o senador Flávio Bolsonaro, deveriam se comportar em meio à crise do tarifaço, além de discutir estratégias para enfraquecer politicamente o STF. (UOL)

Brigas entre pai e filho

As conversas extraídas do celular de Bolsonaro também expõem a relação conflituosa entre o ex-presidente e seu filho Eduardo. “Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder360 estou pensando em dar uma porrada nele, para ver se você aprende. VTNC SEU INGRATO DO C……”, escreve o deputado. Eduardo ficou irritado pelo aparente apoio do pai ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e por ter sido chamado de “imaturo”. Após a exposição das conversas, Eduardo Bolsonaro afirmou “ser lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas”. (Poder360)

Brigas entre pai e filho 2

Mas, para além das brigas, pai e filho discutiam como fazer com que o governo americano pressionasse as instituições brasileiras para não condenar Bolsonaro. Em uma das conversas recuperadas pela PF, o ex-presidente pede orientação ao filho sobre como agradecer a carta enviada por Trump anunciando o tarifaço ao Brasil, no começo de julho. Em outra mensagem, Bolsonaro reitera que a única maneira de os Estados Unidos relaxarem as tarifas impostas ao país seria mediante uma discussão sobre sua anistia. Eduardo ainda reclama com o pai por seu apoio ao governador paulista e diz que Tarcísio não seria a solução para a família. “Só para te deixar ciente: Tarcísio nunca te ajudou em nada no STF. Sempre esteve de braço cruzado vendo você se f* e se aquecendo para 2026”, critica Eduardo. (g1)

Acesso prévio

A investigação aponta ainda que Bolsonaro teve acesso prévio à defesa do general Mário Fernandes no processo da trama golpista e que admitiu ser autor do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Os documentos estavam salvos no celular do ex-presidente como “Minuta revisão final.docx” e “Agravo regimental versao final.docx”. (CNN Brasil)

Pedido de asilo político

Apesar de afirmar repetidamente que nunca teve intenção de fugir do Brasil para se refugiar em algum país simpático à sua causa, Jair Bolsonaro guardava em seu celular a minuta de um pedido de asilo político endereçado ao presidente argentino Javier Milei. O documento foi produzido em fevereiro de 2024 e Bolsonaro alega ser “um perseguido por motivos e por delitos essencialmente políticos”. O documento, no entanto, não estava assinado e, ao que consta, nunca foi efetivamente enviado a Milei. (Estadão)

48 horas

O ministro Alexandre de Moraes deu 48 horas para o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestar junto ao STF sobre o descumprimento das medidas cautelares já impostas. Moraes alega que o relatório da Polícia Federal demonstra a “reiteração das condutas ilícitas e a existência de comprovado risco de fuga”, segundo despacho do magistrado. (CNN Brasil)

Comoção pública

“A decisão de divulgar as provas agora não parece aleatória. A pouco tempo do julgamento final de Bolsonaro, áudios, transcrições de mensagens e vídeos comovem a opinião pública.  A condenação do ex-presidente pelo STF é inevitável. Agora, o relator da ação penal lembra os brasileiros dos crimes que Bolsonaro cometeu e prepara o terreno para o julgamento, agendado para iniciar dia 2 de setembro”. (Carolina Brígido-Estadão)

Quaest: Lula lidera com folga

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto - 30/7/25 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a abrir vantagem sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em simulações de segundo turno para 2026. O resultado consta de levantamento Genial/Quaest divulgado pelo g1 nesta quinta-feira (21), que também o coloca na frente de outros oito adversários em cenários diretos.

CPMI do INSS

Em um verdadeiro apagão da articulação do Planalto no Congresso, a oposição conseguiu eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar as fraudes no INSS. O governo dava como certa a eleição do senador Omar Aziz (PSD-AM) e foi surpreendido com a vitória de Viana, que concedeu a relatoria da CPMI ao bolsonarista Alfredo Gaspar (União Brasil-AL). Após a derrota, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), assumiu a responsabilidade pelo resultado e colocou a liderança à disposição. À ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, restou reconhecer que houve falhas na mobilização da base no Congresso e afirmar que agora o governo vai lutar para que não haja uma “instrumentalização” da CPMI. (Valor)

Proteção de crianças

Depois de uma votação simbólica, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei para proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais e prevê punições às plataformas que descumprirem as medidas. O texto volta agora para o Senado e, aprovado, segue para sanção do presidente Lula. (CNN Brasil)

 

                                          Bruno Scheid

Cheque de R$ 150 mil da mãe de pré-candidato ao Senado é apreendido com chefe da Casa Civil de RondôniaSegundo informações do Portal Rio Madeira, um cheque no valor de R$ 150 mil, emitido por Aparecida Scheid, mãe do pré-candidato ao Senado Bruno Scheid (PL), foi apreendido pela Polícia Civil durante diligência em um hotel onde estava hospedado Elias Rezende, atual chefe da Casa Civil do Governo de Rondônia. O achado consta em um inquérito da 1ª Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que investiga contratações no Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Bruno Scheid 2

A investigação em curso envolve a contratação da empresa R&A Treinamento e Consultoria Ltda, responsável por serviços de digitalização no DER durante a gestão do então diretor Elias Rezende. O inquérito, com mais de 700 páginas, apura possíveis práticas como associação criminosa, contratação sem licitação legal e suposta combinação entre agentes públicos e a empresa contratada.

Bruno Scheid 3

Embora o cheque não esteja vinculado diretamente ao objeto principal da investigação, ele foi encontrado pela polícia no quarto de Elias Rezende e acabou sendo incluído nos autos. Em depoimento prestado à Draco, Aparecida Scheid afirmou que o valor seria um empréstimo pessoal solicitado por Elias para finalizar a construção de uma residência no município de Jaru.

Bruno Scheid 4

Segundo a empresária, o cheque foi emitido com data futura e nunca foi compensado, devido a restrições cadastrais enfrentadas por sua empresa naquele período. Aparecida também relatou que havia pagado, com recursos próprios, cerca de R$ 160 mil em móveis planejados para o imóvel de Elias, sem reembolso posterior.

Bruno Scheid 5

O depoimento aponta que a relação entre Aparecida e Elias começou em 2018, durante a campanha eleitoral de Marcos Rocha. À época, Elias atuava na coordenação da campanha e frequentava reuniões na residência de Aparecida, em Ji-Paraná.

Bruno Scheid 6

Bruno Scheid, filho de Aparecida e pré-candidato ao Senado Federal, já recebeu manifestações públicas de apoio por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, Aparecida relatou que se distanciou de Elias Rezende por discordâncias políticas, principalmente após a saída de Marcos Rocha do PSL e sua filiação ao União Brasil. (Portal Rio Madeira)

Eleições 2026

O nome de Sérgio Gonçalves (UPr) ao governo de Rondônia é quase certo, uma vez que ele será governador de fato a partir de abril de 2026 e certamente sairá à reeleição. O problema é que as primeiras pesquisas não indicam boa coisa. Ele figura entre os últimos lugares empatado tecnicamente com Samuel Costa (Rede). Mas, ainda tem muito chão pela frente.

Eleições 2026-2

As pesquisas indicam que o senador Confúcio Moura (MDB-RO) é forte candidato ao segundo turno. A decepção vai para o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), que não conseguiu números encorajadores. Além do que o PSDB não costuma atrair outros partidos. Sozinho Hildon Chaves não vai prá frente.

Léo Moraes

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "leonardomarinho_ 19 h Meu xará, por favor, não se candidate a Governador. Fique conosco por 8 anos. 394 Responder"O ritmo acelerado do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos) dá a entender que ele estaria pensando em disputar o governo de Rondônia já em 2026. É o que os eleitores dele comentam nas postagens nas redes sociais. Mas, não vai não. Porto Velho precisa muito dele no comando da prefeitura. Está fazendo um ótimo trabalho.

Léo Moraes 2

Léo esteve mais uma vez na capital federal. Segundo ele, Porto Velho passou  12 anos sem investimentos no PAC SAÚDE por falta de projetos. “Pois acabamos com esse absurdo, tornamos Porto Velho a terceira cidade com mais projetos cadastrados no PAC GERAL, pois é dinheiro dos impostos do povo que precisa retornar para o povo em investimentos”, disse.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

PF encontra mensagens de Bolsonaro sobre pedido de asilo político na Argentina

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (20/8) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de obstrução de Justiça no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Durante as apurações, os investigadores localizaram mensagens nas quais Jair Bolsonaro discutia com aliados a possibilidade de pedir asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei, considerado um de seus principais aliados no cenário internacional.

De acordo com o relatório, foram recuperados de seu celular áudios e conversas com Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia que haviam sido apagados.

Esses registros, segundo a PF, reforçam as suspeitas de articulações para intimidar autoridades brasileiras e dificultar o avanço das investigações sobre a trama golpista.

O mesmo relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal também motivou medidas contra Malafaia, alvo de mandado de busca e apreensão de celular, além da retenção de passaporte.

Malafaia retornou ao Brasil nesta quarta-feira, vindo de Lisboa, e foi abordado pela PF no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Ele foi conduzido para prestar depoimento. Seu celular foi apreendido e ele está proibido de sair do país.

O caso segue em tramitação no STF, após pedido da Procuradoria-Geral da República, que em maio já havia apontado a atuação de Eduardo Bolsonaro em lobby junto ao governo dos Estados Unidos contra ministros da Corte.

Dairio do Centro do Mundo

PF cumpre busca e apreensão contra Silas Malafaia e proíbe o pastor de deixar o país

PF investiga pastor bolsonarista por obstrução de justiça no âmbito da trama golpista

A Polícia Federal cumpriu, no início da noite desta quarta-feira (20), no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro-RJ, mandado de busca pessoal e de busca e apreensão de aparelhos celulares, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal, informou a corporação em nota.

Um dos alvos confirmados até o momento é o pastor bolsonarista Silas Malafaia.

Foram “executadas medidas cautelares diversas da prisão”, diz a nota.

Malafaia foi abordado ao desembarcar na capital fluminense de uma viagem a Lisboa e está sendo ouvido nas dependências do aeroporto.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Aprovação de Lula cresce

E a briga com os EUA e a percepção de queda na inflação de alimentos têm se mostrado positivas para o governo do presidente Lula. Em uma nova pesquisa, a Genial+Quaest mostra que o índice de desaprovação do governo voltou a cair, embora ainda siga em patamares altos. Em maio, 57% dos brasileiros reprovavam a gestão de Lula, enquanto apenas 40% a aprovavam. A boca do jacaré fechou. Agora, o índice de desaprovação caiu para 51% e o de aprovação subiu para 46%. (Meio)

Aprovação de Lula cresce 2

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o desempenho mais positivo está ligado a dois fatores principais: a percepção de queda nos preços dos alimentos e a resposta firme de Lula diante do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “A melhora na aprovação do governo Lula em agosto resulta da combinação de fatores econômicos e políticos. De um lado, a percepção de queda no preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Do outro, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais”, destacou.

Aprovação de Lula cresce 3

A diferença entre aprovação e desaprovação, que chegou a 17 pontos em maio (57% contra 40%), caiu para apenas 5 pontos. A avaliação positiva do governo Lula cresceu especialmente no Nordeste, onde subiu de 53% para 60%. No Centro-Oeste e Norte, o índice passou de 40% para 44%. Já no Sudeste, embora tenha havido melhora, a desaprovação ainda supera a aprovação: 55% contra 42%. No Sul, a desaprovação segue em 61%, enquanto a aprovação oscilou de 35% para 38%. (Do Brasil 247)

Eduardo Bolsonaro defende interesses próprios 

Pesquisa Geinal/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20/8) revela que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho 03, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), têm as condutas, diante do tarifaço, com maior reprovação do que as do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).  48% dos brasileiros acreditam que o presidente Lula e o PT “estão fazendo o que é mais certo” no embate com os Estados Unidos após o tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros. Para 69% dos entrevistados, o deputado federal Eduardo Bolsonaro defende interesses próprios e da família Bolsonaro em sua atuação nos Estados Unidos.

 

A decisão de Flávio Dino

Foto: Fellipe Sampaio/STF, Evaristo Sá/AFPA decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino de determinar que ordens de governos estrangeiros não podem ser aplicadas no Brasil sem homologação da Justiça e, em alguns casos, do Supremo, causou alvoroço na Faria Lima e dividiu a própria Corte. Na prática, Dino antecipou a avaliação dos efeitos da Lei Magnitsky, que estava sendo preparada pelo ministro Cristiano Zanin, relator da única ação sobre o tema no STF. Zanin havia dito a interlocutores no mercado financeiro e no Supremo que só trataria do caso depois de ouvir os bancos e demais envolvidos no imbróglio. Parte dos magistrados já demonstrou preferência pela cautela e a decisão de Dino foi vista como mais um passo em direção ao confronto. Outra ala entende que os bancos brasileiros não demonstraram firmeza suficiente para lidar com a questão ao sugerirem aos ministros do STF a abertura de contas em cooperativas de crédito para continuarem realizando operações financeiras no país. (Folha)

A decisão de Flávio Dino 2

No mercado financeiro, o dia foi de derretimento. As ações dos principais bancos públicos e privados brasileiros despencaram na Bolsa de São Paulo. Ao todo, os bancos perderam R$ 41 bilhões em valor de mercado. Só o Itaú Unibanco perdeu mais de R$ 15 bilhões, enquanto o Banco do Brasil e o BTG Pactual amargaram quedas de R$ 7 bilhões cada. (Valor)

A decisão de Flávio Dino 3

“A maior preocupação não é com a decisão em si — já que, em tese, Dino choveu no molhado ao dizer que decisões estrangeiras não têm valor no Brasil se não forem corroboradas pela nossa Justiça. A questão, como resumiu um banqueiro, é que as sanções da Lei Magnitsky não são um problema jurisdicional e sim contratual. (…) Os grandes bancos brasileiros têm contratos com contrapartes estrangeiras que podem ser encerrados ou render pesadas multas caso não cumpram determinações como as da Magnitsky. Eles podem decidir não cumpri-las, mas se o fizerem vão perder negócios e muitos bilhões mais”. (Malu Gaspar-Globo)

A decisão de Flávio Dino 4

O despacho de Flávio Dino veio menos de uma semana depois de o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo se encontrarem com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, em Washington. Segundo Figueiredo relatou ao UOL, a dupla reclamou que os bancos brasileiros não estavam aplicando a Lei Magnitsky com toda a sua força contra Alexandre de Moraes. (UOL)

Avião misterioso

Um avião do governo dos Estados Unidos e sem identificação pousou em Porto Alegre na tarde desta terça-feira e, à noite, foi para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Esse Boeing é conhecido por participar de missões especiais e já foi associado a operações da CIA. Ainda não há confirmação oficial sobre o motivo do pouso no Brasil. (CNN Brasil)

Boa notícia da Casa Branca

Em meio ao embate cada vez mais acirrado entre o STF e Washington, o governo brasileiro recebeu, enfim, uma boa notícia vinda da Casa Branca. Os Estados Unidos aceitaram oficialmente o pedido de consultas feito pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Apesar de ser um passo burocrático, o gesto foi visto com bons olhos por Brasília. (Globo)

Ousadia e criatividade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ousadia e criatividade na comunicação do Partido dos Trabalhadores, com ênfase especial em atrair a atenção das novas gerações. A informação foi publicada pelo Painel da Folha de S.Paulo. O recado foi dado diretamente ao dirigente baiano Éden Valadares, cotado para assumir a Secretaria Nacional de Comunicação da legenda. Valadares se reuniu com Lula na semana passada para tratar de prioridades estratégicas. A escolha de seu nome ainda precisa ser referendada pelo diretório nacional, que deve se reunir no próximo fim de semana.

Ousadia e criatividade 2

Segundo a publicação, Lula orientou que a comunicação do partido utilize linguagens e estéticas mais arrojadas, com ênfase em formatos capazes de dialogar diretamente com o público jovem. O objetivo é intensificar uma linha que já vinha sendo explorada, marcada por peças criativas e irreverentes.

União Brasil e PP

Um jantar na casa do presidente da recém-nascida federação entre União Brasil e PP, Antonio Rueda, reuniu quase todos os políticos relevantes da direita brasileira e serviu para que a oposição ao presidente Lula debatesse suas estratégias para 2026. Compareceram ao encontro 12 governadores e presidentes nacionais de seis partidos (União, PP, PL, PSD, MDB e Republicanos). Em um caminho, cada um dos seis partidos lança um nome próprio para concorrer ao Planalto e, no segundo turno, todos apoiam quem passar para enfrentar, potencialmente, o presidente Lula. Em outro, a direita se une já no primeiro turno para lançar um candidato só, que pode ser o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). (Poder360)

Adultização de crianças

Enquanto isso, apesar da oposição dos bolsonaristas, que ameaçam obstruir a pauta, a Câmara aprovou a urgência do projeto de lei que trata da adultização de crianças e adolescentes na internet. O projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), deve ser votado hoje. (g1)

CPMI do INSS

Será instalada hoje numa sessão do Congresso Nacional a CPMI do INSS, que será presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) que já avisou: a comissão não se limitará a períodos específicos de governo. Focará em identificar responsáveis por prejuízos causados a aposentados e pensionistas. Segundo Aziz, o objetivo não é condenar instituições inteiras, mas sim identificar indivíduos que, ocupando posições de poder, agiram contra o interesse público. “A população brasileira está cheia de narrativas, ela quer justiça”, destacou. Ou seja, será mais um tiro nos pés dos bolsonaristas.

Cursos de Medicina

Foto meramente ilustrativa

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que os cursos de graduação em Medicina que forem mal avaliados no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) estarão sujeitos a penalidades como a proibição de entrada de novos estudantes a partir de 2026. Segundo ele, as instituições que tiverem conceito 1 ou 2 no exame poderão ser proibidas de aumentar número de vagas, ter novos contratos do Fies suspensos ou perder a participação no Prouni. Essas graduações vão ficar sob supervisão até a aplicação do Enamed seguinte. Caso o desempenho permaneça baixo, o curso pode ser fechado. (g1)

União Progressista

União Brasil e Progressistas firmaram a federação partidária União Progressista (UPb), em cerimônia com a presença de integrantes dos dois partidos, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. A convenção instalou a Federação União Progressista com a ratificação do seu Estatuto, do programa e a composição do órgão nacional por aclamação.

União Progressista 2

A UPb soma 109 deputados federais e 15 senadores. É a maior bancada da Câmara dos Deputados e, também a maior do Senado Federal. De Rondônia, além do governador Marcos Rocha e do vice, Sérgio Gonçalves, o UPr tem quatro deputados federais, Fernando Máximo, Maurício Carvalho, Cristiane Lopes e Silvia Cristina. E, como se vê, dois pré-candidatos ao governo de Rondônia, Sérgio Gonçalves e Fernando Máximo.

União Progressista 3

O co-presidente do UPr, Antônio Rueda, anunciou, na ocasião, o nome de Sérgio Gonçalves ao governo de Rondônia. Ocorre que o mesmo UPr abriga Fernando Máximo, já em pré-campanha. Ao assumir o governo de Rondônia em abril de 2026, Sérgio Gonçalves seguramente disputará reeleição.

Pesquisas

Fernando Máximo lidera as primeiras pesquisas eleitorais ao governo de Rondônia. O levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta segunda-feira,18, porém, acendeu um alerta no ninho tucano, haja vista o desempenho pífio do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB). Embora tenha feito uma boa administração, o nome dele parece não ultrapassar os limites da capital. Talvez na cidade dormitório Candeias do Jamari tenha alguns votinhos de eleitores que votam em Porto Velho.

Pesquisas 2

Quem está em terceiro lugar, encostado nos líderes, é o senador Confúcio Moura (MDB). O nome dele é constante em todos os cenários. Com nove partidos apoiando o senador, é muito possível ele passar para o segundo turno caso aceite disputar novamente o governo de Rondônia. É o mais atuante da bancada federal e único parceiro do governo Lula. A prisão de Bolsonaro e a melhoria da avaliação do presidente nas pesquisas podem beneficiar Confúcio Moura.

Com quem será?

O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), será um nome decisivo para eleger o próximo governador de Rondônia. Sem a possibilidade de, no momento, lançar candidato próprio, o Podemos poderá apoiar Fernando Máximo, Sérgio Gonçalves ou até mesmo Confúcio Moura. Tudo vai depender do andar da carruagem. Confúcio é o que mais atende a capital com recursos, mas o prefeito está mais ligado aos pré-candidatos mais à direita.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

De olho na COP 30, Lula vai à Colômbia para aprovar fundo de incentivo a países protetores das florestas

Evento reúne representantes dos 8 países amazônicos para discutir estratégias de projeção na agenda climática global

O presidente Lula (PT) participa, na próxima sexta-feira (22), em Bogotá, na Colômbia, da 5ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O evento reúne representantes dos oito países amazônicos e deve definir ações estratégicas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), entre 10 e 21 de novembro em Belém (PA).

A 5ª Cúpula de Presidentes da OTCA acontece na Casa de Nariño, sede e residência do mandatário colombiano, Gustavo Petro. Além dos presidentes anfitrião e brasileiro, a vice-presidente do Equador, Verónica Abad, e os chanceleres da Bolívia, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela confirmaram presença no evento. O objetivo, segundo nota do Itamaraty, é projetar a região na agenda climática global.

A principal proposta do governo brasileiro será o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). A iniciativa prevê um orçamento de US$ 125 bilhões para remunerar países em desenvolvimento que protejam suas florestas.

“Em oposição aos outros mecanismos de financiamento que já existem, a contribuição ao fundo não vai ser uma doação, vai ser um investimento. Tanto as empresas quanto os países que fizerem aportes ao fundo vão ser remunerados anualmente com uma taxa competitiva de mercado”, defende Patrick Luna, da Divisão de Biodiversidade do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

O encontro da OTCA deve também renovar compromissos com a agenda amazônica firmados na Declaração de Belém, em 2023. Na ocasião, por iniciativa do governo Lula, a medida de cooperação regional em defesa da Amazônia impulsionou a criação de grupos de trabalho em áreas como combate a ilícitos transnacionais, saúde, bioeconomia e povos indígenas.

Em termos similares, o evento na Colômbia vai selar, como encaminhamento final, a Declaração de Bogotá. Além do balanço das ações implementadas desde a Cúpula de Belém, o documento deve consolidar compromissos para a COP30.

COP30 se aproxima sob críticas

Sediada no Brasil pela primeira vez e em território amazônico, a Conferência do Clima da ONU se aproxima envolta em críticas sobre a exclusão de movimentos populares em espaços decisórios, a ênfase do evento em iniciativas do chamado capitalismo verde, além da crise de hospedagem na capital paraense.

Na última semana, a presidência da COP30 lançou uma carta à comunidade internacional em que afirma que o enfrentamento ao aquecimento global deve se dar “colocando pessoas no centro da nossa resposta”.

Na coletiva de imprensa que lançou a carta, a diretora executiva da COP30 Ana Carvalho Albes foi questionada sobre as ações concretas que a Conferência pretende proporcionar, para além da “retórica”. Albes respondeu que se discute categorizar demarcação de Terras Indígenas como “ação climática” e mobilizar recursos para fundos indígenas e de populações tradicionais.

No último 11 de agosto, entidades ambientalistas enviaram uma carta ao Itamaraty pedindo que, na Cúpula em Bogotá, o governo brasileiro se posicione contra a exploração de petróleo e gás na foz do Rio Amazonas.

“Pegadinha”: quem é o influencer que deixou bomba falsa em aeroporto de Porto Velho

O influenciador digital preso pela Polícia Federal (PF) por deixar uma bomba falsa no Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, em Porto Velho (RO), na última quinta-feira (14/8), é Carlos Eduardo Lenartowicz Lima, conhecido na internet como “Enzo Master”.

O homem se entregou à polícia na tarde dessa segunda-feira (18). Ele estava acompanhado por seus advogados no momento em que foi detido.

Carlos Eduardo acumulava cerca de 10 mil seguidores em suas redes sociais. Ele conquistou o número após publicar vídeos fazendo “desafios” em locais públicos.

Em uma das gravações, o homem entra em um chafariz localizado no hall de entrada de um shopping em Porto Velho e se filma enquanto mergulha na fonte.

Após o episódio da suposta bomba, ele ganhou cerca de 6 mil seguidores. Seus perfis, porém, foram desativados.

“Pegadinha”

À coluna, o advogado Chediak, que representa a defesa do influencer, declarou que a atitude de deixar a suposta bomba no aeroporto foi impulsionada pelo sonho do jovem de “se tornar famoso” e que tratou-se apenas de uma “pegadinha irresponsável”.

“Como todo jovem da atualidade, o Carlos sonha em ser famoso, ele é um youtuber e fã de um outro influencer chamado ‘Buzeira’, salvo engano. Segundo ele, querendo fazer contato com esse influencer, realizou a simulação de bomba e colocou um bilhete dentro, deixou no aeroporto e ligou para a polícia”, detalhou Chediak.

O advogado explica que, na cabeça do influencer, os vigilantes do aeroporto identificariam o artefato como uma bomba falsa e, a partir disso, a carta ganharia repercussão.

“Ele acreditou que a repercussão levaria ele aos anseios dele, à vontade de se aproximar do ‘Buzeira’, esse então influencer”, explicou o advogado.

O advogado destacou, ainda, que Carlos Eduardo está triste e ansioso. “Está roendo as unhas e se tremendo todo perante às autoridades, ao saber que ficará recolhido com presos faccionados, já convictos de suas atividades criminosas.”

“Carlos Eduardo errou, mas a conduta dele não tipifica qualquer outro enquadramento jurídico, senão provocar alarme falso, que é uma contravenção penal”, disse a defesa.

“Buzeira” é o apelido de Bruno Alexssander Souza Silva, influenciador digital conhecido que ficou famoso durante a pandemia de covid-19 ao fazer rifas on-line de carros, motos e itens de luxo. Atualmente, o homem acumula mais de 15 milhões de seguidores.

Investigações

A PF informou que, após a prisão, foram adotados os procedimentos legais cabíveis e o detido foi encaminhado à unidade prisional da capital, onde permanecerá à disposição da Justiça.

As investigações continuam com a coleta de elementos informativos de autoria e materialidade, visando garantir a segurança aeroportuária e a proteção da sociedade.

Na quinta (14), após localizar a mochila suspeita, uma força-tarefa foi implementada pelas forças de segurança. O aeroporto ficou isolado por cerca de quatro horas.

Metropoles

 

Advogado de Trump dá resposta surreal à decisão de Flávio Dino sobre sanções a Moraes

Ministro do STF anunciou que decisões impostas por governos estrangeiros não valem para o Brasil

A decisão de Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciada nesta segunda-feira (18), caiu como uma bomba no meio bolsonarista e, também, entre as pessoas mais próximas a Donald Trump. O magistrado informou que as resoluções e sanções impostas por governos estrangeiros não têm efeito em território brasileiro.

O despacho de Dino faz referência à ofensiva estadunidense contra o colega da Corte, o ministro Alexandre de Moraes, por intermédio da Lei Magnitsky.

Martin De Luca, advogado do presidente dos Estados Unidos, reagiu fazendo uma comparação surreal. Ele disse que a decisão do ministro repete tentativas de Venezuela e China de contornar restrições adotadas pela Casa Branca.“Ao tentar blindar Alexandre de Moraes, o ministro Dino está repetindo uma fórmula que já vimos em lugares como Venezuela e China e que fracassaram. Medidas que prometiam defender a soberania acabaram sufocando a economia e isolando o país”, disse De Luca, em entrevista à coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles.

O advogado repetiu as ameaças feitas por seu patrão. “Essas iniciativas nunca impediram sanções e sempre criaram insegurança jurídica e afastaram investidores. O verdadeiro dano não é para Moraes, mas para o Brasil, que arrisca trilhar o mesmo caminho de fragilidade e desconfiança que quebrou a credibilidade de outras economias”, afirmou.

O que representa a decisão de Flávio Dino

O ministro Flávio Dino mandou um recado claro aos Estados Unidos, nesta segunda-feira (18): as decisões e sanções impostas por governos estrangeiros não têm efeito em território brasileiro. Em despacho, o magistrado fez referência indireta à ofensiva estadunidense contra o colega da Corte, o ministro Alexandre de Moraes.

“Tendo em vista os riscos e possibilidades de operações, transações e imposições indevidas envolvendo o Sistema Financeiro Nacional, determino a ciência do Banco Central; da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro, em desacordo aos postulados dessa decisão, dependem de expressa autorização desta Corte”, destacou o documento.

Sem citar nominalmente a chamada Lei Magnitsky, Dino deixou claro que nenhuma empresa ou instituição financeira que atue no Brasil pode obedecer a ordens da Casa Branca. “Ficam vedadas imposições, restrições de direitos ou instrumentos de coerção executados por pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras […] decorrentes de determinações constantes em atos unilaterais estrangeiros”, apontou a decisão.

O ministro destacou que apenas o Congresso Nacional e a Justiça brasileira podem ditar regras válidas dentro do território nacional. “Leis estrangeiras, atos administrativos, ordens executivas e diplomas similares não produzem efeitos em relação a pessoas, relações jurídicas ou bens situados em território brasileiro”, afirma Dino.

“Tais fundamentos e comandos, revestidos de efeito erga omnes e vinculante, incidem sobre a controvérsia retratada nestes autos e em todas as demais em que jurisdição estrangeira – ou outro órgão de Estado estrangeiro – pretenda impor, no território nacional, atos unilaterais por sobre a autoridade dos órgãos de soberania do Brasil. Esse esclarecimento visa afastar graves e atuais ameaças à segurança jurídica em território pátrio”, explicou Dino.

Fonte: Revista Fórum

 

Coluna Zona Franca

Onde está Tarcísio na fraude bilionária?

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "Beth opoCHE BRE DEPSTPDN APOIADOR DE RICARDO NUNES, TARCÍSIO DE FREITAS E BOLSONARO, SIDNEY OLIVEIRA PRESO LAVAGEM DE DINHEIRO, CORRUPÇÃO, SONEGAÇÃO FISCAL E OUTROS CRIMES. FOTCPEFNOLOIONSTARAMLATR AGRAM FOTO: RFFRO KÃO"Com toda certeza se o governo paulista fosse petista, o governador já estaria sob uma CPI do Bilhão. Mas, como se trata de Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato à presidência da República da Faria Lima, o assunto está sendo tratado (pela imprensa), com “cautela” e pelo governador com profundo e comprometedor silêncio. “Vamos apurar com todo rigor” se manifestou uma semana depois.

Onde está Tarcísio na fraude bilionária? 2

O dono e fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira e o diretor do grupo Fast Shop Mario Otávio Gomes, foram presos em uma operação do Ministério Público (MP-SP) para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores-fiscais tributários da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). A Operação Ícaro reúne acusações de pagamento de propina de R$ 1 bilhão em liberação de créditos de ICMS para essas 2 redes varejistas e, possivelmente, outras. E o que falou até agora o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas?

Onde está Tarcísio na fraude bilionária? 3

Tarcísio tentou ignorar uma fraude bilionária no seu quintal. “Se o pagamento de propinas movimentou mais de R$ 1 bilhão, as empresas envolvidas tiveram um benefício muito maior”, afirmou a um jornal paulista o deputado estadual Carlos Giannazzi (PSOL). Dificilmente um valor tão expressivo seria pago de propina para “agilizar” a liberação de créditos de ICMS. É bem possível, provável, até, que houve compensações indevidas. É ensurdecedor o silêncio de Tarcísio.

