terça-feira, setembro 9, 2025
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Apagão em SP entra no 4º dia com cerca de 250 mil imóveis sem luz; governo federal deu prazo de três dias para Enel restabelecer serviço

Na sexta-feira (11) mais de 1,5 milhões de residências ficaram sem energia elétrica na capital e na região metropolitana

Cerca de 250 mil residências continuam sem energia elétrica, de acordo com nota publicada no site da Enel, empresa concessionária do setor de distribuição de energia em São Paulo. Este já é o quarto dia de apagão, que atingiu mais de 1,5 milhões de imóveis na capital paulista e na região metropolitana.

Nesta segunda (14), o governo federal estipulou o prazo de três dias para que a empresa restabeleça o serviço, com o apoio de outras distribuidoras. Segundo a empresa a determinação será cumprida.

Também nesta segunda, a vereadora Luna Zarattini (PT) propôs a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão, para investigar a omissão da Prefeitura de São Paulo nos apagões que afetaram a capital paulista nos últimos anos.

Sem luz desde sexta-feira

Os moradores ficaram no escuro após um vendaval que provocou danos nas instalações elétricas na última sexta-feira (11). O apagão atingiu também os municípios atingidos de Cotia, deixando 36,9 mil residências sem energia; Taboão da Serra, com 32,7 mil; e São Bernardo do Campo, com 28,1 mil instalações sem atendimento.

Em 2023, mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica. Na ocasião, a Enel demorou quase uma semana para restabelecer o fornecimento.

Debate Band: em encontro marcado por acusações, Boulos desafia Nunes a abrir sigilo bancário

Prefeito negou a proposta, alegando que seus dados já são disponíveis. Modelo do debate levou a confrontos entre os dois

O primeiro debate antes do segundo turno entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pela Band na noite desta segunda-feira (14), foi marcado por críticas à gestão de Ricardo Nunes (MDB) e troca de acusações, seguindo o tom dos debates anteriores ao primeiro turno. O candidato oposicionista Guilherme Boulos (Psol) propôs ao prefeito que ambos abrissem o sigilo bancário para a população, levantando a suspeita de que Nunes tenha recebido recursos indevidos.

“Você abre seu sigilo bancário para gente para ficar claro. Podemos fazer esse trato aqui hoje no debate. As minhas contas são uma questão de transparência”, disse Boulos. Nunes alegou, em resposta, que as suas contas já estão abertas, mas não se comprometeu com a proposta do psolista.

Os pedidos para a abertura dos dados bancários vieram acompanhados de acusações de relação com o PCC e de investigações por supostos desvios de recursos das creches de São Paulo durante a gestão de Nunes. No penúltimo bloco, Boulos questionou também a indicação de Eduardo Olivatto para a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Siurb). Ele é irmão de Ana Maria Olivatto, ex-companheira de Marco Willians Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC preso desde 1999.

O primeiro debate entre do segundo turno das eleições em São Paulo deveria ter ocorrido na última quinta-feira (10). No entanto, Nunes não compareceu ao evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico junto à rádio CBN. Com isso, o que deveria ser um debate se transformou em uma sabatina com Guilherme Boulos (Psol).

No debate desta segunda, o modelo de embate direto do primeiro bloco deu espaço a um tom de animosidade entre os candidatos, que permaneceu ao longo dos outros três blocos. De um lado, o candidato do Psol lançou duras críticas sobre Nunes, colocando o atual prefeito na defensiva.

Apagão em São Paulo

Outro tema amplamente debatido entre os candidatos foi o apagão em regiões da cidade de São Paulo. Bulos responsabilizou Nunes pela falta de energia no município desde a última sexta-feira (11), quando um forte temporal atingiu parte da área concedida à Enel, responsável pela distribuição do serviço na cidade.

De primeira, Boulos questionou por diversas vezes de quem é a responsabilidade pela poda de árvores. “A poda de árvore é responsabilidade da prefeitura. É o básico. Você que está assistindo em casa, que ligou para 156 pedindo remoção de árvore, você acha que ele [Nunes] fez o trabalho dele? Ele está dizendo que contratou tantos, botou tantos. Você está se sentindo satisfeito quando você liga para 156 para fazer o pedido de poda ou remoção de árvore?”, questionou Boulos.

Em resposta, Nunes afirmou que é função do município, mas que, devido à energização de fios soltos sobre as árvores, a Enel precisa agir no lugar da Prefeitura em alguns casos. “Nós temos seis mil podas que estão pendentes, porque são árvores que estão encostadas lá com os fios. Tem árvores que ainda estão atrapalhando o trânsito, atrapalhando o corte por parte da prefeitura, porque a Enel não vai lá desligar. Eu lamento, eu quero a Enel fora daqui”, disse o prefeito.

“A chuva e a ventania de sexta-feira foi de menos de uma hora. Em São Paulo ficou mais gente sem luz do que na Flórida, com o furacão Milton. Então não adianta dizer que o problema é do vento, que o problema é do Lula, que o problema é de não sei quem. Assuma as responsabilidades”, afirmou Boulos.

No segundo bloco, os candidatos responderam às perguntas de jornalistas e não entraram mais em embate direto. Ainda assim, as críticas entre ambos permaneceram. Nunes destacou o alto índice de rejeição de Boulos captado por pesquisas de intenções de votos.

De acordo com levantamento do Datafolha divulgado no último dia 10, o candidato do Psol tem 58% de rejeição entre os paulistanos, enquanto Nunes tem 37%. A sondagem também mostrou que o atual prefeito tem 55% das intenções de votos, enquanto Boulos aparece com 33%.

“As pesquisas fizeram mal para o Guilherme Boulos, que está muito longe, e eu estou muito na frente. Com a rejeição dele, de mais de 50%, ele entrou agora no modo desespero”, disse Nunes. Em resposta, Boulos chamou o atual prefeito de “arrogante”. “O Ricardo Nunes mostra que um prefeito pode ser fraco e, ao mesmo tempo, arrogante. Olha o tamanho da arrogância dele porque está na frente de uma pesquisa. Ele sobe no salto, acha que já ganhou”, respondeu Boulos.

Brasil de Fato

Possível caducidade da Enel SP será avaliada em processo ainda não aberto pela Aneel, diz Alexandre Silveira

Ministro disse que uma eventual caducidade do contrato da distribuidora será discutida pela Aneel, que, segundo ele, ainda não instaurou o procedimento

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira que uma eventual caducidade do contrato da distribuidora Enel São Paulo será discutida em processo administrativo no âmbito da agência reguladora Aneel, que, segundo ele, ainda não instaurou o procedimento apesar das cobranças feitas nos últimos meses.

