O relatório da Polícia Federal (PF) que expõe os crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares na apropriação e venda ilegal de joias não é a única má notícia para o ex-capitão. Nos próximos dias, a PF deve revelar o avanço das investigações sobre a fraude nos cartões de vacina em um novo relatório, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
O documento foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que em abril pediu novas diligências no inquérito sobre a suposta participação de Bolsonaro em um esquema de fraude nos registros de cartões de vacina contra a Covid-19.
A PGR estava interessada em saber se o ex-mandatário e sua equipe utilizaram cartões de vacina falsos nos EUA. Um pedido de confirmação sobre o uso desses certificados falsos no país foi enviado ao governo americano. Caso comprovado, Bolsonaro poderia ser indiciado também por uso de documento falso.
A PF descobriu que não havia registros formais da apresentação de cartões de vacina nos EUA. Em voos comerciais, por exemplo, as companhias aéreas verificavam a regularidade dos certificados de vacinação, permitindo o embarque dos passageiros sem manter registros.
Já em voos de autoridades, como o de Bolsonaro, que entrou nos EUA em uma aeronave da FAB no penúltimo dia de seu mandato, os passaportes e comprovantes de vacinação eram verificados a bordo.
A investigação da PF indicou que, mesmo nessa situação, não havia registros sobre a apresentação dos documentos exigidos. Os investigadores supõem que Bolsonaro e sua equipe usaram cartões falsos, pois conseguiram entrar nos EUA.
Vale destacar que, em março, Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações.
A investigação revelou que os documentos de vacinação no aplicativo ConecteSUS foram gerados a partir de endereços de IP de computadores do Palácio do Planalto, com downloads feitos dias antes e na data da viagem de Bolsonaro a Orlando, na Flórida.
Após a apresentação deste relatório complementar da PF, a PGR decidirá se vai ou não formalizar a denúncia contra o ex-chefe do Executivo.
Fonte: DCM