PEC da Segurança
Dos mesmos diretores de “Obrigado Trump, pela reeleição de Lula”, vem aí, “Obrigado Cláudio Castro, pela aprovação relâmpago da PEC da Segurança”. É o que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (União Brasil-UPr), disse após o evento catastrófico no Rio de Janeiro. Assim que chegar às mãos dele, a PEC da Segurança será pautada imediatamente.
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Governadores da direita, inclusive o governador do Rio de Janeiro, são contra essa PEC por, segundo eles, interferirem nas atribuições do governo estadual. Hipócritas. No primeiro momento de aflição, o primeiro ente que eles chamam é o governo federal. Não há como excluir o governo federal das ações contra o crime organizado.
Rio de mortes
Até para o Rio de Janeiro, tão acostumado com a violência cotidiana que volta e meia faz lembrar uma guerra, a operação policial desta terça-feira contra o Comando Vermelho foi um choque. Nunca na história a entrada da polícia nas favelas deixou tantos mortos e nunca a reação do crime organizado atingiu tantos pontos da cidade ao mesmo tempo. Ao todo, 64 pessoas foram mortas, outras 80 estão presas. Pelo menos quatro policiais perderam a vida nos confrontos. Diversas pessoas foram baleadas em meio aos confrontos, sendo 15 policiais e ao menos três moradores. A ação, resultado de um ano de investigações de acordo com as forças de segurança do Rio, mobilizou 2.500 agentes, além do Ministério Público, que, oficialmente, cumpriam mandados de busca e apreensão, visando desarticular lideranças do Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão. Em resposta, os criminosos utilizaram drones para atacar a megaoperação. Mais de cem linhas de ônibus tiveram itinerários alterados, vias expressas foram interditadas e aulas foram canceladas por conta da violência. (UOL)
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A Operação Contenção apreendeu 96 fuzis, segundo balanço parcial das autoridades, chegando à marca de 686 em 2025, um novo recorde anual no estado. Na semana passada, o Instituto de Segurança Pública (ISP) já havia registrado a marca de 593 fuzis apreendidos entre janeiro e setembro deste ano, o maior número da série histórica do ISP, iniciada em 2007. (g1) Charge do Orlando
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Cálculos do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), apontam que a megaoperação na Zona Norte do Rio foi a mais letal do estado até hoje, superando uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021, que causou 28 óbitos. Aliás, os morros da Penha e do Alemão são os mais afetados por ações mortais da polícia. Em 2022, duas operações mataram 23 pessoas na Penha, em maio, e outras 17 no Alemão em julho, além de outras 19 em junho de 2007. (CNN Brasil)
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A ação policial se assemelha a uma guerra civil até na tática. Além de drones e ambulâncias do grupamento de Salvamento e Resgate, os agentes contavam com 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição. Já os traficantes usaram drones para lançar granadas contra equipes das forças especiais da Core e do Bope, além de armamento pesado, como fuzis. Veja em gráficos como foi a megaoperação desta terça-feira. (Globo)
Cláudio Castro mentiu
Enquanto os corpos ainda estavam sendo recolhidos das ruas e vielas das favelas da Zona Norte, uma outra guerra se desenrolava entre o Palácio das Laranjeiras, sede do governo do Rio, e o Palácio do Planalto. Diante do caos causado pela operação policial, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), tentou repassar a responsabilidade para o governo federal. De acordo com Castro, Brasília não quis apoiar a operação ao se negar a enviar blindados para apoiar a invasão das áreas comandadas pelo CV. Desmentido tanto pelo Ministério da Defesa quanto pelo Ministério da Justiça, o governador alegou ter sido mal interpretado. Em telefonema para a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Castro disse que não disse o que disse na coletiva de imprensa. “Gleisi, quem está falando isso não ouviu minha fala”, disse ele à ministra. (Globo)
Cláudio Castro mentiu 2
O disse-me-disse do governador carioca, amplamente divulgado nas redes sociais da extrema direita, não parece ter convencido Brasília. Coube ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, as críticas mais intensas a Cláudio Castro. De acordo com o ministro, Castro deve tomar uma posição concreta sobre suas responsabilidades. “Se ele sentir que não tem condições, ele tem que jogar a toalha e pedir GLO ou intervenção federal”, afirmou o ministro. Em ambos os casos, o Rio passaria por uma intervenção federal, como ocorreu sob o governo Michel Temer, quando o general Braga Netto assumiu a segurança do Rio em 2018. (Folha)
Cláudio Castro mentiu 3
Depois dos bate-bocas virtuais o governo federal decidiu agir de forma institucional enviando uma comitiva até o Rio para discutir a questão da segurança. A decisão foi tomada após uma reunião de aproximadamente duas horas no Palácio do Planalto, convocada pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin. A delegação deve incluir Lewandowski; o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; e o diretor-executivo da Polícia Federal, William Marcel Murad. O Palácio do Planalto pretende estabelecer linhas de atuação conjunta e formular uma resposta política e operacional para a atual crise na segurança fluminense. Integrantes do governo avaliam ainda que o cenário pode fortalecer o debate da PEC da Segurança no Congresso. (CNN Brasil)
Culpa do eleitor
Boa parte da culpa pela criminalidade no Rio de Janeiro é do eleitor que vota em representantes do crime organizado. A Assembleia Legislativa e a Câmara dos Vereadores do Rio estão cheias de políticos bandidos eleitos pelo povo pobre favelado. Os bandidos não deixam candidatos de bem fazer campanhas nas comunidades. Exemplo disso é a prisão recente de um deputado estadual do PL que foi preso. Amiguinho de Cláudio Castro.
