sábado, setembro 6, 2025
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Lula confirma intenção de disputar reeleição em 2026: “Se for candidato, é para ganhar”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (3), durante o encerramento do evento nacional do PT em Brasília, que pretende disputar a reeleição em 2026 caso esteja com plena saúde. A declaração foi feita diante da cúpula petista e de lideranças políticas da base governista, num momento de reorganização da esquerda para o próximo pleito presidencial.

“Para ser candidato tenho que ser muito honesto comigo. Preciso estar 100% de saúde. Para eu me candidatar e acontecer o que aconteceu com Biden, jamais. Jamais eu irei enganar o partido e o povo brasileiro”, declarou Lula. O presidente ainda reforçou sua convicção de vitória: “Se eu for candidato, não vou disputar. Eu vou ser candidato para ganhar as eleições.”

Lula fez referência ao caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que desistiu da reeleição após pressões internas do Partido Democrata e críticas sobre sua condição física e mental. Ao contrário do norte-americano, o petista disse que não cogita enganar o eleitorado ou seu partido sobre sua aptidão para governar por mais quatro anos.

Durante o discurso, Lula também comentou a recente crise diplomática com os Estados Unidos, após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou que há limites para a resposta brasileira e que a diplomacia exige cautela. “Eu não posso falar tudo o que eu acho que eu devo falar, eu tenho que falar o que é possível falar”, disse.

O presidente defendeu que o Brasil continue adotando uma postura soberana frente aos ataques internacionais, sem citar diretamente o nome de Donald Trump, autor das novas medidas contra o país. “A soberania assusta pessoas que acham que mandam no mundo”, afirmou Lula, reforçando que manterá o diálogo com aliados e parceiros internacionais.

 

 

Empresa que recebeu R$ 10 bi tem contratos com o DNIT em Rondônia e mais 24 estados

A empreiteira LCM Construção e Comércio, investigada na Operação Route 156, firmou contratos com 25 superintendências regionais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) espalhadas por todas as regiões do país.

A única unidade estadual que fica de fora da lista da LCM é a de São Paulo, que não possui nenhum registro de contratação com a empresa, levando em conta que a superintendência de Goiás abarca também o Distrito Federal.

A soma dos valores contratados chega a cerca de R$ 15 bilhões.

Dentre as unidades com os maiores contratos, a do Pará lidera com R$ 2,3 bilhões. A superintendência local é chefiada por Diego Benitah Batista, ex-secretário parlamentar na Câmara dos Deputados, nomeado em abril de 2023 durante o governo Lula.

Os contratos no estado remontam a 2015, quando a LCM fechou R$ 164 milhões. Contudo, foi apenas alguns anos depois, em 2021, que a empreiteira chegou em um pico no estado, com cerca de R$ 1,1 bilhão em contratos fechados apenas naquele ano.

Em seguida, aparece o Rio Grande do Sul, com cerca de R$ 2 bilhões em contratos. No estado, a empresa atua, por exemplo, na execução de serviços emergenciais em rodovias contratados depois da tragédia causada pelas chuvas que atingiu a região gaúcha em 2024.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, barba e óculosRondônia é o estado que vem em seguida, com R$ 1,5 bilhão em contratos, seguido do Maranhão, onde os contratos somam cerca de R$ 1,4 bilhão. Os Dnits nos estado são comandados, respectivamente, por André Lima dos Santos (foto)e por João Marcelo Santos Souza, que se define como “psicólogo atuante na política”.

Já na unidade do Amazonas, que fica em 5º lugar no ranking dos contratos, estes somam cerca de R$ 1 bilhão. Juntos, o cinco Dnits correspondem a mais da metade de todos os contratos firmados entre a empresa e a autarquia -o que também inclui R$ 722 milhões contratados pela unidade nacional.

Como mostrou a coluna, a LCM já recebeu aproximadamente R$ 10 bilhões do governo federal. Parte do montante, cerca de R$ 418 milhões, veio de emendas parlamentares, incluindo verbas vinculadas ao chamado orçamento secreto.

Criada em 2014, a empresa cresceu depois de a operação Lava Jato colocar grandes empreiteiras brasileiras em processos por corrupção. A partir de então, a LCM passou a fechar contratos milionários com a administração pública.

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Reprodução/redes sociaisEmpreiteiro Luiz Otávio Fontes Junqueira
Empreiteiro Luiz Otávio Fontes Junqueira

Operação Route 156

Na operação Route 156, a Polícia Federal (PF) apura supostas irregularidades em obras na BR-156, no Amapá, e um esquema de direcionamento de licitações em contratos de manutenção e recuperação da rodovia. A LCM tem cerca de R$ 192 milhões em contratos com a superintendência do DNIT no estado.

Um dos alvos da operação, deflagrada em 22 de julho, foi justamente o empresário Luiz Otávio Fontes Junqueira, presidente da LCM. Ele foi alvo de busca e apreensão da PF, e com quem a corporação apreendeu três carros da marca Porsche.

Outro que entrou na mira das investigações foi o superintendente do DNIT no Amapá, Marcello Linhares, afastado do cargo por determinação judicial por 10 dias.

Segundo a PF, a apuração aponta para a “existência de uma organização criminosa estruturada no âmbito da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Amapá (DNIT/AP), que teria fraudado o caráter competitivo de pelo menos quatro pregões eletrônicos”.

O valor total das licitações sob suspeita é de R$ 60 milhões.