Em entrevista coletiva para falar sobre o apagão de eletricidade em São Paulo, que ainda registra mais de 530 mil consumidores sem luz após um temporal na última sexta-feira, o ministro reiterou que não há como dizer, nesse momento, se a concessionária italiana irá perder contrato de São Paulo.

Silveira fez duras críticas à atuação da Aneel, que, segundo ele, está se omitindo e “boicotando” a implementação de políticas públicas do governo federal.

“Se tivesse o processo de caducidade sobre a empresa, tenho absoluta convicção que ela não estaria tão negligente como infelizmente ainda está com relação à qualidade dos serviços em São Paulo”, disse o ministro, afirmando ainda que a distribuidora cometeu “grave erro” de comunicação com a sociedade ao não dar previsão objetiva de restabelecimento da energia.

O ministro disse que a Enel São Paulo terá três dias para recompor a energia na maior parte das áreas afetadas, mas não comentou sobre eventuais consequências para a empresa se houver descumprimento do prazo.

Silveira também chamou de “fake news” a postagem do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, na rede social X, na qual Nunes diz que o ministro teria discutido com executivos da Enel na Itália, no fim de semana, sobre a renovação do contrato da distribuidora.

Brasil247

Datena declara apoio a Boulos no segundo turno contra o crime organizado

O candidato do PSDB, José Luiz Datena, gravou um vídeo anunciando que vai apoiar @guilhermeboulos.oficial (PSOL) no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo. Com informações de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

“Contra a infiltração do crime organizado em São Paulo, contra a infiltração do crime organizado no poder público, eu apoio o Boulos”, declarou o apresentador, que terminou o primeiro turno em quinto lugar, com 1,84% dos votos.

Ele continuou: “Eu voto no Boulos para combater a criminalidade que faz de São Paulo, do estado de São Paulo e do país reféns do narcotráfico. Não queremos isso, por isso apoio Boulos no segundo turno. Vote com ele, vote contra o crime.”

Boulos disputa o segundo turno contra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).

A ex-candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral, já havia declarado oficialmente seu apoio ao deputado Guilherme Boulos (PSOL) para o segundo turno das eleições municipais.

“Eu vou votar em Guilherme Boulos [no 2º turno]. Porque eu não consigo e não conseguiria jamais colocar o meu voto em um projeto liderado por Ricardo Nunes. Mas saibam, eu e Guilherme Boulos representamos projetos absolutamente diferentes para São Paulo e para o Brasil”, afirmou a pedetista.

Tabata também ressaltou que a sua decisão é um “voto de coragem” e que representa as expectativas de mais de 600 mil pessoas que apoiaram nas urnas. “São projetos diferentes, mas a gente vai seguir caminhando manhã, tarde e noite para que a gente possa ter São Paulo do jeito que a gente merece”, completou.

“2025 será melhor do que 2024, assim como este ano foi melhor do que o ano passado”, diz Wesley Batista

Acionista da J&F destaca avanços do Brasil e defende agenda de desburocratização como essencial para o crescimento econômico

Durante o Fórum Esfera, em Roma, Wesley Batista, acionista da J&F, apresentou uma visão otimista sobre o futuro econômico do Brasil, ao mesmo tempo em que apontou a desburocratização como um dos maiores desafios ainda a serem superados. Em sua fala, Batista reconheceu os avanços significativos que o país fez nas últimas décadas, mencionando a conquista da democracia e a superação de turbulências, especialmente nos últimos dez anos.

“O Brasil fez muita coisa nos últimos anos. Conquistamos a democracia, enfrentamos muitas turbulências nos últimos dez anos, mas o Brasil avançou”, disse. Ele destacou que, embora o país tenha passado por momentos críticos, a trajetória de progresso é clara e promissora.

No entanto, Batista foi enfático ao ressaltar que o Brasil ainda precisa focar na agenda de desburocratização para garantir um crescimento mais expressivo. “Uma coisa ainda muito importante para o Brasil avançar é a desburocratização. Essa agenda é muito importante e necessita de foco. Como simplificar e como desburocratizar”, afirmou, reforçando que a simplificação de processos é essencial para liberar o potencial econômico e atrair mais investimentos.

Apesar desse obstáculo, Batista demonstrou otimismo em relação ao futuro econômico do país, apontando para a força do mercado consumidor brasileiro. Segundo ele, essa característica é um dos fatores que mantêm o Brasil em uma trajetória ascendente. “O Brasil tem um mercado consumidor gigantesco”, destacou, prevendo que 2025 será um ano ainda melhor para o país.

“Acreditamos que 2025 será melhor do que 2024, assim como este ano foi melhor do que o ano passado”, afirmou, deixando clara sua confiança na continuidade dos avanços econômicos do Brasil. As perspectivas de Batista refletem o otimismo do setor empresarial, que enxerga no Brasil um país com grande potencial de crescimento, especialmente se as reformas e ajustes necessários forem implementados.

A fala de Wesley Batista ecoa uma visão de confiança no futuro, mas também lança um alerta para a importância de se avançar em questões estruturais, como a desburocratização, para que o país possa competir globalmente e continuar a crescer de forma sustentável.

Um governo praiano na Avenida Paulista

Vinício Carrilho Martinez (Dr.) – Cientista Social

Márlon Pessanha

Doutor em Ensino de Ciências

Docente da Universidade Federal de São Carlos

 Isabela Biagio

Professora da rede pública e mestranda pela PUC/Campinas

É isso mesmo. Para quem não se lembra, “fichas de leitura” de livros didáticos emanados pelo governo de São Paulo vieram com ilustrações sobre uma praia na Avenida Paulista. É certo que se trata de um governador carioca, que nunca havia colocado os calcanhares no poder por aqui, também é sabido que as praias do Rio de Janeiro estão além da memória, são fantásticas; porém, trazer tudo isso para a principal avenida paulistana é um pouco demais, não é mesmo?

E como não falar da mais nova contribuição para a educação “praiana” da capital paulista?

Sim, estamos falando do “material digital” que, com sua genialidade, padroniza absolutamente tudo, ignorando por completo as particularidades das turmas. Afinal, quem precisa de autonomia docente ou reconhecer as especificidades nas salas de aula quando se tem um roteiro pronto e formatado para todos? É claro que uma mesma solução não pode funcionar perfeitamente para qualquer escola, não importando o contexto, o histórico dos estudantes ou a região do Estado. Ou será que toda escola é igual, assim como as praias da Paulista!?

