O Washington Post quis provar até que ponto as pessoas eram capazes de reconhecer algo bonito ou sublime quando a beleza competia com a rotina. Infelizmente, provou o contrário: que olhamos sem ver e ouvimos sem escutar. Mostrou o quanto os americanos não dão valor aos talentos e se importam mais com os ídolos produzidos na mídia.
Foi realizado pela primeira vez em 2007 e repetido após sete anos. Seu protagonista foi o famoso violinista Joshua Bell, e ele provou que os seres humanos são bons em ignorar a beleza.
O experimento foi organizado pelo jornal Washington Post. Partia de uma pergunta: a beleza é capaz de capturar a atenção das pessoas se for apresentada no contexto cotidiano e em um momento inadequado?
Em pleno horário de rush na capital do mundo, alguns dias depois de tocar no Symphony Hall de Boston, com ingressos a US$ 1 mil, o prestigiado violinista Joshua Bell ficou 45 minutos executando obras clássicas em um raríssimo Stradivarius de 1713, cujo valor é estimado em US$ 3 milhões.
Ninguém, absolutamente ninguém, percebeu que estava diante de um dos maiores músicos virtuoses do mundo. O objetivo da experiência, segundo os executivos do jornal, era lançar um debate sobre valor, contexto e arte entre os americanos. A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto.
Joshua Bell, um virtuoso
Joshua Bell é um dos melhores violinistas do mundo. Nasceu em Indiana (Estados Unidos) em 1967. Quando era muito pequeno, seus pais o viram reproduzindo o som do piano que sua mãe tocava, com faixas de borracha. Ele tinha apenas 4 anos de idade.