terça-feira, julho 8, 2025
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Datafolha aponta maior aprovação de Lula e queda na rejeição

A avaliação considerada regular também alcançou 31% dos participantes da pesquisa

A aprovação do trabalho do presidente Lula chegou a 36% e se afastou da taxa de reprovação (31%), segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça (18). A avaliação positiva oscilou um ponto em relação ao levantamento anterior, realizado em março, quando o número era de 35%.

A avaliação negativa teve uma queda no período, passando de 33% para 31%, e a regular, de 30% para 31%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o que indica um cenário de estabilidade, mas mostra que a imagem do presidente teve uma melhora para a população.

O levantamento marca um ano e seis meses do terceiro mandato do presidente e mostra uma inversão na queda de popularidade, que vinha apresentando pioras desde o fim do ano passado.

Os grupos consideram Lula ótimo ou bom acima da média nacional são os mais pobres (42%), quem tem entre 45 e 49 anos (44%), mais velhos (47%), nordestinos (48%) e os menos instruídos (53%).

Os que mais veem o presidente como ruim ou péssimo são homens (35%), pessoas que possuem entre 25 e 34 anos (38%), com ensino superior (38%), evangélicos (44%) e quem recebe acima de 5 salários mínimos (45%).

O presidente Lula durante evento no Nordeste, onde tem alta taxa de aprovação. Foto: Reprodução

Em relação aos seus mandatos anteriores, o presidente tem uma aprovação semelhante à registrada nessa altura do governo em 2004: 35%. Sua reprovação na ocasião era bem menor (17%) e 45% da população o via como regular. Em maio de 2009, na sua segunda gestão, os números eram melhores: 69%, 6% e 24%, respectivamente.

A percepção sobre a economia também permaneceu estável nos últimos meses: 40% da população tem expectativa positiva sobre o tema, enquanto 28% acredita que a condição econômica do país deve piorar e 27% que tudo ficará igual. Em março, os números eram 39%, 27% e 32%, respectivamente.

Sobre os impactos na vida pessoal da gestão petista no período, 26% da população acredita que houve uma melhora, 21% que piorou e 52% que está tudo na mesma.

Fonte: DCM

Exemplos do Japão: conheça a história de Kana Harada, a única passageira de uma estação de trem que funcionou até a sua formatura

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Em 2015, a empresa Japan Railways enfrentava a difícil decisão de fechar a estação Kyu-Shirataki, localizada no remoto norte do Japão, devido à falta de passageiros. No entanto, essa estação tinha um passageiro regular que mudou o rumo dessa decisão: Kana Harada, uma jovem estudante que dependia do trem para ir à escola.
Kana HaradaKana Harada usava o comboio diariamente para se deslocar até sua escola, uma rotina que se tornava um desafio sem a estação Kyu-Shirataki. Sem o trem, ela teria que enfrentar uma caminhada de 73 minutos para pegar um trem expresso na linha vizinha, o que tornaria sua jornada muito mais difícil.
Reconhecendo a importância do transporte para a educação e a vida de Kana, Japan Railways decidiu manter a estação Kyu-Shirataki aberta, apesar do baixo número de passageiros. Essa decisão destacou a dedicação do Japão em garantir que mesmo os serviços de transporte mais remotos continuem a funcionar em prol do bem-estar de seus cidadãos.
No dia 25 de março de 2016, aos 18 anos de idade, Kana Harada se formou no ensino médio e o propósito da estação também acabava

A história de Kana Harada e da estação Kyu-Shirataki ganhou notoriedade e tocou muitas pessoas ao redor do mundo, simbolizando o compromisso com a educação e a acessibilidade. Em 2016, Kana se formou, marcando o fim de uma era para a estação que havia servido fielmente à sua missão.

Com a formatura de Kana, a estação Kyu-Shirataki foi finalmente fechada. No entanto, a história permanece como um exemplo de como o transporte pode abrir portas para oportunidades e mudar vidas. A dedicação de uma comunidade para garantir que uma jovem estudante pudesse alcançar seus sonhos educacionais tornou-se uma inspiração para muitos.

Lula disputará a reeleição: “não vou permitir que esse país volte a ser governado por fascista”

Presidente afirmou que encontrou país “totalmente destruído”, comparando ao genocídio da Faixa de Gaza. “Se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem”.

O presidente Luis Inácio Lula da Silva encerrou a entrevista bombástica à CBN na manhã desta terça-feira (18) confirmando que vai disputar a reeleição em 2026 para evitar que “o país volte a ser governado por um fascista”, sem citar o nome de Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, mas tem reiterado que pretende manobras para tentar reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até às vésperas da próxima disputa eleitoral.

ASSISTA À INTEGRA:
Lula vai pra cima da Globo e Campos Neto: “tem lado político e trabalha para prejudicar o país”

Indagado por Milton Jung sobre o tema, Lula reafirmou que primeiro precisa cumprir o que “prometi ao povo brasileiro”. No entanto, o presidente emendou de forma enfática que, mesmo aos 80 anos, pretende entrar na disputa para barrar a extrema direita fascista.

“Quando chegar o momento de discutir tem muita gente boa pra ser candidato, eu não preciso ser candidato. Agora, presta atenção no que vou te falar, se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem, pode estar certo que os meus 80 anos virará em 40 e eu poderei ser candidato”, disse.

“Mas, não é a primeira hipótese. Nós vamos ter que pensar muito. Eu sei que vou estar com 80 anos, que vou ter que medir meu estado de saúde, minha resistência física, porque quero ter responsabilidade com o Brasil. Mas, não vou permitir que esse país volte a ser governado por um fascista, não vou permitir que esse país volte a ser governado por um negacionista como já tivemos. Esse país precisa de muita verdade para se transformar no país maravilhos que temos que construir”, afirmou ao encerrar a entrevista.

Antes, Lula afirmou que pegou o país “totalmente destruído, como se fosse a Faixa de Gaza”, comparando o governo Jair Bolsonaro (PL) com o genocídio praticado pelo sionista Benjamin Netanyahu, que governa Israel, no território palestino.

“Em 2022 pegamos o país praticamente destruído. Até hoje temos ministérios com 30% dos funcionários, por conta do que foi feito pelo governo anterior. É um desafio. Meu compromisso é fazer o Brasil crescer de maneira consistente e madura. Os salários e os empregos crescerem da mesma forma. E agora temos um governo mais preparado do que nos meus primeiros mandatos, com ministros que já foram governadores, senadores. E com isso já fizemos, nesses 16 meses, mais políticas de inclusão social do que nos 8 anos passados. Isso leva um tempo para chegar na ponta, mas chega”.

Revista Fórum

Coluna Zona Franca

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Caso Marielle Franco

Maldito o homem que acredita no homem. Mais assustador são os pastores Marcos Feliciano(PL-SP) e Marcelo Crivela (Republicanos) votando a favor para soltar os mandantes do assassinato de Marielle. Agora diga, tem como confiar nestas pessoas que sempre usaram o púlpito das igrejas para falar de Deus? Sem contar a outra deputada pastora Flor-de-lis que já está presa e condenada por mandar matar seu próprio marido.

Caso Marielle Franco 2

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, na tarde desta terça-feira (18), o julgamento dos cinco suspeitos de envolvimento nos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Silva.  Serão julgados Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), como mandantes do crime. Eles estão presos preventivamente desde março. A Primeira Turma do STF começa o julgamento às 14h30, com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes. Depois, a Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por denunciar os nomes à Justiça, em maio deste ano, terá 15 minutos para defender os seus argumentos.

Paes tem 51%

No Rio de Janeiro o ex-presidente Bolsonaro pode esquecer o Ramagem, que foi lançado candidato  a prefeito na Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, comandada pelo bicheiro Rogério Andrade, sobrinho do ex-bicheiro Castor de Andrade. Vai dar Eduardo Paes (PSD) de novo. Paes tem o poio de Lula. 

Paes tem 51% 2

O atual prefeito do Rio de Janeiro, desponta com uma sólida vantagem na corrida pela reeleição, de acordo com a mais recente pesquisa eleitoral realizada pela Quaest, divulgada pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (18). Com 51% das intenções de voto, Paes está em uma posição que, se mantida, pode garantir sua vitória já no primeiro turno das eleições municipais. A pesquisa mostra que o segundo colocado, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), tem 11% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o deputado federal Tarcísio Motta (Psol), que aparece com 8%. O deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil) e o deputado federal Marcelo Queiroz (PP) seguem mais distantes na disputa, com 4% e 2%, respectivamente. A pesquisa foi conduzida pela Quaest entre os dias 13 e 16 de junho, entrevistando 1.145 eleitores cariocas. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número RJ-04459/2024 e financiado pela Genial Investimentos, corretora digital controlada pelo banco Genial.

Mbappe nota mil

Enquanto um outro jogador apoia privatização das praias, Mbappe se posiciona sobre a situação política na França, faz críticas à extrema direita e convoca jovens para votar nas eleições. “Quero falar ao povo de França. Os extremistas estão a tomar o poder. Apelo a todos os jovens para que votem e compreendam os nossos valores de tolerância. Somos cidadãos acima de tudo e não podemos estar desconectados”.

O médico e o monstro

“Iriam morrer de qualquer forma” é algo que o bom doutor Jekyll jamais diria. É coisa de mister Hyde

Ainda sobre a pandemia de Covid, o deputado federal de Rondônia, Fernando Máximo (União Brasil), provou que é bolsonarista raiz. Durante um depoimento à Polícia Federal sobre a compra de insumos para a Secretaria de Saúde de Rondônia, da qual foi secretário, o delegado perguntou sobre as pessoas que morreram de covid durante o atraso da entrega dos kits de teste rápido, Máximo disse: “Iriam morrer de qualquer forma…”. Além de serem entregues com atraso, os kits foram comprados com um superfaturamento de 40%, segundo a PF. As informações são do Blog Entrelinhas.