Além disso, o cronograma rígido e a quantidade absurda de material para cumprir em poucas aulas tornam a adaptação desses conteúdos praticamente impossível para os professores e professoras. Isso sem falar no anúncio brilhante do secretário, que decidiu que os livros didáticos do PNLD eram dispensáveis, pois o ensino agora seria 100% digital. Uma imposição que, convenientemente, esquece da LDB, que preconiza a liberdade de ensinar e o pluralismo de ideias – conceitos aparentemente ultrapassados por aqui.

O “material digital” não só impede o pluralismo, como também reduz o papel dos docentes a meros repetidores de fórmulas antiquadas. Por fim, o governador foi obrigado a suspender a retirada do Estado do PNLD. E o secretário, num golpe de mestre, declarou que os livros serão apenas um complemento. No fim das contas, a única coisa que parece continuar “plural” nessa história é a nossa capacidade de colecionar absurdos.

Será que os jovens praianos da Paulista estavam contentes? Não saberemos, mas, se não bastasse isso, temos outras pérolas cultivadas pelo regine de faschio que veio nos brindar, diretamente das terras estranhas – meio dominadas por grupos muito esquisitos. Dá até receio de falar…Em todo caso, nós falaremos da mais nova pérola cultivada, na educação praiana da capital paulista.

 

Da praia paulistana à negação climática

Nestes primeiros dias do mês de outubro de 2024, recebemos a notícia, por diferentes meios de comunicação, que o governador Tarcísio de Freitas vetou o projeto de lei que previa ações de educação ambiental nas escolas do estado de São Paulo. O projeto de Lei Nº 80 de 2023[1] teve a autoria do deputado Guilherme Cortez e previa a inclusão da temática “educação climática” no programa da rede pública de ensino do Estado de São Paulo, como conteúdo suplementar, multidisciplinar e transversal.

O veto do governador foi feito sob a argumentação de que existem dois programas vigentes que tratariam da temática ambiental: Programa Escola Mais Segura; Programa de Alfabetização Ambiental.

O foco do programa Escola Mais Segura, mesmo após uma modificação que incorporou conteúdos que tratam da Redução de Riscos e Desastres (ERRD), envolve mais uma ação pós-facto do que, propriamente, uma formação profunda e em torno das origens antropocêntricas das mudanças climáticas e sobre as ações necessárias para retroceder tais mudanças. O que nos daria a ideia da prevenção, precaução, recuperação ambiental – para os governantes que conhecem o mínimo, trata-se do artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

Outrossim, se tomarmos como um recorte representativo a Playlist[2] do programa no canal do Youtube do Centro de Mídias do Estado de São Paulo, o único vídeo que trata, mais diretamente, das Mudanças Climáticas dedica um curto período de tempo para indicar a ação humana e, ao se referir às possíveis ações para reverter os problemas ambientais, as indica enquanto uma empreitada individual.

Alguns mais irônicos chamariam de Centro de Midas – parece que tudo vai virando ouro…

Já o Programa de Alfabetização Ambiental, que explicitamente trataria da questão ambiental[3] (Conservação da Biodiversidade; Resíduos Sólidos; Mudanças Climáticas; Preservação da Qualidade das Águas; Energia), consiste em uma ação de formação docente que, a julgar pelos materiais também disponibilizados no canal no Youtube[4] do Centro de Mídias do Estado de São Paulo (Midas?), parece direcionar mais o debate para ações pontuais, inclusive no espaço escolar, sem que se explicitem abordagens em um nível mais articulado entre as Ciências da Natureza e as Ciências Sociais, obviamente necessárias para um aprofundamento da questão. Essa interrelação seria importante, inclusive, pelo fato de os materiais serem parte de uma formação docente.

Desses programas, deduzimos que há, de um lado, uma abordagem com foco casualista (diminuição de riscos) baseado no individualismo e, de outro lado, há um foco centrado em práticas (por exemplo, como fazer a compostagem), que ainda que tenham uma relevância, não sinalizam para a necessária transversalidade a fim de se lidar com o tema ambiental.

O que podemos perceber, baseando-nos na literatura em educação ambiental (veja-se as referências ao final), é que os programas elencados como sustentação argumentativa no veto do governador repousam em uma perspectiva acrítica de educação ambiental e assim não promoveria, de fato, uma conscientização do problema ambiental. A acriticidade, neste caso, afasta o processo educativo da compreensão de causas da degradação ambiental relacionadas com a forma de produção capitalista e, ademais, indica soluções que seriam restritamente individuais[5].

 

Negação da Ciência

As preocupações como o meio ambiente não são recentes, ainda que o debate sobre as mudanças climáticas remonte há algumas poucas décadas. Conforme explicita Carvalho (2012), as preocupações com o meio ambiente têm suas raízes nas percepções de uma degeneração do meio ambiente e da vida urbana que decorreram da revolução industrial.

O impacto da poluição da destruição dos meios naturais fez emergir, no Século XVIII, uma sensibilidade em relação à natureza que viria a se intensificar com o movimento chamado Romantismo, no Século XIX, e que, dentre outras coisas, ressaltou uma apreciação da natureza que se contrapunha à subjugação extrema da natureza ao homem. Com isso, em lugar de destruir a natureza, deveríamos mantê-la para apreciá-la. A subjugação extrema seria substituída, assim, por uma subjugação contemplativa.

Longe de ser um caminho de conscientização mais crítica, a apreciação se submeteu à lógica individualista do capital. Para exemplificar o que estamos dizendo, vale ressaltar um padrão argumentativo presente em muitas propagandas de empreendimentos imobiliários: a redução a algo como “venha viver próximo à natureza”. Nessa lógica, em lugar de coletivamente buscarmos tornar as cidades mais ecologicamente adequadas, a solução posta é a fuga para espaços supostamente “naturais”. Neste caso, a fuga é para poucos.

Neste ponto, você leitor, deve estar se perguntando: “mas qual é, objetivamente, a relação entre a apreciação da natureza e o veto ao projeto de Lei?”

Pois bem… Assim como nem toda a apreciação da natureza irá garantir a manutenção ou recuperação do meio ambiente, programas que tangenciam o tema também não garantirão. O que, potencialmente, promoveria uma consciência crítica sobre o problema ambiental entre os estudantes, seria incorporar o tema, assim como seus muitos subtemas, no programa das disciplinas escolares. Este seria um passo importante e era justamente essa a proposta do projeto de Lei vetado.

