Julian Assange está livre!

Julian Assange deixou, nesta segunda-feira (24), o Reino Unido e a prisão de segurança máxima perto de Londres onde permaneceu por cinco anos, informou o WikiLeaks depois de anunciar um acordo de confissão de culpa com a Justiça dos Estados Unidos.

Em troca, os EUA contaram os 5 anos que ele passou preso na Inglaterra e deram a ele o direito de voar para a Austrália, seu país natal.

Segundo o WikiLeaks, o australiano de 52 anos saiu da prisão de Belmarsh na manhã desta segunda, e foi libertado pela Justiça britânica no aeroporto de Stansted, em Londres, à tarde, de onde embarcou em um avião e deixou o Reino Unido.

Julian Assange é um jornalista, editor e ativista australiano, mais conhecido por ser o fundador do WikiLeaks, uma organização dedicada à publicação de documentos secretos e informações confidenciais de governos e corporações. Ele nasceu em 3 de julho de 1971 em Townsville, Queensland, Austrália.

Assange ganhou notoriedade mundial em 2010, quando o WikiLeaks divulgou uma série de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos, incluindo vídeos, correspondências diplomáticas e registros de guerra sobre as atividades militares dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Essas divulgações, que incluíam o famoso vídeo “Collateral Murder”, geraram grande controvérsia e levaram a uma perseguição legal significativa contra ele.

Em 2012, Assange buscou asilo na Embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, onde enfrentava acusações de crimes sexuais, que ele negou e que posteriormente foram arquivadas. Ele permaneceu na embaixada equatoriana por quase sete anos até ser preso pela polícia britânica em abril de 2019, após o Equador retirar seu asilo.

Assange lutava contra a sua extradição para os Estados Unidos, onde era acu.sado de espionagem e outros crimes relacionados à publicação de documentos confidenciais. Nesta segunda-feira (24) ele assumiu os crimes pelos quais era acusado perante a Justiça dos EUA em troca de sua libertação.

A advogada e companheira de Julian Assange, Stella Assange, comemorou a libertação do jornalista nas redes sociais e agradeceu o apoio de todos. “Palavras não podem expressar nossa imensa gratidão a VOCÊS – sim, VOCÊS, que se mobilizaram durante anos e anos para tornar isso realidade. OBRIGADO. obrigado. OBRIGADO”, escreveu Stella.

Culpado?
As primeiras informações, para além daquelas divulgadas pelo WikiLeaks, indicam que Julian Assange concordou em se declarar culpado da acusação de obter e divulgar ilegalmente material de segurança nacional em troca de sua libertação da prisão britânica.

Assange, que está com 52 anos, deve comparecer perante um juiz federal em um dos postos avançados mais remotos do Judiciário, o tribunal de Saipan, capital das Ilhas Marianas do Norte. As Ilhas Marianas do Norte são uma comunidade dos Estados Unidos no meio do Oceano Pacífico e próximas da Austrália, terra natal de Assange, para onde ele deve voltar após a concretização do acordo.

Assange deve comparecer nesta quarta-feira (26), às 9h, em Saipan e voar de volta para a Austrália “na conclusão do processo”, escreveu Matthew J. McKenzie, funcionário da divisão de contraterrorismo do departamento, em uma carta enviada ao juiz do caso. O documento em questão foi divulgado pelo New York Times.

O The New York Times afirma que o acordo era esperado nos bastidores do governo Biden. Segundo a publicação, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, sugeriu que os promotores dos EUA precisavam concluir o caso e o presidente Biden se mostrou aberto a uma solução rápida.

A partir do primeiro-ministro da Austrália, foi costurado um acordo com o alto escalão do Departamento de Justiça sem tempo adicional de prisão para Assange, considerando que os anos que Assange passou recluso na Embaixada do Equador e depois na prisão no Reino Unido já foram suficientes. Ou seja, sua pena foi considerada cumprida.

Ainda de acordo com o NYT, foram semanas de negociações para que Assange aceitasse se declarar culpado de uma das acusações – conspiração para divulgar informações da defesa nacional.

Com informações do UOL, Revista Fórum e DCM

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