Cadáveres na rua
O Rio de Janeiro amanheceu nesta quarta-feira (29), após a megaoperação policial que massacrou ao menos 100 pessoas em comunidades pobres, com fileiras intermináveis de corpos de pessoas assassinadas pelas forças policiais do estado, nas ruas. O ato é um aparente protesto contra a brutalidade policial e a violência de Estado, de acordo com a mídia. Segundo a CNN Brasil, moradores se reuniram em torno de uma fila de corpos estendidos em uma lona na Praça da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O jornal O Globo informou nesta quarta-feira que a população do Rio levou os corpos de 40 cidadãos assassinados pelo governador Cláudio Castro (PL) para a praça pública. Testemunhas afirmam ao portal Metrópoles que alguns corpos apresentam marcas de tiros, perfurações por faca nas costas e ferimentos nas pernas. Do Brasil247.
Popularidade na lona
“Com a popularidade na lona e o futuro político incerto, Cláudio Castro renovou a aposta no bangue-bangue. Na legenda do vídeo que festejou a matança, ele emulou Donald Trump ao falar em ‘narcoterrorismo’ e prometeu continuar ‘enfrentando de frente (sic) os vagabundos’”. (Bernardo Mello Franco-Globo)
Chuva de verão
“A violência no Rio parece uma chuva de verão. Quando engrossa, as pessoas evitam sair de casa para não ficarem presas num alagamento, mas depois a vida volta ao normal. Pouca gente faz de conta que se importa com a parte esquecida pela sociedade, aquela que mais sofre com o abandono e a insegurança. Todos à espera de que a chuva passe, os corpos sejam recolhidos e o sangue seque”. (Mariliz Pereira Jorge-Folha)
Frase desastrosa
Lula vive um dos melhores momentos de imagem do seu governo — e justamente com quem menos se esperava: Donald Trump. Mas uma frase desastrosa sobre traficantes serem vítimas de usuários de drogas revela a urgência de Lula se atualizar no assunto segurança pública. E a megaoperação do Rio reforça como esse tema vai ser, de longe, o mais importante da disputa eleitoral. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)
Derrota de Donald Trump
Por 52 votos a 48, o Senado dos EUA derrubou a emergência econômica nacional determinada pelo presidente Donald Trump para impor uma tarifa de 40% sobre centenas de produtos brasileiros. Somando os 10% das chamadas “tarifas recíprocas” anunciadas em abril, a sobretaxa total do Brasil chega a 50% atualmente. A decisão dos parlamentares não significa, porém, uma mudança nessas tarifas: para ter esse efeito, a resolução precisaria ser votada pela Câmara, o que não deverá acontecer. No entendimento da maioria dos senadores, o presidente Trump extrapolou seus poderes constitucionais ao sobretaxar o Brasil. (UOL)
Emendas de comissão
Com o ano eleitoral à porta e precisando aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governo cedeu à pressão do Congresso e destravou a liberação das emendas de comissão. De acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), o valor pago passou de R$ 391 milhões na sexta-feira para R$ 1,013 bilhão nesta segunda-feira — um salto de 159%. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), havia cobrado pessoalmente do presidente Lula o estabelecimento de um calendário de liberação dessas emendas, diante das reclamações de parlamentares. (Globo)
Estados Unidos contra tráfico de drogas
Os Estados Unidos intensificaram sua campanha militar contra embarcações acusadas de tráfico de drogas no litoral da América Central e do Sul, com novos ataques nesta que deixaram 14 mortos, informou o secretário de Defesa, Pete Hegseth. As ações, realizadas na segunda-feira em águas internacionais, elevaram para 57 o número de mortos desde setembro, quando a operação foi iniciada. Segundo autoridades militares americanas, três ataques atingiram quatro barcos no Pacífico Oriental, em rotas conhecidas do narcotráfico. O governo Trump tem deslocado progressivamente o foco das operações do Caribe — próximo à Venezuela — para o Pacífico, perto da Colômbia. O Pentágono também confirmou que bombardeiros estratégicos B-1 e B-52 voaram recentemente em espaço aéreo internacional próximo ao território venezuelano, em demonstrações de força contra o governo de Nicolás Maduro. (New York Times)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política do Brasil e do mundo.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
Informações para a coluna: rk@ademocracia.com.br