Fonte: Metropoles

Lula reafirma defesa da soberania e critica ‘facistas que traem Brasil usando bandeira nacional e camisa da seleção’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou neste domingo (3) fascistas e nazistas que traem o Brasil, defendendo tarifas e sanções contra o país, empunhando a bandeira nacional e vestindo a camisa da seleção brasileira de futebol. Em alusão direta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que as lideranças da oposição ao seu governo são “inimigas do Brasil”.

“Vivemos uma excrescência política: um cara que fazia campanha enrolado na bandeira do Brasil agora está enrolado na bandeira dos EUA e pedindo taxação contra o Brasil”, afirmou Lula, em discurso no 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, em Brasília.

O evento marcou a posse da nova direção da legenda. Para um auditório cheio de militantes do partido, Lula disse que o Brasil continuará tentando negociar a reversão do tarifaço de 50% impostos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a exportações brasileiras para o mercado estadunidense. Reforçou que isso será feito de forma altiva e soberana e que vai ajudar no resgate de símbolos nacionais pelo povo brasileiro.

“O Brasil já não é tão dependente dos EUA, temos boas relações com os outros países. Eu não vou esquecer das relações com os EUA, que têm mais de 200 anos, mas também não esqueço que eles deram um golpe aqui [em 1964]. Não vou abrir mão de discutir que precisamos de moeda alternativa para negociar com os outros países. Não queremos brigar, mas não temos medo”, disse Lula, citando que mantém conversas em tom respeitoso com todas as nações do mundo, sejam ricas ou pobres.

Para ele, dessa forma, o governo faz com que a bandeira e a camisa da seleção ganhem novo sentido. “Vamos resgatar a bandeira nacional para o povo brasileiro, a camisa do Brasil para o povo brasileiro”, afirmou.

Lula, aliás, disse que essa mudança pode dar mais força a seu governo nas eleições de 2026. Ele disse que será candidato à reeleição se tiver 100% de saúde e com condições reais de vencer. “Para ser candidato tenho que ser muito honesto comigo. Preciso estar 100% de saúde. Para eu me candidatar e acontecer o que aconteceu com Biden, jamais. Quando falo que tenho 80, energia de 30, vocês podem acreditar. Se eu for candidato, vou ser candidato para ganhar”, afirmou.

Também pediu visão estratégica e unidade do PT para que o partido tenha bom desempenho no pleito. “Como disse Edinho Silva [novo presidente do partido], os adversários estão do outro lado”, disse ele.

“Nós só elegemos 70 deputados dos 513. Se nós fossemos bons como pensamos que somos, teria eleito 140, 150”, acrescentou.

Ele ressaltou que seu governo está começando a ter resultados concretos na vida dos brasileiros, citando como exemplos, que o Brasil saiu, mais uma vez, o país do mapa da fome. Mas destacou que as pesquisas que indicam problemas em sua popularidade não estão erradas.

“As coisas ainda não chegaram para as pessoas. É muito lançamento dentro do palácio, pouca coisa na rua. Tem gente que acha que a Rede social vai resolver, mas não resolve. Quando que a gente ergueu a cabeça? Quando colocou a política no debate”, disse Lula, destacando as campanhas pela taxação dos mais ricos, a defesa da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a defesa da soberania contra o tarifaço de Trump.

O presidente também fez elogios a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, dizendo que ela será a melhor ministra do cargo, e ao recém-empossado presidente do PT, Edinho Silva. “vai ser uma experiência extraordinária para o partido”, afirmou.

Também presente ao evento, a ex-presidenta do PT e atual ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou firmemente as ações dos EUA contra o Brasil.

“Temos uma luta maior também, ao lado de lutar contra as injustiças no Brasil, temos que lutar contra a intervenção estrangeira. Acho que ninguém nunca achou que fôssemos viver uma situação dessa no Brasil, desse tipo de interferência na nossa soberania e causada por um ex-presidente e sua família que quer anistia, que articulam contra o Brasil, que se fantasiam com a bandeira brasileira, que falam dos valores do Brasil e entregam o nosso país ao estrangeiro”, declarou.

Diretrizes para o futuro

Nesta sábado (2), o PT aprovou a tese que guiará os trabalhos da sigla nos próximos anos. O texto aprovado defende o veto ao projeto de lei que muda as regras do licenciamento ambiental e aponta temas importantes que devem nortear as discussões e projetos do partido.

O documento destaca o repúdio ao genocídio na Palestina, a defesa do fim da escala 6 por 1, o combate à extrema direita, a isenção do Imposto de Renda para quem tem renda mensal de até R $5.000 e a igualdade salarial.

Brasil de Fato

Datafolha: 71% veem Lula na disputa; Alckmin cresce como plano B

Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste fim de semana mostrou que 71% dos brasileiros acreditam que o presidente Lula (PT) será candidato à reeleição em 2026. O número vem subindo desde abril, quando era de 62%, e passou por 66% em junho. Por outro lado, apenas 23% acham que ele não disputará o pleito, o menor percentual até agora.

Apesar dessa certeza sobre a candidatura, mais da metade dos eleitores (54%) preferem que Lula desista da disputa. O apoio à reeleição ficou em 44%, o que mostra uma divisão significativa no eleitorado. Levantamentos do Datafolha publicados nesse sábado (2) mostram que o petista ampliou a vantagem na corrida eleitoral de 2026 em relação a candidatos da direita, embora o governo continue a enfrentar avaliação negativa.

