@viniciocarrilhomartinez
Sem o tempo não há dúvidas.
Sem o tempo, o vagar (no reino da pressa, na rotina das “múltiplas tarefas”), vivemos consumindo o imediato.
Meditar sobre o que se pensa (e quer), falar pouco, ouvir mais e não dar atenção ao desnecessário ruído (às vezes só embalado por picuinhas, ego) tem sido o desafio desse século.
“Não temos tempo…”, dizem, e assim tudo é imediato e superficial.
Muita gente se vangloria desse eterno consumo de si mesmo/a.
Na filosofia do século XX, Adorno dizia para dar “tempo ao conceito”, que é o tempo da maturidade, da reflexão que vasculha a durabilidade desse mesmo conceito. É como se o próprio tempo fosse o analista daquilo que se propôs, o árbitro mais severo.
Talvez pela pressa mesmo, urgência de “postar” (“lacrar”, viralizar), é que tenhamos tantos “pré-conceitos” – sem análise cuidadosa, criteriosa, crítica das aparências, restam nossas superfícies e as tantas pessoas superficiais.
E daí surgem as distorções, os pré-conceitos (“supõem-se saber algo”), as discriminações.
Sem dúvida, a desinformação (sem tempo para saber, para o conceito) é um solo fértil para as apropriações (o desenraizamento, o estranhamento das/entre as pessoas), as dominações impuras e as desigualdades.
É possível refletir nesse breve texto ouvindo duas músicas:
Oração ao tempo – Caetano Veloso
https://www.youtube.com/watch?v=HQap2igIhxA
Paciência – Lenine
https://www.youtube.com/watch?v=SWm1uvCRfvA
- AFINAL, A PACIÊNCIA TEM MUITA CIÊNCIA DENTRO DE SI
- TANTO QUANTO A CIÊNCIA PRECISA DE CONSCIÊNCIA




