terça-feira, setembro 9, 2025
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TODOS OS GOLPES SÃO RACISTAS

Vinício Carrilho Martinez

Breve carta dirigida aos racistas

 

Todos os golpes no Brasil são racistas.

Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas.

É a nossa história, da nossa formação social.

Nossa “índole” é golpista e racista.

De dia e de noite a cultura nos sabota, junto ao interesse econômico, político, formatando um substrato de sociopatia, de indiferença à dor das pessoas.

Todavia, não há dor maior do que aquela sentida por quem é alvo do racismo.

Dói na pele, na alma, no coração, na Utopia desfeita pelo racismo.

Há uma maldade perpetuada, por quem pratica; há uma dor lancinante em quem recebe.

Por isso, o pior que podemos fazer é “nada fazer”, diante desse escombro social, moral, desumano que fere a quem tenha a mínima noção de Humanidade.

A você, racista, que esteja lendo esse breve texto – o que duvido muito – faça essa reflexão, pense no quanto você é devedor. Seu débito com a sociedade brasileira é impagável.

Porém, tente não aumentar o mal imenso que já praticou.

Faça, se tiver alguma coragem efetiva, a última reflexão que coloco abaixo. Sinta-se, ao menos um pouco, tentado a reagir como um ser humano menos brutal, menos brutalizado.

 

A emancipação é um processo crescente, permanente de crescimento e de libertação do controle opressivo. Portanto, envolve “ter ciência” das condições, fatos, situações, isto é, exige consciência para agir, e isso implica em decisões ou lutas, sobretudo quando pensamos na opressão de classe, no racismo, no machismo. Neste sentido, como seria possível efetivarmos uma educação antirracista?

 

O que você diria desses apontamentos?

Você é capaz de pensar sobre isso?

Tente ser mais humano e menos fera – dessas que devem ser enjauladas.

Racismo é crime inafiançável e imprescritível.

É um crime bárbaro, que provém do fundo da desesperança.

E, certamente, é o oposto do que trago comigo.

Aliás, quando se manifestar publicamente, não se esforce em comprovar sua ignorância atávica.

Como se vê na foto, há um erro crasso, do tamanho da maldade racista.

Pois, Senzala é com S.

 

 

Bolsonaro pode ter bens bloqueados após pedido do MP ao TCU

O ex-presidente e outras 36 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter os bens bloqueados, pois o Ministério Público (MP) pediu nesta sexta-feira (22) ao Tribunal de Contas da União (TCU) o bloqueio de R$ 56 milhões dos 37 indiciados pela Polícia Federal por participação na tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

O Ministério Público afirma que as tramas golpistas aparentam ter conexão direta com os ataques de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes e culminaram em danos materiais avaliados em R$ 56 milhões.

“Os indiciamentos promovidos pela Polícia Federal e decorrentes de inquéritos sob a jurisdição do Supremo Tribunal Federal apontam para a direta conexão entre as tratativas golpistas que ocorreram no ano eleitoral de 2022 e as depredações ocorridas nas sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023”, diz o pedido do MP.

O pedido ao TCU, assinado pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, também pede a suspensão dos salários dos 24 oficiais das Forças Armadas que foram indiciados pela PF.

“A se permitir essa situação (continuidade do pagamento de remuneração a esses indivíduos), na prática, o Estado está despendendo recursos públicos com a remuneração de agentes que tramaram a destruição desse próprio Estado, para instaurar uma ditadura […] Não me parece moral, legal e constitucionalmente aceitável, portanto, que continuem sendo regularmente remunerados por um Estado que pretendiam abolir”, declara o procurador.

De acordo com informações do Metrópoles, a União gasta R$ 675 mil por mês, ou R$ 8,78 milhões por ano, para pagar os salários dos militares indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado.

O procurador Lucas Furtado também recomenda a suspensão de qualquer outra forma de remuneração ou subsídio que seja custeada com verba federal, inclusive o Fundo Partidário. Essa medida pode, portanto, atingir o PL, que pode ficar sem o fundo.

Por fim, o procurador solicita ao STF que torne o relatório do indiciamento público.

Bolsonaro é indiciado pela Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal pela tentativa de golpe de Estado que encabeçou a partir dos últimos dias de 2022, após ser derrotado nas urnas pelo presidente Lula (PT) e ficar inconformado com sua saída do poder.

Vários outros ex-integrantes de seu governo, aproximadamente 35, também foram indiciados pela PF, e os crimes pelos quais são acusados são inúmeros, com destaque para abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.

Com 884 páginas, o inquérito policial foi concluído no início da tarde desta quinta-feira (21) e agora será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda hoje. Desde já, a Procuradoria Geral da República (PGR) é quem fica incumbida de denunciar ou não os indiciados, para que então os réus, em caso de aceitação da denúncia, sejam julgados pelo STF.