Onde está Tarcísio na fraude bilionária? 4

Tarcísio de Freitas afirmou, uma semana depios, que vai responsabilizar os servidores envolvidos no esquema de fraudes envolvendo créditos do ICMS na Secretaria da Fazenda, que movimentou cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Será? Desnecessário lembrar que os dois empresários, Sidney Oliveira e Mario Otávio Gomes, são financiadores de campanhas eleitorais de Tarcísio e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Flávio Dino X Trump

Foto: Fellipe Sampaio/STFA pouco menos de 15 dias do início do julgamento dos principais envolvidos no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o Supremo Tribunal Federal iniciou a semana a quente. Em decisão monocrática, o ministro Flávio Dino determinou que ordens judiciais e executivas de países estrangeiros não têm validade no Brasil até que sejam reconhecidas pelo Supremo. A decisão foi tomada em uma ação relacionada à tragédia de Mariana (MG), mas teve como objetivo sinalizar uma blindagem ao ministro Alexandre de Moraes dos efeitos da Lei Magnitsky em território nacional. Pela interpretação de Dino, instituições financeiras que operam no país só poderiam impedir o acesso de Moraes ao sistema bancário se e quando o STF homologasse a decisão americana. “Leis estrangeiras, atos administrativos, ordens executivas e diplomas similares não produzem efeitos em relação a: a) pessoas naturais por atos em território brasileiro; b) relações jurídicas aqui celebradas; c) bens aqui situados, depositados ou guardados; e d) empresas que aqui atuem”, escreveu o ministro. A decisão já foi enviada ao Banco Central e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban). (Folha)

Flávio Dino X Trump 2

Logo depois de o despacho de Dino vir a público, o Departamento de Estado americano se manifestou nas redes. O governo dos EUA afirmou que “nenhuma Corte estrangeira pode invalidar sanções dos Estados Unidos” ou “livrar” empresas e indivíduos de consequências de eventuais violações às restrições de Washington. No mesmo post, afirmou que Moraes é “tóxico para todos os negócios legítimos e indivíduos que buscam acesso aos EUA e aos seus mercados”. (CNN Brasil)

Flávio Dino X Trump 3

Gestores de instituições financeiras estão confusos e consideram que a decisão de Dino cria uma “crise insolúvel”, informa a Coluna do Estadão. Isso porque suas relações são globais e obedecem regras conectadas entre diferentes países. Um banco que tenha operações nos EUA pode ser acionado pela Ofac (Office of Foreign Assets Control), órgão do Tesouro americano e, se descumprir as normas, perder contratos e sofrer sanções. (Estadão)

Flávio Dino X Trump 4

Ministros do STF avaliam que a decisão de Dino sobre o alcance de leis estrangeiras é um recado institucional claro, mas a ação que está com Cristiano Zanin, que trata objetivamente da aplicação da Lei Magnitsky no Brasil, vai exigir um debate mais aprofundado no plenário do Supremo. (Globo)

Não cederá

A segunda-feira já havia começado agitada com a publicação de uma entrevista que o ministro Alexandre de Moraes concedeu ao jornal americano Washington Post. Nela, o ministro do STF afirmou que não “cederá um milímetro” às pressões americanas. “Receberemos a acusação, analisaremos as provas e quem deve ser condenado será condenado, quem deve ser absolvido será absolvido.” (Washington Post)

Não cederá 2

Horas depois, Moraes mostrou que está determinado a ser duro nas penas não apenas para aqueles que tiveram participação direta no planejamento e execução da tentativa de golpe. O ministro negou um recurso da defesa de Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a estátua da Justiça em frente ao STF no 8 de janeiro. Moraes manteve a condenação de 14 anos de prisão à manicure, ignorando os votos divergentes sobre a dosimetria da pena de Luiz Fux e Cristiano Zanin, que serviram de base para o argumento da defesa de Débora. (Metrópoles)

Aposentadoria antecipada

Já Luís Roberto Barroso descartou a possibilidade de uma aposentadoria antecipada após o fim de seu mandato como presidente da Corte, no final de setembro. “Não vou me aposentar, não. Estou feliz da vida”, disse o ministro. Barroso tem 65 anos, e a aposentadoria compulsória para servidores públicos só acontece aos 75 anos. (g1)

Seção 301

Enquanto isso, o Brasil enviou sua defesa ao Escritório do Representante Comercial dos EUA sobre as acusações de práticas desleais de comércio, no âmbito da Seção 301. Como esperado, o governo brasileiro afirmou não reconhecer a legitimidade das acusações e defendeu que as controvérsias comerciais entre os dois países devem ser tratadas na Organização Mundial do Comércio. De acordo com a defesa, o Brasil mantém um regime comercial “aberto e baseado em regras” e as práticas brasileiras são “razoáveis, justas, equitativas e não discriminatórias”. (Estadão)

Zelensky X Putin

Depois de mais de seis horas de negociações com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os principais líderes europeus na Casa Branca, Donald Trump conseguiu apenas o compromisso de organizar uma nova reunião. Pelo menos foi isso que veio a público ao final de uma segunda-feira tensa em Washington, quando o mundo aguardava ansioso o anúncio de um caminho concreto para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Zelensky diz que está pronto para se reunir diretamente com Putin para discutir o fim da guerra e que, dependendo do resultado desse encontro, Trump poderá se juntar às negociações. Não ficou claro se Putin concordaria com a primeira reunião. Havia grande expectativa sobre as garantias de segurança que Trump ofereceria a Zelensky, mas os termos desse tópico foram vagos. “Daremos a eles uma proteção e uma segurança muito boas”, disse Trump em entrevista depois do encontro. Questionado sobre que tipo de garantias de segurança ele queria, Zelensky disse: “Tudo”. (New York Times)

Zelensky X Putin 2

Zelensky e os europeus exigiram que um cessar-fogo fosse declarado antes de sentar à mesa com Putin. No meio da reunião, Trump ligou para o presidente russo e ouviu dele que aceitava se encontrar com Zelensky, como já havia sinalizado anteriormente. Putin, no entanto, não marcou uma data, e Moscou não confirmou oficialmente onde o encontro acontecerá. (CNN)

Zelensky X Putin 3

Depois de ser criticado por chegar à Casa Branca em trajes militares em fevereiro, Zelensky apostou em um terno preto em seu segundo encontro com Trump em Washington. (BBC)

Zelensky X Putin 4

O que Donald Trump e Vladimir Putin estão tentando fazer é desmontar o mundo criado após a Segunda Guerra. Querem o retorno do mundo onde um Hitler foi possível, onde o forte manda no fraco. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra

Eis a questão. Um pouco de café com filosofia não faz mal a ninguém. A capital do estado de Rondônia está em ebulição. Enquanto o mundo está em expectativa do fim da guerra entre Rússia e a Ucrânia (se esquecendo totalmente da Faixa de Gaza), em Porto Velho uma guerrinha de egos extrapola as quatro linhas do bom senso. A coluna viu um vídeo do vereador Marcos Combate (Agir), “batendo” em dois colegas de batente, os companheiros Paulo Andreoli (Rondoniaovivo) e Alan Alex (Painel Político). Claro, este colunista não poderia deixar passar batido sem dar a sua opinião, haja vista que mexeu com um, mexeu com todos. Não se trata de corporativismo (famoso espírito de corpo). Afinal, o título destas longas notas é “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. Ou seja, muita calma nessa hora.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra 2

Calma, calabreso. É preciso contextualizar e atualizar o quanto a imprensa mudou de duas décadas prá cá. A política também acompanhou as mudanças (e como). Não há virgens na imprensa nem na atual forma de fazer política. Todos têm um papel importante na democracia, embora alguns (da imprensa e da política), tentem subverter a ordem natural das coisas. O vereador Marcos Combate tem se destacado pela veemência dos seus discursos. Realmente combativo. Ocorre que Combate reúne muita energia para “bater” e pouca para “fazer” o muito que a capital do estado necessita. Afinal, Porto Velho está entre as piores cidades do Brasil, feia, mal tratada e carente de muitas ações. A Avenida 7 de Setembro está às moscas, perto da ruína se algo urgente não for feito. Porto Velho tem um dos piores saneamento básico do Brasil, com baixos índices de acesso à água potável e coleta de esgoto. O município enfrenta desafios significativos na área, com apenas 41,8% da população com acesso à água potável e apenas 9,9% com coleta de esgoto, tratando apenas 1,7% do esgoto gerado, segundo o Instituto Trata Brasil. Uma tragédia para a saúde. E o nobre vereador preocupado com dois jornalistas!

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra 3

Caro edil, desde quando este articulista entrou no jornalismo (1983), o sistema é assim mesmo. Este articulista via com frequência os empresários Luís Malheiros Tourinho (Alto Madeira) e Mário Calixto Filho (O Estadão), de dedo em riste cobrando prefeitos, governadores, além de presidentes da Assembleia Legislativa ao longo de décadas. Em nível nacional é a mesma coisa. Veja, Globo, Estadão e Folha mantém contratos milionários com governos, sejam de direita ou esquerda. Em Rondônia não é diferente onde SICTV, TVRO, SGC, Rondovisão, TV Norte, etc, possuem contratos com governo, prefeitura e ALE-RO. É claro que este articulista não sabe dos reais motivos do embate entre os profissionais supra citados com o nobre vereador, mas, por experiência de anos de lida, isso não termina bem para ninguém. É como numa guerra que fatalmente termina com muitas baixas. A sugestão desta coluna destacando o caso, é que se baixem as armas. Que se façam as pazes. Que o nobre vereador continue combativo. Não contra a imprensa. Mas, a favor de Porto Velho.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Putin liga para Lula e relata encontro com Donald Trump no Alasca

Presidente russo detalhou a conversa com Trump e elogiou papel do Brasil no Grupo de Amigos da Paz

 Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, o governo brasileiro confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta segunda-feira (18), um telefonema do presidente da Rússia, Vladimir Putin. A conversa durou cerca de 30 minutos e teve como principal pauta a recente reunião entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na sexta-feira (15) no Alasca.

Segundo a Presidência, Putin considerou o encontro com Trump positivo e compartilhou com Lula detalhes dos assuntos tratados na ocasião. O líder russo destacou ainda a relevância da participação do Brasil no Grupo de Amigos da Paz, iniciativa internacional promovida em parceria com a China para buscar soluções negociadas no conflito entre Rússia e Ucrânia.

Durante a ligação, Lula agradeceu o contato e reafirmou o posicionamento brasileiro em defesa do diálogo e da diplomacia: “o presidente Lula reafirmou o apoio do Brasil a todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Desejou também sucesso às continuadas negociações”.

Leia a nota na íntegra:

Nesta segunda-feira, 18 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu telefonema do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Na ligação de cerca de 30 minutos, Putin compartilhou informações sobre sua reunião com o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, no Alasca, em 15 de agosto, que avaliou como positiva.

Após abordar os diversos temas discutidos com o presidente Trump, Putin reconheceu o envolvimento do Brasil com o Grupo de Amigos da Paz, iniciativa conjunta com a China.

O presidente Lula agradeceu o telefonema e reafirmou o apoio do Brasil a todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Desejou também sucesso às continuadas negociações.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

O que está por trás?

Será mesmo que Trump quer combater o narcoterrorismo ou invadir o Brasil? Ainda não se sabe ao certo, o que ele pretende fazer com o recente envio de quatro mil fuzileiros navais para reforço das tropas do Comando Sul (SOUTHCOM). Até agora, só é conhecido o poder de fogo desses destacamentos, revelado por Natasha Bertrand, setorista da CNN no Pentágono – demitida após fazer estas revelações. Foi mobilizado o grupo Anfíbio de Prontidão de Iwo Jima da 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais (foto), que integra o relacionamento mais amplo de ativos militares para a área de responsabilidade do Comando Sul. O pretexto é combater cartéis de drogas na América Central, América do Sul e Caribe. Só que após os ataques de Trump ao Brasil, tudo é possível.

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O grupo, segundo a jornalista, acabara de concluir um intenso treinamento conjunto para atuar em qualquer ambiente, a qualquer momento. Segundo o capitão Chris Farriker, comodoro do 8º Esquadrão Anfíbio – unidade embarcada no navio de assalto USS Iwo Jima -, “somos a força expedicionária de reação rápida dos EUA.” Já a equipe foi definida por ele como a que dá respostas “às crises preferidas do país, capaz, pronta e letal, que atenderá chamados a qualquer hora e lugar.”

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As missões estão preparadas para planejar e executar inclusive o resgate de cidadãos norte-americanos, bem como para dar assistência de evacuação a populações estrangeiras.
Além disso, há um submarino de ataque com propulsão nuclear, aeronaves de reconhecimento do P8 Poseidon – avião de patrulha marítima desenvolvido pela Boeing -, além de contratorpedeiros e de um cruzador de mísseis guiados, todos agora alocados no SOUTHCOM. Ou seja, está longe de ser ‘pouca porcaria’. O que vai resultar de tudo isso só Deus sabe, enquanto quem der as ordens for a imprevisível caixinha de surpresas, que atende pelo nome de Donald Trump. (sairdainercia.blogspot.com)

Moraes desafia Trump

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, declarou em entrevista ao Washington Post que não pretende ceder diante das pressões internas e externas sobre seu trabalho no combate à desinformação e aos ataques à democracia no Brasil. Segundo Moraes, mesmo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas de 50% a produtos brasileiros, revogar seu visto de entrada e incluí-lo na lista de sanções da Lei Magnitsky, não haverá recuo em suas decisões contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados acusados de tentativa de golpe.

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“Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro”, disse Moraes. “Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem tiver que ser condenado, será condenado; quem tiver que ser absolvido, será absolvido”, completou. “O Brasil foi infectado pela doença do autoritarismo. Nosso papel é aplicar a vacina”. Na entrevista, Moraes ressaltou que, diferentemente dos EUA, onde nunca houve golpe, o Brasil já enfrentou períodos de ditadura sob Getúlio Vargas e o regime militar de 1964, o que explica a necessidade de vigilância permanente. (Brasil247)

Mais tiro no pé

Pode ser uma imagem de ‎1 pessoa e ‎texto que diz "‎75 06:11 ל hilton.marinho.013160 "O assessor do senador bolsonarista Izalci Lucas (PL-DF) foi preso em pleno Setor Hoteleiro Norte, tentando vender entorpecente para um policial disfarçado." METRÓPOLES Assessor de senador tentou vender cOcaína para policial disfarcado‎"‎‎Bolsonaristas comemorando o fato de Trump estar combatendo o narcotráfico na América Latina, não sabem que pode ser mais um tiro no pé. De quem era a cocaína no avião presidencial apreendida no governo Bolsonaro? De quem era a droga apreendida no avião do tio da senadora Damares(PL-DF)? De quem era a droga apreendida no caminhão da transportadora do senador Seif (PL-SC)? De quem era a droga apreendida no helicóptero do ex-senador Perrela (PSD-MG)?

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Um assessor parlamentar do gabinete do senador Izalci Lucas (PL) foi preso em flagrante, na quinta-feira (14/8), enquanto tentava vender cocaína para um policial disfarçado de cliente, no Setor Hoteleiro Norte.  O servidor, identificado como Rondinelle Silva de Oliveira (foto em destaque), de 34 anos, já era monitorado por agentes da Seção de Repressão às Drogas, da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II). De Rondônia, um ex- assessor do senador Marcos Rogério (PL) também foi preso por tráfico de cocaína.

  Israel contra Netanyahu

Foto: Yair Palti / Anadolu via AFPCentenas de milhares de israelenses entraram em greve e tomaram as ruas em todo o país neste domingo para protestar contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a condução da guerra em Gaza e exigir um acordo que traga de volta os reféns ainda em poder do Hamas. “Traga todos para casa! Parem a guerra!”, gritava a vasta multidão, que convergiu para a chamada Praça dos Reféns, em Tel Aviv. O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, que convocou o protesto, estimou que cerca de 500 mil pessoas aderiram à manifestação em Tel Aviv, número não confirmado pela polícia. Os protestos aconteceram mais de uma semana depois de o gabinete de segurança de Israel ter aprovado planos para ocupar a Cidade de Gaza, 22 meses após o início de uma guerra que criou uma grave crise humanitária no território palestino. (Guardian)

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O dia de protestos começou às 06h29, hora exata em que o Hamas lançou seu ataque contra Israel em 7 de outubro de 2023. Os organizadores disseram que ao longo do dia, mais de um milhão de pessoas participaram de centenas de ações realizadas em todo o país. Em algumas cidades, manifestantes bloquearam vias, incluindo a rodovia que conecta Jerusalém e Tel Aviv, as duas principais cidades de Israel. A polícia prendeu 38 manifestantes e usou canhões de água para dispersar aglomerações. (CNN)

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Yossi Verter: “As famílias dos reféns — a grande maioria deles — e as famílias enlutadas do massacre de 7 de Outubro e das suas consequências foram no domingo admitidas no clube não tão exclusivo mas em constante expansão dos ‘apoiadores do Hamas’ e torcedores dos ‘horrores de 7 de Outubro, de novo e de novo’. Desta vez, eles foram assim definidos pelo próprio governante supremo. No discurso orwelliano liderado por Benjamin Netanyahu e seus comparsas, as vítimas do Hamas são seus simpatizantes, as famílias dos reféns procuram enterrá-los para sempre em Gaza, e a maioria dos israelenses que acreditam que a guerra de 682 dias deve ser encerrada em troca da libertação dos 50 reféns fará com que ‘os nossos filhos e filhas tenham de voltar a lutar uma guerra sem fim’. ‘Nossos filhos e filhas’, mas não os dele, Deus me livre”. (Haaretz)

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Moradores de Gaza devem começar a receber tendas e equipamentos de abrigo para serem retirados de áreas de combate e reassentados em zonas consideradas seguras no Sul do enclave, anunciou o Exército de Israel, sem detalhar quando começará a evacuação em massa de palestinos. (g1)

Rússia X Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu pela primeira vez que negociações de paz com a Rússia podem ter como base a linha de frente atual do conflito — o que significaria abrir mão de parte do território ocupado. A declaração foi feita após encontro com Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, em Bruxelas, de onde ambos seguiram para Washington para uma reunião que acontece nesta segunda-feira nos Estados Unidos. (Folha)

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Além de von der Leyen, outros cinco líderes europeus acompanharão Zelensky no encontro com o presidente americano Donald Trump: o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; o chanceler alemão, Friedrich Merz; o presidente finlandês, Alexander Stubb; e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. O líder ucraniano afirmou que o grupo está “desenvolvendo uma visão comum sobre o que deve ser um acordo de paz”. (UOL)

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O encontro acontece depois de uma reunião entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, na sexta-feira. O enviado de Donald TrumpSteve Witkoff, afirmou que Putin também aceitou pela primeira vez que EUA e líderes europeus ofereçam à Ucrânia uma garantia de segurança semelhante à da Otan como parte de um possível acordo de paz. Witkoff classificou o posicionamento russo como “revolucionário”. No encontro, Trump defendeu um acordo permanente, em vez de cessar-fogo, em termos próximos aos do Kremlin. Moscou controla áreas em Sumi e Kharkiv, além das regiões já anexadas ilegalmente, e pressiona para consolidar seus avanços em Donetsk, onde ainda há forte resistência ucraniana. Putin quer uma “troca de territórios” com o país vizinho, incluindo que a região do Donbas, no Leste do país, fique com ele. (Globo)

Nobel da Paz ou tarifas

O lobby de Trump para ganhar o Nobel da Paz está intenso. A imprensa norueguesa reportou que, quando Trump ligou para o ministro das Finanças da Noruega, em julho, para discutir tarifas, ele também lhe disse que queria o Prêmio Nobel da Paz. Países como Israel, Paquistão e Camboja nomearam Trump por mediar acordos de paz ou cessar-fogo, e ele disse que merece o prêmio já concedido a quatro antecessores da Casa Branca. (MSNBC)

Bolívia sob a direita

Pela primeira vez em 20 anos, a esquerda não governará a Bolívia. Dois candidatos de direita avançaram para o segundo turno das eleições presidenciais, que será disputado em 19 de outubro. A surpresa foi a ascensão meteórica de Rodrigo Paz, senador de centro-direita e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, que venceu o primeiro turno com 32% dos votos, contrariando pesquisas que apontavam menos de 10% para ele. Em segundo lugar, ficou o ex-mandatário Jorge “Tuto” Quiroga, da direita conservadora, com 26%, enquanto o milionário Samuel Doria Medina, que era o favorito, terminou em terceiro e já manifestou seu apoio a Paz. Essa guinada à direita ocorre em um momento de profunda crise econômica na Bolívia, com inflação próxima de 25%, falta de combustíveis e escassez de dólares, o que aprofundou a rejeição ao Movimento ao Socialismo (MAS), no poder por duas décadas. O pleito foi marcado pela influência do ex-presidente Evo Morales. Impedido judicialmente de concorrer, ele promoveu uma campanha pelo voto nulo e questionou a legitimidade do processo. (Globo)

O mundo ama o SUS

Certamente muitos (bolsonaristas) vão criticar, mas o SUS (Sistema Único de Saúde) é um diamante na saúde brasileira. Não é só o SUS, mas diversos programas sociais brasileiros são únicos no mundo. Por exemplo, uma criança já nasce devendo nos EUA. No Brasil a maternidade é assistida e de graça! Se acidentou? Vai prá um hospital público. Vacinas? De graça! Por que o brasileiro fala tão mal do próprio país? Assistam aos vídeos abaixo e confiram os elogios ao SUS.

MaturiFest

De 21 a 23 de agosto, São Paulo recebe a 8ª edição do MaturiFest, maior festival de trabalho e empreendedorismo 50+ da América Latina. Realizado na UNIP Paraíso, o evento é promovido pela Maturi, referência na capacitação e conexão de profissionais acima de 50 anos. Serão três dias de palestras, painéis e oficinas sobre carreira, marketing digital, inteligência artificial, finanças e ESG. Entre os nomes confirmados estão: Maitê Proença, Ana Paula Padrão, Nany People, Marcelo Faria e Caito Maia. A programação inclui ainda a feira de empregabilidade MaturiConecta, o concurso Acelera Maturi, com prêmio de R$ 10 mil e mentoria, e o lançamento da plataforma MaturiNegócios. Ingressos presenciais e online — gratuitos e pagos — já estão disponíveis no site.

Genéricos

Vem aí uma nova onda de genéricos. Até 2030, irão prescrever 1,5 mil patentes de princípios ativos e processos industriais relativos a medicamentos, permitindo a produção de versões ao menos 35% mais baratas, com potencial aumento de 20% de genéricos comercializados no Brasil. São remédios para 186 doenças, incluindo câncer e diabetes, além de antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios e canetas à base de semaglutida. A patente da Novo Nordisk, sob os selos Ozempic e Wegovy, cai em 20 de março de 2026, mas o laboratório aguarda o Superior Tribunal de Justiça decidir sobre seu pedido de extensão da proteção no Brasil. (Globo)

Estado grave

Luis Fernando Verissimo foi internado em estado grave na UTI do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com princípio de pneumonia. O escritor e cronista, de 88 anos, convive com problemas cardíacos e sequelas de um AVC sofrido em 2021. Além disso, com o avanço do Mal de Parkinson, a condição física o fez parar de escrever. Quando ainda articulava umas poucas frases, o próprio cronista fez troça da sua notória introversão-quase-mudez: “Um dia ele chegou a dizer: ‘eu não falava porque não queria, agora não falo porque não posso’”. (Zero Hora e Folha)

Caminhada Esperança invade Ariquemes

O evento de lançamento do Movimento Caminhada Esperança no Vale do Jamari reuniu cerca de 400 pessoas na Câmara Municipal de Ariquemes e teve a presença das suas principais lideranças: o senador Confúcio Moura (MDB), o ex-senador Acir Gurgaz (PDT) e a deputada Cláudia de Jesus (PT). O Movimento tem a coordenação do ex-prefeito de Porto Velho por dois mandatos, Roberto Sobrinho (sem partido). As caravanas vieram dos municípios que compõem a Região do Vale do Jamari (Ariquemes, Machadinho do Oeste, Rio Crespo, Cujubim, Monte Negro, Buritis, Campo Novo, Alto Alegre e Cacaulândia) mais Jaru, Governador Jorge Teixeira, Urupá e Vale do Anari.

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O Movimento Caminhada Esperança reúne nove  partidos progressistas do estado de Rondônia, movimento sindicais, movimento sociais e tem como objetivo apresentar propostas de políticas públicas que priorizem a inclusão social, a garantia de direitos, a preservação da Amazônia, o desenvolvimento sustentável e políticas específicas para juventude. Os partidos que compõem o Movimento Caminhada Esperança são: MDB, PT, PDT, PSB, Rede, PcdoB, Cidadania, PSOL e Partido Verde.

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Ao fazer a fala de encerramento do evento, Confúcio Moura conclamou a todos a fazer parte do Movimento e que a defesa da soberania nacional deve ser a prioridade de todos que querem o melhor para Rondônia e para o Brasil. “Nós nos acuamos, vieram com gritos, armas e ganharam no grito. Mas ficou claro sabem governar. Não sabem conviver com a democracia. Não se ganha com grito. Se ganha com biografia, história, realizações. E isso nós temos. Nós sabemos fazer. O presidente Lula vai se reeleger e vai continuar a fazer dos pobres a sua prioridade. E vamos estar juntos”!

Cidadania

O partido Cidadania, presidido por Raimundo Castro, foi o último a compor o movimento Caminhada Esperança.

Máximo interceptado

Caiu como uma bomba a informação de que o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-Ro), pré-candidato ao governo de Rondônia, foi cooptado por bigtechs (redes sociais), para apresentar projeto contra crianças e adolescentes. O site Intercept Brasil descobriu que um lobista da Meta (dona do Facebook e Instagram), é o verdadeiro autor de uma emenda apresentada pelo deputado Fernando Máximo, que buscou afrouxar o projeto de lei que visa proteger crianças e adolescentes na internet. O rastro deixado pelo executivo escancara a aliança entre as big techs e a extrema direita no Congresso para diminuir a responsabilização das plataformas.

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Os metadados dos arquivos disponibilizados no site da Câmara revelam que, das quatro emendas apresentadas por Máximo – todas a favor dos interesses das big techs –, duas foram criadas diretamente por Marconi Borges Machado, executivo que ocupa desde 2017 o cargo de gerente de políticas públicas na Meta.

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O advogado e ativista de esquerda de Rondônia, Samuel Costa, fez severas críticas ao deputado federal Fernando Máximo. “O deputado Fernando Máximo preferiu se curvar aos interesses dos lobistas da META em vez de proteger nossas crianças! Enquanto o Brasil discute os riscos da adultização precoce e da exploração de crianças nas redes sociais, o parlamentar escolheu legislar em favor das Big Techs, enfraquecendo a proteção prevista no projeto de lei“, disse Samuel Costa. Veja no final da coluna reportagem completa.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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 VIDEO Pré-candidato ao governo de Rondônia é duramente criticado por defender bigtechs

Brasília-Caiu como uma bomba a informação de que o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-Ro), pré-candidato ao governo de Rondônia, foi cooptado por bigtechs (redes sociais), para apresentar projeto contra crianças e adolescentes.

O site Intercept Brasil descobriu que um lobista da Meta (dona do Facebook e Instagram), é o verdadeiro autor de uma emenda apresentada pelo deputado Fernando Máximo, que buscou afrouxar o projeto de lei que visa proteger crianças e adolescentes na internet. O rastro deixado pelo executivo escancara a aliança entre as big techs e a extrema direita no Congresso para diminuir a responsabilização das plataformas.

Os metadados dos arquivos disponibilizados no site da Câmara revelam que, das quatro emendas apresentadas por Máximo – todas a favor dos interesses das big techs –, duas foram criadas diretamente por Marconi Borges Machado, executivo que ocupa desde 2017 o cargo de gerente de políticas públicas na Meta.

Metadados de arquivos de duas emendas têm assinatura digital de Marconi Borges Machado (Foto: Reprodução)

Bolsonarista, Fernando Máximo não tem uma atuação expressiva na área de tecnologia. Em suas redes sociais, o deputado se concentra na área de pessoas com deficiência, com posts intercalados com apoio a Israel e a Bolsonaro.

Já Marconi Machado, em seu perfil no LinkedIn, afirma que conduz pesquisas e monitora legislações e acontecimentos no governo federal que podem afetar a organização, além de coordenar “esforços legislativos”.

Uma das emendas de autoria do lobista tentou livrar as grandes plataformas da obrigação de disponibilizar relatórios sobre moderação de conteúdo. A justificativa foi que “nem toda a moderação se dá em razão de conduta que possa ter causado dano a menores”, e a exigência criaria um  “ônus sem a necessária contrapartida e benefício”.

A maior vitória para as big techs foi conseguir derrubar, na versão final do projeto, um ponto central: o “dever de cuidado” – ou seja, o dever das empresas de adotar medidas ativas para proteger, mitigar danos e impedir crimes em suas plataformas.

Um dos autores das emendas que sugeriram a derrubada da obrigação foi justamente Fernando Máximo – o arquivo oficial dessa emenda, entretanto, não tinha a assinatura do lobista da Meta nos metadados.

Fernando Máximo já subiu no palanque ao lado de Jair Bolsonaro (Foto: Instagram/Reprodução)

O conceito de “dever de cuidado”, inspirado na legislação europeia, que é mais protetiva, foi introduzido no Brasil no PL 2630, projeto que foi enterrado em 2023 depois de um agressivo lobby das big techs. Combater o “dever de cuidado” é uma briga transnacional das gigantes de tecnologia, que também tentam frear uma proposta parecida que tramita nos EUA, o Kids Online Safety Act.

Por aqui, na versão aprovada no Senado do PL 2628, esse conceito voltou a aparecer – e derrubar essa obrigação era tema prioritário das equipes de políticas públicas das big tech. Deu certo.

Na nova versão do projeto 2628 na Câmara, o termo foi suprimido. No lugar de “dever de cuidado”, o que entrou foram deveres de “prevenção, de proteção, de informação e de segurança”, com adoção de mecanismos que “possibilitem à família e aos responsáveis prevenir o acesso e o uso inadequado por crianças e adolescentes”.

Ou seja, livra as big techs da responsabilidade ativa, que poderia incluir, por exemplo, a contratação de equipes dedicadas para o tema, e joga a responsabilização para os usuários.

Justificativa do relator para supressão do “dever de cuidado”: para ele, regra criaria “exigências desproporcionais às plataformas” e “insegurança jurídica” (Foto: Reprodução) 

O relator da Comissão de Comunicação fez questão de registrar em seu relatório que a mudança ocorreu a pedido de Google, Meta e de duas emendas, incluindo a de Fernando Máximo.

Na avaliação de Rafael Zanatta, diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa, a mudança deixa a lei menos rigorosa e diminui as obrigações das big techs. “Se você tem o conceito de ‘dever de cuidado’, há um parâmetro um pouco mais duro de um dever de conduta que, se descumprido, cria o ilícito”, explica.

Ao Intercept Brasil, a Meta tratou com absoluta normalidade o fato de ter sido autora das emendas apresentadas pelo deputado. “A contribuição da Meta e de outras partes interessadas no debate sobre o PL 2628 na Câmara dos Deputados é de conhecimento público”, disse a empresa.

“Assim como no caso de sugestões feitas por outras empresas, organizações da sociedade civil, órgãos do governo e especialistas, as propostas apresentadas pela Meta e acatadas no texto estão registradas no parecer do relator”, afirmou a Meta, em nota.

Apesar de ter as digitais de seu gerente de políticas públicas em um documento assinado por um deputado federal, a empresa não comentou se seus lobistas costumam redigir projetos de parlamentares brasileiros, tampouco deu detalhes de sua relação com Máximo.

