Na Quaest só dá Lula
Decididamente a popularidade de Lula mudou da água pro vinho (obrigado, Eduardo Bolsonaro). Graças ao “apoio” de Trump, o presidente Lula está cada vez mais perto da reeleição. Se a um ano das eleições ele já mostra vitalidade, imagina quando estiver próxima a campanha eleitoral. A coluna já havia antecipado que a taxação esdrúxula contra o Brasil seria tiro de bazuca nos pés dos Estados Unidos e que essa ação levaria à reeleição de Lula. E parece que vai ser no primeiro turno. A conferir.
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A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (8) aponta que a aprovação e a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltaram a se igualar após nove meses de diferença entre os dois indicadores. O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, revela que 48% dos entrevistados aprovam a atual gestão, enquanto 49% desaprovam.
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Segundo o g1, esta é a primeira vez desde janeiro de 2025 que há equilíbrio entre os índices. No início do ano, 49% reprovavam o governo e 47% aprovavam. Desde então, os números oscilaram, com pico negativo em maio, quando a desaprovação alcançou 57% contra 40% de aprovação. O resultado atual representa o melhor desempenho de Lula em 2025.
Lula saiu mais forte
Quase metade dos brasileiros avalia que o presidente Lula saiu politicamente fortalecido após o encontro com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, durante a Assembleia Geral da ONU. O levantamento foi feito antes da videoconferência entre os dois líderes, realizada na última segunda-feira (6). Segundo o levantamento, 49% dos entrevistados afirmam que Lula ficou “mais forte” após a aproximação com Trump, enquanto 27% acreditam que ele saiu “mais fraco”. Outros 10% dizem que sua posição política permaneceu a mesma, e 14% não souberam responder.
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Entre os que se identificam com a esquerda, a percepção positiva é majoritária: 78% dos lulistas e 75% dos eleitores de esquerda dizem que o petista ganhou força. Já entre bolsonaristas e eleitores de direita, 51% e 48%, respectivamente, consideram que Lula perdeu força. Entre os que não têm posição ideológica definida, 44% afirmam que o presidente se fortaleceu.
Expectativas sobre a relação entre Lula e Trump
A pesquisa também revela que 51% dos brasileiros acreditam que Lula e Trump “vão se dar bem” ao iniciarem uma relação mais próxima. Outros 36% avaliam que o relacionamento será conflituoso, e 13% não souberam opinar. Além disso, 65% defendem que Lula mantenha uma postura amigável em relação ao republicano, enquanto 25% preferem uma postura “mais dura”.
Discurso na ONU e próximos passos
O levantamento aponta ainda que 52% dos entrevistados consideraram bom o discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU, contra 34% que o classificaram como ruim. No pronunciamento, o presidente afirmou que as instituições brasileiras estão “sob um ataque sem precedentes” de nações estrangeiras e reforçou: “Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela.”
Durante a conversa com Trump, que durou cerca de 30 minutos, Lula pediu o fim da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros e o encerramento das sanções impostas a autoridades do país. O americano elogiou o telefonema e disse ter sido um “ótimo diálogo”. Entre os entrevistados, 46% acreditam que Lula deve buscar um novo encontro com Trump em breve, enquanto 44% preferem uma postura mais cautelosa.
Era sol que me faltava
Para bagunçar a disputa pelas duas vagas de senador da República pelo estado de Rondônia, acaba de mudar o domicílio eleitoral para Ariquemes, o ex-deputado federal Cabo Daciolo (Republicanos). Entre polêmico e caricato, Cabo Daciolo pode até não se eleger (mais provável), mas vai dar trabalho.