Entre os principais indiciados estão:

Jair Bolsonaro, ex-presidente;

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa derrotada;

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin);

Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL)

Foram ainda indiciados outros 32 nomes envolvidos na trama:

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva

Almir Garnier Santos

Amauri Feres Saad

Anderson Gustavo Torres

Anderson Lima de Moura

Angelo Martins Denicoli

Bernardo Romão Correa Netto

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Carlos Giovani Delevati Pasini

Cleverson Ney Magalhães

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Fabrício Moreira de Bastos

Filipe Garcia Martins

Fernando Cerimedo

Giancarlo Gomes Rodrigues

Guilherme Marques de Almeida

Hélio Ferreira Lima

José Eduardo de Oliveira e Silva

Laercio Vergilio

Marcelo Bormevet

Marcelo Costa Câmara

Mario Fernandes

Mauro Cesar Barbosa Cid

Nilton Diniz Rodrigues

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Rafael Martins de Oliveira

Ronald Ferreira de Araujo Junior

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Tércio Arnaud Tomaz

Wladimir Matos Soares

No caso de condenação, por cada um dos seguintes crimes, os indiciados podem ser condenados a:

4 a 12 anos de prisão por Golpe de Estado

4 a 8 anos de prisão por Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

3 a 8 anos de prisão por Integrar organização criminosa

Revista Fórum

Lançamento da campanha para a recuperação da Casa Carlos Marighella

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Benjamin Netanyahu

Premiê de Israel é acusado de promover de crimes contra a humanidade e crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, acusados de crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos em Gaza, incluindo privação de alimentos, água e medicamentos à população civil.

O TPI também emitiu um mandado de prisão contra o comandante militar do Hamas, Mohammed Deif, informou a Sputnik.

“A Câmara emitiu mandados de prisão contra dois indivíduos, o Sr. Benjamin Netanyahu e o Sr. Yoav Gallant, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos desde, pelo menos, 8 de outubro de 2023 até, pelo menos, 20 de maio de 2024, data em que a Procuradoria apresentou os pedidos de mandados de prisão”, afirma um comunicado à imprensa no site do TPI.

Leia a íntegra da decisão “Situação no Estado da Palestina: Câmara Pré-Julgamento I do TPI rejeita desafios de jurisdição apresentados pelo Estado de Israel e emite mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant”.

TPI emite mandados de prisão
Hoje, 21 de novembro de 2024, a Câmara Pré-Julgamento I do Tribunal Penal Internacional (TPI), em sua composição para tratar da situação no Estado da Palestina, decidiu, por unanimidade, rejeitar dois desafios apresentados pelo Estado de Israel com base nos artigos 18 e 19 do Estatuto de Roma. Além disso, foram emitidos mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant.

Decisões sobre os pedidos de Israel
A Câmara analisou dois pedidos submetidos por Israel em 26 de setembro de 2024. No primeiro, Israel contestava a jurisdição do TPI sobre a situação na Palestina e sobre cidadãos israelenses, com base no artigo 19(2) do Estatuto. No segundo, Israel solicitava que a Procuradoria notificasse novamente o início da investigação, conforme o artigo 18(1), além de pedir a suspensão de quaisquer procedimentos relacionados à situação, incluindo os mandados de prisão de Netanyahu e Gallant.

Sobre o primeiro desafio, a Câmara reafirmou que a jurisdição do TPI se baseia no território da Palestina e que a aceitação de Israel não é necessária. Constatou também que os Estados não podem contestar a jurisdição do Tribunal antes da emissão de mandados de prisão. Em relação ao segundo pedido, a Câmara destacou que Israel foi notificado sobre a investigação em 2021 e que nenhuma nova notificação era necessária, pois os parâmetros da investigação permanecem os mesmos.

Mandados de prisão
Foram emitidos mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, nascido em 21 de outubro de 1949, então Primeiro-Ministro de Israel, e Yoav Gallant, nascido em 8 de novembro de 1958, então Ministro da Defesa. Ambos são acusados de crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo assassinato, perseguição e atos desumanos, além de privar intencionalmente a população de Gaza de bens essenciais, como alimentos, água, eletricidade e medicamentos, entre outubro de 2023 e maio de 2024.

 

Brasil 247

O Brasil não é fraco

As vezes a imagem fala por si.
Esse quadro é um retrato de memória e já tem alguma interpretação.
Lembre de outras coisas e complete a semana brasileira.

Nenhuma descrição de foto disponível.

PF: Bolsonaro atuou diretamente na redação e ajuste da ‘minuta do golpe’

Mensagens enviadas por Mauro Cid ao general Freire Gomes, então comandante do Exército, indicam que Bolsonaro “enxugou” o texto para torná-lo mais objetivo

A investigação da Polícia Federal (PF) que apura a tentativa de golpe de Estado visando impedir a posse do presidente Lula (PT) conecta Jair Bolsonaro (PL) à redação e ajustes da chamada “minuta do golpe”. O documento previa uma intervenção no Judiciário com o objetivo de impedir a posse de Lula e convocar novas eleições.

Segundo o Metrópoles, as evidências coletadas pelos investigadores, obtidas através de mensagens trocadas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, apontam o envolvimento direto do ex-mandatário no planejamento de um golpe de Estado.