Bizarro

Em debate realizado no plenário do Senado Federal nesta segunda-feira (17), sob presidência do senador bolsonarista Eduardo Girão (Novo-CE), membros do Conselho Federal de Medicina (CFM) defenderam a proibição da realização de aborto após 22 semanas de gestão, mesmo nos casos permitidos por lei.  No início da sessão, foi apresentada uma performance que narrava supostas “súplicas” de bebês a ponto de serem abortados, com gritos, choros e expressões religiosas de condenação à prática do aborto. O senador Girão levou ao plenário réplicas de fetos e chegou a ser impedido pela direção da TV Senado de reproduzir imagens apelativas com o detalhamento do procedimento de interrupção da gravidez.

Bizarro 2

Convidado a subir na tribuna, presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, fez uma defesa da resolução 2.378/2024, questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 1141), movida pelo Psol. Alexandre de Moraes, ministro da corte, suspendeu a resolução do conselho.

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O curioso é que os contra o aborto em caso de estupro, são a favor de armas que matam crianças, inclusive em gestação, como ocorreu na semana passada em Imperatriz, no Maranhão. São contra vacinas para crianças. I-na-cre-di-tá-vel.

Péssimos influencers

Em Alagoas a operação Game Over apreendeu mais de R$ 38 milhões em bens de pelo menos quatro influenciadores alagoanos. Eles estão por trás de uma quadrilha que explora jogos virtuais como o ‘Fortune Tiger’, mais conhecido como ‘Jogo do Tigrinho’. Diversas pessoas foram vítimas de estelionato, depois de publicidades pagas a influenciadores digitais que promovem a plataforma. A investigação, que teve início há oito meses, resultou na operação que já identificou as pessoas ligadas à criação de conteúdo digital em Alagoas.

Péssimos influencers 2

Carlinhos Maia comprova: Diversão, Jogos Online e Prêmios Incríveis!O ‘Jogo do Tigrinho’ fez muitas vítimas em Maceió, dentre elas uma família vítima do vício. A avó de um rapaz gravou um vídeo e contou como o neto se endividou a ponto dela precisar vender a própria casa para tentar quitar o débito. “Meu neto perdeu tudo que a gente tinha com jogos de aposta online. Começou a jogar por incentivo de outras pessoas e começou a perder, perder e perder. Perdeu o carro, perdeu o dinheiro que eu tinha no banco, por fim deu golpe na empresa que trabalhava de R$ 200 mil. Minha casa valia mais de R$ 300 mil e vendi, entreguei pelo débito de R$ 200 mil. Nós perdemos tudo que tínhamos. Minha filha está sofrendo em depressão, eu estou muito doente. Minha neta, irmã dele, sofre convulsões todos os dias. Ele [o neto] está passando fome em outro estado. Minha família desmoronou e a família toda sofrendo por causa desse infeliz desse jogo”, disse bastante emocionada a senhora, que teve a identidade preservada.

Péssimos influencers 3

Deolane Bezerra, Mirella Santos, Gabriel Farias, Carlinhos Maia. O que estes conhecidos influenciadores têm em comum? Todos estão com os celulares apontado para jogos on line. Com seus mais de 26 milhões de seguidores e bilhões de visualizações em suas redes sociais, o comediante, ator e empresário Carlinhos Maia realiza frequentemente postagens contando em suas mídias sociais como acumula prêmios e ganhos com jogos on line. Inclusive ‘Jogo do Tigrinho’ . Confrontado, ele diz que estão usando a imagem dele ilegalmente.

Patrulha Verde

Está sendo lançada a ong Patrulha Verde que tem entre os objetivos a proteção da Amazônia, do meio ambiente, da natureza, em especial dos povos indígenas. Em breve mais detalhes.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

A coluna é diária e conta com informações do G1, Globo, R7, CNN, Folha de S. Paulo, Brasil 247, DCM, Brasil de Fato, dentre outros.

Informações para a coluna:  [email protected]

Presidente do CFM diz que “autonomia da mulher” tem que ser limitada quanto ao aborto

“A autonomia da mulher esbarra, sem dúvida, no dever de proteger a vida de qualquer um, mesmo ser humano formado por 22 semanas”, afirmou José Gallo durante sessão no Senado

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, afirmou que a “autonomia da mulher” deve ser limitada ao se tratar da assistolia fetal, como é chamado o aborto legal após a 22ª semana de gestação resultada de um estupro. “A autonomia da mulher esbarra, sem dúvida, no dever constitucional imposto a todos nós, de proteger a vida de qualquer um, mesmo ser humano formado por 22 semanas”, disse.

A fala do presidente do CMF foi realizada nesta segunda-feira (17) durante uma sessão no Senado Federal, onde movimentos e políticos antiaborto discutiram o procedimento de assistolia. Para Gallo, com 22 semanas de gestação “já não se trata de um feto, mas de um ser humano formado” e, por isso, já há “viabilidade fetal”.

José Gallo finalizou o discurso – que durou cerca de 20 minutos – apontando o que ele considera como “banalização da vida”: “Não posso esconder minha surpresa com a banalização da vida a que estamos sendo expostos na sociedade contemporânea de um modo sistemático. Me pergunto o que houve em nossa caminhada enquanto humanidade. Qual o desvio que tomamos em nossa rota, tornando insensíveis à necessidade suprema de proteger a dignidade e a vida?”

Raphael Câmara Medeiros Parente, relator da resolução de abril do CFM que proibia a realização do procedimento,   reafirmou o comparativo do aborto ao crime de homicídio e disse que “não existe aborto legal”. Raphael representou autarquia na Comissão Nacional de Mortalidade Materna, participa da Câmara Técnica de Reprodução Assistida e coordena Núcleo Executivo da Comissão de Humanidades Médicas do Conselho Federal de Medicina.

“Não existe o tema aborto legal. É aborto com excludente de punibilidade. Seria que nem falar em homicídio legal. Mas em: existem situações em que se pode matar. Todo aborto é crime, mas alguns crimes não são punidos pela lei”, disse Raphael.

O CFM e o Supremo Tribunal Federal (STF) discordam quanto à realização da assistolia fetal. O ministro Alexandre de Moraes suspendeu a resolução que impedia o procedimento e afirmou que o Conselho Federal de Medicina “se distancia de padrões científicos pela comunidade internacional” e que a decisão ultrapassava os limites de poder do órgão.

Fonte: Metro I

O PL dos estupradores

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Por FLÁVIA BIROLI*

Perversidades e retrocessos na agenda do aborto

1.

Desde 1940, as mulheres brasileiras podem legalmente realizar um aborto quando a gestação resulta de estupro ou se há riscos de que morram devido a problemas gestacionais. São duas situações extremas, que foram tacitamente aceitas por muito tempo, embora o acesso ao aborto legal tenha sido sempre difícil no país. Em 2012, passamos a ter uma terceira exceção à criminalização, a anencefalia fetal, caso também extremo em que não há possibilidade de vida fora do útero.

Também nos anos 2000, no primeiro ciclo de governos do PT, a Norma Técnica Atenção Humanizada ao Aborto, do Ministério da Saúde (2005 e 2014), apontava para uma orientação estatal alinhada à legislação existente, procurando garantir atendimento às mulheres que decidissem abortar nos casos permitidos por lei.

É essa regulação, tímida e insuficiente, que tem sido atacada por aqueles que entendem que a mulher deveria ser obrigada pelo Estado a manter a gestação contra sua vontade. O instrumento mais recente é o PL 1904/2024, proposto e sustentado, em particular, por parlamentares da extrema direita brasileira. Há poucos anos, em 2015, mulheres foram às ruas de todo o país contra outro projeto, o PL 5069/2013, proposto pelo então deputado Eduardo Cunha em conjunto com outros parlamentares evangélicos e católicos. Eles também tinham como objetivo dificultar e restringir o acesso de mulheres que sofreram estupro ao aborto legal.

O PL 1904/2024 prevê pena de até 20 anos de prisão para mulheres que abortem a partir de 22 semanas de gestação. Os casos em que se chega a essas 22 semanas são, comumente, o de crianças que foram estupradas e não têm experiência para reconhecer o que está acontecendo no seu corpo. Ou têm medo de contar a alguém, já que, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a maior parte dos abusos acontece em casa e é cometida por familiares ou conhecidos. Estamos falando de uma redução radical do direito ao aborto, já que um terço dos abortos legais ocorrem nessa fase da gestação.

Outro caso em que o PL poderia incidir brutalmente, a depender do texto final que seja votado, é o de mulheres que correm risco de morrer se prosseguirem na gestação. As que têm mais tardiamente diagnósticos de risco são justamente aquelas para quem o acesso ao sistema de saúde é precário ou lento. Mulheres pobres, negras, que vivem em áreas rurais ou áreas urbanas com difícil acesso a atendimento. São, muitas delas, mães que estão apavoradas com a possibilidade de deixar órfãos os filhos que já têm, as pessoas que amam. Os parlamentares que defendem o PL 1904/2024 estão determinando que, a partir de 22 semanas de gestação, essas mulheres teriam que escolher entre morrer ou ser presas.

