Fuga anunciada: Bolsonaro diz que pode fugir para alguma embaixada se tiver prisão decretada

Ex-presidente disse também que não tinha conhecimento de plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em entrevista ao UOL que pode vir a pedir asilo em alguma embaixada caso tenha sua prisão decretada. Ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, disse. “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, afirmou.

Apesar de negar os crimes, Bolsonaro confessa ter conversado sobre “artigos da Constituição” com os comandantes das Forças Armadas para “voltar a discutir o processo eleitoral” logo após ser derrotado em 2022 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse, no entanto, que a ideia foi logo “abandonada”.

As acusações

O relatório final da Polícia Federal (PF), encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) propondo o indiciamento de Bolsonaro e de outras 37 pessoas, traz com detalhes o envolvimento do ex-presidente na trama golpista.

A investigação da PF é taxativa no documento. “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”, diz trecho do relatório, sendo preservada aqui a grafia original.

O arcabouço probatório colhido pelos investigadores demonstra que o grupo investigado e liderado por Bolsonaro “criou, desenvolveu e disseminou a narrativa falsa da existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do País desde o ano de 2019”. O objetivo seria sedimentar na população a falsa realidade de fraude eleitoral para que dois objetivos fossem alcançados posteriormente: “primeiro, não ser interpretada como um possível ato casuístico em caso de derrota eleitoral e, segundo e mais relevante, ser utilizada como fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato”.

Leia mais detalhes sobre o relatório da PF aqui.

Revista Fórum

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