Alckmin cresce como plano B

Se Lula decidir não disputar a eleição, o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) vem ganhando força como substituto. O levantamento revelou que 26% dos entrevistados gostariam que ele fosse o candidato apoiado por Lula, uma alta de oito pontos em relação à pesquisa anterior. Com isso, Alckmin encostou no ministro Fernando Haddad (PT), que caiu de 37% para 29%.

Alckmin ganhou visibilidade ao liderar negociações com os Estados Unidos após a imposição de tarifas pelo governo Donald Trump. Mesmo sem conseguir reverter totalmente a medida, sua atuação foi bem avaliada por interlocutores e pela mídia.

Enquanto Alckmin sobe, Haddad sofre com críticas e pressões no Congresso, especialmente após o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Outros nomes dentro do governo aparecem com menor apoio: Simone Tebet (MDB) tem 13%, Rui Costa (PT) tem 5% e Gleisi Hoffmann (PT) aparece com 3% das menções como possíveis sucessores.

Bolsonaro inelegível, mas grupo segue ativo

Do lado oposto, 30% dos eleitores acreditam que Jair Bolsonaro (PL) será candidato, mesmo estando inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral. A maioria (67%), no entanto, acha que ele deveria abrir espaço para outro nome.

Entre os possíveis herdeiros do bolsonarismo, Michelle Bolsonaro lidera com 23%, seguida por Tarcísio de Freitas com 21%. Outros nomes lembrados são Eduardo Bolsonaro (11%), Ratinho Jr. (10%), Flávio Bolsonaro (9%), Ronaldo Caiado (6%) e Romeu Zema (5%).

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, ouvindo 2.004 pessoas em 130 cidades.

Congresso em foco

Fome induzida por Israel em Gaza mata mais sete palestinos em 24h, incluindo uma criança

O diretor do Hospital al-Shifa, em Gaza, afirmou que os hospitais da região registraram sete mortes, incluindo uma criança, em decorrência de fome e desnutrição nas últimas 24 horas. Isso eleva para 169 o total de palestinos que morreram por inanição desde que Israel iniciou o genocídio contra o enclave palestino em 2023, incluindo 93 crianças.

Muitas crianças em Gaza vêm sofrendo danos colaterais decorrentes da fome proposital aplicada pelo governo israelense, como atrofia cerebral – perda de neurônios ou conexões cerebrais, resultando na redução do tamanho do cérebro.

Fontes médicas também informaram que 30 pessoas foram mortas por Israel na Faixa de Gaza somente na manhã deste sábado (2), incluindo 13 delas que buscavam ajuda humanitária. Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde Palestino informa que pelo menos 98 pessoas foram mortas e 1.079 ficaram feridas em ataques israelenses, incluindo 39 pessoas que aguardavam ajuda alimentar.

Com isso, o número de mortos nos ataques desde outubro de 2023 subiu para 60.430, com 148.722 feridos. Enquanto Israel segue atacando diariamente a população, fontes médicas no norte de Gaza afirmam que 80% das ambulâncias da área foram destruídas e que militares israelenses com frequência impedem que os veículos restantes alcancem os feridos.

“Como cachorros”

Os lançamentos aéreos de ajuda alimentícia sobre Gaza deveriam representar um alívio. As grandes caixas de madeira, no entanto, se despedaçam ao atingir o solo, obrigando as pessoas a vasculhar a areia em busca de restos de comida e a raspar o que puderem do chão.

Segundo reportagem da rede Al Jazeera, os palestinos se sentem completamente humilhados com a forma com que a ajuda chega. “Somos como cães correndo atrás de um osso. Por que eles jogam coisas assim? Não queremos que eles nos ajudem dessa forma?”, disse Rana Attia, uma palestina deslocada em Gaza.

Outra palestina, Eslam al-Telbany, também deslocada pelos ataques de Israel, disse que correu atrás da ajuda que caiu do céu. “Fui e meus filhos rezaram para que eu voltasse com comida. Eles não comem nem bebem nada há dois dias. Parte meu coração que eles estejam esperando que eu os alimente”, disse se desfazendo em lágrimas.

A Faixa de Gaza sofre não só com o número ínfimo de caminhões de ajuda humanitária que Israel permite entrar na terra palestina, mas também com um vácuo de poder que permitiu a entrada de saqueadores e gangues armadas. Os criminosos se apropriam dos caminhões que chegam, acumulam a ajuda e depois revendem a um preço altíssimo, muito além da capacidade financeira da imensa maioria.

Sem trégua

Em meio à tragédia causada por Israel, o país de Benjamin Netanyahu afirma que continuará atacando “sem trégua” os palestinos, a menos que os prisioneiros israelenses sejam libertados. “Acredito que, nos próximos dias, saberemos se conseguiremos alcançar um acordo para a libertação dos nossos reféns. Em caso contrário, o combate continuará sem trégua”, afirmou o comandante do Estado-Maior do Exército israelense, tenente-general Eyal Zamir durante uma visita às tropas no território palestino, segundo um comunicado militar divulgado neste sábado.

Acredita-se que das 251 pessoas capturadas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, 49 continuam em Gaza, incluindo 27 que foram declaradas mortas pelo Exército. O genocídio que se seguiu deixou mais de 60 mil mortos em Gaza, a maioria mulheres e crianças.

