A RKTV apresenta a incrível história de Léo Motta, ex-viciado e ex-morador de rua. O programa Sem Censura o entrevistou. Após viver um tempo em situação de rua, ele transformou sua trajetória de vida por meio da arte e da literatura. Com três livros lançados, agora ele busca reconhecimento no Guinness Book como a primeira pessoa que esteve em situação de rua a alcançar esse feito.
Leo Motta encontrou na literatura um recomeço, transformando sua história em livro. “Há vida depois das marquises” é uma trilogia escrita entre os anos 2019 a 2024.
Na juventude e parte da fase adulta, Motta foi dependente químico e viveu mais de um ano nas ruas do Rio de Janeiro. No entanto, quando tudo parecia sem perspectiva, a vida deu uma reviravolta. Em 2017, aceitou ajuda, foi internado e acolhido por uma instituição, abandonou o vício e começou a trabalhar.
Em 2019, conseguiu, por meio de campanha de arrecadação virtual, publicar o seu primeiro livro. Nele retrata sua história desde quando chegou às ruas até a sua saída. No mesmo ano, foi convidado para palestrar e lançar a obra na Bienal do Livro no Rio.
Depois de 38 anos, conheceu seu pai, encontro que ocorreu na fila de autógrafo da primeira obra, fato que está descrito no segundo livro. Em 2021, publicou o “Há vida depois das marquises: sonhos” e também foi convidado para o evento. Escreveu o último livro da série em 2024, lançado na Bienal deste ano, e quer entrar para o Guinness Book como o primeiro ex-morador de rua a produzir uma trilogia literária.
“Sou um homem que carrega uma história que começou triste, mas que não impediu de um dia se encontrar com um final feliz. Um homem que superou todas as dores e transformou tudo isso numa luta pela dignidade, igualdade, respeito e inclusão de uma causa que vivi”, comentou em entrevista.
O escritor continua inspirando e ajudando quem ainda luta para recomeçar. “Eu voltei para a rua desde o primeiro dia que saí dela, mas voltei para ajudar. Quando lancei um livro na Bienal, muita gente entrou em contato comigo, querendo me ajudar. Mas eu não precisava de ajuda. Eu já tinha um endereço, eu já tinha uma fonte de renda, mas eu precisava ajudar quem ficou”, destacou.
Além de criar projetos sociais e culturais, atualmente, atua na Secretaria de Assistência Social do Rio de Janeiro com o “Super-ação” e “Menina, Moça, Mulher“.
O primeiro projeto acontece por meio de palestras motivacionais e rodas de conversas com pessoas em situações de rua, incentivando a escrita de poesia. Na Bienal do Livro do Rio de 2025, realizou um sarau poético com o grupo. Em dezembro, está prevista a estreia da primeira revista de poesia de população de rua do Brasil. “Menina, Moça, Mulher” oferece cursos gratuitos e atendimento médico, além de disponibilizar livros para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Ainda este ano, realizou a primeira edição do “Literatura na rua” e distribuiu cerca de 30 livros para pessoas em situação de rua.
Assista aqui. RKTV
Em 2022, Há vida depois das marquises originou um documentário que também está disponível na RKTV.