De acordo com a PF, Jair Bolsonaro teria redigido e ajustado pessoalmente o texto do decreto golpista. Mensagens enviadas por Mauro Cid ao general Freire Gomes, então comandante do Exército, indicam que Bolsonaro “enxugou” o texto para torná-lo mais objetivo. Em uma das comunicações, Cid revelou que Bolsonaro estava sob pressão de “deputados” para adotar medidas mais drásticas, envolvendo o uso das Forças Armadas.

Além disso, as investigações apontam que o ex-mandatário se reuniu com o general Estevam Cals Theophilo, então comandante do Exército Brasileiro, em 9 de dezembro de 2022. O objetivo seria angariar apoio militar para consumar o golpe.

A Operação Contragolpe da PF foi deflagrada nesta terça-feira (19) para desarticular a organização criminosa suspeita de planejar não apenas o golpe, mas também o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a PF, o plano operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, previa a execução dessas autoridades para instaurar um regime de exceção no país.

A operação, autorizada pelo próprio Moraes, cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas.Entre os detidos na operação estão militares da ativa, da reserva e um policial federal: coronel Hélio Ferreira Lima: ex-comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus. Foi destituído do cargo em fevereiro de 2024; general Mário Fernandes: ex-ministro interino da Secretaria-Geral e atualmente assessor do deputado Eduardo Pazuello; major Rafael Martins de Oliveira: acusado de negociar com Mauro Cid o pagamento de R$ 100 mil para financiar a ida de manifestantes a Brasília; major Rodrigo Bezerra de Azevedo, e o policial federal Wladimir Matos Soares.

As investigações revelam que o grupo de militares conhecido como “kids pretos” (força de elite da unidade de operações especiais do Exército) estava à frente do planejamento das ações. O esquema incluía articulações para financiar manifestantes golpistas, atentados contra autoridades e a imposição de um governo sob tutela militar.

Brasil 247

Animal, monstro: deputado da ‘bancada da bala’ é expulso de clube de tiro após tentar ensinar crianças a atirar

Paulo Bilynskyj vive uma disputa judicial com seus antigos sócios da Puma Tactical, clube de tiro situado em São Paulo

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi afastado da sociedade em um clube de tiro que ajudou a fundar após ser acusado de enganar sócios, promover cursos de tiro com a presença de menores e permitir o acesso não autorizado ao cofre de armas do local. O parlamentar é conhecido por ser integrante da chamada “bancada da bala”.

Segundo informações dadas pelo jornal “Estadão”, Paulo Bilynskyj vive uma disputa judicial com seus antigos sócios da Puma Tactical, clube de tiro situado em São Paulo. A Justiça determinou a exclusão do parlamentar da empresa.

O deputado organizou, em janeiro de 2022, um curso batizado de “projeto policial”, no qual participaram dois menores. O fato contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exige autorização judicial para a participação de menores em práticas de tiro, mesmo com o consentimento dos responsáveis.

O projeto foi alvo do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da corregedoria da Polícia Civil, onde Bilynskyj também atua como delegado. Os sócios foram chamados a prestar esclarecimentos.

Paulo Bilynskyj vive uma disputa judicial com seus antigos sócios da Puma Tactical, clube de tiro situado em São Paulo. (Foto: Câmara dos Deputados)

Disputa judicial

Duas ações judiciais foram movidas por ambas as partes, mas foram unificadas em um só processo. O parlamentar chegou a ter uma decisão favorável, que foi revertida pelo juiz André Salomon Tudisco, da 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem, excluindo-o da sociedade por “falta grave”.

A permissão dada aos menores e as investigações resultantes foram consideradas suficientes para “colocar em risco a atividade empresarial”. Os sócios apresentaram outras acusações, como a realização de cursos de tiro sem a devida licença da Polícia Federal, permitir o acesso de menores de 25 anos ao cofre de armas e apropriar-se do grupo do Telegram com a carteira de clientes do clube.

De acordo com os sócios Maicon Oliveira e Rafael Unruh, Bilynskyj não cumpriu integralmente o acordo firmado, que incluía a transferência de nove armas avaliadas em R$ 250 mil e um aporte financeiro de R$ 150 mil.

O clube, fundado no início de 2021, admitiu Bilynskyj como sócio em maio do mesmo ano. Ele ganhou notoriedade nas redes sociais pelo seu envolvimento com armas, fator que o ajudou a conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022.

A exclusão do parlamentar da sociedade transitou em julgado em dezembro de 2023, encerrando todas as possibilidades de recurso.

O que diz a defesa do deputado?

A defesa do parlamentar afirma que os sócios utilizaram sua imagem pública para impulsionar o negócio, mas não honraram o pagamento de quotas que lhe eram devidas. Bilynskyj negou qualquer irregularidade, alegando que os menores só apareceram nas fotos durante um momento de confraternização, com as mães presentes.

