Definitivamente não há mais clima entre os principais ocupantes do Palácio Rio Madeira, em Porto Velho, capital de Rondônia. O governador do estado, Marcos Rocha e o vice-governador Sérgio Gonçalves, ambos do União Brasil, estão em rota de colisão. A separação entre os dois é dada como certa. Recentemente Marcos Rocha esteve em Israel, no meio do fogo cruzado entre o país e o Irã.
Rocha ficou quase uma semana retido em Israel, impossibilitado de voltar ao comando do estado. Nesse interim, o vice-governador Sérgio Gonçalves, interino no cargo, entre aguardar a volta, teria empreendido gestão para que o cargo de governador fosse declarado vago para que assim, pudesse assumir o mandato na plenitude. Acontece que a Assembleia Legislativa aprovou mudança na lei, permitindo que o governador pudesse administrar o estado mesmo fora do país.
Amargo regresso
Ao retornar à Rondônia, Marcos Rocha reassumiu o governo e as expectativas era de que ele afastasse o vice-governador do Palácio Rio Madeira, bem como exonera-lo do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado. Não o fez, mesmo ouvindo nos bastidores que o vice-governador havia feito contra o titular do cargo. Porém, em um evento ocorrido no final de semana em Guajará Mirim, ele desabafou e afirmou na presença de prefeitos, deputados e vereadores, que Sérgio Gonçalves o havia traído, chegando até a desejar a morte dele e da comitiva em Israel.
“Eu recebi noticias de pessoas querendo que a gente morresse lá, queria que nos morrêssemos, gente que eu ajudei, tirei do buraco, estava falido, trouxe do buraco. Foi na Assembleia Legislativa para que não prorrogasse o tempo, para que não houvesse sessão, que concederia a prorrogação do tempo e eu não podia sair de lá (Israel). Eu estava impedido porque não tinha voo, e sabendo disso pessoa de má índole, que eu tirei do buraco foi na Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia falando: não faz a sessão de prorrogação, porque ai ele vai perder o mandato e ai eu consigo assumir. Isso é covardia, imoralidade, isso é falta de caráter, isso é indecência” .
A expectativa agora é de que nesta segunda-feira o governador tome uma atitude forte, exonerando e rompendo definitivamente com o vice. Ou, o próprio Sérgio Gonçalves poderá tomar a decisão de romper com o governo.
Qualquer das decisões vai impactar nas eleições de 2026. Acontece que o presidente do União Brasil, partido ao qual pertencem o governador e o vice-governador, é presidido por Junior Gonçalves, desafeto de Marcos Rocha e irmão de Sérgio Gonçalves. A semana que entra promete troca de mísseis de fazer inveja à guerra no Oriente Médio.
Por Roberto Kuppê, A Democracia