As manifestações e debates suscitados em 2015 e, neste momento, contra o PL 1904/2024, apelidado de “PL dos estupradores”, mostram que há disposição de mulheres de diferentes idades para lutar contra decisões arbitrárias que comprometem sua saúde, sua integridade física e mental, sua condição de cidadãs plenas. Também representaram um processo de construção coletiva e aprendizado. Os protestos de 2015 foram importantes para manifestações políticas que vieram depois, como o “#ForaCunha!” e o “#EleNão!”. Em todos os casos, está presente a denúncia de que há relação entre os ataques às mulheres, a expansão de posições violentas no campo da direita e a erosão da democracia.

2.

A expansão do direito ao aborto na região, assim como os ataques a esses direitos, são uma janela para a compreensão das disputas em torno dos sentidos e do escopo da democracia. As demandas dos movimentos feministas têm historicamente pressionado pela democratização do Estado e da sociedade. E têm sido um dos alvos dos movimentos que atuam para restringir as democracias e normalizar formas autoritárias e abertamente excludentes de gestão dos conflitos políticos e sociais.

As estratégias para restringir o aborto legal e criminalizar as mulheres se acentuaram com a descriminalização do aborto em alguns países, nos anos recentes – no Uruguai (2012), na Argentina (2021), no México (2021) e na Colômbia (2022), além da definição de novas exceções à criminalização, desde 2007, no Brasil, na Bolívia, no Chile, no Equador e no Panamá, de acordo com dados do Observatório da Igualdade de Gênero da Cepal e da Human Rights Watch.

No mesmo período, alguns países nos quais as leis são altamente restritivas permaneceram estagnados (Honduras, Paraguai e Peru) ou ampliaram a criminalização, por mudanças nas leis (Nicarágua e República Dominicana) ou persecução penal mais rigorosa a mulheres que abortam (El Salvador). Em alguns deles, o processo de erosão das democracias e construção de um estado penalista autoritário tem sido acentuado.

3.

A extrema direita brasileira não esconde sua hostilidade aos feminismos e a outros movimentos de luta pelos direitos humanos e a coloca no centro de suas investidas contra a democracia. Durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-22), ativistas contrários ao aborto ocuparam cargos em ministérios chave para as políticas de gênero, como o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos e o Ministério da Saúde. Dessa posição, atuaram para restringir o acesso de meninas e mulheres ao aborto legal.

A ministra Damares Alves se envolveu pessoalmente na tentativa de impedir que uma criança de 10 anos, violada pelo tio no Espírito Santo, tivesse acesso ao aborto nos termos definidos pelo Código Penal desde 1940. Em 2022, o secretário de atenção primária à saúde, hoje um dos atores que têm orientado a política do Conselho Federal de Medicina contra os direitos das mulheres, elaborou uma cartilha para gestantes que ignorava a legislação brasileira, afirmando que “todo aborto é crime” e que os casos de aborto previstos em lei deveriam ser acompanhados por investigação policial.

Denúncias dos movimentos feministas e de direitos humanos levaram a uma revisão da cartilha, mas a orientação de limitar o acesso e tornar mulheres e agentes de saúde objeto de desconfiança e potencial penalização segue sendo ativada pela extrema-direita no Congresso, nos conselhos de medicina e em algumas instâncias do Judiciário.

Assim, o esforço para limitar o acesso ao aborto legal e criminalizar as mulheres que desejam interromper a gestação, com foco nos casos previstos por lei, dá a tônica das disputas atuais: mantém os movimentos feministas e de direitos humanos numa posição em que a luta é por garantir o pouco que já temos, em vez de expandir um direito fundamental à cidadania de meninas e mulheres.

A política da perversidade de parlamentares e médicos que querem impedir que meninas e mulheres abortem está na contramão de valores humanitários. Muitos desses parlamentares, médicos e juristas radicalizados, escondem sua desumanidade sob a ideia de crença. Mas renegam os sentidos de solidariedade e empatia compartilhados por diferentes religiões e filosofias seculares. Seu cálculo político e seu fanatismo os impedem de reconhecer o sofrimento de mulheres e meninas, mas, principalmente, impedem que se orientem pela proteção à dignidade humana.

É razoável impor a maternidade a crianças a quem a sociedade não foi capaz de proteger? Em que tipo de sociedade é legítimo tratar uma mulher estuprada com penalidades mais duras que a do estuprador? Em que contexto de exercício de poder pode ser normalizada a ideia de que uma mulher deve morrer ou ir para a cadeia se a gestação é de risco, mesmo havendo lei que prevê que ela teria acesso ao aborto nesse caso?

Não acredito no diálogo com quem lidera o caminho para a barbárie. Mas há muitos outros, inclusive religiosos, no nosso cotidiano e no Congresso nacional a quem pode ser importante perguntar: você pactua com uma norma que obriga crianças estupradas a serem mães?

*Flávia Biroli é professora do Instituto de Ciência Política da UnB. Autora, entre outros livros, de Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil (Boitempo).

Publicado originalmente no blog da Boitempo.

Evento bolsonarista em Rondônia flopa, mesmo com anúncio de presenças de Nikolas Ferreira, Magno Malta e Hélio Negão

O primeiro dia do III Simpósio Jurídico Desafios do Estado Pós – Moderno com o tema Direitos e Garantias Fundamentais, na tarde desta segunda- feira, 17, no Teatro Palácio das Artes em Porto Velho (RO), flopou, não deu ninguém. Só uns gatos pingados. O evento cancelado era destinado a estudantes de Direito e advogados.

Segundo uma fonte do A Democracia, os estudantes de Direito e os advogados não quiseram comparecer ao evento porque não iam discutir a pós-modernidade no momento em que se está voltando à “época medieval com parte da classe política e a população misturando política e religião,  defendendo a transformação do Estado-laico Brasil em Estado-Teocrático“.  Além de usarem o nome de Deus para pedir a volta dos Militares ao Poder.

A primeira temática abordada foi  Liberdade de Expressão e a Cultura do Cancelamento com a participação do deputado federal Helio Lopes (PL – RJ) e da pré-candidata a prefeita de Porto Velho, ex-juíza de Euma Tourinho (MDB-RO).

 O evento encerra amanhã, terça – feira, 18, tendo como última discussão O Papel do Judiciário na Defesa da Democracia e no Combate à Desinformação, prometendo as presenças do senador Magno Malta (PL- ES) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL- MG), que participará de forma remota e não presencial como informa um video confirmando a presença física do deputado. Ou seja, o evento sobre Desinformação, faz jus e mereceu ser cancelado pelos estudantes de direito e advogados de Rondônia.

 

 

 

 

Fotos: Herbert Lins

Texto: RK

Um Estado forte para uma democracia forte

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Por LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA*

Há de se resistir às pressões do neoliberalismo e de seu bebê maligno: o nacional-populismo de direita

Para as sociedades capitalistas, o paradigma desejável e possível é o de um Estado forte, capaz, para uma democracia igualmente forte. A ideia de um Estado forte parece estar em contradição com uma democracia forte, mas não é isso o que mostra a realidade. A Suiça e a Finlândia são exemplos de países nos quais esse ideal está próximo de ser alcançado, mas esta afirmação requer definir o que é uma democracia forte e um Estado capaz.

O Estado é o sistema constitucional-legal e a organização que o garante, enquanto o Estado-nação é a sociedade político-territorial soberana formada por uma nação, um Estado e um território. Um Estado é capaz quando a Constituição e demais leis do país são cumpridas. Algo que não depende apenas do poder de polícia do Estado, mas também e principalmente da coesão da sociedade em torno do Estado.

Em outras palavras, depende de toda a sociedade entender que a lei é necessária para a vida da sociedade, e de que cada cidadão considere seu dever denunciar aqueles que agem contra ela. Ao agir assim, ele não será um “dedo-duro”, mas um cidadão que cumpre o seu dever. No plano econômico, é capaz o Estado que tem o poder efetivo de tributar – de aumentar impostos quando isto é necessário para assegurar o equilíbrio fiscal.

A nação é a forma de sociedade de cada Estado; ela compartilha uma origem, uma história e objetivos comuns, estes explícitos ou implícitos no sistema jurídico. Uma “boa” sociedade é aquela que é relativamente coesa. Nunca é plenamente coesa, porque há a luta de classes e um número infinito de conflitos entre os cidadãos, mas esta luta ou estes conflitos não são radicais, não implicam uma relação de vida ou morte – e, portanto, podem coexistir com uma nação ou uma sociedade civil (outro nome da sociedade de cada Estado) relativamente coesa.

A democracia forte, por sua vez, é a democracia consolidada. É a democracia existente em um país ou Estado-nação que completou sua revolução capitalista – já formou seu Estado-nação e realizou a sua revolução industrial. E, por isso, a nova classe dominante burguesa já não precisa do controle direto do Estado para se apropriar do excedente econômico (ela pode realizá-lo no mercado através do lucro).

É o regime político no qual as novas e amplas classe média e classe trabalhadora que nasceram da revolução capitalista preferem a democracia. Na prática, uma democracia forte é aquela que soube resistir às pressões antidemocráticas do neoliberalismo e, depois, do seu bebê maligno – o nacional-populismo de direita.

Embora a democracia seja o melhor regime político para um país que completou sua revolução capitalista, essa mesma democracia enfraquecerá o Estado dos países que ainda não a realizaram. E poderá igualmente enfraquecer os Estados de países de renda média, que já realizaram sua revolução capitalista, como é o caso do Brasil, ao ser essa democracia caracterizada por uma polarização que a torna incapaz de fazer compromissos necessários para realizar as reformas institucionais. O império sabe disso, e usa a democracia para garantir a sua dominação sobre os países da periferia do capitalismo.

