Ministra critica Eduardo Bolsonaro por trair o país, exalta firmeza do presidente Lula diante das pressões dos EUA e reforça defesa da soberania nacional
Em entrevista ao Boa Noite 247, transmitida pela TV 247 nesta sexta-feira, a ministra Gleisi Hoffmann analisou a escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos após as sanções impostas pelo governo Donald Trump. Segundo ela, a ofensiva norte-americana, apoiada por Eduardo Bolsonaro, representa uma afronta direta à soberania brasileira. “Foi uma lavada de alma ouvir os ministros do Supremo Tribunal Federal reafirmarem a defesa da democracia, da soberania e da autonomia das nossas instituições”, afirmou Gleisi ao comentar as manifestações dos ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.
A ministra destacou que o governo Lula reagiu com firmeza ao enquadramento do ministro Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, que prevê restrições financeiras. “São inaceitáveis as ações do governo americano contra o Brasil, contra os ministros do Supremo e, principalmente, contra o ministro Alexandre de Moraes”, disse, ressaltando que a legislação dos EUA “não se aplica ao território brasileiro”.
Gleisi fez duras críticas à atuação da família Bolsonaro, em especial a Eduardo Bolsonaro, a quem chamou de “traidor da pátria”. Para ela, o ex-presidente e seus aliados tentam criar instabilidade política e econômica em conluio com interesses externos. “Bolsonaro beijava a bandeira americana, enquanto Lula defende o povo brasileiro”, afirmou.
Impactos políticos e econômicos
A ministra avaliou que a firme reação do presidente Lula diante das pressões internacionais fortaleceu politicamente o governo e uniu diferentes setores em defesa do país. Ela lembrou que, mesmo diante das dificuldades provocadas pelas sanções tarifárias, o Brasil vive um momento positivo, com o menor desemprego da história (5,8%), a saída do mapa da fome e avanços em programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida.
Segundo Gleisi, cada unidade habitacional entregue pelo programa gera cerca de 67 empregos, reforçando o impacto econômico das políticas públicas. Ela também ressaltou a tarifa zero de energia para famílias de baixo consumo e os pagamentos de benefícios atrasados do INSS como exemplos de medidas que melhoram a vida da população.
Diversificação comercial e novas alianças
Diante do tarifaço imposto por Donald Trump, o governo busca abrir novos mercados e diversificar exportações. A ministra mencionou oportunidades na Ásia, no Oriente Médio, na Europa e no Canadá, destacando que Lula participará de uma cúpula asiática em setembro para ampliar parcerias comerciais. “O Brasil vai muito bem nesse quesito e os empresários precisam aproveitar para diversificar seus mercados”, disse.
Gleisi deixou claro que o governo não descarta medidas de proteção à economia nacional, mas enfatizou que não há, neste momento, planos de retaliação direta contra os EUA. “Negociamos aspectos comerciais, mas nossa soberania e nossa democracia não estão à venda”, afirmou.
Cenário político e eleições de 2026
A ministra também projetou o cenário político para 2026, ressaltando a importância de ampliar a bancada progressista no Congresso para garantir governabilidade e proteger as instituições. Ela alertou para os planos de Jair Bolsonaro de investir em candidaturas ao Senado com o objetivo de ameaçar o Supremo e o próprio Executivo.
Por fim, Gleisi celebrou a mobilização popular em torno do tema da soberania, que, segundo ela, ganhou novo significado para os brasileiros. “O povo brasileiro não aceita ser mandado por outro país. O Brasil é uma nação que dá orgulho à sua gente”, concluiu. Assista:
Do Brasil 247