No livro “O cidadão de bem”, o escritor finalista do Prêmio Jabuti Mauricio Gomyde faz o leitor se perguntar em quais áreas da vida tem sido hipócrita. É por meio das histórias de Roberto e Rafael que o autor provoca a reflexão de que ninguém pode ser “bom” ou “mau” o tempo todo.
Rafael, por exemplo, a mesma medida em que no presente se desdobra para ser um pai mais dedicado e deixar um mundo melhor às filhas, cometeu erros com a família que o levaram ao divórcio. Já Roberto é um excelente profissional, respeitado na medicina, porém, faz das redes sociais uma arma para disseminar o ódio.
Um retrato literário sobre a hipocrisia
Neste drama contemporâneo, publicado pela Qualis Editora, Maurício Gomyde narra uma história que perpassa a dualidade do bem e do mal
Sem perder a essência de instigar o leitor a desvendar um mistério no decorrer das páginas, em O Cidadão de Bem o escritor Maurício Gomyde evidencia a polarização por meio de dois personagens principais, que, embora amigos, têm posições antagônicas e divergem em quase tudo.
Para o mundo, Dr. Roberto é um profissional sério e respeitado, mas em casa e nas redes sociais se manifesta como um defensor fervoroso do armamento civil, que não esconde o preconceito contra negros e homossexuais, além das atitudes elitistas. Resistindo a cidadãos como ele, o leitor conhece Rafael, um jornalista que sonha se tornar escritor e que, mesmo tendo falhado com a família no passado, luta por um mundo mais pacífico e tolerante, não apenas para ele, mas principalmente para as filhas e as gerações futuras.
‘Você é louco, rapaz. Totalmente desconectado.
A hipocrisia reina por aqui. Papinho Poliana de gentileza.’
O sono foi embora de vez com aquela profusão de frases
que começaram a se repetir em sua mente.
Louco por achar que o mundo ainda tinha salvação?
Por sonhar que os discursos de amor um dia poderiam ser mais fácil
e rapidamente compreendidos do que os de ódio? Por imaginar pessoas
e países derrubando barreiras e usando a solidariedade como arma?
Por pregar a paz acima de tudo e o respeito acima de todos?
Gastou o resto da madrugada nessas perguntas.
Tolas, certamente, aos ouvidos de cada vez mais gente no mundo.
(O Cidadão de Bem, p. 155)
A incógnita da narrativa é revelada pelo autor em doses homeopáticas. Cada abertura de capítulo é composta por um trecho do relatório de um inquérito policial, que detalha as informações de um crime envolvendo arma de fogo. Quem levou o tiro? Quem disparou a arma? E, como o incidente ocorreu? Essas e outras perguntas são respondidas ao fim da obra, quando o leitor junta todos os fragmentos da investigação criminal.
Com protagonistas intensos e complexos, Gomyde entrelaça as vidas dos personagens, suas esposas, filhos e amigos. Nesta publicação pela Qualis Editora, o autor propõe a refletir sobre o bom e o mau indivíduo em uma sociedade cada vez menos preocupada com o coletivo.
“Há temas que não cabem por inteiro nas frases frias dos analistas. Um deles é esta polarização carregada de ódios que divide famílias, amigos e a sociedade brasileira. Maurício Gomyde, exímio contador de histórias, penetra no íntimo dessa vida nervosa para examinar seus meandros afetivos e buscar os cidadãos de bem” – Sérgio Abranches (Cientista político e jornalista).
FICHA TÉCNICA
Título: O cidadão de bem
Autor: Maurício Gomyde
Editora: Qualis Editora
ISBN: 978-6587383286
Dimensões: 22.6 x 15.8 x 1.4 cm
Páginas: 278
Preço: R$ 41,50, R$ 44,00
Onde comprar: Amazon, Qualis Editora
Sobre o autor: Maurício Gomyde é músico, roteirista de cinema e autor de oito livros publicados em seis países. Foi finalista do prêmio Jabuti 2016 com o livro Surpreendente!, título publicado também em Portugal, Espanha, Itália e Lituânia.
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Sobre a editora: Há mais de 15 anos, a Qualis se destaca no cenário literário como uma editora tradicional, reconhecida por seu comprometimento com a promoção e o investimento em talentos nacionais. Criada em 2008 com a missão de disseminar o conhecimento científico produzido no âmbito acadêmico, a editora se reinventou, e ampliou seu alcance com o selo de literatura. Todo esse processo sem jamais se desviar de um objetivo essencial: contribuir para uma sociedade mais justa e sem preconceitos. Sustentada por uma visão inclusiva e diversificada, a Qualis tem como norte o princípio de que todas as vozes merecem ser ouvidas e todas as histórias, contadas.
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