O projeto previa, explicitamente, que fossem tratados nas disciplinas escolares já existentes: aquecimento global, geopolítica e clima; mudanças do clima local; sustentabilidade; biodiversidade e alterações ambientais; justiça climática e racismo ambiental; povos originários, seus saberes e soluções baseadas na natureza; fenômenos atmosféricos, como ciclones, furacões, tufões e tornados, e suas relações com as mudanças do clima; transição energética justa: Brasil e panorama global; integridade da biosfera; mudanças no uso das terras; poluição e os impactos no clima; história dos movimentos climáticos, ambientalismo interseccional e práticas sustentáveis; colapso ambiental; antropoceno.

Os programas existentes indicados pelo governador Tarcísio de Freitas não suprem, nem em profundidade nem em foco o que prevê o projeto de Lei. Falha na análise do governador e de sua equipe? Não sejamos ingênuos! É apenas uma estratégia…uma alça de poder que se propõe a condicionar a realidade de milhares de estudantes fora do mundo da Ciência.

 

 

Referências:

CARVALHO, I. C. M. A questão ambiental e a emergência de um campo de ação político-pedagógica (7a. ed.). In: LOUREIRO, C. F.; LAYRARGUES, P. P.; CASTRO, R. S. (Org.). Sociedade e Meio Ambiente. 7ed.São Paulo: Cortez, 2012, v. 1, p. 55-69.

CARVALHO, I. C. M. O sujeito ecológico: a formação de novas identidades na escola. In: PERNAMBUCO, M.; PAIVA, I. (Org.). Práticas coletivas na escola. 1ed. Campinas: Mercado de Letras, 2013, v. 1, p. 115-124.

CARVALHO, I. C. M.; FARIAS, C. R.; PEREIRA, M. V. A missão “ecocivilizatória” e as novas moralidades ecológicas: a educação ambiental entra a norma e a antinormatividade. Ambiente $ Sociedade, v. 14, n. 2, p. 35-49, 2011.

CARVALHO, I. C. M.; MHULE, R. P. Intenção e atenção nos processos de aprendizagem. Por uma educação ambiental “fora da caixa”. Revista de Educação Ambiental, v. 21, n. 1, p. 26-40, 2016.

LIMA, G. F. C. Crise ambiental, educação e cidadania: os desafios da sustentabilidade emancipatória. In: LAYRARGUES, P. P.; Castro, R. S; LOUREIRO, C. F. B. (orgs.) Educação ambiental: repensando o espaço da cidadania, São Paulo: Cortez, 2002.

RUFINO, L.; CAMARGO, D. R.; SÁNCHEZ, C. Educação ambiental desde El Sur: A perspectiva da Terrexistência como Política e Poética Descolonial. Revista Sergipana de Educação Ambiental. v. 7, n. especial, p. 1-11, 2020.

 

[1] Íntegra da tramitação, incluindo a redação final e o veto do governador: https://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1000485127.

[2] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EvqliBvHgmg&list=PLWISVgw6NXVwlzqolLoBolPRjmSZkigcx&pp=iAQB.

[3] Informações disponíveis em: https://semil.sp.gov.br/sma/alfabetizacaoambiental/#1713537604661-92f09290-5f3f

[4] Playlist disponível em https://www.youtube.com/playlist?list=PLoNQG_3aYTagP6M7UP-XxHLNJo16qsOkD.

[5] Um exemplo utilizado em muitos diálogos sobre o que seria uma educação ambiental crítica envolve o uso da água. As soluções acríticas que são apresentadas frequentemente se remetem a uma ação individual e são restritas a “tarefas” como fechar a torneira ao escovar os dentes, banhos rápidos ou não lavar calçadas. Ainda que essas ações possam ser feitas (e até deveriam), uma educação ambiental crítica, ao tratar da degradação dos recursos hídricos, incluiria, por exemplo, uma discussão sobre a lógica produtiva, sobre o fato das indústrias e o agronegócio serem os consumidores da grande parte da água, assim como sobre a necessária ação coletiva para pressionar e dialogar sobre meios para alterar as formas de consumo por empresas, espaços públicos, para além do restrito às residências.

Menino exposto por Marçal por não “conseguir escrever” apanhou na escola: “um inferno”

O caso, que teve grande repercussão, é mais um dos vários fatos chocantes envolvendo o candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB). Um menino de 11 anos, diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) foi usado pelo ex-coach em sua campanha como exemplo da má qualidade de ensino, por não “conseguir escrever”.

A exposição a que Marçal submeteu o garoto acabou transformando-o em chacota na escola e em seu bairro, sendo chamado de burro e analfabeto. Por conta disto, nesta terça-feira (8), o garoto foi agredido na escola. Rosana, a mãe do menino, que é motorista de aplicativo, afirmou em entrevista ao Metrópoles que não tem conseguido trabalhar com medo que seu filho seja morto na escola. “Minha vida está um inferno”, disse ela.

Segundo a mãe, as agressões sobraram até mesmo para seu outro filho, por “não ter ensinado o irmão a ler”. Segundo ela, o filho mais velho já venceu Olímpiadas de Matemática, ensina xadrez e vai muito bem na escola:

“Ele teve que sair da aula para trazer o irmão depois do soco”, disse se referindo à agressão física. A mãe diz ainda que, desde a divulgação do vídeo, no dia 26 de setembro, ela só mandou o filho para a escola duas vezes, por causa da vergonha. Na primeira, tudo correu bem. Mas, nesta terça, ocorreu a agressão.

Relembre o caso

O pesadelo na família de Rosana começou no último dia 25 de setembro, quando Pablo Marçal esteve em seu bairro, o Morro Doce, na periferia de Perus. Na ocasião, o ex-coach pediu para que os meninos escrevessem o nome do local em seu gesso. Ao perceber que o menino não conseguia, ele soletrou a palavra. Além da cena ter ido parar nas redes sociais do então candidato, ela ainda foi mencionada durante entrevista na Band para ilustrar “o péssimo ensino no Brasil”.

TDAH

Segundo Vlademir da Mata Bezerra, advogado da família de Rosana, seu filho é diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e está fazendo tratamento psicológico.

O garoto aguarda ainda por avaliação de um neurologista que pode confirmar o diagnóstico de autismo.