A prioridade dos países de renda média é, portanto, fortalecer o seu Estado, porque assim estarão fortalecendo sua democracia; é tornar sua nação mais coesa; é livrá-la do conflito entre os liberais que se submetem ao império e os que buscam soluções nacionais para os problemas.

Não existe um caminho claro para alcançar maior coesão nacional. Porém, o simples fato de as elites sociais – não apenas as econômicas, mas também as políticas, intelectuais e organizacionais – saberem da necessidade dessa maior coesão já é um passo nessa direção.

O Brasil é um “Estado-nação-quase-estagnado” há 44 anos, cresce mais lentamente que os países ricos e mesmo que as demais nações em desenvolvimento – não realiza, portanto, o esperado alcançamento (“catching up“). Precisa, portanto, dramaticamente fortalecer a sua nação e o seu Estado para deixar de ficar para trás – como tem ficado neste quase meio século.

*Luiz Carlos Bresser-Pereira é professor Emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e ex-ministro da Fazenda. Autor, entre outros livros, de Em busca do desenvolvimento perdido: um projeto novo-desenvolvimentista para o Brasil (Editora FGV).

Publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo.

Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*)

2026 já começou

O processo sucessório de 2026 já começou. A oposição está no ataque, com a (mesma) mídia de cúmplice. Tudo lembra a campanha difamatória contra Dilma, a prisão de Lula e a ascensão do negacionismo. Desta vez, está claro e cristalino. O ungido do mercado é o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), cujo nome o ex-presidente Jair Bolsonaro já abraçou. Não tem outra opção mesmo. No máximo Bolsonaro indicará um dos filhos como vice.

E o Pablo Marçal, hein?

Não subestimem o outsider Pablo Marçal (PRTB-SP). Ele poderá ser o próximo prefeito de S Paulo. Se está ruim, pode piorar. Marçal está aí para provar que sim. Ele é dono de um canal no Youtube com mais de 2 milhões de inscritos (além de 4,7 milhões seguidores em sua conta no Instagram), no qual compartilha uma série de vídeos sobre “Inteligência Emocional”. Marçal se apresenta com uma extensa lista de credenciais: cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios, especialista em branding, e jurista por formação. A popularidade não é recente. Cristão fervoroso e protagonista de uma longa trajetória como coach, ele foi eleito deputado federal por São Paulo em 2022, mas não chegou a assumir o cargo depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspender o registro da candidatura.

E o Pablo Marçal, hein? 2

Posa de bilionário, de empresário de sucesso, mas, segundo a última declaração de bens no imposto de renda dele, publicada pelo TSE por ocasião de sua candidatura indefirida a presidente, em 2022, ele declarou um patrimônio de R$ 16,9 milhões, porém, para deputado federal declarou no mesmo ano, 2022, um patrimônio total de 88 milhões de reais. Veja aqui. Na relação de bens não consta nenhum helicóptero e nenhum jatinho que afirma possuir, mas diz que possui participações societárias (sem detalhar) no valor de 80 milhões de reais. Com certeza, ou está superestimando seu patrimônio ou sonegando impostos.

E o Pablo Marçal, hein? 3

Pablo Marçal navega no mesmo nicho de votos de Bolsonaro e é um ameaça real ao bolsonarismo. Em nada atinge, porém, a pré-candidatura do esquerdista Guilherme Boulos (PSOL). Quem vota na esquerda, não vota na direita. Os votos de Boulos são indevassáveis e intransferíveis. Já os votos de Bolsonaro, sim. São volúveis e sujeitos mudanças de acordo com o humor dos seus eleitores. No momento, Marçal tenta apoio de Bolsonaro, mas ele quer distância dele, sob pena de lá na frente se arrepender. Por isso, vai até o fim com o prefeito Ricardo Nunes (PMDB). O problema é que Marçal tem tudo para chegar no segundo turno com Boulos. Ai sim, o coach passa a ser um problema também para Guilherme Boulos.

E o Pablo Marçal, hein? 4

De uma coisa este colunista está convicto, Ricardo Nunes não se reelege. E se Pablo Marçal se eleger prefeito da cidade de São Paulo, o que não é impossível, o atual governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos)  terá suas pretenções futuras ameaçadas. Do jeito que Marçal é doido, se se eleger prefeito, vai tentar a presidência da República.

Emboulos

O juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, julgou improcedente, nesta sexta-feira (14), o pedido feito pelo MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes, contra um jornal chamado “SP Urgente”, produzido pelo PT e pelo PSOL com críticas à atual administração municipal.  Na primeira decisão, a Justiça tinha determinado que a distribuição do panfleto fosse interrompida; Já na sentença desta sexta, o magistrado afirmou que a distribuição do jornal não configura propaganda eleitoral antecipada e concluiu que a publicação apenas reproduz notícias já veiculadas pela imprensa sobre irregularidades cometidas pela gestão Nunes.

                                                          A lista

Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Kim Kataguiri (União Brasil), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB), são alguns dos principais nomes que disputarão a refeitura de São Paulo. Apesar de convenções partidárias – que acontecem entre 20 de julho e 5 de agosto – serem a data para o lançamento das candidaturas oficiais para a prefeitura de São Paulo, as movimentações dos pré-candidatos já tiveram início. Entre alfinetadas, campanha antecipada, os principais nomes da corrida já possuem alianças, bandeiras e polêmicas.

Raio-X dos principais pré-candidatos

 

Confira, a seguir, o raio-x dos primeiros colocados segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha em ordem alfabética:

Guilherme Boulos

É a segunda vez que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) concorre ao cargo de prefeito da cidade de São Paulo. Em 2020, ele chegou ao segundo turno, mas perdeu para Bruno Covas (PSDB). Em 2024, segundo a última pesquisa Datafolha, Boulos possui a maior porcentagem de votos, com 24%, e está tecnicamente empatado com Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital. Alianças: PSOL, PT, Rede, PCdoB, PV, PDT e PMB Vice-prefeita: Marta Suplicy Bandeiras defendidas: ligado à esquerda, Boulos coloca a luta pela moradia como a proposta da sua carreira. Ele é parte do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

José Luiz Datena

O apresentador José Luiz Datena deixa o PSB e se filia ao PSDB em evento em SP — Foto: Reprodução/TV Globo

José Luiz Datena (PSDB) é jornalista, ex-radialista e atual apresentador de programas policiais no canal da Rede Bandeirantes. Na política, já se filiou a 12 partidos desde 1992 e, nos últimos anos, desistiu quatro vezes da corrida eleitoral para cargos eletivos em São Paulo. Bandeiras defendidas: Seu ingresso na política se deu em 1992, quando entrou no PT, partido identificado com a esquerda, onde ficou por 23 anos. Em 2015, migrou para o Partido Progressista (PP), mais voltado para a centro-direita. Dali em diante, Datena flutuou entre a centro-direita e a centro-esquerda até que se filiou ao PSDB para as eleições deste ano. Em suas redes sociais e em seu programa na TV aberta, o apresentador se mostra preocupado, majoritariamente, com questões de segurança pública.

Kim Kataguiri

 

Kim Kataguiri dicursa no plenário da Câmara, em imagem de arquivo — Foto: Cleia Viana/ Câmara dos Deputados

Kim Kataguiri (União Brasil) é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL) e deputado federal reeleito em 2022. Além da carreira política, ele escreveu três livros: “Manual de Debate Político: Como Vencer Discussões Políticas na Mesa do Bar”; “Puxa Conversa Política: 100 perguntas para falar de sociedade, poder e governo”; e “Como um grupo de desajustados derrubou a presidente: MBL: A origem”. Vice-prefeito: não definido Bandeiras defendidas: Através do MBL e do partido União Brasil, Kataguiri se configura à direita do diagrama político. Em geral, defende ideias e propostas voltadas ao liberalismo econômico, à privatização e à redução de impostos. O MBL também é a favor do voto não obrigatório.

Marina Helena 

Marina Helena, pré-candidata do Novo à Prefeitura de SP — Foto: Reprodução/TV GloboMarina Helena (Novo), é economista com mestrado pela Universidade de Brasília (UNB). Foi diretora de Desestatização do Ministério da Economia a convite do então ministro Paulo Guedes, durante o governo de Jair Bolsonaro. Em 2022, ela recebeu 50.073 votos para deputada federal e é primeira-suplente por São Paulo. Marina Helena também já foi dirigente nacional do Partido Novo. Vice-prefeito: não definido Bandeiras defendidas: Ela se classfica como sendo de direita, é a favor de privatizações e é aliada de Bolsonaro. Entre seus objetivos à frente da Prefeitura de São Paulo, caso seja eleita, está o de aumentar o orçamento da segurança pública na capital em 300% e dobrar o número de agentes da GCM.

Pablo Marçal

Pré-candidato Pablo Marçal durante Coletiva — Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo

Pré-candidato Pablo Marçal durante Coletiva — Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo

Pablo Marçal (PRTB) é produtor de conteúdo e empresário e esta é segunda vez que tenta se candidatar. Em 2022, ainda pelo PROS, ele tentou concorrer à Presidência da República, mas, devido a disputas políticas dentro do partido, pelo comando da legenda, ele não conseguiu levar a candidatura adiante e se lançou deputado federal pelo estado de SP. Na época, o empresário obteve 243.037 votos e chegou a ser eleito para uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Mas ele concorreu ao cargo sub judice, porque se inscreveu para o pleito já fora do período e com falta de documentos estipulados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP). Bandeiras defendidas: Pablo Marçal se coloca alinhado às ideias do ex-prefeito e ex-governador João Doria, identificadas mais com a centro-direita.

