O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) pediu, nesta sexta-feira (18), uma resposta das Forças Armadas à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante coletiva no Senado, o parlamentar afirmou ter “orgulho” do papel das Forças Armadas no golpe de 1964, que derrubou o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura de 21 anos. “Me orgulhava das Forças Armadas em 1964, mesmo sendo menino. Hoje, peço que estejam ao lado do povo e da democracia”, disse.
Chrisóstomo também convocou a imprensa a se alinhar ao golpismo bolsonarista.
. “Na década de 60, em 64, a imprensa agiu em favor do povo. Tá na hora da imprensa brasileira agir em favor do povo brasileiro. São os senhores que estão aqui, não somente nós, deputados e senadores. Os senhores que são da imprensa brasileira, defendam o Brasil, defendam o nosso povo”, declarou, em tom que remete a apelos semelhantes feitos na véspera do golpe militar.
O deputado Coronel foi o relator do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que buscava anular o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) promovido pelo governo federal. No entanto, o projeto foi suspenso após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela manutenção, quase integral, do decreto do Executivo que elevou o imposto.
O regime exaltado por Chrisóstomo foi responsável por sucessivos fechamentos do Congresso em 1966, 1968 e 1977, e por violações sistemáticas de direitos. Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014, a ditadura matou ou fez desaparecer 434 pessoas, das quais 210 continuam desaparecidas.
Revista Forum