Revista Fórum

Efeito Lula: venda de carros cresce, gera 60 mil empregos e Salão do Automóvel volta

Maior feira automotiva da América Latina não era realizada desde 2018, antes do governo Jair Bolsonaro. Em reunião com Lula, presidente da Anfavea revelou que investimentos no setor ultrapassam R$ 130 bilhões

Em reunião com representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), após a cerimônia de sanção da Lei do Combustível do Futuro, nesta terça-feira (8), o presidente Lula comemorou os números do setor, que voltou a crescer durante seu governo e vai retomar o Salão do Automóvel, maior feira automobilística da América Latina em 2025.

“Os investimentos voltaram, estamos vendendo mais carros e, em novembro de 2025, teremos o retorno do Salão do Automóvel”, comemorou Lula na rede social Bluesky.

Dados apresentados pelos representantes da Anfavea ao presidente mostram um crescimento de 14,5% no número de emplacamentos de carros novos no país no terceiro trimestre do ano.

Segundo a associação, foram produzidos no período 715 mil veículos, um aumento de 19% na produção em relação ao mesmo período de 2023. Foi o melhor trimestre para a indústria automotivo em cinco anos. Até agora, a produção de carros em 2024 aumentou 7% se comparado ao ano anterior.

“É um crescimento bastante expressivo e estamos voltando ao número que havia no cenário pré-pandemia”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, na reunião com Lula.

O aumento das vendas de carros puxa a indústria automotiva, que está gerando milhares de empregos e tem previsão bilionária de investimentos.

“Nos últimos meses, nós aumentamos em 60 mil novos empregos. Na cadeia do setor automobilístico, os nossos investimentos já ultrapassam R$ 130 bilhões, com potencial para aumentarmos ainda mais”, disse Leite.

O executivo ainda pontuou que houve um crescimento de 40% na exportação de veículos no segundo trimestre do ano, comparado ao mesmo período de 2023.

“Hoje, nós viemos reafirmar o nosso compromisso com os investimentos no país. E também, após sete anos, viemos anunciar ao presidente Lula a volta do Salão do Automóvel”, disse Leite.

A Anfavea anunciou que o Salão do Automóvel será realizado entre 22 de novembro a 1º de dezembro de 2025, em São Paulo. A última edição da feira aconteceu em 2018, antes do governo Jair Bolsonaro (PL). A estimativa é que um milhão de pessoas marquem presença no evento.
Revista Fórum

Marçal diz que Bolsonaro será preso e incita briga com Malafaia e Tarcísio em palestra de R$ 97

Mergulhado em um poço de mágoas após ficar fora do segundo turno, Marçal coloca lenha na fogueira da extrema direita em palestra a seguidores que pagaram por sua análise política na sede da empresa em Alphaville. Veja vídeo

Fora do segundo turno das eleições em São Paulo, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) revelou o “código” dos próximos passos da política nacional, segundo suas previsões, a uma plateia que pagou R$ 97 por cabeça – que podia ser parcelado em 12 vezes de R$ 9,70, com juros – para assistir uma palestra na sede de suas empresas, em Alphaville, no município de Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo.

Em vídeo vazado pelo jornalista Guga Noblat nas redes sociais na madrugada desta quarta-feira (9), no entanto, Marçal disse, com ares de revelação, o que já vem sendo cogitado há tempos e mostrou mágoa de Silas Malafaia, que comandou os ataques contra ele na campanha, e colocou lenha na briga do pastor com o clã Bolsonaro.

No trecho divulgado, Marçal mente ao dizer que já existe um mandado de prisão contra Jair Bolsonaro (PL) e que, por esse motivo, Malafaia estaria se afastando do ex-presidente.

“Silas Malafaia nunca foi amigo de Bolsonaro. Ele é um aproveitador de última hora. Vou refrescar a cabeça de vocês: 2018 ele era pró-Alckmin. Quando ele viu que o povo queria o Bolsonaro, ele pulou fora do Alckmin e foi atrás de Bolsonaro. Agora, ele acaba de decretar que está pulando fora do Bolsonaro porque ele sabe do mandado de prisão que tem contra o Bolsonaro – só para vocês saber, procurador-geral da República tem um mandado de prisão contra o Bolsonaro e ele [Malafaia] já sabe e aí vai acontecer o pior com o capitão depois das eleições”, disse o ex-coach, incitando o atrito de Malafaia que xingou Bolsonaro de “covarde, omisso e porcaria`” em entrevista à Folha de S.Paulo.

Marçal, que diz ser formado em Direito, no entanto se esquece de dizer que um mandado de prisão geralmente é pedido pela Polícia – no caso de Bolsonaro a Federal – e Paulo Gonet, o procurador-geral da República apenas emite parecer sobre o pedido. Mesmo que parta da PGR, um mandado de prisão precisa passar pela Justiça, no caso o Supremo Tribunal Federal (STF), para ser cumprido. E nada, até o momento, indica que já exista um mandado de prisão contra o ex-presidente.

No poço de mágoa pós eleitoral, Marçal ainda mira Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e fiador da campanha de Ricardo Nunes (MDB), fazendo uma análise já antecipada há meses por analistas políticos, inclusive nesta Fórum.

“O que eles estão fazendo? Centrão já pegou no colo o Tarcísio no colo e já decidiu que ele é o candidato do sistema. Vocês nunca imaginariam um negócio desses, né? Só que o aproveitador [Malafaia] já mudou de barco e agora começou a falar loucuras”, disse Marçal.

Marçal.

Poço de mágoas

Em entrevista coletiva antes da palestra, Marçal mostrou todo seu ressentimento com o processo eleitoral, em especial com a direita bolsonarista, e fez birra e exigências ao falar de um possível apoio a Nunes.

O ex-coach afirmou que só apoiaria o emedebista se o ex-presidente, o governador paulista, a quem se referiu como “goiabinha”, Nunes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e Malafaia se retratassem das “mentiras” que ele alega terem sido faladas a seu respeito.

“Não vou apoiar Ricardo Nunes. Que fique registrado que ele não terá meu apoio pessoal, pela arrogância deles”, reforçou.

Antes, Marçal estimou que parte de seus eleitores vai migrar para a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno.

“Mais de 45% dos meus votos são de pessoas que não são de direita. Vocês não sabem ler as urnas. Existem seis regiões que eu conquistei com afinco onde o Lula ganhou disparado em 2022. Não tem nada a ver com direita”, pontuou. “Eu não indo para lado nenhum e liberando meu eleitorado, 45% dos meus votos o Lula com humildade vai tomar de volta.”

