O deputado do PSB afirmou ter tentado barrar pontos abusivos da PEC, mas admitiu fracasso de estratégia do partido.
O deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) se posicionou publicamente sobre a votação da PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na terça-feira (16) em dois turnos, com o apoio de 353 parlamentares, incluindo o dele.
Em pronunciamento divulgado nas redes sociais, o deputado explicou que desde a aprovação vem recebendo inúmeras mensagens de apoiadores questionando seu voto, o que, segundo o deputado motivou a escolha de tornar pública sua justificativa.
“Nos últimos dias, tenho recebido milhares de mensagens de pessoas questionando minha posição sobre a PEC da Blindagem. Em respeito aos meus eleitores e a todos os brasileiros, especialmente aqueles que acompanham e confiam no nosso trabalho, decidi vir aqui expor, de forma simples e direta, qual é a minha posição”, declarou.
O parlamentar afirmou que a bancada do PSB tentou retirar pontos considerados excessivos do texto, mas a dinâmica da votação acabou alterando a estratégia. “Tentamos retirado da PEC absurdos como a Polícia Federal precisar de autorização para investigar parlamentares ou para realizar busca e apreensão. E, além disso, caminhávamos para derrotar a anistia. A votação da PEC foi iniciada com essa discussão ainda em andamento”, afirmou.
Ele explicou que, como líder da bancada, optou por apoiar o adiamento do debate em busca de tempo para negociação.
“Por isso, como líder da bancada, ouvindo os parlamentares, decidimos votar pelo aviamento da discussão para ganhar tempo. E também, contra o voto secreto, contra o foro privilegiado para presidente nacional e partido. Nos demais pontos, a bancada votou dividido. Eu, junto com a maioria, votamos a favor. Numa tentativa de manter abertas pontes para que fosse derrubada a anistia e para que a pauta do governo, a pauta do povo brasileiro, avançasse aqui nessa Casa”, explicou Campos.
No entanto, o deputado admitiu que a estratégia fracassou: “A PEC passou do jeito que nós não queríamos, inclusive com a manobra para voltar o voto secreto que nós já tínhamos derrubado em votação. Por isso, tenho a humildade em reconhecer que não escolhemos o melhor caminho e saímos derrotados.”
O parlamentar informou ainda que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar o resultado. “Na votação da PEC e na votação da anistia, pela forma como foi conduzida a manobra na PEC e a votação da anistia, eu estou entrando com o mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal para que anule a votação e a manobra que foi feita para a volta do voto secreto.”
Campos também disse compreender as críticas que recebeu de seus eleitores e reafirmou seu compromisso com a transparência: “Quero reforçar que todas as críticas que eu recebi são legítimas. Até porque o meu compromisso é com o povo brasileiro. E é assim que a gente tem conduzido o nosso mandato. Foi assim quando eu votei pela prisão de Chiquinho Brazão, pela continuidade do julgamento de Ramagem e de Bolsonaro e em todas as vezes que as pautas importantes para o povo brasileiro foram votadas aqui no Plenário da Câmara. Nós vamos seguir assim, com humildade, com coragem.”
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