O deputado, por sua vez, também não explicou porque apresentou exatamente o documento criado pelo executivo da Meta. Disse apenas que recebe e avalia contribuições técnicas de muitos setores e que muitos projetos de sua autoria “saem de conversas” com entidades. “Minha missão não é representar a defesa de nenhum interesse específico”, afirmou.

Em relação ao PL 2628, Fernando Máximo disse que tem como preocupação prioritária “proteger nossas crianças e adolescentes”, mas pontuou ter atuado para “garantir segurança jurídica, não criar burocracia desnecessária, evitar a censura e preservar a liberdade de expressão”, ecoando o posicionamento das big techs.

Extrema direita atuou em bloco para projeto aliviar big techs

Desde que o influenciador Felipe Bressanim, o Felca, publicou o vídeo “Adultização”, que tem 30 milhões de visualizações no YouTube e quase 200 milhões no Instagram, os congressistas passaram a adotar o tema como prioridade.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, afirmou que deve levar o tema para votação ainda em agosto. Já pipocaram mais de 30 novos projetos de lei sobre o tema na casa.

Os senadores Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, e Jaime Bagattoli, do PL de Rondônia, propuseram até abrir uma CPI para investigar o tema.

O vídeo de Felca expõe como atuam influenciadores que conquistam likes e lucram com monetização de conteúdos sexualizados de crianças e adolescentes. As plataformas, além de lucrarem com a monetização, também atuam recomendando esses tipo de conteúdo, impulsionando uma rede de pedofilia que atua às claras nas redes sociais.

Poucos dias antes, o Intercept mostrou como atua uma dessas redes, que fatura milhões de reais por ano com uma espécie de ‘reality show’ de crianças. O Google, responsável pelo YouTube, se esquivou da responsabilidade: nos enviou uma nota genérica e disse que aplicou “strikes e restrição de idade”. O canal segue no ar.

A responsabilização das empresas é um debate essencial e não pode ser deixada de lado ao se discutir a proteção de crianças e adolescentes na internet. Mas a extrema direita, em coro com os ideais de ‘liberdade de expressão’ a qualquer custo das big techs, prefere recorrer a soluções simplistas e populistas, sem atingir o coração do problema.

Marcel Van Hattem, do Novo do Rio Grande do Sul, agora veio a público pedir uma audiência pública para apurar as “gravíssimas denúncias” sobre exploração e compartilhamento de pornografia infantil na internet.

Mas ele mesmo propôs emendas ao PL 2628 que, na prática, livram as big techs da responsabilização.

Em uma delas, sugeriu eximir as empresas do dever de gerenciar riscos e avaliar conteúdo conforme faixa etária. Também propôs livrar as big techs da obrigação de terem sistemas para impedir que menores encontrem conteúdo ilegal ou nocivo.

Sugestões de Marcel Van Hattem no novo relatório do projeto aliviam a barra das big techs (Foto: Reprodução)

Outro deputado da extrema direita, Mário Frias, do PL de São Paulo, apresentou uma emenda que sugeriu mudar o artigo de serviços que “possam ser utilizados” para serviços “de acesso provável” por crianças e adolescentes – na prática, fez com que as empresas não fossem mais responsáveis por impedir o uso de suas plataformas por esse público.

Outra alteração proposta por ele foi suprimir o trecho que obrigava as empresas a prevenir e mitigar o acesso a conteúdos com “padrões de uso que indiquem ou incentivem comportamentos semelhantes ao vício ou transtornos de saúde mental como ansiedade, depressão, transtornos alimentares, transtornos relacionados ao uso de substâncias químicas e comportamentos suicidas em relação a crianças e adolescentes”.

Para Frias, esse trecho era “excessivamente vago ou subjetivo” e poderia gerar “insegurança jurídica” – o discurso padrão das big tech quando a regulação aperta.

O deputado Paulo Bilynskyj, do PL paulista, também apresentou várias emendas ao projeto. Em uma delas, sugeriu que as plataformas só poderiam ser obrigadas a removerem conteúdo após a notificação da vítima ou seu representante, e não após aviso de qualquer pessoa identificada – na prática, dificultando essa comunicação.

Outra sugestão de Bilynskyj foi sugerir que só provedores de serviços direcionados a crianças e adolescentes seriam obrigados a reportar às autoridades conteúdos sobre abuso infantil.

Repercussão em Rondônia

O advogado e ativista de esquerda de Rondônia, Samuel Costa, fez severas críticas ao deputado federal Fernando Máximo. “O deputado Fernando Máximo preferiu se curvar aos interesses dos lobistas da META em vez de proteger nossas crianças! Enquanto o Brasil discute os riscos da adultização precoce e da exploração de crianças nas redes sociais, o parlamentar escolheu legislar em favor das Big Techs, enfraquecendo a proteção prevista no projeto de lei“, disse Samuel Costa .

“Ele diz defender Deus e a família, mas quando teve a chance de proteger os direitos das crianças e adolescentes, preferiu ficar ao lado dos gigantes da tecnologia. Um representante do povo não pode servir a dois senhores: ou defende os interesses das famílias brasileiras, ou se ajoelha diante das Big Techs. A palavra de Deus diz, “Vinde a mim todas as crianças, pois delas é o Reino de Deus” (cf. Mt 19:14)“, finalizou Samuel Costa.

“Vc sabe que a maior parte da direita usa as igrejas pra ganhar a credibilidade e o voto de confiança das pessoas sinceras, mas um dia eles vão prestar contas com nosso Deus todo poderoso, porque isso é blasfêmia contra o altíssimo. Usar o nome de Deus pra negócios e politicagem, nem todos que dizem senhor Senhor entrará no reúno do céu, mas somente aquele que faz a vontade de meu Pai que estás nos ceus. Ele já usou o covid 19 e suas vítimas pra conquistar as pessoas agora usa a religião pra se destacar de forma falsa e usam uma máscara de ovelhinha pra conquistar a confiança da maioria dos eleitores “, disse a seguidora de Samuel Costa, Rosinha Vieira

Redação com informações do Intercept Brasil

Boulos vai à PGR contra pré-candidato ao governo de Rondônia por conluio com big techs em projeto sobre crianças na internet

PT de Alagoas convoca reunião para organizar Ato Nacional de 7 de Setembro

Manifestação ocorre em defesa da soberania e contra o fascismo

O presidente eleito do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas, deputado estadual Ronaldo Medeiros, está convocando instituições, movimentos populares, sindicatos, entidades estudantis e partidos políticos do campo progressista para participar de uma reunião preparatória do Ato Nacional de 7 de Setembro. A mobilização, que ocorrerá simultaneamente em diversas cidades do país, terá como bandeiras a defesa da soberania nacional e o enfrentamento ao avanço do fascismo.

A atividade é uma proposta do Diretório Nacional do PT e do presidente nacional, Edinho Silva, e busca reunir diferentes setores da sociedade civil para construir um ato de grande visibilidade e impacto político.

A reunião em Maceió será realizada na segunda-feira, 18 de agosto, às 17h30, no Auditório térreo da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

Segundo Ronaldo Medeiros, este é um momento decisivo para a unidade das forças democráticas:

“A história nos chama, e precisamos estar à altura do desafio. Vamos construir juntos um grande ato que mostre a força do povo organizado e a defesa inegociável da nossa democracia”, afirmou.

O Ato Nacional de 7 de Setembro busca ressignificar a data da Independência do Brasil, tradicionalmente marcada por celebrações oficiais, para também reafirmar pautas populares como justiça social, inclusão e soberania. Em Alagoas, a expectativa é que a reunião desta segunda-feira defina estratégias, mobilizações de base e a participação de lideranças de todo o estado.

Serviço:

Segunda-feira, 18 de agosto

17h30

Auditório térreo da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas

Guará recebe Passeio da Independência no dia 7 de setembro

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Evento gratuito terá percursos de 5 km, 10 km e 20 km e espera reunir ciclistas de todas as idades

O Guará será palco do Passeio da Independência, promovido pelo projeto Rota das Pedaladas, no próximo dia 7 de setembro, um domingo. A concentração está marcada para as 7h, na administração regional, e o evento é gratuito.

O passeio ciclístico contará com percursos de 5 km, 10 km e 20 km, abertos a ciclistas de todas as idades e níveis de experiência. Os 300 primeiros inscritos receberão um kit exclusivo, composto por camiseta, viseira, garrafa, mochila e medalha. As inscrições devem ser feitas pelo link disponível no perfil oficial do projeto em uma rede social.

“O Passeio da Independência é uma oportunidade para celebrarmos uma data histórica de maneira saudável, unindo famílias, amigos e toda a comunidade em um momento de lazer e integração. Queremos ver o Guará pedalando junto nesse dia tão especial”, afirma o administrador do Guará, Artur Nogueira.

Realizado pela organização Transforma Vidas, o evento conta com apoio da Administração Regional do Guará, do Ministério do Esporte e do Governo Federal.

*Com informações da Administração do Guará

Chama vida

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Quase sempre dói
– na chegada
– na partida

É assim a vida
– sempre instiga
– mas, depois que começa, só tem uma ida

É a vida
– nem sempre provida
– nem sempre amiga

É assim mesmo a vida
– uma chegada
– uma partida

Quase nunca é mão estendida
– sempre dói
– mas não corroi
(Se a lembrança não é fingida)

Pode ser escondida
– se não for vivida

Nem sempre é amiga
Mas que seja bem vivida
– é só isso que nos convida

É um vai e vem
(Que não seja ilusão)
Pratique bem
(Viva com emoção)

É assim a vida…

Vinício Carrilho Martinez

Projeto do governo para redes sociais prevê remoção de conteúdo sem ordem judicial e suspensão de big techs

Minuta obriga plataformas a retirar publicações que atentem contra a democracia e crimes graves; discussão foi retomada após caso Felca

Um projeto de lei em elaboração no governo federal estabelece regras mais duras para as plataformas digitais. De acordo com reportagem do jornal O Globo, a minuta prevê que conteúdos considerados ilícitos sejam removidos sem necessidade de ordem judicial. Entre os alvos estão publicações que atentem contra a democracia, promovam crimes como terrorismo e assassinatos ou tenham como vítimas crianças e adolescentes. A mobilização surgiu após o caso Felca, que denunciou exploração de menores – o que levou à prisão do influenciador Hytalo Santos.

Além da remoção imediata, o texto propõe a possibilidade de suspensão temporária de redes sociais que não cumprirem as determinações, além da aplicação de multas. Também caberá às empresas manter dados que permitam identificar os autores de conteúdos ilícitos, para responsabilização na Justiça.

Declarações de Lula e o papel das big techs

A proposta vem sendo discutida na Casa Civil e deve ser encaminhada ao Congresso nos próximos dias, segundo a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de regular o setor:

“O Brasil tem lei, que vale para nós e para as empresas estrangeiras. Não vamos permitir a loucura que se faz com crianças e adolescentes. A pedofilia, o estímulo ao ódio, as mentiras, colocar em risco a democracia e o Estado de Direito, não vamos deixar. Por isso vamos regular (as redes) e queremos responsabilizar quem fica utilizando criança para praticar pedofilia. Ele (o presidente americano Donald Trump) tem que saber que quem manda neste país é o povo brasileiro”, afirmou Lula.

Duas camadas de remoção de conteúdos

O projeto prevê duas formas de retirada de publicações, ambas sem necessidade de ordem judicial:

  •  Remoção imediata pelas plataformas: quando envolver crimes graves, como pedofilia, terrorismo, indução ao suicídio, crimes contra o Estado Democrático de Direito, publicidade enganosa ou abusiva, entre outros.
  •  Remoção após notificação: em casos apontados por usuários ou órgãos públicos, como desinformação sobre políticas públicas, publicidade irregular e serviços proibidos.

As empresas terão prazos diferentes conforme a gravidade da infração, sendo de 24 horas em situações de publicidade enganosa após alerta de órgãos de defesa do consumidor.

Impacto político e social da regulação

O tema ganhou força após a repercussão de um vídeo do influenciador Felca, que denunciou a erotização de crianças em redes sociais, prática conhecida como “adultização”. O caso gerou pressão política, e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que pretende acelerar a tramitação de um projeto paralelo, de autoria do Senado, que aumenta penas para aliciamento de crianças e adolescentes.

O governo, no entanto, pretende articular a análise conjunta das propostas. A minuta proíbe ainda a criação de contas por crianças e adolescentes em plataformas de apostas, jogos online, conteúdos pornográficos e serviços de intermediação de relacionamentos.

Fiscalização e novas atribuições à ANPD

Segundo o projeto, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) será responsável por fiscalizar o cumprimento das normas, decidir sobre infrações e aplicar sanções. Para isso, prevê-se a criação de cerca de duzentos cargos. Entre as atribuições da ANPD estarão:

  •  receber denúncias sobre conteúdos ilícitos;
  •  garantir contestação das decisões das plataformas pelos usuários;
  •  exigir identificação de contas automatizadas;
  •  fiscalizar impulsionamentos e repositórios de dados de anúncios.

Alinhamento com decisão do STF

A proposta do Executivo se conecta a decisão recente do Supremo Tribunal Federal. Em junho, por oito votos a três, a Corte considerou inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet, estabelecendo que as plataformas são responsáveis pela remoção de conteúdos ilícitos, sem depender de ordem judicial. O STF determinou que, em casos de ataques à democracia, racismo, terrorismo, pedofilia, discurso de ódio e incitação à violência, as empresas devem agir de forma proativa para retirar as publicações.

Assim, o projeto do governo busca consolidar em lei esse novo entendimento, responsabilizando as big techs e fortalecendo a proteção do Estado Democrático de Direito e da infância no ambiente digital.

Do Brasil 247

Boulos vai à PGR contra pré-candidato ao governo de Rondônia por conluio com big techs em projeto sobre crianças na internet

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado Fernando Máximo (União-RO), pré-candidato ao governo de Rondônia e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (15). O documento acusa o parlamentar de um possível conluio com a Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp.

“Esse é um exemplo simbólico de como o poder econômico das big techs corrompe o sistema político”, afirmou o psolista. “Em meio à discussão importantíssima sobre adultização nas redes, precisamos fazer valer as necessidades da sociedade brasileira, e não de meia dúzia de bilionários norte-americanos”, completou Boulos.

Máximo teria atuado para favorecer a empresa do bilionário estadunidense Mark Zuckerberg, dono da meta, durante a tramitação do Projeto de Lei 2628/2022, que estabelece regras para proteger crianças e adolescentes nas redes sociais. O bolsonarista apresentou duas emendas que afrouxam o texto e retiram obrigações e penalidades às Big Techs.

A representação sustenta que a conduta de Máximo pode configurar o crime previsto no artigo 321 do Código Penal, que pune o patrocínio de interesses privados perante a administração pública valendo-se do cargo.

A denúncia se baseia na reportagem do The Intercept Brasil, que revelou que as alterações não foram escritas pelo próprio deputado, mas pelo gerente de políticas públicas da Meta, Marconi Borges Machado. A autoria foi descoberta a partir da análise dos metadados dos arquivos enviados ao site da Câmara dos Deputados.

Revista Forum

 

Coluna Zona Franca

Janja em Alagoas

A primeira-dama Janja Lula da Silva esteve em Alagoas onde conheceu a Cooperativa Marisqueiras Mulheres Guerreiras, iniciativa apoiada pelo Governo do Estado que fortalece a renda e a autonomia das trabalhadoras das margens da Lagoa Mundaú, em Maceió. Além da secretária Renata dos Santos, participaram da solenidade o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula; o ministro dos Transportes, Renan Filho; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; a diretora regional do Nordeste do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), Roberta Roxilene dos Santos; a conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Renata Calheiros; e a presidente da Cooperativa de Marisqueiras Mulheres Guerreiras (Coopmaris), Vanessa Santos.

Janja em Alagoas 2

O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o simbolismo da cooperativa, evidenciando a importância da atividade para a cultura e a economia local. Segundo ele, a parceria entre governos Federal, do Estado e marisqueiras abre novas possibilidades de geração de renda, inclusive na economia criativa. “A parceria do Governo Federal é fundamental para impulsionar tanto a atividade tradicional, com a coleta e venda do sururu, quanto novas ações ligadas à economia criativa. A partir da pesca do sururu, surgem iniciativas como a produção de materiais para construção e peças de decoração, que agregam valor e melhoram a renda. A vinda da primeira-dama garante visibilidade e abre novos caminhos para as marisqueiras”, frisou Renan Filho.

Apesar de você…

Pode ser uma imagem de texto que diz "Dinheiro Rural 市 Exportações do agro batem recorde em julho com superávit de US$ 14 bilhões"Apesar da queda de 80% nas compras dos EUA, o Brasil registrou aumento de quase 100% nas exportações de carne bovina no 1º semestre de 2025. O “tarifaço” dos EUA derrubou o preço da arroba para R$ 290–295 em SP, mas abriu espaço para novos mercados. As vendas para China, Oriente Médio, Japão e Coreia impulsionam o setor rumo a um recorde histórico. Produtores e exportadores devem monitorar a evolução das relações comerciais e câmbio.

Apesar de você…2

As exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 15,6 bilhões em julho, o maior valor já registrado para o mês na série histórica. O resultado representa crescimento de 1,5% em relação a julho de 2024, com acréscimo de US$ 225 milhões, impulsionado tanto pelo aumento no volume embarcado quanto pela elevação de preços. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o café foi um dos destaques do mês, com alta de 25,3% no valor exportado. Recentemente, 32 empresas brasileiras foram habilitadas pela primeira vez, totalizando agora 452 estabelecimentos autorizados a vender este produto para a China.

Eduardo Bolsonaro repete Hitler

A atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA (“Se for necessário, iremos sacrificar tudo e queimar toda a floresta”, disse ele) é a reedição de um dos momentos mais sombrios da Segunda Guerra Mundial: o Decreto Nero, assinado por Adolf Hitler em 19 de março de 1945. No documento, o líder nazista ordenou a destruição de toda infraestrutura que pudesse ser útil às forças aliadas que avançavam sobre a Alemanha. Pontes, ferrovias, fábricas e portos deveriam ser demolidos.

Eduardo Bolsonaro repete Hitler 2

A traição de Eduardo Bolsonaro carrega uma lógica semelhante. Ao se referir a “queimar a floresta” como resposta a pressões políticas e judiciais envolvendo sua família, o deputado sugere que recursos e patrimônio do país podem ser sacrificados em nome de uma causa pessoal. (Diario do Centro do Mundo)

Falta de provas?

Foto: Mateus Bonomi/AFPEm alegações finais de 197 páginas, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua absolvição na ação sobre a trama golpista, alegando que houve cerceamento de defesa e ausência de provas. O documento argumenta que os advogados não tiveram pleno acesso ao processo e tempo hábil para analisar as provas. Acrescenta que a “minuta do golpe” é apócrifa e nunca foi formalizada, e que as reuniões com os comandantes das Forças Armadas ocorreram apenas em um contexto de busca de alternativas constitucionais à derrota na eleição de 2026. Sobre a delação de Mauro Cid, a defesa sustenta que ela é inconsistente e foi forçada. Outro ponto da defesa é que aconteceu transição de governo, posse antecipada de comandantes e que, no 8 de janeiro, Bolsonaro estava fora do país. Embora poupe ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes, o texto afirma que a acusação criminaliza discursos e críticas políticas. (Globo)

Falta de provas? 2

O prazo para as alegações finais dos acusados de participarem da tentativa de realizar um golpe de Estado após as eleições de 2022 terminava nesta quarta-feira. Diferentemente de Bolsonaro, o general Braga Netto alegou que o ministro Alexandre de Moraes foi parcial e que as provas coletadas são ilícitas. Já o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou ser inocente e, caso seja julgado culpado, pediu a redução de sua pena. Os advogados do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, pediram sua absolvição. (Estadão)

Julgamento em setembro

Com essa etapa concluída, a expectativa é que o julgamento aconteça em setembro. As próximas fases são as seguintes: Moraes, faz a leitura do relatório final do processo. Depois, vêm as sustentações orais do procurador-geral da República e de cada uma das defesas. Moraes, o relator, lê seu voto, seguido dos demais ministros da Primeira Turma. Se algum ministro pedir vistas, tem 90 dias para devolver o processo e dar seu voto. Então, é divulgada a decisão da turma e a dosimetria de penas. (CNN Brasil)

O monitoramento

A defesa de Marcelo Câmara, réu em outro núcleo da trama golpista, disse ao STF que o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, realizado no fim de dezembro, não teve relação com a operação “Punhal Verde e Amarelo” e foi solicitado diretamente por Bolsonaro. Nesta quarta-feira, aconteceu a acareação entre Câmara e Mauro Cid. Em depoimento, Cid disse ter recebido dois pedidos de monitoramento de Moraes: o primeiro, entre 16 e 22 de dezembro de 2022, vindo do major Rafael de Oliveira, acusado pela PGR de planejar os assassinatos de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin; e o segundo, do próprio Bolsonaro, que suspeitava de encontros entre Moraes e o então vice-presidente, Hamilton Mourão, em São Paulo. (Folha)

Mais Médicos

Um dia após acusar o Brasil de não respeitar os direitos humanos e perseguir seus adversários políticos, os Estados Unidos voltaram à carga contra o governo brasileiro. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o governo americano vai revogar os vistos de diferentes funcionários federais. A justificativa agora está no programa Mais Médicos, criado ainda no primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff. De acordo com Rubio, o programa “foi um golpe diplomático inconcebível de ‘médicos’ estrangeiros” e foi cúmplice “do esquema de trabalho forçado do regime cubano”. O secretário de Estado disse ainda que os Estados Unidos vão revogar vistos de ex-funcionários da Organização Pan-Americana de Saúde que participaram da elaboração do Mais Médicos no país. (g1)

Mais Médicos 2

Entre os primeiros nomes a emergir na lista de sancionados estão os de Mozart Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde e ex-diretor de Relações Externas da OPAS. Até o momento, o governo americano revogou os vistos de 8 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal e do procurador-geral da República. (CNN Brasil)

                                   Crédito de R$ 30 bilhões

Pode ser uma imagem de 7 pessoas e texto que diz "PI"O anúncio de Rubio ocorreu poucas horas após o presidente Lula apresentar o pacote de medidas de socorro aos exportadores brasileiros afetados pelo tarifaço de Donald Trump. Em uma cerimônia concorrida no Planalto, Lula confirmou a linha de crédito de R$ 30 bilhões anunciada na véspera. A medida provisória também prevê o adiamento de cobranças tributárias e mudanças nas garantias à exportação, numa tentativa de facilitar a busca por novos mercados. Em contrapartida, o governo vai pedir ao Congresso Nacional autorização para excluir da meta fiscal até R$ 9,5 bilhões. A justificativa é que as ações emergenciais são fundamentais para a manutenção de centenas de milhares de empregos. De acordo com o Dieese, o tarifaço americano pode impactar mais de 726,7 mil empregos formais e afetar a arrecadação do INSS e o pagamento do FGTS. (Folha)

Felca

A repercussão do vídeo do youtuber Felca segue movimentando o Congresso. Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que aumenta a pena para quem aliciar crianças e adolescentes na internet. O projeto impõe pena de um a três anos de prisão para quem facilitar o acesso a conteúdo pornográfico por crianças e para quem assediar menores a fim de que se exibam de forma sexualmente explícita. Se o crime for cometido por meio das redes sociais, a pena será aumentada em um terço. A proposta ainda precisa ser aprovada no plenário da Câmara. (g1)

Felca 2

No Planalto, o presidente Lula se reuniu com diversos ministros para finalizar a elaboração de um projeto de lei que pretende regulamentar as redes sociais no Brasil. O texto que o governo vai enviar ao Congresso também conterá um trecho tratando da proteção de crianças e adolescentes nas plataformas digitais. De acordo com Lula, o projeto de lei será apresentado ao Parlamento na próxima semana. (Poder360)

Felca 3

A Justiça determinou, nesta quarta-feira, um mandado de busca e apreensão contra o influenciador digital Hytalo Santos, principal acusado pelo youtuber Felca de promover a adultização de crianças e adolescentes na internet. (CNN Brasil)

Ajuda humanitária em Gaza

Mais de 100 ONGs internacionais — incluindo Oxfam, Médicos Sem Fronteiras e Save the Children — assinaram uma carta pedindo que países pressionem Israel a acabar com os bloqueios da ajuda humanitária em Gaza e a suspender o rígido processo de entrada de recursos no enclave. As organizações afirmam que, apesar de Israel dizer não haver limite para entrada de ajuda, a maioria não conseguiu entregar um único caminhão desde 2 de março. O governo israelense, segundo as entidades, impõem barreiras burocráticas e recusaram mais de 60 pedidos apenas em julho, deixando milhões de dólares em suprimentos retidos na Jordânia e no Egito. Israel nega e diz que as regras visam impedir que o Hamas use a ajuda para fins militares. (Haaretz)

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Existe fome em Gaza. Existe fome do pior tipo. A esta altura, Israel já deixou claro que é o mais poderoso exército da região. É hora de parar. Não tem mais o que ganhar. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

A oposição à Confúcio é contra o povo

Na política de Rondônia, uma certeza: a oposição ao senador Confúcio Moura é contra o povo. No evento de anúncio de 1,5 bilhões de reais em investimentos pelo Governo Federal no estado de Rondônia, realizado no Palácio das Artes na última sexta-feira, dia 8, ao ser chamado pelo presidente Lula para fazer a fala de encerramento do ato, o senador Confúcio Moura verbalizou uma angústia e uma convicção: “Presidente, aqui em Rondônia, é 10 contra um. Da bancada federal, de 11 parlamentares, sou o único a defender o seu governo. Por isso, apanho todos os dias. E apanho muito. Mas, não gemo, apanho calado!”

A oposição à Confúcio é contra o povo 2

Confúcio foi generoso com os políticos de Rondônia, traço normal da sua
personalidade. Ele não mencionou, por exemplo, que no início daquela semana, já
com a confirmação da presença do presidente e sua comitiva no estado e da pauta
que traziam, a Assembleia Legislativa aprovou, de forma quase unanime, um Voto de
Repúdio contra o presidente Lula. Logo, senador, o placar contra o senhor e o governo
federal é bem mais elástico do que os 10 a 1.

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Mas nem tudo são horrores. No próprio ato em que expôs a sua angústia – e
demonstrou a resiliência dos fortes ao dizer que sofria sem gemer – o senador provou que a oposição é oca e desconectada com as necessidades da população. Articulada por ele, a vinda de Lula e os investimento anunciados, apenas estes, superam em muito os investimentos do governo estadual ao longo do ano. Logo, o Executivo e os parlamentares estaduais entregam menos à população do que os federais – que apesar de massacrar o senador e o governo federal, não têm suas emendas bloqueadas.

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Nenhuma descrição de foto disponível.Além disso, a crítica a Confúcio se limita a desconstruir a sua relação e o seu prestígio
junto ao governo federal. Não tem nada de programática. Ninguém nega ou recusa os
bilhões que destina ao estado. A sua agenda parlamentar prioriza projetos
estruturantes (a ponte Brasil-Bolívia é um exemplo), a educação, a inclusão social e as
grandes questões nacionais. Pelo visto, infelizmente para a população, isto incomoda
menos do que o fato dele ser aliado do governo federal. O ideal para quem mora em Rondônia seria que o senador ganhasse por 11 a zero ou mais…

A oposição à Confúcio é contra o povo 5

Nessa sexta-feira (15), às 9h, Confúcio estará no pátio do Ministério da Agricultura e Pecuária, em Porto Velho, para entregar 20 tratores e 7 pás carregadeiras a 20 municípios de Rondônia. Um investimento de R$ 10 milhões para fortalecer a agricultura familiar e melhorar a infraestrutura no campo.  “É mais um passo concreto para apoiar quem produz e garante alimento na mesa de todos nós“, disse Confúcio. Enquanto isso o resto da bancada federal está atrapalhando o agronegócio apoiando o tarifaço de Trump.

O pacto

Pode ser uma imagem de 5 pessoasUm grupo de vereadores de Porto Velho fez um pacto inusitado. Prometeram entre si não levar nada das suas ações para o lado pessoal. E um deles gritou para não andarem armados. Um por todos, todos por um. O que acontece em Vegas fica em Vegas. Na imagem, um vereador que está ameaçado de cassação. Pelo jeito a situação é de medo entre eles. O que está acontecendo?  Veja aqui o vídeo

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Planalto e STF classificam relatório dos EUA sobre direitos humanos como “falso” e “ofensa” ao Brasil

Documento aponta supostas violações no Brasil, enquanto poupa Israel e El Salvador. Para autoridades, objetivo é defender Bolsonaro e blindar big techs

O relatório mais recente do Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre direitos humanos foi duramente criticado por integrantes do governo brasileiro e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que o consideram “falso” em grande parte e exemplo do uso de “táticas de fake news”. A avaliação, de acordo com a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, é de que o documento faz parte de uma operação política para justificar a ofensiva e a tentativa de interferência do presidente estadunidense, Donald Trump, na soberania do Brasil.

Assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e membros do STF classificaram o relatório como uma “ofensa” aos defensores dos direitos humanos, além de retratar a postura de um país que, segundo eles, “não quer ser levado a sério”. A interpretação no Planalto é de que o objetivo da medida é ajudar Jair Bolsonaro (PL) e barrar qualquer avanço na regulação das redes sociais no Brasil.

Ainda conforme a reportagem, a repercussão do relatório causou forte descontentamento entre ministros da Corte. Para eles, a abordagem estadunidense é “uma brincadeira de mau gosto” envolvendo questões de alta gravidade. Magistrados apontam que o texto estaria contaminado pela política externa de Trump, ao acusar o Brasil de violar direitos humanos enquanto poupa de críticas países como El Salvador e Israel, responsável por um genocídio na Faixa de Gaza.

“Não pode ser levado a sério, é uma brincadeira de mau gosto, só que elaborado pela maior potência mundial”, afirmou um ministro do STF, de acordo com a reportagem. Outro classificou o material como “lamentável” e alertou que o STF está ciente de que o presidente dos Estados Unidos “vai escalar ainda mais e tudo vai pior, antes de melhorar”.

Do Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Trump quer guerra

Ao que tudo indica, o presidente Trump está disposto a entrar literalmente em guerra contra o Brasil, além da tarifária. Resolveu comprar a briga para salvar o inimigo número 1 do Brasil, Jair Bolsonaro. Trump está começando pela Venezuela, jogando a isca para pegar o Brasil. Se Lula morder a isca, os Estados Unidos vão confrontar o Brasil belicamente.

Trump quer guerra 2

Em meio ao agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, o governo do presidente Lula segue tentando, nos bastidores, reabrir canais de comunicação com Washington. No entanto, segundo o O Globo, a percepção dentro do Palácio do Planalto e do Itamaraty é de que o presidente americano, Donald Trump, não demonstra interesse em retomar o diálogo com Brasília.

Trump quer guerra 3

Representantes do setor privado avaliam que apenas uma conversa direta entre Lula e Trump poderia destravar a crise. Apesar disso, interlocutores no governo descartam, por ora, um encontro entre os dois líderes, apontando que qualquer tentativa de aproximação só deve ocorrer após o julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Trump quer guerra 4

No próximo mês, Lula e Trump estarão em Nova York para a Assembleia Geral das Nações Unidas. Tradicionalmente, o Brasil abre os discursos, seguido pelos Estados Unidos, mas não há previsão de reunião bilateral. Integrantes do governo brasileiro dizem que são os americanos que têm evitado contato, postura que deverá ficar clara para os setores mais afetados pelo tarifaço imposto por Washington.

Exigência considerada inaceitável

Segundo fontes do Planalto, Trump condiciona a retirada da sobretaxa à revisão do processo contra Bolsonaro no STF, onde o ex-presidente responde por tentativa de golpe de Estado. Para o governo brasileiro, essa exigência é “inaceitável” e representa interferência indevida nos assuntos internos do país.