Uma mãe, em depoimento à polícia, disse que levou seus filhos, de 16 e 12 anos, ao curso, tendo pago R$ 1,4 mil por cada inscrição.

Bilynskyj afirma, ainda, que as acusações dos sócios são uma “aventura jurídica”.

Fonte: ICL Notícias

Milei recua e Argentina entra na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Mesmo com a adesão à aliança, a Argentina deve continuar criando entraves nas negociações em torno do G20

A Argentina decidiu aderir à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do Brasil na presidência do G20 para erradicar a fome e a pobreza no mundo. Inicialmente, o país não constava na lista de participantes da aliança, sendo o único dos 19 países que fazem parte do G20 que não assinou a medida. No total, a iniciativa do Brasil contava com a adesão de 81 países.

No entanto, segundo informa a jornalista Miriam Leitão ,do Globo, a Argentina mudou de ideia e decidiu entrar na aliança. A ausência do país vizinho no documento era vista como um sinal do distanciamento do presidente argentino Javier Milei em relação ao Brasil e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mesmo com a adesão à aliança, a Argentina deve continuar criando entraves nas negociações em torno do G20. O país pretende se opor a alguns pontos da declaração dos chefes de Estado do evento em temas como clima, gênero, taxação de super-ricos e geopolítica.

AO VIVO: Lula lança Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e apresenta soluções brasileiras, como o Bolsa Família e o Fome Zero

O presidente Lula (PT) lançou durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (18), a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Em seu discurso, Lula destacou a experiência brasileira com programas sociais como o Bolsa Família e o Fome Zero, que já transformaram a vida de milhões de pessoas no país, e propôs levar essas soluções para uma escala global.

“A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, é a ‘expressão biológica dos males sociais’, é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade”, disse lula diante de líderes que representam 85% do PIB mundial.

Lula sublinhou que o mundo, apesar de produzir alimentos em abundância, continua a falhar em distribuir essa riqueza de forma equitativa. Segundo ele, o contingente de 733 milhões de pessoas subnutridas, conforme estimativa da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura], reflete escolhas políticas equivocadas.

Ao apresentar a Aliança, Lula enfatizou que o Brasil se oferece como exemplo de que é possível superar a fome e a pobreza com políticas públicas eficazes. Ele relembrou que, em 2014, o país saiu do Mapa da Fome da FAO graças a iniciativas como o Bolsa Família e os investimentos na agricultura familiar. Entretanto, o retrocesso dos últimos anos trouxe novamente a fome para milhões de brasileiros.

“Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e 11 meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24,5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome, e com a aliança faremos muito mais”, afirmou o presidente.

A Aliança Global terá como foco a articulação de recomendações internacionais, financiamento e implementação de políticas públicas voltadas à inclusão social e segurança alimentar. Lula reforçou que essa iniciativa transcende a justiça social, sendo uma base fundamental para sociedades mais prósperas e pacíficas.

Lula também fez um diagnóstico sombrio do contexto mundial atual, mencionando o aumento de conflitos armados, os efeitos devastadores das mudanças climáticas e o agravamento das desigualdades sociais e de gênero. “Estive na primeira reunião de líderes do G20 convocada em Washington no contexto da crise financeira, em 2008. Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior”, lamentou.

Ainda assim, o presidente brasileiro reforçou seu otimismo com a capacidade de ação conjunta dos países do G20, destacando a responsabilidade do grupo, que concentra dois terços da população mundial e a maior parte da riqueza e do comércio globais.

“Se assumirmos responsabilidade, poderemos ter sucesso em pouco tempo. A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global. Que esta cúpula seja marcada pela coragem de agir”, concluiu Lula.

Aliança Global de Combate à Fome tem 147 adesões, com 81 países e diversos organismos internacionais

A iniciativa brasileira tem como objetivo acelerar o progresso rumo à erradicação da fome e da pobreza

A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza foi oficialmente lançada, nesta segunda-feira (18), na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro. Construída ao longo de um ano, a partir de um processo de diálogo e colaboração, a Aliança nasce com 147 membros fundadores, incluindo 81 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. Essa iniciativa inovadora visa acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, prioridades centrais nos ODS.

O presidente Lula (PT) declarou: “enquanto houver famílias sem comida na mesa, crianças mendigando nas ruas e jovens sem esperança de um futuro melhor, não haverá paz. Sabemos, pela experiência, que uma série de políticas públicas bem desenhadas, como programas de transferência de renda, como o ‘Bolsa Família’, e refeições escolares nutritivas para crianças, têm o potencial de acabar com o flagelo da fome e devolver a esperança e dignidade para as pessoas”.

