Modelo Marcelo Bimbi fez as acusações nas redes sociais e diz que sofre ameaças. Feroz apoiador de Bolsonaro, Gladson Cameli, do Acre, diz que vai responder com ações na Justiça
Ex-marido da modelo e apresentadora Nicole Bahls, Marcelo Bimbi, publicou uma série de stories em seu perfil no Instagram na noite desta terça-feira (20) em que acusa o governador bolsonarista do Acre Gladson Cameli (PP) de abuso sexual e estupro.
“O senhor, comia o ‘vulgo’ roxin. Uma vez o senhor me levou pro seu apartamento em Brasília e me abusou. E vou provar”, diz Bimbi, que na manhã desta quarta-feira (21) fez nova publicação sinalizando que está viajando para Brasília.
“Jaja, Bsb. Acredito em todo judiciário”, escreveu o modelo, ator e apresentador, que participou de realityes shows como A Fazenda e Power Couple Brasil, na TV Record.
Bimbi ainda desafiou o governador do acre, marcando Cameli na publicação: “confessa que não me estuprou?”.
O modelo ainda afirmou que está sendo ameaçado e pediu ajuda pois, segundo ele, “esse governador do Acre, com seus capangas, vai me pegar”.
“Senhor Gladson, você me usou como uma mulher. Teus amigos, inclusive um me ofereceu 13 mil reais pra matar a irmã dele. Ou o senhor manda me matar ou vou resolver”, emendou – veja as publicações ao final da reportagem.
Outro lado
Também pelos stories do Instagram, o governador bolsonarista rebateu as acusações na manhã desta quarta-feira em nota assinada pela sua equipe.
O texto diz que Cameli preza pela democracia e “pelo direito de todo cidadão expressar seus questionamentos à sua gestão no governo do Acre”.
No entanto, ressalta que “isso, porém, não dá direito, a quem quer que seja, fazer ataques à sua honra”.
“Cada acusação à sua honra, acusações infundadas de suposta perseguição ou ilação sobre fatos desta natureza, serão respondidas no âmbito jurídico específico, com instauração de inquérito policial para a devida investigação, além das ações criminais e cíveis no âmbito da justiça estadual”, diz o texto.
Réu por corrupção
Em maio deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou Gladson Cameli réu por corrupção.
Cameli, feroz apoiador de Bolsonaro que cumpre o seu segundo mandato como governador do estado nortista, é acusado de liderar um esquema de fraude em licitações desde 2019, que resultou em prejuízos de R$ 150 milhões aos cofres públicos.
A PGR chegou a pedir o afastamento do governador do cargo, mas o tribunal negou a solicitação e permitiu que ele continue exercendo o mandato.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o governo do estado do Acre contratou uma empresa de engenharia chamada Murano para manutenção predial.
O problema é que a empresa sequer tinha escritório no Acre ou tinha atuado no estado. Além disso, para contratá-la, não utilizou o método de licitação. Um dia após a assinatura do contrato, a empresa fechou uma parceria com a empresa Rio Negro, cujo sócio é Eládio Cameli, irmão do governador.
Gladson, como chefe do governo do Acre, é apontado como uma das principais figuras no esquema. Além deles, outros membros da família também são acusados de fazer parte da organização criminosa.
A empresa de Eládio pagou parcelas de um apartamento em São Paulo que seria destinado ao governador do Acre, além de 81% um veículo de luxo que seria de posse do governador.
Segundo a PGR, é “inegável o desvio de recursos públicos, os quais deveriam ser empregados na execução das obras, mas foram desviados em favor de familiares” de Cameli.
O governador nega as acusações e diz que “a defesa terá a tranquilidade e o espaço necessário para esclarecer dúvidas e repor a verdade”.
Veja as publicações de Marcelo Bimbi