O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou a interlocutores ter feito qualquer acordo com parlamentares bolsonaristas para pautar o projeto de anistia aos golpistas de 8 de Janeiro, conforme informações do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Na quarta-feira (7), após o fim da ocupação da Mesa Diretora por deputados da oposição, líderes de partidos como PL, Novo, PP, União Brasil e PSD sinalizaram que havia um entendimento com Motta para colocar a proposta em votação. Segundo esses parlamentares, o acordo teria sido costurado como parte das negociações para encerrar o motim bolsonarista.
No entanto, de acordo com interlocutores, Motta afirmou que não assumiu compromisso algum com a votação da anistia. O presidente da Câmara disse que o acordo foi apenas entre os partidos.
Parlamentares da oposição confirmaram que o presidente da Casa não se comprometeu com a pauta. O acordo, segundo eles, foi apenas entre os líderes, em busca de apoio para tentar avançar com a proposta.
A ocupação do plenário foi motivada por protestos contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou medidas restritivas a Bolsonaro. Os deputados também pressionam pela votação do projeto de anistia.
Deputado bolsonarista barra Motta na Câmara
Motta foi inicialmente impedido de ocupar a cadeira da Presidência durante a tentativa de abertura da sessão na noite de ontem. O bloqueio partiu do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que já ocupava o assento em protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro.
A cena gerou tensão no plenário, que estava tomado por parlamentares da oposição desde a noite anterior. Após breve diálogo com Motta, Van Hattem cedeu e permitiu que o presidente da Câmara assumisse seu lugar para tentar dar início à sessão.
Motta se reuniu com líderes partidários e convocou uma sessão para as 20h30. Quando chegou ao plenário, uma hora depois, encontrou a mesa ainda ocupada por deputados da oposição, que permaneceram de pé mesmo após seus pedidos para que se retirassem.
A Polícia Legislativa chegou a ser posicionada na porta do plenário como forma de garantir o acesso do presidente da Câmara. Motta já havia avisado que suspenderia o mandato de quem tentasse impedir a realização da sessão. Apesar do impasse, conseguiu ocupar a cadeira e avançar com os trabalhos legislativos.
Diario do Centro do Mundo