Em 2024, os membros do G20, países parceiros e organizações internacionais trabalharam conjuntamente em uma Força-Tarefa dedicada à elaboração da estrutura fundacional da Aliança, que foi endossada por unanimidade durante a Reunião Ministerial do G20, no Rio de Janeiro, em julho. A liderança do Brasil na Força-Tarefa envolveu uma coordenação próxima entre vários ministérios, incluindo o de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Relações Exteriores e Fazenda, além de contribuições do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

“Vivemos hoje um marco histórico. A Aliança que construímos juntos, a partir da visão do presidente Lula, está agora pronta para transformar vidas e construir um futuro livre de fome e pobreza extrema”, afirmou o ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. “Este não é apenas mais um fórum de discussão – é um mecanismo prático para canalizar conhecimento e financiamento de forma eficaz e alcançar aqueles que mais precisam”, enfatizou.

Desde julho, a Aliança está aberta a adesões de membros para além do G20. O Brasil e Bangladesh foram os primeiros a aderir, seguidos por todos os membros do G20, incluindo a União Africana e a União Europeia, assim como vários países de todos os continentes.

Os membros fundadores também incluem grandes organizações internacionais, bancos de desenvolvimento e entidades filantrópicas. Organismos-chave da ONU, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), UNICEF e o Programa Mundial de Alimentos (WFP), também aderiram, ao lado de instituições financeiras como o Grupo Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regionais, incluindo o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Organizações filantrópicas como a Fundação Rockefeller, a Fundação Bill & Melinda Gates e a Children’s Investment Fund Foundation também fazem parte da iniciativa.

A adesão à Aliança segue aberta e é formalizada por meio de uma Declaração de Compromisso — que vai além de uma declaração simbólica para incorporar uma dedicação genuína à ação. Ela define compromissos gerais e personalizados, alinhados com as prioridades e condições específicas ‘de cada membro. As Declarações de Compromisso são voluntárias e podem ser atualizadas conforme as circunstâncias evoluem. Cada Declaração de Compromisso de um membro é pública e pode ser encontrada no site recém-lançado da Aliança Global.

Anúncios – Antes do lançamento formal desta segunda-feira, a Aliança Global demonstrou o sucesso de sua abordagem ao motivar e impulsionar ações e compromissos antecipados de grande parte de seus membros em seis áreas prioritárias de sua agenda política, que foram anunciados em um evento especial, durante a Cúpula Social do G20, em 15 de novembro.

Esses anúncios, intitulados “Sprints 2030”, representam a maior tentativa coletiva de mudar o rumo e finalmente erradicar a fome e a pobreza extrema por meio de políticas e programas em grande escala e baseados em evidências para elevar as populações mais pobres e vulneráveis do mundo. Entre os anúncios e compromissos estão o objetivo de alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030, expandir as refeições escolares de alta qualidade para mais 150 milhões de crianças em países com pobreza infantil e fome endêmicas, e arrecadar bilhões em crédito e doações por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento para implementar esses e outros programas.

Missão e Governança – A missão da Aliança é clara: até 2030, visa erradicar a fome e a pobreza, reduzir desigualdades e contribuir para parcerias globais revitalizadas para o desenvolvimento sustentável. Prioriza transições inclusivas e justas, garantindo que ninguém seja deixado para trás.

A Aliança opera por meio de três pilares principais — nacional, financeiro e de conhecimento — projetados para mobilizar e coordenar recursos para políticas baseadas em evidências adaptadas às realidades de cada país membro.

Além disso, a Aliança realizará Cúpulas Regulares Contra a Fome e a Pobreza e estabelecerá um Conselho de Campeões de Alto Nível para supervisionar seu trabalho. Um órgão técnico enxuto e eficiente, o Mecanismo de Apoio da Aliança Global, será sediado na FAO, mas funcionará de forma independente para fornecer suporte estratégico e operacional, incluindo a promoção de parcerias em nível nacional para implementar iniciativas de combate à fome e à pobreza. O Brasil se comprometeu a financiar metade dos custos do Mecanismo de Apoio até 2030, com contirbuições adicionais de países como Bangladesh, Alemanha, Noruega, Portugal e Espanha.

Embora o G20 tenha sido a plataforma de lançamento para essa iniciativa, a Aliança agora funcionará como uma plataforma global independente, com o apoio contínuo e o impulso possível de futuras presidências do G20. A estrutura completa de governança, incluindo o Conselho de Campeões e o Mecanismo de Apoio, deverá estar operacional até meados de 2025. Até lá, o Brasil fornecerá suporte temporário para funções essenciais, como comunicação e aprovação de novos membros.

Membros fundadores da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza:

Países Membros e Entidades Regionais:  

