Roberto Kuppê (*)
Renan Filho
O mais bem avaliado ministro de Lula vai deixar o governo em abril de 2026. O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), bateu o martelo. Será candidato ao governo de Alagoas em 2026. E já avisou ao presidente Lula que deixará o Ministério para ficar apto a disputar as eleições do próximo ano. Se dependesse apenas da vontade de Lula, Renan Filho ficaria na Pasta no próximo ano, quando ele concorrerá à reeleição. O presidente, no entanto, aceitou a decisão do ministro e vai ajudar no projeto. Renan Filho já definiu que vai trabalhar pela reeleição de Lula, em “qualquer cenário” e Lula avisou que vai pedir votos para Renan Filho em Alagoas. (Gazetaweb.com)
Renan Filho 2
Por outro lado, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, prometeu a Lula que não concorrerá ao Senado ou ao Governo de Alagoas em 2026 e que concluirá o mandato na prefeitura. JHC é filiado ao PL. Em troca, o petista deve nomear a tia dele, a procuradora de Justiça de Alagoas Maria Marluce Caldas Bezerra, para uma vaga no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Renan Filho 3
A permanência na prefeitura desinterdita o caminho para que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, concorra ao Senado Federal. O parlamentar é relator do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês. A proposta que foi aprovada ontem, é uma das apostas do presidente Lula para a campanha de reeleição no próximo ano. (tnh1.com).
Efeito Trump
O governo Lula está surfando sob o efeito Trump. Quem assistiu ao filme “Efeito borboleta”, está vendo na prática a essência da obra cinematográfica. A cada ação corresponde à uma reação, nem sempre a esperada por quem tenta reverter um destino de vida. Eduardo Bolsonaro, aliás, Jair Bolsonaro, imaginou que Donald Trump iria mudar seu destino (prisão), ao atentar contra a soberania brasileira. O resultado foi o inverso. Não só não mudou um milímetro das decisões judiciais, como fortaleceu o governo Lula.
Efeito Trump 2
Pior. Eles mesmo destruíram qualquer possibilidade de um membro do clã sair candidato à presidência da República em 2026. Pior ainda, destruiu a pré-candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está feito cachorro que caiu do caminhão de mudança. Totalmente desorientado.
Eleição 2026: Lula lidera
No bojo do efeito Trump, Lula lidera em todos os cenários de 1º turno e empataria só com Tarcísio em eventual 2º turno, diz pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (17). Presidente descolou de todos os nomes em eventual 2º turno, exceto do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem empataria no limite da margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou menos. Pesquisa anterior mostrava Lula empatado com Bolsonaro, Tarcísio, Ratinho Jr., Michelle e Eduardo Leite.
Eleição 2026: Lula lidera 2
A pesquisa traçou quatro cenários de 1º turno e oito cenários de 2º turno. A lista de eventuais candidatos inclui Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle Bolsonaro (PL), Ratinho Júnior (PSD), Eduardo Leite (PSD), Eduardo Bolsonaro (PL), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União).
Veja os números:
- Lula (PT): 32%;
- Jair Bolsonaro (PL): 26%;
- Ciro Gomes (PDT): 8%;
- Ratinho Júnior (PSD): 6%;
- Ronaldo Caiado (União Brasil): 3%;
- Romeu Zema (Novo): 2%;
- Indecisos: 9%;
Veja aqui no G1 os números completos da pesquisa Quaest.
