Hoje, falarei como PCD (pessoa com deficiência). No meu caso, é apenas física, ou seja, não tenho nenhuma dificuldade cognitiva. Minha Cosmovisão, como poderão ver, segue firme e forte.
Darei vários exemplos de nota zero para acessibilidade e inteligência social:
1. Temos observatório interestelar, mas não temos inteligência coletiva.
2. Temos todo tipo de máquinas, mas não temos acessibilidade. Onde há rampas, em muitas delas, você se sente escalando uma onda gigante.
3. Temos uma porção de maquiagem, mas nunca vi um aparelho desfribilador.
4. As salas de aula tem três, quatro ventiladores, mas só funciona um.
5. Porém, estamos muito bem, porque não faltam projetos para mais prédios e máquinas.
6. Como PCD, nunca, jamais fui consultado sobre acessibilidade institucional (desde 2014).
O fato gerador: teria uma defesa dia 12, no entanto, o PPGCTS não tem nenhuma (zero) sala com acessibilidade.
A resposta recebida variou entre “vire-se” e “procure fulano pra te ajudar”.
Respondi que não sou secretário e nem coordenador.
Professor é professor, secretário é secretário. Inclusive, os concursos são diferentes.
Enfim, não haverá a defesa. Reputo esses significados para muito além da desídia, da identificação “com o modo de ser bolsonarista raiz”, desse ou daquele – no caso, porque são incapazes de entender o que é PCD.
Replico essa nota à cultura institucional que não se modifica. Nada muda quanto à definição de prioridades.
E também digo isso com a autoridade moral de quem fez 30 avaliações institucionais pelo MEC. Em muitas dessas visitas, in loco, atribuí nota 3 (a mínima que poderia), porque vi com os meus olhos, senti com as minhas muletas, que as pessoas importam muito menos do que os prédios.
Aqui na UFSCar, hoje, só faltaram me dizer “dá seus pulos”.
Eu vou pular sim, daqui alguns anos pularei com uma bela Ação Civil Pública. O melhor daí por diante é que os pulos serão dados diretamente com o Ministério Público Federal.
Vinício Carrilho Martinez




