Roberto Kuppê (*)
Motim nas duas casas
Com o tarifaço americano que entra em vigor hoje já precificado pela classe política, Brasília seguiu dominada pelo impacto da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No reinício dos trabalhos legislativos pós-recesso, deputados e senadores partiram para o tudo ou nada, já que Alexandre de Moraes não deu a mínima atenção para a Lei Magnistiky. Instalaram um motim nas duas casas, ocupando as mesas diretoras de onde as sessões são conduzidas e prometendo obstruir as votações caso a Câmara e o Senado não pautem a anistia dos envolvidos na trama golpista e o impeachment de Moraes. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), criticou a ação dos senadores, e a classificou como autoritária. Com o impasse instalado, os presidentes das duas casas optaram por cancelar as sessões de terça-feira no Congresso. (g1)
Motim nas duas casas 2
Os parlamentares da oposição amotinados são liderados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em tom de ameaça, Flávio afirmou que os protestos só terminariam se as duas casas aceitarem pautar o que ele batizou de “pacote da paz”, que inclui também o fim do foro privilegiado, com o objetivo de “abrandar” as relações entre os três Poderes da República. (Estadão)
Traidor da Pátria
Dos Estados Unidos, o filho 03, Eduardo Bolsonaro, disse à jornalista Bela Megale que segue trabalhando para que Donald Trump imponha mais sanções ao Brasil e afirmou que, ao não pautar o impeachment de Moraes e a anistia, Alcolumbre e Motta “estão no radar” do governo americano. “Ou tenho 100% de vitória, ou 100% de derrota. Ou saio vitorioso e volto a ter uma atividade política no Brasil, ou vou viver aqui décadas em exílio.” (Globo)
Muita calma nessa hora
O Planalto recomendou cautela aos integrantes do governo nos comentários e publicações sobre a prisão de Bolsonaro. O esforço para baixar a temperatura tem sido capitaneado pelo secretário de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira, que nesta terça-feira conversou com figuras-chave do governo. O objetivo é não reforçar a narrativa de que Bolsonaro é vítima de um processo de perseguição política — como acusa o governo americano. Lula seguiu o conselho de Sidônio e, em um evento em Brasília, se recusou a falar sobre Bolsonaro. (Folha)
Ataque aos Bolsonaros
Em editorial publicado hoje, mas provavelmente escrito antes da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro decretada pelo ministro relator Alexandre de Moraes, a Folha faz firme ataque aos Bolsonaros e um afago a um novo e possível nome para se contrapor a Lula nas urnas em 2026. Palavras do editorial não poderiam ser mais insurgentes em relação à família que criminosamente incita o governo dos Estados Unidos a atacar nosso país, causando provavelmente dezenas ou centenas de milhares de desempregos no país com a tarifa absurda imposta pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump. (Revista Forum)
Sanções para influenciar o cenário político
A poucas horas da entrada em vigor das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros impostas por Donald Trump, o presidente Lula voltou a acusar o governo americano de usar as sanções para influenciar o cenário político brasileiro. “Trump não tinha o direito de anunciar taxações como fez com o Brasil. Ele podia ter pegado o telefone, ligado para mim, para o Alckmin, estaríamos aptos a conversar. O pretexto da carta de Trump não é político, é eleitoral”, disse o presidente. Lula afirmou que pretende ligar para Trump para convidá-lo para a COP 30, que acontece em Belém em novembro. Durante discurso após a reunião do Conselhão, Lula ainda afirmou que está aberto a discutir o acesso dos Estados Unidos às reservas brasileiras de terras raras e minerais críticos, mas que não permitirá a exploração das riquezas sem que haja uma discussão no Brasil. (Valor)
Café e carne
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que pode haver uma surpresa sobre o tarifaço americano imposto ao café e a carne do Brasil, que ficaram de fora da lista de isenções anunciadas por Washington. De acordo com a ministra, os dois produtos são extremamente importantes para os Estados Unidos e pode haver um reposicionamento da Casa Branca. Curiosamente, o setor do agronegócio que apoia o ex-presidente Bolsonaro, é o mais penalizado.(Estadão)
Caminhos para blindar a economia
O Planalto analisa seis caminhos para blindar a economia da sobretaxa de 50% imposta pelos EUA. Entre eles, crédito subsidiado para os setores afetados, compras governamentais de alimentos e programas temporários de renúncia fiscal. Mas há a preocupação de deixar os planos bem delimitados para evitar que benefícios tributários sejam estendidos para além do prazo do socorro aos setores afetados. (UOL)
PL da Devastação
É urgente: temos só até 8 de agosto para impedir que entre em vigor a lei mais destrutiva da história do Brasil. O Congresso aprovou o PL da Devastação, que deixa cerca de18 milhões de hectares de floresta vulneráveis ao desmatamento. Isso equivale a quase o dobro do tamanho de Portugal! Lula tem dois dias para vetar essa lei e, no momento, está dividido: mineradoras, madeireiras e ruralistas estão pressionando o presidente a permitir essa destruição. Para agir, ele precisa sentir que sua popularidade com os brasileiros está fortemente ameaçada.
Vice de Renan Filho
A pré-candidatura do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), ao governo de Alagoas em 2026 já movimenta os bastidores da política local. Quatro dos principais nomes da cena alagoana — o prefeito de Maceió, JHC (PL); o deputado federal Arthur Lira (PP); o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB); e o governador Paulo Dantas (MDB) — disputam espaço para influenciar a escolha do vice na chapa.