Trump X Pix
Um dia após enviar uma dura carta aos Estados Unidos em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, autoridades brasileiras agora preparam uma estratégia de defesa para o sistema de pagamentos Pix, novo alvo de Washington. A ideia do governo é reiterar que o Pix é uma operação consolidada no país e que não será modificada por interferência externa. O Pix é um dos alvos da investigação comercial anunciada pelos Estados Unidos na terça-feira. Segundo os americanos, o sistema de pagamentos brasileiro poderia ser enquadrado como uma prática desleal em relação a outros métodos de cobrança eletrônica. A resposta às acusações contra o Pix deve seguir o mesmo tom da carta enviada na noite de terça-feira ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. Assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira, a nota afirma que o Brasil “manifesta sua indignação” com o tarifaço de Trump. (Folha)
Trump X Pix 2
O Pix se tornou alvo do governo americano justamente por seu sucesso. Lançado em 2020, o modelo de pagamentos rapidamente se popularizou no Brasil. Só no ano passado, movimentou R$ 26,4 trilhões em transferências no país. Sem cobrar tarifas, o sistema afetou a receita de bancos, operadoras de cartões de crédito e modelos de pagamento digital como Google Pay e Apple Pay. No relatório preliminar do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o Pix aparece como uma ameaça desleal aos negócios de empresas americanas. Neste ano, um modelo similar de pagamentos da Indonésia também entrou na mira dos americanos. (Globo)
Trump X Pix 3
A investigação lista uma série de “atos, políticas e práticas” do governo brasileiro que poderiam onerar ou restringir o comércio dos EUA. Entre elas estão barreiras não tarifárias, desmatamento na Amazônia e concessões de subsídios a diferentes setores da economia. Os americanos chegam a citar a Rua 25 de Março, em São Paulo, como exemplo de que o Brasil não respeita o direito à propriedade intelectual. (Estadão)
Trump X Pix 4
Mesmo com as reiteradas manifestações do Brasil para buscar uma saída negociada às tarifas impostas por Trump, o governo brasileiro ainda não obteve sinalização de que os Estados Unidos estejam abertos a um acordo. Diplomatas afirmam, em caráter reservado, que o silêncio americano pode ser explicado pela ausência de diretrizes claras da Casa Branca sobre como tratar o tema. Ontem, Trump voltou a dar um tom político ao tarifaço ao defender mais uma vez o ex-presidente Jair Bolsonaro. (g1)
Congresso e governo juntos
Após semanas de embates por causa do aumento do IOF, Congresso e governo selaram a paz — ao menos no que diz respeito ao tarifaço americano. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defenderam a soberania nacional e colocaram o Congresso à disposição do Executivo na batalha comercial que se avizinha. Os dois se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera os esforços para encontrar uma solução negociada com os Estados Unidos. Alckmin foi informado de que um grupo de senadores embarcará para Washington no fim do mês para dialogar com parlamentares americanos sobre o tema. (Valor)
IOF, capítulo final
E a novela do IOF, enfim, teve seu capítulo final assinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Após governo e Congresso não chegarem a um acordo, Moraes decidiu que o decreto presidencial que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras é válido, mas vetou a vigência do tributo sobre o “risco sacado” – uma espécie de operação de crédito para antecipação do fluxo de caixa usada no comércio. O ministro aceitou os argumentos do governo e decidiu que não houve desvio de finalidade no aumento do IOF, como alegava o Congresso, que acabou derrubando o decreto. (CNN Brasil)
Lula vetou
O presidente Lula confirmou as expectativas e vetou o projeto de lei do Congresso que aumentava o número de deputados federais de 513 para 531. Lula aguardou até o fim do prazo legal para tomar a decisão. O veto presidencial deve ser derrubado pelo Congresso, e o governo já espera reações negativas do Legislativo, que precisará assumir sozinho a medida, considerada extremamente impopular. (Metrópoles)
Retrocesso ambiental
A Câmara aprovou na madrugada desta quinta-feira, por 267 votos a 116, o projeto que afrouxa as normas de licenciamento ambiental, numa séria derrota para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Entre outras mudanças, as novas regras dispensam o licenciamento para ampliação de estradas e de obras consideradas estratégicas pelo governo, o que pode abrir caminho para a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. O texto vai agora para sanção do presidente Lula. (g1)
Boas notícias
Mas o governo também recebeu boas notícias da Câmara dos Deputados. A comissão especial que analisa o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil aprovou o relatório final do deputado Arthur Lira (PP-AL). Em seu parecer, Lira manteve a taxação de 10% sobre os super-ricos e ampliou a faixa com direito à isenção parcial. (CNN Brasil)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
Informações para a coluna: [email protected]