Ricardo Nunes (MDB)

Prefeito Ricardo Nunes em evento na prefeitura — Foto: Aline Freitas/g1

Prefeito Ricardo Nunes em evento na prefeitura — Foto: Aline Freitas/g1

Atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB) vai disputar a reeleição. Ele assumiu o cargo após a morte de Bruno Covas, em 2021. Segundo pesquisa do Datafolha, 26% da população da capital aprova o seu governo e 25% o reprova. Ainda segundo o instituto, Nunes tem 23% de intenções de voto em São Paulo e está empatado tecnicamente com Boulos (PSOL). Alianças: MDB, PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, Avante, Podemos, PRD e Mobiliza Vice-prefeito: não definido. Bandeiras defendidas: Nunes, que se classifica como um candidato centrista, se vê hoje mais voltado para a direita, diante da polarização com Boulos. “A gente representa o que a maioria da cidade é e gosta: uma posição de centro, de direita, que olha por todos”, disse em sabatina no canal MyNews.

Tabata Amaral (PSB)

Deputada Tabata Amaral (PSB - SP) no plenário, em 06 de março de 2024 — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Deputada Tabata Amaral (PSB – SP) no plenário, em 06 de março de 2024 — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Tabata Amaral é formada em ciências políticas pelo Departamento de Governo da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e é deputada federal pelo PSB.

Em 2018, quando era filiada ao PDT, recebeu 264 mil votos, sendo a sexta deputada federal mais votada daquela eleição. Em 2022, foi reeleita deputada federal pelo PSB com mais apoio: 337.873 votos. Alianças: Apenas seu partido, o PSB. Vice-prefeito: não definido. Bandeiras defendidas: Tabata entrou na política para defender a educação, muito baseada em sua trajetória como bolsista em um colégio de elite e estudante de Harvard, nos Estados Unidos, considerada uma das melhores universidades do mundo. Os dois partidos aos quais já foi filiada – PDT e PSB – se denominam como centro-esquerda. A deputada, contudo, já foi contrária a ideias mais identificados com a esquerda durante a votação da reforma da Previdência e, por isso, foi criticada por eleitores e outros políticos. Fonte G1.

 

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

A coluna é diária e conta com informações do G1, Globo, R7, CNN, Folha de S. Paulo, Brasil 247, DCM, Brasil de Fato, dentre outros.

Informações para a coluna:  [email protected]

A armadilha de Volodymyr Zelensky

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Por HUGO DIONÍSIO

Quer Zelensky consiga o seu copo cheio – a entrada dos EUA na guerra – ou seu copo meio cheio – a entrada da Europa na guerra –, qualquer das soluções é devastadora para as nossas vidas

A Ucrânia de Stepan Bandera, que tem privatizado, de forma absolutamente furiosa, as propriedades estatais que ainda lhe restam e lhe foram deixadas pela Rússia e URSS, já tem grande parte das suas valiosas terras negras nas mãos da Blackrock, Monsanto e de outros interesses norte americanos. A estas se juntam interesses energéticos, mineiros, agro-industriais e imobiliários.

Agora, para financiar o esforço de guerra, o ilegítimo Volodymyr Zelensky, que atualmente usurpa o lugar de presidente (já percebo aquele beijo de Von der Leyen, os usurpadores reconhecem-se mutuamente), prepara-se para vender o que ainda lhe resta. As receitas do FMI, e dos acordos financeiros com a União Europeia, assim o exigem e os negócios em causa constituem, em alguns casos, importantes monopólios naturais.

Sabemos quem mais vai lucrar com a compra destes bens estatais. Os EUA ficam com a melhor fatia, mas o Reino Unido, Alemanha, França, por esta ordem, também ficarão com a sua parte. Se o Hotel Ucrânia é o mais famoso bem de todos os anunciados neste novo pacote, segue-se uma lista, que o próprio regime de Kiev diz ser uma “large privatization”. Empresas energéticas, Porto de Odessa, sector mineiro, destilarias, fábrica de maquinaria pesada como locomotivas…

O mais grave disto tudo, o mais trágico para todos nós, é que a venda do país aos interesses dos EUA e do ocidente não é inocente e está muito para além de um simples ato de corrupção ou entrega do país aos interesses estrangeiros. Consciente ou inconscientemente, a aquisição de grandes e lucrativas propriedades, pelas grandes corporações ocidentais, constitui um passo importantíssimo para o agravamento do conflito e que julgo passar ao lado de muito boa gente, normalmente concentrada na vertente especificamente militar.

Nestes casos, a vertente militar não mais é do que o pico do iceberg, que esconde toda a complexidade de relações econômicas que, na base, constituem a razão de ser de tudo o que se passa. O recurso ao militar acontece quando as relações na base se tornam inconciliáveis.

Volodymyr Zelensky, certamente ciente de que a guerra só se ganha com a entrada direta dos EUA, nem que tenhamos todos nós de perdê-la (nas guerras todos perdem) para ele a ganhar, à medida que entrega o seu país às oligarquias que sustentam o aparelho político norte-americano, saberá da importância que tem o domínio das propriedades ucranianas, por aqueles poderosos interesses. Que melhor forma de proteger o acesso ao mar negro, se não entregando o Porto de Odessa aos interesses ocidentais?

A história diz-nos que os interesses corporativos ocidentais, em especial os norte-americano, protegem os seus bens, nem que, para tal, tenham de invadir países e ocupá-los. Neste sentido, Volodymyr Zelensky, sabe que, quanto maior o domínio das corporações americanas na Ucrânia, maior é a probabilidade de agravamento do conflito e de entrada direta dos EUA.

Intencional ou coincidentemente, está em causa um desenvolvimento que, potencialmente, pode atrair os próprios EUA para uma espécie de “armadilha”, conduzidos pela cobiça por dinheiro fácil, do estado e do povo, que caracteriza as corporações imperialistas. Diria mesmo que esta é a história norte-americana no que toca às suas intervenções militares. O seu povo é conduzido, pelos interesses econômicos, para “armadilhas” montadas por, e em prol desses mesmos interesses, que envolvem e tornam o estado dependente de guerras reais e potenciais. As famosas guerras eternas.

Já as antigas Companhias das Índias, dos Países Baixos, Portugal ou Inglaterra, detinham, inclusive, exércitos privados para defenderem os seus ativos nas colônias. Nos EUA, como noutras potências capitalistas, a defesa desses interesses está acometida aos respectivos complexos militar-industriais, bem como às empresas privadas de recrutamento militar (as PMC).

As potências imperialistas, ao longo da história, intervêm militarmente nos locais onde estão ameaçados os seus interesses monopolistas. O que considero descabido é que esta apropriação da propriedade ucraniana, pelo ocidente, não seja reconhecida como um dos mais importantes fatores que influenciam a escalada militar. Todos olham para a parada e resposta das armas, mas poucos olham para as relações materiais subjacentes, as quais, deixam sem saída política, os líderes de ambos os países, que não seja a defesa dos interesses que, em cada momento, se manifestam, mais ou menos sub-repticiamente.

Contudo, no meio disto tudo, existem forças mais poderosas que se movem no sentido contrário aos interesses de Volodymyr Zelensky e do seu gangue da Galícia. Esta guerra nasceu como proxy (por procuração) e, para os EUA, em princípio assim terá de morrer. A batalha decisiva, pela manutenção da hegemonia do sistema imperialista norte americano, joga-se no pacífico. O desafio chinês obriga a concentração exclusiva e isto leva o próprio partido democrata a exigir do seu representante no Médio-Oriente, Israel, uma atitude diferente e mais conciliadora, de forma a que o conflito não se estenda para lá do desejável. Que o consiga, tenho dúvidas, mas, pelo menos, tenta-o.

Os EUA, estando plenamente conscientes da “armadilha” montada por Volodymyr Zelensky, não deixam de aproveitar o ganho, mas, é aos países europeus que foi reservada a defesa dos seus interesses corporativos e militares na Ucrânia. Enquadrando tais interesses no que Antony Blinken refere como “área de segurança transatlântica”, tal classificação, do meu ponto de vista, não arrasta os EUA para o conflito. Arrasta, isso sim, a própria OTAN e, em especial, a Europa. Como já foi sublinhado inúmeras vezes, é a Europa quem tem de arcar com a maior fatia de esforço.

Este esforço será pago com mais armas, dinheiro, vindo este dos 300 mil milhões de euros congelados que Joe Biden na cúpula do G7 não deixará de entregar à Ucrânia. Estando tais reservas, sobretudo, em bancos europeus, adivinhem que moeda e que sector financeiro entrará em colapso, após este confisco? Para já a Arábia Saudita deixou caducar, no dia 9 de Junho, o acordo que mantinha com os EUA, para a venda exclusiva de petróleo em Dólares (o acordo Petrodólar).

Mas, durante muito tempo ainda, os EUA usufruirão do estatuto de moeda de reserva. Já o Euro e a Libra Esterlina não se podem gabar do mesmo e quando os países do sul global acelerarem a retirada, já em marcha, das reservas depositadas em bancos europeus, é que veremos.

Destes fatores resulta outro movimento que se afirma em contradição com os interesses do regime de Kiev. Esta tensão entre “interesses dos povos europeus” e “interesses corporativos” dos EUA, ameaça destruir a democracia restante de muitos países europeus e partir nações inteiras. As últimas eleições para o Parlamento Europeu são já um resultado disso mesmo. França, Alemanha, Bélgica, Países Baixos, Dinamarca, assistiram a resultados importantes, que representam, sobretudo, a ansiedade popular pela normalização das suas vidas. Trabalhadores, agricultores, pequenos empresários, estão fartos de instabilidade, austeridade e pessimismo. Aos povos europeus foi-lhes subtraída a esperança de uma vida melhor.

