Nos últimos debates eleitorais para a prefeitura de São Paulo, uma sombra de palhaçada trágica pairou no ar, principalmente devido às ações de Pablo Farçal, candidato pelo PRTB.
Farçal ultrapassou todos os limites da ética e da escrotidão ao acusar seu oponente, Guilherme Boulos, do PSOL, de usar cocaína. No encontro seguinte, na FAAP de São Paulo, provocou Boulos agitando diante dele uma carteira de trabalho e ficando de costas enquanto o psolista falava com Tabata Amaral, chamada de “adolescente” que “precisa amaduracer”, “pára-choque de comunista”, entre outras coisas.
Tais acusações não só desrespeitam o adversário como também depreciam a qualidade do debate político, transformando-o em um espetáculo de calúnias. Marçal transforma seus adversários em escada de seu jogo na lama.
Diante desse cenário, surge um questionamento urgente: os candidatos à prefeitura deveriam continuar participando de debates que servem para um canalha fazer recortes e jogar nas redes para dizer que “ganhou” o debate?
Primeiramente, ao boicotar os debates, os candidatos estariam fazendo uma declaração clara de que a política deve ser pautada por respeito e fundamentada em propostas reais, não em ataques pessoais que nada têm a ver com as questões cruciais enfrentadas pela cidade de São Paulo.
A presença contínua em debates que permitem tais comportamentos pode ser interpretada como uma aceitação tácita dessas táticas.
Além disso, ao evitar debates que se transformam em palcos de difamação, os candidatos protegem a integridade do processo eleitoral e preservam a sua própria imagem e a dos seus partidos. Afinal, o eleitorado paulistano merece uma campanha eleitoral minimamente limpa, focada nas necessidades da cidade e não em polêmicas vazias que desviam a atenção dos reais problemas urbanos.
Outro ponto relevante é o impacto na percepção pública. Debates deveriam ser momentos de discussão de ideias e projetos, contribuindo para que os eleitores façam escolhas informadas. Quando esses eventos degradam-se em ataques pessoais, toda a classe política sofre um desgaste — o que só interessa ao “candidato antissistema”, na verdade um coach fascista picareta condenado em 2010 por furto qualificado decorrente da participação em uma quadrilha especializada em golpes digitais.
Por fim, um boicote organizado e coeso poderia pressionar as emissoras e organizadores a implementarem regras mais rígidas de conduta, garantindo que todos os participantes se comprometam com uma campanha respeitosa e focada nos interesses dos cidadãos. Isso não apenas eleva o nível do debate político como também restaura a fé no processo eleitoral.
Portanto, a decisão de boicotar os debates não é apenas uma medida reativa a um candidato que escolhe baixar o nível da discussão política; é uma estratégia proativa para preservar a dignidade da campanha eleitoral em São Paulo e garantir que os verdadeiros problemas da cidade recebam a atenção que merecem.
DCM