Brasil de Fato

Haddad, no 17º Encontro Nacional do PT: “Quem vai pagar a conta é o rico no IR”

Na abertura do evento, em Brasília, ministro da Fazenda ressaltou cumprimento das promessas da campanha de Lula e resultados que superam expectativas em áreas como emprego, educação, saúde e combate à fome

Durante a abertura do 17º Encontro Nacional do PT, realizada nesta sexta-feira (1º) em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um balanço das conquistas alcançadas pelo governo Lula, mesmo diante de uma base considerada frágil no Congresso Nacional. “A cada projeto que precisa ser aprovado, a cada decreto que precisa ser editado, tudo é uma construção complexa, mas estamos conseguindo executar o nosso plano de governo”, destacou.

Haddad lembrou que revisitou recentemente o programa apresentado durante as eleições de 2022 e se disse surpreso com o quanto foi possível avançar. Entre os pontos destacados, mencionou a recuperação do piso constitucional da saúde e da educação, restabelecido após anos de cortes.

Proteção aos mais pobres

No discurso, o ministro reforçou que as medidas econômicas do governo Lula não recaíram sobre os mais vulneráveis, mas sobre os mais ricos. “Dessa vez quem vai pagar a conta é o rico no Imposto de Renda e não o pobre no orçamento”, afirmou. Ele ressaltou que o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a política de valorização do salário mínimo foram preservados e fortalecidos com o presidente Lula.

O ministro apontou que essa mudança de lógica permitiu a restituição de direitos que haviam sido retirados nos últimos sete anos. “Começamos uma política de restituição dos direitos vilipendiados”, afirmou.

Leia mais: PT lança campanha “Eu Defendo o Brasil” contra tarifaço de Trump

Resultados econômicos e sociais

Haddad destacou os indicadores econômicos recentes como prova da eficácia das políticas implementadas. “Todo mundo dizia que o país não tinha condição de crescer mais de 1 e 1,5% ao ano. Nós, em dois, crescemos sete”, disse.

Ele também citou a queda do desemprego para 5,8%, o menor índice da série histórica, e a saída antecipada do Brasil do Mapa da Fome.

“Nós imaginávamos que fossemos sair do Mapa da Fome no último ano de mandato. Nós saímos no terceiro”, celebrou, em referência ao anúncio recente da FAO.

Leia mais: “Faz o L!” Desemprego cai para 5,8% e atinge menor nível da história

Unidade e resistência

O ministro criticou a criação de “ruídos artificiais” que buscam desviar a atenção da população com fake news e divisões. Ressaltou, no entanto, que o governo segue “sob a batuta de um grande líder político que está dando o tom em todas as áreas”.

“Temos uma grande tarefa até o ano que vem, um ano de muita luta e muitos desafios, mas mais uma vez nós seremos convocados e não vamos nos furtar a entregar nosso suor, nossas lágrimas, nosso sangue por esse grande país, essa enorme nação, uma potência econômica, democrática e soberana”, concluiu Haddad.

O 17º Encontro Nacional do PT terá a participação de cerca de 1.000 delegados e delegadas de todos os estados do país. Durante o Encontro Nacional, a nova direção do PT no Brasil vai tomar posse. Além disso, os delegados e delegadas vão debater a tese guia que foi eleita no Processo de Eleição Direta – PED 2025.

O evento segue até este domingo (3), quando será realizada a posse do presidente eleito Edinho Silva e dos demais membros do Diretório Nacional, com a presença do presidente Lula, ministros, governadores de Estado, parlamentares, presidentes estaduais e dirigentes do PT.

O encontro acontece no Centro de Convenções Brasil 21 (Setor Hoteleiro Sul, Quadra 06, Asa Sul, Brasília/DF).

Leia mais: Lula reage a tarifaço: interferência dos EUA na Justiça do Brasil “é inaceitável”

Assista a íntegra do encontro do PT:

Da Redação

17º Encontro do PT: partido vai continuar liderando reconstrução do Brasil

O 17º Encontro do PT começou na sexta-feira (1/8) reafirmando o compromisso do maior partido da América Latina com o Brasil, em um momento crucial de recuperação e defesa da soberania nacional. Após anos de desmandos da direita, que resultaram em retrocessos sociais e econômicos, o governo do presidente Lula demonstra com resultados visíveis que o país está de volta ao caminho do desenvolvimento e da dignidade, apesar dos ataques à nossa soberania. Redução dos níveis de desemprego, retomada do crescimento econômico e defesa intransigente da soberania e da democracia são pontos fundamentais, celebrados no Encontro, que reúne mais de mil delegados de todo o país, além de representantes de governos, movimentos sociais e de parlamentares.

Responsável por abrir o Encontro, o senador e atual presidente do partido, Humberto Costa (PE), lembrou que a luta dos povos se dá não apenas no Brasil. Ele reafirmou o apoio à luta do povo palestino e fez uma contundente denúncia do genocídio contra os palestinos em Gaza. Em um gesto de solidariedade internacional e de alinhamento com a postura humanista do governo Lula, Humberto Costa fez um apelo ao rompimento das relações diplomáticas e comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu.

“Não é possível virar os olhos para as mortes de crianças em Gaza pela ação do governo de Israel”, afirmou o senador pernambucano, ao ler a manifestação do PT em defesa dos direitos humanos e da paz mundial, reforçando o papel do Brasil no cenário global.

Líderes no Parlamento

Líder do Governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (AP) ressaltou a gravidade do momento, “em que o país é atacado por fascistas e traidores da pátria”. E lembrou que, mesmo diante de tantas dificuldades, podemos celebrar resultados como a histórica saída do Brasil do Mapa da Fome.