Os mesmos que subtraíram e negam, todos os dias, tal esperança, são quem acusa de movimentos “populistas”, “extremistas”, “radicais”, todos os partidos que se opõem ao belicismo do designado “centro político”. A cada um que atira com a palavra “paz”, eles respondem com a acusação de “putinista”; a cada um que atira com a máxima de que “nem mais uma bala para alimentar o conflito ucraniano”, respondem com um contundente “agente do Kremlin”. Estereotipar, dividir, tribalizar, tornou-se a palavra de ordem de um suposto “centro político”, que se auto-elegia como capaz de unir o espaço entre as margens.

Desistindo deste papel de “moderação”, o próprio “centro moderado” é também atirado para uma margem. Atirado para a margem que defende a continuação da guerra, da confrontação, figuras como Macron, Sholz, Sunak ou a burocrata Von Der Leyen, acabam a conduzir as populações para as forças que, neste quadro niilista, mais organizadas e financeiramente poderosas surgem: as forças reacionárias. Estas forças, pressentindo e vivendo do descontentamento, atraem quem se sente desagradado pela situação econômica, pelo medo de uma guerra em larga escala e a falta de perspectivas de crescimento, recuperação e desenvolvimento.

Neste quadro, a única resposta dos dirigentes mais belicistas é a de contrapor ao medo da guerra, o medo da extrema direita. E este é o drama que se vive na Europa, nos EUA, no Ocidente coletivo. A sensação – aparente apenas – de que não existe uma alternativa válida, faz com que sejam acenadas apenas duas alternativas que, à superfície, mutuamente se excluem: ou existe a opção do “centro moderado”, pelo confronto, pelo belicismo, pelo sacrifício econômico e social, em nome de “valores europeus” que ninguém sabe bem o que são; ou a opção “autocrática”, “autoritária”, “ditatorial”, da extrema direita, mas na qual o “centro moderado”, através de um contraditório processo de reescrita da história e paradoxal confusão filosófica, integra as soluções à esquerda.

Bifurcados entre duas alternativas terríveis, acaba-se a escolher entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen, porque se considera uma de “extrema direita” e o outro um “centrista liberal e moderado”. Contudo, dizer que Le Pen é mais de direita que Macron, é cometer um erro crasso. Emmanuel Macron é mais dissimulado e polido, mas não é menos destrutivo. Macron tornou-se, hoje, um dos principais incendiários da guerra nuclear. Sem utilizar o termo, todos sabemos qual a consequência do envio de tropas da OTAN para a Ucrânia. Também sabemos qual será o resultado da instalação de bases de F16 nos países bálticos. Sabemos onde vai acabar a autorização de utilização de mísseis SCALP lançados por aviões Mirage II, contra território russo reconhecido.

E o que dizer de Olaf Sholz e do seu SPD? Hoje, é outra vez o SPD que volta a atirar a Alemanha contra a Rússia, privando o seu país dos recursos que o tornaram uma potência mundial. O que diria Karl Marx se soubesse que o museu, em sua memória, situado em Trier, é gerido pela Fundação Friedrich Herbert (sim a que financiou o Partido Socialista em Portugal), organização ligada ao SPD?

É então a política “moderada” (o termo “moderado” vale como elogio por si só) que ameaça conduzir-nos para uma guerra nuclear. Eu pergunto o que é que isto tem de “moderado”! É que, por absurdo, mesmo que se reconhecesse toda a culpa à Rússia e a Vladimir Putin, seria dos “moderados” quem se esperaria o maior esforço de diálogo e paz. Ao invés, é dos “moderados” que esperamos o contrário: a ultrapassagem constante de linhas vermelhas, as russas e a suas próprias. Quantas linhas vermelhas esta gente já ultrapassou, na sua escalada?

Quer Zelensky consiga o seu copo cheio – a entrada dos EUA na guerra – ou seu copo meio cheio – a entrada da Europa na guerra –, qualquer das soluções é devastadora para as nossas vidas e tal devastação é o que resulta de quando se apoia, se é cúmplice e conivente com gente que faz do ódio, da xenofobia, o seu modo de vida. O ódio que vejo nos Ucranianos da Galícia, contra a Rússia, compara-se ao ódio dos sionistas, contra os árabes palestinos. Um ódio tribal, selvagem, bárbaro e medieval. Na Ucrânia ou na Palestina, o ódio nunca venceu barreiras, só as construiu.

Como me disse um amigo, quando nos mandarem enfiar o capacete e pegar na metralhadora talvez nos lembremos que a paz é o maior bem que a civilização nos pode garantir. Talvez nesse dia acordem para a “armadilha” em que fomos apanhados e consigam ver, no horizonte, quem, de fato, com palavras de veludo, exaltações à “democracia” e acusações aos “extremismos” nos está a levar para a extrema destruição!

*Hugo Dionísio é advogado, analista geopolítico, pesquisador do Gabinete de Estudos da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN).

Publicado originalmente em Strategic Culture Foundation.

Universidade vazia

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Por MARISA BITTAR*

Independentemente dos governos que se sucedem e das demandas da categoria docente, o ponto essencial desta greve é: a quem interessa as universidades vazias?

Depois de anos, mais uma vez vivemos uma greve do setor federal da educação e um vazio nas universidades.

Durante a ditadura militar, a greve tinha um significado ímpar. Nas escolas públicas, além dos baixos salários, os governadores dos estados, em apoio ao regime militar, submetiam as escolas aos seus interesses políticos e não abria diálogo. Hoje, prestes a completarmos 40 anos do final da ditadura, vivendo sob o Estado de direito e em plena revolução tecnológica, a situação é completamente diferente.

Independentemente dos governos que se sucedem desde então e das demandas da categoria docente, o ponto essencial desta greve é: a quem interessa as universidades vazias? O governo atual, em terceiro mandato do PT, anuncia expansão de universidades e investimentos em infraestrutura, descartando atender à reivindicação de reajuste salarial linear. A sociedade, por sua vez, solidária ao povo do Rio Grande do Sul, ignora a greve e parece não sentir falta das universidades.

Que sentido tem suspendermos as nossas aulas, deixarmos as nossas turmas de graduação no vazio, quando, durante a pandemia, a universidade tanto propagou a importância da ciência e da produção de conhecimento? Por que razão não se pode negociar com qualquer governo sem interrompermos o nosso trabalho? Foi negociando com o governo Dilma Rousseff que conseguimos avanços significativos na carreira. Se a universidade deve ter sentido social, esvaziá-la contribui em quê?

A greve na educação federal transmite indiferença e alienação relativamente ao delicado contexto nacional além de uma visão de mundo estreita e corporativa. Por qual razão o movimento sindical não deflagrou greve durante o governo passado quando as nossas condições salariais e de trabalho eram as mesmas?

Vivemos, hoje, no contexto de liberdades democráticas e da conexão da sociedade em redes. O impacto disso nas universidades e na educação em geral é impressionante e contrasta imensamente com o vazio que a greve institui.

O Censo da Educação Superior (2022) mostrou que as instituições privadas correspondem a 87% do total de faculdades, centros universitários e universidades do Brasil, e são responsáveis por capacitar 75% dos estudantes de nível superior, isto é, cerca de 6,3 milhões de pessoas. Nesse universo, a rede federal de ensino superior brasileiro atende a uma parcela minoritária da população estudantil e mesmo assim, ao lado das universidades públicas estaduais, distingue-se em termos nacionais e internacionais. Isso porque, mesmo nos países mais ricos, as universidades públicas nem sempre são gratuitas, elas cobram mensalidades de seus alunos, tal como no caso norte-americano.

Recém-graduada em 1981, aderi à minha primeira greve como professora da escola pública de Mato Grosso do Sul. Nossos salários eram muito baixos para 40 horas semanais em sala de aula. Saímos em passeata pela Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, sob aplausos da população que admirava e apoiava a nossa iniciativa. Naquele contexto de ditadura, o então presidente da Associação Campo-Grandense de Professores (ACP), Amarílio Ferreira Jr. e eu, fomos vítimas de prisão. Depois, construímos as nossas trajetórias acadêmicas em duas universidades federais, UFMS e UFSCar.

O contexto democrático garantiu expansão e fortalecimento desse sistema para o qual, só na UFSCar, eu me dedico há mais de trinta anos. Como professora apaixonada pela docência e pesquisadora do CNPq desde 2008, considero inaceitável que, a despeito de experiências negativas, o setor grevista das universidades federais continue a esvaziá-las e a isolá-las da sociedade.

*Marisa Bittar é professora titular de História, Filosofia e Políticas da Educação na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Saídas para o momento político

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Por RENATO DAGNINO

Considerações a partir de um artigo de José Dirceu

Por considerar o companheiro José Dirceu um dos mais lúcidos analistas da nossa política e reconhecer sua importância no âmbito da esquerda, me senti estimulado a comentar o seu recente artigo   Impasses e saídas para o momento político.

Como bom estrategista, ele parte do plano tático com uma análise de conjuntura que explicita a existência de uma correlação de forças adversa à esquerda e que revela uma ameaça à governabilidade do atual governo. E que, ademais, desaproveita o apoio político de sua base que é necessário para implantar suas propostas de campanha.