Exigência considerada inaceitável 2

Desde o anúncio das tarifas, o único diálogo formal ocorreu entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), chegou a agendar uma ligação com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para esta quarta-feira, mas foi informado do cancelamento da reunião. A crise segue sem solução à vista, e a avaliação no governo é que o distanciamento imposto pela Casa Branca. Com informações do Brasil 247

Agro bate recorde

“Ain, Lula não gosta do agro”. Pois Lula é o presidente que mais ajuda o agro, haja vista que o setor está sorrindo de orelha a orelha, mesmo com o tarifaço de Trump Bolsonaro. Se depender de Lula, o Brasil nunca será uma terra arrasada como quer o clã Bolsonaro. O plano dos golpistas deu errado mais uma vez. O Brasil não quebrou e nem vai virar uma Venezuela.

Agro bate recorde 2

As exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 15,6 bilhões em julho, o maior valor já registrado para o mês na série histórica, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O resultado representa crescimento de 1,5% em relação a julho de 2024, com acréscimo de US$ 225 milhões, impulsionado tanto pelo aumento no volume embarcado quanto pela elevação de preços.Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o café foi um dos destaques do mês, com alta de 25,3% no valor exportado. Recentemente, 32 empresas brasileiras foram habilitadas pela primeira vez, totalizando agora 452 estabelecimentos autorizados a vender este produto para a China.

Lawrence Pih sobre o Brasil atual

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "BOLSONARISMO SE COMBATE COM VERDADE 32,8 mil LAWRENCE PIH PRESIDENTE DO MOINHO PACÍFICO, o MAIOR DRODUTORI DE FARINHA DE TRIGO DA AMÉRICA LATINA 3.153 BR FELIZ BRASIL ...de nada de tentar beneficiar os pobres. unun 720"Entrevista imperdível. O empresário sino brasileiro (chinês), Lawrence Pih, destroçou com fatos a jornalista bolsonarista Leda Nagle ao falar a verdade sobre o governo Lula.
O presidente do Moinho Pacífico, o maior produtor de farinha de trigo da América Latina, e conselheiro da FIESP, fala sem rodeios sobre o governo atual e o impacto das políticas públicas. Para ele, o governo Lula se preocupa com a massa e busca equilibrar a renda no país, beneficiando os mais pobres com medidas como a isenção do imposto de renda para salários até 5 mil reais — algo que o centrão tentou barrar por anos.

Lawrence Pih sobre o Brasil atual 2

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Taxa de crescimento do PIB em relacão à passa do quarto trimestre de 2024 para primeiro de EM ALTA 2,9% Crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025 na comparação com o mesmo periodo de 2024 1,4% 12,2% os setores econômicos Alta setor de Agropecuária. em relação ao último trimestre de 2024. destaque entre 10,2% com mesmo periodo de 2024 Alta da Agropecuária em comparação R$ 3 trilhões Valores correntes gerados no primeiro trimestre de 2025 Fonte: IBGE ECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL OVERNO FEDERAL UNIÃO ERECONSTRUCAO"Lawrence destaca que a economia brasileira segue forte: crescimento de 3,4% em 2024, menor desemprego e a maior safra de grãos da história do país. Sobre o “tarifaço” dos EUA, ele vê oportunidades para encontrar novos mercados e preços melhores, refutando a retórica negativa da direita. Ele ainda afirma que o governo do PT não só apoia o agronegócio, como direciona mais recursos aos agricultores, que nunca tiveram ganhos tão expressivos.

Análise da coluna

Por que o governo Lula está dando certo e a economia vai bem de fato? Justamente por causa das políticas públicas sociais do governo que busca e está conseguindo reduzir as desigualdades e a fome no Brasil. Está tudo entrelaçado. À medida em que o governo investe no social, o mercado se beneficia diretamente desses incrementos. Mais de 90% dos benefícios como Bolsa Família, Pé de Meia, dentre muitos outros, vão parar nos supermercados, comércio, shoppings, movimentando a indústria e o agro brasileiro. Gera bilhões em arrecadação e faz o PIB crescer. No ano passado o Brasil cresceu 3,4% e no primeiro trimestre deste ano cresceu 2,9%, superando Estados Unidos e a China. O tarifaço de Trump só ajudou o Brasil. Risos.

MP Brasil Soberano

presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quarta-feira (13) a Medida Provisória Brasil Soberano, uma iniciativa voltada a reduzir os impactos econômicos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A solenidade ocorrerá às 11h30, no Salão Leste do Palácio do Planalto, em Brasília. A informação foi divulgada pelo Palácio do Planalto.

MP Brasil Soberano 2

De acordo com a agência noticiosa do Governo Federal, a MP inaugura um conjunto inicial de ações para mitigar a elevação — em até 50% — das tarifas de importação incidentes sobre bens do Brasil, medida anunciada pelo governo norte-americano. Após a assinatura, está prevista uma coletiva no Salão Oeste do Palácio. A Medida Provisória é a resposta imediata aos efeitos das novas tarifas de importação dos EUA sobre produtos nacionais. (Brasil 247)

MP Brasil Soberano 3

Em entrevista à rádio BandNews, Lula disse que o valor é apenas o começo do plano de contingência e que poderá ser ampliado de acordo com as necessidades das empresas. O presidente afirmou que, neste primeiro momento, irá concentrar ações voltadas para companhias de pequeno e médio porte, que serão mais duramente impactadas pelas tarifas. “Estamos pensando em ajudar, sobretudo, as pequenas empresas, o pessoal que exporta tilápia, frutas, mel, máquinas. As grandes têm mais poder de resistência”, disse ele. Lula ainda afirmou que estuda aplicar medidas de reciprocidade contra os Estados Unidos e que está estabelecendo “um certo padrão de fazer uma briga na Organização Mundial do Comércio (OMC)”. (Estadão)

MP Brasil Soberano 4

“Trata-se de um clássico em momentos de emergência como este: o clamor para que o governo corte gastos e seja rigoroso no cumprimento da meta fiscal sempre dá lugar a pedidos igualmente eloquentes por socorro generoso. Até aqui, Fernando Haddad parece ter tido êxito ao convencer Lula e o resto do governo a circunscrever as medidas principalmente à concessão de crédito subsidiado, condicionando o socorro à manutenção de empregos”. (Vera Magalhães, Globo)

MP Brasil Soberano 4

A expectativa era de que o anúncio do pacote de auxílio aos exportadores fosse feito na terça-feira. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula preferiu assinar a medida provisória nesta quarta, quando pretende fazer um anúncio formal do pacote em uma cerimônia em Brasília. Além da linha de crédito, a MP também deve trazer alívio tributário para os exportadores, com o adiamento na cobrança de impostos, e uma ampliação das compras governamentais de produtos de setores que foram mais atingidos pelo tarifaço. (g1)

Vídeo de Felca

Fotos: Reprodução/Youtube e Kayo Magalhães/Câmara dos DeputadosO vídeo do youtuber Felipe Bressanim, o Felca, sobre a “adultização” e a sexualização de crianças e adolescentes na internet ganhou tanta popularidade nos últimos dias que está alterando a agenda do Congresso Nacional. Pressionado pela oposição e pelo Planalto por acordos fechados à sua revelia, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aproveitou a repercussão do vídeo e anunciou que, nesta semana, a discussão ficará centrada no tema abordado por Felca. Com isso, conseguiu escapar da pressão bolsonarista e de parte do Centrão, que exigiam que o projeto de lei que acaba com o foro privilegiado entrasse na pauta. Por outro lado, Motta também se esquivou de atender ao pedido do Planalto para acelerar a votação do projeto de lei que amplia a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ávidos para entrar no debate que toma conta do país, deputados apresentaram, apenas nesta terça-feira, 32 projetos tratando do assunto. (Folha)

Lei Felca

Mas a rara rapidez dos parlamentares em apresentar propostas para se tornarem os pais da já chamada “Lei Felca” não deve adiantar muita coisa. Motta determinou a criação de uma comissão geral na Câmara e de um grupo de trabalho para elaborar uma proposta unificada contra a adultização de crianças e adolescentes na internet. Ele determinou que os trabalhos ocorram em “um prazo exíguo, para trazer uma proposta para proteger as nossas crianças”. (Metrópoles)

Lei Felca 2

Nem toda a oposição, no entanto, embarcou na onda Felca. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), ameaçou retomar a obstrução das votações em protesto ao fato de Hugo Motta não ter colocado o projeto que prevê o fim do foro privilegiado na pauta. (Globo)

Lei Felca 3

O Planalto também quer aproveitar o momento para finalmente enviar, ainda hoje, um projeto de lei para regulamentar as redes sociais para o uso de crianças e adolescentes. De acordo com o presidente Lula em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo na BandNews (veja a íntegra), o tema já está em discussão há dois meses na Casa Civil e nesta quarta deve ser finalizado em uma reunião com diferentes ministros do governo. (g1)

Lei Felca 4

O vídeo de Felca escancarou uma realidade incômoda — e a reação política expôs ainda mais hipocrisia. Enquanto a extrema direita grita contra “censura”, sabota iniciativas que protegeriam crianças, como a regulação das redes e até projetos de lei de sua própria autoria quando convém. Mistura pânico moral, algoritmos e interesses eleitorais. Já deu, né? A opinião de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)

Sidney OIiveira

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e textoUma operação do Ministério Público de São Paulo para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais prendeu, nesta terça-feira, o dono e fundador da Ultrafarma, Sidney OIiveira, e o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes. Também foi detido Artur Gomes da Silva Neto, um auditor da Diretoria de Fiscalização da Fazenda estadual, apontado pela investigação como principal operador do esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Ele coletava a documentação necessária da Fast Shop e da Ultrafarma para pedir o ressarcimento de créditos de ICMS junto à Secretaria da Fazenda. Ultrafarma não se manifestou e Fast Shop disse colaborar com as autoridades (g1)

Começou mal…

Nem bem assumiu o mandato de deputado federal, Rafael Fera (Podemos) já vislumbra tirar do coronel Chrisostomo o título de pateta na Câmara Federal. No primeiro discurso, no afã de anunciar “cheguei, Brasil”, cometeu a primeira gafe. Disse que abriria mão do plano de saúde que inexiste entre as benesses de um deputado federal. Foi alvo de chacota do colega deputado Otone de Paula (MDB-RJ).

Mudanças na Secom

O governador Marcos Rocha (União Brasil) apresentou oficialmente Renan Fernandes como o novo secretário de Comunicação do Estado de Rondônia. Fernandes afirmou que pretende manter a Secom próxima dos veículos de imprensa, com o objetivo de ampliar a divulgação das ações do governo. A mudança foi implementada pelo Chefe da Casa Civil, Elias Rezende. Com informações do site Rondônia Dinâmica.

Eleições 2026

A deputada estadual Cláudia de Jesus (PT) reúne todas as condições para disputar uma das duas vagas de senador da República. Mostrou força na eleição do novo presidente estadual do PT, Ernesto Ferreira e foi bastante tietada pelo presidente Lula. Isso abriria caminho pro pai Anselmo de Jesus disputar a Câmara Fderal e possibilitaria a eleição de Ramon Cujui à deputado estadual.

Eleições 2026-2

Em Rondônia a sucessão estadual está concentrada em Fernando Máximo (União Brasil), Hildon Chaves (PSDB), Sérgio (União Brasil) e Confúcio Moura (MDB). Para o Senado Federal, Silvia Cristina (PP) e Marcos Rogério (PL) são as principais apostas. Já para a Câmara Federal ou nome de Jesualdo Pires (PP) só cresce, enquanto para a Assembleia Legislativa, o vereador Everaldo Fogaça (Republicanos) é um dos nomes mais fortes.

Super Sid

Pode ser uma imagem de 5 pessoas, hospital e textoO superintendente do Ministério da Saúde em Rondônia, Sid Orleans, trabalha muito mas em silêncio. Vinculada à Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, é o órgão responsável por realizar articulação com os demais entes federativos no território em pautas relacionadas ao planejamento do Sistema Único de Saúde – SUS, implementação de políticas de saúde, celebração de convênios, entre outras. Atende a todos os municípios independente da cor partidária de seus prefeitos.

Super Sid 2

Há um mês, Sid Orleans anunciou ao Hospital de Amor e ao Governo do Estado tres aceleradores lineares para o tratamento do Câncer em Rondônia liberados pelo Governo Lula. A ação faz parte do PERSUS II, programa do Ministério da Saúde que moderniza e amplia a radioterapia no SUS, substituindo aparelhos antigos e instalando novos.

Super Sid 3

O NOVO PAC Seleções 2024/2025 vai inaugurar 20 novas Unidades Básicas de Saúde em 19 cidades do estado até o fim do terceiro mandato do presidente Lula. São mais de 500 milhões de reais investidos só na saúde, beneficiando Buritis, Porto Velho, Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná e Vilhena.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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Ego assassino

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Doença do século, o ego frágil assassina o gari.

Esse homicídio qualificado em BH, praticado por um CEO preso na academia, para mim, indica um aspecto central do Fascismo: o culto à personalidade.

Crucial para Mussolini, o culto à personalidade hoje se massificou pelas redes antissociais.

Vou chamar de “esteticismo” por falta de sinônimo melhor: as beldades postam cada gota de suor na esteira ou o botox do mês.

Como não há anabolizantes para o cérebro, os músculos inchados explodem na primeira dificuldade.

Egos frágeis e moral atrofiada traçam a personalidade egoísta de crianças com 30, 40 ou 80 anos de idade.

São as “crianças fascistas” que desatinam no já desatinado mundo adulto.

” espelho, espelho meu, vou te assassinar se eu envelhecer ”

Esse é o melhor diálogo que se extraiu do “eu bombado”, quando assassinou seu “algoz”, o gari que trabalha nas condições mais insalubres produzidas pela sociedade capitalista: recolhendo o lixo dos demais bombados.

Certamente, são casos (milhões) para a psicanálise, psicológica, psiquiatria, mas, como não é minha área, só entendo que o capitalismo atual sugou a última seiva de inteligência social da nossa vizinhança.

Se bem que, não conheço ninguém que mereça ter um CEO desses como vizinho…

Vinício Carrilho Martinez

Coluna Zona Franca

Dono da Ultrafarma é preso

O empresário Sidney Oliveira, dono e fundador da Ultrafarma, que se orgulha de ser o maior financiador da campanha de Ricardo Nunes e que patrocina diversos eventos da extrema direita bolsonarista, foi preso na manhã desta terça-feira (12) durante uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Secretaria da Fazenda estadual. Ele foi localizado em sua chácara, em Santa Isabel, na Grande São Paulo.

Felca X Hytalo Santos

Após a repercussão de um vídeo em que o youtuber e humorista Felca denuncia o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que vai pautar projetos de lei sobre proteção de crianças nas redes sociais nesta semana. Apenas nesta segunda-feira, foram protocolados sete projetos que tratam de temas como criminalização da “adultização” de crianças e medidas preventivas contra exploração e sexualização de menores nas plataformas. Na foto, jovens influencers de Manaus assistem sobre o assunto no Jornal Nacional. (g1 e Globo)

Felca X Hytalo Santos 2

Há tempos o governo tenta pautar projetos nesse sentido mas havia resistência da direita que falava em censura às redes sociais. Agora, politicos de direita, de esquerda e do Centrão se uniram nos últimos dias, após Felca publicar um vídeo com denúncias sobre a exploração de menores na internet.

Tarifaço é visto como ataque político

Bandeiras do Brasil e dos Estados UnidosA mais recente pesquisa do Ipsos-Ipec, divulgada pelo g1, indica que os brasileiros estão divididos sobre a melhor resposta ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos contra produtos nacionais. O levantamento revela que 49% concordam que o Brasil deveria retaliar aplicando tarifas igualmente altas sobre importações americanas, enquanto 43% discordam dessa estratégia. O estudo foi realizado entre 1º e 5 de agosto, um dia antes de o aumento entrar em vigor, e ouviu 2 mil pessoas em 132 cidades, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Entre os favoráveis à retaliação, 33% concordam totalmente e 16% parcialmente. Entre os contrários, 30% rejeitam totalmente a medida e 13% discordam em parte.

Tarifaço é visto como ataque político 2

Para 75% dos entrevistados, o tarifaço decretado pelo presidente Donald Trump tem motivação política. Apenas 12% consideram que a medida seja uma questão comercial, enquanto 5% veem ambas as motivações e 8% não souberam opinar. Essa percepção de cunho político é ainda mais forte entre pessoas de 45 a 59 anos (80%) e moradores das regiões Nordeste e Sudeste (77%).

Xi e Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou com Xi Jinping, o presidente da China, por cerca de 1 hora na manhã desta terça-feira. A imprensa chinesa relata que, durante a conversa, Xi assegurou a Lula que “a China está pronta para trabalhar com o Brasil para estabelecer um exemplo de unidade e autossuficiência entre os principais países do Sul Global”. O líder chinês ainda deu seu apoio ao “povo brasileiro na defesa de sua soberania nacional” e acrescentou que os países do Brics devem “defender, juntos, as normas básicas que regem as relações internacionais e proteger os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento”. O telefonema aconteceu a pedido de Lula. No comunicado brasileiro, foi informado também que China e Brasil “comprometeram-se a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”. A ligação ocorre depois de Lula ter conversado, na semana passada, com Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Narendra Modi, da Índia, e em meio ao tarifaço imposto por Donald Trump, que acusa o Brics de ser “anti-Estados Unidos”. No entanto, no caso chinês, Trump prorrogou a trégua tarifária por mais 90 dias. (Folha)

Reunião cancelada

Já no caso brasileiro, a primeira reunião de alto nível para discutir o tarifaço foi cancelada por conta da ofensiva do lobby encabeçado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto ao governo de Donald Trump. Foi o que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à GloboNews. Marcado para amanhã, o encontro virtual reuniria, pela primeira vez, Haddad e o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, que chegou a mandar link da reunião. “A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca tomou conhecimento da minha fala, porque eu dei a público que ia me reunir com o Bessent na quarta-feira, e agiram junto a alguns assessores do presidente Trump”. Eduardo Bolsonaro afirmou que não teve culpa pelo cancelamento e disse que o ministro da Fazenda “prefere culpar terceiros por sua incompetência”. (GloboNews e Folha)

Reunião cancelada 2

Haddad também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por acreditar que o presidente Lula resolveria a crise do tarifaço fazendo uma ligação direta para Trump. “Ele está sendo um pouco ingênuo”, disse o ministro da Fazenda na mesma entrevista. “Talvez [ele seja] uma pessoa que ainda não tem traquejo nas Relações Internacionais.” Tarcísio rebateu as críticas e afirmou que cabe a Haddad “falar menos e trabalhar mais”. (CNN Brasil)

Exportadores afetados pelo tarifaço

O ministro da Fazenda ainda afirmou que a medida provisória que o governo prepara para ajudar os exportadores afetados pelo tarifaço americano vai atuar em três frentes: financiamentos, incentivos tributários e ajustes nas compras governamentais. Haddad disse que o texto também trará reformas estruturais para ampliar o alcance dos instrumentos de apoio à exportação. A proposta está programada para ser apresentada pelo presidente Lula nesta terça-feira. (Globo)

Novas sanções contra o Brasil

Dos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro mandou um recado para o governo brasileiro por meio do jornal britânico Financial Times. Em entrevista à publicação, Eduardo afirmou que o governo americano planeja novas sanções contra o Brasil. “Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras até uma nova onda de retiradas de vistos, até questões tarifárias”, disse o deputado. (Financial Times)

Novas sanções contra o Brasil 2

A atuação de Eduardo Bolsonaro tem angariado críticas no meio político brasileiro. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), um dos ameaçados de ser enquadrado na Lei Magnitsky, afirmou que o Conselho de Ética da Casa vai analisar a atuação do parlamentar nos Estados Unidos. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse que a postura de Eduardo é “totalmente inadequada”. (Estadão)

Força-tarefa

O governo brasileiro montou uma força-tarefa para contestar formalmente o tarifaço americano nos Estados Unidos. Além de uma série de servidores experientes em negociações comerciais, a equipe conta com o apoio de um escritório americano de advocacia. De acordo com o Itamaraty, o escritório Baker McKenzie foi contratado para agir em nome do Brasil. O primeiro documento oficial deve ser entregue ao Escritório do Representante de Comércio dos EUA no dia 18 de agosto. (Valor)

Direitos humanos

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "DIREITOS HUMANOS: ESTERCO DA VAGABUNDAGEM USTRA VIVE DEPOIS DIREITOS HUMANOS DIREITOS HUMANOS"Um relatório anual sobre direitos humanos do Departamento de Estado dos EUA deve ser transmitido ao Congresso americano hoje e, segundo o Washington Post, o documento vai ter como alvos o governo da África do Sul, por alegados maus-tratos aos africâneres brancos, e o governo brasileiro por sua suposta perseguição a Jair Bolsonaro. O texto cita especificamente Alexandre de Moraes, afirmando que ele “ordenou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na plataforma de mídia social X (antigo Twitter)” de uma forma que impactou os apoiadores de Bolsonaro na extrema direita. (Washington Post)

 

                                          O É da Coisa

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "ÁDIO BAND NEWS TV REINALDO AZEVEDO ENTREVISTA PRESIDENTE LULA NO "OÉDA NO"OEDACOISA" DA COISA" TERCA-FEIRA (12) AS 18H M"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dará uma entrevista exclusiva ao âncora Reinaldo Azevedo, no O É da Coisa, na BandNews FM e na BandNews TV, hoje, terça-feira (12), a partir das 18h. Em pauta, as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, a escalada de ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal, e iniciativas prioritárias do governo federal neste segundo semestre. Essa é a terceira entrevista do president Lula ao O É da Coisa. Antes, já havia sido entrevistado em abril de 2021 e, depois de ser eleito presidente, em março de 2023.

Eleições 2026

A 14 meses das eleições gerais, em Rondônia já dá para enxergar, ainda que embaçados, dois nomes proeminentes. O primeiro, claro, senador Confúcio Moura (MDB-RO), e o segundo, deputado federal Fernando Máximo (União Brasil). O primeiro apoiado por Lula e o segundo, pelo moribundo Jair Bolsonaro. É evidente que a disputa será acirradissima. Mesmo atrás das grades, Bolsonaro ainda exercerá influência sobre o eleitorado dele que em Rondônia se sobressai. Mas Confúcio Moura deverá imprimir um ritmo acelerado quando a campanha começar. Ele vai contar com pelo menos oito partidos do bloco Caminhada Esperança.

Eleições 2026 2

Em segundo plano a coluna destaca os nomes do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) e do vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil). Ambos sem padrinhos presidenciais. É evidente que os dois terão que gastar muita sola de sapato.

Cláudia de Jesus nSenado?

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e sorrindoNesse cenário, a centro esquerda perderia seu único senador (Confúcio Moura). Dois nomes do campo da direita despontam: Marcos Rogério (PL) e Silvia Cristina (PP). A menos que a deputada estadual Cláudia de Jesus (PT) se sacrifique e dispute o Senado Federal. A coluna a vê com muita chance, além da reeleição para a Assembleia Legislativa.

Cláudia de Jesus nSenado? 2

Durante a estada de Lula em Porto Velho, a deputada foi a que mais mostrou intimidade com o presidente. Também pudera, Lula anunciou um robusto pacote de investimentos federais estratégicos para impulsionar o desenvolvimento do estado com foco em educação, saúde, infraestrutura, meio ambiente e inclusão social. O destaque foi a assinatura da ordem de serviço para implantação da ponte binacional sobre o rio Mamoré, que vai ligar Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín (Bolívia). Investimento de R$ 421 milhões pelo Novo PAC, além do primeiro Hospital Universitário do estado.

Fora do Senado

Governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), faltou com a verdade

O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), vai ter que suar muito para se eleger senador da República, como seus antecessores (Raupp, Bianco, Ivo Cassol e Confúcio Moura). Além de não ter ido receber de Lula o anúncio de obras no estado, a assessoria de comunicação dele sequer mencionou o evento no site da SECOM. Nenhuma notícia. Ignorou totalmente o evento. Igualmente fez o prefeito de Guajara-Mirim, Fábio Netinho (PP).

Caminhada Esperança

A próxima etapa do Caminhada Esperança será no dia 16 de agosto, em Ariquemes.  O evento de lançamento terá a participação dos nove municípios e dos oito partidos que compõem o movimento (há grande chance de, em breve, o Cidadania ingressar no movimento). Criado para ser o catalisador suprapartidário dos ideais progressistas no estado de Rondônia, o movimento Caminhada Esperança, que reúne o MDB, PT, PSOL, PC do B, Partido Verde, PSB, PDT e Rede foi lançado no dia 30 de maio em Porto Velho. Sob as lideranças do senador Confúcio Moura (MDB) e o ex-senador Acir Gurgaz (PDT), o movimento busca formular políticas de desenvolvimento inclusivo, garantias de direitos, sustentabilidade e melhoria na gestão pública.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê(*)  

Direitos humanos

Seguindo a orientação de Trump com relação ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, quando é que ele vai retaliar Israel por atentar contra os direitos humanos na Faixa de Gaza? Só ontem, domingo, Israel matou seis jornalistas. Mais de 60 mil palestinos já morreram, a maioria crianças inocentes. É crime de genocídio. E Trump quer penalizar Alexandre de Moraes por causa de um ex-presidente que tentou um golpe de estado e nunca se preocupou com direitos humanos, muito pelo contrário. Bolsonaro é a favor de tortura e homenageou um torturador confesso, o general Brilhante Ustra.

 

           Netanyahu promete ‘terminar o trabalho’ em Gaza

Foto: Bashar Taleb/AFPMesmo com a enxurrada de críticas internacionais — algumas vindas de seus aliados históricos —, Israel anunciou oficialmente neste domingo que o país se prepara para uma nova ofensiva na Faixa de Gaza com objetivo de tomar as áreas que ainda não foram destruídas no Norte do enclave palestino, em especial na cidade de Gaza. Em uma entrevista coletiva em Jerusalém, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que as mobilizações e os preparativos já começaram. “Dada a recusa do Hamas em depor as armas, Israel não tem outra escolha senão terminar o trabalho e completar a derrota do Hamas”, disse Netanyahu. “Desmantelar os dois redutos restantes do Hamas na Cidade de Gaza e nos campos centrais — esta é a melhor maneira de acabar com a guerra.” O Conselho de Segurança da ONU se reuniu neste domingo, um evento raro nos finais de semana, a pedido da Inglaterra, Dinamarca, França e Eslovênia para tratar do assunto. O tom foi de críticas. “Esse não é o caminho para resolver a questão, esse é o caminho para mais um banho de sangue”, afirmou o representante inglês na ONU, James Kariuki. (New York Times)

Netanyahu promete ‘terminar o trabalho’ em Gaza 2

Netanyahu voltou a negar que haja fome em Gaza, mas afirmou reconhecer que há problemas na distribuição de alimentos no enclave palestino. O primeiro-ministro israelense também refutou as acusações de que Israel comete um genocídio na Faixa de Gaza. “Se nós quiséssemos cometer um genocídio nós precisaríamos exatamente de uma tarde para fazê-lo”, disse o primeiro-ministro de Israel. (Times of Israel)

Netanyahu promete ‘terminar o trabalho’ em Gaza 3

As críticas à nova ofensiva não se resumiram à comunidade internacional. Em Israel cresce o apoio interno pelo fim do conflito. Também neste domingo a associação que reúne familiares dos reféns em Gaza anunciou que iniciará uma campanha para que o país faça uma greve geral para pressionar o governo a colocar um fim nos combates. No sábado, milhares de israelenses foram às ruas em Tel Aviv pedir que um cessar-fogo seja declarado e que as negociações para o retorno dos reféns sejam retomadas. (CNN)

Matou mais cinco jornalistas

Anas al-Sharif, prominent Al Jazeera correspondent, among five journalists killed in Israeli airstrike on Gaza | Israel-Gaza war | The GuardianEnquanto isso, um ataque israelense matou mais cinco jornalistas da rede Al Jazeera em Gaza neste domingo, anunciou a emissora do Catar. Entre os mortos está o jornalista Anas Al-Sharif, um dos repórteres mais conhecidos na cobertura da guerra em Gaza no canal árabe. Anas e os outros três jornalistas da emissora, junto com um quarto funcionário da rede de TV, estavam em uma tenda usada exclusivamente para cobertura jornalística em frente ao portão principal do hospital Al-Shifa. De acordo com a Al Jazeera, o ataque foi direcionado à tenda. Israel confirmou que atacou o local que abrigava dois repórteres e dois operadores de câmera de forma deliberada e acusou Anas Al-Sharif de comandar uma célula do Hamas responsável por ataques contra civis e soldados israelenses. A Al Jazeera condenou as acusações e a morte de seus funcionários. O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) afirma que mais de 200 jornalistas palestinos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início dos conflitos. Israel continua proibindo que jornalistas israelenses e estrangeiros entrem em Gaza para realizar coberturas jornalísticas de maneira independente. (Al Jazeera)

Cessar-fogo e resgate

Catar e Egito esperam concluir uma proposta de cessar-fogo e resgate de reféns na próxima semana. Uma delegação de membros do Hamas deve chegar ao Egito hoje, na tentativa de retomar as negociações. A nova proposta surge no meio de discussões sobre a evacuação dos residentes da Cidade de Gaza, que deverá durar três meses. (Jerusalem Post)

A diplomacia acabou

“Outro princípio [da extrema direita israelense] é que a diplomacia acabou, pelo menos com os palestinos. Isso é um feito, considerando que as negociações oficiais estão mortas desde 2014, e que as atuais conversas de cessar-fogo são meramente negociações indiretas com um ator não estatal. Também é algo estranho de defender, considerando o quão bem-sucedida a diplomacia tem sido para Israel, desde os tratados de paz com Jordânia e Egito até os firmados com os países dos Acordos de Abraão. Embora o novo plano do gabinete para a Cidade de Gaza possa supostamente ser interrompido se as negociações com o Hamas forem reiniciadas, há poucos sinais de que Israel queira que isso aconteça”. (Dahlia Scheindlin-Haaretz)

Acordo de paz

O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, disse que caberia ao presidente Donald Trump reunir o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para mediar um acordo de paz para acabar com a guerra na Ucrânia. Funcionários da Casa Branca sugeriram que estão abertos a uma reunião trilateral e Vance declarou à Fox News que a Casa Branca está “tentando descobrir, francamente, o cronograma e coisas assim, em torno de quando esses três líderes poderiam se sentar e discutir o fim deste conflito”. Trump e Putin vão se encontrar na sexta-feira no Alasca. (Washington Post)

Lula e Putin

O presidente Lula também conversou com Vladimir Putin, no sábado, dando continuidade à sua estratégia de estabelecer uma ação conjunta com os demais países do Brics para lidar com a guerra tarifária iniciada por Donald Trump. A conversa durou 40 minutos, e os dois presidentes trataram da Guerra na Ucrânia e “do atual cenário político e econômico internacional”. (g1)

 EUA X Moraes

O governo americano voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Desta vez, o autor da postagem original — republicada em português pela conta da embaixada americana no X — foi o vice-secretário do Departamento de Estado dos EUA, Christopher Landau. De acordo com ele, Alexandre de Moraes “destruiu a histórica relação de proximidade entre o Brasil e os Estados Unidos”. O texto ainda afirma que Moraes concentra “poderes ditatoriais” no Brasil. O Itamaraty reagiu com uma nota, afirmando que viu na postagem “um ataque frontal à soberania” brasileira. (BBC Brasil)

                                        Dialética do patriotismo

EUA X Moraes 2

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve se encontrar na quarta-feira com representantes da Casa Branca, em Washington, segundo seus aliados. Em seu grupo, cresce a percepção de que Gilmar Mendes, decano do STF, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, serão as próximas autoridades sancionadas pelos Estados Unidos. (Globo)

Vai pedir vistas

“São fortes os sinais de que o ministro Luiz Fux vá pedir vistas no julgamento da trama golpista. É improvável que o julgamento de Bolsonaro termine em setembro e é possível que ele entre pelos primeiros meses de 2026”. (Elio Gaspari, Folha)

Ponto final prá Bolsonaro

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto que diz "Ou o Brasil tira os golpistas em 2026 ou eles destroem o BRASIL!"Enquanto o filho dele protagoniza memes (Trump, salva meu pai) nos EUA, a justiça brasileira caminha para concluir o processo contra Jair Bolsonaro. O processo que investiga o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado entra nesta semana em sua etapa decisiva no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com informações da CNN Brasilsete réus do chamado “núcleo 1” da ação — considerado central para o desenvolvimento do plano golpista — têm até quarta-feira (13) para entregar suas alegações finais à Corte.