O ex-candidato do PRTB projetou uma vitória do deputado federal psolista na disputa pela prefeitura de São Paulo.“O Boulos na minha visão, antes de eu entrar na eleição, venceria essa disputa. Agora tenho certeza que ele vence. Ele sabe sinalizar para o povo, e o Ricardo [Nunes] não sabe. O Boulos e o Lula têm a língua do povo, os outros estão só brigando. O [Silas] Malafaia está tão descontrolado que hoje chamou o Bolsonaro de covarde”, apontou Marçal.

Ele também disse acreditar que o fato de não passar para o segundo turno não teria sido em função do episódio do laudo falso sobre Boulos, mas sim por não ter chegado a “21 ondas” na campanha.

“Nós não fomos para o segundo turno, não foi por causa de laudo, não. A gente não foi para o segundo turno porque o campo de energia que eu precisava chegar, que era 21 ondas, eu não consegui bater. A gente chegou em 18 e não conseguimos entrar em outra onda. E é assim que funciona”, alegou.

Revista Fórum

Bolsonaro se oferece e campanha de Nunes esnoba: “agora não queremos mais”

Discurso de Malafaia, que acusa Bolsonaro de “covardia e omissão”, repercutiu na cúpula da campanha de Nunes, que faz birra e rejeita ex-presidente: “Bolsonaro agora quer vir na janelinha? Janelinha não”

A “covardia e omissão”, segundo Silas Malafaia, de Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno da eleição em São Paulo segue rendendo atritos e birras dentro da campanha de Ricardo Nunes (PL), que ainda se mostra magoado com o ex-presidente, que ficou em cima do muro – ainda segundo o pastor – na disputa com medo de perder seguidores nas redes sociais.

Ao jornal O Globo, o ex-presidente tentou passar panos quentes no próprio comportamento, que foi alvo de aliados próximos, e disse já ter se oferecido para, agora, entrar na campanha de Nunes em São Paulo.

“Já me coloquei à disposição do Nunes e, quando a campanha me solicitar, entrarei na disputa. Quando e da maneira que eles acharem necessário. Não importa se votou no Marçal, a gente precisa se unir para derrotar a esquerda na capital”, disse Bolsonaro, em tom ameno e hasteando a bandeira branca ao atual prefeito de São Paulo.

No entanto, entre aliados próximos, incluindo o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), Nunes teria revelado seu ressentimento em relação ao ex-presidente, que desdenhou de sua candidatura e chegou a acenar para Pablo Marçal (PRTB).

Mesmo o silêncio de Bolsonaro, após perder seguidores em uma das poucas tentativas de criticar o ex-coach, é visto pela campanha de Nunes como um fator importante que, por muito pouco, não o tirou do segundo turno das eleições contra Guilherme Boulos.

A Malu Gaspar, também no jornal O Globo, o deputado federal Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, expôs o sentimento que paira sobre a coligação em torno do ex-prefeito e dentro da campanha.

“O que pode atrapalhar o Nunes é o Bolsonaro querer fazer campanha agora. Se Bolsonaro entrar agora na campanha do Nunes, só vai atrapalhar. Quando a gente precisou dele, ele não foi. Agora não precisamos mais”, afirmou. “Bolsonaro agora quer vir na janelinha? Janelinha não”, emendou o deputado, conhecido por ser um camaleão no mundo político.

Ainda segundo a jornalista, auxiliares e estrategistas da campanha de Nunes também têm defendido que Bolsonaro se mantenha distante e que sequer seja citado pelo prefeito no segundo turno.

“O Nunes não vai mais falar de Bolsonaro. Só de Tarcísio (de Freitas)”, diz um dos assessores a’O Globo.

A entrevista de Silas Malafaia, que criticou duramente Bolsonaro em entrevista a Monica Bergamo na Folha de S.Paulo, também repercutiu na campanha, que tem a mesma opinião do pastor: “Bolsonaro foi covarde e omisso”.

“Se estiver faltando dois dias para a eleição e Nunes com 15 pontos a mais do que Boulos, aí o Bolsonaro aparece. Se não, ele não vai aparecer. E aí já não vamos mais precisar dele”, disse um membro da cúpula da campanha a Malu Gaspar.

Revista Fórum

Delinquente, Marçal diz na Justiça que laudo falso contra Boulos foi “livre demonstração do pensamento”

A defesa de Pablo Marçal (PRTB), derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo, apresentou explicações à Justiça Eleitoral sobre a divulgação do laudo falso que associava Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína.

Os advogados afirmam que o ex-coach “não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se a divulgá-lo da forma como foi expedido”, defendendo seu “direito à livre manifestação do pensamento”.

Na última sexta-feira, véspera da eleição, Marçal publicou em seu Instagram um receituário médico falso que descrevia um suposto atendimento em que Boulos estaria “com um quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”, relacionando o caso ao uso de cocaína.

Pablo Marçal, candidato da extrema-direita, que apresentou um laudo falso para insinuar que Boulos seria usuário de drogas. Foto: reprodução

Em sua manifestação protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, os advogados de Marçal argumentam que a publicação do laudo falso não teria comprometido a integridade do pleito, já que ocorreu apenas dois dias antes da eleição.

“Se a propaganda veiculada tivesse causado danos ao equilíbrio do pleito, fatalmente o representante (Boulos) não teria avançado para o segundo turno”, escreveram os advogados.

Essa linha de defesa vai contra o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que deixam claro que “não se confunde liberdade de expressão com impunidade para agressão” e que a disseminação de notícias falsas não está protegida por imunidade.

Para as Cortes, as condições de formação das convicções dos eleitores devem ser “isentas de artificialismos”, sem o uso irregular das plataformas digitais para desinformação.

Os advogados de Marçal também solicitaram a suspensão do andamento de uma das ações em tramitação no TRE-SP até que a investigação criminal seja concluída. O empresário está sob inquérito da Polícia Federal (PF), que apura possíveis crimes de calúnia, difamação e injúria relacionados à propaganda eleitoral contra Boulos.

DCM

Segundo voo com repatriados do Líbano aterrissa no Brasil com 227 pessoas a bordo

Operação “Raízes do Cedro” já resgatou 456 pessoas e seis animais; governo brasileiro alerta para que cidadãos sigam orientações locais de segurança

O segundo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriação de brasileiros no Líbano chegou ao Brasil no início da manhã desta terça-feira (8). A aeronave pousou na Base Aérea de São Paulo (BASP), em Guarulhos (SP), às 6h58, trazendo 227 passageiros, entre eles 49 crianças, sendo sete de colo. Segundo a CNN Brasil, três animais de estimação também foram transportados.