“O país está sob ataque, enfrentando a maior agressão dos últimos 50 anos, mas o PT, como sempre, estará junto para defender a nação”. Ele reforçou que o Brasil, “forjado em lutas de seu povo, é um gigante que não teme fascistas nem traidores da pátria”. E concluiu dizendo que o Brasil recuperou a sua dignidade. “Não serão ameaças que farão esse país retroceder”, afirmou, conclamando à união para reeleger Lula.

O líder no Senado, Rogério Carvalho (SE), destacou a coragem e união dos petistas para a reconstrução do Brasil, lembrando que a inspiração é o presidente Lula, que “enfrentou os poderosos e recolocou o país de novo no caminho de atender os brasileiros, arrancando a bandeira dos traidores e devolvendo ao povo”. Rogério Carvalho convocou à luta pela soberania e ao resgate de tudo que foi “entregue e desmontado” nos últimos anos. Ele expressou confiança na capacidade do partido e do governo de garantir “comida, justiça social e dignidade”, finalizando com a certeza de que “a nossa estrela vai brilhar na defesa do Brasil de verdade”. “Com trabalho e luta, o Brasil será justo, soberano e próspero, porque o Brasil é dos brasileiros”, concluiu.

Na contramão do mundo, governador de Rondônia ostenta bandeira de Israel na “Marcha para Jesus”

Enquanto o mundo condena o genocídio em Gaza e apoia a criação do estado da Palestina*, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil) em clima de campanha eleitoral, participou neste sábado da Marcha para Jesus em Porto Velho, Rondônia, envolvido numa bandeira de Israel. O evento politico religioso teve início de frente à sede administrativa do governo de Rondônia, no CPA. Nada mais conveniente para o pré-candidato ao Senado Federal.

O governador se soltou, dançou e cantarolou. Até aí tudo bem, viva a alegria. Mas, o governador resolveu se envolver numa bandeira de Israel*, país que vem atacando a Palestina há dois anos, matando milhares de inocentes, dentre elas, crianças e idosos. Com certeza Jesus não apoiaria este evento associado à Israel.

O governador com isso, se junta aos defensores do genocídio em massa, contrariando o que prega a religião que ele professa. Durante suas falas na Marcha para Jesus, o governador disse uma frase sem nexo, misturando carro e cavalo com Jesus Cristo: “Uns confiam em carros. Outros em cavalos. Mas nós confiamos no Senhor Jesus Cristo”.

*A sua independência foi declarada em 15 de novembro de 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e por seu governo no exílio em Argel, na Argélia. No entanto, a maioria das áreas reivindicadas pelos palestinos está ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em Israel, a religião predominante é o judaísmo, com 73% da população se identificando como judia, de acordo com o Study.com.

VÍDEO: Boulos rebatiza o copo americano após crise com Trump

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Em um vídeo bem-humorado, deputado lembrou que os americanos mudaram o nome da batata francesa durante a guerra do Iraque

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) fez um vídeo bem-humorado em que rebatiza o copo americano, conhecido por todos os brasileiros que gostam de uma cervejinha.

Boulos lembrou que durante a guerra do Iraque, os Estados Unidos retaliaram a França, que se negou a entrar no conflito, rebatizando as French Fries (batatas francesas) para Freedom Fries (Batatas da Liberdade).

Diante das sanções do presidente americano Donald Trump, que resolveu cobrar 50% de tarifas sobre produtos brasileiros, Boulos rebatizou o copo americano de Copo Zeca Pagodinho.

Veja o vídeo abaixo:

Fonte: Revista Forum

O declínio do dólar e a nova ordem multipolar: o fim da hegemonia norte-americana?

Por Ronald Pinto (*)

Quando os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o padrão-ouro em 1971, rompendo com os acordos de Bretton Woods estabelecidos em 1944, confiaram na ideia de que o dólar, como moeda de reserva global, manteria seu valor mesmo sem lastro em ouro.
Por décadas, essa estratégia funcionou: o mundo continuou a utilizar o dólar como principal meio de troca internacional, permitindo que os EUA imprimissem dinheiro sem grandes pressões inflacionárias e financiassem déficits comerciais e gastos militares com relativa impunidade.
No entanto, o avanço das tecnologias de pagamento e a digitalização das transações globais estão corroendo essa hegemonia.
Sistemas financeiros modernos permitem agora o câmbio direto entre moedas, eliminando a necessidade do dólar como intermediário obrigatório. A moeda americana, que desde o fim do padrão-ouro funcionava como um mero vale de troca sustentado pela demanda internacional, começa a revelar sua verdadeira natureza: uma divisa sem lastro real, respaldada apenas pela confiança – cada vez mais frágil – no poderio econômico e militar dos EUA.

O Déficit Insustentável e a Crise do Império

Para sustentar sua máquina de guerra e financiar a chamada “defesa da liberdade” – na prática, a proteção dos interesses de suas corporações globais –, os EUA acumularam um déficit orçamentário astronômico. A emissão descontrolada de dólares, sem um crescimento proporcional da produção de riqueza real, criou uma bolha financeira que ameaça explodir.

Durante seu governo, Donald Trump tentou reverter essa situação com medidas desesperadas: impôs tarifas protecionistas, atacou acordos como o NAFTA e buscou repatriar a produção industrial – uma tarefa hercúlea após décadas de desindustrialização.
Paralelamente, pressionou os países da União Europeia a assumirem maiores custos com defesa, aliviando o fardo que hoje recai majoritariamente sobre os EUA, autoproclamados guardiões dos interesses do grande capital global.

