segunda-feira, novembro 3, 2025
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Sociedade doente: operação mais letal da história do RJ é aprovada por 64% dos fluminenses

Neste sábado (1º) uma nova pesquisa, agora divulgada pelo instituto Genial/Quaest apontou que 64% dos moradores do Rio de Janeiro aprovam a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na semana passada. A ação, conduzida pelas polícias Civil e Militar, foi a mais letal da história do estado, deixando 121 mortos, entre eles quatro agentes de segurança.

O levantamento, feito entre os dias 30 e 31 de outubro, entrevistou 1.500 pessoas com 16 anos ou mais, residentes em diferentes regiões do estado. As entrevistas foram presenciais e domiciliares. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais e grau de confiança de 95%.

O episódio teve grande repercussão: 98% dos entrevistados disseram conhecer a operação. Apesar da alta letalidade, apenas 27% da população declarou desaprovação à ação. Outros 6% afirmaram não ter opinião formada, e 3% preferiram não responder.

Entre os participantes, 73% acreditam que a polícia deve repetir operações semelhantes em outras favelas e comunidades. O apoio é mais forte entre os homens, com 85%, enquanto entre as mulheres o índice chega a 62%. O levantamento também mostrou que 79% dos homens e 51% das mulheres aprovaram a intervenção.

Policiais durante a ação no Complexo da Penha, na Vila Cruzeiro (RJ). Foto: Fabiano Rocha /O Globo

A faixa etária com maior aprovação foi a de 31 a 50 anos, com 68% de apoio, seguida pelos jovens de 16 a 30 anos, com 65%. Entre os maiores de 51 anos, 58% concordaram com a ação, embora este grupo concentre o maior índice de desaprovação, com 29%.

O nível de renda também influenciou as opiniões. Pessoas com renda entre dois e cinco salários mínimos foram as que mais apoiaram a operação (69%), seguidas pelos que recebem até dois salários (58%). Já entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, o apoio ficou em 63%, mas a desaprovação foi mais alta, alcançando 36%.

Na divisão por escolaridade, o maior índice de aprovação veio do grupo com ensino fundamental (67%), seguido dos que possuem ensino médio (66%). Entre os entrevistados com ensino superior, o apoio foi menor, de 59%, enquanto a rejeição atingiu 39%.

A pesquisa ainda revelou diferenças conforme o posicionamento político. Bolsonaristas e direitistas não bolsonaristas apresentaram quase unanimidade na aprovação, com 93% e 92%, respectivamente. Entre os eleitores do presidente Lula, apenas 35% apoiaram a ação, e 59% a reprovaram. Entre os independentes, 61% aprovou e 24% não. Para 58% dos entrevistados, a operação foi bem-sucedida, enquanto 32% a consideraram um fracasso.

DCM

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