Indo para o plano estratégico, ele delineia um “programa de desenvolvimento … baseado em… um compromisso político da frente democrática … objetivo e factível, capaz de mobilizar os diferentes setores da sociedade: empresariado, trabalhadores, academia e classes médias”. Algo que outros, sem a sua competência, que minimizam o caráter marcadamente antagônico do capitalismo periférico, ingenuamente denominam projeto nacional.

O Programa contempla “três eixos fundamentais” cuja materialidade como política pública já está em curso: “o Nova Indústria Brasil (NIB), o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), e o Plano de Transformação Ecológica”.

No que segue, mantendo sua preocupação com a governabilidade sem aumentar o que em “Sobre a governabilidade” chamamos conservadorismo do projeto de governo, mostro como as ações que esses eixos pretendem desencadear demandam a mobilização de um ator que a maioria das lideranças de esquerda não vem adequadamente considerando.

Embora esteja subsumido num dos “setores da sociedade” capazes de proporcionar “saídas para o momento político”, os “trabalhadores”, o ator Economia Solidária deve ser, seja por óbvios motivos estratégicos, seja por cruas razões táticas de governabilidade, individualizado.

Um ator hoje quase invisibilizado por uma esquerda que limita a superação do capitalismo à luta de apenas um segmento da classe que, por não ter propriedade de meios de produção é obrigado a vender sua força de trabalho, o dos trabalhadores formais.

Um ator que embora seja tão antigo quanto o próprio capitalismo e que se fez notar nas suas mais severas crises, não entrou nos livros de economia, administração ou engenharia. Mas que, não obstante, por estar conectado a arranjos de produção, consumo, e finanças (baseados na propriedade coletiva dos meios de produção, na solidariedade e na autogestão) cada vez mais reconhecidos em todo o mundo como essenciais para prolongar nossa vida neste planeta, precisa ser mobilizado para possibilitar o êxito do Programa que formula José Dirceu.

Para fazê-lo, brevitatis causa, como dizem os juristas (ou sendo sintético e direto como obriga este meio de comunicação), vou me ater, por melhor poder defendê-los, a argumentos que tenho explanado nos artigos aos quais irei remetendo quem me lê.

Pela mesma razão, não vou me referir ao que vêm sendo publicado por outras pessoas que atuam em coletivos como os Setoriais do PT, os Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas, as entidades sindicais, os grupos existentes em universidades públicas também dedicados ao tema, ou às iniciativas de formação de gestores de Economia Solidária, em que participo.

Vou me limitar, em cada caso, a uma avaliação crítica do que se divulga em relação a cada eixo; e à conveniência de a eles incorporar a Economia Solidária.

Sobre o primeiro eixo, a NIB, não teria muito a acrescentar além do que tratei em “Conversando sobre a Nova Indústria Brasil”, para mostrar ao colega com quem conversava as dez condições de contorno que deveriam estar presentes para que ela fosse exitosa.

Ali mostro a “problemática” que ela, acrítica e extemporaneamente, tenderá a reproduzir ao propor uma reindustrialização empresarial que tem como personagem central (a ser subsidiado para realizar o investimento e a geração de emprego) aquele que, explorando oportunidades mais lucrativas, como as associadas ao agronegócio, mineração, especulação financeira e imobiliária, causou a desindustrialização que se pretende reverter.

Das quase quatro mil palavras que contém o artigo, brevitatis causa, seleciono estas: “Será que oferecendo à classe proprietária (suas empresas e seus agentes públicos) os 1% do PIB por ano prometidos – 300 bilhões em três anos –, minguados, se comparados aos 6% da dívida pública, aos 10% da sonegação, aos 3% da corrupção, aos 5% da renúncia fiscal e isenções sobre lucros, dividendos, exportação, propriedade, e aos mais de 15% da compra pública – ela se engajará na NIB?”.

No que respeita a temas relacionados à economia industrial e à economia da inovação, ali se questiona a viabilidade de que as empresas “brasileiras” venham a estar dispostas a emular as experiências asiáticas de catching up para “surfar” a sexta onda da ESG e da 4.0. Existem comprovações suficientes e informação empírica abundante para argumentar que, num país onde os bens e serviços que demanda o mercado culturalmente imitativo já foram engenheirados no Norte, e onde a taxa de lucro (provavelmente a mais alta do mundo) depende da mais-valia absoluta e não da mais-valia relativa, isso dificilmente ocorrerá.

E é justamente por isso, como expus ao meu colega, que a “solucionática”, que vem sendo referida como reindustrialização solidária – uma alternativa não excludente e suplementar à reindustrialização empresarial –, vem sendo crescentemente discutida pela esquerda.

Para conhecê-la com algum detalhe e avaliar sua pertinência e complementariedade em relação à NIB, considero que o que tratei naquele artigo e em “Reindustrialização Solidária”, é suficiente. Minha expectativa é que o José Dirceu, com quem não tenho a intimidade que tenho com aquele colega, mas que respeito como um companheiro com quem muito tenho aprendido, possa deles se aproveitar.

Apenas ressalto que a reindustrialização solidária propõe o apoio à geração de trabalho e renda mediante a produção de bens e serviços de natureza industrial (e advirto que é necessário desfazer a noção herdada e equivocada de que indústria é sinônimo de empresa) em redes de Economia Solidária a serem crescentemente beneficiadas com a compra pública. E, no médio e longo prazo, alavancadas pela tecnociência solidária a ser desenvolvida mediante o reprojetamento da tecnociência capitalista que abordo em “A hora e vez da Tecnociência Solidária”.

Dado que numa conversa posterior àquela que o “Conversando…” relata, meu colega disse “mas, dada a correlação de forças imposta pela coalizão de governo e como este ator que você fala, a tal de economia solidária, não estava presente na mesa onde se formulou a NIB, isto foi o que deu para fazer”, eu indiquei, como faço agora, três artigos: “A Economia Solidária como eixo da reconstrução nacional”“Economia solidária e política”; “Propostas para os candidatos da esquerda”; e uma entrevista ao Breno Altman.

Dessa maneira, fiz ver ao meu colega que quem deveria trazer à mesa a voz dos quase 80 milhões de brasileiras e brasileiros que nunca tiveram e provavelmente nunca terão emprego eram as lideranças de esquerda como ele, que há mais 20 anos convivem com a proposta ou pelo menos conhecem o conceito de Economia Solidária.

O conhecido encadeamentos a jusante e a montante que, ente outros predicados possui a atividade industrial, e o fato da NIB ser considerada como capaz de induzir um ciclo de desenvolvimento econômico e social, quase que torna desnecessário comentar criticamente os outros dois eixos do Programa.

Sobre o segundo eixo, o PAC, há também evidência empírica suficiente para mostrar o quanto a população mais pobre (mesmo sem o ganho de eficiência, eficácia e efetividade que a economia solidária pode proporcionar) vem realizando no que respeita a tarefas que poderiam ser financiadas através dele.

Considerando apenas aquelas relacionadas à construção e conservação de obras civis, vale lembrar que 70% do cimento produzido no País é comercializado “no picadinho”, ou seja, para os mutirões que podem, com vantagens sociais, econômicas e ambientais em relação às empresas, receber parte da compra pública.

A título de exemplo, menciono o que propus recentemente em “Reconstrução solidária no Rio Grande do Sul”. Ali sugeri a imediata criação de uma força tarefa constituída por agentes públicos federais e integrantes do movimento de Economia Solidária para alocar recursos provenientes do governo federal.

Dessa maneira, poder-se-ia destiná-los a equipes integradas ou coordenadas pelo movimento de Economia Solidária evitando que eles fossem parar, diretamente ou através do governo estadual e municipal corresponsáveis pela catástrofe, na mão de empresas que iriam reproduzir o ciclo de exploração humana e degradação ambiental que as caracteriza. Ao impedir a reprodução dos desastres que causam, dado que, mesmo que desejassem fazer diferente não possuem capacidade organizacional e cognitiva para tanto, seria possível inaugurar um paradigma mundial acerca de como reproduzir uma estrutura compatível com o bem-viver.

Outro exemplo, de dezembro de 2021, é o que apontei referindo-me ao Minha Casa Minha Vida em “Por que os candidatos de esquerda às eleições de 2022 devem prestar atenção à Economia Solidária?”. Num país onde mais de 50% das casas são construídas pelos seus próprios moradores, o programa destinou menos de 5% dos recursos para a autoconstrução quando quase 100% daquelas dos mais pobres são erguidas neste regime.

Em paralelo à incorporação da Economia Solidária à implantação do programa, eu propunha que nosso próximo Minha Casa Minha Vida deveria ter janelas de alumínio fabricadas pela cadeia produtiva solidária do alumínio. E argumentava que o país que mais recicla alumínio e que é um dos mais desiguais do mundo não podia seguir “dando-se ao luxo” de interromper essa cadeia no ponto em que a senhora que recolhe latinhas vende para o atravessador as 70 delas que materializam seu trabalho semiescravo por apenas seis reais.

Sobre o terceiro eixo, o Plano de Transformação Ecológica, considero que, à semelhança do que ocorre no anterior, há muito o que pode ser feito mobilizando a Economia Solidária. O fato de que talvez o principal desafio que temos, no meio rural, é impedir a destruição da vegetação e dos mananciais ameaçados pelas atividades do agronegócio e da mineração, é um exemplo disso.