Ponto final prá Bolsonaro 2

Essa é a última chance para que as defesas apresentem argumentos e provas na tentativa de convencer os ministros a absolver seus clientes. Após a entrega dos documentos, o relator, ministro Alexandre de Moraes, poderá finalizar seu voto e liberar o caso para julgamento. Caberá então ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, marcar a data da sessão. A previsão é que a decisão sobre a condenação ou absolvição de Bolsonaro ocorra já em setembro.

Ponto final prá Bolsonaro 3

Além de Bolsonaro, respondem no núcleo 1 os ex-ministros Alexandre Ramagem, Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e o ex-comandante da Marinha Almir GarnierCid, por ter firmado acordo de delação premiada, já apresentou suas alegações finais. No documento, afirmou que “não compactuou com qualquer plano de golpe” e que atuava alinhado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, apresentando diálogos como prova de que se opunha à ruptura institucional.

Ponto final prá Bolsonaro 4

O caso avança em meio a um ambiente político tenso. Na semana passada, Alexandre de Moraes determinou prisão domiciliar de Bolsonaro, no âmbito de outro inquérito que apura suposta tentativa de obstrução das investigações e conspiração contra o Estado brasileiro durante sua estadia nos Estados Unidos. A decisão provocou manifestações de apoiadores do ex-presidente em Brasília, com concentrações em frente à sua residência, carreatas e buzinaços.

No Congresso Nacional, a oposição reagiu com protestos. Parlamentares da direita ocuparam mesas diretoras, usaram adesivos na boca e pressionaram pela abertura de processo de impeachment contra Moraes. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), declarou que pautará um projeto de anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro “na primeira oportunidade” em que presidir a Casa. (Brasil 247)

CPMI do INSS

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e textoTá explicado porque acabou aquela ansiedade pela CPMI do INSS. Tem dente de coelho (desconfiança, suspeição) nesse imbróglio. Por isso não se fala mais sobre o assunto. Em 12 de maio, foi protocolado o pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar descontos ilegais nas folhas de benefício de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Investigações da Poíicia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontaram, em abril, a existência de um esquema de cobrança de mensalidades irregulares descontadas dos benefícios de aposentados e de pensionistas sem autorização. Os desvios, entre os anos de 2019 e 2024,  foram estimados em R$ 6,3 bilhões. O governo federal já devolveu quase a totalidade dos desvios aos aposentados, mas as investigações continuam e os culpados devem ser punidos.

Cidadão Honorário

Acusado de diversos crimes, dentre eles de movimentar de forma suspeita de mais de 4 bilhões oriundos do INSS, o advogado Nelson Wilians foi agraciado em Rondônia com o título de Cidadão Honorário. O advogado é acusado de assédio moral e violência processual de gênero apresentada por sua ex-sócia Lívia de Moura Faria Caetano no escritório de advocacia sediado em São Paulo.

Cidadão Honorário 2

O parecer concluiu que manifestações apresentadas por Wilians e outros advogados da banca, no curso de uma ação judicial, extrapolaram os limites da defesa técnica e incorporaram linguagem com conteúdo “sexista, pessoal e moralmente desqualificador”. Segundo o documento, termos como “histérica”, “colérica”, “fetiche” e “delírio” foram utilizados para deslegitimar a atuação da autora, configurando possível infração ao Estatuto da Advocacia e ao Código de Ética da OAB.

Faltou com a verdade

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e texto que diz "MPU hd πυπππαιος IGITI o 9h. Durante entrevista, Gove... Ver mais Governador Marcos Rocha diz que só não foi a evento com Lula porque soube em cima da hora. Segundo ele, iria, já que os investimentos anunciados foram pedidos dele GHUMORRONDONIENSE ន្្រ иcи PEDIDOS QUE EU FIZ AO GOVERNO FEDERAL"Numa entrevista no último sábado, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), disse que foi pego de surpresa e por isso não foi ao evento com Lula. Faltou com a verdade, mais conhecida como mentiu. Também Faltou com a verdade (mentiu de novo) ao dizer que tudo que Lula anunciou foi ele quem pediu, inclusive a construção da ponte binacional. No evento, Lula lembrou que chamou todos os governadores em Brasília para que levassem as principais reivindicações.

Faltou com a verdade 2

Em janeiro de 2023, governadores dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal levaram ao presidente Lula, as prioridades de seus governos para os quatro anos seguintes. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto. Portanto, MR faltou com a verdade.

Irmão João

Pode ser uma imagem de 3 pessoas, hospital e textoSabe o idoso que agrediu militantes petistas na última sexta-feira, por ocasião da vinda de Lula à Porto Velho? Trata-se de Irmão João, ex-candidato a deputado estadual pelo PL, em 2022. Nas imagens é visível que ele provoca lulistas até que é veementemente impedido. Irmão João foi parar no pronto socorro João Paulo 2.

Irmão João 2

Nas redes sociais Irmão João é tratado como vítima de petistas raivosos, quando, na verdade, foi ele quem provocou até receber o tratamento carinhoso. Segundo fontes, IJ vai disputar de novo a deputado estadual em 2026. Agora vai.

Cara de paisagem

Nas redes sociais, nos grupos de WhatsApp, não se fala de outra coisa. A imagem estática do prefeito de Guajara-Mirim, Fábio Netinho (PP), durante o evento com Lula em Porto Velho na última sexta-feira. O prefeito nem piscou. Fez o tempo todo cara de paisagem. Nem quando foi assinada a ordem de serviço para a tão esperada ponte binacional, ele se manifestou. Sem aplausos, sem sorrisos. Será que ele é dono de chalanas que transportam passageiros prá “la banda”? Com a ponte esse serviço acabará.

Sérgio Gonçalves

Já o vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil), por seu turno, discursou, acompanhou todo o evento e ainda bateu palmas quando Lula disse que o maior “problema” dele é que governa para todos os 220 milhões de brasileiros. Sérgio Gonçalves fez o papel de bom anfitrião. Bem diferente de Marcos Rocha, que se pudesse estaria em Israel. Falando no vice-governador, ele está agradando. O nome dele tem crescido vertiginosamente. Tem se comportado melhor do que o titular. Gonçalves é família de verdade e não se esconde dentro de uma bíblia. Fala sempre a verdade. Enquanto uns e outros…

Monopólio

Ninguém ganhou mais com a vinda de Lula à Rondônia do que a deputada estadual Cláudia de Jesus (PT). Única petista no palco com o presidente. Uma pena que outros virtuais candidatos petistas às eleições de 2026 não tenham tirado proveito. Esse monopólio poderá custar caro. O PT corre o risco de mal reeleger a deputada. Faltou marketing ao PT de Rondônia. Aliás, não se produziu nenhum release oficial do PT à imprensa sobre a viagem do presidente à Rondônia.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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“Ditadura de Trump já está instalada nos EUA”, diz jornalista americana

A apresentadora Rachel Maddow, da MSNBC, afirmou que os Estados Unidos já atravessaram o limite que muitos temiam: vivem sob um governo autoritário liderado pelo presidente Donald Trump.

Em um monólogo incisivo no “The Rachel Maddow Show”, ela citou como evidências as operações massivas de imigração, detenções sem causa provável e o uso das Forças Armadas dentro do país.

“Já cruzamos a linha. Estamos em um lugar em que não queríamos estar, mas chegamos lá. Aquilo sobre o que alertávamos nos últimos anos não está por vir, já chegou. Estamos vivendo isso”, disse Maddow.

Segundo ela, a sensação de normalidade — com filmes sendo lançados, esportes sendo disputados e famílias mantendo suas rotinas — mascara mudanças profundas na vida nos EUA, que, em sua visão, está “profundamente diferente de seis meses atrás”. Maddow foi direta: “Temos uma ditadura em consolidação em nosso país”.

A apresentadora apontou que o governo de Trump opera, na prática, com uma “polícia secreta” — referência ao ICE (Imigração e Alfândega), descrita por ela como uma força “anônima, mascarada, sem liderança identificável e com recursos ilimitados”, atuando para “instalar o medo máximo” e usar “força máxima”.

Ela comparou a atuação desses agentes ao que se espera de regimes autoritários: prender pessoas sem acusação, sem permitir acesso a advogados, e transferi-las para locais de detenção mantidos em sigilo. Um desses centros, apelidado por republicanos de “Alcatraz do Jacaré” na Flórida, foi classificado por especialistas como um desastre humanitário iminente.

Maddow também alertou que a militarização interna avança. Segundo ela, em vários estados, bases militares já expandiram suas áreas de jurisdição por centenas de quilômetros para permitir que tropas em serviço ativo tenham poder de prender e revistar cidadãos em solo americano.

“Não estamos caminhando para isso. Já estamos vivendo isso. Essa é a realidade em que estamos agora. Então, dado que você vive em um país com um líder autoritário, a questão é: o que você pode fazer pelo seu país?”, concluiu.

Deu no Metropoles: Parecer da OAB complica Nelson Wilians em denúncia de assédio moral

Parecer da OAB-DF aponta violência processual de gênero e possível infração ética em atuação do advogado Nelson Wilians contra ex-sócia

A Comissão da Mulher Advogada da OAB do Distrito Federal emitiu parecer técnico que reforça acusações contra o advogado Nelson Wilians, também conhecido por sua exposição nas redes sociais.

O documento sigiloso integra processo disciplinar que apura denúncia de assédio moral e violência processual de gênero apresentada por sua ex-sócia Lívia de Moura Faria Caetano no escritório de advocacia sediado em São Paulo.

O parecer obtido pela coluna conclui que manifestações apresentadas por Wilians e outros advogados da banca, no curso de uma ação judicial, extrapolaram os limites da defesa técnica e incorporaram linguagem com conteúdo “sexista, pessoal e moralmente desqualificador”.

Segundo o documento, termos como “histérica”, “colérica”, “fetiche” e “delírio” foram utilizados para deslegitimar a atuação da autora, configurando possível infração ao Estatuto da Advocacia e ao Código de Ética da OAB.

O texto afirma que as condutas se enquadram como violência processual de gênero — prática que, de acordo com o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do CNJ, consiste no uso do processo para constranger, silenciar ou revitimizar mulheres.

Cita, ainda, jurisprudência do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios) que reconhece a figura do “lawfare de gênero” como abuso de procedimentos judiciais para enfraquecer e subjugar mulheres.

Entre as recomendações, o parecer sugere o recebimento e processamento regular da representação, a apuração rigorosa das condutas e, se for o caso, a aplicação de suspensão preventiva do exercício profissional. Também propõe oficiar o Judiciário para retirar dos autos as manifestações consideradas ofensivas.

O caso, revelado pela coluna em maio, segue em análise pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/DF.

A denúncia

Lívia de Moura Faria Caetano integrou a sociedade advocatícia de Nelson Wilians por 12 anos. Ela acusa o ex-colega e outro sócio do escritório, João Carlos Salles de Carvalho, de quebra de decoro profissional, tratamento desrespeitoso e “inobservância ao dever de urbanidade”.

Os supostos ataques teriam ocorrido após a saída de Lívia de Moura do escritório de Wilians. Dez meses depois de se desvincular da banca, ela ingressou com uma ação cautelar na Justiça para que os ex-colegas apresentassem documentos e informações do período em que esteve associada ao advogado.

Segundo a denúncia, em resposta, Wilians e seus sócios teriam abandonado o debate jurídico da ação e atribuído o processo a uma postura “histérica, colérica e ingrata” da ex-sócia.

Procurada, Lívia de Moura informou que não comentaria o caso, uma vez que o processo corre em sigilo.

Defesa se manifesta

Para a defesa de Nelson Wilians, os esclarecimentos já foram feitos: “O advogado João Carlos Salles de Carvalho afirma que todos os esclarecimentos já foram prestados à OAB/DF, em processo sigiloso, e que a atuação da defesa foi firme e combativa, dentro dos limites da advocacia.”

“A juíza Thaissa de Moura Guimarães corroborou esse entendimento ao destacar, em decisão de primeiro grau, que não houve ofensa nos autos, apenas linguagem combativa, rejeitando o que classificou como tentativa de vitimização sem respaldo judicial.”

Fonte: Metropoles

Prefeito de Guajara-Mirim entrou mudo e saiu calado de evento com Lula em Porto Velho

A reportagem de A Democracia fez uma busca nos principais sites de notícias de Rondônia, além do Google e grupos de redes sociais, e não encontrou nenhuma referência do prefeito de Guajara-Mirim, Fabio Netinho (PP) acerca da presença dele no evento sobre a autorização para a construção da ponte binacional entre o Brasil e a Bolívia, realizado em Porto Velho, Rondônia, na última sexta-feira, 8.

O evento que contou com as presenças de dois presidentes, Lula (Brasil) e Luis Arce (Bolívia), foi destaque na mídia nacional e estrangeira, dada à importância da obra orçada em 400 milhões de reais. Porém, o prefeito bolsonarista de Guajara-Mirim fez questão de entrar mudo e sair calado, demonstrando total desprezo pelas ações do governo federal.

Da mesma região, o prefeito de Nova Mamoré, Marcelio Brasileiro (PL), também teve discreta presença no evento, registrada pelo portal Guajara Notícias. A ausência do governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), bolsonarista, foi questionada. Ele foi representado pelo vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil). O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), esteve presente, discursou e agradeceu ao governo federal pelas ações em prol da capital.

Pela manhã, demonstrando civilidade, o bolsonarista governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), recebeu o presidente Lula no aeroporto de Rio Branco, discursou e agradeceu pelas obras do governo federal.

Do jeito que o prefeito Fabinho Neto chegou, assim permaneceu durante todo o evento. Nem fez questão de sair na foto com os dois presidentes sul-americanos. Fabio Netinho ficou sério o tempo todo, demonstrando incômodo. Mas teve que ouvir da ministra Simone Tebet sobre a tentativa de golpe de estado perpetrado pelo ex-presidente Bolsonaro. No retorno à Guajara-Mirim, o prefeito não deu nenhuma entrevista sobre a importante obra.

A ponte binacional

WhatsApp Image 2025-08-08 at 20.31.57.jpegApós mais de um século de espera, brasileiros e bolivianos finalmente vão ver sair do papel uma promessa feita ainda em 1903, quando o Tratado de Petrópolis foi firmado e o Acre anexado ao Brasil.

Trata-se da ponte binacional que ligará as cidades de Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayaramerín, que pertence ao departamento boliviano de Beni. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada nesta sexta-feira (8), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.

“Retorno a Rondônia após dois anos e meio e tenho orgulho de que trouxemos obras que marcarão o futuro, como esta ponte. Governar não é apenas fazer obras, é transformar a vida das pessoas”, destacou o presidente Lula.

O empreendimento, que deve ser entregue em até três anos, receberá um aporte de R$421,398 milhões do Governo Federal e irá beneficiar cerca de 180 mil pessoas na fronteira Brasil-Bolívia. A estimativa considera não apenas os moradores dos municípios diretamente ligados pela travessia, mas também populações de distritos vizinhos, trabalhadores em circulação e áreas conectadas pelas BRs 425 e 421.

“O tempo da espera acabou. Desde 1903, essa ponte era aguardada. Quando o Governo Federal retomou esse compromisso e incluiu a obra no Novo PAC, ficou claro que ela deixaria de ser promessa para se tornar realidade. Enquanto alguns constroem muros, separam pessoas e criam barreiras, nós trabalhamos para construir pontes, promover a integração com os países vizinhos e melhorar a vida de quem mais precisa”, afirmou Renan Filho.

Still 2025-08-08 143005_2.2.1.pngO presidente da Bolívia, Luis Arce, presente à cerimônia, destacou a importância da obra.“Esta obra vai muito além da infraestrutura; é um símbolo da integração e da irmandade entre nossos povos, fortalecendo nossas relações e o intercâmbio comercial por meio da produção nacional e da articulação binacional e regional. Ela representa um presente para o bicentenário da independência da Bolívia e uma conquista para o desenvolvimento do norte boliviano”, celebrou.

Já o prefeito de Guayaramerín, Ángel Freddy Maimura Reina, relembrou que esse é um sonho antigo, esperado há mais de 100 anos.

“Guayaramerín e Guajará-Mirim são cidades gêmeas, que sempre estiveram ligadas historicamente, às vezes até com os mesmos costumes. Temos pessoas que vivem no Brasil, mas cujos filhos estudam na Bolívia. Também temos brasileiros que vivem em Guayaramerín, cujos filhos estudam no Brasil. Com essa ponte, será possível visitar familiares e amigos em poucos minutos”, explicou Reina.

Fontes: A Democracia com informações da Agência Brasil

 

Após nova ofensiva trumpista, governo Lula acusa EUA de ataque à soberania do país

O governo brasileiro reagiu neste sábado (9) a declarações de autoridades americanas que, sem citar nomes, fizeram referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As manifestações partiram do vice-secretário do Departamento de Estado, Christopher Landau, e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

Em postagens publicadas no X, as autoridades americanas afirmaram que “um juiz” teria “usurpado o poder” da Corte. O Executivo classificou as declarações como “um novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que derrotou uma tentativa de golpe de Estado”. A nota reforça que o Brasil “não se curvará a pressões, venha de onde vierem”.

A mensagem divulgada pela embaixada, em português, é semelhante à de Landau e está vinculada a ela na rede social. O Itamaraty declarou que as afirmações do vice-secretário americano são “falsas”. As postagens foram feitas um dia após a convocação do encarregado de Negócios da embaixada, Gabriel Escobar, para dar explicações sobre outra nota com ameaças a aliados de Moraes.

 

Atualmente, Escobar é o principal representante dos Estados Unidos no Brasil, já que o presidente Donald Trump ainda não nomeou um novo embaixador para o posto. A última representante, Elizabeth Frawley Bagley, deixou a função após a posse de Trump.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também se manifestou nas redes sociais. Ela classificou a declaração de Landau como “arrogante” e “gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade”. Gleisi criticou ainda a família Bolsonaro, citando “chantagem de Trump” e o “motim bolsonarista” pela anistia.

 

As publicações de Landau e da embaixada ressaltam a importância da separação de poderes e afirmam que “não significa nada” se um deles puder intimidar os demais. O texto acusa um único ministro do STF de “usurpar poder ditatorial” e de prejudicar a relação entre Brasil e Estados Unidos, mencionando tentativas de aplicar a lei brasileira em território americano.

A mensagem também descreve a situação como “sem precedentes e anômala” e questiona se há registro na história de um juiz “não eleito” que tenha assumido o controle do destino de uma nação. Segundo os autores, “o usurpador se reveste do Estado de Direito, enquanto os demais poderes afirmam estar impotentes para reagir”.

Na semana passada, o governo dos Estados Unidos incluiu Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção em larga escala. O Itamaraty reafirmou que seguirá defendendo a soberania e as instituições brasileiras em qualquer foro internacional.

Diario do Centro do Mundo

VIDEO ‘Estados Unidos não podem se enganar, nosso maior parceiro comercial é a China, a Ásia’, diz Tebet em Rondônia

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou nesta sexta-feira (8) que o Brasil mantém relações comerciais estratégicas com os Estados Unidos, mas destacou que a China e a Ásia são atualmente os principais parceiros comerciais do país.

A declaração ocorre em meio à crise comercial aberta após o governo dos EUA anunciar um tarifaço sobre produtos brasileiros. O aumento das tarifas foi classificado por autoridades brasileiras como uma medida unilateral e fora dos padrões da diplomacia e do comércio internacional. Desde então, o governo Lula tem tentado abrir canais de negociação para evitar prejuízos maiores.

Durante agenda em Rondônia, junto com o presidente Lula, Tebet citou o projeto de uma ferrovia que ligará o Atlântico ao Pacífico, passando por diversos estados brasileiros até chegar ao porto de Chancay, no Peru, com apoio chinês.“A China vai ser parceira do Brasil em projeto que vai integrar a ferrovia que vai ser a primeira a interligar dois oceanos. […] Para fazer com que os nossos produtos cheguem mais rápido para a Ásia e tragam os produtos da Ásia para cá”, disse a ministra.

Segundo ela, a obra vai partir da Bahia, passando por Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até chegar ao litoral peruano.

“No momento em que o multilateralismo está sendo ameaçado, nós temos sim que respeitar os Estados Unidos. Precisamos dos EUA como parceiros comerciais. Mas os Estados Unidos não podem se enganar: o nosso maior parceiro comercial hoje é a China, é a Ásia.”

G1

Em Rondônia, Lula diz que golpistas ‘são tão covardes que pedem anistia antes de serem julgados’

O presidente repudiou as sanções anunciadas pelos EUA contra o Brasil e deu novos recados a Donald Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira (8) a tentativa de interferência do governo Donald Trump (EUA), que citou o inquérito da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro (PL) para aplicar sanções à economia brasileira e ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Durante evento em Rondônia, Lula demonstrou repúdio ao movimento defendido por bolsonaristas de anistiar o ex-mandatário e seus apoiadores envolvidos em tentativas de ruptura institucional. Atualmente, Bolsonaro está em prisão domiciliar e cumpre medidas cautelares.

“Um traidor da pátria. São tão covardes, que pedem anistia antes de ser julgado. Ele sabe que é culpado. Tramou um golpe. Não é a oposição quem está dizendo, é o ajudante de ordem (Mauro Cid)”, afirmou Lula.

“O presidente americano precisa saber que aqui só tem um dono: é o povo, ninguém mais. O Judiciário no Brasil tem autonomia. Soberania é um direito sagrado de cada nação”, acrescentou.

Entre as principais medidas anunciadas pelo governo Lula está a autorização para a construção do primeiro hospital universitário de Rondônia, fruto de uma parceria entre a Universidade Federal de Rondônia (Unir), a Ebserh e a Prefeitura de Porto Velho. Além disso, será inaugurada a Clínica Veterinária da Unir no Campus Rolim de Moura, que recebeu R$ 5,9 milhões em investimentos e atenderá cerca de 300 alunos.

Outro projeto retomado é o Teatro Universitário da Unir, paralisado há dez anos. Com recursos do Novo PAC Educação, a obra já recebeu R$ 8,2 milhões e terá capacidade para 400 pessoas.

O Instituto Federal de Rondônia (IFRO) também será ampliado, com R$ 25 milhões destinados à construção de um novo campus em Buritis, além da consolidação de unidades já existentes.

O programa Luz para Todos avança com a 8ª etapa em Rondônia, beneficiando 5.779 famílias rurais com um investimento de R$ 173,9 milhões. Desde 2003, o programa já atendeu mais de 430 mil pessoas no estado.

Outro marco será a ordem de serviço para a construção da ponte binacional sobre o Rio Mamoré, ligando Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín (Bolívia). Com investimento de R$ 421 milhões, a obra deve durar 36 meses e fortalecer a integração regional.

O Fundo Amazônia destinará R$ 55,4 milhões para projetos de bioeconomia em Rondônia, com foco na agricultura familiar sustentável. Desde 2023, já foram aprovados R$ 89 milhões em recursos para o estado.

Além disso, o projeto Sanear Amazônia receberá R$ 13 milhões para garantir acesso à água potável e promover a inclusão social de famílias locais.Reforma Agrária e Regularização FundiáriaSerão entregues 152 títulos de propriedade a famílias assentadas, além da criação de três novos assentamentos, totalizando 157 lotes em uma área de 15.544 hectares.

Três cidades rondonienses foram selecionadas para receber até R$ 29,2 milhões do Fundo Amazônia, desde que cumpram requisitos ambientais, integrando o Plano de Prevenção ao Desmatamento na Amazônia (PPCDAm).

Os investimentos reforçam o compromisso do Governo Federal com o desenvolvimento sustentável de Rondônia, abrangendo educação, infraestrutura, energia e preservação ambiental.

Do Brasil 247

 

Motta envia pedido de afastamento de 15 deputados após motim na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enviou à Corregedoria da Casa os pedidos de afastamento, por até seis meses, de 14 deputados da oposição que participaram do motim no Congresso Nacional e de uma deputada acusada de agressão.

As medidas precisam ser votadas pelo Conselho de Ética da Casa.

Os oposicionistas são, em maioria, do Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, e do Novo, e participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara, obstruindo a retomada dos trabalhos legislativos. Já a deputada do PT é acusada de agredir o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).

Os deputados citados são:

  1. Marcos Pollon (PL-MS);
  2. Zé Trovão (PL-SC);
  3. Júlia Zanatta (PL-SC);
  4. Marcel van Hattem (Novo-RS);
  5. Paulo Bilynskyj (PL-SP);
  6. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
  7. Nikolas Ferreira (PL-MG);
  8. Zucco (PL-RS);
  9. Allan Garcês (PL-TO);
  10. Caroline de Toni (PL-SC);
  11. Marco Feliciano (PL-SP);
  12. Bia Kicis (PL-DF);
  13. Domingos Sávio (PL-MG);
  14. Carlos Jordy (PL-RJ); e
  15. Camila Jara (PT-MS).

A decisão foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara após reunião na tarde desta sexta-feira (8). 

“A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, informou em nota a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.

Após passarem pela corregedoria, onde as imagens serão analisadas, os processos voltarão à Mesa Diretora para, então, irem ao Conselho de Ética.

Acusações e defesas

Nesta manhã, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou à Mesa Diretora um ofício em que pedia a abertura de processo disciplinar e a suspensão cautelar de cinco parlamentares bolsonaristas. A suspensão de Camila Jara foi pedida por deputados oposicionistas.

Último a levantar-se da cadeira da Presidência da Câmara, Pollon é acusado de impedir a retomada dos trabalhos e de xingar Motta dias antes. Em postagem nas redes sociais, Pollon alega ser “autista” e não entender o que estava acontecendo, sentando-se momentaneamente na cadeira de Motta para pedir conselhos a Van Hattem, que estava ao lado.

Zé Trovão, segundo o PT, o PSB e o PSOL, é acusado de tentar impedir fisicamente o retorno de Motta à Mesa Diretora.

Zanatta é acusada de usar a filha de quatro meses como “escudo”, além de colocar a bebê em ambiente de risco e de tensão.

Bilynskyj é acusado de “tomar de assalto e sequestrar” a Mesa Diretora do Plenário e de ocupar a Mesa da Comissão de Direitos Humanos, impedindo o presidente da comissão de exercer suas funções. O ofício também citou a agressão ao jornalista Guga Noblat, flagrada por câmeras.

Zé Trovão, Zanatta e Bilynskyj não tinham se manifestado nas redes sobre a decisão de Motta até o momento.

Na sessão de quinta-feira (7), Zé Trovão disse não ter incentivado a violência, apenas tentado impedir a retirada de parlamentares à força. Em postagem anterior, a parlamentar disse que parlamentares de esquerda “odeiam as mulheres e a maternidade”.

Van Hattem é acusado de tomar de assalto e “sequestrar” a cadeira da presidência. Van Hattem postou um trecho do Hino Nacional. Em vídeo anterior, disse que uma eventual suspensão do mandato pedida pelo PT seria golpe.

Os demais parlamentares do PL foram incluídos em uma representação individual do deputado João Daniel (PT-SE).

Em relação a Camila Jara, a parlamentar é acusada de empurrar Nikolas Ferreira durante uma discussão para a retomada do controle do plenário da Câmara.

A assessoria da deputada nega qualquer agressão e afirma ter havido um “empurra-empurra” em que a parlamentar afastou Nikolas, que teria se desequilibrado

* Com informações da Agência Câmara

Lula sanciona com vetos projeto que flexibiliza licenciamento ambiental

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, nesta sexta-feira (8), com vetos, o projeto de lei que modifica regras para o licenciamento ambiental. A informação foi divulgada pela secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, durante evento no Palácio do Planalto, que contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Dos quase 400 dispositivos previstos na lei, Lula vetou 63. Segundo Belchior, a decisão se baseou em quatro diretrizes: garantir a integridade do processo de licenciamento, dar segurança jurídica a empreendimentos e investidores, assegurar direitos de povos indígenas e quilombolas e incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil sem comprometer a qualidade.

O governo também enviará ao Congresso um projeto de lei com urgência constitucional para repor parte dos dispositivos vetados, com nova redação, a fim de evitar vácuos na legislação.

Belchior informou ainda que o presidente assinará uma medida provisória para dar eficácia imediata à Licença Ambiental Especial, que permite autorizar de forma mais rápida obras e empreendimentos considerados estratégicos pelo governo federal, independentemente do impacto ambiental. A MP entrará em vigor com a publicação no Diário Oficial da União e precisará ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para não perder validade.

Marina Silva afirmou que não será adotado um “licenciamento monofásico” e que todas as etapas do procedimento serão cumpridas.

O Congresso Nacional, que aprovou o projeto, decidirá em sessão a ser marcada se mantém ou derruba os pontos vetados por Lula. A decisão do presidente foi tomada após reuniões com ministros como Marina Silva (Meio Ambiente), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

Do Brasil 247 e

Sóstenes recua e isenta Motta de pacto sobre foro e anistia: ‘não houve compromisso, peço perdão’

Parlamentar bolsonarista afirma que “não há vencedores ou vencidos” , culpa “abalo emocional” pela crise no plenário e pede recondução política na Casa

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), voltou atrás nesta quinta-feira (7) e negou a existência de um acordo entre a oposição e o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para interromper a obstrução das votações. As declarações foram feitas um dia após Cavalcante afirmar que havia um compromisso firmado para pautar propostas sensíveis, como o fim do foro privilegiado e a anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Segundo o jornal O Globo, Sóstenes fez um apelo de reconciliação e reconheceu ter se excedido nas críticas a Hugo Motta. “Num dia como ontem, não há vencedores ou vencidos. O presidente Hugo não foi chantageado por nós e não assumiu compromisso com nenhuma pauta. Os líderes dos partidos que assumiram foram PSD, União Brasil e Progressistas”, declarou.

Em seguida, o líder do PL foi além e dirigiu um pedido direto de desculpas ao presidente da Câmara. “Eu não fui correto e te peço perdão, presidente. Muitos colegas, no auge da emoção… Uma colega da esquerda agrediu o deputado Nikolas [Nikolas Ferreira (PL-MG)], mas, se depender do PL, não faremos representação. Estávamos emocionalmente desestruturados. Esta Casa precisa de recondução. Peço desculpas a todos, se fui indelicado.”

A declaração de recuo contrasta com o tom adotado por Sóstenes no dia anterior, quando havia dito que existia um entendimento entre os parlamentares para colocar em pauta temas de interesse da oposição. Na ocasião, o deputado afirmou que “o presidente Hugo Motta pediu aos líderes aqui representados” e que teria sido “construído um compromisso de que na próxima semana abriremos os trabalhos nesta Casa pautando mudança do foro privilegiado para tirar a chantagem que muitos deputados e senadores vêm sofrendo por parte de alguns ministros do STF”.