Aprovada MP alternativa ao IOF
Foi por pouco. A medida provisória que redefine a tributação sobre investimentos e apostas foi aprovada na comissão mista do Congresso por apenas um voto de diferença, após uma série de concessões do governo. O texto precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado ainda hoje para não perder a validade. Entre os principais recuos, o governo manteve a isenção para uma série de títulos considerados estratégicos para o financiamento da economia, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs. Também foram preservadas as regras atuais dos fundos imobiliários e do Fiagro, mantendo isenções sobre rendimentos e ganhos de capital. No caso das apostas esportivas, o governo desistiu de elevar a contribuição das operadoras de 12% para 18%, e incluiu dispositivos para regularização de ativos não declarados no exterior, com cobrança de 15% de imposto e 15% de multa. A MP também eleva de 9% para 15% a CSLL das fintechs, uma das medidas que permaneceu no texto, e prevê medidas de compensação fiscal com potencial de arrecadação revisado para R$ 17 bilhões, abaixo dos R$ 20 bilhões inicialmente projetados. O relator Carlos Zarattini (PT-SP) chegou a estimar R$ 35 bilhões entre arrecadação e redução de despesas, mas reconheceu que as concessões foram necessárias para viabilizar a aprovação. (UOL e Folha)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava confiante de que a proposta seria aprovada no Congresso após os diversos recuos do governo. Haddad reconheceu que as alterações na MP reduzirão em R$ 3 bilhões a arrecadação prevista para o ano que vem. No entanto, o ministro afirmou que a perda será compensada pela tributação retroativa de 30% sobre empresas de apostas. O texto estabelece que a base de cálculo será o valor do ativo em reais em 31 de dezembro de 2024, com cobrança de 15% de Imposto de Renda e multa de 100% sobre o valor apurado. (Valor)
Derrota da oposição bolsonarista
A aprovação da MP do IOF não foi a única derrota da oposição bolsonarista. A pesquisa Genial/Quaest de outubro divulgada agora há pouco trouxe notícias ainda mais amargas para o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o levantamento, 44% dos brasileiros são contra um projeto que anistie Bolsonaro e os responsáveis pelos atos golpistas após as eleições de 2022. O levantamento mostra que a rejeição a um projeto de lei que reveja as penas dos condenados, como ficou conhecido o PL da dosimetria, enfrenta ainda mais rejeição popular, com 52% dos ouvidos afirmando que as penas foram justas. A pesquisa também mostrou que a avaliação do governo Lula segue crescendo, com 48% de aprovação e 49% de desaprovação. Um cenário bem diferente de seis meses atrás, quando o governo Lula era aprovado por apenas 40% da população. (Meio)
Flopou de verde amarelo
Sem apoio no Congresso e com a Casa Branca se afastando cada vez mais de Jair Bolsonaro, aliados do ex-presidente foram às ruas nesta terça para pedir a votação do PL da Anistia. Em Brasília, o pastor Silas Malafaia, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, tentou mobilizar apoio popular, mas teve pouco sucesso. No Congresso, o projeto de lei que previa a redução das penas também perde força. Segundo parlamentares, na melhor das hipóteses, a pena de Bolsonaro poderia ser reduzida de 27 anos para 21 anos. (Folha)
Boas notícias
Já o Planalto vive um raro momentos de boas notícias. Depois de aprovar por unanimidade na Câmara o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, a expectativa do governo é de que o texto passará sem sobressaltos no Senado. Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), escolheu o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para ser o relator do projeto na Casa. Aliado de longa data do governo, Renan disse acreditar que em 30 dias o texto será enviado para a sanção do presidente Lula. (g1)
Renan X Arthur Lira
Mas a indicação de Renan foi mal recebida na Câmara, revela o Painel, por conta de suas críticas ao projeto aprovado pelos deputados. O pano de fundo seria a política alagoana, já que o texto foi relatado na Câmara por Arthur Lira (PP-AL), adversário figadal do senador. (Folha)
Dudu no mundo da lua
O Zero Três parece se mover num tabuleiro em que só ele ainda acredita que está jogando. Ele coleciona distâncias — do Congresso, do PL, dos aliados e, agora, até de Donald Trump. A direita está em guerra interna: Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira, Tarcísio e Michelle Bolsonaro disputam o rumo do bolsonarismo enquanto Eduardo tenta manter viva a chama ideológica de Olavo de Carvalho — mas, no fim, em escala nacional, pode estar falando sozinho. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)
Precipício econômico
Um dia após o presidente Javier Milei subir em um palco de Buenos Aires para apresentar seus dotes musicais, a Argentina parece ter dado mais um passo em direção a um precipício econômico. Sob forte ataque especulativo, o país decidiu colocar os poucos dólares que tem em caixa na tentativa de segurar a desvalorização do Peso. A estimativa é de que o Banco Central do país não disponha mais do que US$ 700 milhões em reservas líquidas, volume considerado crítico para um país que depende de moeda estrangeira para importar combustíveis, pagar dívidas e estabilizar o câmbio. (InfoMoney)
Darcy Ribeiro
Quem é o brasileiro? A pergunta que moveu Darcy Ribeiro, antropólogo e grande defensor de um Brasil justo e plural, continua viva à beira-mar, em Cordeirinho. No Museu Casa Darcy Ribeiro, construído pela Prefeitura de Maricá, por meio da CODEMAR e sob gestão do Instituto Circomum, sua obra ganha forma. Com projeto de Oscar Niemeyer e curadoria de Gringo Cardia, o espaço oferece exposições interativas e atividades que convidam o visitante a revisitar suas raízes. Foi lá que Pedro Doria e Yasmim Restum filmaram Quem é o Brasileiro?, nova série de vídeos do Meio em parceria com a Casa Darcy Ribeiro. Assista ao episódio de estreia em no YouTube e planeje sua visita em casadarcyribeiro.org.br.
