País registra menor taxa de desocupação desde 2012, com avanço do emprego formal e alta na renda média
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou nesta terça-feira (16) a divulgação dos novos dados do mercado de trabalho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em publicação nas redes sociais, Lula destacou a queda no desemprego e os avanços em diferentes indicadores: “Desemprego em queda, na mínima histórica. Recorde de empregos com carteira assinada. Aumento de renda. Dados que mostram um Brasil mais forte. Bom dia a todos”.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE, a taxa de desocupação caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho de 2025, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. O resultado representa 6,1 milhões de pessoas sem trabalho, o menor contingente desde o fim de 2013.
Recordes no emprego e avanço da ocupação
De acordo com o levantamento, a população ocupada chegou a 102,4 milhões de trabalhadores, um recorde histórico, com taxa de ocupação de 58,8%. O número de empregados com carteira assinada também alcançou marca inédita, somando 39,1 milhões de pessoas.
Para o analista do IBGE William Kratochwill, os números reforçam a recuperação da economia: “Esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”.
A população fora da força de trabalho manteve-se estável em 65,6 milhões, enquanto o número de desalentados — aqueles que desistiram de procurar emprego — caiu para 2,7 milhões, uma queda de 11% em relação ao trimestre anterior.
Setores que impulsionaram a geração de vagas
O crescimento da ocupação foi puxado por setores estratégicos. A agropecuária abriu 206 mil postos, enquanto as áreas de informação, comunicação, atividades financeiras e administrativas somaram 260 mil. Já administração pública, saúde e educação foram responsáveis pela criação de 522 mil empregos.
Em relação ao mesmo trimestre de 2024, também houve avanço em comércio, indústria, transporte e serviços.
Informalidade em queda e renda em alta
A taxa de informalidade recuou para 37,8%, abaixo dos 38,7% registrados no ano anterior. Apesar disso, o contingente de trabalhadores informais chegou a 38,8 milhões, levemente acima do trimestre anterior. O destaque ficou para o emprego formal no setor privado, que cresceu de forma mais expressiva.
O número de trabalhadores por conta própria bateu recorde, atingindo 25,9 milhões de brasileiros, enquanto os empregados sem carteira assinada permaneceram estáveis em 13,5 milhões.
No campo da renda, a massa de rendimento médio real chegou a R$ 352,3 bilhões, maior valor já registrado, com alta de 2,5% frente ao trimestre anterior e 6,4% em relação a 2024. O rendimento médio mensal dos trabalhadores foi de R$ 3.484, representando aumento de 1,3% no trimestre e 3,8% em um ano.
Avaliação do IBGE
William Kratochwill avaliou que os indicadores confirmam um momento de destaque para o mercado de trabalho: “Os indicadores do mercado de trabalho estão atingindo patamares de destaque, com as medidas de subutilização em patamares mínimos ou próximos do mínimo. No entanto, os rendimentos apresentaram variações marginais, salvo para os militares e funcionários públicos estatutários, o que contribuiu para o aumento do rendimento médio no país”.
A PNAD Contínua, que serve como principal ferramenta de monitoramento da força de trabalho no Brasil, entrevistou mais de 211 mil domicílios em todo o território nacional. O resultado consolida a tendência de queda do desemprego e reforça o crescimento do emprego formal, sustentado pela recuperação econômica e pela expansão de diversos setores.