A operação, denominada “Raízes do Cedro”, é uma iniciativa do governo federal para retirar brasileiros do território libanês devido à escalada de tensão na região. O primeiro voo da missão pousou no domingo (6), quando os repatriados foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao todo, 456 pessoas e seis pets já foram resgatados.

Além de repatriar cidadãos, a missão humanitária levou ao Líbano insumos médico-hospitalares, conforme solicitado pelas autoridades locais. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, outros bens de emergência estão previstos para serem transportados nos próximos voos.

A equipe da FAB que acompanha a operação é composta por um grupo multidisciplinar, incluindo três médicos, dois enfermeiros e dois psicólogos, para garantir o acolhimento e a assistência adequada aos repatriados.

Recomendações do Itamaraty – O Itamaraty, em comunicado emitido na segunda-feira (7), informou que mantém contato com os brasileiros que ainda estão no Líbano e seus familiares, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute. A organização dos voos está sendo feita de acordo com as condições de segurança no terreno, priorizando a integridade dos cidadãos.

A nota também reforça o alerta para que os brasileiros sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, se possível, deixem o território libanês por meios próprios, ressaltando que o Aeroporto de Beirute continua operando com voos regulares da companhia local Middle Eastern Airlines.

Para aqueles que possuem condições financeiras, é recomendável que deixem o país por meios próprios. O aeroporto de Beirute permanece operacional, com voos regulares, especialmente da companhia Middle Eastern Airlines. O Itamaraty disponibiliza um número de plantão consular para emergências: +55 (61) 98260-0610 (com WhatsApp).

Facilitação para pets – O Ministério da Agricultura e Pecuária continua flexibilizando as regras para a entrada de cães e gatos provenientes do Oriente Médio. As unidades de Vigilância Agropecuária Internacional, em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, adotaram protocolos especiais, permitindo a entrada dos animais sem a apresentação imediata de documentos, exigidos normalmente em outras situações.

O que é a Operação Raízes do Cedro – Determinada pelo presidente Lula, a Operação Raízes do Cedro é uma resposta à escalada do conflito entre Israel e o grupo Hezbollah, no Líbano. A logística de repatriação envolve a mobilização de aeronaves e servidores da FAB, além de articulações diplomáticas conduzidas pelo Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mantém conversas com autoridades libanesas e de países vizinhos para garantir que as operações de resgate ocorram com segurança e eficiência.

A ação segue o modelo da Operação Voltando em Paz, realizada em outubro de 2023, que repatriou mais de 1,5 mil brasileiros da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Israel. Na ocasião, mais de 50 animais de estimação também foram resgatados.

Brasil 247

Vencedor em 248 prefeituras, PT se fortalece e supera as 183 da última eleição

“O PT mostrou o seu vigor, a sua vitalidade, a vontade de participar do processo democrático”, celebrou a presidenta do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann

A presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comemorou o balanço positivo do primeiro turno da eleições municipais. Mais uma vez, o PT provou sua capacidade de resiliência no processo político do país, um claro sinal de recuperação em relação a eventos trágicos também para a própria democracia brasileira, como o golpe de 2016 e a Operação Lava Jato. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido fez 248 prefeituras, sem contar ainda as disputas de segundo turno. Em 2020, foram 183, ao todo.

Em entrevista à TvPT, a presidenta do PT considerou muito “positiva” a participação do partido nas eleições municipais de 2024. “Nós já tínhamos avaliado que iríamos nos sair melhor do que saímos em 2020, que foi uma eleição muito difícil para nós. Aliás, a eleição de 2016 foi difícil, a de 2020 foi difícil e agora a de 2024 mostra um processo de reconstrução do PT no processo eleitoral local, o que é muito importante”, reconhece.

Gleisi agradeceu o engajamento da militância. “O PT mostrou o seu vigor, a sua vitalidade, a vontade de participar do processo democrático. E esse momento tão bonito, que são as eleições, é onde a gente pode depositar nosso voto na urna e escolher quem vai nos dirigir pelos próximos quatro anos nos municípios brasileiros”, exaltou.

Alianças estratégicas

A parlamentar enfatizou ainda as alianças costuradas pelo PT, com candidatos disputando o segundo turno em capitais, como é o caso de São Paulo, a maior e mais rica cidade do Brasil. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) vai concorrer ao Palácio dos Bandeirantes contra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). A ex-prefeita Marta Suplicy (PT), considerada a melhor administradora que a capital paulistana teve nos últimos 40 anos, compõe a chapa com Boulos.

“Aí não posso deixar de falar de São Paulo, a importância que tem o Boulos ir para o segundo turno em São Paulo, mostrando a resiliência, a resistência das forças de esquerda e do campo progressista e democrático na maior cidade do país. E agora, a partir de segunda-feira, é uma outra eleição e nós vamos estar articulando com as forças políticas, com a nossa militância, como os movimentos sociais, para fazer de Boulos o prefeito da cidade de São Paulo”, assegurou Gleisi.

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No Rio de Janeiro, o PT e outras forças progressistas deram a vitória ao candidato Eduardo Paes (PSD) ainda no primeiro turno. Ele obteve 60,47% dos votos válidos. A presidenta do PT fez questão de lembrar que a vitória expressiva se deu no berço político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoiou o segundo colocado, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

“Bolsonaro, que escolheu seu candidato, o Ramagem, que foi seu chefe da arapongagem, não conseguiu levá-lo para o segundo. E Eduardo Paes, que esteve nesse campo democrático, com o apoio do presidente Lula, ganha a eleição no primeiro turno. Julgo isso de grande importância para o campo democrático, progressista, popular”, lembrou a parlamentar.

O PT se aliou também a João Campos (PSB), que foi reeleito prefeito do Recife no primeiro turno, com 78,11% dos votos válidos.

Disputa nas capitais

Outros quatro candidatos petistas disputam o segundo turno em capitais: as deputadas federais Maria do Rosário (PT-RS), em Porto Alegre, e Natália Bonavides (PT-RN), em Natal, e os deputados estaduais Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, e Lúdio Cabral (PT), em Cuiabá.

Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, as prefeitas de Contagem, Marília Campos (PT), e de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), foram reeleitas para mais um mandato. A legenda disputa segundo turno em pelo menos mais 12 cidades.

