Governo deixa de receber 158 bilhões de reais por ano em impostos federais do agronegócio, o que equivale ao orçamento do Bolsa Família e beneficia principalmente multinacionais que lucram com a exportação
As dez empresas ligadas ao agronegócio mais beneficiadas por isenções tributárias do governo federal deixaram de pagar pelo menos 26 bilhões de reais em impostos em 2024 – o que equivale a quase dez vezes todo o dinheiro já desembolsado pelo Fundo Amazônia, que investe em projetos que protegem e recuperam a Floresta. Somente as isenções federais dadas a uma dessas companhias, a Syngenta, que produz agrotóxicos e outros insumos agrícolas, somaram 4 bilhões de reais, mais do que todo o orçamento do ano passado do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do qual dependem agências públicas fundamentais para o combate aos crimes ambientais, como o Instituto Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o ICMBio.
Ao todo, segundo informações prestadas pelas próprias empresas e divulgadas pela Receita Federal, as isenções de impostos que beneficiam diretamente a agropecuária e a agroindústria somaram 158,17 bilhões de reais em 2024. O valor é igual ao orçamento autorizado para o Bolsa Família em 2025. O programa social chega a mais de 20 milhões de famílias, que recebem em média 667,5 reais – menos que a metade de um salário mínimo. Em outra comparação, é como se 1 em cada 6 reais do valor total das exportações do agro em 2024 tivesse sido bancado diretamente pelo governo.
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Boi, soja e agrotóxicos: as isenções tributárias do agro que alimentam o desmatamento e a poluição