Na esteira da crise, após uma reunião com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), integrantes do PL e de legendas do centrão se dirigiram ao gabinete de Motta. O encontro contou também com a presença do senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. Após a conversa, os líderes, acompanhados por Hugo Motta, anunciaram no plenário que os parlamentares da oposição deixariam os cargos na Mesa Diretora — uma decisão que inicialmente encontrou resistência, mas acabou sendo acatada.

Do Brasil 247

 

Motta desmente bolsonaristas e diz que não prometeu pautar anistia

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou a interlocutores ter feito qualquer acordo com parlamentares bolsonaristas para pautar o projeto de anistia aos golpistas de 8 de Janeiro, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Na quarta-feira (7), após o fim da ocupação da Mesa Diretora por deputados da oposição, líderes de partidos como PL, Novo, PP, União Brasil e PSD sinalizaram que havia um entendimento com Motta para colocar a proposta em votação. Segundo esses parlamentares, o acordo teria sido costurado como parte das negociações para encerrar o motim bolsonarista.

No entanto, de acordo com interlocutores, Motta afirmou que não assumiu compromisso algum com a votação da anistia. O presidente da Câmara disse que o acordo foi apenas entre os partidos.

Parlamentares da oposição confirmaram que o presidente da Casa não se comprometeu com a pauta. O acordo, segundo eles, foi apenas entre os líderes, em busca de apoio para tentar avançar com a proposta.

A ocupação do plenário foi motivada por protestos contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou medidas restritivas a Bolsonaro. Os deputados também pressionam pela votação do projeto de anistia.

Deputado bolsonarista barra Motta na Câmara

Motta foi inicialmente impedido de ocupar a cadeira da Presidência durante a tentativa de abertura da sessão na noite de ontem. O bloqueio partiu do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que já ocupava o assento em protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro.

A cena gerou tensão no plenário, que estava tomado por parlamentares da oposição desde a noite anterior. Após breve diálogo com Motta, Van Hattem cedeu e permitiu que o presidente da Câmara assumisse seu lugar para tentar dar início à sessão.

Motta se reuniu com líderes partidários e convocou uma sessão para as 20h30. Quando chegou ao plenário, uma hora depois, encontrou a mesa ainda ocupada por deputados da oposição, que permaneceram de pé mesmo após seus pedidos para que se retirassem.

A Polícia Legislativa chegou a ser posicionada na porta do plenário como forma de garantir o acesso do presidente da Câmara. Motta já havia avisado que suspenderia o mandato de quem tentasse impedir a realização da sessão. Apesar do impasse, conseguiu ocupar a cadeira e avançar com os trabalhos legislativos.

Diario do Centro do Mundo

Da oração à morte: Michelle Malévola Bolsonaro quer vender vapes, armas e bebidas com marca Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, conhecida por ser pregadora evangélica fervorosa e ter familiares ligados ao pecado, achou por bem fazer uso dos talentos hereditários e investir em marcas e produtos que trazem malefícios e morte aos brasileiros: armas, bebidas, cigarros e os chamados “vapes”, vaporizadores de nicotina que matam mais que cigarro comum.

É o que mostram os documentos do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em que se encontram os pedidos da ex-primeira dama para registrar marcas relacionadas a seu marido (como “Jair Bolsonaro” e “Mito”) para vender produtos que causam morte e vício.

No dia 12 de julho do ano passado, por exemplo, Michelle deu início a um processo junto ao INPI para registrar a marca “Jair Bolsonaro” para a produção e venda dos seguintes produtos: fósforos, isqueiros para fumantes, tabaco e vaporizadores para fumantes. Veja documento, abaixo.

Crédito: INPI

Vaporizadores para fumantes são os chamados “cigarros eletrônicos”, também conhecidos como “vapes“.

A prevalência do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes no Brasil é cinco vezes maior do que a de consumo do tabaco convencional e está acima da média nacional e do uso entre adultos, mostram dados do terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD III).

Segundo a pesquisa, 5,6% da população com 14 anos ou mais utiliza os dispositivos no Brasil, 3,7% de forma exclusiva e 1,9% em conjunto com o tabaco convencional. Já entre os adolescentes de 14 a 17 anos, a prevalência é maior: 8,7% dos jovens consumiram vapes no último ano. Enquanto isso, entre os adultos, o percentual foi de 5,4%.

Os números do levantamento, realizado pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com parceria da Ipsos e financiado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), foram apresentados nesta quinta-feira.

“Destaco as meninas, em que o percentual chega a quase 10% de prevalência. Estamos vendo uma mudança enorme de uma tendência de sucesso de queda no consumo de nicotina. Mas agora com um novo formato. Tivemos uma história maravilhosa de sucesso de políticas públicas, que geraram uma queda vertiginosa no tabagismo, mas esse novo desafio quebrou completamente essa trajetória”,  disse Clarice Sandi Madruga, professora de Psiquiatria Unifesp e coordenadora da pesquisa, na coletiva.

Michelle também deseja ter marca de vinho com o seu nome

Apesar de ser evangélica e, oficialmente, não consumir bebidas alcoólicas, a ex-primeira-dama revela interesse em entrar no mercado de comercialização de bebidas alcoólicas. E a marca de qual ela pretende fazer uso não é a de seu marido, Jair Bolsonaro, mas sim o seu póprio nome, Michelle Bolsonaro.

A religiosa deu entrada ao processo para registrar sua marca no mundo dos vinhos e afins no dia 22 de maio de 2024, antes mesmo de se preocupar com os cigarros eletrônicos com o nome do marido, como mostra documento abaixo.

Crédito: INPI

Michelle também utilizou suas iniciais para criar e registrar outra matrca, a MB Vinhos.

Crédito: INPI

Ex-primeira-dama quer vender “Armas Bolsonaro”

É claro que na lista de produtos com a marca registrada “Bolsonaro” não poderiam faltar os armamentos, tanto facas e punhais quanto as pistolas e revólveres.

No dia 12 de julho de 2024, a evangélica requereu o uso exclusivo da marca “Bolsonaro” para facas e armas brancas.

Crédito: INPI

 

No mesmo dia 12, Michelle registrou a marca “Jair Bolsonaro” para comercializar armas de fogo, explosivos e munições.

Eis aí uma crente diferenciada.

Crédito: INPI

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Pressão contra ministros do STF

Pode ser uma imagem de texto que diz "正義の炎を燃やし続けろ Mantenha Mantenhaachamadajusiacesa a chama da justiça"O governo de Donald Trump elevou mais uma vez o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF), com foco especial no ministro Alexandre de Moraes e em seus aliados. Em postagem na noite desta quarta-feira 6, o subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie, ameaçou aplicar sanções da Lei Global Magnitsky a autoridades brasileiras que apoiem decisões de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. As declarações foram publicadas na plataforma X (antigo Twitter) e alertam que todos os que “ajudarem ou incentivarem condutas sancionadas” também poderão ser responsabilizados pelo governo norte-americano. A escalada acontece após a ordem de prisão domiciliar contra Bolsonaro.

Fim de motim

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MERA COINCIDÊNCIA EDEVERBOT VERBO Fo PROPAGANDA DE HITLER M 1928 BOLSONARISTAS EM2025 EM 2025"Num dia de muita tensão no Congresso, Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, retomou o comando da Casa depois de 30 horas de motim de parlamentares da oposição, principalmente do núcleo duro do bolsonarismo. Com habilidade e com ameaças de suspensão de mandatos, Motta venceu os amotinados. Os desamotinados saíram com os respectivos rabos entre as pernas, mas cantaram vitória. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou que a oposição conseguiu um compromisso de que a anistia aos acusados de tentativa de golpe e o fim do foro privilegiado serão levados à votação. Deputados bolsonaristas garantiram que líderes de partidos como PP e União Brasil concordaram em pautar a matéria. (Folha)

Acorrentados

Enquanto isso, no Salão Azul, um grupo de senadores protagoniza cenas de filme de terror. Acorrentados, continuam atrapalhando o Brasil, amotinados no plenário do Senado Federal. Mas o presidente da casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), avisou a líderes que não vai ceder a pressões, conta o jornalista Octavio Guedes. “Não vou aceitar chantagem”, declarou Alcolumbre em reunião na Residência Oficial. Ele também afirmou que não abrirá mão da prerrogativa de decidir sozinho sobre pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal.

Tarifaço efetivado

Com o tarifaço americano efetivado nesta quarta-feira, como prometera o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Brasil começa agora a se movimentar de maneira efetiva para contestar as sanções aplicadas ao país. No campo diplomático, o Brasil decidiu recorrer aos enfraquecidos organismos multilaterais. Poucas horas depois de as tarifas entrarem em vigor, o país acionou a Organização Mundial do Comércio e entregou formalmente à missão americana na OMC um pedido de consultas sobre o tarifaço, alegando que os Estados Unidos “violam compromissos centrais” assumidos na organização. Na esfera política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista à Reuters na tentativa de enviar recados diretamente ao governo americano. Lula afirmou que não pretende ligar para Trump neste momento, por não ver o presidente americano com disposição para o diálogo. “Hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar”, disse o presidente. (Folha)

Tarifaço efetivado 2

Na mesma entrevista, Lula afirmou que pretende liderar um movimento com os países dos Brics para dar uma resposta conjunta do grupo ao presidente americano Donald Trump. Ele disse que pretende ligar para todos os líderes do Brics para discutir a questão. O primeiro telefonema, afirmou o presidente, será para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nesta quinta-feira. Em seguida, Lula quer conversar com o presidente da China, Xi Jinping. “Vou tentar fazer uma discussão com eles sobre como é que cada um está dentro da situação, qual é a implicação que tem em cada país, para a gente poder tomar uma decisão”, disse Lula. (Poder360)

Tarifaço efetivado 3

A decisão de Donald Trump de aplicar uma nova rodada de tarifas contra a Índia acendeu o sinal de alerta em países que fazem negócios com a Rússia, como o Brasil. Nesta quarta-feira, Trump assinou uma ordem executiva aplicando uma tarifa adicional de 25% aos produtos indianos, fazendo com que a carga tarifária total para o país asiático chegue a 50%. De acordo com Trump, a tarifa foi aplicada por conta das compras de petróleo russo pela Índia. O presidente americano disse que estuda penalizar outros países que seguem comprando combustíveis russos. O Brasil importa uma quantidade importante de diesel da Rússia, e há temores no governo de que uma nova rodada de sanções possa ser aplicada ao país. (BBC Brasil)

Tarifaço efetivado 4

Internamente, o governo corre para anunciar um pacote de apoio aos exportadores brasileiros que serão impactados pelo tarifaço de Trump. Coordenadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas de proteção aos setores afetados pelas tarifas já estão definidas e foram entregues ao Planalto, que ainda vai definir a data do lançamento do pacote de apoio. De acordo com Haddad, a ideia é que o governo implemente medidas semelhantes às que foram adotadas durante a pandemia de covid-19. O ministro ainda afirmou que o foco principal está nos pequenos exportadores. Segundo ele, haverá linhas de crédito com juros subsidiados para as pequenas empresas. (g1)

COP30

Os altos preços de hospedagem em Belém para a COP30 já causaram o primeiro cancelamento de um nome político. O presidente da Áustria, Alexander van der Bellen, disse à imprensa que não comparecerá à cúpula do clima da ONU por questão de “disciplina orçamentária”. Segundo a emissora pública ORF, ele cancelou sua participação no evento após seu gabinete analisar os custos e os desafios de logística da capital paraense, mas destacou a importância da conferência climática. A Áustria será representada pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig, e negociadores. Os países têm reclamado dos preços das diárias, que subiram até dez vezes para os dias da COP. (Folha)

Agora Tem Especialistas

Apenas 3% do total de 3.537 instituições privadas de saúde que devem à União aderiram ao programa Agora Tem Especialistas, que oferece atendimento a pacientes do SUS na rede particular em troca de crédito financeiro e abatimento de dívidas estimadas em R$ 34,1 bilhões pelo Ministério da Fazenda. De 4 de julho até o início de agosto, somente 101 hospitais privados e filantrópicos tinham solicitado adesão, sendo a maioria no Sudeste, com 45 unidades. A iniciativa do governo federal visa reduzir as filas para atendimento na rede pública. Para participar, cada hospital precisa ofertar atendimentos que somem ao menos R$ 100 mil por mês. (Globo)

Brics X Trump

Uma animação gerada por inteligência artificial, imitando uma abertura de anime, viralizou nas redes sociais ao retratar o embate comercial entre os Estados Unidos e o Brasil. As taxas de 50% impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros entraram em vigor nesta quarta-feira, 6. No vídeo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aparecem como super-heróis, enquanto Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) são retratados como vilões.

Lula em Rondônia

O presidente Lula chega amanhã para uma agenda de entregas para o estado de Rondônia. Pelo menos mil pessoas devem lotar o Teatro Estadual Palácio das Artes, a partir das 14h. Lula é único. Lula é uma preciosidade. Lula é o maior e melhor presidente que este país já teve. Mas, não é eterno. Aproveitem a estada de Lula em Porto Velho. O reverenciem. Aplaudam. Desejem saúde e a proteção de Deus. Lula é um homem que chora. E um homem que chora, sente as dores das pessoas.

Nota de repúdio

O PT de Rondônia emitiu nota de repúdio contra voto de repúdio aprovado pela Assembleia Legislativa, em desfavor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Proposto pelo deputado estadual Delegado Camargo (Republicanos), seria uma resposta a atos e decisões do governo federal que, em sua avaliação, têm comprometido áreas essenciais à população brasileira, como saúde, educação, previdência social e relações internacionais.

Nota de repúdio 2

O voto de repúdio do deputado vai na contramão da realidade. Rondônia é um dos estados que mais está recebendo recursos federais na atual gestão. Segundo o senador Confúcio Moura (MDB-RO), Lula vai anunciar investimentos na ordem de 1,5 bilhões de reais. Só a ponte binacional em Guajara-Mirim está orçada em 400 milhões.

Nota de repúdio 3

Primeiro pré-candidato

O ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), será lançado hoje pré-candidato ao governo de Rondônia. Será o primeiro lançado oficialmente. A largada rumo ao Palácio Rio Madeira tem início a partir das 13h, durante o Encontro Estadual em Rondônia, que acontecerá no Hotel Golden Plaza, em Porto Velho. O encontro contará com a presença do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e do presidente estadual da sigla, além de prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias, representantes da juventude tucana e militantes de diversas regiões de Rondônia.

Eleições 2026

Além de Hildon Chaves, o nome do vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil) é cada vez mais certo nas urnas das próximas eleições. SG está em plena pré-campanha, gastando sola de sapato. Vai precisar de muitos pares. Além disso, Gonçalves terá que enfrentar a resistência do titular da pasta que não deseja deixar o governo para ele disputar reeleição. Marcos Rocha quer Alex Redano (presidente da ALE-RO) nessa posição.

Delegado Flori 2026

Pode ser uma imagem de 3 pessoas e texto que diz "nelsoncanedoadvogado TRE DE RONDÔNIA REJEITA PEDIDO DE CASSAÇÃO E MANTÉM MANDATO DO PREFEITO DELEGADO FLORI EM VILHENA"O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) decidiu, por unanimidade, manter o mandato do prefeito de Vilhena, Delegado Flori (Podemos) , e de seu vice, Aparecido Donadoni (Progressistas), ambos eleitos nas eleições municipais de 2024. Ao comentar a decisão, os advogados do prefeito, Nelson Canedo Motta e Cristian Sega, afirmaram: “Para a cassação do mandato de um prefeito eleito com 74,4% dos votos válidos, como é o caso do Delegado Flori, é indispensável a existência de provas concretas da suposta ilegalidade. Essa prova não foi apresentada, como ficou claro na análise do Tribunal.”

Delegado Flori 2026 2

Por conta disso, o prefeito de Vilhena passou a ser uma opção para a sucessão estadual. É do partido do prefeito de Porto Velho, Léo Moraes. Além de ter um advogado pé quente. Nelson Canedo é um profissional vitorioso em dezenas de eleições.

FUG-RO e Grupo ENERGISA12 discutem parceria institucional

A conta de energia elétrica tem peso relevante no orçamento das famílias brasileiras, em especial das famílias mais pobres. Além disso, tem crescido o número de acidentes fatais pelo manejo indevido da rede elétrica, na área urbana e rural. Economia e segurança energética foi a pauta da reunião realizada na manhã de ontem, 6, entre o presidente da Fundação Ulysses Guimarães – FUG-RO, Elizeu Lira e o Assessor para Assuntos Institucionais do Grupo ENERGISA12, Fabiano Costa, na sede administrativa da distribuidora

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 Segundo o presidente da FUG-RO, encontrar meios para a redução do consumo e o gasto com energia elétrica pelas famílias e acabar com os eventos mortais com a rede elétrica interessa a Fundação e ao Grupo ENERGISA12. “Como estamos envolvidos na formação e nos debate com comunidades e pessoas, achamos que podemos ajudar nestas duas frentes. Não basta ensinar como economizar energia, se assistirmos pessoas morrendo eletrocutadas por descuido ou imprudência nos locais onde moram. Ficou claro que esta pauta interessa às duas instituições”, disse o presidente da FUG-RO, Elizeu Lira.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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“O STF não está dando a mínima para o que fala o Trump”, diz Lula

Presidente afirma que Bolsonaro e Eduardo agem como “traidores da pátria” ao insuflarem governo dos EUA contra o Brasil

O presidente Lula (PT) afirmou, em entrevista à agência Reuters nesta quarta-feira (6), que o Supremo Tribunal Federal (STF) age com total independência e não se deixa influenciar pelas declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“A Suprema Corte nossa não está dando a mínima para o que fala o Trump e nem deveria”, declarou Lula, ao comentar a recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos. A medida foi anunciada dias após movimentações do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para pressionar o governo norte-americano a interferir nos processos judiciais do ex-mandatário brasileiro.

Segundo Lula, o comportamento de ambos é inédito e extremamente grave. “Não tem precedente na história um presidente da República e o filho, que é deputado, ir para os Estados Unidos para insuflar o presidente dos Estados Unidos contra o Brasil. Isso nunca existiu na história, eu acho que de nenhum país do mundo”, afirmou.

“Traidores da pátria”

Na entrevista, Lula defendeu que Jair e Eduardo Bolsonaro enfrentem novas acusações por atuarem contra os interesses do país. “Eu acho que ele (Bolsonaro) deveria ser julgado por mais processos, porque o que ele está fazendo agora, insuflando os Estados Unidos contra o Brasil, causando prejuízo à economia brasileira, causando prejuízo aos trabalhadores brasileiros, ele e o filho dele deveriam ter outro processo e ser condenados como traidores da pátria.”

Eduardo Bolsonaro licenciou-se do cargo de deputado e mudou-se para os EUA no início do ano. De lá, tem buscado apoio do ex-presidente Trump e de parlamentares republicanos para fazer pressão contra as ações judiciais no Brasil envolvendo seu pai — que atualmente está em prisão domiciliar por violar medidas cautelares impostas pelo STF.

As ações do clã Bolsonaro coincidem com o momento mais delicado das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos em décadas. Na entrevista, Lula afirmou que o país continuará buscando diálogo, mas deixou claro que a Justiça brasileira seguirá seu curso: “O STF está processando o ex-presidente com base apenas em evidências legais, livre de qualquer interferência dos EUA.”

Do Brasil 247

“O golpismo bolsonarista entrou em nova fase”, alerta Lindbergh Farias

Líder do PT destaca tomada da Câmara e do Senado por bolsonaristas: “tentativa de subordinar o Congresso a uma potência estrangeira”

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, reagiu com veemência às declarações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que admitiu estar atuando nos Estados Unidos para pressionar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com ameaças de retaliações internacionais caso não avancem a pauta bolsonarista no Legislativo. Para Lindbergh, o episódio marca uma escalada do que chamou de “nova fase do golpismo bolsonarista”.

Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (6), o parlamentar denunciou o uso de métodos autoritários e comparou o comportamento de aliados de Jair Bolsonaro a tentativas históricas de ruptura democrática. “O golpismo bolsonarista entrou em nova fase: além de sequestrar os plenários da Câmara e do Senado com atos de intimidação e tumulto, agora ameaça pela terceira vez os presidentes das duas Casas com sanções internacionais”, escreveu.

Chantagem estrangeira e ataque à soberania – A crítica direta de Lindbergh veio após entrevista em que Eduardo Bolsonaro afirmou que os líderes do Congresso estariam “no radar” das autoridades dos EUA, caso não avancem com a proposta de anistia a bolsonaristas e o processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Para o líder petista, isso representa “a tentativa escancarada de subordinar o Congresso Nacional à chantagem de uma potência estrangeira num ataque frontal à soberania brasileira”.

Lindbergh comparou o episódio com o golpe fracassado de 1981 na Espanha, quando militares franquistas armados ocuparam o parlamento. No entanto, alertou que o atual contexto brasileiro é ainda mais grave, por envolver parlamentares democraticamente eleitos. “Trata-se de parlamentares eleitos pela extrema-direita, que, em vez de legislar, recorrem à sabotagem interna e ao apelo externo para paralisar o funcionamento do Congresso e desestabilizar o Estado Democrático de Direito”, afirmou.

Reação institucional e defesa da democracia – O deputado do PT cobrou uma resposta imediata e firme do Congresso Nacional. Para ele, não há espaço para recuos diante de ameaças autoritárias vindas do exterior. “Diante dessa ameaça, os presidentes da Câmara e do Senado não podem se curvar à chantagem. É seu dever constitucional ocupar as Cadeiras, retomar os trabalhos e garantir o funcionamento regular do Poder Legislativo”, escreveu.

Lindbergh também ironizou o exílio autoimposto de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e criticou sua articulação com o governo Trump. “O Brasil não será governado do Texas, nem por decreto de Trump”, disparou.

Para conter o avanço de práticas antidemocráticas, o petista defende a cassação de mandato dos parlamentares envolvidos, além de responsabilização penal. “A resposta deve ser firme: cassação de mandato dos parlamentares envolvidos, responsabilização por subversão da ordem constitucional e defesa intransigente da democracia”, declarou.

Ele finalizou lembrando que há pautas urgentes no Congresso que não podem ser paralisadas pela ofensiva bolsonarista, como a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “O país não pode ser refém de traidores da Pátria”, concluiu.

 

Do Brasil 247

Gilmar Mendes diz que Moraes tem “toda a confiança e apoio” do STF

Ministro nega desconforto na Corte após decisão que impôs prisão domiciliar a Jair Bolsonaro

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (6) que não houve qualquer desconforto entre os integrantes da Corte após a decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante evento promovido pelo Instituto Esfera Brasil, em São Paulo, e publicada pela CNN Brasil.

Questionado por jornalistas sobre uma possível divisão interna no STF após a medida, Gilmar afirmou que Moraes tem o apoio dos outros ministros. “[Decisão da prisão não causou] Nenhum desconforto. O Alexandre tem toda a nossa confiança e o nosso apoio”, afirmou.

A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada pelo ministro na última segunda-feira (4). Moraes alegou que o ex-presidente descumpriu medidas cautelares ao utilizar a rede social de terceiros. No domingo (3), durante os atos de extrema direita realizados em todo o país, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-mandatário, publicou um vídeo em suas redes sociais com a manifestação do pai.

Em sua decisão, o ministro destacou que Flávio e outros dois filhos do ex-presidente, Carlos e Eduardo, publicaram em suas redes sociais postagens de agradecimento de Bolsonaro aos apoiadores que compareceram aos atos.

D Brasil 247

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*)

Motim nas duas casas

Com o tarifaço americano que entra em vigor hoje já precificado pela classe política, Brasília seguiu dominada pelo impacto da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No reinício dos trabalhos legislativos pós-recesso, deputados e senadores partiram para o tudo ou nada, já que Alexandre de Moraes não deu a mínima atenção para a Lei Magnistiky. Instalaram um motim nas duas casas, ocupando as mesas diretoras de onde as sessões são conduzidas e prometendo obstruir as votações caso a Câmara e o Senado não pautem a anistia dos envolvidos na trama golpista e o impeachment de Moraes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), criticou a ação dos senadores, e a classificou como autoritária. Com o impasse instalado, os presidentes das duas casas optaram por cancelar as sessões de terça-feira no Congresso. (g1)

Motim nas duas casas 2

Os parlamentares da oposição amotinados são liderados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em tom de ameaça, Flávio afirmou que os protestos só terminariam se as duas casas aceitarem pautar o que ele batizou de “pacote da paz”, que inclui também o fim do foro privilegiado, com o objetivo de “abrandar” as relações entre os três Poderes da República. (Estadão)

Traidor da Pátria

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "TRAIDOR DA PÁTRIA EDUARDO SE DESESPERA COM PEDIDO DE PRISÃO"Dos Estados Unidos, o filho 03, Eduardo Bolsonaro, disse à jornalista Bela Megale que segue trabalhando para que Donald Trump imponha mais sanções ao Brasil e afirmou que, ao não pautar o impeachment de Moraes e a anistia, Alcolumbre e Motta “estão no radar” do governo americano. “Ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio.” (Globo)

Muita calma nessa hora

O Planalto recomendou cautela aos integrantes do governo nos comentários e publicações sobre a prisão de Bolsonaro. O esforço para baixar a temperatura tem sido capitaneado pelo secretário de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, que nesta terça-feira conversou com figuras-chave do governo. O objetivo é não reforçar a narrativa de que Bolsonaro é vítima de um processo de perseguição política — como acusa o governo americano. Lula seguiu o conselho de Sidônio e, em um evento em Brasília, se recusou a falar sobre Bolsonaro. (Folha)

Ataque aos Bolsonaros

Em editorial publicado hoje, mas provavelmente escrito antes da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro decretada pelo ministro relator Alexandre de Moraes, a Folha faz firme ataque aos Bolsonaros e um afago a um novo e possível nome para se contrapor a Lula nas urnas em 2026. Palavras do editorial não poderiam ser mais insurgentes em relação à família que criminosamente incita o governo dos Estados Unidos a atacar nosso país, causando provavelmente dezenas ou centenas de milhares de desempregos no país com a tarifa absurda imposta pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. (Revista Forum)

Sanções para influenciar o cenário político

A poucas horas da entrada em vigor das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros impostas por Donald Trump, o presidente Lula voltou a acusar o governo americano de usar as sanções para influenciar o cenário político brasileiro. “Trump não tinha o direito de anunciar taxações como fez com o Brasil. Ele podia ter pegado o telefone, ligado para mim, para o Alckmin, estaríamos aptos a conversar. O pretexto da carta de Trump não é político, é eleitoral”, disse o presidente. Lula afirmou que pretende ligar para Trump para convidá-lo para a COP 30, que acontece em Belém em novembro. Durante discurso após a reunião do Conselhão, Lula ainda afirmou que está aberto a discutir o acesso dos Estados Unidos às reservas brasileiras de terras raras e minerais críticos, mas que não permitirá a exploração das riquezas sem que haja uma discussão no Brasil. (Valor)

Café e carne

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que pode haver uma surpresa sobre o tarifaço americano imposto ao café e a carne do Brasil, que ficaram de fora da lista de isenções anunciadas por Washington. De acordo com a ministra, os dois produtos são extremamente importantes para os Estados Unidos e pode haver um reposicionamento da Casa Branca. Curiosamente, o setor do agronegócio que apoia o ex-presidente Bolsonaro, é o mais penalizado.(Estadão)

Caminhos para blindar a economia

O Planalto analisa seis caminhos para blindar a economia da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA. Entre eles, crédito subsidiado para os setores afetados, compras governamentais de alimentos e programas temporários de renúncia fiscal. Mas há a preocupação de deixar os planos bem delimitados para evitar que benefícios tributários sejam estendidos para além do prazo do socorro aos setores afetados. (UOL)

PL da Devastação

É urgente: temos só até 8 de agosto para impedir que entre em vigor a lei mais destrutiva da história do Brasil. O Congresso aprovou o PL da Devastação, que deixa cerca de18 milhões de hectares de floresta vulneráveis ao desmatamento. Isso equivale a quase o dobro do tamanho de Portugal! Lula tem dois dias para vetar essa lei e, no momento, está dividido: mineradoras, madeireiras e ruralistas estão pressionando o presidente a permitir essa destruição. Para agir, ele precisa sentir que sua popularidade com os brasileiros está fortemente ameaçada.

Vice de Renan Filho

O ministro dos Transportes, Renan FilhoA pré-candidatura do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), ao governo de Alagoas em 2026 já movimenta os bastidores da política local. Quatro dos principais nomes da cena alagoana — o prefeito de Maceió, JHC (PL); o deputado federal Arthur Lira (PP); o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB); e o governador Paulo Dantas (MDB) — disputam espaço para influenciar a escolha do vice na chapa.

Vice de Renan Filho 2

Segundo o jornalista Voney Malta, Marcelo Victor e Paulo Dantas articulam o nome do deputado estadual Bruno Toledo para o posto de vice. A proposta, no entanto, encontra resistência dentro do grupo dos Calheiros. O motivo seria um episódio ocorrido em 2017, quando Toledo se lançou candidato à presidência da Assembleia Legislativa, contrariando um acordo firmado em favor de Luiz Dantas, apoiado por Renan Filho, então governador. (O Jornal Extra)

Recuperação da BR-364 

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana e o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciaram a pauta dos assuntos que devem nortear a ida do presidente Lula ao Acre nesta sexta-feira (8). Viana destacou a prioridade que o presidente Lula tem dado ao estado, com foco especial na recuperação da BR-364 e manutenção da BR-317. “Então, eu estou aqui no gabinete do ministro de Transporte, Renan Filho. Como quer o presidente Lula, ele está indo para o Acre sexta-feira, e uma prioridade dessa agenda dele é cuidar e melhorar nossa BR-364, resolver o problema lá da ponte da Rodrigues Alves e, claro, manter a manutenção da 317”, afirmou Jorge Viana.

Hiroshima e Nagasaki

Hiroshima foi bombardeada pelos Estados Unidos em 6 de Agosto de 1945, causando a morte de cerca de 140 mil moradores, e hoje a cidade japonesa é sinônimo de paz. Das cinzas da devastação nuclear, Hiroshima e Nagasaki, que foi bombardeada três dias depois, foram reconstruídas e os sobreviventes incluíram o pacifismo no seu DNA. Mas 80 anos depois dos únicos ataques nucleares do mundo, o Japão está cercado de vizinhos com armas nucleares e repensa seu compromisso com a paz. E agora se divide entre aqueles que defendem o pacifismo como uma virtude nacional e aqueles que pensam que o país deve abandonar a sua posição submissa. (New York Times)

6 de Agosto

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "200 Bicentenárioda BicentenariodaBolviaestaprevisto Bolíviae previsto ocorrerer posto 2025 sendo sendo nicio indepe ndependenciana e dencia deChuquisaca1809BOLIVIA heroi Chuquisaca180 BOLIVIA BICENTENÁRIO DA BOLÍVIA AGENDA DO BICENTENÁRIO NO BRASIL c"A Bolívia está em festa hoje, 6 de agosto, quando comemora 200 anos de independência. O  bicentenário da Declaração de Independência da Bolívia está sendo celebrado em São Paulo, Rio de Janeiro em Guajara-Mirim e Guayaramerin. É praticamente feriado em Guajara-Mirim por conta do 6 de agosto. Não se fala em outra coisa do que sobre a festa “do outro lado”, ou seja, em Guayaramerin.