É evidente que o enfoque usualmente utilizado para coibir o dano causado por essas atividades, dada a magnitude da tarefa e o seu espalhamento no território, é inconveniente. Em vez de despender recursos vultosos para deslocar pessoal até os locais onde elas ocorrem é possível para tanto mobilizar as redes de economia solidária. O que permitiria que seus integrantes, ademais de obterem uma remuneração do governo por esse serviço de fiscalização, recuperação e conservação da vegetação e dos mananciais, pudessem satisfazer a um custo relativamente baixo uma parte significativa de suas necessidades básicas.

No meio urbano, onde essa mesma degradação, agora devido à ação da especulação imobiliária, vem levando ao aumento da temperatura e a catástrofes cada vez mais frequentes, as redes de Economia Solidária poderiam ser de imediato mobilizadas.

Tudo isso, junto ao que foi sugerido em relação aos demais eixos, levaria ao que nos referimos como o “pentagrama do poder popular” no artigo “Sobre a governabilidade”. Isto é, um processo em que cinco momentos retroalimentados – conscientização, mobilização, organização, participação e empoderamento – possibilitará aos integrantes da Economia Solidária condições de agenciar seus interesses e promover seus valores. E, dessa forma conferir a governabilidade que José Dirceu, os que me leem e eu mesmo queremos assegurar ao nosso governo.

*Renato Dagnino é professor titular no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp. Autor, entre outros livros, de Tecnociência Solidária, um manual estratégico (Lutas anticapital).

Brasil não assina declaração final da conferência sobre Ucrânia na Suíça

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Além do Brasil, outros 11 países adotaram a mesma postura. Conferência discutiu unilateralmente o fim da guerra, sem contemplar a Rússia

 O Brasil, junto com outros países, recusou assinar a declaração final da conferência, por discordar das conclusões indicadas no documento. Os países do BRICS que participaram da conferência sobre a Ucrânia na cidade suíça de Burgenstock, incluindo o Brasil, se recusaram a assinar o comunicado conjunto sobre os resultados das negociações, se depreende da lista de países que assinaram o comunicado.

No início de domingo (16) Dmitry Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, anunciou que o texto da declaração da cúpula sobre a Ucrânia estava pronto e que todas as posições de princípio de Kiev haviam sido levadas em consideração.

O documento foi assinado por 84 das mais de 100 nações e organizações participantes do evento, mas a África do Sul, Arábia Saudita, Armênia, Bahrein, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Eslováquia, Índia, Indonésia, Líbia, México, Santa Sé, Suíça e a Tailândia não o assinaram.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, apresentou na sexta-feira (14) novas propostas de paz para resolver o conflito na Ucrânia, que preveem o reconhecimento do status da Crimeia, das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, e das regiões de Kherson e Zaporozhie como russas, a consolidação do status da Ucrânia como país não alinhado e livre de armas nucleares, sua desmilitarização e desnazificação e ainda o cancelamento das sanções impostas à Rússia. O lado ucraniano rejeitou a iniciativa.

A conferência sobre a Ucrânia foi realizada neste sábado (15) e domingo (16), perto da cidade suíça de Lucerna, no resort de Burgenstock. Noventa e dois países, 55 chefes de Estado confirmaram sua participação, bem como oito organizações, incluindo a UE, o Conselho da Europa e a ONU. Joe Biden, Xi Jinping e Lula da Silva, presidentes dos EUA, da China e do Brasil, respetivamente, não compareceram à conferência.A Suíça não convidou a Rússia para participar da cúpula, enquanto Moscou afirmou que não teria participado de qualquer forma. O Kremlin disse que era absolutamente inútil procurar opções para resolver a situação no conflito ucraniano sem a participação da Rússia.

Brasil 247

Pablo Marçal é pior do que Bolsonaro porque é inteligente, mais ousado e perverso

Por Roberto Kuppê (*)

Pode existir alguém mais perverso (sem escrúpulos) do que Jair Messias Bolsonaro, o ex-presidente do Brasil? Parecia impossível, mas existe. E atende pelo nome de Pablo Marçal, o controverso coach, pré-candidato outsider prefeitura de São Paulo. Ele é dono de um canal no Youtube com mais de 2 milhões de inscritos (além de 4,7 milhões seguidores em sua conta no Instagram), no qual compartilha uma série de vídeos sobre “Inteligência Emocional”.

Marçal se apresenta com uma extensa lista de credenciais: cristão, filantropo, empreendedor imobiliário e digital, mentor, estrategista de negócios, especialista em branding, e jurista por formação. A popularidade não é recente. Cristão fervoroso e protagonista de uma longa trajetória como coach, ele foi eleito deputado federal por São Paulo em 2022, mas não chegou a assumir o cargo depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspender o registro da candidatura.

Posa de bilionário, de empresário de sucesso, mas, segundo a última declaração de bens no imposto de renda dele, publicada pelo TSE por ocasião de sua candidatura indefirida a presidente, em 2022, ele declarou um patrimônio de R$ 16,9 milhões, porém, para deputado federal declarou no mesmo ano, 2022, um patrimônio total de 88 milhões de reais. Veja aqui.

Na relação de bens não consta nenhum helicóptero e nenhum jatinho que afirma possuir, mas diz que possui participações societárias (sem detalhar) no valor de 80 milhões de reais. Com certeza, ou está superestimando seu patrimônio ou sonegando impostos.

Pablo Marçal navega no mesmo nicho de votos de Bolsonaro e é um ameaça real ao bolsonarismo. Em nada atinge, porém, a pré-candidatura do esquerdista Guilherme Boulos (PSOL). Quem vota na esquerda, não vota na direita. Os votos de Boulos são indevassáveis e intransferíveis. Já os votos de Bolsonaro, sim. São volúveis e sujeitos mudanças de acordo com o humor dos seus eleitores. No momento, Marçal tenta apoio de Bolsonaro, mas ele quer distância dele, sob pena de lá na frente se arrepender. Por isso, vai até o fim com Ricardo Nunes (MDB). O problema é que Marçal tem tudo para chegar no segundo turno com Boulos. Ai sim, o coach passa a ser um problema também para Guilherme Boulos.

Se Pablo Marçal se eleger prefeito da cidade de São Paulo, o que não é impossível, o atual governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) também terá suas pretenções futuras ameaçadas. De uma coisa este articulista está convicto, Ricardo Nunes não se reelege.

Uma vez prefeito, Pablo Marçal vai uerer transformar S Paulo numa Dubai. Risos. E tem um proposta mirabolante. Construir um prédio de1 km. Virou piada.

https://www.youtube.com/watch?v=PItrQmm0B50

 

Antes de ser pré-candidato a prefeito de S Paulo, Pablo Marçal era motivo de sátiras na internet. O polêmico coach virou piada depois de dizer em uma palestra que acalmou um piloto de helicóptero durante uma pane. Viralizou nas redes trechos de palestras em que ele se gaba de seus supostos feitos — como acalmar um piloto de helicóptero durante uma pane.

Começaram a editar esse e outros trechos como se o Pablo estivesse contando vantagem em uma mesa de bar.

O cara virou uma espécie de Chuck Norris da disrupção.

E emplacou de vez como comediante, mesmo que sem a intenção.

Recentemente, o coach comentou os memes, e… parece que ele não está achando muita graça.

 (*) Roberto Kuppê é articulista político e diretor geral do A Democracia

Com informações de O Globo 

Breno Altman em Porto Velho, no seminário Imperialismo, libertação nacional e a questão palestina

O Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Educação no Brasil (HISTEDBR/UNIR) realiza no próximo dia 18 de junho o Seminário “Imperialismo, libertação nacional e a questão palestina”, com a presença de Breno Altman (jornalista e fundador do portal Ópera Mundi) e Ualid Rabah (Presidente da Federação Árabe Palestina – Fepal). O seminário será no auditório da UNIR-Centro, em Porto Velho, a partir das 19h, e as inscrições podem ser feitas gratuitamente neste link até a data do evento.

O objetivo, segundo com os organizadores (HISTEDBR, Cebraspo, Adunir e Comitê de Apoio a Resistência Palestina – Rondônia), é “discutir o papel do imperialismo, em especial do imperialismo estadunidense e de outras potências europeias no apoio e financiamento do genocídio e limpeza étnica na Palestina histórica, perpetrado pelo estado sionista e colonial de Israel”.

A comissão organizadora do evento de extensão conta com professores dos cursos de Ciências da Educação, História, Psicologia, Medicina e do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), além de servidores técnico-administrativos e estudantes do curso de Ciências Sociais da UNIR. Como afirmam os organizadores, “debater acerca das tarefas históricas da resistência nacional palestina em sua luta por autodeterminação e libertação nacional são os temas centrais do seminário”,

Lançamento de livro – Durante o Seminário ocorrerá também o lançamento do livro do jornalista Breno Altman: “Contra o Sionismo: Retrato de uma doutrina colonial e racista”, seguida de uma sessão pública de autógrafos com o autor.

O evento iniciará com credenciamento e sessão de autógrafos a partir das 18h30, e o Seminário a partir das 19h.

 

Seminário – Imperialismo, libertação nacional e a questão Palestina

Data: 18 de junho de 2024, a partir das 18h30

Local: Auditório da UNIR-Centro (avenida presidente Dutra, n. 2965)

Inscrições: gratuitas até o dia 18 de junho de 2024, no link https://www.even3.com.br/imperialismo-libertacao-nacional-e-a-questao-palestina-460756/

Público alvo: Estudantes, graduados, pós-graduados, docentes, jornalistas, ativistas de movimentos populares e sociais, estudantes secundaristas, intelectuais de diversas frentes, membros de comunidades árabes-palestinas em diáspora, membros das comunidades islâmicas e outras pessoas interessadas da temática a solidariedade e luta por libertação e autodeterminação do povo palestino.