Mas o desafio vai além da economia doméstica. A verdadeira ameaça à supremacia do dólar vem dos BRICS, bloco que hoje reúne mais de 40% da população mundial e uma fatia crescente do PIB global. A expansão desse grupo, com a criação de uma nova zona de livre comércio independente do dólar, representa um golpe fatal no sistema financeiro centrado em Washington. Nações como China, Rússia, Índia e Brasil já aceleram acordos comerciais em moedas locais, reduzindo a dependência das reservas em dólares.

O Fim do Privilégio Exorbitante e a Ascensão Multipolar

Sem a demanda artificial gerada pelo uso compulsório do dólar no comércio internacional, os EUA perderão a capacidade de simplesmente imprimir dinheiro para quitar suas dívidas. Serão obrigados a gerar riqueza real ou enfrentar uma desvalorização abrupta de sua moeda. O “privilégio exorbitante” usufruído desde Bretton Woods está com os dias contados.

Alguns analistas temem que, em um ato de desespero, os EUA provoquem conflitos geopolíticos para manter sua relevância. No entanto, o mundo já ingressou em uma ordem multipolar, na qual a cooperação econômica e diplomática entre potências emergentes limita a capacidade de Washington de ditar as regras do jogo.

A conclusão é inevitável: os EUA precisam se adaptar a essa nova realidade. O unilateralismo e a dependência de guerras e sanções para sustentar o dólar não são mais viáveis. Resta ao país reorganizar sua economia interna, investindo em produção e inovação, ou assistir a um declínio acelerado. O século XXI não será marcado por um império hegemônico, mas por uma rede de nações cooperando em pé de igualdade. A questão não é se os EUA aceitarão essa mudança, mas quando – e a que custo.

(*) Por Ronald Pinto é indígena Kaingáng e militante pelos Direitos dos Povos Indígenas

Lula amplia favoritismo para as eleições de 2026, aponta Datafolha

Presidente ganhou espaço contra todos os candidatos da direita no primeiro e no segundo turno

A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado pela Folha de S.Paulo, indica que o presidente Lula (PT) conseguiu ampliar sua vantagem sobre os nomes do bolsonarismo nas simulações de primeiro e segundo turnos da eleição presidencial de 2026. O levantamento, realizado em 29 e 30 de julho com 2.004 eleitores em 130 municípios, mostra que Lula lidera todos os cenários testados, inclusive aqueles em que enfrenta membros da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje inelegível.

A movimentação ocorre em meio ao embate diplomático com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Trump justificou a medida alegando perseguição política a Bolsonaro, que responde por tentativa de golpe para se manter no Planalto após perder para Lula em 2022. A aproximação do clã Bolsonaro ao líder americano acabou alimentando críticas internas e rótulos de “traidores da pátria” por setores da oposição, colocando aliados como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em posição delicada.

Cenário do primeiro turno

Nos sete cenários de primeiro turno testados pelo Datafolha, Lula aparece à frente de todos os adversários. Contra Jair Bolsonaro, o petista subiu de 34% para 39% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente caiu para 33%, abrindo vantagem de cinco pontos em relação à pesquisa anterior. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Quando enfrenta membros da família Bolsonaro, Lula também lidera com folga:

  •  Contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vence por 39% a 20%
  •  Contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por 40% a 18%
  •  Contra Michelle Bolsonaro (PL-DF), por 39% a 24%

Na disputa com Tarcísio de Freitas, Lula registra 38% contra 21%, cenário que permanece estável em relação ao mês passado. Entre os nomes da direita que não carregam o sobrenome Bolsonaro, quem melhor se posiciona é Ratinho Jr. (PSD-PR), que aparece entre 10% e 14% nos cenários mais prováveis.

Cenário do segundo turno

O Datafolha também testou dez simulações de segundo turno. O empate técnico que existia na pesquisa anterior deu lugar a uma ligeira vantagem para o presidente:

  •  Lula 47% x 43% Jair Bolsonaro
  •  Lula 45% x 41% Tarcísio de Freitas
  •  Lula 48% x 40% Michelle Bolsonaro
  •  Lula 49% x 37% Eduardo Bolsonaro
  •  Lula 48% x 37% Flávio Bolsonaro

Ratinho Jr. apresenta desempenho semelhante ao do governador paulista, perdendo de 45% a 40% para Lula. Contra nomes de fora do núcleo bolsonarista, o petista mantém ampla dianteira: 47% a 35% contra Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e 46% a 36% diante de Romeu Zema (Novo-MG).

Sem Lula na disputa, Tarcísio desponta como principal candidato da oposição, derrotando Fernando Haddad (PT) por 43% a 37% e empatando tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSB-SP), com 40% a 38%.

Rejeição e percepção do eleitorado

A pesquisa também revela os índices de rejeição, fator crucial para a viabilidade eleitoral:

  •  Lula: 47%
  •  Jair Bolsonaro: 44%
  •  Família Bolsonaro: 36% a 38%
  •  Tarcísio de Freitas: 17%
  •  Ratinho Jr.: 21%
  •  Romeu Zema: 22%

No campo governista, Fernando Haddad tem 32% de rejeição, enquanto Geraldo Alckmin registra 27%. Já a lembrança espontânea de nomes para a eleição presidencial reforça a polarização: Lula aparece com 22%, Bolsonaro com 17% e Tarcísio com apenas 1%.

O cenário traçado pelo Datafolha evidencia que, mesmo em meio ao desgaste natural de governo e às tensões com Donald Trump, Lula mantém vantagem consolidada diante do bolsonarismo e lidera em praticamente todas as combinações testadas para 2026.

