A evolução das comunicações: da mídia impressa às redes sociais e seus desafios contemporâneos

A comunicação é uma das principais forças motrizes da sociedade. Desde os primeiros jornais impressos até a ascensão das redes sociais, a capacidade de disseminação de ideias evoluiu exponencialmente, proporcionando um alcance sem precedentes. No entanto, essa evolução não veio sem desafios. A transição da mídia impressa tradicional para o ambiente digital não apenas ampliou a capacidade de publicização de ideias, mas também desencadeou uma ansiedade por conteúdos que atendam à curiosidade e expectativas dos espectadores. Este cenário criou o ambiente perfeito para o surgimento de notícias falsas e golpes comerciais, fenômenos que têm gerado preocupações em várias esferas da sociedade.

Com o surgimento da mídia impressa, as ideias passaram a circular de forma mais ampla e acessível, rompendo barreiras geográficas e sociais. Jornais e revistas tornaram-se meios fundamentais para a disseminação de informações, opiniões e ideologias. No entanto, o processo de produção e distribuição dessas mídias era relativamente lento e controlado, o que permitia uma verificação mais rigorosa dos conteúdos.

Com o advento da internet e, posteriormente, das redes sociais, essa dinâmica mudou drasticamente. Hoje, qualquer pessoa com um dispositivo conectado à internet pode produzir e compartilhar conteúdo com milhares, senão milhões, de pessoas instantaneamente. Essa democratização da comunicação ampliou o alcance das ideias, mas também reduziu os filtros que tradicionalmente controlavam a qualidade e a veracidade das informações divulgadas.

A rapidez com que as redes sociais se estabeleceram criou uma nova realidade: a sede insaciável por novos conteúdos. Esse apetite por informações instantâneas e muitas vezes sensacionalistas gerou uma pressão sobre produtores de conteúdo para que entregassem notícias que captassem a atenção do público, mesmo que isso significasse sacrificar a precisão e a veracidade.

Nesse contexto, as fake news surgiram como um fenômeno preocupante. A disseminação de informações falsas não é um fenômeno novo, mas as redes sociais deram a esse problema uma nova dimensão. Agora, notícias falsas podem se espalhar em questão de segundos, alcançando um número imenso de pessoas antes que possam ser desmentidas. Além disso, a combinação de algoritmos que priorizam conteúdos populares com o comportamento humano, que tende a compartilhar informações emocionantes ou chocantes, criou um ambiente propício para a proliferação de desinformação.

Enquanto as redes sociais avançavam a passos largos, os Estados, em grande parte, demoraram a compreender e controlar esse novo fenômeno. A ausência de regulamentação eficaz e a complexidade de monitorar o vasto volume de conteúdo que circula nas plataformas digitais criaram um vácuo, preenchido por ideias e práticas que muitas vezes não são aceitas pela sociedade. Essa lacuna permitiu a proliferação de golpes comerciais, a manipulação política e a disseminação de ideologias extremistas, fenômenos que têm colocado em risco a integridade social e a segurança dos indivíduos.

Em face desses desafios, algumas abordagens conservadoras emergiram como tentativas de controle, como a retirada de celulares e tablets das mãos das crianças e o monitoramento rigoroso dos conteúdos acessados por adolescentes. No entanto, essas estratégias mostram-se inviáveis a longo prazo. Proibir o acesso a dispositivos e conteúdos pode, paradoxalmente, aumentar o fascínio por eles, resultando em comportamentos amorais ou imorais.

Além disso, a exclusão digital pode gerar um retrocesso no desenvolvimento das competências necessárias para a navegação segura e crítica no ambiente digital. A educação digital torna-se, assim, uma necessidade urgente.

A solução para os desafios impostos pelas redes sociais não reside na repressão, mas na educação. É preciso construir uma nova forma de educação que capacite as pessoas a usar dispositivos digitais e as ferramentas disponíveis de maneira crítica e consciente. Ensinar desde cedo a diferenciar informações confiáveis de notícias falsas, a compreender as dinâmicas das redes sociais e a reconhecer os perigos dos golpes online é fundamental para a formação de cidadãos informados e responsáveis.

Enquanto isso não for alcançado, continuaremos a testemunhar uma corrida desenfreada por audiência, impulsionada pela necessidade de vender produtos e promessas ilusórias. Essa corrida não só empobrece os consumidores, como também enfraquece a confiança na mídia e nas instituições, minando as bases da sociedade.

A evolução das comunicações, da mídia impressa às redes sociais, trouxe avanços significativos na disseminação de ideias, mas também gerou novos desafios. A proliferação de fake news e golpes comerciais é um sintoma de um ambiente digital desregulado e de uma sociedade ansiosa por conteúdos que muitas vezes sacrificam a verdade em nome do entretenimento. A resposta conservadora de proibir o acesso a dispositivos digitais é ineficaz e pode gerar consequências indesejadas. Em vez disso, é fundamental investir em uma educação digital que prepare os cidadãos para navegar com segurança e criticidade no mundo digital, garantindo, assim, um futuro onde a verdade e a ética prevaleçam.

Por Ronald Pinto

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