A reportagem sobre a exploração do trabalho escravo no Brasil é uma das principais presenças do pior passado brasileiro. No presente, esse passado segue ativo, como vemos no exemplo do Rock in Rio.
Em 2024, essa exploração abjeta dos trabalhadores é tão significativa quanto o racismo, andam lado a lado. Desse modo, a esse conjunto, essa somatória de negações da dignidade humana, damos o nome de “pensamento escravista”. Tão presente, persistente, neste breve século XXI, quanto fora no passado obscuro da escravidão.
No link abaixo você vê a motivação que nos inspirou na letra dessa música:
No rock do Rio da escravidão
Um trabalhador, quanto vale?
Ou é somente um desvale.
Só um número na equação,
Um detalhe, uma pontuação.
Um corpo dócil, para escravidão.
Inocente e útil pra servidão.
Um trabalhador assaltado.
– Sem direitos? Não! Roubados!
Em país de rock assanhado
Sempre o outro é o responsável
No Rio do rock e da favela
No Rio do rock, da paisagem bela.
Uma música? “sem choro, nem vela…”
Se fosse um samba, seria com fita amarela
Ou fita vermelha, para inumar
Só mais um corpo a respirar.
Um trabalhador assaltado.
– Sem direitos? Não! Roubados!
Em país de rock assanhado
Sempre o outro é o responsável
Muita vida na beira da milícia
Onde reina a pior malícia
Levaram a Marielle, não é imaginação
Na terra do samba e do rock, nenhum coração?
Se não entendeu, eu passo a visão:
– No rock do rio, um corpo estendido no chão
Um trabalhador assaltado.
– Sem direitos? Não! Roubados!
Em país de rock assanhado
Sempre o outro é o responsável
E no mar, vai te sepultar
A bala perdida vai te achar
Na janela vazia
A bala perdida já te encontrou
Letra: Marlon Pessanha e Vinício Carrilho Martinez