Do Brasil 247

Turistas israelenses enfrentam hostilidade na Europa em meio à crise humanitária em Gaza

A ofensiva militar de Israel em Gaza, que já dura quase dois anos e deixou mais de 60 mil mortos, está provocando repercussões diretas contra cidadãos israelenses fora do país. Relatos de hostilidade e episódios de discriminação contra turistas israelenses têm se multiplicado na Europa, especialmente após a divulgação de imagens de fome extrema e desnutrição infantil no território palestino. Os protestos contra a presença de israelenses, antes isolados, tornaram-se frequentes em destinos turísticos como Grécia, Espanha, Itália e Áustria.

Na Grécia, manifestantes tentaram impedir o desembarque de cerca de 1.500 passageiros israelenses do cruzeiro Crown Iris na ilha de Creta. A polícia usou spray de pimenta para conter os protestos, que incluíam faixas com dizeres como “Palestina livre” e “Parem o genocídio”. Incidentes semelhantes ocorreram em Rodes e Siros, onde manifestantes bloquearam portos e confrontaram turistas. Em resposta, o governo grego prometeu repressão mais dura contra ações que violem a liberdade de circulação.

Além dos protestos organizados, há relatos de discriminação em estabelecimentos comerciais. Em Nápoles, na Itália, um casal israelense acusou a dona de um restaurante de expulsá-los por serem israelenses. Na Espanha, o dono de um restaurante em Vigo expulsou turistas gritando “Viva a Palestina livre” e foi alvo de investigação policial. Casos semelhantes foram registrados na Áustria, onde músicos e casais israelenses disseram ter sido hostilizados por falarem hebraico ou informarem sua nacionalidade.

A crescente rejeição está relacionada ao agravamento da crise humanitária em Gaza. Organizações humanitárias internacionais e até grupos israelenses passaram a usar o termo “genocídio” para descrever a situação, enquanto países discutem o reconhecimento formal do Estado palestino. Internamente, figuras políticas como o opositor Yair Lapid alertam que Israel pode enfrentar sanções e isolamento diplomático, com reflexos diretos sobre sua população.

Palestinos com alimentos após ajuda humanitária; mais de 130 pessoas morreram de fome em Gaza
Imagem: Dawoud Abu Alkas/Reuters

As tensões já afetam o turismo. Agências israelenses relatam mudanças nas preferências dos viajantes, com crescimento de reservas para destinos vistos como mais seguros, como Praga, Budapeste, Dubai e Tailândia. A procura por locais com menor histórico de protestos pró-Palestina aumentou cerca de 15% a 23% em comparação com anos anteriores, segundo o portal israelense YNews.

Enquanto a ofensiva em Gaza continua e os apelos por cessar-fogo se intensificam, a hostilidade contra turistas israelenses reflete uma nova face do impacto internacional do conflito. Além da diplomacia, o desgaste se faz sentir no cotidiano de cidadãos comuns, cuja nacionalidade tem se tornado motivo de confrontos em locais turísticos antes considerados neutros.

Diario do Centro do Mundo

Lavrov diz que Terceira Guerra Mundial já está em curso e culpa o Ocidente por desestabilização global

Chanceler russo acusa Europa e EUA de manterem hegemonia pela força e cita pragmatismo do presidente Donald Trump diante de elites europeias submissas

O chanceler russo Serguei Lavrov declarou que a “terceira guerra mundial já está em curso”, responsabilizando o Ocidente por uma série de agressões militares e econômicas que, segundo ele, têm desestabilizado o planeta. As declarações foram feitas durante o fórum “Território de Significados”, em encontro com jovens e veteranos da operação militar russa na Ucrânia. As falas foram reproduzidas pelo canal APT no YouTube.

Lavrov fez uma longa retrospectiva de intervenções militares lideradas pelos países ocidentais, começando pela guerra contra a Iugoslávia, em 1999, passando pelas invasões do Iraque, destruição da Líbia e ataques à Síria. Segundo ele, todas essas operações abriram caminho para um estado permanente de instabilidade no Oriente Médio e demonstram o que classifica como a incapacidade do Ocidente de aceitar um mundo multipolar.

“Agora, muitos analistas dizem que a terceira guerra mundial já começou em uma nova forma. Tudo começou com a agressão do Ocidente contra a Iugoslávia, depois o Iraque, a Líbia e a Síria”, afirmou Lavrov.

Europa sob domínio dos EUA

O chanceler criticou duramente a submissão da União Europeia aos Estados Unidos, afirmando que o novo acordo comercial e energético fechado com o governo do presidente Donald Trump favorecerá exclusivamente Washington e provocará desindustrialização e crise social na Europa.

“A Europa está orgulhosa de um acordo em que pagará mais caro pela energia americana e abrirá mão de investimentos em seu próprio território. Enquanto isso, os EUA exportarão produtos sem tarifas e receberão centenas de bilhões de euros em investimentos”, disse Lavrov.

Para ele, a política europeia hoje se resume a “servir como bucha de canhão” contra a Rússia, enquanto aceita prejuízos econômicos profundos. Ele ainda criticou a decisão do chanceler alemão de transformar a Alemanha novamente na maior potência militar da Europa, comparando o discurso atual aos períodos que antecederam as duas guerras mundiais.Crítica às sanções e ao “neocolonialismo”

Lavrov afirmou que os mecanismos internacionais criados após a Segunda Guerra Mundial, como ONU, FMI e Banco Mundial, são usados pelo Ocidente para manter posições de poder e “travar o avanço do mundo multipolar”. Ele defendeu o fortalecimento de blocos alternativos como BRICS, Organização para Cooperação de Xangai e União Africana, que, segundo ele, representam “a maioria global”.