6 de Agosto 2

Antes da colonização europeia, a região andina boliviana fazia parte do Império Inca — o maior império da era pré-colombiana. O Império Espanhol invadiu e conquistou essa região no século XVI. Durante a maior parte do período colonial espanhol, este território era chamado Alto Peru ou Charcas e encontrava-se sob a administração do Vice-Reino do Peru, que abrangia a maioria das colônias espanholas sul-americanas. Após declarar independência em 1809, dezesseis anos de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república, instituída por Simón Bolívar, em 6 de agosto de 1825. Desde então, o país tem passado por períodos de instabilidade política, ditaduras e problemas econômicos.

Lula em Porto Velho

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "LULA EM PVH 000 田 08/08 (SEXTA-FEIRA) ©14h TeatroEstadualPalácio Teatro Estadual Palácio das Artes. Avenida Presidente Dutra, 4183- Olaria CAMINHADA ESPERANÇA"Tudo certo (até agora) para a vinda do presidente Lula nesta sexta ao estado de Rondônia. Ele chega às 13h e vai direto para o Teatro Estadual Palácio das Artes, em Porto Velho, onde será recepcionado por autoridades federais, lideranças locais, movimentos populares e militantes da base aliada. Durante o evento, Lula deve anunciar um pacote de investimentos federais voltados à saúde, educação, infraestrutura e regularização fundiária em Rondônia.

Lula em Porto Velho 2

A expectativa é de que a recepção reúna milhares de militantes. Para isso, dezenas de ônibus já estão sendo contratados para transportar apoiadores de diferentes municípios do interior do estado, em uma ação organizada pelas forças políticas que integram a frente Caminhada Esperança.

Lula em Porto Velho 3

Caminhada Esperança é uma frente formada por partidos progressistas e organizações populares com atuação em Rondônia. O movimento tem como missão fortalecer a participação social, defender a justiça social e ambiental e construir um novo projeto de desenvolvimento para o estado. Desde sua criação, promove encontros regionais e articulações com base nas diretrizes do governo federal.

Lula em Porto Velho 4

O evento acontece à tarde, no Teatro Estadual Palácio das Artes, e deve reunir cerca de 1.100 pessoas, entre estudantes, comunidade acadêmica, autoridades locais e público geral. Com organização do Ministério da Educação (MEC) e estrutura montada com apoio das secretarias SETEC, SESu e EBSERH, o evento também contará com a participação de outros ministérios estratégicos: Transportes, Minas e Energia, Portos e Aeroportos, Comunicações e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

Lula em Porto Velho 5

O principal foco da cerimônia será o anúncio de novos investimentos federais em infraestrutura, educação e desenvolvimento agrário, reforçando o compromisso do Governo Federal com o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.
Principais anúncios esperados durante a visita:
INFRAESTRUTURA
• Ponte Binacional Guajará-Mirim – Guayaramerín (Bolívia): Assinatura da ordem de serviço para início da obra, no valor de R$ 429,5 milhões.
• Luz para Todos: Ampliação do programa com duas novas etapas em Rondônia e região amazônica:
• 3ª Tranche 863 famílias beneficiadas (R$ 38 milhões).
• 8ª Tranche 5.779 famílias beneficiadas (R$ 173 milhões).
• Rio Madeira:
• Menção ao início da dragagem de manutenção entre Porto Velho e Manicoré (R$ 158 milhões).
• Anúncio da futura concessão da hidrovia do Rio Madeira, com estudos finalizados e investimentos previstos de R$ 679 milhões.

Ressurreição da esquerda

Se bem aproveitada, a vinda de Lula à Rondônia poderá significar a ressurreição do PT, podendo fazer a diferença nas eleições de 2026. Atualmente o PT de Rondônia tem apenas um parlamentar eleito, a deputada estadual Cláudia de Jesus. A meta é duplicar a presença na ALE-RO e eleger pelo menos um deputado federal.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

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China manifesta apoio ao Brasil contra “interferência externa injustificada” dos EUA e defende ampliação de parceria estratégica

Em ligação com Celso Amorim, chanceler chinês Wang Yi criticou medidas unilaterais dos EUA e sugeriu ações conjuntas pela paz na Ucrânia

O chanceler chinês, Wang Yi, afirmou ao assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, que a China está disposta a aprofundar os laços de cooperação com o Brasil e intensificar a coordenação bilateral. No diálogo, mantido por uma conversa telefônica, o ministro das Relações Exteriores da China reforçou a posição de Pequim contra qualquer interferência externa nos assuntos internos do Brasil.

“A China apoia firmemente o Brasil na defesa da soberania e dignidade nacionais, se manifesta contra a interferência externa injustificada nos seus assuntos internos e o apoia firmemente na defesa de seus interesses nacionais, direito ao desenvolvimento e na resistência ao abuso discriminatório por meio de tarifas”, declarou Wang Yi, segundo a Sputnik.

Além de reiterar o apoio à autonomia brasileira, o diplomata chinês enfatizou o interesse de seu país em ampliar a cooperação com o Brasil, especialmente diante dos desafios comerciais provocados por ações dos Estados Unidos.

Amorim, por sua vez, destacou o desejo do governo brasileiro de intensificar a parceria em áreas como comércio, finanças e política externa. O assessor do presidente Lula também reafirmou o compromisso do Brasil em fortalecer o BRICS e fomentar a união entre os países do Sul Global.

De acordo com Wang Yi, os governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Xi Jinping têm atuado juntos na construção de uma “comunidade com futuro compartilhado”, pautada na multipolaridade, no respeito ao direito internacional e na defesa da justiça global. Ele sublinhou ainda que China e Brasil, por serem as maiores economias em desenvolvimento de seus respectivos hemisférios, mantêm uma “relação de apoio mútuo”, com forte coordenação e sintonia nos interesses do Sul Global.

Ainda segundo a reportagem, outro tema abordado no telefonema foi a crise na Ucrânia. A parte chinesa propôs que os dois países intensifiquem o diálogo e somem esforços na construção de um consenso entre as nações do Sul em favor de um cessar-fogo e da retomada das negociações de paz. Wang sugeriu que essa articulação seja conduzida no âmbito do “Grupo de Amigos pela Paz”, com o objetivo de buscar uma solução política duradoura para o conflito.

Do Brasil 247

Movimento Caminhada Esperança prepara grande recepção para Lula em Porto Velho

Dirigentes de partidos políticos e movimentos sociais que compõem o movimento Caminhada Esperança se reuniram nesta segunda-feira (4) para alinhar as ações de mobilização em torno da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Porto Velho, agendada para sexta-feira, 8 de agosto.

A principal atividade da agenda presidencial será realizada no período da tarde, no Teatro Estadual Palácio das Artes, e contará com a presença de autoridades federais, lideranças locais, movimentos populares e militantes da base aliada. Durante o evento, Lula deve anunciar um pacote de investimentos federais voltados à saúde, educação, infraestrutura e regularização fundiária em Rondônia.

Mobilização em larga escala

A expectativa é de que a recepção reúna milhares de militantes. Para isso, dezenas de ônibus já estão sendo contratados para transportar apoiadores de diferentes municípios do interior do estado, em uma ação organizada pelas forças políticas que integram a frente Caminhada Esperança.

Durante a reunião desta segunda, a coordenação do movimento definiu uma série de encaminhamentos estratégicos para fortalecer a mobilização:

  • Redação de uma Carta Aberta ao presidente Lula, com propostas e demandas do povo rondoniense;
  • Produção de materiais digitais para convocação da militância;
  • Articulação com as bases partidárias e movimentos sociais para garantir presença expressiva no evento oficial.

Quem é a Caminhada Esperança?


A Caminhada Esperança é uma frente formada por partidos progressistas e organizações populares com atuação em Rondônia. O movimento tem como missão fortalecer a participação social, defender a justiça social e ambiental e construir um novo projeto de desenvolvimento para o estado. Desde sua criação, promove encontros regionais e articulações com base nas diretrizes do governo federal.

Comitiva com lideranças de peso

A agenda presidencial contará com a presença de nomes de destaque da política rondoniense. Entre os que já confirmaram participação estão o senador Confúcio Moura (MDB) e o ex-senador Acir Gurgacz (PDT), ambos membros da Caminhada Esperança e da base de apoio ao governo Lula.

Próximos passos

A coordenação do movimento marcou uma nova reunião para quarta-feira (6), às 10h, no gabinete da deputada estadual Cláudia de Jesus, na Assembleia Legislativa de Rondônia, para ajustes finais.

Com a visita do presidente, a Caminhada Esperança reforça seu compromisso com o fortalecimento das políticas públicas em Rondônia e com a reconstrução do país “a partir dos territórios e das lutas do povo”, conforme nota divulgada pelo grupo.

Fonte: Portal SGC

É de Rondônia o empresário preso com barras de ouro em Roraima

Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos, foi preso em flagrante em Boa Vista pela Polícia Rodoviária Federal.

Os 103 kg de ouro apreendidos em ação histórica da Polícia Rodoviária Federal em Boa Vista estavam com o empresário Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos. Ele dirigia uma Hilux ano 2024 quando foi preso. O minério foi avaliado em R$ 61 milhões pela cotação atual do Banco Central.

Levado à Polícia Federal, Bruno ficou calado. Natural de Rondônia, ele tem uma empresa varejista de artigos de vestuário e acessóriosA empresa leva o nome dele e fica localizada no bairro Lagoa, em Porto Velho, conforme cadastro na Receita Federal.

Quando foi abordado pela PRF, disse ser fiscal de obras e afirmou que havia saído de Manaus para verificar uma construção, mas não soube informar o nome ou o endereço da obra que seria fiscalizada. Ao chegar à PF, não disse mais nada. Ele foi acompanhado por dois advogados desde o momento da abordagem até o procedimento na polícia.

A apreensão dos 103 Kg de ouro foi a maior feita pela PRF em todo o país. As barras de ouro estavam escondidas em fundo falso no painel e em outros compartimentos da caminhonete, como no porta-objetos.

O que diz a defesa de Bruno Mendes

Em nota, a defesa de Bruno informou ele é um “trabalhador que, como milhares de brasileiros, atua em atividades relacionadas ao setor mineral, que embora possam se desenvolver em áreas de tensão regulatória, são, para muitos, meio de subsistência e única alternativa de sobrevivência.”

“O Sr. Bruno se colocou à disposição da Justiça e enfrentará as acusações com serenidade, acreditando nos princípios constitucionais do devido processo legal e da presunção de inocência, aguardando que sua conduta seja analisada com a ponderação e equilíbrio necessários, sem pré-julgamentos”, destacou a nota assinada pelo advogado Smiller Carvalho, de Roraima (leia aqui o posicionamento).

A audiência de custodia dele deve ocorrer às 14h desta terça-feira (5) na 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima. Bruno foi autuado na Polícia Federal pelos crimes extração ilegal de minério, previsto na Lei de Crimes Ambientais, e usurpação de bens da União.

Bruno estava com esposa e filho bebê

Bruno dirigia a caminhonete quando foi parado pela PRF na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401, por volta de meio dia. No veículo também estavam a esposa e o filho do motorista, de 9 meses.

Durante a abordagem, Bruno apresentou sinais de nervosismo com a entrevista dos agentes da PRF. Eles suspeitaram de inconsistências na documentação apresentada por ele e decidiram fazer uma busca mais detalhada. Foi então que localizaram as barras de ouro escondidas – a maior parte estava no painel do carro.

“Fizemos a abordagem e, ao verificar o interior do carro, percebemos sinais de que algumas partes haviam sido mexidas. Isso nos levou a aprofundar a inspeção. Esses veículos geralmente fazem parte de rotas já mapeadas, mas a PRF está sempre patrulhando e utilizando técnicas policiais para identificar comportamentos suspeitos. Foi o caso dessa abordagem”, explicou o agente da PRF, Rodrigo Magno.

 

A segunda maior apreensão em Roraima foi de 21 kg de ouro ilegal em barras, em junho de 2024. À época, duas pessoas foram presas. Elas estavam com 33 barras.

“A gente sabe que em Roraima é a maior apreensão. Apesar de ter várias ocorrências com ouro em garimpo, essa é a maior apreensão de ouro até agora”, informou Rodolfo Magno.

 

O minério apreendido foi encaminhado à sede da Polícia Federal para investigação. Ainda não se sabe a origem nem o destino do ouro. A caminhonete, uma Hilux ano 2024, não estava registrada em nome do motorista preso. A PRF não divulgou a quem pertence o veículo.

Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos é empresário em Rondônia — Foto: Reprodução/Instagram

Bruno Mendes de Jesus, de 30 anos é empresário em Rondônia — Foto: Reprodução/Instagram

Apreensão de barras de ouro soma 104 kg em Boa Vista — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Apreensão de barras de ouro soma 104 kg em Boa Vista — Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

Assembleia Legislativa de Rondônia concede Título de Cidadão Honorário a advogado Nelson Wilians que movimentou R$ 4,3 bi em operações suspeitas

No próximo dia 6 de agosto de 2025, às 14h, o advogado e empresário Nelson Wilians Fratoni Rodrigues receberá o Título Honorífico de Cidadão Rondoniense em uma sessão solene na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO), no Plenário Lúcia Tereza Rodrigues dos Santos, localizado no Palácio Marechal Rondon, em Porto Velho.

Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, fundador do escritório Nelson Wilians & Advogados Associados, recebeu diversos títulos de cidadão honorário em diferentes cidades e estados brasileiros, dentre eles, Rio de Janeiro, Paraíba, Minas Gerais, Amazonas, Acre e agora em Rondônia. Esses títulos são uma forma de reconhecimento pela sua atuação como advogado e empreendedor no campo jurídico.

O escritório do advogado fez, segundo o Metropoles, pagamentos milionários a um empresário investigado no escândalo dos descontos indevidos contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimentou R$ 4,3 bilhões em operações financeiras consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre 2019 e 2024.

As movimentações da banca Nelson Wilians Advogados aparecem em Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) enviados à Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril contra a farra dos descontos do INSS, revelada pelo Metrópoles. A investigação envolve o empresário Maurício Camisotti, suas empresas e associações ligadas a ele que fraudaram filiações de aposentados.

Veja matéria completa:

Farra do INSS: advogado Nelson Wilians movimentou R$ 4,3 bi em operações suspeitas, diz Coaf

Pode ser uma imagem de canhoto de ingresso e texto

Coluna Zona Franca

Roberto Kuppê (*) 

Renan X Zema

O ministro dos Transportes, Renan Filho, fez questão de comentar uma postagem do governador Romeu Zema (Novo) para lembrar ao mineiro que as dívidas do estado cresceram durante os seus dois mandatos à frente da administração estadual. “O maior aumento do endividamento de Minas Gerais ocorreu no seu governo”, destacou o ministro, nesta segunda-feira (4/8), como resposta à postagem de Zema no “X”, antigo twitter.

Renan X Zema 2

Renan Filho lembrou que o governo Zema foi beneficiado com uma decisão da justiça que desobrigava o pagamento de parcelas da dívida e que isso fez aumentar o valor total que Minas deve ao governo federal.  “Por anos o pagamento da dívida mineira foi suspenso por liminar no Supremo Tribunal Federal. O que isso gerou? O saldo devedor disparou! Esse tipo de postagem visa apenas enganar as pessoas, já que os dados desmentem o que você escreve. Para informar corretamente, mostre como você recebeu o endividamento de Minas Gerais em percentual da Receita Corrente Líquida do estado e como está agora. Desculpe o comentário, mas é difícil ler algo tão falso e deixar pra lá”, argumentou o ministro. (O Tempo)

Prisão domiciliar

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e telefoneO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve a prisão domiciliar decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. De acordo com a decisão de MoraesBolsonaro ficará preso em sua casa, não poderá receber visitas que não sejam de familiares próximos e advogados, e todos os celulares utilizados em sua residência serão recolhidos. Moraes considerou que Bolsonaro desrespeitou as medidas cautelares que já haviam sido impostas a ele, que o proibiam de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados. No domingo, Bolsonaro participou de uma manifestação a seu favor em Copacabana de maneira virtual, gravando um vídeo em conversa com seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), posteriormente divulgado nas redes sociais. A defesa do ex-presidente afirmou que ele não cometeu nenhum crime e seguiu respeitando as medidas cautelares impostas por Moraes. (g1)

Prisão domiciliar 2

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "DOJOGO DOJOGO CRAQUE CRAQUE S0P Nikolas Ferreira sozinho conseguiu prender Bolsonaro. 平"Moraes considerou que Bolsonaro realizou uma “participação dissimulada” na manifestação a seu favor no Rio de Janeiro. De acordo com o ministro, “as condutas de Jair Messias Bolsonaro, desrespeitando deliberadamente as decisões proferidas por esta Suprema Corte, demonstram a necessidade e adequação de medidas mais gravosas, de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu, mesmo com a imposição de medidas cautelares diversas da prisão”. Moraes afirmou ainda que Bolsonaro produziu material para ser publicado nas redes sociais de seus três filhos, de seus seguidores e de apoiadores políticos, e citou a videochamada ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante o ato na Av. Paulista. O conteúdo, segundo o ministro, seria de “incentivo e instigação a ataques” ao STF e de “apoio ostensivo” à intervenção estrangeira no Poder Judiciário. (CNN Brasil)

Prisão domiciliar 3

Flávio Bolsonaro publicou o vídeo com o recado do ex-presidente aos manifestantes em Copacabana em suas redes sociais logo após encerrar a conversa com o pai. O vídeo espalhou-se como rastilho de pólvora na internet, sendo republicado por milhares de apoiadores de Bolsonaro e por seus outros filhos. Horas depois, no entanto, o senador pelo Rio optou por apagar o vídeo, sob recomendação dos advogados de Bolsonaro. (Metrópoles)

Prisão domiciliar 4

Aliados de Bolsonaro criticaram Moraes. Nas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou um trecho da Bíblia: “E os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz”. Já o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que Bolsonaro sofre perseguição: “Isso não é Justiça, é vingança política”. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou em um vídeo no X que a prisão de Bolsonaro é um absurdo: “Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la?”. (g1 e X)

Prisão domiciliar 5

O governo americano condenou a decisão de Moraes. O Departamento de Estado dos Estados Unidos publicou uma nota acusando Moraes de “silenciar a oposição e ameaçar a democracia”. O post destaca que os EUA irão responsabilizar o ministro e “aqueles que apoiarem e facilitarem as condutas sancionadas”. Na publicação, o Departamento de Estado diz que a decisão de Moraes restringe a defesa de Bolsonaro. Agora, membros do governo Lula temem que as negociações sobre o tarifaço sejam prejudicadas pela prisão. (Folha)

Reagiu com indignação

Lindbergh FariasO deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) reagiu com indignação à manifestação do governo dos Estados Unidos contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impôs prisão domiciliar a Jair Bolsonaro. Em postagem nas redes sociais nesta segunda-feira (4), o parlamentar criticou duramente a nota emitida pelo Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão do Departamento de Estado norte-americano, e alertou que o Brasil não aceitará pressões externas.

Reagiu com indignação 2

“A interferência do governo dos EUA nos assuntos internos do Brasil é inaceitável. O Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, órgão oficial do Departamento de Estado, ultrapassou todos os limites ao atacar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, por cumprir seu dever constitucional”, escreveu Lindbergh. “A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada por descumprimento de cautelares e não se trata de opinião, mas de decisão judicial amparada na Constituição”, acrescentou o deputado.

Trama golpista

A prisão de Bolsonaro não tem relação com o processo que investiga a trama golpista, pelo qual ele é réu e deve ser julgado até o fim de setembro. As medidas cautelares foram impostas em 18 de julho e estão relacionadas à investigação em curso no STF sobre as ações de seu filho Eduardo Bolsonaro (PL) contra a soberania nacional. Bolsonaro ainda pode ser condenado a até 40 anos de prisão pelo crime de tentativa de golpe de Estado. (Folha)

Quarto presidente preso

Jair Messias Bolsonaro é o quarto presidente a ser preso desde a redemocratização do Brasil. A lista inclui os ex-presidentes Fernando Collor de Mello, Michel Temer e o presidente Lula — todos acusados em casos de corrupção e abuso de poder. Antes deles, outros presidentes brasileiros também foram presos, como Hermes da Fonseca (1910–1914), Washington Luís (1926–1930) e Arthur Bernardes (1922–1926). O ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956–1961) chegou a ser preso por alguns dias após a decretação do AI-5, durante a ditadura militar. (Poder360)

Quac!

Sérgio Moro criticar prisão domiciliar pro golpista é tipo o piromaníaco reclamar da fumaça. O homem que tentou criar uma fundação com R$ 2,5 bi agora finge ser paladino da justiça. Hipocrisia em grau lavajatíssimo! Tá achando que a gente esquece?

Lula vem aí

Daqui a três dias, próxima sexta-feira, o presidente Lula chega em Porto Velho (RO), para uma série de entregas e anúncios. A capital é uma das mais contempladas pelo governo federal. Depois de mais de uma década sem receber recursos diretos da União, Porto Velho volta a ser prioridade nacional. Sob a gestão de Léo Moraes (Podemos), a prefeitura conseguiu aprovar todas as propostas apresentadas ao novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo presidente Lula. O resultado é um pacote de investimentos que soma mais de R$ 32 milhões, destinado a ampliar e modernizar a saúde básica no município.

Lula vem aí 2

O maior projeto aprovado prevê a construção de uma policlínica, orçada em R$ 30 milhões. A capital passará a integrar o grupo de apenas 45 cidades brasileiras contempladas com esse tipo de estrutura, que concentra atendimentos especializados em um único espaço.

Lula vem aí 3

Primeiramente o presidente desembarca, pela manhã, em Rio Branco (Acre), onde vai participar de uma solenidade na Cooperacre, no Distrito Industrial. Após a agenda na capital do Acre, Lula segue para Porto Velho, onde será recepcionado por uma multidão composta por políticos, correligionarios e militantes. Caravanas do interior do estado estão se organizando para participar do evento.

Caminhada Esperança no Vale do Jamari 

Aconteceu na tarde de ontem, 4, em Porto Velho, reunião da coordenação estadual da Caminhada Esperança para preparar o lançamento do movimento na região do Vale do Jamari. Programado para ocorrer no dia 16 de agosto em Ariquemes, o evento de lançamento terá a participação dos nove municípios e dos oito partidos que compõem o movimento (há grande chance de, em breve, o Cidadania ingressar no movimento).

Caminhada Esperança chega ao Vale do Jamari 2

Criado para ser o catalisador suprapartidário dos ideais progressistas no estado de Rondônia, o movimento Caminhada Esperança, que reúne o MDB, PT, PSOL, PC do B, Partido Verde, PSB, PDT e Rede foi lançado no dia 30 de maio em Porto Velho e deve chegar em todos as regiões do estado. Sob as lideranças do senador Confúcio Moura (MDB) e o ex-senador Acir Gurgaz (PDT), o movimento busca formular políticas de desenvolvimento inclusivo, garantias de direitos, sustentabilidade e melhoria na gestão pública.

Sucessão estadual

O senador Confúcio Moura segue interiorizando a Caminhada Esperança, sentindo o coração dos eleitores. A depender disso ele decidirá até o final do ano se sai à reeleição ou ao governo de Rondônia. Devem disputar ao governo Sérgio Gonçalves (União Brasil), Fernando Máximo (União Brasil) e Hildon Chaves (PSDB).

Senado Federal

Para o Senado Federal a batalha será “sangrenta”, com muitos candidatos fortes. Pelo bolsonarismo três nomes se destacam: Marcos Rogério (PL), Silvia Cristina (PP) e Rogério Scheid(PL). Pelo centro, Marcos Rocha (União Brasil). Pela esquerda Confúcio Moura (MDB), Acir Gurgacz (PDT) e Fátima Cleide (PT).

Câmara Federal e Assembleia

Para a Câmara Federal os nome mais comentados são o de Jesualdo Pires (PP), ex-prefeito de Ji-Paraná e de Sid Orleans (PT). Já para a Assembleia Legislativa, alguns nomes despontam: Ramon Cujui (PT), Israel Trindade (PT, ) e Everaldo Fogaça (Republicanos).

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

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VÍDEO de Nikolas Ferreira foi fundamental na prisão de Bolsonaro

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de decretar nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi fortemente influenciada por um vídeo divulgado nas redes sociais do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). No registro, o ex-presidente aparece participando virtualmente das manifestações em sua defesa, o que foi entendido como violação deliberada das medidas cautelares impostas pelo STF.

O ato expôs Bolsonaro usando um celular — ainda que por intermédio de aliados — durante o protesto bolsonarista e pró-anistia dos atos de 8 de janeiro. Moraes apontou que o gesto teve o claro objetivo de coagir o Judiciário e obstruir a Justiça. Na decisão, o ministro foi direto: “A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico”. Ele classificou a conduta como “reiterada” e agravante para a imposição da prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Veja o momento em que Nikolas ajuda Bolsonaro a descumprir a decisão de Moraes:

 

Além de Nikolas, o filho do ex-presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também descumpriu as restrições judiciais ao promover, no domingo (3), uma chamada de vídeo com Jair durante o ato em Copacabana, transmitida por suas redes sociais. Após a divulgação da ordem de prisão, Flávio apagou o vídeo, mas Moraes destacou que a tentativa de “omitir a transgressão legal” não anula o delito: “Bolsonaro produziu material pré-fabricado para continuar a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal”.

Moraes já havia advertido Bolsonaro em 24 de julho, quando ele rompeu cautelares anteriores, mas não adotou medidas mais duras à época por entender que se tratava de um episódio isolado. Agora, com as novas infrações — desta vez em rede — o ministro afirmou que a “Justiça é cega, mas não é tola” e que a reincidência exigia resposta proporcional.

Trecho da decisão em Moraes cita Nikolas Ferreira. Foto: reprodução

 

Diario do Centro do Mundo

Alexandre de Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

9 – O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em face do reiterado descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente, decreto a prisão domiciliar, justificou o magistrado na decisão.

“Como diversas vezes salientei na Presidência do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, A JUSTIÇA É CEGA, MAS NÃO É TOLA!!!!!”, escreveu Moraes.

Brasil 247

Censura na Globo: Daniela Lima é demitida da GloboNews; confira motivo

A equipe responsável pelo programa Conexão GloobNews só tomou conhecimento da demissão poucos minutos antes do início da edição desta segunda-feira.

A manhã desta segunda-feira, 4, marcou a demissão de Daniela Lima da GloboNews, encerrando sua atuação de dois anos no canal. O desligamento da jornalista representa a segunda mudança relevante na emissora em menos de uma semana.

Na sexta-feira, 1º, Eliane Cantanhêde também deixou a casa, depois de 15 anos como comentarista. Sua saída já era considerada prevista pelos bastidores, diferentemente do caso de Daniela Lima.

Segundo apuração do portal TV Pop, a equipe responsável pelo programa Conexão GloobNews só tomou conhecimento da demissão poucos minutos antes do início da edição desta segunda-feira.  Ao entrarem no ar, Camila Bomfim e Leilane Neubarth seguiram normalmente, porém a imagem de Daniela Lima já não estava mais

A apresentadora Daniela Lima foi demitida da GloboNews nesta segunda-feira (4), depois de pouco mais de 2 anos no canal de presente na vinheta de abertura do Conexão.

Daniela, teria contrariado normas internas do canal dos Marinho ao demonstrar ao vivo relações próximas com fontes do meio político e jurídico, especialmente com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O código de conduta da Globo reforça que jornalistas da emissora devem evitar demonstrar vínculos de amizade com suas fontes.

Antes da GloboNews, Daniela Lima ficou cerca de 3 anos na CNN Brasil, desde o início das operações do canal em março de 2020 até junho de 2023, quando pediu demissão. Durante esse período, foi a principal apresentadora do CNN360. Com informações do Metropoles.

 

Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*)

Lula: há ‘limites de briga’ com os EUA

Às vésperas da entrada em vigor do tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, diante da militância petista, que as negociações com os Estados Unidos exigem cautela. “Tenho um limite de briga com o governo americano. Não posso falar tudo que eu acho que eu devo falar, eu tenho que falar o que é possível falar”, disse Lula durante a posse de Edinho Silva como novo presidente do PT. Na sexta-feira, Trump chegou a dizer à imprensa que Lula pode ligar para ele “quando quiser”. Horas depois, o petista afirmou que o governo dele “sempre esteve aberto ao diálogo”. Mas até agora os dois não se falaram. Durante encerramento do evento nacional do PT, em Brasília, Lula defendeu ainda que a postura do Brasil em defesa da soberania assusta “pessoas que acham que mandam no mundo”, sem citar diretamente Donald Trump. (g1)

Reeleição

Lula também falou sobre a disputa presidencial no ano que vem, dizendo que “se for candidato na eleição de 2026 não vai ser para disputar e sim para ganhar”. “Preciso estar 100% de saúde. Eu decidir ser candidato para depois acontecer comigo o que aconteceu com o Biden, jamais eu irei enganar o partido e irei enganar o povo brasileiro. Agora o que eu quero dizer para vocês é o seguinte: quando eu falo que tenho 80 anos com energia de 30, vocês podem acreditar.” (CNN Brasil)

Reeleição 2

Por falar em eleição, uma pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana projetou o cenário eleitoral para 2026. Lula ganhou vantagem sobre bolsonaristas tanto no 1º quanto no 2º turno. Jair Bolsonaro ainda tem seu nome avaliado porque, mesmo inelegível, pode inscrever sua candidatura e esperar que ela seja barrada mais perto do pleito. Na simulação de uma reedição do segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o presidente marca 47% e o ex-mandatário, 43%. Já numa disputa com Tarcísio de Freitas, que dava empate técnico na simulação da pesquisa anterior, o governador paulista oscilou de 42% para 41%, enquanto Lula foi de 43% para 45%. Lula tem vantagem também sobre toda a família Bolsonaro: contra Michelle (48% a 40%), Eduardo (49% a 37%) e Flávio (48% a 37%). (Folha)

Reeleição 3

Pode ser uma imagem de 3 pessoas e texto que diz "S 10 DATAFOLHA 61% dizem não não votar em candidato que promete livrar Bolsonaro"A pesquisa mostrou também uma rejeição à idéia de anistia: 61% dos entrevistados dizem que não votariam em um candidato que prometesse livrar, de qualquer pena ou punição, Jair Bolsonaro, seus aliados acusados de tramar contra a democracia e os condenados pelo 8 de Janeiro. Já 19% votariam com certeza em um nome com essa agenda, e 14% talvez o fizessem. Então, nesse cenário estão fora Tarcísio, Zema e Caiado, que prometem anistiar Bolsonaro caso vençam. (Folha)

Reeleição 4

Coincidência ou não, esses governadores que vinham marcando presença em atos em defesa da anistia aos envolvidos na tentativa de golpe, não compareceram ao ato convocado por bolsonaristas neste fim de semana. O próprio Jair Bolsonaro esteve ausente, já que cumpre medida cautelar que proíbe que ele saia de casa aos sábados e domingos. Já os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), alegaram outros compromissos para justificar sua ausência. As manifestações ocorreram em pelo menos 20 capitais, incluindo São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Belém, além de Brasília. No Rio, Bolsonaro fez uma participação por videochamada. Segundo o Monitor do Debate Político e a ONG More in Common, 37,6 mil pessoas compareceram à manifestação “Reaja, Brasil: Agora é a hora” na avenida Paulista. A margem de erro de 12% indica um público entre 33,1 mil e 42,1 mil participantes. (Globo)

Reeleição 5

O pastor Silas Malafaia, organizador do evento, não poupou críticas aos governadores: “Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro”. (Estadão)

Bolsonaro não aprendeu

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou duramente Jair Bolsonaro  e seus filhos, após a divulgação de um vídeo do ex-presidente com tornozeleira eletrônica durante o ato na Avenida Paulista, neste domingo (3). “Quiseram desafiar a Justiça, posar de valentes, afrontar o Supremo. Mas bastou a repercussão para bater o medo: Flávio correu e apagou o vídeo, alegando ‘insegurança jurídica’. Tentaram bancar os desafiadores da lei. Terminaram como sempre: covardes, envergonhados, apagando rastros”, disse o parlamentar.  O vídeo, publicado nas redes de Flávio Bolsonaro, mostrou Jair Bolsonaro participando remotamente da manifestação, em flagrante descumprimento da medida cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o uso de redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros. Após a repercussão negativa, o senador apagou a postagem.