Vice de Renan Filho 2
Segundo o jornalista Voney Malta, Marcelo Victor e Paulo Dantas articulam o nome do deputado estadual Bruno Toledo para o posto de vice. A proposta, no entanto, encontra resistência dentro do grupo dos Calheiros. O motivo seria um episódio ocorrido em 2017, quando Toledo se lançou candidato à presidência da Assembleia Legislativa, contrariando um acordo firmado em favor de Luiz Dantas, apoiado por Renan Filho, então governador. (O Jornal Extra)
Recuperação da BR-364
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana e o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciaram a pauta dos assuntos que devem nortear a ida do presidente Lula ao Acre nesta sexta-feira (8). Viana destacou a prioridade que o presidente Lula tem dado ao estado, com foco especial na recuperação da BR-364 e manutenção da BR-317. “Então, eu estou aqui no gabinete do ministro de Transporte, Renan Filho. Como quer o presidente Lula, ele está indo para o Acre sexta-feira, e uma prioridade dessa agenda dele é cuidar e melhorar nossa BR-364, resolver o problema lá da ponte da Rodrigues Alves e, claro, manter a manutenção da 317”, afirmou Jorge Viana.
Hiroshima e Nagasaki
Hiroshima foi bombardeada pelos Estados Unidos em 6 de Agosto de 1945, causando a morte de cerca de 140 mil moradores, e hoje a cidade japonesa é sinônimo de paz. Das cinzas da devastação nuclear, Hiroshima e Nagasaki, que foi bombardeada três dias depois, foram reconstruídas e os sobreviventes incluíram o pacifismo no seu DNA. Mas 80 anos depois dos únicos ataques nucleares do mundo, o Japão está cercado de vizinhos com armas nucleares e repensa seu compromisso com a paz. E agora se divide entre aqueles que defendem o pacifismo como uma virtude nacional e aqueles que pensam que o país deve abandonar a sua posição submissa. (New York Times)
6 de Agosto
A Bolívia está em festa hoje, 6 de agosto, quando comemora 200 anos de independência. O bicentenário da Declaração de Independência da Bolívia está sendo celebrado em São Paulo, Rio de Janeiro em Guajara-Mirim e Guayaramerin. É praticamente feriado em Guajara-Mirim por conta do 6 de agosto. Não se fala em outra coisa do que sobre a festa “do outro lado”, ou seja, em Guayaramerin.
6 de Agosto 2
Antes da colonização europeia, a região andina boliviana fazia parte do Império Inca — o maior império da era pré-colombiana. O Império Espanhol invadiu e conquistou essa região no século XVI. Durante a maior parte do período colonial espanhol, este território era chamado Alto Peru ou Charcas e encontrava-se sob a administração do Vice-Reino do Peru, que abrangia a maioria das colônias espanholas sul-americanas. Após declarar independência em 1809, dezesseis anos de guerras se seguiram antes do estabelecimento da república, instituída por Simón Bolívar, em 6 de agosto de 1825. Desde então, o país tem passado por períodos de instabilidade política, ditaduras e problemas econômicos.
Lula em Porto Velho
Tudo certo (até agora) para a vinda do presidente Lula nesta sexta ao estado de Rondônia. Ele chega às 13h e vai direto para o Teatro Estadual Palácio das Artes, em Porto Velho, onde será recepcionado por autoridades federais, lideranças locais, movimentos populares e militantes da base aliada. Durante o evento, Lula deve anunciar um pacote de investimentos federais voltados à saúde, educação, infraestrutura e regularização fundiária em Rondônia.
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A expectativa é de que a recepção reúna milhares de militantes. Para isso, dezenas de ônibus já estão sendo contratados para transportar apoiadores de diferentes municípios do interior do estado, em uma ação organizada pelas forças políticas que integram a frente Caminhada Esperança.
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A Caminhada Esperança é uma frente formada por partidos progressistas e organizações populares com atuação em Rondônia. O movimento tem como missão fortalecer a participação social, defender a justiça social e ambiental e construir um novo projeto de desenvolvimento para o estado. Desde sua criação, promove encontros regionais e articulações com base nas diretrizes do governo federal.
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O evento acontece à tarde, no Teatro Estadual Palácio das Artes, e deve reunir cerca de 1.100 pessoas, entre estudantes, comunidade acadêmica, autoridades locais e público geral. Com organização do Ministério da Educação (MEC) e estrutura montada com apoio das secretarias SETEC, SESu e EBSERH, o evento também contará com a participação de outros ministérios estratégicos: Transportes, Minas e Energia, Portos e Aeroportos, Comunicações e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
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O principal foco da cerimônia será o anúncio de novos investimentos federais em infraestrutura, educação e desenvolvimento agrário, reforçando o compromisso do Governo Federal com o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.
Principais anúncios esperados durante a visita:
INFRAESTRUTURA
• Ponte Binacional Guajará-Mirim – Guayaramerín (Bolívia): Assinatura da ordem de serviço para início da obra, no valor de R$ 429,5 milhões.
• Luz para Todos: Ampliação do programa com duas novas etapas em Rondônia e região amazônica:
• 3ª Tranche 863 famílias beneficiadas (R$ 38 milhões).
• 8ª Tranche 5.779 famílias beneficiadas (R$ 173 milhões).
• Rio Madeira:
• Menção ao início da dragagem de manutenção entre Porto Velho e Manicoré (R$ 158 milhões).
• Anúncio da futura concessão da hidrovia do Rio Madeira, com estudos finalizados e investimentos previstos de R$ 679 milhões.
Ressurreição da esquerda
Se bem aproveitada, a vinda de Lula à Rondônia poderá significar a ressurreição do PT, podendo fazer a diferença nas eleições de 2026. Atualmente o PT de Rondônia tem apenas um parlamentar eleito, a deputada estadual Cláudia de Jesus. A meta é duplicar a presença na ALE-RO e eleger pelo menos um deputado federal.
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
Informações para a coluna: rk@ademocracia.com.br