  1. Alemanha
  2. Angola
  3. Antígua e Barbuda
  4. África do Sul
  5. Arábia Saudita
  6. Armênia
  7. Austrália
  8. Bangladesh
  9. Benin
  10. Bolívia
  11. Brasil
  12. Burkina Faso
  13. Burundi
  14. Camboja
  15. Chade
  16. Canadá
  17. Chile
  18. China
  19. Chipre
  20. Colômbia
  21. Dinamarca
  22. Egito
  23. Emirados Árabes Unidos
  24. Eslováquia
  25. Estados Unidos
  26. Espanha
  27. Etiópia
  28. Federação Russa
  29. Filipinas
  30. Finlândia
  31. França
  32. Guatemala
  33. Guiné
  34. Guiné-Bissau
  35. Guiné Equatorial
  36. Haiti
  37. Honduras
  38. Índia
  39. Indonésia
  40. Irlanda
  41. Itália
  42. Japão
  43. Jordânia
  44. Líbano
  45. Libéria
  46. Malta
  47. Malásia
  48. Mauritânia
  49. México
  50. Moçambique
  51. Myanmar
  52. Nigéria
  53. Noruega
  54. Países Baixos
  55. Palestina
  56. Paraguai
  57. Peru
  58. Polônia
  59. Portugal
  60. Quênia
  61. Reino Unido
  62. República da Coreia
  63. República Dominicana
  64. Ruanda
  65. São Tomé e Príncipe
  66. São Vicente e Granadinas
  67. Serra Leoa
  68. Singapura
  69. Somália
  70. Sudão
  71. Suíça
  72. Tadjiquistão
  73. Tanzânia
  74. Timor-Leste
  75. Togo
  76. Tunísia
  77. Turquia
  78. Ucrânia
  79. Uruguai
  80. Vietnã
  81. Zâmbia
  82. União Africana
  83. União Europeia

Organizações Internacionais  

  1. Agência de Desenvolvimento da União Africana – Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (AUDA-NEPAD)
  2. CGIAR
  3. Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)
  4. Comissão Econômica e Social para Ásia Ocidental (CESAO)
  5. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
  6. Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)
  7. Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
  8. Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA)
  9. Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD)
  10. Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA)
  11. Liga dos Estados Árabes (LEA)
  12. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
  13. Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO)
  14. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
  15. Organização dos Estados Americanos (OEA)
  16. Organização Internacional do Trabalho (OIT)
  17. Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
  18. Organização Mundial do Comércio (OMC)
  19. Organizacão Mundial da Saúde (OMS)
  20. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)
  21. Programa Mundial de Alimentos (WFP)
  22. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
  23. Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat)
  24. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

Instituições Financeiras Internacionais:

1. Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB)

2. Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB)

3. Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF)

4. Banco Europeu de Investimento (BEI)

5. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

6. Grupo Banco Mundial

7. Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB)

8. Novo Banco de Desenvolvimento (NBD)

9. Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar (GAFSP)

Fundações Filantrópicas e Organizações Não Governamentais:

1. Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab (J-PAL)

2. Articulação Semiárido Brasileiro (ASA)

3. Fundação Bill & Melinda Gates

4. BRAC

5. Children’s Investment Fund Foundation

6. Child’s Cultural Rights & Advocacy Trust Agency

7. Citizen Action

8. Education Cannot Wait

9. Food for Education

10. Instituto Comida do Amanhã

11. Fundação Getúlio Vargas (FGV)

12. GiveDirectly

13. Global Partnership for Education

14. Instituto Ibirapitanga

15. Instituto Clima e Sociedade (iCS)

16. Câmara de Comércio Internacional

17. Leadership Collaborative to End Ultrapoverty

18. Maple Leaf Early Years Foundation

19. Fundação Maria Cecília Souto Vidigal

20. Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI)

21. Pacto Contra a Fome

22. Fundação Rockefeller

23. Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI)

24. SUN Movement

25. Sustainable Financing Initiative

26. Their World

27. Trickle Up

28. Village Enterprise

29. World Rural Forum

30. World Vision International

31. Instituto Fome  Zero

Brasil 247

“Eu fiz questão de não trazer a guerra para o G20”, diz Lula sobre foco em temas sociais

Presidente destaca desigualdades e fome como prioridades: “São os invisíveis do mundo que as pessoas não enxergam”

Na abertura do G20, que teve início nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou a decisão de não colocar as guerras como tema central das discussões do bloco. Em entrevista à Globonews, Lula destacou que sua escolha foi pautada por uma visão estratégica voltada às necessidades dos mais vulneráveis, em vez de concentrar as atenções nos conflitos armados globais.

“Eu acho que eu fiz questão de não trazer a guerra para o G20 porque senão nós não iríamos discutir outras coisas que são importantes para o povo que não está em guerra, que é o povo pobre, que são os invisíveis do mundo que muitas vezes as pessoas não enxergam”, afirmou o presidente.

Lula enfatizou que a prioridade de sua agenda é voltada para questões como a fome, desigualdade racial e de gênero, além de outros desafios sociais que afetam bilhões de pessoas ao redor do mundo. Para ele, o debate sobre guerras, embora relevante, não deve ofuscar as necessidades dos mais desfavorecidos.

“São as pessoas que estão com fome, as pessoas que são desprezadas, as vítimas da desigualdade racial, as mulheres vítimas da política de gênero. Por isso eu fiz questão de trazer esses temas ao invés de trazer as guerras”, explicou Lula.

Apesar de evitar centralizar os conflitos armados nas discussões, o presidente reafirmou o compromisso do Brasil e do G20 com a busca pela paz em regiões de conflito. “A gente vai dar uma recomendação de que nós queremos a paz na Faixa de Gaza, queremos a paz no Líbano, a paz na Ucrânia e nós queremos acabar com todas as guerras”, disse ele.

