Líder do PT destaca tomada da Câmara e do Senado por bolsonaristas: “tentativa de subordinar o Congresso a uma potência estrangeira”
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, reagiu com veemência às declarações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que admitiu estar atuando nos Estados Unidos para pressionar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com ameaças de retaliações internacionais caso não avancem a pauta bolsonarista no Legislativo. Para Lindbergh, o episódio marca uma escalada do que chamou de “nova fase do golpismo bolsonarista”.
Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (6), o parlamentar denunciou o uso de métodos autoritários e comparou o comportamento de aliados de Jair Bolsonaro a tentativas históricas de ruptura democrática. “O golpismo bolsonarista entrou em nova fase: além de sequestrar os plenários da Câmara e do Senado com atos de intimidação e tumulto, agora ameaça pela terceira vez os presidentes das duas Casas com sanções internacionais”, escreveu.
Chantagem estrangeira e ataque à soberania – A crítica direta de Lindbergh veio após entrevista em que Eduardo Bolsonaro afirmou que os líderes do Congresso estariam “no radar” das autoridades dos EUA, caso não avancem com a proposta de anistia a bolsonaristas e o processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Para o líder petista, isso representa “a tentativa escancarada de subordinar o Congresso Nacional à chantagem de uma potência estrangeira num ataque frontal à soberania brasileira”.
Lindbergh comparou o episódio com o golpe fracassado de 1981 na Espanha, quando militares franquistas armados ocuparam o parlamento. No entanto, alertou que o atual contexto brasileiro é ainda mais grave, por envolver parlamentares democraticamente eleitos. “Trata-se de parlamentares eleitos pela extrema-direita, que, em vez de legislar, recorrem à sabotagem interna e ao apelo externo para paralisar o funcionamento do Congresso e desestabilizar o Estado Democrático de Direito”, afirmou.
Reação institucional e defesa da democracia – O deputado do PT cobrou uma resposta imediata e firme do Congresso Nacional. Para ele, não há espaço para recuos diante de ameaças autoritárias vindas do exterior. “Diante dessa ameaça, os presidentes da Câmara e do Senado não podem se curvar à chantagem. É seu dever constitucional ocupar as Cadeiras, retomar os trabalhos e garantir o funcionamento regular do Poder Legislativo”, escreveu.
Lindbergh também ironizou o exílio autoimposto de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos e criticou sua articulação com o governo Trump. “O Brasil não será governado do Texas, nem por decreto de Trump”, disparou.
Para conter o avanço de práticas antidemocráticas, o petista defende a cassação de mandato dos parlamentares envolvidos, além de responsabilização penal. “A resposta deve ser firme: cassação de mandato dos parlamentares envolvidos, responsabilização por subversão da ordem constitucional e defesa intransigente da democracia”, declarou.
Ele finalizou lembrando que há pautas urgentes no Congresso que não podem ser paralisadas pela ofensiva bolsonarista, como a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “O país não pode ser refém de traidores da Pátria”, concluiu.
Do Brasil 247