A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) experimentou uma recuperação significativa em junho, atingindo seu maior patamar do ano. De acordo com uma nova pesquisa Atlas Intel, a aprovação subiu 2% em relação a maio, enquanto a desaprovação caiu 2%, refletindo uma mudança positiva na percepção do governo. Essa melhora nas avaliações é acompanhada por um aumento de 1,2% nas avaliações da gestão como “regular” e uma queda de 0,9% nas classificações como “ruim ou péssima”.
Lula reverteu praticamente todos os cenários em que ele estava perdendo.
Imagem de Haddad também melhora
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cotado para ser candidato à presidência em 2026, viu um avanço considerável em sua imagem. A percepção negativa sobre ele caiu 5%, enquanto a imagem positiva aumentou 3%. Embora a imagem de Haddad ainda seja mais negativa do que positiva, o saldo negativo de -6% é o menor registrado desde janeiro de 2025, indicando uma recuperação em sua popularidade. A imagem de Lula também teve um aumento de 2%, com uma leve diminuição de 1% na imagem negativa.

Corrupção segue sendo o maior problema no Brasil
A corrupção continua sendo o maior problema identificado pelos brasileiros, com 58% mencionando a questão como a principal preocupação no país. A criminalidade e o tráfico de drogas também permanecem como problemas significativos, mas houve uma diminuição de 3% na percepção desses problemas em comparação com o mês anterior. Já a preocupação com a economia e a inflação diminuiu ligeiramente, embora ainda seja um tema central para a população.
Cenário eleitoral para 2026: Lula e Bolsonaro ainda estão próximos, mas Lula lidera em cenários com outros adversários
Em um cenário hipotético de primeiro turno para a eleição presidencial de 2026, com os mesmos candidatos da eleição de 2022, Lula mantém uma pequena vantagem sobre o inelegível Jair Bolsonaro, com uma margem de apenas 1,6%. Esse número é menor do que o registrado no mês anterior, quando a vantagem de Lula sobre Bolsonaro era de 2,8%.
Em um cenário com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, Lula lidera com 44,6% das intenções de voto, 10,6 pontos percentuais à frente. Já no cenário com Michele Bolsonaro, Lula tem uma vantagem de 14,6%, com um crescimento de 0,6% desde maio, enquanto a intenção de voto em Michele caiu 3,1%.
Caso Fernando Haddad seja o candidato do PT, a disputa se torna mais equilibrada, com Tarcísio ainda mantendo uma leve vantagem de 0,7% sobre Haddad. Ciro Gomes aparece com 8,3% das intenções de voto, enquanto outros candidatos não ultrapassam 5%. Quase 10% dos eleitores estão indecisos ou propensos a votar em branco/nulo.
Expectativa econômica em alta
Após uma queda em maio, a confiança do consumidor no Brasil voltou a subir em junho. O Índice de Expectativa aumentou, refletindo uma visão mais otimista sobre a recuperação econômica do país. A percepção de inflação também teve uma leve melhora, com uma redução de 0,8% na percepção atual de inflação, que ficou em 6,2%. As expectativas para a inflação também caíram 0,5%, ficando em 5,2%.
A situação da democracia no Brasil
A pesquisa também revelou que a democracia segue sendo considerada a melhor forma de governo para o Brasil, com 81,5% dos entrevistados afirmando concordar totalmente com essa afirmação. No entanto, 54,2% dos brasileiros expressaram insatisfação com o funcionamento da democracia no país. Essa insatisfação parece estar ligada à falta de confiança na mídia, na aplicação da lei e nos partidos políticos. Mais de 80% dos brasileiros têm pouca ou nenhuma confiança na mídia, enquanto 69,8% acreditam que a mídia é controlada por interesses específicos. Além disso, 90,1% afirmam que políticos raramente ou nunca são punidos por corrupção.
A regulação das redes sociais e a confiança no STF e no Congresso
A regulamentação das redes sociais é vista como urgente pela maioria dos brasileiros, com 53,3% defendendo uma regulação mais rigorosa para essas plataformas no país. Grande parte da população também acredita que as redes sociais deveriam remover de forma imediata certos conteúdos, como fake news, postagens incitando violência e discursos de ódio, assim que forem denunciados pelos usuários, sem a necessidade de uma decisão judicial.
Em relação à definição de regras sobre o funcionamento das redes sociais, o STF é visto com mais confiança do que o Congresso. Cerca de 53% dos brasileiros confiam ou confiam muito na capacidade do Supremo para tratar desse tema, enquanto apenas 11% têm a mesma confiança no Legislativo. No entanto, há preocupações sobre os riscos que uma regulação das redes sociais pelo STF pode representar para a liberdade de expressão, com 46% dos entrevistados indicando que acreditam haver um risco significativo ou algum risco de censura por parte do Supremo.