“O Ocidente não aceita perder sua hegemonia e tenta preservá-la por meio de guerras, sanções e tarifas. Mas o processo histórico de multipolaridade é inevitável”, declarou o chanceler.

Durante a sessão de perguntas e respostas, Lavrov ressaltou que a Rússia busca garantir segurança e soberania e que o país não tem interesse em conquistas territoriais, mas sim em proteger populações russas historicamente residentes nas regiões em disputa.

Aproximação com Trump e isolamento europeu

Ao longo de sua fala, Lavrov demonstrou respeito pragmático pelo presidente Donald Trump, destacando sua postura voltada a interesses econômicos e negociações diretas, em contraste com a política de confronto militar que atribuiu ao ex-presidente Joe Biden e às elites europeias.

“Trump não quer guerras. Ele age com base no bom senso e nos interesses de negócio dos Estados Unidos, ao contrário de Biden e das elites europeias, que só falam em derrotar a Rússia”, disse Lavrov.

Para o chanceler, a Rússia está disposta a manter diálogo com qualquer país, inclusive europeus, mas não aceitará cessar-fogo unilateral nem abrirá mão das exigências de segurança estratégica. Assista:

 

Do Brasil 247

 

República

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A República, ahh a República

A República que não se publica
É pudica
Mas não é publicável
Impopular, vai naufragar
– é inviável

Traz a sina
– do golpe vieste
– no golpe permanecerás
– isso já não se ensina

Impopular
Não miscigenou, seu povo não amou
– Seu pobre retinto, não encontra recinto

No banquete dos Deuses
– não tem pólis
– só ferrão de abelha
– aqui o direito não se espelha

No vazio da esperança
– ainda somos vadios

No crime de vadiagem
– não tem viagem
– o terreno baldio, tem mais vantagem

Com elite egoísta
– tudo à sua volta é hedonista

Povo iludido
Povo feliz

Mas, é infeliz
– na vida malvada
– o povo pobre, negro e oprimido
– com a vida marcada
– Sofre comprimido

Cabra marcado pra morrer
– nada lhe será cumprido

A República lhe espanta
– pra ti, ela nunca desencanta

Nesse corpo fechado
– te botaram cadeado

De toda riqueza,
Não lhe deram um filão
– só mesmo esses grilhões
– a pobreza lhe vem aos milhões

República vilã
– nessa vilania
Tu sempre és vilão…

Vinício Carrilho Martinez

Projeto da Justiça de Alagoas amplia ensino superior no sistema prisional

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) é o primeiro do Brasil a firmar parceria com uma universidade pública para ampliar o ensino superior no sistema prisional. Nesta sexta (1.º/8), sessenta reeducandos iniciaram curso de Gestão Empreendedora e Inovação em Turismo, ofertado pela Uncisal por meio do projeto Uniliberdade, iniciativa do Judiciário com apoio da Secretaria de Ressocialização (Seris).

Oscar Henrique, de 29 anos, é um dos alunos matriculados. “Eu concluí o ensino médio e tenho curso técnico em Administração. A gente que está privado de liberdade deve usufruir do tempo que a gente tem aqui [no sistema] para se tornar alguém melhor”, afirmou.

Para ele, é importante os reeducandos buscarem capacitação. “As oportunidades aparecem a partir do momento que você tem mais conhecimento”.

A reeducanda Jullyana Karla, de 32 anos, afirmou que o curso vai mudar a sua vida. “A expectativa é grande. Lá fora, não tive a oportunidade que estou tendo nesse momento”.

O curso é on-line, tem duração de dois anos e atende presos do Núcleo Ressocializador da Capital, Baldomero Cavalcante, Cyridião Durval, Penitenciária de Segurança Máxima II e III e Presídio Feminino Santa Luzia.

Na seleção dos reeducandos, foram considerados critérios socioeconômicos, de gênero e raça, conforme orientação do Plano Pena Justa.

Para o desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do TJAL, o projeto da Vara de Execuções Penais é inovador. “Não tenho notícia de algo semelhante Brasil afora. Realmente vai ser uma ferramenta para que a pessoa, quando sair da prisão, tenha a condição de transformar sua vida”.

Marcelo Santana, coordenador-geral da Universidade Aberta do Brasil (UAB) junto à Uncisal, explicou que a plataforma do curso é segura. “É um ambiente virtual de aprendizagem que não possibilita contato com o exterior. Os alunos terão toda a condição para aprenderem e terem acesso ao material de estudo”.

O corregedor-geral da Justiça de Alagoas, Celyrio Adamastor, destacou que a parceria entre TJAL, Seris e Uncisal democratiza o conhecimento, alcançando espaços antes esquecidos e quebrando barreiras sociais. “A educação, aqui, cumpre seu papel mais nobre: levar luz onde a escuridão parecia definitiva”.

Na avaliação do desembargador Márcio Roberto Tenório, supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), o projeto fortalece a ressocialização. “Após saírem do sistema, vão contribuir com a sociedade através do trabalho. Terão a possibilidade de, efetivamente, reintegrar-se ao convívio social”.

Participaram do evento, no Núcleo Ressocializador da Capital, os juízes Alexandre Machado e Nelson Fernando, da Vara de Execuções Penais, o titular da Seris, Diogo Teixeira, entre outras autoridades.

Fonte: TJAL