Metanol
Antídoto mais eficaz do que o etanol farmacêutico para tratar intoxicação por metanol, o fomepizol deve chegar ao Brasil ainda nesta semana, mas não será vendido em farmácias, informou a representante da farmacêutica japonesa responsável por fornecer o medicamento ao Brasil. De uso estritamente hospitalar, 2.500 ampolas do fármaco serão importadas dos Estados Unidos em caráter emergencial e outras 100 unidades chegam como doação da empresa, com distribuição pelo Ministério da Saúde. O envio ainda depende de trâmites burocráticos. (g1)
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Após o Ministério da Saúde descartar uma intoxicação por metanol pelo rapper Hungria, o cantor divulgou um novo exame que demonstra concentração tóxica para o produto químico no organismo. A equipe de Hungria disse aguardar os exames de contraprova. A pasta informou que não recebeu qualquer resultado oficial do teste. (Metrópoles)
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Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que a Polícia Federal investiga se as bebidas alcoólicas foram adulteradas com o metanol abandonado após uma operação contra a infiltração do crime organizado em postos de combustíveis e no setor financeiro. A PF não descarta nenhuma hipótese, incluindo associação criminosa, apesar de não mencionar suspeita contra alguma facção específica. (Folha)
Bicho escroto
Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferiu brincar com a situação, ao dizer que não conhece bem as marcas de bebidas adulteradas por não consumi-las. “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. E a minha é normal [com açúcar]”, disse, após encontro com representantes dos principais fabricantes de bebidas do país. Diante da má repercussão, ele mais tarde se desculpou. (g1), com charge de Orlando.
Prêmio Jabuti 2025
A Câmara Brasileira do Livro divulgou a lista dos cinco finalistas de cada uma das 23 categorias do Prêmio Jabuti 2025 com uma forte predominância masculina. Todos os indicados à categoria de romance literário, umas das mais prestigiadas, são homens: Alberto Mussa, Chico Buarque, Jeferson Tenório, Marcelino Freire e Tony Bellotto. Também não há mulheres concorrendo a romancista estreante, crônica e negócios. A cerimônia de premiação ocorre no próximo dia 27 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em comemoração ao título da cidade como Capital Mundial do Livro pela Unesco. Ana Maria Machado será a personalidade literária homenageada da noite. (Folha)
Tiny Desk Concert
A primeira edição brasileira do programa Tiny Desk Concert estreia nesta quarta-feira com apresentação do piseiro de João Gomes. A gravação reuniu cerca de 40 pessoas no escritório do Google, em São Paulo, no dia 22 de setembro. O repertório incluiu os sucessos Dengo, Meu Pedaço de Pecado e Eu Tenho a Senha, música que o tornou conhecido nacionalmente em 2021. A equipe do Tiny Desk Brasil gravou outros nove shows para duas temporadas do programa, que terá cinco episódios cada. Os próximos convidados ainda não foram divulgados. A versão americana do programa já contou com nomes como Adele, Usher, Justin Bieber, Dua Lipa e Milton Nascimento. (g1)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
Informações para a coluna: rk@ademocracia.com.br