A República, ahh a República
A República que não se publica
É pudica
Mas não é publicável
Impopular, vai naufragar
– é inviável
Traz a sina
– do golpe vieste
– no golpe permanecerás
– isso já não se ensina
Impopular
Não miscigenou, seu povo não amou
– Seu pobre retinto, não encontra recinto
No banquete dos Deuses
– não tem pólis
– só ferrão de abelha
– aqui o direito não se espelha
No vazio da esperança
– ainda somos vadios
No crime de vadiagem
– não tem viagem
– o terreno baldio, tem mais vantagem
Com elite egoísta
– tudo à sua volta é hedonista
Povo iludido
Povo feliz
Mas, é infeliz
– na vida malvada
– o povo pobre, negro e oprimido
– com a vida marcada
– Sofre comprimido
Cabra marcado pra morrer
– nada lhe será cumprido
A República lhe espanta
– pra ti, ela nunca desencanta
Nesse corpo fechado
– te botaram cadeado
De toda riqueza,
Não lhe deram um filão
– só mesmo esses grilhões
– a pobreza lhe vem aos milhões
República vilã
– nessa vilania
Tu sempre és vilão…
Vinício Carrilho Martinez