Desinflação

O mercado financeiro baixou mais uma vez a sua estimativa para a inflação oficial de 2025, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central (BC). De acordo com o relatório, a projeção dos analistas é de uma elevação em 5,07% para os preços ao longo do ano.

Acadêmicos de Niterói homenageia Lula

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "ESCOr N1 CARNAVAL 2026 ACADÊMICOS DE NITERÓI AGREMIAÇÃO CONFIRMA ENREDO SOBRE A TRAJETÓRIA DO PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA PARA SUA ESTREIA NO GRUPO ESPECIAL DO CARNAVAL CARIOCA"A escola de samba Acadêmicos de Niterói vai estrear no Grupo Especial da elite do carnaval carioca com uma homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campeã da Série Ouro em 2025, a agremiação divulgou neste sábado (2) o samba enredo que vai levar para a Marquês de Sapucaí em 2026: Do alto do mulungu surge a esperança: Lula, o operário do Brasil. A estreia na Passarela do Samba vai ser no domingo, 15 de fevereiro de 2026, na primeira das três noites de desfile.

Acadêmicos de Niterói homenageia Lula 2

Logo na introdução para apresentar a sinopse – que é o texto que as escolas divulgam para explicar o enredo –, Igor Ricardo destaca que o ex-metalúrgico, que voltou à presidência para cumprir um terceiro mandato, é o político mais bem-sucedido de seu tempo. O samba lembra que Lula nasceu no agreste pernambucano da mãe, dona Lindu, em uma família de oito filhos. O texto se refere ainda ao mundo fantástico para explicar o inevitável da vida familiar naquela região.

Acadêmicos de Niterói homenageia Lula 3

“A vida por lá era dura. Mas medo mesmo a família Silva tinha era das coisas do outro mundo. O que os assombrava eram as histórias de alma penada: o Papa-figo, um velho horrendo que adorava comer o fígado dos pequenos que não se comportavam; os mortos que voltavam do além… A cobra que saía escondida à noite para sugar o leite da mulher que amamentava.” As informações são do Brasil de Fato.

Patriota X Patriotário

Qual é a relação de Israel com o Brasil? Nenhuma. E com Rondônia? Muito menos! O que justifica o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), ostentar a bandeira de Israel? Enquanto o mundo condena o genocídio em Gaza e apoia a criação do estado da Palestina, o governador de Rondônia, Marcos Rocha em clima de campanha eleitoral, participou neste sábado da Marcha para Jesus em Porto Velho, Rondônia, envolvido numa bandeira de Israel. O evento politico religioso teve início de frente à sede administrativa do governo de Rondônia, no CPA. Nada mais conveniente para o pré-candidato ao Senado Federal. Na foto em destaque vemos duas realidades gritantes. De um lado, um presidente verdadeiramente patriota. Do outro, vocês já sabem.

Patriota X Patriotário 2

Pode ser uma imagem de multidãoEssa doença chama-se “patriotismo terceirizado com delírios coloniais agudos” quadro clínico em que o paciente jura amor à pátria vestindo verde-amarelo, mas idolatra bandeiras estrangeiras como se fossem extensão da alma brasileira. Sintomas incluem: Confusão entre soberania e subserviência; Amor platônico por figuras como Trump; Crises de identidade nacional; E surtos de “Deus, Pátria, Família e Israel” em pleno centro da capital brasileira. Tratamento recomendado:  Uma dose diária de geopolítica básica, vacina contra fake news e, se persistirem os sintomas, um bom documentário sobre democracia. (Internet)

Ernesto e Lula

Pode ser uma imagem de ‎4 pessoas e ‎texto que diz "‎NAY د ור SUSOG E BRASIL 짜 NACIONAL INTRO RO 170 ENCONTRO NACINE‎"‎‎O presidente Lula deu posse em Brasília, ao novo presidente estadual do PT de Rondônia, Ernesto Ferreira, que participou de uma campanha acirrada. Edinho Silva foi empossados por Lula como presidente nacional da sigla. A democracia petista mais uma vez deu uma aula de participação política no Brasil. O maior, mais democrático e participativo partido político do país.

Ernesto e Lula 2

O PT de Rondônia tem uma dura missão. Lutar para eleger pelo menos três deputados estaduais e um federal. É possível se trabalhar utilizando ferramentas mais modernas como as redes sociais. As eleições de 2026 ocorrerão massivamente no mundo virtual. Comícios presenciais já estão fora de moda.

Lula em Rondônia

E a expectativa é para a chegada de Lula em Porto Velho nesta sexta-feira, 8. Milhares de pessoas deverão recepcionar o presidente. Caravanas do interior são esperadas. A passagem de Lula pelo estado contará com a presença do ministro da Educação e terá como prioridade o fortalecimento do ensino superior em Rondônia. Entre os compromissos, estão previstas ações voltadas ao Instituto Federal de Rondônia (Ifro) e à futura instalação do Hospital Universitário Municipal de Porto Velho. Lula deve anunciar investimentos federais destinados à execução de 75 obras em 39 municípios rondonienses, por meio do Novo PAC Seleções. Os recursos contemplam áreas como saúde, educação, esporte e cultura, com expectativa de beneficiar cerca de 1,4 milhão de pessoas — o equivalente a 94% da população do estado.

Lula em Rondônia 2

Outro anúncio aguardado é o avanço no projeto de construção da ponte binacional entre Guajará-Mirim (RO) e Guayaramerín (Bolívia), uma das obras estratégicas do Novo PAC Seleções. A ponte é considerada essencial para o escoamento da produção e integração logística da região com países vizinhos.

 

Lula em Rondônia 3

Pode ser uma imagem de 2 pessoasO senador Confúcio Moura (MDB-RO), que integrará a comitiva de Lula, elogiou as ações do governo federal em Rondônia. Ele afirmou que, apesar da “polarização política”, o presidente Lula tem demonstrado compromisso com o estado, atendendo às principais demandas sem distinção partidária. O parlamentar destacou os investimentos em infraestrutura, enfatizando que os recursos para a manutenção das rodovias federais passaram de R$ 140 milhões para R$ 600 milhões.

Léo vai, Rocha não

É claro que o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos) vai prestigiar a visita de Lula. Não por ele, mas pelo que ele está trazendo para a capital: o Hospital Municipal Universitário, além de dezenas de obras contempladas pelo PAC Seleções.  Léo Moraes é tudo, menos ingrato. Já, o governador, não vai porque é pequeno demais.

Impressionante mudança

O que está acontecendo com o conceito de liberdade de expressão da direita que eles tanto cobram da esquerda? O que a “nova direita” está fazendo foge de tudo o que significa democracia e liberdade de expressão. Pior, são antagônicos. Dizem que estão vivendo numa ditadura, mas vão livremente se manifestar nas ruas pedindo golpe militar! Ou seja, enquanto criticam o regime democrático, correm atrás de um governo militar onde a liberdade é apenas uma palavra no dicionário.

Impressionante mudança 2

Pior ainda é se estendermos para os Estados Unidos, país conhecido por suas liberdades politicas e econômicas. De Trump para cá, os EUA viraram de cabeça pra baixo. A liberdade foi para os quintos dos infernos e a economia virou um caos. Além disso, o governo estadunidense cuida para que o mundo caminhe para uma guerra econômica sem precedentes.

Atenção jornalistas

Está errado quem escreve “vítima fatal”. Fatal é aquilo que mata, que causa a morte. O acidente é fatal, a doença é fatal, o disparo é fatal. A vítima não é fatal. Por favor, né? Ah, e a forma correta é estada e não estadia. E 22h45 se grafa desta forma e não 22:45h. Também não se diz elo de ligação. Apenas elo, que já é de ligação.

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político,  com informações do Canal Meio

Informações para a coluna:  rk@ademocracia.com.br

Lula confirma intenção de disputar reeleição em 2026: “Se for candidato, é para ganhar”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (3), durante o encerramento do evento nacional do PT em Brasília, que pretende disputar a reeleição em 2026 caso esteja com plena saúde. A declaração foi feita diante da cúpula petista e de lideranças políticas da base governista, num momento de reorganização da esquerda para o próximo pleito presidencial.

“Para ser candidato tenho que ser muito honesto comigo. Preciso estar 100% de saúde. Para eu me candidatar e acontecer o que aconteceu com Biden, jamais. Jamais eu irei enganar o partido e o povo brasileiro”, declarou Lula. O presidente ainda reforçou sua convicção de vitória: “Se eu for candidato, não vou disputar. Eu vou ser candidato para ganhar as eleições.”

Lula fez referência ao caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que desistiu da reeleição após pressões internas do Partido Democrata e críticas sobre sua condição física e mental. Ao contrário do norte-americano, o petista disse que não cogita enganar o eleitorado ou seu partido sobre sua aptidão para governar por mais quatro anos.

Durante o discurso, Lula também comentou a recente crise diplomática com os Estados Unidos, após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou que há limites para a resposta brasileira e que a diplomacia exige cautela. “Eu não posso falar tudo o que eu acho que eu devo falar, eu tenho que falar o que é possível falar”, disse.

O presidente defendeu que o Brasil continue adotando uma postura soberana frente aos ataques internacionais, sem citar diretamente o nome de Donald Trump, autor das novas medidas contra o país. “A soberania assusta pessoas que acham que mandam no mundo”, afirmou Lula, reforçando que manterá o diálogo com aliados e parceiros internacionais.

 

 

Empresa que recebeu R$ 10 bi tem contratos com o DNIT em Rondônia e mais 24 estados

A empreiteira LCM Construção e Comércio, investigada na Operação Route 156, firmou contratos com 25 superintendências regionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) espalhadas por todas as regiões do país.

A única unidade estadual que fica de fora da lista da LCM é a de São Paulo, que não possui nenhum registro de contratação com a empresa, levando em conta que a superintendência de Goiás abarca também o Distrito Federal.

A soma dos valores contratados chega a cerca de R$ 15 bilhões.

Dentre as unidades com os maiores contratos, a do Pará lidera com R$ 2,3 bilhões. A superintendência local é chefiada por Diego Benitah Batista, ex-secretário parlamentar na Câmara dos Deputados, nomeado em abril de 2023 durante o governo Lula.

Os contratos no estado remontam a 2015, quando a LCM fechou R$ 164 milhões. Contudo, foi apenas alguns anos depois, em 2021, que a empreiteira chegou em um pico no estado, com cerca de R$ 1,1 bilhão em contratos fechados apenas naquele ano.

Em seguida, aparece o Rio Grande do Sul, com cerca de R$ 2 bilhões em contratos. No estado, a empresa atua, por exemplo, na execução de serviços emergenciais em rodovias contratados depois da tragédia causada pelas chuvas que atingiu a região gaúcha em 2024.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, barba e óculosRondônia é o estado que vem em seguida, com R$ 1,5 bilhão em contratos, seguido do Maranhão, onde os contratos somam cerca de R$ 1,4 bilhão. Os Dnits nos estado são comandados, respectivamente, por André Lima dos Santos (foto)e por João Marcelo Santos Souza, que se define como “psicólogo atuante na política”.

Já na unidade do Amazonas, que fica em 5º lugar no ranking dos contratos, estes somam cerca de R$ 1 bilhão. Juntos, o cinco Dnits correspondem a mais da metade de todos os contratos firmados entre a empresa e a autarquia -o que também inclui R$ 722 milhões contratados pela unidade nacional.

Como mostrou a coluna, a LCM já recebeu aproximadamente R$ 10 bilhões do governo federal. Parte do montante, cerca de R$ 418 milhões, veio de emendas parlamentares, incluindo verbas vinculadas ao chamado orçamento secreto.

Criada em 2014, a empresa cresceu depois de a operação Lava Jato colocar grandes empreiteiras brasileiras em processos por corrupção. A partir de então, a LCM passou a fechar contratos milionários com a administração pública.

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Reprodução/redes sociaisEmpreiteiro Luiz Otávio Fontes Junqueira
Empreiteiro Luiz Otávio Fontes Junqueira

Operação Route 156

Na operação Route 156, a Polícia Federal (PF) apura supostas irregularidades em obras na BR-156, no Amapá, e um esquema de direcionamento de licitações em contratos de manutenção e recuperação da rodovia. A LCM tem cerca de R$ 192 milhões em contratos com a superintendência do DNIT no estado.

Um dos alvos da operação, deflagrada em 22 de julho, foi justamente o empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, presidente da LCM. Ele foi alvo de busca e apreensão da PF, e com quem a corporação apreendeu três carros da marca Porsche.

Outro que entrou na mira das investigações foi o superintendente do DNIT no Amapá, Marcello Linhares, afastado do cargo por determinação judicial por 10 dias.

Segundo a PF, a apuração aponta para a “existência de uma organização criminosa estruturada no âmbito da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Amapá (DNIT/AP), que teria fraudado o caráter competitivo de pelo menos quatro pregões eletrônicos”.

O valor total das licitações sob suspeita é de R$ 60 milhões.

Fonte: Metropoles

Lula reafirma defesa da soberania e critica ‘facistas que traem Brasil usando bandeira nacional e camisa da seleção’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste domingo (3) fascistas e nazistas que traem o Brasil, defendendo tarifas e sanções contra o país, empunhando a bandeira nacional e vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Em alusão direta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que as lideranças da oposição ao seu governo são “inimigas do Brasil”.

“Vivemos uma excrescência política: um cara que fazia campanha enrolado na bandeira do Brasil agora está enrolado na bandeira dos EUA e pedindo taxação contra o Brasil”, afirmou Lula, em discurso no 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, em Brasília.

O evento marcou a posse da nova direção da legenda. Para um auditório cheio de militantes do partido, Lula disse que o Brasil continuará tentando negociar a reversão do tarifaço de 50% impostos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a exportações brasileiras para o mercado estadunidense. Reforçou que isso será feito de forma altiva e soberana e que vai ajudar no resgate de símbolos nacionais pelo povo brasileiro.

“O Brasil já não é tão dependente dos EUA, temos boas relações com os outros países. Eu não vou esquecer das relações com os EUA, que têm mais de 200 anos, mas também não esqueço que eles deram um golpe aqui [em 1964]. Não vou abrir mão de discutir que precisamos de moeda alternativa para negociar com os outros países. Não queremos brigar, mas não temos medo”, disse Lula, citando que mantém conversas em tom respeitoso com todas as nações do mundo, sejam ricas ou pobres.

Para ele, dessa forma, o governo faz com que a bandeira e a camisa da seleção ganhem novo sentido. “Vamos resgatar a bandeira nacional para o povo brasileiro, a camisa do Brasil para o povo brasileiro”, afirmou.

Lula, aliás, disse que essa mudança pode dar mais força a seu governo nas eleições de 2026. Ele disse que será candidato à reeleição se tiver 100% de saúde e com condições reais de vencer. “Para ser candidato tenho que ser muito honesto comigo. Preciso estar 100% de saúde. Para eu me candidatar e acontecer o que aconteceu com Biden, jamais. Quando falo que tenho 80, energia de 30, vocês podem acreditar. Se eu for candidato, vou ser candidato para ganhar”, afirmou.

Também pediu visão estratégica e unidade do PT para que o partido tenha bom desempenho no pleito. “Como disse Edinho Silva [novo presidente do partido], os adversários estão do outro lado”, disse ele.

“Nós só elegemos 70 deputados dos 513. Se nós fossemos bons como pensamos que somos, teria eleito 140, 150”, acrescentou.

Ele ressaltou que seu governo está começando a ter resultados concretos na vida dos brasileiros, citando como exemplos, que o Brasil saiu, mais uma vez, o país do mapa da fome. Mas destacou que as pesquisas que indicam problemas em sua popularidade não estão erradas.

“As coisas ainda não chegaram para as pessoas. É muito lançamento dentro do palácio, pouca coisa na rua. Tem gente que acha que a Rede social vai resolver, mas não resolve. Quando que a gente ergueu a cabeça? Quando colocou a política no debate”, disse Lula, destacando as campanhas pela taxação dos mais ricos, a defesa da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a defesa da soberania contra o tarifaço de Trump.

O presidente também fez elogios a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, dizendo que ela será a melhor ministra do cargo, e ao recém-empossado presidente do PT, Edinho Silva. “vai ser uma experiência extraordinária para o partido”, afirmou.

Também presente ao evento, a ex-presidenta do PT e atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou firmemente as ações dos EUA contra o Brasil.

“Temos uma luta maior também, ao lado de lutar contra as injustiças no Brasil, temos que lutar contra a intervenção estrangeira. Acho que ninguém nunca achou que fôssemos viver uma situação dessa no Brasil, desse tipo de interferência na nossa soberania e causada por um ex-presidente e sua família que quer anistia, que articulam contra o Brasil, que se fantasiam com a bandeira brasileira, que falam dos valores do Brasil e entregam o nosso país ao estrangeiro”, declarou.

Diretrizes para o futuro

Nesta sábado (2), o PT aprovou a tese que guiará os trabalhos da sigla nos próximos anos. O texto aprovado defende o veto ao projeto de lei que muda as regras do licenciamento ambiental e aponta temas importantes que devem nortear as discussões e projetos do partido.

O documento destaca o repúdio ao genocídio na Palestina, a defesa do fim da escala 6 por 1, o combate à extrema direita, a isenção do Imposto de Renda para quem tem renda mensal de até R $5.000 e a igualdade salarial.

Brasil de Fato

Datafolha: 71% veem Lula na disputa; Alckmin cresce como plano B

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste fim de semana mostrou que 71% dos brasileiros acreditam que o presidente Lula (PT) será candidato à reeleição em 2026. O número vem subindo desde abril, quando era de 62%, e passou por 66% em junho. Por outro lado, apenas 23% acham que ele não disputará o pleito, o menor percentual até agora.

Apesar dessa certeza sobre a candidatura, mais da metade dos eleitores (54%) preferem que Lula desista da disputa. O apoio à reeleição ficou em 44%, o que mostra uma divisão significativa no eleitorado. Levantamentos do Datafolha publicados nesse sábado (2) mostram que o petista ampliou a vantagem na corrida eleitoral de 2026 em relação a candidatos da direita, embora o governo continue a enfrentar avaliação negativa.

Alckmin cresce como plano B

Se Lula decidir não disputar a eleição, o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) vem ganhando força como substituto. O levantamento revelou que 26% dos entrevistados gostariam que ele fosse o candidato apoiado por Lula, uma alta de oito pontos em relação à pesquisa anterior. Com isso, Alckmin encostou no ministro Fernando Haddad (PT), que caiu de 37% para 29%.

Alckmin ganhou visibilidade ao liderar negociações com os Estados Unidos após a imposição de tarifas pelo governo Donald Trump. Mesmo sem conseguir reverter totalmente a medida, sua atuação foi bem avaliada por interlocutores e pela mídia.

Enquanto Alckmin sobe, Haddad sofre com críticas e pressões no Congresso, especialmente após o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Outros nomes dentro do governo aparecem com menor apoio: Simone Tebet (MDB) tem 13%, Rui Costa (PT) tem 5% e Gleisi Hoffmann (PT) aparece com 3% das menções como possíveis sucessores.

Bolsonaro inelegível, mas grupo segue ativo

Do lado oposto, 30% dos eleitores acreditam que Jair Bolsonaro (PL) será candidato, mesmo estando inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral. A maioria (67%), no entanto, acha que ele deveria abrir espaço para outro nome.

Entre os possíveis herdeiros do bolsonarismo, Michelle Bolsonaro lidera com 23%, seguida por Tarcísio de Freitas com 21%. Outros nomes lembrados são Eduardo Bolsonaro (11%), Ratinho Jr. (10%), Flávio Bolsonaro (9%), Ronaldo Caiado (6%) e Romeu Zema (5%).

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, ouvindo 2.004 pessoas em 130 cidades.

Congresso em foco

Fome induzida por Israel em Gaza mata mais sete palestinos em 24h, incluindo uma criança

O diretor do Hospital al-Shifa, em Gaza, afirmou que os hospitais da região registraram sete mortes, incluindo uma criança, em decorrência de fome e desnutrição nas últimas 24 horas. Isso eleva para 169 o total de palestinos que morreram por inanição desde que Israel iniciou o genocídio contra o enclave palestino em 2023, incluindo 93 crianças.

Muitas crianças em Gaza vêm sofrendo danos colaterais decorrentes da fome proposital aplicada pelo governo israelense, como atrofia cerebral – perda de neurônios ou conexões cerebrais, resultando na redução do tamanho do cérebro.

Fontes médicas também informaram que 30 pessoas foram mortas por Israel na Faixa de Gaza somente na manhã deste sábado (2), incluindo 13 delas que buscavam ajuda humanitária. Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde Palestino informa que pelo menos 98 pessoas foram mortas e 1.079 ficaram feridas em ataques israelenses, incluindo 39 pessoas que aguardavam ajuda alimentar.

Com isso, o número de mortos nos ataques desde outubro de 2023 subiu para 60.430, com 148.722 feridos. Enquanto Israel segue atacando diariamente a população, fontes médicas no norte de Gaza afirmam que 80% das ambulâncias da área foram destruídas e que militares israelenses com frequência impedem que os veículos restantes alcancem os feridos.

“Como cachorros”

Os lançamentos aéreos de ajuda alimentícia sobre Gaza deveriam representar um alívio. As grandes caixas de madeira, no entanto, se despedaçam ao atingir o solo, obrigando as pessoas a vasculhar a areia em busca de restos de comida e a raspar o que puderem do chão.

Segundo reportagem da rede Al Jazeera, os palestinos se sentem completamente humilhados com a forma com que a ajuda chega. “Somos como cães correndo atrás de um osso. Por que eles jogam coisas assim? Não queremos que eles nos ajudem dessa forma?”, disse Rana Attia, uma palestina deslocada em Gaza.

Outra palestina, Eslam al-Telbany, também deslocada pelos ataques de Israel, disse que correu atrás da ajuda que caiu do céu. “Fui e meus filhos rezaram para que eu voltasse com comida. Eles não comem nem bebem nada há dois dias. Parte meu coração que eles estejam esperando que eu os alimente”, disse se desfazendo em lágrimas.

A Faixa de Gaza sofre não só com o número ínfimo de caminhões de ajuda humanitária que Israel permite entrar na terra palestina, mas também com um vácuo de poder que permitiu a entrada de saqueadores e gangues armadas. Os criminosos se apropriam dos caminhões que chegam, acumulam a ajuda e depois revendem a um preço altíssimo, muito além da capacidade financeira da imensa maioria.

Sem trégua

Em meio à tragédia causada por Israel, o país de Benjamin Netanyahu afirma que continuará atacando “sem trégua” os palestinos, a menos que os prisioneiros israelenses sejam libertados. “Acredito que, nos próximos dias, saberemos se conseguiremos alcançar um acordo para a libertação dos nossos reféns. Em caso contrário, o combate continuará sem trégua”, afirmou o comandante do Estado-Maior do Exército israelense, tenente-general Eyal Zamir durante uma visita às tropas no território palestino, segundo um comunicado militar divulgado neste sábado.

Acredita-se que das 251 pessoas capturadas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 49 continuam em Gaza, incluindo 27 que foram declaradas mortas pelo Exército. O genocídio que se seguiu deixou mais de 60 mil mortos em Gaza, a maioria mulheres e crianças.

Brasil de Fato

Haddad, no 17º Encontro Nacional do PT: “Quem vai pagar a conta é o rico no IR”

Na abertura do evento, em Brasília, ministro da Fazenda ressaltou cumprimento das promessas da campanha de Lula e resultados que superam expectativas em áreas como emprego, educação, saúde e combate à fome

Durante a abertura do 17º Encontro Nacional do PT, realizada nesta sexta-feira (1º) em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um balanço das conquistas alcançadas pelo governo Lula, mesmo diante de uma base considerada frágil no Congresso Nacional. “A cada projeto que precisa ser aprovado, a cada decreto que precisa ser editado, tudo é uma construção complexa, mas estamos conseguindo executar o nosso plano de governo”, destacou.

Haddad lembrou que revisitou recentemente o programa apresentado durante as eleições de 2022 e se disse surpreso com o quanto foi possível avançar. Entre os pontos destacados, mencionou a recuperação do piso constitucional da saúde e da educação, restabelecido após anos de cortes.

Proteção aos mais pobres

No discurso, o ministro reforçou que as medidas econômicas do governo Lula não recaíram sobre os mais vulneráveis, mas sobre os mais ricos. “Dessa vez quem vai pagar a conta é o rico no Imposto de Renda e não o pobre no orçamento”, afirmou. Ele ressaltou que o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a política de valorização do salário mínimo foram preservados e fortalecidos com o presidente Lula.

O ministro apontou que essa mudança de lógica permitiu a restituição de direitos que haviam sido retirados nos últimos sete anos. “Começamos uma política de restituição dos direitos vilipendiados”, afirmou.

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Resultados econômicos e sociais

Haddad destacou os indicadores econômicos recentes como prova da eficácia das políticas implementadas. “Todo mundo dizia que o país não tinha condição de crescer mais de 1 e 1,5% ao ano. Nós, em dois, crescemos sete”, disse.

Ele também citou a queda do desemprego para 5,8%, o menor índice da série histórica, e a saída antecipada do Brasil do Mapa da Fome.

“Nós imaginávamos que fossemos sair do Mapa da Fome no último ano de mandato. Nós saímos no terceiro”, celebrou, em referência ao anúncio recente da FAO.

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Unidade e resistência

O ministro criticou a criação de “ruídos artificiais” que buscam desviar a atenção da população com fake news e divisões. Ressaltou, no entanto, que o governo segue “sob a batuta de um grande líder político que está dando o tom em todas as áreas”.

“Temos uma grande tarefa até o ano que vem, um ano de muita luta e muitos desafios, mas mais uma vez nós seremos convocados e não vamos nos furtar a entregar nosso suor, nossas lágrimas, nosso sangue por esse grande país, essa enorme nação, uma potência econômica, democrática e soberana”, concluiu Haddad.

O 17º Encontro Nacional do PT terá a participação de cerca de 1.000 delegados e delegadas de todos os estados do país. Durante o Encontro Nacional, a nova direção do PT no Brasil vai tomar posse. Além disso, os delegados e delegadas vão debater a tese guia que foi eleita no Processo de Eleição Direta – PED 2025.

O evento segue até este domingo (3), quando será realizada a posse do presidente eleito Edinho Silva e dos demais membros do Diretório Nacional, com a presença do presidente Lula, ministros, governadores de Estado, parlamentares, presidentes estaduais e dirigentes do PT.

O encontro acontece no Centro de Convenções Brasil 21 (Setor Hoteleiro Sul, Quadra 06, Asa Sul, Brasília/DF).

Leia mais: Lula reage a tarifaço: interferência dos EUA na Justiça do Brasil “é inaceitável”

Assista a íntegra do encontro do PT:

Da Redação

17º Encontro do PT: partido vai continuar liderando reconstrução do Brasil

O 17º Encontro do PT começou na sexta-feira (1/8) reafirmando o compromisso do maior partido da América Latina com o Brasil, em um momento crucial de recuperação e defesa da soberania nacional. Após anos de desmandos da direita, que resultaram em retrocessos sociais e econômicos, o governo do presidente Lula demonstra com resultados visíveis que o país está de volta ao caminho do desenvolvimento e da dignidade, apesar dos ataques à nossa soberania. Redução dos níveis de desemprego, retomada do crescimento econômico e defesa intransigente da soberania e da democracia são pontos fundamentais, celebrados no Encontro, que reúne mais de mil delegados de todo o país, além de representantes de governos, movimentos sociais e de parlamentares.

Responsável por abrir o Encontro, o senador e atual presidente do partido, Humberto Costa (PE), lembrou que a luta dos povos se dá não apenas no Brasil. Ele reafirmou o apoio à luta do povo palestino e fez uma contundente denúncia do genocídio contra os palestinos em Gaza. Em um gesto de solidariedade internacional e de alinhamento com a postura humanista do governo Lula, Humberto Costa fez um apelo ao rompimento das relações diplomáticas e comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu.

“Não é possível virar os olhos para as mortes de crianças em Gaza pela ação do governo de Israel”, afirmou o senador pernambucano, ao ler a manifestação do PT em defesa dos direitos humanos e da paz mundial, reforçando o papel do Brasil no cenário global.

Líderes no Parlamento

Líder do Governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (AP) ressaltou a gravidade do momento, “em que o país é atacado por fascistas e traidores da pátria”. E lembrou que, mesmo diante de tantas dificuldades, podemos celebrar resultados como a histórica saída do Brasil do Mapa da Fome.

“O país está sob ataque, enfrentando a maior agressão dos últimos 50 anos, mas o PT, como sempre, estará junto para defender a nação”. Ele reforçou que o Brasil, “forjado em lutas de seu povo, é um gigante que não teme fascistas nem traidores da pátria”. E concluiu dizendo que o Brasil recuperou a sua dignidade. “Não serão ameaças que farão esse país retroceder”, afirmou, conclamando à união para reeleger Lula.

O líder no Senado, Rogério Carvalho (SE), destacou a coragem e união dos petistas para a reconstrução do Brasil, lembrando que a inspiração é o presidente Lula, que “enfrentou os poderosos e recolocou o país de novo no caminho de atender os brasileiros, arrancando a bandeira dos traidores e devolvendo ao povo”. Rogério Carvalho convocou à luta pela soberania e ao resgate de tudo que foi “entregue e desmontado” nos últimos anos. Ele expressou confiança na capacidade do partido e do governo de garantir “comida, justiça social e dignidade”, finalizando com a certeza de que “a nossa estrela vai brilhar na defesa do Brasil de verdade”. “Com trabalho e luta, o Brasil será justo, soberano e próspero, porque o Brasil é dos brasileiros”, concluiu.

Na contramão do mundo, governador de Rondônia ostenta bandeira de Israel na “Marcha para Jesus”

Enquanto o mundo condena o genocídio em Gaza e apoia a criação do estado da Palestina*, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil) em clima de campanha eleitoral, participou neste sábado da Marcha para Jesus em Porto Velho, Rondônia, envolvido numa bandeira de Israel. O evento politico religioso teve início de frente à sede administrativa do governo de Rondônia, no CPA. Nada mais conveniente para o pré-candidato ao Senado Federal.

O governador se soltou, dançou e cantarolou. Até aí tudo bem, viva a alegria. Mas, o governador resolveu se envolver numa bandeira de Israel*, país que vem atacando a Palestina há dois anos, matando milhares de inocentes, dentre elas, crianças e idosos. Com certeza Jesus não apoiaria este evento associado à Israel.

O governador com isso, se junta aos defensores do genocídio em massa, contrariando o que prega a religião que ele professa. Durante suas falas na Marcha para Jesus, o governador disse uma frase sem nexo, misturando carro e cavalo com Jesus Cristo: “Uns confiam em carros. Outros em cavalos. Mas nós confiamos no Senhor Jesus Cristo”.

*A sua independência foi declarada em 15 de novembro de 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e por seu governo no exílio em Argel, na Argélia. No entanto, a maioria das áreas reivindicadas pelos palestinos está ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em Israel, a religião predominante é o judaísmo, com 73% da população se identificando como judia, de acordo com o Study.com.