Lula também chamou a atenção para o impacto econômico global dos conflitos armados. “É importante lembrar que desde 1945 a gente não tem tantos conflitos como a gente tem hoje. É importante lembrar que no último ano foram gastos mais de US$ 2 trilhões com armas e com guerras”, alertou o presidente, criticando o uso de recursos que poderiam ser investidos em soluções para problemas sociais e ambientais.

O encontro do G20 no Rio de Janeiro acontece em um momento de grande tensão global, com conflitos armados em diversas partes do mundo e uma crescente preocupação com a escalada da violência. Lula espera que o evento sirva como um espaço de diálogo para promover a paz e, sobretudo, colocar no centro do debate as demandas dos povos historicamente marginalizados.

Brasil 247

Biden fez sobrevoo com cientista Carlos Nobre em áreas degradadas de Manaus

MANAUS (AM) – O avião do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aterrissou no Aeroporto Internacional de Manaus por volta das 13h30 (horário de Brasília) de domingo, 17, para uma cumprir uma agende de cerca de quatro horas. A programação incluiu um sobrevoo junto ao cientista Carlos Nobre, professor da Universidade de São Paulo (USP).

Na chegada, Biden foi recebido na pista do aeroporto pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), e pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante). Ele se reuniu com lideranças indígenas e pesquisadores envolvidos com questões ambientais e climáticas relacionadas ao bioma amazônico. De acordo com a Casa Branca, esta é a primeira vez que um presidente norte-americano, no exercício do cargo, visita a Amazônia.

Acompanhado da filha Ashley e da neta Natalie, desembarcou em Manaus, sobrevoou de helicóptero a floresta e visitou o Museu da Amazônia. Mais cedo, Biden anunciou um aporte de US$ 50 milhões (R$ 290 milhões) ao Fundo Amazônia, mas a liberação dos recursos depende do Congresso, que será totalmente controlado pelo Partido Republicano no ano que vem.

Biden desembarcando em Manaus (Reprodução/ANI News)

Após o desembarque, o presidente seguiu para um helicóptero para realizar um sobrevoo com Carlos Nobre, reconhecido internacionalmente pelos estudos sobre os impactos climáticos do desmatamento na Amazônia. Nobre também foi um dos autores do quarto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Durante o voo, que foi monitorado por outras sete aeronaves, foram feitas observações sobre áreas afetadas por incêndios florestais e erosões, além da área do encontro das águas dos rios Negro e Solimões, cartão-postal da cidade.

A agenda de Biden incluiu visita ao Museu da Amazônia (Musa), na Zona Norte da capital amazonense, e uma declaração à imprensa. De Manaus, ele seguiu para o Rio de Janeiro, para participar na cúpula do G20.

Revista Cenarium

Tiü França explodiu a anistia aos bagrinhos e deve acelerar prisão dos graúdos

Já passou da hora de Bolsonaro e outros idealizadores do 8 de Janeiro serem punidos; recado de Moraes após o atentado foi claro

Não se fala em outra coisa. Dez entre dez colunistas de todos os veículos de comunicação, dos mais progressistas aos mais à direita apostam no mesmo. A ação tresloucada da quarta-feira (13), de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, conseguiu única e tão somente duas coisas: explodir a si próprio e também qualquer possibilidade de anistia aos golpistas do 8 de Janeiro.

Logo de saída, mensagens trocadas por deputados bolsonaristas em dois grupos de WhatsApp logo após o atentado sugeriam o mesmo. O comentário geral era de que, se Tiü França queria ajudar, acabou mesmo foi atrapalhando.

O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou que o autor seria mesmo um ex-candidato a vereador pelo PL: “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp.”

O deputado Capitão Alden (PL-BA), por sua vez, respondeu: “lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia”. “Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum”, disse.

Já o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu “se tentou ajudar atrapalhou”. “Agora o Xandão vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’”.

Todos são deputados e sabem como o Congresso costuma reagir diante de tamanha pressão. O mesmo ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF), sede de ampla destruição no 8 de Janeiro e palco do atentado deste 13 de novembro.

Pacificação e punição

Por outro lado, ao mesmo tempo em que caia vertiginosamente no ridículo a mensagem publicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), logo após o atentado, pedindo a “pacificação” do país, o juiz do STF Alexandre de Moraes, deixava claro seu recado:

“A impunidade vai gerar mais agressividade. A PF está em vias de conclusão do inquérito dos autores intelectuais (do 8 de Janeiro). Ontem (quarta-feira) é uma demonstração de que a pacificação do país, que é necessária, só é possível com a responsabilização de todos. Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos.”

Não colou em parte alguma e nem para ninguém a tese de que o atentado em Brasília foi um ato isolado. Por mais que Tiü França tenha agido sozinho, ele se moveu respaldado por inúmeros discursos, sobretudo de seu líder máximo.

Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, não parou de circular nas redes um vídeo em que Bolsonaro faz sua plateia repetir em coro: “eu juro dar minha vida pela minha liberdade”. Ao final, se vira para seu então candidato a vice e diz: esse, Braga Netto, é o nosso exército.

Crime e castigo

Já foram condenadas 265 pessoas pelo STF por conta de participação criminosa no 8 de Janeiro. Além dessas, foram feitos acordos de não persecução penal com 476 acusados, que confessarem os crimes. Todos eles bagrinhos.

O atentado de Tiü França deu a senha para que as instituições, que se mantiveram de pé, passem a punir agora os incentivadores e idealizadores golpistas, os peixes graúdos. Entre eles, o próprio Bolsonaro, que além de ter sua inelegibilidade mantida, deve finalmente responder criminalmente por seus atos.

Revista Forum

Lula é o maior líder de centro do País, diz Renan Filho

Em entrevista ao jornalista Julio Wiziack, da Folha de S.Paulo, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), defendeu o posicionamento político do presidente Lula como uma figura centrista e pragmática, destacando que essa imagem deve ser consolidada para garantir sua reeleição em 2026. Renan, que projeta a realização de 35 leilões de rodovias até o fim do mandato presidencial, enfatizou a predominância do capital privado em projetos de infraestrutura como evidência do pragmatismo de Lula, superando a gestão do ex-ministro Tarcísio de Freitas.

“O fato é que o presidente Lula é o maior líder de centro do país. Muito antes do centro vencer as eleições municipais, PP, União, PSD, Republicanos já estavam no governo”, afirmou Renan, apontando que, ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja retórica liberal não foi eficiente, Lula tem atraído investimentos privados robustos para o setor. “Com Lula, teremos o domínio do capital privado em rodovias e ferrovias, uma inversão histórica”, completou.

Renan Filho destacou ainda que, mesmo entre os próprios apoiadores, Lula não é visto como um político de esquerda. “Só na bolha [de Bolsonaro] ele é de esquerda. Nem a bolha do Lula acha isso. Porque, para o PT, o presidente não é de esquerda”, afirmou. A fala sugere que a percepção pública do presidente deve ser ajustada para afastar visões polarizadas e reforçar seu papel centrista e pragmático.

O ministro também comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que lida com críticas tanto da extrema esquerda quanto da extrema direita. “Se ele não tivesse [problemas] com os extremos, seria com o centro. E é melhor que seja com os extremos”, opinou, reforçando que o governo Lula é pautado pelo pragmatismo.

Sobre as reformas fiscais, Renan Filho argumentou que o governo está comprometido em rever despesas e otimizar o orçamento. Ele sugeriu uma abordagem de corte proporcional em benefícios fiscais, lembrando sua experiência como governador de Alagoas, onde implementou medidas semelhantes com sucesso.

Renan também abordou a questão das emendas parlamentares, que cresceram sob a gestão anterior. Segundo ele, a estrutura atual, que deu mais controle ao parlamento, precisa ser ajustada para restabelecer um equilíbrio de poder e garantir a governabilidade. “O presidente Lula tenta criar uma lógica”, declarou, indicando que é um processo gradual que pode ser fundamental para a aprovação de pautas prioritárias, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal.

Por fim, Renan sinalizou que, se houver uma decisão favorável sobre a destinação de emendas de bancada para obras de infraestrutura, sua pasta poderá se beneficiar significativamente. “Se obrigarem as emendas de bancada a serem para obras de infraestrutura, a chance é grande”, afirmou, mesmo diante da previsão de cortes que podem chegar a R$ 1 bilhão.

Brasil 247

“O presidente Lula vai saber se ele tem condições de disputar um novo mandato”, diz Tarso Genro

Ex-governador avalia cenário político e o papel de Lula frente ao avanço do conservadorismo no Brasil

 

Em entrevista ao Boa Noite 247, Tarso Genro, ex-ministro e ex-governador do Rio Grande do Sul, refletiu sobre o futuro político de Luiz Inácio Lula da Silva. “O presidente Lula vai saber se ele tem condições de disputar um novo mandato”, afirmou Genro, destacando que a decisão depende da saúde e do vigor político do atual presidente. Em um contexto de crescente polarização e avanço do conservadorismo, Lula tem sido uma figura central na resistência ao que Genro classifica como “fascismo no Brasil”.

Genro reforça que o presidente possui uma posição singular para confrontar as tendências autoritárias no país, acrescentando: “Mas ele é a única pessoa que tem condições de enfrentar o fascismo no Brasil”. Para o ex-governador, o cenário político brasileiro exige uma liderança experiente e com ampla aceitação popular, características que Lula mantém, mesmo diante de anos de ataques de seus opositores.

A possível candidatura de Lula em 2026, segundo Tarso Genro, traria ao país a oportunidade de resistir aos impulsos antidemocráticos que vêm ganhando espaço. No entanto, ele observa que essa escolha deverá ser cuidadosamente ponderada pelo próprio Lula, que deve avaliar suas condições e o contexto político que emergirá nos próximos anos. Assista: