TODOS OS GOLPES SÃO RACISTAS

Vinício Carrilho Martinez

Breve carta dirigida aos racistas

 

Todos os golpes no Brasil são racistas.

Sejam grandes ou pequenos, os golpes são racistas.

É a nossa história, da nossa formação social.

Nossa “índole” é golpista e racista.

De dia e de noite a cultura nos sabota, junto ao interesse econômico, político, formatando um substrato de sociopatia, de indiferença à dor das pessoas.

Todavia, não há dor maior do que aquela sentida por quem é alvo do racismo.

Dói na pele, na alma, no coração, na Utopia desfeita pelo racismo.

Há uma maldade perpetuada, por quem pratica; há uma dor lancinante em quem recebe.

Por isso, o pior que podemos fazer é “nada fazer”, diante desse escombro social, moral, desumano que fere a quem tenha a mínima noção de Humanidade.

A você, racista, que esteja lendo esse breve texto – o que duvido muito – faça essa reflexão, pense no quanto você é devedor. Seu débito com a sociedade brasileira é impagável.

Porém, tente não aumentar o mal imenso que já praticou.

Faça, se tiver alguma coragem efetiva, a última reflexão que coloco abaixo. Sinta-se, ao menos um pouco, tentado a reagir como um ser humano menos brutal, menos brutalizado.

 

A emancipação é um processo crescente, permanente de crescimento e de libertação do controle opressivo. Portanto, envolve “ter ciência” das condições, fatos, situações, isto é, exige consciência para agir, e isso implica em decisões ou lutas, sobretudo quando pensamos na opressão de classe, no racismo, no machismo. Neste sentido, como seria possível efetivarmos uma educação antirracista?

 

O que você diria desses apontamentos?

Você é capaz de pensar sobre isso?

Tente ser mais humano e menos fera – dessas que devem ser enjauladas.

Racismo é crime inafiançável e imprescritível.

É um crime bárbaro, que provém do fundo da desesperança.

E, certamente, é o oposto do que trago comigo.

Aliás, quando se manifestar publicamente, não se esforce em comprovar sua ignorância atávica.

Como se vê na foto, há um erro crasso, do tamanho da maldade racista.

Pois, Senzala é com S.

 

 

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