Da Redação, com TSE

Decola do Líbano o segundo voo com 227 resgatados da zona de conflito

 Nesta segunda-feira (7), às 12h30 (horário de Brasília), decolou do Líbano o KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB), trazendo 227 brasileiros e familiares, além de três animais de estimação, na segunda etapa da Operação Raízes do Cedro. A informação é da Força Aérea Brasileira, que coordena a missão em parceria com o Itamaraty. A previsão é que o avião aterrisse na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, na manhã desta terça-feira (8), após uma escala técnica em Lisboa, Portugal.

O grupo resgatado é composto por 49 crianças, sendo sete delas de colo. A aeronave levou ao Líbano uma doação humanitária de insumos médico-hospitalares solicitados pelas autoridades locais, e novas remessas de bens emergenciais estão previstas para os próximos voos. Na primeira etapa da operação, que aterrissou no domingo (6), 229 pessoas e três animais domésticos foram trazidos ao Brasil, onde foram recebidos pelo presidente Lula (PT) e por uma equipe do governo federal responsável por agilizar o desembaraço de bagagens e providenciar assistência social e de saúde aos repatriados.

Com esses dois voos, a operação soma 456 passageiros e seis animais de estimação resgatados. Assim como no primeiro resgate, a prioridade permanece para mulheres, crianças, idosos e brasileiros não residentes no Líbano. O trabalho envolve uma coordenação intensa entre equipes do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília e na Embaixada do Brasil em Beirute, além da ação operacional da FAB. Estima-se que a comunidade brasileira no Líbano seja de cerca de 20 mil pessoas, e aproximadamente três mil já manifestaram interesse em retornar ao Brasil.

“Nossa intenção é colocar aqui na base aérea de São Paulo cerca de 500 pessoas por semana”, afirmou o comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, durante a recepção do primeiro grupo de brasileiros repatriados.

Orientações do Itamaraty – O governo brasileiro reforça que os cidadãos no Líbano sigam as orientações de segurança das autoridades locais. Para aqueles que possuem condições financeiras, é recomendável que deixem o país por meios próprios. O aeroporto de Beirute permanece operacional, com voos regulares, especialmente da companhia Middle Eastern Airlines. O Itamaraty disponibiliza um número de plantão consular para emergências: +55 (61) 98260-0610 (com WhatsApp).

Facilitação para pets – O Ministério da Agricultura e Pecuária continua flexibilizando as regras para a entrada de cães e gatos provenientes do Oriente Médio. As unidades de Vigilância Agropecuária Internacional, em conjunto com a Coordenação de Trânsito e Integração Nacional de Cargas e Passageiros, adotaram protocolos especiais, permitindo a entrada dos animais sem a apresentação imediata de documentos, exigidos normalmente em outras situações.

O que é a Operação Raízes do Cedro – Determinada pelo presidente Lula, a Operação Raízes do Cedro é uma resposta à escalada do conflito entre Israel e o grupo Hezbollah, no Líbano. A logística de repatriação envolve a mobilização de aeronaves e servidores da FAB, além de articulações diplomáticas conduzidas pelo Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, mantém conversas com autoridades libanesas e de países vizinhos para garantir que as operações de resgate ocorram com segurança e eficiência.

A ação segue o modelo da Operação Voltando em Paz, realizada em outubro de 2023, que repatriou mais de 1,5 mil brasileiros da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Israel. Na ocasião, mais de 50 animais de estimação também foram resgatados.

Brasil247

Nunes e Boulos crescem e lideram, enquanto Marçal apresenta nova queda, diz pesquisa

Levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta sexta-feira (27) revela um empate técnico entre Ricardo Nunes (MDB), com 28% das intenções de voto, e Guilherme Boulos (PSOL), que registra 24,9%. Pablo Marçal (PRTB) aparece com 20,5%, empatando tecnicamente com o psolista no limite da margem de erro, que é de 2,6 pontos percentuais.

Tanto Nunes quanto Boulos oscilaram 1,2 ponto para cima, permanecendo dentro da margem de erro. Comparado com a pesquisa da semana passada, Nunes passou de 26,8% para 28%, enquanto Boulos variou de 23,7% para 24,9%.

Marçal teve uma oscilação de 0,5 ponto para baixo, mas ainda empata tecnicamente com Boulos. O candidato do PRTB caiu de 21% para 20,5% em relação ao levantamento anterior, indicando uma leve tendência de queda desde o início do mês. A diferença atual entre os dois é de 4,4 pontos percentuais, o que, considerando a margem de erro, configura um empate técnico.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) aparece com 7,3% das intenções de voto, enquanto o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) tem 7,1%, também empatados tecnicamente.

Outros candidatos na disputa são Marina Helena (Novo) com 2,1%, Bebeto Haddad (DC) com 0,4%, João Pimenta (PCO) com 0,3%, Ricardo Senese (UP) com 0,3%, e Altino Prazeres (PSTU) com 0,2%. Indecisos representam 3,9%, e 4,9% dos eleitores paulistanos pretendem votar em branco ou nulo.

Levantamento do Paraná Pesquisas revela empate técnico entre Nunes e Boulos (PSOL); Pablo Marçal (PRTB) aparece em terceiro. Foto: Reprodução.

Pesquisa espontânea

Na pesquisa espontânea, onde os entrevistados apontam seu candidato preferido sem consultar uma lista oficial, Nunes foi mencionado por 19,7% dos eleitores, seguido por Boulos com 17,3% e Marçal com 15,7%. Tabata Amaral obteve 4,2%, Datena 3,3%, e Marina Helena 0,9%. Já Bebeto Haddad, João Pimenta e Ricardo Senese foram citados por 0,1% cada.

Cenários de segundo turno

Em um possível segundo turno entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, o atual prefeito tem uma vantagem, com 51,6% das intenções de voto, contra 32,7% de Boulos. Indecisos somam 5,5%, e 10,2% dos eleitores optariam por votar em branco ou nulo.

Caso Nunes enfrente Marçal no segundo turno, sua vantagem é ainda maior, com 54,7% das intenções de voto contra 25,8% do ex-coach. Nesse cenário, 13,7% votariam em branco ou nulo, enquanto 5,8% não sabem em quem votariam.

Se o segundo turno for entre Boulos e Marçal, o deputado do PSOL tem uma ligeira vantagem, com 43,7% contra 36,6% do candidato do PRTB. Indecisos representam 5,8%, e 13,9% dos eleitores paulistanos declararam voto em branco ou nulo.

A Paraná Pesquisas ouviu 1.500 eleitores paulistanos entre os dias 23 e 26 de setembro. O índice de confiabilidade é de 95% e o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-09331/2024.